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Orçamento Publico SOF

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MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL
CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO
MÓDULO I
ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
(ORG) FERNANDO CESAR ROCHA MACHADO
BRASÍLIA
2016
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão
Valdir Simão
Secretário-Executivo
Francisco Gaetani
Secretária de Orçamento Federal
Esther Dweck
Secretários-Adjuntos
Antonio Carlos Paiva Futuro
Franselmo Araújo Costa
George Alberto Aguiar Soares
Cilair Rodrigues de Abreu
Diretores
Clayton Luiz Montes
Felipe Daruich Neto
Marcos de Oliveira Ferreira
Zarak de Oliveira Ferreira
Coordenador-Geral de Inovação e
Assuntos Orçamentários e Federativos
Girley Vieira Damasceno
Coordenadora de Educação e Disseminação Orçamentária
Rosana Lordêlo de Santana Siqueira
Organização do Conteúdo
Fernando Cesar Rocha Machado
Revisão do Conteúdo
Munique Barros Carvalho
Revisão Pedagógica
Janiele Cardoso Godinho
Revisão Gramatical e Ortográfica
Renata Carlos da Silva
Projeto Gráfico e Diagramação
Tiago Ianuck Chaves
Colaboração
Bruno Rodolfo Cupertino
Karen Evelyn Scaff
Munique Barros Carvalho
Olivia Pereira Paranayba
Informações: 
www.orcamentofederal.gov.br 
Secretaria de Orçamento Federal
SEPN 516, Bloco “D”, Lote 8, 
70770-524, Brasília – DF, Tel.: (61) 2020-2329
escolavirtualsof@planejamento.gov.br
 Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
 Secretaria de Orçamento Federal. Escola Virtual SOF.
 Curso Orçamento Público / organização de Fernando
Cesar Rocha Machado. Brasília, 2014.
 5 v. ; il.
 Conteúdo: Módulo I. Orçamento público: conceitos e 
Fundamentos. Módulo II. Instrumentos do processo 
Orçamentário. Módulo III. Receita orçamentária. Módulo IV.
Despesa orçamentária. Módulo V. Execução orçamentária.
1. Orçamento público. 2. Finanças públicas. I. Machado, 
 Fernando Cesar Rocha. II. Título.
 CDU: 336.121.3(81) 
 CDD: 351.722
OBJETIVOS DO MÓDULO
• Apresentar os principais conceitos sobre o orçamento público
• Traçar um breve histórico de sua origem e evolução
• Destacar as suas premissas legais
UNIDADES
I - Conceitos de Orçamento Público
II - Breve Histórico do Orçamento Público
III - Fundamentos Legais
IV - Funções Orçamentárias
V - Técnicas Orçamentárias
VI - Princípios Orçamentários
SUMÁRIO
Apresentação ......................................................................................................................................7
UNIDADE I - CONCEITOS DE ORÇAMENTO PÚBLICO ............................. 9
UNIDADE II - BREVE HISTÓRICO DO ORÇAMENTO PÚBLICO ...............13
UNIDADE III - FUNDAMENTOS LEGAIS DO ORÇAMENTO PÚBLICO ....17
Constituição Federal de 1988.................................................................................................19
Lei nº 4.320 de 1964 ................................................................................................................. 22
Decreto-Lei nº 200 de 1967 ................................................................................................... 22
Lei Complementar nº 101 de 2000 ...................................................................................... 23
Lei complementar nº 131 de 2009....................................................................................... 25
Lei n° 10.180 de 2001 ................................................................................................................ 26
UNIDADE IV - FUNÇÕES ORÇAMENTÁRIAS ........................................... 29
Função alocativa........................................................................................................................ 30
Função distributiva ....................................................................................................................31
Função estabilizadora.............................................................................................................. 32
UNIDADE V - TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS ........................................... 35
Orçamento Clássico ou Tradicional ..................................................................................... 36
Orçamento de Desempenho ou de Realizações ............................................................ 36
Orçamento-Programa ............................................................................................................. 37
Orçamento Base Zero .............................................................................................................. 38
Orçamento Participativo ......................................................................................................... 38
UNIDADE VI - PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ....................................... 41
CONCLUSÃO ............................................................................................. 45
REVISÃO DO MÓDULO ............................................................................ 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 49
GABARITO DOS EXERCÍCIOS ................................................................... 50
ead.orcamentofederal.gov.br | 7
APRESENTAÇÃO
Caro (a) participante!
Seja bem-vindo ao curso Orçamento Público da Escola Virtual SOF. Temos o prazer 
de tê-lo como nosso aluno e auxiliá-lo na construção do seu conhecimento acerca desta 
importante temática.
Esse curso surgiu da necessidade de desenvolver junto aos cidadãos e servidores 
públicos conhecimentos e competências relacionadas aos principais temas orçamentários. 
O curso oferece aos alunos uma abordagem mais aprofundada do conteúdo 
orçamento público. Está dividido em cinco módulos, sendo que cada um deles é composto 
por unidades temáticas e exercícios de fixação. Os módulos são os seguintes: 
• Módulo I: Orçamento Público: Conceitos e Fundamentos
• Módulo II: Instrumentos do Processo Orçamentário
• Módulo III: Receita Orçamentária
• Módulo IV: Despesa Orçamentária
• Módulo V: Execução Orçamentária
No primeiro módulo serão abordados temas introdutórios fundamentais aos estudos 
do Orçamento Público, os quais serão desenvolvidos por meio das seguintes unidades: 
Conceitos de Orçamento Público, Breve Histórico do Orçamento Público, Fundamentos 
Legais do Orçamento Público, Funções Orçamentárias, Técnicas Orçamentárias e 
Princípios Orçamentários.
O segundo módulo trata dos principais instrumentos do processo orçamentário: 
Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual 
(LOA).
8 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
Os módulos III e IV apresentam a Receita e a Despesa Orçamentária, respectivamente, 
além de abordar as determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Por fim, o curso é concluído com o estudo detalhado da Execução Orçamentária no 
Módulo V. Quanto aos exercícios disponibilizados nesta apostila, sua principal função 
é fixar os conhecimentos adquiridos e lhe ajudar a compreender melhor as unidades 
estudadas em cada módulo. Eles constituem uma etapa importante da sua aprendizagem, 
portanto, não deixe de resolvê-los!
Esperamos que você tenha um aprendizado significativo sobre orçamento público e 
seu acompanhamento, fortalecendo o controle social e a democracia em nosso país. E que 
possa contribuir para a melhoria da qualidade dos orçamentos elaborados pelos entes 
federativos: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Desejamos excelente estudo!
ead.orcamentofederal.gov.br | 9
Ao longo da sua vida, você já deve ter refletidoinúmeras vezes a respeito da impor-tância de planejar os gastos que serão realizados por você durante um determinado 
período. 
É provável também que você já tenha se perguntado sobre o que é feito do dinheiro 
dos impostos pagos pelo cidadão em nosso país. Diante desta dúvida, surgem outros 
questionamentos: Como o Governo organiza as contas públicas? Como planeja os 
investimentos? Como reduz as despesas? Como surgiu o orçamento no contexto da 
administração pública e qual a sua importância para um país, estado ou município?
Essas reflexões nos fazem concluir que tanto o orçamento pessoal como o orçamento 
público envolvem a tarefa de adequar vontades – por exemplo, desejos de consumo 
ou planos de investimento – aos recursos disponíveis. Portanto, a elaboração de um 
orçamento busca equalizar necessidades a recursos limitados. Nessa direção, o objetivo 
dessa unidade é apresentar o conceito de orçamento público e a sua importância para a 
sociedade.
Para isso, é importante, inicialmente, entendermos qual é o papel do Estado na 
sociedade moderna. 
UNIDADE I
CONCEITOS DE ORÇAMENTO PÚBLICO
10 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
De acordo com Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008), a teoria das finanças públicas, 
ao tratar dos fundamentos do Estado e das funções do governo, encontra justificativa 
para a intervenção do Estado na economia, como forma de buscar a correção das imper-
feições do mercado. 
Ademais, conforme observa Giacomoni (2007), uma das características mais 
marcantes da economia é o crescente aumento das despesas públicas, especialmente a 
partir do século XX. Segundo o autor, no Brasil, o crescimento acelerado das despesas 
públicas teve início mais tarde, sobretudo a partir do término da Segunda Guerra Mundial.
Diversos estudos foram desenvolvidos no intuito de identificar as causas do 
crescimento acelerado das despesas públicas. Dentre as causas principais estão: as 
crescentes demandas por bem-estar social, nas áreas de educação e saúde; o desejo por 
serviços públicos melhores; o crescimento das funções administrativas exercidas pelos 
governos.
Os autores, com base em estudos da área econômica, afirmam que tal contexto 
demanda do Estado a adoção de mecanismos de correção que levem à construção de 
uma sociedade mais harmoniosa. Nesse sentido, destacam que a intervenção estatal na 
economia se realiza por intermédio das seguintes políticas:
a) regulatória: realiza-se por meio da edição de atos 
normativos junto ao setor privado, com o objetivo 
de mitigar as imperfeições relacionadas, 
sobretudo, à formação de monopólios ou àquelas 
que inviabilizem a universalização da oferta de 
bens e serviços públicos. Exemplo: a criação de 
agências reguladoras em setores como energia 
elétrica, telecomunicações e aviação civil.
GLOSSÁRIO 
Monopólio
Conceito que descreve 
uma condição em que 
um único vendedor 
domina o mercado, 
tendo controle total da 
oferta de determinado 
produto ou serviço.
ead.orcamentofederal.gov.br | 11
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
b) monetária: abrange o controle da oferta de moeda, da 
taxa de juros e do crédito em geral, e tem a finalidade 
de garantir a estabilidade do poder de compra da 
moeda. Exemplo: definição da taxa de juros realizada 
pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a qual 
tem impactos em outras taxas praticadas no mercado, 
tais como as de créditos a consumidores e a empresas, 
e no nível de demanda de bens e serviços, e afetando 
também o nível de investimentos na economia.
c) fiscal: abrange a administração das receitas e 
despesas contidas no orçamento público, assim 
como dos ativos e passivos do governo. No processo 
de arrecadar receitas e executar despesas o governo 
realiza intervenções no mercado, promovendo 
impactos sobre os níveis de emprego, a distribuição 
da renda, a oferta e a procura de bens e serviços 
com reflexos em diversos setores da economia. Exemplo: a criação do 
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o planejamento 
e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística 
e energética do país, contribuindo para o seu 
desenvolvimento e gerando emprego e renda. 
É no contexto da política fiscal que o Orçamento Público 
caracteriza-se como um instrumento fundamental para a atuação 
do Estado, no sentido de alcançar resultados que promovam a 
estabilidade e sustentabilidade econômica e uma maior qualidade 
de vida à população.
GLOSSÁRIO
Política fiscal
Conjunto de medidas 
adotadas pelo governo, 
dentro do orçamento do 
Estado, que visam obter 
as rendas indispensáveis 
à satisfação das 
despesas públicas. 
Envolve a definição e 
a aplicação da carga 
tributária exercida sobre 
os agentes econômicos 
e a definição dos 
gastos do governo 
com base nos tributos 
arrecadados.
12 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
Dentre os conceitos observados na literatura, destacamos o conceito apre-
sentado por Baleeiro (1998), que define o orçamento público como o ato pelo 
qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo lhe autoriza, por certo pe-
ríodo de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos 
serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do 
país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.
Pascoal (2005) apresenta uma interessante abordagem relacionada ao conceito de 
orçamento público, a qual se desenvolve por meio dos seguintes aspectos:
a) Político: o parlamento, formado por representantes do povo, autoriza o 
gasto público, na medida em que vota a lei orçamentária, levando em conta 
as necessidades coletivas.
b) Econômico: instrumento de atuação do Estado no domínio econômico por 
meio do aumento e/ou redução dos gastos públicos, por exemplo.
c) Técnico: relaciona-se à obrigatoriedade de observância da técnica 
orçamentária, sobretudo, em relação à classificação clara, metódica e 
racional da receita e da despesa.
Todavia, antes de nos aprofundarmos nos assuntos do módulo para conhecer as 
funções, técnicas e princípios orçamentários, vamos voltar ao passado para ver como tudo 
começou.
EXERCÍCIO 01
Sobre o Orçamento Público é incorreto afirmar:
a) Caracteriza-se como um instrumento fundamental para a atuação do Estado, no 
sentido de alcançar resultados que promovam a estabilidade e sustentabilidade 
econômica e uma maior qualidade de vida à população.
b) É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo lhe autoriza, por 
certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento 
dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do 
país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei.
c) É um instrumento da política monetária, abrangendo a administração das 
receitas e despesas públicas.
d) Sob o aspecto técnico, relaciona-se à obrigatoriedade de observância da técnica 
orçamentária, sobretudo, em relação à classificação clara, metódica e racional 
da receita e da despesa.
ead.orcamentofederal.gov.br | 13
Conforme relatam alguns autores, a origem e a evolução dos orçamentos públicos estão associadas ao desenvolvimento da democracia, em oposição ao Estado antigo, 
no qual o monarca exercia soberania absoluta, sendo detentor do patrimônio originário 
da coletividade.
De acordo com Burkhead (1971), o desenvolvimento do orçamento público expressa, 
em parte, o crescimento do controle popular ou representativo sobre o monarca. Nesse 
sentido, deve ser mencionado o art. 12 da Carta Magna, outorgada, na Inglaterra, pelo Rei 
João SemTerra em 1217, que estabelecia:
“Nenhum Tributo ou auxílio será instituído no Reino, senão pelo seu con-
selho comum, exceto com o fim de resgatar a pessoa do Rei, fazer seu pri-
mogênito cavaleiro e casar sua filha mais velha uma vez, e os auxílios para 
esse fim serão razoáveis em seu montante”.
Tal dispositivo foi conseguido mediante pressões dos barões feudais britânicos, que 
integravam o Common Counsel: o órgão de representação da época. Aos nobres interessava 
basicamente escapar do até então ilimitado poder discricionário do Rei em matéria 
UNIDADE II
BREVE HISTÓRICO DO ORÇAMENTO PÚBLICO
14 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
tributária. Com a passagem do tempo, percebeu-se que era 
também necessário verificar se a aplicação dos tributos 
correspondia às finalidades para as quais foram autorizados 
(GIACOMONI, 2007).
A partir de 1822, o chanceler do Erário passou a apresentar 
ao Parlamento uma exposição que fixava a receita e a despesa 
de cada exercício, sendo considerado o marco do orçamento 
plenamente desenvolvido na Grã-Bretanha (GIACOMONI, 
2007; BURKHEAD, 1971).
Ainda, de acordo com Giacomoni (2007), no decorrer do 
século XIX, o orçamento público inglês foi sendo aperfeiçoado e 
valorizado como instrumento básico de política econômica e 
financeira do Estado. Nesse sentido, a trajetória histórica do 
orçamento inglês é especialmente importante em dois aspectos: 
primeiro, por delinear a natureza técnica e jurídica desse 
instrumento e, segundo, por difundir a instituição orçamentária 
para outros países.
PARA SABER MAIS: 
Princípio do 
Consentimento 
Popular 
Foi um Princípio ado-
tado na Revolução 
Francesa que se tornou 
fundamental e dura-
douro na prática cons-
titucional francesa, o 
qual estabelece que 
nenhum imposto pode 
ser cobrado sem o con-
sentimento da nação. 
(BURKHEAD, 2007)
Na França, a instituição orçamentária surgiu posteriormente 
à adoção do princípio do consentimento popular do imposto, 
outorgado pela Revolução de 1789. Cabe destacar que o sistema 
orçamentário francês contribuiu com a consolidação de regras 
e princípios relevantes na concepção doutrinária do orçamento 
público, tais como: a anualidade do orçamento; a votação do 
orçamento antes do início do exercício; a abrangência de todas 
as previsões financeiras para o exercício; e a não-vinculação de 
itens da receita a despesas específicas. (GIACOMONI, 2007; 
BURKHEAD, 1971). 
Com relação aos Estados Unidos, Giacomoni (2007) men-
ciona a sua importância, ao longo do século XX, no desenvolvi-
mento de técnicas orçamentárias relacionadas à concepção do 
Orçamento de Desempenho, do Sistema de Planejamento, Pro-
ead.orcamentofederal.gov.br | 15
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
tributária. Com a passagem do tempo, percebeu-se que era 
também necessário verificar se a aplicação dos tributos 
correspondia às finalidades para as quais foram autorizados 
(GIACOMONI, 2007).
A partir de 1822, o chanceler do Erário passou a apresentar 
ao Parlamento uma exposição que fixava a receita e a despesa 
de cada exercício, sendo considerado o marco do orçamento 
plenamente desenvolvido na Grã-Bretanha (GIACOMONI, 
2007; BURKHEAD, 1971).
Ainda, de acordo com Giacomoni (2007), no decorrer do 
século XIX, o orçamento público inglês foi sendo aperfeiçoado e 
valorizado como instrumento básico de política econômica e 
financeira do Estado. Nesse sentido, a trajetória histórica do 
orçamento inglês é especialmente importante em dois aspectos: 
primeiro, por delinear a natureza técnica e jurídica desse 
instrumento e, segundo, por difundir a instituição orçamentária 
para outros países.
PARA SABER MAIS: 
Princípio do 
Consentimento 
Popular 
Foi um Princípio ado-
tado na Revolução 
Francesa que se tornou 
fundamental e dura-
douro na prática cons-
titucional francesa, o 
qual estabelece que 
nenhum imposto pode 
ser cobrado sem o con-
sentimento da nação. 
(BURKHEAD, 2007)
gramação e Orçamento (PPBS) 
e do Orçamento Base-Zero, téc-
nicas a serem estudadas neste 
módulo. 
No Brasil, a discussão or-
çamentária surge a partir da 
ocorrência de conflitos originá-
rios da insatisfação de segmen-
tos da sociedade com a cobrança de tributos, tendo como evento mais conhecido a Incon-
fidência Mineira no século XVIII. Posteriormente, com a vinda da Família Real, tem-se 
o início de um processo de organização das finanças públicas, com a criação do Erário 
Público (Tesouro) e o regime de contabilidade em 1808. Contudo, é na Constituição de 
1824 que há previsão, pela primeira vez, de uma lei orçamentária, surgida de fato apenas 
no ano de 1830. (GIACOMONI, 2007).
Desses tempos até os dias atuais, temos a certeza de que é na elaboração e aprovação 
do orçamento que cada sociedade define suas prioridades em termos de utilização dos 
recursos públicos e os meios para alcançar os objetivos definidos. 
Assim, o orçamento público é um instrumento de gestão de maior relevância e, 
provavelmente, o mais antigo da administração pública. Utilizado pelos governos 
para organizar os seus recursos financeiros, iniciou-se com a intenção de controlar as 
finanças públicas. Com a evolução, o orçamento público vem incorporando novas 
instrumentalidades.
No Brasil, reveste-se de formalidades legais, sendo uma lei prevista constitucional-
mente e materializada anualmente. Esse é um dos nossos próximos assuntos!
16 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
EXERCÍCIO 02
Sobre o Histórico do Orçamento Público é correto afirmar que:
a) A origem dos orçamentos públicos está relacionada ao desenvolvimento da 
democracia, opondo-se ao Estado moderno, no qual o monarca considerava-
se soberano e detentor do patrimônio originário da coletividade.
b) O desenvolvimento do orçamento público expressa, em parte, o crescimento 
do controle monárquico ou representativo sobre o monarca.
c) Na França, a instituição orçamentária surgiu posteriormente à adoção do 
princípio do consentimento soberano do imposto, outorgado pela Revolução 
de 1789.
d) O orçamento público é utilizado pelos governos para organizar os seus 
recursos financeiros e iniciou-se com a intenção de controlar as finanças 
públicas, com a evolução vem incorporando novas instrumentalidades.
ead.orcamentofederal.gov.br | 17
O orçamento público além de ser uma lei é também um instrumento de gestão utili-zado para organizar os recursos financeiros e, para isso, se baseia em regras, apro-
vadas pelo Poder Legislativo, que devem ser cumpridas pelos gestores públicos e acom-
panhadas pela sociedade. 
Essas regras são os fundamentos legais que o embasam. Nesta unidade, 
apresentaremos quais são os fundamentos legais do orçamento público brasileiro, 
destacando a importância de cada um deles dentro do contexto orçamentário. 
UNIDADE III
FUNDAMENTOS LEGAIS DO 
ORÇAMENTO PÚBLICO
18 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
Para iniciarmos nossas discussões a respeito dos fundamentos legais, convidamos 
você a fazer as seguintes reflexões: 
• Tendo em vista a relevância do orçamento público, conhecer a legislação 
que o rege é importante para os cidadãos?
• Quais são os fundamentos legais no contexto orçamentário?
Para início de conversa, vamos definir o que são fundamentos. A palavra fundamento 
pode ser entendida como: alicerce, base, apoio, entre outros significados. 
O termo legal refere-se à lei, norma ou conjunto de regras aprovadas pelo poder 
legislativo, que devem ser obedecidas pela sociedade.Infralegais são as normas que estão 
abaixo de lei, como portarias.
Assim, sob essa perspectiva, os fundamentos legais e infralegais são as leis, decretos 
e portarias que organizam e regulamentam o orçamento público no Brasil. 
Essas leis e normas estabelecem as “regras do jogo” e existem para garantir que 
as despesas e receitas públicas sejam planejadas e executadas pelos administradores 
públicos de forma sistematizada, democrática e transparente.
A partir das definições discutidas, surge a seguinte questão: quais são os fundamentos 
legais que dão base ao Orçamento Público brasileiro? 
• Constituição Federal da República de 1988; 
• Lei nº 4.320/1964; 
• Decreto-Lei nº 200/1967; 
• Lei Complementar nº 101/2000; 
• Lei complementar nº 131/2009. 
• Lei n° 10.180/2001
Agora vamos conhecer a legislação que embasa o Orçamento Público no Brasil de 
forma mais detalhada.
ead.orcamentofederal.gov.br | 19
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
Constituição Federal de 1988
A princípio, cabe frisar que a Constituição Federal é a lei máxima do nosso País, 
na qual todas as outras leis relacionadas ao orçamento público e todos os processos 
orçamentários devem estar em harmonia.
A Constituição Federal, no Título VI, Capítulo II, Seção II, traz o tema “Dos 
Orçamentos” que em seus artigos 165 a 169 dispõe sobre as normas gerais do orçamento 
público brasileiro, delineando o modelo atual do processo orçamentário no Brasil, ao 
instituir três leis cuja iniciativa é de prerrogativa do Poder Executivo:
• Plano Plurianual - PPA;
• Lei de Diretrizes Orçamentária - LDO;
• Lei Orçamentária Anual - LOA.
Essas leis são instrumentos imprescindíveis para o 
orçamento público, portanto, guardem-nas em 
sua memória, pois serão estudadas de forma mais 
aprofundada no decorrer do nosso curso!
Giacomoni (2007) salienta que a Constituição de 1988 reservou grande atenção 
ao tema orçamentário, tendo como principais novidades do seu texto: a devolução ao 
Legislativo da prerrogativa de propor emendas ao Projeto de Lei Orçamentária e a 
exigência de, anualmente, o Poder Executivo encaminhar ao Legislativo projeto de lei 
das diretrizes orçamentárias com o objetivo de orientar a elaboração da Lei Orçamentária 
Anual.
Ainda, segundo o autor, a Constituição de 1988 reforçou a concepção que associa 
planejamento e orçamento como elos de um mesmo sistema, ao tornar obrigatória a 
elaboração de planos plurianuais abrangendo as despesas de capital e demais programas 
de duração continuada.
20 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
A Magna Carta, em seu art. 167, estabeleceu algumas 
vedações a serem aplicadas no processo orçamentário, conforme 
destacado abaixo:
a) início de programas ou projetos não incluídos na 
lei orçamentária anual;
b) realização de despesas ou assunção de obrigações 
diretas que sejam maiores que os valores constantes 
da LOA ou de seus créditos adicionais;
c) realização de operações de créditos que excedam 
o total das despesas de capital, ressalvadas as 
autorizadas mediante créditos suplementares ou 
especiais (regra de ouro);
d) vinculação de receita de impostos a órgão, fundo 
ou despesa, ressalvadas as transferências por 
repartição de receitas a Estados, Distrito Federal e 
Municípios, a destinação de recursos para a saúde, 
para manutenção e desenvolvimento do ensino, 
para realização de atividades da administração 
tributária e a prestação de garantias às operações 
de crédito por antecipação de receita;
e) abertura de crédito suplementar ou especial 
sem autorização legislativa e sem indicação dos 
recursos correspondentes;
f) transposição, o remanejamento ou a transferência 
de recursos de uma categoria de programação para 
outra ou de um órgão para outro, sem autorização 
legislativa;
PARA SABER MAIS
A maioria absoluta é 
o quórum necessário 
para aprovação de lei 
complementar, ca-
racterizado como um 
número de votos ime-
diatamente superior 
à metade dos votos 
possíveis. Por exemplo, 
a Câmara dos Deputa-
dos Federais tem 513 
membros. Sua maioria 
absoluta será sempre 
de 257 votos (LENZA, 
2011).
O texto constitucional prevê a criação de Lei Complementar para dispor sobre 
o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano 
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual e estabelecer 
normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como 
condições para a instituição e funcionamento de fundos. Porém, as propostas sobre a 
referida lei ainda estão em discussão no âmbito do Congresso Nacional. 
ead.orcamentofederal.gov.br | 21
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
g) concessão ou utilização de créditos ilimitados;
h) utilização, sem autorização legislativa específica, 
de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade 
social (conceitos a serem vistos no próximo 
módulo) para cobrir necessidade ou déficit de 
empresas, fundações e fundos;
i) instituição de fundos de qualquer natureza, sem 
autorização legislativa;
j) transferência voluntária de recursos e a concessão 
de empréstimos, pelos Governos Federal e 
Estaduais e suas instituições financeiras, para 
pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo 
e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios;
k) utilização dos recursos provenientes das 
contribuições sociais para da previdência social 
em despesas distintas ao pagamento de benefícios 
do regime geral de previdência social; 
l) investimento cuja execução ultrapasse um 
exercício financeiro sem prévia inclusão no plano 
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão.
Ressalta-se que, conforme comenta Pascoal (2005), ao 
considerar que significativa parte das normas pertinentes ao 
Direito Financeiro brasileiro encontra-se assinalada no texto 
constitucional ou em leis complementares, espécies normativas 
que exigem quórum qualificado para alteração (3/5 e maioria 
absoluta, respectivamente), pode-se afirmar que a rigidez é uma 
das características do nosso sistema legal de finanças públicas.
GLOSSÁRIO
Créditos ilimitados
Despesas orçamentárias 
sem valores precisos; 
em aberto.
Autorização 
legislativa 
específica
Lei aprovada pelo Poder 
Legislativo autorizando 
a execução de despe-
sas orçamentárias e as 
receitas que as finan-
ciarão.
Direito Financeiro
É o ramo do Direito 
Público que estuda a 
atividade financeira do 
Estado sob o ponto de 
vista jurídico.
Para conhecer os dispositivos constitucionais referentes ao 
orçamento, visite o nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem.
22 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
Lei nº 4.320 de 1964
Esta lei estabelece as normas gerais de direito financeiro para a elaboração e 
controle dos orçamentos e dos balanços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
De acordo com Giacomoni (2007), a lei foi aprovada com o compromisso de 
consolidar a padronização dos procedimentos orçamentários para os diversos níveis de 
governo. Ainda destaca que a lei desce a particularidades, especialmente na adoção de 
plano de contas único para as três esferas.
Apesar de ter sido elaborada em 1964, esta lei foi recepcionada pela Constituição 
Federal de 1988, ou seja, boa parte de seus dispositivos são aplicados na elaboração, na 
execução e no controle dos orçamentos até os dias atuais, uma vez que a Magna Carta 
prevê uma Lei Complementar, ainda não aprovada, conforme já comentado. Tal lei deverá 
substituir a Lei nº4.320. 
Enquanto isso não ocorre, o processo orçamentário mescla a aplicação da Constituição 
e os instrumentos por ela estabelecidos (PPA, LDO e LOA) com a Lei de 1964.
Para conhecer a Lei 4.320/1964, visite o nosso 
Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
Decreto-Lei nº 200 de 1967
Esse Decreto dispõe sobre a organização da Administração Pública. Estabeleceu 
diretrizes para a reforma administrativa, ampliou a autonomia administrativa, reduziu 
a burocracia e aumentou a capacidade administrativa do Estado brasileiro. Definiu que 
a ação governamental deveria promover o desenvolvimento econômico-social do País. 
(ALBUQUERQUE; MEDEIROS; FEIJÓ, 2008)
Giacomoni (2007) afirma que este ato define o planejamento como um dos princípios 
fundamentais de orientação às atividades da administração federal, sendo o orçamento-
ead.orcamentofederal.gov.br | 23
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
programa anual entendido como um de seus instrumentos básicos, item que será 
abordado mais à frente, na unidade “Técnicas Orçamentárias”. 
Para conhecer esse Decreto, visite o nosso 
Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Lei Complementar nº 101 de 2000
Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008) caracterizam os antecedentes à publicação da 
Lei Complementar n° 101, a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Segundo os 
autores, a Economia brasileira viveu fase de intensa instabilidade entre o início da década 
de 1980 e a metade da década de 1990. Tal período foi marcado por elevados índices 
inflacionários, planos econômicos inconsistentes e por desequilíbrios expressivos nas 
finanças públicas dos três níveis de governo (federal, estadual e municipal). Além disso, 
afirmam que a conjuntura política brasileira, na década de 80, serviu de incentivo para 
que a sociedade ampliasse suas demandas sobre os gastos do governo que, especialmente 
a partir da Constituição de 1988, elevou o volume das transferências de receitas da União 
para os demais entes federativos e ampliou direitos às custas do Estado.
Os autores destacam que dentre os instrumentos de financiamento do setor público, 
eram amplamente utilizados artifícios tais como: atrasos de pagamentos a fornecedores e 
servidores públicos, tomada de recursos junto a bancos oficiais, realização de operações 
de antecipação de receitas orçamentárias, emissão de títulos públicos e outras operações 
que transferiam para as gerações futuras o pagamento de suas ações correntes.
Diante desse contexto, surgiu a necessidade da criação de mecanismos para a 
melhoria da gestão fiscal. Para sanear as finanças e melhorar os mecanismos de gestão 
das contas públicas, os autores informam que diversas iniciativas foram adotadas, 
partindo-se dos programas desenvolvidos para o equacionamento das dívidas de Estados 
e Municípios. Adicionalmente, para estabelecer mecanismos estruturais que permitissem 
prevenir futuros desajustes, foi editada a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A referida lei configura-se como um código de conduta para os gestores públicos 
do país, e tem sua aplicação com abrangência nos três Poderes (Executivo, Legislativo e 
24 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
Judiciário) e nas três esferas de governo (Federal, Estadual e Municipal). De acordo com 
esta lei, todos os governantes devem obedecer a determinadas normas e limites para 
administrar as finanças, devendo prestar contas sobre a utilização dos recursos públicos. 
Nesse sentido, Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008) salientam que a motivação 
para edição da referida lei foi a necessidade de condicionar a ação dos governantes aos 
limites estritos de sua efetiva capacidade de gasto, de forma a prevenir déficits fiscais e o 
consequente descontrole das contas públicas.
Em síntese, o foco da Lei de Responsabilidade Fiscal é a prevenção dos 
desequilíbrios fiscais. 
Os autores salientam que o ordenamento institucional da LRF se apoia em quatro 
eixos:
a) Planejamento: estabelecimento de metas fiscais; limites e condições para 
a renúncia de receita, para a geração de despesa e assunção de dívidas e 
realização de operações de crédito; e obrigatoriedade da elaboração dos 
três instrumentos básicos: PPA, LDO e LOA.
b) Transparência: divulgação ampla de relatórios de acompanhamento da 
gestão fiscal através dos documentos: Anexo de Metas Fiscais, Anexo de 
Riscos Fiscais, Relatório Resumido da Execução Orçamentária e Relatório 
de Gestão Fiscal.
c) Controle: exigência de ação fiscalizadora mais efetiva e contínua dos 
Tribunais de Contas e estabelecimento de prazos para atendimento aos 
limites fixados.
d) Responsabilização: identificação e responsabilização dos agentes sempre 
que houver o descumprimento das regras, de acordo com as sanções do 
Código Penal em legislação específica.
A LRF prevê em seu texto as chamadas Sanções Institucionais, as quais são sanções 
de natureza político-administrativa impostas aos entes federativos que incorrem no 
descumprimento de determinadas regras estabelecidas na lei. Como exemplo dessas 
sanções, podem ser mencionadas a proibição de receber transferências voluntárias, de 
contratar operações de crédito e de obter garantias de outro ente.
ead.orcamentofederal.gov.br | 25
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
Por fim, a LRF fortalece a transparência e eficiência das finanças públicas, ao 
introduzir no setor público brasileiro mecanismos e práticas de gestão saudáveis das 
contas públicas.
Tendo em vista que essa lei é válida para todos os entes 
federativos, abrangendo os três poderes (Executivo, Legislativo e 
Judiciário) e por ser uma lei ampla e com forte influência na 
elaboração, execução e controle orçamentário, ela será abordada 
ao longo dos módulos do curso.
Para conhecer a LRF, visite o nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Lei complementar nº 131 de 2009
Conforme já visto, a LRF institui mecanismos que permitem maior transparência e a 
consequente ampliação do controle social na gestão dos recursos públicos. 
O art. 48 da referida lei trata da transparência na gestão fiscal, mediante a divulgação 
dos planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias e relatórios específicos. Nesse 
sentido, para acrescentar dispositivos na LRF que promovessem maior participação 
popular no acompanhamento das contas públicas, foi aprovada a Lei Complementar nº 
131, de 27 de maio de 2009.
Assim, esta lei foi criada com a finalidade de determinar a disponibilização, em 
tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
Para conhecer melhor sobre essa Lei, visite o nosso 
Ambiente Virtual de Aprendizagem.
26 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
Lei n° 10.180 de 2001
Conforme observa Giacomoni (2007), no estudo do orçamento público, tão importante 
quanto às questões conceituais e de estrutura são os aspectos ligados ao seu processo, à 
sua dinâmica. Assim, a função orçamentária compreende um sistema orçamentário e um 
processo orçamentário que se complementam. 
A lei n° 10.180, de 2001, organiza e disciplina o Sistema de Planejamento e de 
Orçamento Federal, que compreende o conjunto de estruturas com funções próprias que 
atuam, de forma integrada, na Administração Pública Federal, no sentido de viabilizar o 
desenvolvimento de ações e a tomada de decisões relativas às atividades de elaboração, 
acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, e da realização de 
estudos e pesquisas sócio-econômicas (ALBUQUERQUE; MEDEIROS; SILVA, 2008). 
Conforme versao artigo 4º da referida lei, integram o Sistema de Planejamento e de 
Orçamento Federal:
I - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central e 
responsável pela coordenação do sistema e processos de planejamento e 
orçamento.
II - órgãos setoriais: são as unidades de planejamento e orçamento dos 
Ministérios, da Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da 
Presidência da República.
III - órgãos específicos: são aqueles vinculados ou subordinados ao órgão 
central do Sistema, cuja missão está voltada para as atividades de planejamento 
e orçamento.
O Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento – SIOP é o 
sistema informatizado que suporta os processos orçamentários 
do Governo Federal em tempo real. Por meio do acesso à 
internet, os usuários dos diversos órgãos setoriais e unidades 
orçamentárias integrantes do Sistema de Planejamento 
e de Orçamento Federal, bem como de outros sistemas 
automatizados, registram suas operações e efetuam suas 
consultas on-line, que também podem ser realizadas pelos 
cidadãos.
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SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
EXERCÍCIO 03
O orçamento público é um instrumento de gestão utilizado para organizar os recursos 
financeiros e, para isso, ele utiliza regras, aprovadas pelo Poder Legislativo, que devem ser 
cumpridas pelos gestores públicos e acompanhadas pela sociedade. Essas regras são os 
fundamentos legais que o embasam. Sobre os fundamentos legais, podemos afirmar que as 
alternativas abaixo estão corretas, exceto:
a) Os instrumentos legais que embasam o orçamento público federal são os 
seguintes: Constituição Federal de 1988, a Lei nº 4.320/1964; Decreto-Lei nº 
200/1967; Lei Complementar nº 101/2000; Lei complementar nº 131 de 2009 
e a Lei n° 10.180/2001;
b) A lei nº 4.320/64 estabelece as normas gerais de direito  financeiro para a 
elaboração e controle dos orçamentos e dos balanços da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios;
c) Com a publicação da Lei Complementar nº 101/2000, denominada LRF, todos 
os governantes passam a obedecer normas e limites para administrar as 
finanças, prestando contas sobre quanto e como gastam os recursos públicos.
d) A lei n° 10.180, de 2001, organiza e disciplina o Controle Externo da União, 
que compreende o conjunto de estruturas com funções próprias que atuam, 
de forma integrada no sentido de viabilizar o desenvolvimento de ações e a 
tomada de decisões relativas às atividades de elaboração, acompanhamento 
e avaliação de planos, programas e orçamentos, e de realização de estudos e 
pesquisas sócio-econômicas.
ead.orcamentofederal.gov.br | 29
Podemos reconhecer que o orçamento público não é apenas uma lei que autoriza a arrecadação de re-
ceitas e a execução de despesas, mas um instrumento 
que apresenta múltiplas funções, assim, o objetivo des-
sa unidade é apresentar de forma mais detalhada quais 
são as principais funções orçamentárias e como elas são 
aplicadas. 
Cada vez que estudamos de forma mais 
aprofundada o orçamento público, podemos levantar 
algumas reflexões interessantes:
• O orçamento seria apenas um documento formal em que constam as 
receitas e despesas públicas autorizadas para um determinado período 
de tempo?
• A elaboração e execução do orçamento público tem impacto na economia 
ou diretamente nas nossas vidas? 
Musgrave (1976), em sua abordagem, informa sobre a existência de um grande 
número de funções separadas, embora inter-relacionadas, e propõe uma classificação, 
UNIDADE IV
FUNÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
30 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
baseada na determinação de políticas orçamentárias em um 
Estado imaginário, no qual prevaleçam padrões eficientes de 
planejamento fiscal. Tal perspectiva demonstra a complexidade 
do orçamento e a sua influência na economia, com impactos na 
vida de cada cidadão.
Dessa forma, segundo o autor, a política orçamentária é 
determinada como sendo o resultado de três funções interde-
pendentes: alocativa, distributiva e estabilizadora, cada qual 
envolvendo diferentes objetivos e princípios de ação, tendo em 
vista a obtenção de um planejamento orçamentário eficiente. 
FUNÇÃO ALOCATIVA
Com esta função o governo busca atender a necessidades 
meritórias e sociais em áreas da economia em que as forças do 
mercado não conseguem assegurar resultados ótimos. Assim, 
por meio da alocação orçamentária o Governo pode intervir 
para que haja uma alocação mais eficiente de recursos.
GLOSSÁRIO
Necessidades 
Meritórias 
São necessidades satis-
feitas por meio do or-
çamento público, além 
daquilo que já é pro-
vido, paralelamente, 
pelo mercado e pago 
pelos consumidores.
Exemplo: merenda 
escolar; subsídio para 
casas de baixo custo, 
educação gratuita.
Como exemplo da função alocativa, 
imagine que o Governo identifique a neces-
sidade de desenvolver o setor de energia 
numa determinada região. Considere que a 
análise procedida pelo Governo constatou 
que para essa região a forma mais racional 
de energia é a gerada por hidroelétricas e 
que o setor privado não teria estímulo em 
investir no seu desenvolvimento, por ques-
tões relacionadas a altos custos e baixo re-
torno financeiro de investimentos.
Sendo assim, volumosos recursos públicos poderiam ser alocados na geração e 
transmissão dessa energia. Como consequência disso, seria de se esperar que o orçamento 
governamental apresentasse cifras substanciais alocadas em projetos de construção de 
ead.orcamentofederal.gov.br | 31
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
linhas de transmissão ou, até mesmo, registrasse as despesas oriundas de incentivos 
fiscais concedidos às empresas construtoras dos complexos hidroelétricos.
 No entanto, lembre-se de que, num cenário real, onde os recursos orçamentários 
arrecadados são inferiores às possibilidades de gasto, ao optar pelo desenvolvimento de 
um setor, o governo acaba abrindo mão de outras escolhas possíveis. 
FUNÇÃO DISTRIBUTIVA
Diz respeito ao ajustamento da distribuição da renda das pessoas e empresas para 
assegurar uma situação considerada socialmente justa e que cause o menor dano possível 
ao funcionamento eficiente da economia.
Esta função é importante para o crescimento equilibrado do país. É por intermédio 
dela que o Governo deve combater os desequilíbrios regionais e sociais, promovendo o 
desenvolvimento das regiões e classes menos favorecidas. 
Como exemplo dessa função, imagine que o Governo deseje combater as desigual-
dades verificadas numa dada região, onde parte considerável da sua população é anal-
fabeta.
Para isso, o orçamento governamental poderia contemplar 
aquela região com ações orçamentárias em um programa de 
redução do analfabetismo, cujo financiamento poderia se dar por 
meio de recursos captados de classes econômico-sociais ou de 
regiões mais abastadas.
Outro exemplo simples, de forma geral, seria a concessão 
de subsídios aos bens de consumo popular, financiados por 
impostos incidentes sobre os bens consumidos pelas classes de 
mais alta renda.
O modo mais fácil e direto de executar essa função é por 
meio do sistema de tributação e de pagamentos de transferência, 
tais como subvenções sociais e benefícios previdenciários 
(aposentadorias e pensões, constantes no orçamento).
GLOSSÁRIO
Subvenções 
sociais
Recursos públicos des-
tinados a instituições 
públicas ou privadas, 
de caráter assisten-
cial ou cultural, sem 
finalidade lucrativa, 
os quais visam funda-
mentalmente custear 
as despesas concer-
nentes à prestação de 
serviços essenciais de 
assistência social,mé-
dica e educacional.
32 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
FUNÇÃO ESTABILIZADORA
Tem como finalidade principal a manutenção de um alto nível de utilização de 
recursos econômicos e de um valor estável da moeda. Assim, está relacionada às escolhas 
orçamentárias na busca do pleno emprego dos recursos econômicos; da estabilidade de 
preços; do equilíbrio da balança de pagamentos e das taxas de câmbio, tudo isso visando 
o crescimento econômico em bases sustentáveis.
Como exemplo de uma prática relacionada a essa função, podemos destacar a 
decisão de determinado governo em reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados 
– IPI, que incide diretamente na produção de veículos e em seu preço final. 
É uma forma de estimular o consumo, estabilizando os níveis de emprego no setor 
automotivo e promovendo o crescimento econômico do país.
No Brasil, principalmente nos últimos anos, a política de estabilização está 
focalizada no combate à inflação. Tendo em vista o alcance de significativos resultados 
na estabilização econômica, outros aspectos devem ser priorizados, como, por exemplo, 
uma maior eficiência na alocação e execução do gasto público.
ead.orcamentofederal.gov.br | 33
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
Por fim, Musgrave (1976) atenta para a necessidade de serem criadas combinações 
apropriadas das mencionadas funções na peça orçamentária, tendo em vista o alcance da 
maior eficiência possível.
EXERCÍCIO 4
Relacione as funções orçamentárias abaixo: 
( 1 ) Alocativa 
( 2 ) Distributiva
( 3 ) Estabilizadora 
( ) Com esta função o governo busca atender a necessidades meritórias e 
sociais em áreas da economia em que as forças do mercado não conseguem 
assegurar resultados ótimos. Assim, por meio da alocação orçamentária o 
Governo pode intervir para que haja uma alocação de recursos mais eficiente. 
( ) Diz respeito ao ajustamento da distribuição da renda das pessoas e empresas 
para assegurar uma situação considerada socialmente justa e que cause o 
menor dano possível ao funcionamento eficiente da economia.
( ) Tem como finalidade principal a manutenção de um alto nível de utilização 
de recursos econômicos e de um valor estável da moeda, buscando o pleno 
emprego dos recursos econômicos; a estabilidade de preços; o equilíbrio da 
balança de pagamentos e das taxas de câmbio, com vistas ao crescimento 
econômico em bases sustentáveis.
ead.orcamentofederal.gov.br | 35
Conforme relatam Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008) à medida que evoluíram as técnicas de planejamento e de intervenção do Estado na economia, novas funções 
foram incorporadas ao orçamento. Com isso, distintas técnicas de orçamento foram de-
senvolvidas.
Desde a formação do instrumento Orçamento Público com a Carta Magna da Grã 
Bretanha, conforme vimos anteriormente, até os dias de hoje foram desenvolvidas muitas 
técnicas orçamentárias, fazendo frente às exigências e necessidades dos novos arranjos 
entre o Estado e a sociedade.
Muito embora se possa reconhecer uma trajetória de avanços em matéria de 
orçamento público, não é comum verificarmos uma ruptura completa entre o modelo 
tradicional e o atual no processo de elaboração dos orçamentos. 
O que se observa é que as novas técnicas foram sendo desenvolvidas e incorporadas 
paulatinamente ao modelo tradicional.
Para efeitos didáticos, é possível relacionar algumas dessas técnicas ou práticas que 
são marcantes na evolução orçamentária. Portanto, o objetivo dessa unidade é apresentar 
os tipos de técnicas orçamentárias: Orçamento Clássico, Orçamento de Desempenho, 
Orçamento-Programa, Orçamento Base Zero e Orçamento Participativo.
UNIDADE V
TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS
36 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
Orçamento Clássico ou Tradicional
De acordo com Giacomoni (2007), sua principal função é propiciar o controle político 
sobre as finanças públicas, buscando o equilíbrio entre receitas e despesas e evitar a 
expansão descontrolada dos gastos.
Tem ênfase no objeto de gasto, classificado por itens de despesa e unidades 
administrativas responsáveis por sua execução. Sua principal deficiência está no fato de 
que não tem como referência um programa de governo ou um conjunto de objetivos a 
atingir (ALBUQUERQUE; MEDEIROS; FEIJÓ, 2008). 
PARA SABER MAIS:
Orçamento 
Incremental
Orçamento elaborado 
através de ajustes 
marginais nos seus 
itens de receita e 
despesa, baseado 
na série histórica 
orçamentária.
Repetição do orçamen-
to anterior acrescido 
da variação de preços 
ocorrida no período. 
Sua utilização como 
prática está associada 
ao Orçamento Clássico 
ou Tradicional.
Nesse modelo de orçamento, há uma preocupação 
exagerada com o controle contábil do gasto, refletida no obsessivo 
detalhamento da despesa. Outra característica desta técnica é a 
elaboração orçamentária com viés inercial (ou incremental). Ao 
adotar essa prática, a distribuição dos recursos para unidades 
orçamentárias se dá com base na proporção dos recursos gastos 
em exercícios anteriores (série histórica) e não em função do 
programa de trabalho que pretendem realizar.
Neste caso, as distorções são inevitáveis, promovendo um 
ciclo vicioso baseado no incentivo ao gasto indiscriminado, apenas 
para garantir maior “fatia” nos orçamentos seguintes.
Orçamento de Desempenho ou de Realizações
A evolução do orçamento clássico trouxe um novo enfoque 
na elaboração da peça orçamentária. Evidenciar as “coisas que 
o governo compra” passa a ser menos importante em relação às 
“coisas que o governo faz”. Assim, saber o que a Administração 
Pública compra tornou-se menos relevante do que saber para que 
se destina a referida aquisição. 
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SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não pode, ainda, ser 
considerado um orçamento-programa, visto que lhe falta uma característica essencial, 
que é a vinculação ao Sistema de Planejamento.
Orçamento-Programa
Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008) discorrem que a ênfase desta técnica está 
nos programas de governo, nas realizações almejadas. Assim, o orçamento-programa 
constitui peça intimamente associada ao planejamento, traduzindo amplamente o plano 
de trabalho do governo, com a indicação dos programas e das ações a serem realizados, 
bem como dos montantes e das fontes de recursos a serem utilizados em sua execução.
Com base nos estudos de alguns autores, a referida técnica tem como principais 
características: a integração planejamento-orçamento; a quantificação de objetivos e a 
fixação de metas; maior ênfase na relação insumo-produto; o acompanhamento físico-
financeiro das ações orçamentárias; a contínua avaliação de resultados e uma gestão 
voltada para o alcance de objetivos.
Essa técnica orçamentária foi consagrada na esfera federal pelo Decreto-Lei nº 
200, de 23 de fevereiro de 1967, que menciona o orçamento-programa como plano de 
ação do Governo Federal, quando, em seu art. 16 determina: “em cada ano será elaborado 
um orçamento-programa que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizado no 
exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual”. 
38 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
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Orçamento Base Zero
Constitui uma técnica para elaboração do orçamento, desenvolvida nos Estados 
Unidos pela Texas Instruments Inc., durante o ano de 1969, e adotada pelo Estado da 
Georgia no governo Jimmy Carter, tendo comoprincipais características:
• Análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e não apenas 
das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente; e
• Apresentação de justificativas para todos os programas cada vez que se 
inicia um novo ciclo orçamentário.
PARA SABER MAIS:
Entre as cidades que 
utilizam o Orçamento 
Participativo no 
Brasil, podemos 
destacar, por exemplo: 
Porto Alegre, Belo 
Horizonte, Recife, 
Brasília. 
Orçamento Participativo
O orçamento participativo é uma técnica que possibilita 
uma participação direta e efetiva da população na elaboração 
da proposta orçamentária do governo. Esse tipo de orçamento é 
adotado por decisão do governo, no qual a sociedade civil é con-
sultada quando da definição de metas e programas prioritários. 
Dessa forma, representa um progresso na busca da democratiza-
ção da gestão pública.
ead.orcamentofederal.gov.br | 39
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
Ressalta-se que essa técnica vem apresentando resultados positivos, sobretudo no 
âmbito da esfera municipal, e caracteriza-se como um estímulo ao exercício da cidadania 
e à co-responsabilização entre governo e sociedade sobre a gestão da coisa pública.
Contudo, cabe frisar que o chefe do Poder Executivo não é obrigado a seguir estrita-
mente as sugestões colhidas junto à população, uma vez que no Brasil temos um modelo 
orçamentário autorizativo e não impositivo, no qual o governo seria obrigado a executar 
de forma integral a peça orçamentária. 
A tabela abaixo demonstra o resumo de técnicas orçamentárias:
DENOMINAÇÃO CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES
Orçamento Tradicional Processo orçamentário em que é explicitado 
apenas o objeto de gasto.
Apresenta valores para as despesas 
com pessoal, material, serviços etc., 
sem relacionar os gastos a nenhuma fi-
nalidade (programa ou ação). Também 
conhecido como Orçamento Clássico.
Orçamento de
Desempenho
Evolução do orçamento clássico;
Foco naquilo que o governo faz (para que se des-
tina a referida aquisição);
Ênfase aos resultados (desempenho do gover-
no).
Não pode ser considerado um orça-
mento-programa, visto que lhe falta 
uma característica essencial, que é a 
vinculação ao Sistema de Planejamen-
to.
Orçamento-Programa Orçamento que expressa, financeira e fisicamen-
te, os programas de trabalho de governo, possi-
bilitando: 
a) a integração do planejamento com o orça-
mento;
b) a quantificação de objetivos e a fixação de 
metas;
c) as relações insumo-produto; 
d) as alternativas programáticas;
e) o acompanhamento físico-financeiro;
f ) a avaliação de resultados;
g) a gerência por objetivos.
Originalmente, integrava o Sistema 
de Planejamento, Programação e Or-
çamentação introduzido nos Estados 
Unidos, no final da década de 1950, 
sob a denominação PPBS (Planning 
Programming Budgeting System). 
Orçamento Base-zero Processo orçamentário que se apoia na necessi-
dade de justificativa de todos os programas cada 
vez que se inicia um novo ciclo orçamentário.
Analisa, revê e avalia todas as despesas propos-
tas e não apenas as das solicitações que ultra-
passam o nível de gasto já existente. Não consi-
dera a série histórica dos gastos realizados.
Abordagem orçamentária desenvolvi-
da nos Estados Unidos, pela Texas Ins-
truments Inc., durante o ano de 1969. 
Foi adotada pelo Estado da Geórgia 
(governo Jimmy Carter), no ano fiscal 
de 1973.
Orçamento Participativo Processo orçamentário que contempla a popula-
ção no processo decisório, por meio de lideran-
ças ou audiências públicas.
Transparência dos critérios e informações que 
nortearão a tomada de decisões. 
Requer alto grau de mobilização so-
cial. Deve haver disposição do poder 
público em descentralizar e repartir o 
poder.
TABELA 1 | Resumo de técnicas e práticas orçamentárias
40 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
EXERCÍCIO 5
Assinale Verdadeiro (V) ou falso (F) em relação às Técnicas Orçamentárias: 
( ) A principal função do Orçamento Clássico é propiciar o controle político 
sobre as finanças públicas, buscando o equilíbrio entre receitas e despesas e 
evitando a expansão descontrolada dos gastos.
( ) O Orçamento Participativo caracteriza-se por uma participação indireta e 
efetiva da população na elaboração da proposta orçamentária do governo. 
Por uma decisão de governo, a sociedade civil é consultada quando da 
definição de metas e programas prioritários.
( ) O orçamento Base Zero tem como uma de suas características a análise, revisão 
e avaliação de todas as despesas propostas e não apenas das solicitações que 
ultrapassam o nível de gasto já existente. 
( ) O Orçamento de Desempenho constitui peça intimamente associada ao 
planejamento, traduzindo amplamente o plano de trabalho do governo, com 
a indicação dos programas e das ações a serem realizados.
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O objetivo dessa unidade é apresentar os Princípios Orçamentários que visam estabe-lecer regras básicas a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência aos 
processos de elaboração, execução, avaliação e controle do orçamento público. 
Nesta unidade, vamos tratar detalhadamente desse assunto, buscando refletir sobre 
os seguintes questionamentos: 
• Costumamos adotar princípios que são importantes na orientação das 
nossas vidas? Nossos princípios têm impacto nas decisões que tomamos 
e na forma como agimos?
• Na realização das atividades das organizações onde trabalhamos também 
devemos nos orientar por princípios?
• Você sabia que o orçamento público também segue regras fundamentais 
para direcionar a prática orçamentária?
Os princípios orçamentários são estabelecidos e disciplinados tanto por normas 
constitucionais e infraconstitucionais quanto pela doutrina. Muitos autores reconhecem 
que vários Princípios Orçamentários Tradicionais estão acolhidos na ordem jurídica 
brasileira, seja de modo mais ou menos explícito.
UNIDADE VI
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
42 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
O quadro abaixo destaca alguns dos princípios orçamentários clássicos e modernos 
mais essenciais. Vamos conhecê-los? 
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS CLÁSSICOS
Anualidade: De acordo com o Princípio da Anualidade, o orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro. 
Conforme a legislação brasileira, o exercício financeiro precisa coincidir com o ano civil (1o de janeiro a 31 de dezembro). A 
Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF vem reforçar este princípio ao estabelecer que as obrigações assumidas no exercício 
sejam compatíveis com os recursos financeiros obtidos no mesmo exercício. 
Clareza: Pelo Princípio da Clareza, o orçamento deve ser claro e de fácil compreensão a qualquer indivíduo. 
Equilíbrio: No que diz respeito ao Princípio do Equilíbrio, fica evidente que os valores autorizados para a realização das des-
pesas no exercício deverão ser compatíveis com os valores previstos para a arrecadação das receitas. 
O princípio do equilíbrio passa a ser parâmetro para o acompanhamento da execução orçamentária. A execução das despe-
sas sem a correspondente arrecadação no mesmo período acarretará, invariavelmente, resultados negativos, compromete-
dores para o cumprimento das metas fiscais, que serão vistas mais adiante.
Exclusividade: Verifica-se que a lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à fixação das despesas e à previsão 
das receitas. A CF/1988 estabelece como exceções: autorização para abertura de créditos e para a contratação de operações 
de crédito.
Legalidade: Estabelece que a elaboração do orçamento deve observar as limitações legais em relação aos gastose às re-
ceitas e, em especial, ao que se segue quanto às vedações impostas pela Constituição Federal à União, Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios.
Não afetação das Receitas: Segundo esse princípio, nenhuma parcela da receita poderá ser reservada ou comprometida 
para atender a certos ou determinados gastos. Trata-se de dotar o administrador público de margem de manobra para alo-
car os recursos de acordo com as prioridades do seu governo. No Brasil, esse princípio aplica-se apenas a impostos.
Publicidade: Diz respeito à garantia da transparência e pleno acesso a qualquer interessado às informações necessárias ao 
exercício da fiscalização sobre a utilização dos recursos arrecadados dos contribuintes. 
Unidade Orçamentária: Diz que o orçamento é uno. Ou seja, todas as receitas e despesas devem estar contidas numa só 
lei orçamentária. 
Uniformidade: Para a obediência a esse princípio, os dados apresentados devem ser homogêneos nos exercícios, no que 
se refere à classificação e demais aspectos envolvidos na metodologia de elaboração do orçamento, permitindo compara-
ções ao longo do tempo.
Universalidade: Todas as receitas e todas as despesas devem constar da lei orçamentária, não podendo haver omissão.
Especificação ou Discriminação/Especialização: as receitas e as despesas devem aparecer no orçamento de maneira dis-
criminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos recursos e sua aplicação.
Orçamento Bruto: Determina que todas as receitas e despesas devem constar na peça orçamentária com somente seus 
valores brutos, não envolvendo assim os seus valores líquidos. Dessa forma, devem constar valores totais, sendo vedadas 
quaisquer deduções.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS MODERNOS
Descentralização: É preferível que a execução das ações ocorra no nível mais próximo de seus beneficiários. Com essa prá-
tica, a cobrança dos resultados tende a ser favorecida, dada a proximidade entre o cidadão, beneficiário da ação, e a unidade 
administrativa que a executa.
Responsabilização: Conforme o Princípio da Responsabilização, os gerentes/administradores devem assumir, de forma 
personalizada, a responsabilidade pelo desenvolvimento de um programa, buscando a solução ou o encaminhamento de 
um problema.
Simplificação: Pelo Princípio da Simplificação, o planejamento e o orçamento devem basear-se em elementos de fácil com-
preensão.
No âmbito do Governo Federal observam-se iniciativas como: a Cartilha de Orçamento Público Sofinha e sua Turma e a Revis-
ta Orçamento Federal ao Alcance de Todos. 
Programação: o orçamento deve relacionar os programas de trabalho do governo, enfatizando as metas e os objetivos a 
serem alcançados.
QUADRO 1 | Princípios Orçamentários
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SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO
O entendimento dos princípios orçamentários é muito importante para uma melhor 
compreensão dos temas a serem abordados no curso, sobretudo quando tratarmos de 
questões relacionadas aos processos orçamentários.
EXERCÍCIO 6
Sabe-se que os princípios orçamentários estabelecem regras básicas a fim de conferir 
racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução, avaliação 
e controle do orçamento público. Com o intuito de relembrarmos alguns dos princípios 
orçamentários existentes, relacione a primeira coluna de acordo com a segunda: 
( 1 ) Princípio da Exclusividade.
( 2 ) Princípio da Unidade Orçamentária. 
( 3 ) Princípio da Não-afetação das Receitas.
( 4 ) Princípio do Orçamento Bruto. 
( ) Por meio desse princípio, verifica-se que a lei orçamentária não poderá conter 
matéria estranha à fixação das despesas e à previsão das receitas; 
( ) Esse princípio determina que todas as receitas e despesas devem constar na 
peça orçamentária somente com seus valores brutos, não envolvendo assim 
os seus valores líquidos;
( ) Segundo esse princípio, nenhuma parcela da receita poderá ser reservada 
ou comprometida para atender a certos ou determinados gastos. Trata-se de 
dotar o administrador público de margem de manobra para alocar os recursos 
de acordo com as prioridades do seu governo;
( ) Esse princípio diz que o orçamento é uno. Ou seja, todas as receitas e despesas 
devem estar contidas numa só lei orçamentária. 
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Esse módulo teve como finalidade abordar temas e conceitos fundamentais para a in-trodução aos estudos orçamentários, além de apresentar um breve histórico do orça-
mento público. Em seu conteúdo, buscou-se dispor informações relevantes acerca dos 
Fundamentos Legais do Orçamento Público e de suas Funções, Técnicas e Princípios.
Para complementar os conhecimentos estudados, são indicados materiais de 
apoio no Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Por fim, tendo em vista facilitar a fixação dos conhecimentos estudados, você pode 
fazer uma breve revisão do módulo a seguir.
CONCLUSÃO
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Neste módulo você aprendeu que o orçamento público caracteriza-se como um ins-trumento da política fiscal fundamental para a atuação do Estado, no sentido de 
alcançar resultados que promovam a estabilidade e sustentabilidade econômica e uma 
maior qualidade de vida à população.
Pôde conhecer um breve histórico e entender que a origem dos orçamentos públicos 
está relacionada ao desenvolvimento da democracia, em oposição ao Estado antigo, 
no qual o monarca considerava-se soberano e detentor do patrimônio originário da 
coletividade.
Você viu ainda que os fundamentos legais que dão base ao orçamento público na 
esfera federal são: Constituição Federal de 1988, Lei nº 4.320 de 1964, Decreto Lei nº 200 
de 1967, Lei complementar nº 101 de 2000, Lei complementar nº 131 de 2009 e a Lei n° 
10.180 de 2001.
• A Constituição Federal de 1988 é a lei máxima na qual todas as outras leis 
relacionadas ao orçamento público e todos os processos orçamentários 
devem estar em harmonia;
• A Lei 4.320/64 estabelece as normas gerais de direito financeiro para a 
elaboração e controle dos orçamentos e dos balanços da União, Estados, 
Distrito Federal e dos Municípios. 
• O Decreto Lei nº 200/67 enfatiza a importância do planejamento, 
promovendo as bases para a implantação do Orçamento-Programa;
REVISÃO DO MÓDULO
48 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
• A Lei Complementar nº 101/2000, denominada Lei de Responsabilidade 
Fiscal, criou mecanismos para a adoção de uma gestão fiscal mais 
equilibrada, responsável e transparente.
• A Lei Complementar nº 131/09 foi criada para acrescentar dispositivos na 
LRF que promovessem maior participação popular no acompanhamento 
das contas públicas.
• A Lei 10.180/01 organiza e disciplina o Sistema de Planejamento e de 
Orçamento Federal, que compreende o conjunto de estruturas com 
funções próprias que atuam, de forma integrada, na Administração 
Pública Federal. 
Para finalizar este módulo, abordamos as Funções, Técnicas e Princípios orçamen-
tários. Os pontos de destaque nessas unidades são: 
• Funções orçamentárias: Alocativa, Distributiva e Estabilizadora;
• Técnicas orçamentárias: Orçamento Tradicional, Orçamento de Desem-
penho, Orçamento-Programa, Orçamento Base-Zero, Orçamento Partici-
pativo; 
• Princípios Orçamentários: Anualidade, Clareza, Equilíbrio, Exclusivida-
de, Legalidade, Não afetação das Receitas, Publicidade, Unidade Orça-
mentária, Uniformidade, Universalidade, Especificação, Orçamento Bru-
to, Descentralização, Responsabilização, Simplificação e Programação. 
E agora que já revisamos o módulo, vamos conhecer os instrumentos do Processo 
Orçamentário. Esse é o nosso próximo assunto! 
ead.orcamentofederal.gov.br | 49
ALBUQUERQUE, C. M.; MEDEIROS,M. B.; SILVA, P. H. F. Gestão de Finanças Públicas. 
2ª edição. Brasília, 2008.
BALEEIRO, A. Uma introdução à Ciência das Finanças. 15ª edição, Rio de Janeiro, 1998.
BURKHEAD, J. Orçamento Público. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1971.
CASTRO, R. G. Finanças Públicas. 4ª edição. Brasília: Vestcon, 2000.
GIACOMONI, J. Orçamento Público. 14ª edição. São Paulo: Atlas, 2007. 
LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 15ª edição. São Paulo: Saraiva, 2011.
MUSGRAVE, R. Teoria das Finanças Públicas. São Paulo: Atlas, 1976.Volume 1 e 2.
MACHADO JUNIOR, J.T. Classificação das contas públicas. 1ª Ed.Rio de Janeiro: 
FGV,1967. 
PASCOAL, V. F. Direito financeiro e controle externo: teoria, jurisprudência e 370 
questões. 4ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 
DF, Senado, 1998.
BRASIL. Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças 
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
 _______. Lei Complementar no 131, de 27 de maio de 2009. Acrescenta dispositivos à 
Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, que estabelece normas de finanças 
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, a fim 
de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre 
a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
50 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS
ESCOLA VIRTUAL SOF
_______. Lei no 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro 
para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos 
Municípios e do Distrito Federal.
_______. Lei no 10.180, de 6 de fevereiro de 2001. Organiza e disciplina os Sistemas 
de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de 
Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras 
providências.
_______. Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização da 
Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras 
providências.
_______. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional – Glossário. https://
www.tesouro.fazenda.gov.br/glossario?b=A. Acesso em 06/05/2013.
_______. Senado Federal. Portal Orçamento - Glossário. http://www12.senado.gov.br/
orcamento/glossario. Acesso em 16/05/2013.
GABARITO DOS EXERCÍCIOS
1) C (O orçamento público é um instrumento característico da política fiscal)
2) D (Alternativa A: o orçamento público surge em oposição ao estado absolutista. Alternativa B: o orçamento público 
fortaleceu o controle popular e representativo. Alternativa C: Princípio do Consentimento Popular)
3) D (A Lei 10.180 de 2001 organiza e disciplina os sistemas de planejamento e de orçamento federal, da Administração 
Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de controle interno do poder executivo federal 
4) 1, 2, 3
5) V, F, V, F (O Orçamento Participativo preconiza a participação direta e efetiva da população na elaboração da proposta 
orçamentária; a técnica que associa o planejamento ao orçamento é o Orçamento-Programa)
6) 1, 4, 3, 2
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO
SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL
CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO
MÓDULO II
INSTRUMENTOS DO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO
(ORG) FERNANDO CESAR ROCHA MACHADO
BRASÍLIA
2016
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão
Valdir Simão
Secretário-Executivo
Francisco Gaetani
Secretária de Orçamento Federal
Esther Dweck
Secretários-Adjuntos
Antonio Carlos Paiva Futuro
Franselmo Araújo Costa
George Alberto Aguiar Soares
Cilair Rodrigues de Abreu
Diretores
Clayton Luiz Montes
Felipe Daruich Neto
Marcos de Oliveira Ferreira
Zarak de Oliveira Ferreira
Coordenador-Geral de Inovação e
Assuntos Orçamentários e Federativos
Girley Vieira Damasceno
Coordenadora de Educação e Disseminação Orçamentária
Rosana Lordêlo de Santana Siqueira
Organização do Conteúdo
Fernando Cesar Rocha Machado
Revisão do Conteúdo
Munique Barros Carvalho
Revisão Pedagógica
Janiele Cardoso Godinho
Revisão Gramatical e Ortográfica
Renata Carlos da Silva
Projeto Gráfico e Diagramação
Tiago Ianuck Chaves
Colaboração
Bruno Rodolfo Cupertino
Karen Evelyn Scaff
Munique Barros Carvalho
Olivia Pereira Paranayba
Informações: 
www.orcamentofederal.gov.br 
Secretaria de Orçamento Federal
SEPN 516, Bloco “D”, Lote 8, 
70770-524, Brasília – DF, Tel.: (61) 2020-2329
escolavirtualsof@planejamento.gov.br
 Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
 Secretaria de Orçamento Federal. Escola Virtual SOF.
 Curso Orçamento Público / organização de Fernando
Cesar Rocha Machado. Brasília, 2014.
 5 v. ; il.
 Conteúdo: Módulo I. Orçamento público: conceitos e 
Fundamentos. Módulo II. Instrumentos do processo 
Orçamentário. Módulo III. Receita orçamentária. Módulo IV.
Despesa orçamentária. Módulo V. Execução orçamentária.
1. Orçamento público. 2. Finanças públicas. I. Machado, 
 Fernando Cesar Rocha. II. Título.
 CDU: 336.121.3(81) 
 CDD: 351.722
OBJETIVOS DO MÓDULO
• Apresentar o processo orçamentário, identificando seus instrumentos e 
etapas que resultam na elaboração dos orçamentos.
UNIDADES ABORDADAS
• Processo orçamentário
• Plano Plurianual (PPA)
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
• Lei Orçamentária Anual (LOA)
SUMÁRIO
Apresentação ......................................................................................................................................7
UNIDADE I - PROCESSO ORÇAMENTÁRIO ............................................... 9
Conceitos do Processo Orçamentário .................................................................................10
Instrumentos do Processo Orçamentário ..........................................................................12
Relação dos Instrumentos Orçamentários ........................................................................13
UNIDADE II - PLANO PLURIANUAL (PPA)............................................... 15
Plano Plurianual 2012-2015 .....................................................................................................19
Dimensões do PPA 2012-2015 ............................................................................................... 20
Principais categorias .................................................................................................................21
Elaboração ................................................................................................................................... 24
Monitoramento, Avaliação e Revisão ................................................................................. 25
UNIDADE III - LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) ................. 29
Anexos da LDO .......................................................................................................................... 32
Processo e Prazos ...................................................................................................................... 33
UNIDADE IV - LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) ................................. 37
Etapas do Processo de elaboração do PLOA ................................................................... 40
Mensagem Presidencial .......................................................................................................... 48
Processo Legislativo Orçamentário .....................................................................................

Outros materiais