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ESTRUTURAS SOMÁTICAS Biomedicina 2016

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UFPA/ICB/Micologia Estruturas somáticas Profª Solange Costa 
1 
 
ESTRUTURAS SOMÁTICAS 
O estudo morfológico dos fungos costuma ser dividido em estruturas somáticas e reprodutivas. A fase 
somática (assimilativa) caracteriza-se por atividades de nutrição ou tróficas do fungo. Como células somáticas 
podem ser consideradas todas as células que não estão diretamente envolvidas na reprodução. Estas realizam 
funções como produção de enzimas extracelulares que digerem nutrientes do substrato e também na absorção 
destes nutrientes. Assim estruturas somáticas dos fungos são responsáveis por funções necessárias ao seu 
desenvolvimento, tais como nutrição, fixação, disseminação. 
 Fundamentalmente dois tipos de soma são observados nos fungos: forma unicelular, observada em 
leveduras e algumas espécies aquáticas e a forma filamentosa, caracterizada pela formação de hifas 
multinucleadas e/ou multicelulares. Em sua maioria os fungos apresentam estrutura somática filamentosa e 
multicelular, caracterizando os fungos filamentosos, popularmente conhecidos como bolores. 
As estruturas somáticas exibem pouca diferenciação e praticamente nenhuma divisão de trabalho. 
 Hifa (Gr. Hyphé = teia): constitui-se na unidade estrutural dos fungos filamentosos. São filamentos 
cilíndricos, tubulares que tendem a ramificar-se em todas as direções, espalhando-se sobre ou dentro do substrato 
que lhe serve de alimento. As hifas variam de diâmetro e apresentam parede celular polissacarídica, com espessura 
variada. É de crescimento indeterminado, mas com diâmetro constante que varia de 1 a 2 m a 30 m ou mais, 
dependendo da espécie e das condições de crescimento. 
Paredes transversais (septos ou tabiques) são encontradas nas hifas septadas, dividindo a mesma em 
componentes celulares uni, bi ou multinucleados. Hifas desprovidas de septos são denominadas de hifas 
asseptadas ou cenocíticas (Fig.1). Coletivamente as hifas formam o corpo do fungo e recebem o nome de 
micélio. À microscopia eletrônica os septos podem apresentar-se com poro central simples, observado filo 
Ascomycota (Fig. 2), incluindo os fungos anamórficos. No filo Basidiomycota o septo é mais complexo, 
apresentando-se com uma porção central mais volumosa, dando um aspecto de “barril” ao poro, denominado de 
doliporo (Fig. 3). 
 
Fig. 1 Fig. 2 Fig. 3 
 
Micélio (Gr. mykes = fungo) 
O micélio é um conjunto de hifas. Deste modo, o micélio pode ser septado ou cenocítico, dependendo das 
hifas que irão constituí-lo (Figs. 4 e 5). 
 
Diferenciações do micélio podem ocorrer em determinadas espécies de fungos e apresentam funções 
especiais. Algumas destas modificações são relacionadas a seguir. 
Rizóides: são hifas que se dispõem em forma de raiz com funções de assimilação, fixação e suporte do 
fungo no substrato. Encontrado em algumas espécies de Chytridiomycota e Zygomycetes (Fig.6 e 7). 
Estolão: são hifas aéreas que se estendem sobre o substrato conectando sítios rizoidais. Típicos de 
algumas espécies de Zygomycetes. 
Grampo de conexão: célula recurvada, parcialmente externa que atua como ponte permitindo a 
passagem de um dos produtos da divisão nuclear, garantindo a manutenção das hifas dicarióticas nos 
representantes do filo Basidiomycota (Figs. 8 e 9) 
 
Fig. 4 Fig. 5 
UFPA/ICB/Micologia Estruturas somáticas Profª Solange Costa 
2 
 
 
Fig. 6 Fig. 7 Fig. 8 Fig. 9 
 
Pletênquima (Gr. plektos = entrelaçado + egchyma = derramamento) 
 Durante determinados estágios do ciclo de vida de um fungo, o micélio pode se organizar de forma frouxa 
ou compacta, contrastando com o restante do micélio, que se apresenta sem nenhuma organização. O termo 
pletênquima designa todos os “tecidos” fúngicos organizados. A formação do pletênquima resulta no 
desenvolvimento de estruturas fúngicas sólidas e frequentemente macroscópicas. Estas incluem uma variedade 
de estruturas somáticas especializadas, tais como estroma e esclerócio, bem como estruturas reprodutivas como 
os cogumelos. 
 
Leveduras: São fungos exclusivamente ou predominantemente unicelulares. Em geral ao microscópio 
apresentam-se, na forma arredondada a ovalada, cujas dimensões variam de 3 a 4 m até 12 e 15 m ou mais. A 
mesma célula desempenha funções essenciais do organismo como, respiração, nutrição e respiração. Algumas 
leveduras que se reproduzem pela emissão de blastosporos (brotos), podem formar estrutura similares a hifas. Isto 
ocorre pela não liberação dos blastosporos, os quais crescem ligados à célula mãe e continuam a emitir novos 
brotos até formar uma estrutura parecida com uma hifa, que é denominada de pseudohifa. O conjunto de várias 
pseudohifas forma o pseudomicélio. Há leveduras que também formam hifas verdadeiras. Poucas espécies 
podem apresentar cápsula, um envoltório externo à parede celular, como por exemplo no gênero Cryptococcus. 
Quando isolados em meio de cultura, os fungos formam colônias, que resultam do crescimento concêntrico. As 
leveduras formam colônias pastosas, cremosas semelhantes às de bactérias, enquanto que os fungos filamentosos 
formam colônias de textura cotonosa (algodão), aveludadas, pulverulentas (pó) entre outras. As colônias podem 
apresentar coloração variada e produção de pigmentos extracelulares. 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS 
1. MORE-LANDECKER, E. Fundamentals of the Fungi, 4th.ed. Prentice Hall, Englewood Clifs, 1996. 
2. MUCHOVEJ, J J & MUCHOVEJ, R M C. Noções Básicas de micologia. Universidade de Viçosa. 1989. 
Fig. 10 – Estroma e Esclerócio 
Fig. 11 – Estroma (em corte) 
Fig. 12 - Esclerócio 
Fig. 11 Leveduras 
Fig. 12 Leveduras: formação de pseudohifa 
Fig. 13 Pseudohifas 
Fig. 14. Levedura capsulada

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