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MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO MÓDULO I ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS (ORG) FERNANDO CESAR ROCHA MACHADO BRASÍLIA 2016 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Valdir Simão Secretário-Executivo Francisco Gaetani Secretária de Orçamento Federal Esther Dweck Secretários-Adjuntos Antonio Carlos Paiva Futuro Franselmo Araújo Costa George Alberto Aguiar Soares Cilair Rodrigues de Abreu Diretores Clayton Luiz Montes Felipe Daruich Neto Marcos de Oliveira Ferreira Zarak de Oliveira Ferreira Coordenador-Geral de Inovação e Assuntos Orçamentários e Federativos Girley Vieira Damasceno Coordenadora de Educação e Disseminação Orçamentária Rosana Lordêlo de Santana Siqueira Organização do Conteúdo Fernando Cesar Rocha Machado Revisão do Conteúdo Munique Barros Carvalho Revisão Pedagógica Janiele Cardoso Godinho Revisão Gramatical e Ortográfica Renata Carlos da Silva Projeto Gráfico e Diagramação Tiago Ianuck Chaves Colaboração Bruno Rodolfo Cupertino Karen Evelyn Scaff Munique Barros Carvalho Olivia Pereira Paranayba Informações: www.orcamentofederal.gov.br Secretaria de Orçamento Federal SEPN 516, Bloco “D”, Lote 8, 70770-524, Brasília – DF, Tel.: (61) 2020-2329 escolavirtualsof@planejamento.gov.br Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal. Escola Virtual SOF. Curso Orçamento Público / organização de Fernando Cesar Rocha Machado. Brasília, 2014. 5 v. ; il. Conteúdo: Módulo I. Orçamento público: conceitos e Fundamentos. Módulo II. Instrumentos do processo Orçamentário. Módulo III. Receita orçamentária. Módulo IV. Despesa orçamentária. Módulo V. Execução orçamentária. 1. Orçamento público. 2. Finanças públicas. I. Machado, Fernando Cesar Rocha. II. Título. CDU: 336.121.3(81) CDD: 351.722 OBJETIVOS DO MÓDULO • Apresentar os principais conceitos sobre o orçamento público • Traçar um breve histórico de sua origem e evolução • Destacar as suas premissas legais UNIDADES I - Conceitos de Orçamento Público II - Breve Histórico do Orçamento Público III - Fundamentos Legais IV - Funções Orçamentárias V - Técnicas Orçamentárias VI - Princípios Orçamentários SUMÁRIO Apresentação ......................................................................................................................................7 UNIDADE I - CONCEITOS DE ORÇAMENTO PÚBLICO ............................. 9 UNIDADE II - BREVE HISTÓRICO DO ORÇAMENTO PÚBLICO ...............13 UNIDADE III - FUNDAMENTOS LEGAIS DO ORÇAMENTO PÚBLICO ....17 Constituição Federal de 1988.................................................................................................19 Lei nº 4.320 de 1964 ................................................................................................................. 22 Decreto-Lei nº 200 de 1967 ................................................................................................... 22 Lei Complementar nº 101 de 2000 ...................................................................................... 23 Lei complementar nº 131 de 2009....................................................................................... 25 Lei n° 10.180 de 2001 ................................................................................................................ 26 UNIDADE IV - FUNÇÕES ORÇAMENTÁRIAS ........................................... 29 Função alocativa........................................................................................................................ 30 Função distributiva ....................................................................................................................31 Função estabilizadora.............................................................................................................. 32 UNIDADE V - TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS ........................................... 35 Orçamento Clássico ou Tradicional ..................................................................................... 36 Orçamento de Desempenho ou de Realizações ............................................................ 36 Orçamento-Programa ............................................................................................................. 37 Orçamento Base Zero .............................................................................................................. 38 Orçamento Participativo ......................................................................................................... 38 UNIDADE VI - PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ....................................... 41 CONCLUSÃO ............................................................................................. 45 REVISÃO DO MÓDULO ............................................................................ 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 49 GABARITO DOS EXERCÍCIOS ................................................................... 50 ead.orcamentofederal.gov.br | 7 APRESENTAÇÃO Caro (a) participante! Seja bem-vindo ao curso Orçamento Público da Escola Virtual SOF. Temos o prazer de tê-lo como nosso aluno e auxiliá-lo na construção do seu conhecimento acerca desta importante temática. Esse curso surgiu da necessidade de desenvolver junto aos cidadãos e servidores públicos conhecimentos e competências relacionadas aos principais temas orçamentários. O curso oferece aos alunos uma abordagem mais aprofundada do conteúdo orçamento público. Está dividido em cinco módulos, sendo que cada um deles é composto por unidades temáticas e exercícios de fixação. Os módulos são os seguintes: • Módulo I: Orçamento Público: Conceitos e Fundamentos • Módulo II: Instrumentos do Processo Orçamentário • Módulo III: Receita Orçamentária • Módulo IV: Despesa Orçamentária • Módulo V: Execução Orçamentária No primeiro módulo serão abordados temas introdutórios fundamentais aos estudos do Orçamento Público, os quais serão desenvolvidos por meio das seguintes unidades: Conceitos de Orçamento Público, Breve Histórico do Orçamento Público, Fundamentos Legais do Orçamento Público, Funções Orçamentárias, Técnicas Orçamentárias e Princípios Orçamentários. O segundo módulo trata dos principais instrumentos do processo orçamentário: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA). 8 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF Os módulos III e IV apresentam a Receita e a Despesa Orçamentária, respectivamente, além de abordar as determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Por fim, o curso é concluído com o estudo detalhado da Execução Orçamentária no Módulo V. Quanto aos exercícios disponibilizados nesta apostila, sua principal função é fixar os conhecimentos adquiridos e lhe ajudar a compreender melhor as unidades estudadas em cada módulo. Eles constituem uma etapa importante da sua aprendizagem, portanto, não deixe de resolvê-los! Esperamos que você tenha um aprendizado significativo sobre orçamento público e seu acompanhamento, fortalecendo o controle social e a democracia em nosso país. E que possa contribuir para a melhoria da qualidade dos orçamentos elaborados pelos entes federativos: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Desejamos excelente estudo! ead.orcamentofederal.gov.br | 9 Ao longo da sua vida, você já deve ter refletidoinúmeras vezes a respeito da impor-tância de planejar os gastos que serão realizados por você durante um determinado período. É provável também que você já tenha se perguntado sobre o que é feito do dinheiro dos impostos pagos pelo cidadão em nosso país. Diante desta dúvida, surgem outros questionamentos: Como o Governo organiza as contas públicas? Como planeja os investimentos? Como reduz as despesas? Como surgiu o orçamento no contexto da administração pública e qual a sua importância para um país, estado ou município? Essas reflexões nos fazem concluir que tanto o orçamento pessoal como o orçamento público envolvem a tarefa de adequar vontades – por exemplo, desejos de consumo ou planos de investimento – aos recursos disponíveis. Portanto, a elaboração de um orçamento busca equalizar necessidades a recursos limitados. Nessa direção, o objetivo dessa unidade é apresentar o conceito de orçamento público e a sua importância para a sociedade. Para isso, é importante, inicialmente, entendermos qual é o papel do Estado na sociedade moderna. UNIDADE I CONCEITOS DE ORÇAMENTO PÚBLICO 10 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF De acordo com Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008), a teoria das finanças públicas, ao tratar dos fundamentos do Estado e das funções do governo, encontra justificativa para a intervenção do Estado na economia, como forma de buscar a correção das imper- feições do mercado. Ademais, conforme observa Giacomoni (2007), uma das características mais marcantes da economia é o crescente aumento das despesas públicas, especialmente a partir do século XX. Segundo o autor, no Brasil, o crescimento acelerado das despesas públicas teve início mais tarde, sobretudo a partir do término da Segunda Guerra Mundial. Diversos estudos foram desenvolvidos no intuito de identificar as causas do crescimento acelerado das despesas públicas. Dentre as causas principais estão: as crescentes demandas por bem-estar social, nas áreas de educação e saúde; o desejo por serviços públicos melhores; o crescimento das funções administrativas exercidas pelos governos. Os autores, com base em estudos da área econômica, afirmam que tal contexto demanda do Estado a adoção de mecanismos de correção que levem à construção de uma sociedade mais harmoniosa. Nesse sentido, destacam que a intervenção estatal na economia se realiza por intermédio das seguintes políticas: a) regulatória: realiza-se por meio da edição de atos normativos junto ao setor privado, com o objetivo de mitigar as imperfeições relacionadas, sobretudo, à formação de monopólios ou àquelas que inviabilizem a universalização da oferta de bens e serviços públicos. Exemplo: a criação de agências reguladoras em setores como energia elétrica, telecomunicações e aviação civil. GLOSSÁRIO Monopólio Conceito que descreve uma condição em que um único vendedor domina o mercado, tendo controle total da oferta de determinado produto ou serviço. ead.orcamentofederal.gov.br | 11 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO b) monetária: abrange o controle da oferta de moeda, da taxa de juros e do crédito em geral, e tem a finalidade de garantir a estabilidade do poder de compra da moeda. Exemplo: definição da taxa de juros realizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a qual tem impactos em outras taxas praticadas no mercado, tais como as de créditos a consumidores e a empresas, e no nível de demanda de bens e serviços, e afetando também o nível de investimentos na economia. c) fiscal: abrange a administração das receitas e despesas contidas no orçamento público, assim como dos ativos e passivos do governo. No processo de arrecadar receitas e executar despesas o governo realiza intervenções no mercado, promovendo impactos sobre os níveis de emprego, a distribuição da renda, a oferta e a procura de bens e serviços com reflexos em diversos setores da economia. Exemplo: a criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o planejamento e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética do país, contribuindo para o seu desenvolvimento e gerando emprego e renda. É no contexto da política fiscal que o Orçamento Público caracteriza-se como um instrumento fundamental para a atuação do Estado, no sentido de alcançar resultados que promovam a estabilidade e sustentabilidade econômica e uma maior qualidade de vida à população. GLOSSÁRIO Política fiscal Conjunto de medidas adotadas pelo governo, dentro do orçamento do Estado, que visam obter as rendas indispensáveis à satisfação das despesas públicas. Envolve a definição e a aplicação da carga tributária exercida sobre os agentes econômicos e a definição dos gastos do governo com base nos tributos arrecadados. 12 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF Dentre os conceitos observados na literatura, destacamos o conceito apre- sentado por Baleeiro (1998), que define o orçamento público como o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo lhe autoriza, por certo pe- ríodo de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei. Pascoal (2005) apresenta uma interessante abordagem relacionada ao conceito de orçamento público, a qual se desenvolve por meio dos seguintes aspectos: a) Político: o parlamento, formado por representantes do povo, autoriza o gasto público, na medida em que vota a lei orçamentária, levando em conta as necessidades coletivas. b) Econômico: instrumento de atuação do Estado no domínio econômico por meio do aumento e/ou redução dos gastos públicos, por exemplo. c) Técnico: relaciona-se à obrigatoriedade de observância da técnica orçamentária, sobretudo, em relação à classificação clara, metódica e racional da receita e da despesa. Todavia, antes de nos aprofundarmos nos assuntos do módulo para conhecer as funções, técnicas e princípios orçamentários, vamos voltar ao passado para ver como tudo começou. EXERCÍCIO 01 Sobre o Orçamento Público é incorreto afirmar: a) Caracteriza-se como um instrumento fundamental para a atuação do Estado, no sentido de alcançar resultados que promovam a estabilidade e sustentabilidade econômica e uma maior qualidade de vida à população. b) É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo lhe autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei. c) É um instrumento da política monetária, abrangendo a administração das receitas e despesas públicas. d) Sob o aspecto técnico, relaciona-se à obrigatoriedade de observância da técnica orçamentária, sobretudo, em relação à classificação clara, metódica e racional da receita e da despesa. ead.orcamentofederal.gov.br | 13 Conforme relatam alguns autores, a origem e a evolução dos orçamentos públicos estão associadas ao desenvolvimento da democracia, em oposição ao Estado antigo, no qual o monarca exercia soberania absoluta, sendo detentor do patrimônio originário da coletividade. De acordo com Burkhead (1971), o desenvolvimento do orçamento público expressa, em parte, o crescimento do controle popular ou representativo sobre o monarca. Nesse sentido, deve ser mencionado o art. 12 da Carta Magna, outorgada, na Inglaterra, pelo Rei João SemTerra em 1217, que estabelecia: “Nenhum Tributo ou auxílio será instituído no Reino, senão pelo seu con- selho comum, exceto com o fim de resgatar a pessoa do Rei, fazer seu pri- mogênito cavaleiro e casar sua filha mais velha uma vez, e os auxílios para esse fim serão razoáveis em seu montante”. Tal dispositivo foi conseguido mediante pressões dos barões feudais britânicos, que integravam o Common Counsel: o órgão de representação da época. Aos nobres interessava basicamente escapar do até então ilimitado poder discricionário do Rei em matéria UNIDADE II BREVE HISTÓRICO DO ORÇAMENTO PÚBLICO 14 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF tributária. Com a passagem do tempo, percebeu-se que era também necessário verificar se a aplicação dos tributos correspondia às finalidades para as quais foram autorizados (GIACOMONI, 2007). A partir de 1822, o chanceler do Erário passou a apresentar ao Parlamento uma exposição que fixava a receita e a despesa de cada exercício, sendo considerado o marco do orçamento plenamente desenvolvido na Grã-Bretanha (GIACOMONI, 2007; BURKHEAD, 1971). Ainda, de acordo com Giacomoni (2007), no decorrer do século XIX, o orçamento público inglês foi sendo aperfeiçoado e valorizado como instrumento básico de política econômica e financeira do Estado. Nesse sentido, a trajetória histórica do orçamento inglês é especialmente importante em dois aspectos: primeiro, por delinear a natureza técnica e jurídica desse instrumento e, segundo, por difundir a instituição orçamentária para outros países. PARA SABER MAIS: Princípio do Consentimento Popular Foi um Princípio ado- tado na Revolução Francesa que se tornou fundamental e dura- douro na prática cons- titucional francesa, o qual estabelece que nenhum imposto pode ser cobrado sem o con- sentimento da nação. (BURKHEAD, 2007) Na França, a instituição orçamentária surgiu posteriormente à adoção do princípio do consentimento popular do imposto, outorgado pela Revolução de 1789. Cabe destacar que o sistema orçamentário francês contribuiu com a consolidação de regras e princípios relevantes na concepção doutrinária do orçamento público, tais como: a anualidade do orçamento; a votação do orçamento antes do início do exercício; a abrangência de todas as previsões financeiras para o exercício; e a não-vinculação de itens da receita a despesas específicas. (GIACOMONI, 2007; BURKHEAD, 1971). Com relação aos Estados Unidos, Giacomoni (2007) men- ciona a sua importância, ao longo do século XX, no desenvolvi- mento de técnicas orçamentárias relacionadas à concepção do Orçamento de Desempenho, do Sistema de Planejamento, Pro- ead.orcamentofederal.gov.br | 15 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO tributária. Com a passagem do tempo, percebeu-se que era também necessário verificar se a aplicação dos tributos correspondia às finalidades para as quais foram autorizados (GIACOMONI, 2007). A partir de 1822, o chanceler do Erário passou a apresentar ao Parlamento uma exposição que fixava a receita e a despesa de cada exercício, sendo considerado o marco do orçamento plenamente desenvolvido na Grã-Bretanha (GIACOMONI, 2007; BURKHEAD, 1971). Ainda, de acordo com Giacomoni (2007), no decorrer do século XIX, o orçamento público inglês foi sendo aperfeiçoado e valorizado como instrumento básico de política econômica e financeira do Estado. Nesse sentido, a trajetória histórica do orçamento inglês é especialmente importante em dois aspectos: primeiro, por delinear a natureza técnica e jurídica desse instrumento e, segundo, por difundir a instituição orçamentária para outros países. PARA SABER MAIS: Princípio do Consentimento Popular Foi um Princípio ado- tado na Revolução Francesa que se tornou fundamental e dura- douro na prática cons- titucional francesa, o qual estabelece que nenhum imposto pode ser cobrado sem o con- sentimento da nação. (BURKHEAD, 2007) gramação e Orçamento (PPBS) e do Orçamento Base-Zero, téc- nicas a serem estudadas neste módulo. No Brasil, a discussão or- çamentária surge a partir da ocorrência de conflitos originá- rios da insatisfação de segmen- tos da sociedade com a cobrança de tributos, tendo como evento mais conhecido a Incon- fidência Mineira no século XVIII. Posteriormente, com a vinda da Família Real, tem-se o início de um processo de organização das finanças públicas, com a criação do Erário Público (Tesouro) e o regime de contabilidade em 1808. Contudo, é na Constituição de 1824 que há previsão, pela primeira vez, de uma lei orçamentária, surgida de fato apenas no ano de 1830. (GIACOMONI, 2007). Desses tempos até os dias atuais, temos a certeza de que é na elaboração e aprovação do orçamento que cada sociedade define suas prioridades em termos de utilização dos recursos públicos e os meios para alcançar os objetivos definidos. Assim, o orçamento público é um instrumento de gestão de maior relevância e, provavelmente, o mais antigo da administração pública. Utilizado pelos governos para organizar os seus recursos financeiros, iniciou-se com a intenção de controlar as finanças públicas. Com a evolução, o orçamento público vem incorporando novas instrumentalidades. No Brasil, reveste-se de formalidades legais, sendo uma lei prevista constitucional- mente e materializada anualmente. Esse é um dos nossos próximos assuntos! 16 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF EXERCÍCIO 02 Sobre o Histórico do Orçamento Público é correto afirmar que: a) A origem dos orçamentos públicos está relacionada ao desenvolvimento da democracia, opondo-se ao Estado moderno, no qual o monarca considerava- se soberano e detentor do patrimônio originário da coletividade. b) O desenvolvimento do orçamento público expressa, em parte, o crescimento do controle monárquico ou representativo sobre o monarca. c) Na França, a instituição orçamentária surgiu posteriormente à adoção do princípio do consentimento soberano do imposto, outorgado pela Revolução de 1789. d) O orçamento público é utilizado pelos governos para organizar os seus recursos financeiros e iniciou-se com a intenção de controlar as finanças públicas, com a evolução vem incorporando novas instrumentalidades. ead.orcamentofederal.gov.br | 17 O orçamento público além de ser uma lei é também um instrumento de gestão utili-zado para organizar os recursos financeiros e, para isso, se baseia em regras, apro- vadas pelo Poder Legislativo, que devem ser cumpridas pelos gestores públicos e acom- panhadas pela sociedade. Essas regras são os fundamentos legais que o embasam. Nesta unidade, apresentaremos quais são os fundamentos legais do orçamento público brasileiro, destacando a importância de cada um deles dentro do contexto orçamentário. UNIDADE III FUNDAMENTOS LEGAIS DO ORÇAMENTO PÚBLICO 18 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF Para iniciarmos nossas discussões a respeito dos fundamentos legais, convidamos você a fazer as seguintes reflexões: • Tendo em vista a relevância do orçamento público, conhecer a legislação que o rege é importante para os cidadãos? • Quais são os fundamentos legais no contexto orçamentário? Para início de conversa, vamos definir o que são fundamentos. A palavra fundamento pode ser entendida como: alicerce, base, apoio, entre outros significados. O termo legal refere-se à lei, norma ou conjunto de regras aprovadas pelo poder legislativo, que devem ser obedecidas pela sociedade.Infralegais são as normas que estão abaixo de lei, como portarias. Assim, sob essa perspectiva, os fundamentos legais e infralegais são as leis, decretos e portarias que organizam e regulamentam o orçamento público no Brasil. Essas leis e normas estabelecem as “regras do jogo” e existem para garantir que as despesas e receitas públicas sejam planejadas e executadas pelos administradores públicos de forma sistematizada, democrática e transparente. A partir das definições discutidas, surge a seguinte questão: quais são os fundamentos legais que dão base ao Orçamento Público brasileiro? • Constituição Federal da República de 1988; • Lei nº 4.320/1964; • Decreto-Lei nº 200/1967; • Lei Complementar nº 101/2000; • Lei complementar nº 131/2009. • Lei n° 10.180/2001 Agora vamos conhecer a legislação que embasa o Orçamento Público no Brasil de forma mais detalhada. ead.orcamentofederal.gov.br | 19 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Constituição Federal de 1988 A princípio, cabe frisar que a Constituição Federal é a lei máxima do nosso País, na qual todas as outras leis relacionadas ao orçamento público e todos os processos orçamentários devem estar em harmonia. A Constituição Federal, no Título VI, Capítulo II, Seção II, traz o tema “Dos Orçamentos” que em seus artigos 165 a 169 dispõe sobre as normas gerais do orçamento público brasileiro, delineando o modelo atual do processo orçamentário no Brasil, ao instituir três leis cuja iniciativa é de prerrogativa do Poder Executivo: • Plano Plurianual - PPA; • Lei de Diretrizes Orçamentária - LDO; • Lei Orçamentária Anual - LOA. Essas leis são instrumentos imprescindíveis para o orçamento público, portanto, guardem-nas em sua memória, pois serão estudadas de forma mais aprofundada no decorrer do nosso curso! Giacomoni (2007) salienta que a Constituição de 1988 reservou grande atenção ao tema orçamentário, tendo como principais novidades do seu texto: a devolução ao Legislativo da prerrogativa de propor emendas ao Projeto de Lei Orçamentária e a exigência de, anualmente, o Poder Executivo encaminhar ao Legislativo projeto de lei das diretrizes orçamentárias com o objetivo de orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual. Ainda, segundo o autor, a Constituição de 1988 reforçou a concepção que associa planejamento e orçamento como elos de um mesmo sistema, ao tornar obrigatória a elaboração de planos plurianuais abrangendo as despesas de capital e demais programas de duração continuada. 20 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF A Magna Carta, em seu art. 167, estabeleceu algumas vedações a serem aplicadas no processo orçamentário, conforme destacado abaixo: a) início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; b) realização de despesas ou assunção de obrigações diretas que sejam maiores que os valores constantes da LOA ou de seus créditos adicionais; c) realização de operações de créditos que excedam o total das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais (regra de ouro); d) vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas as transferências por repartição de receitas a Estados, Distrito Federal e Municípios, a destinação de recursos para a saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino, para realização de atividades da administração tributária e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita; e) abertura de crédito suplementar ou especial sem autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; f) transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem autorização legislativa; PARA SABER MAIS A maioria absoluta é o quórum necessário para aprovação de lei complementar, ca- racterizado como um número de votos ime- diatamente superior à metade dos votos possíveis. Por exemplo, a Câmara dos Deputa- dos Federais tem 513 membros. Sua maioria absoluta será sempre de 257 votos (LENZA, 2011). O texto constitucional prevê a criação de Lei Complementar para dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual e estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. Porém, as propostas sobre a referida lei ainda estão em discussão no âmbito do Congresso Nacional. ead.orcamentofederal.gov.br | 21 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO g) concessão ou utilização de créditos ilimitados; h) utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social (conceitos a serem vistos no próximo módulo) para cobrir necessidade ou déficit de empresas, fundações e fundos; i) instituição de fundos de qualquer natureza, sem autorização legislativa; j) transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; k) utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais para da previdência social em despesas distintas ao pagamento de benefícios do regime geral de previdência social; l) investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão. Ressalta-se que, conforme comenta Pascoal (2005), ao considerar que significativa parte das normas pertinentes ao Direito Financeiro brasileiro encontra-se assinalada no texto constitucional ou em leis complementares, espécies normativas que exigem quórum qualificado para alteração (3/5 e maioria absoluta, respectivamente), pode-se afirmar que a rigidez é uma das características do nosso sistema legal de finanças públicas. GLOSSÁRIO Créditos ilimitados Despesas orçamentárias sem valores precisos; em aberto. Autorização legislativa específica Lei aprovada pelo Poder Legislativo autorizando a execução de despe- sas orçamentárias e as receitas que as finan- ciarão. Direito Financeiro É o ramo do Direito Público que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista jurídico. Para conhecer os dispositivos constitucionais referentes ao orçamento, visite o nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem. 22 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF Lei nº 4.320 de 1964 Esta lei estabelece as normas gerais de direito financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e dos balanços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. De acordo com Giacomoni (2007), a lei foi aprovada com o compromisso de consolidar a padronização dos procedimentos orçamentários para os diversos níveis de governo. Ainda destaca que a lei desce a particularidades, especialmente na adoção de plano de contas único para as três esferas. Apesar de ter sido elaborada em 1964, esta lei foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, ou seja, boa parte de seus dispositivos são aplicados na elaboração, na execução e no controle dos orçamentos até os dias atuais, uma vez que a Magna Carta prevê uma Lei Complementar, ainda não aprovada, conforme já comentado. Tal lei deverá substituir a Lei nº4.320. Enquanto isso não ocorre, o processo orçamentário mescla a aplicação da Constituição e os instrumentos por ela estabelecidos (PPA, LDO e LOA) com a Lei de 1964. Para conhecer a Lei 4.320/1964, visite o nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem. Decreto-Lei nº 200 de 1967 Esse Decreto dispõe sobre a organização da Administração Pública. Estabeleceu diretrizes para a reforma administrativa, ampliou a autonomia administrativa, reduziu a burocracia e aumentou a capacidade administrativa do Estado brasileiro. Definiu que a ação governamental deveria promover o desenvolvimento econômico-social do País. (ALBUQUERQUE; MEDEIROS; FEIJÓ, 2008) Giacomoni (2007) afirma que este ato define o planejamento como um dos princípios fundamentais de orientação às atividades da administração federal, sendo o orçamento- ead.orcamentofederal.gov.br | 23 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO programa anual entendido como um de seus instrumentos básicos, item que será abordado mais à frente, na unidade “Técnicas Orçamentárias”. Para conhecer esse Decreto, visite o nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem. Lei Complementar nº 101 de 2000 Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008) caracterizam os antecedentes à publicação da Lei Complementar n° 101, a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Segundo os autores, a Economia brasileira viveu fase de intensa instabilidade entre o início da década de 1980 e a metade da década de 1990. Tal período foi marcado por elevados índices inflacionários, planos econômicos inconsistentes e por desequilíbrios expressivos nas finanças públicas dos três níveis de governo (federal, estadual e municipal). Além disso, afirmam que a conjuntura política brasileira, na década de 80, serviu de incentivo para que a sociedade ampliasse suas demandas sobre os gastos do governo que, especialmente a partir da Constituição de 1988, elevou o volume das transferências de receitas da União para os demais entes federativos e ampliou direitos às custas do Estado. Os autores destacam que dentre os instrumentos de financiamento do setor público, eram amplamente utilizados artifícios tais como: atrasos de pagamentos a fornecedores e servidores públicos, tomada de recursos junto a bancos oficiais, realização de operações de antecipação de receitas orçamentárias, emissão de títulos públicos e outras operações que transferiam para as gerações futuras o pagamento de suas ações correntes. Diante desse contexto, surgiu a necessidade da criação de mecanismos para a melhoria da gestão fiscal. Para sanear as finanças e melhorar os mecanismos de gestão das contas públicas, os autores informam que diversas iniciativas foram adotadas, partindo-se dos programas desenvolvidos para o equacionamento das dívidas de Estados e Municípios. Adicionalmente, para estabelecer mecanismos estruturais que permitissem prevenir futuros desajustes, foi editada a Lei de Responsabilidade Fiscal. A referida lei configura-se como um código de conduta para os gestores públicos do país, e tem sua aplicação com abrangência nos três Poderes (Executivo, Legislativo e 24 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF Judiciário) e nas três esferas de governo (Federal, Estadual e Municipal). De acordo com esta lei, todos os governantes devem obedecer a determinadas normas e limites para administrar as finanças, devendo prestar contas sobre a utilização dos recursos públicos. Nesse sentido, Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008) salientam que a motivação para edição da referida lei foi a necessidade de condicionar a ação dos governantes aos limites estritos de sua efetiva capacidade de gasto, de forma a prevenir déficits fiscais e o consequente descontrole das contas públicas. Em síntese, o foco da Lei de Responsabilidade Fiscal é a prevenção dos desequilíbrios fiscais. Os autores salientam que o ordenamento institucional da LRF se apoia em quatro eixos: a) Planejamento: estabelecimento de metas fiscais; limites e condições para a renúncia de receita, para a geração de despesa e assunção de dívidas e realização de operações de crédito; e obrigatoriedade da elaboração dos três instrumentos básicos: PPA, LDO e LOA. b) Transparência: divulgação ampla de relatórios de acompanhamento da gestão fiscal através dos documentos: Anexo de Metas Fiscais, Anexo de Riscos Fiscais, Relatório Resumido da Execução Orçamentária e Relatório de Gestão Fiscal. c) Controle: exigência de ação fiscalizadora mais efetiva e contínua dos Tribunais de Contas e estabelecimento de prazos para atendimento aos limites fixados. d) Responsabilização: identificação e responsabilização dos agentes sempre que houver o descumprimento das regras, de acordo com as sanções do Código Penal em legislação específica. A LRF prevê em seu texto as chamadas Sanções Institucionais, as quais são sanções de natureza político-administrativa impostas aos entes federativos que incorrem no descumprimento de determinadas regras estabelecidas na lei. Como exemplo dessas sanções, podem ser mencionadas a proibição de receber transferências voluntárias, de contratar operações de crédito e de obter garantias de outro ente. ead.orcamentofederal.gov.br | 25 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Por fim, a LRF fortalece a transparência e eficiência das finanças públicas, ao introduzir no setor público brasileiro mecanismos e práticas de gestão saudáveis das contas públicas. Tendo em vista que essa lei é válida para todos os entes federativos, abrangendo os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e por ser uma lei ampla e com forte influência na elaboração, execução e controle orçamentário, ela será abordada ao longo dos módulos do curso. Para conhecer a LRF, visite o nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem. Lei complementar nº 131 de 2009 Conforme já visto, a LRF institui mecanismos que permitem maior transparência e a consequente ampliação do controle social na gestão dos recursos públicos. O art. 48 da referida lei trata da transparência na gestão fiscal, mediante a divulgação dos planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias e relatórios específicos. Nesse sentido, para acrescentar dispositivos na LRF que promovessem maior participação popular no acompanhamento das contas públicas, foi aprovada a Lei Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009. Assim, esta lei foi criada com a finalidade de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Para conhecer melhor sobre essa Lei, visite o nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem. 26 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF Lei n° 10.180 de 2001 Conforme observa Giacomoni (2007), no estudo do orçamento público, tão importante quanto às questões conceituais e de estrutura são os aspectos ligados ao seu processo, à sua dinâmica. Assim, a função orçamentária compreende um sistema orçamentário e um processo orçamentário que se complementam. A lei n° 10.180, de 2001, organiza e disciplina o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, que compreende o conjunto de estruturas com funções próprias que atuam, de forma integrada, na Administração Pública Federal, no sentido de viabilizar o desenvolvimento de ações e a tomada de decisões relativas às atividades de elaboração, acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, e da realização de estudos e pesquisas sócio-econômicas (ALBUQUERQUE; MEDEIROS; SILVA, 2008). Conforme versao artigo 4º da referida lei, integram o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal: I - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central e responsável pela coordenação do sistema e processos de planejamento e orçamento. II - órgãos setoriais: são as unidades de planejamento e orçamento dos Ministérios, da Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da República. III - órgãos específicos: são aqueles vinculados ou subordinados ao órgão central do Sistema, cuja missão está voltada para as atividades de planejamento e orçamento. O Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento – SIOP é o sistema informatizado que suporta os processos orçamentários do Governo Federal em tempo real. Por meio do acesso à internet, os usuários dos diversos órgãos setoriais e unidades orçamentárias integrantes do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, bem como de outros sistemas automatizados, registram suas operações e efetuam suas consultas on-line, que também podem ser realizadas pelos cidadãos. ead.orcamentofederal.gov.br | 27 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO EXERCÍCIO 03 O orçamento público é um instrumento de gestão utilizado para organizar os recursos financeiros e, para isso, ele utiliza regras, aprovadas pelo Poder Legislativo, que devem ser cumpridas pelos gestores públicos e acompanhadas pela sociedade. Essas regras são os fundamentos legais que o embasam. Sobre os fundamentos legais, podemos afirmar que as alternativas abaixo estão corretas, exceto: a) Os instrumentos legais que embasam o orçamento público federal são os seguintes: Constituição Federal de 1988, a Lei nº 4.320/1964; Decreto-Lei nº 200/1967; Lei Complementar nº 101/2000; Lei complementar nº 131 de 2009 e a Lei n° 10.180/2001; b) A lei nº 4.320/64 estabelece as normas gerais de direito financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e dos balanços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; c) Com a publicação da Lei Complementar nº 101/2000, denominada LRF, todos os governantes passam a obedecer normas e limites para administrar as finanças, prestando contas sobre quanto e como gastam os recursos públicos. d) A lei n° 10.180, de 2001, organiza e disciplina o Controle Externo da União, que compreende o conjunto de estruturas com funções próprias que atuam, de forma integrada no sentido de viabilizar o desenvolvimento de ações e a tomada de decisões relativas às atividades de elaboração, acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, e de realização de estudos e pesquisas sócio-econômicas. ead.orcamentofederal.gov.br | 29 Podemos reconhecer que o orçamento público não é apenas uma lei que autoriza a arrecadação de re- ceitas e a execução de despesas, mas um instrumento que apresenta múltiplas funções, assim, o objetivo des- sa unidade é apresentar de forma mais detalhada quais são as principais funções orçamentárias e como elas são aplicadas. Cada vez que estudamos de forma mais aprofundada o orçamento público, podemos levantar algumas reflexões interessantes: • O orçamento seria apenas um documento formal em que constam as receitas e despesas públicas autorizadas para um determinado período de tempo? • A elaboração e execução do orçamento público tem impacto na economia ou diretamente nas nossas vidas? Musgrave (1976), em sua abordagem, informa sobre a existência de um grande número de funções separadas, embora inter-relacionadas, e propõe uma classificação, UNIDADE IV FUNÇÕES ORÇAMENTÁRIAS 30 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF baseada na determinação de políticas orçamentárias em um Estado imaginário, no qual prevaleçam padrões eficientes de planejamento fiscal. Tal perspectiva demonstra a complexidade do orçamento e a sua influência na economia, com impactos na vida de cada cidadão. Dessa forma, segundo o autor, a política orçamentária é determinada como sendo o resultado de três funções interde- pendentes: alocativa, distributiva e estabilizadora, cada qual envolvendo diferentes objetivos e princípios de ação, tendo em vista a obtenção de um planejamento orçamentário eficiente. FUNÇÃO ALOCATIVA Com esta função o governo busca atender a necessidades meritórias e sociais em áreas da economia em que as forças do mercado não conseguem assegurar resultados ótimos. Assim, por meio da alocação orçamentária o Governo pode intervir para que haja uma alocação mais eficiente de recursos. GLOSSÁRIO Necessidades Meritórias São necessidades satis- feitas por meio do or- çamento público, além daquilo que já é pro- vido, paralelamente, pelo mercado e pago pelos consumidores. Exemplo: merenda escolar; subsídio para casas de baixo custo, educação gratuita. Como exemplo da função alocativa, imagine que o Governo identifique a neces- sidade de desenvolver o setor de energia numa determinada região. Considere que a análise procedida pelo Governo constatou que para essa região a forma mais racional de energia é a gerada por hidroelétricas e que o setor privado não teria estímulo em investir no seu desenvolvimento, por ques- tões relacionadas a altos custos e baixo re- torno financeiro de investimentos. Sendo assim, volumosos recursos públicos poderiam ser alocados na geração e transmissão dessa energia. Como consequência disso, seria de se esperar que o orçamento governamental apresentasse cifras substanciais alocadas em projetos de construção de ead.orcamentofederal.gov.br | 31 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO linhas de transmissão ou, até mesmo, registrasse as despesas oriundas de incentivos fiscais concedidos às empresas construtoras dos complexos hidroelétricos. No entanto, lembre-se de que, num cenário real, onde os recursos orçamentários arrecadados são inferiores às possibilidades de gasto, ao optar pelo desenvolvimento de um setor, o governo acaba abrindo mão de outras escolhas possíveis. FUNÇÃO DISTRIBUTIVA Diz respeito ao ajustamento da distribuição da renda das pessoas e empresas para assegurar uma situação considerada socialmente justa e que cause o menor dano possível ao funcionamento eficiente da economia. Esta função é importante para o crescimento equilibrado do país. É por intermédio dela que o Governo deve combater os desequilíbrios regionais e sociais, promovendo o desenvolvimento das regiões e classes menos favorecidas. Como exemplo dessa função, imagine que o Governo deseje combater as desigual- dades verificadas numa dada região, onde parte considerável da sua população é anal- fabeta. Para isso, o orçamento governamental poderia contemplar aquela região com ações orçamentárias em um programa de redução do analfabetismo, cujo financiamento poderia se dar por meio de recursos captados de classes econômico-sociais ou de regiões mais abastadas. Outro exemplo simples, de forma geral, seria a concessão de subsídios aos bens de consumo popular, financiados por impostos incidentes sobre os bens consumidos pelas classes de mais alta renda. O modo mais fácil e direto de executar essa função é por meio do sistema de tributação e de pagamentos de transferência, tais como subvenções sociais e benefícios previdenciários (aposentadorias e pensões, constantes no orçamento). GLOSSÁRIO Subvenções sociais Recursos públicos des- tinados a instituições públicas ou privadas, de caráter assisten- cial ou cultural, sem finalidade lucrativa, os quais visam funda- mentalmente custear as despesas concer- nentes à prestação de serviços essenciais de assistência social,mé- dica e educacional. 32 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF FUNÇÃO ESTABILIZADORA Tem como finalidade principal a manutenção de um alto nível de utilização de recursos econômicos e de um valor estável da moeda. Assim, está relacionada às escolhas orçamentárias na busca do pleno emprego dos recursos econômicos; da estabilidade de preços; do equilíbrio da balança de pagamentos e das taxas de câmbio, tudo isso visando o crescimento econômico em bases sustentáveis. Como exemplo de uma prática relacionada a essa função, podemos destacar a decisão de determinado governo em reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, que incide diretamente na produção de veículos e em seu preço final. É uma forma de estimular o consumo, estabilizando os níveis de emprego no setor automotivo e promovendo o crescimento econômico do país. No Brasil, principalmente nos últimos anos, a política de estabilização está focalizada no combate à inflação. Tendo em vista o alcance de significativos resultados na estabilização econômica, outros aspectos devem ser priorizados, como, por exemplo, uma maior eficiência na alocação e execução do gasto público. ead.orcamentofederal.gov.br | 33 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Por fim, Musgrave (1976) atenta para a necessidade de serem criadas combinações apropriadas das mencionadas funções na peça orçamentária, tendo em vista o alcance da maior eficiência possível. EXERCÍCIO 4 Relacione as funções orçamentárias abaixo: ( 1 ) Alocativa ( 2 ) Distributiva ( 3 ) Estabilizadora ( ) Com esta função o governo busca atender a necessidades meritórias e sociais em áreas da economia em que as forças do mercado não conseguem assegurar resultados ótimos. Assim, por meio da alocação orçamentária o Governo pode intervir para que haja uma alocação de recursos mais eficiente. ( ) Diz respeito ao ajustamento da distribuição da renda das pessoas e empresas para assegurar uma situação considerada socialmente justa e que cause o menor dano possível ao funcionamento eficiente da economia. ( ) Tem como finalidade principal a manutenção de um alto nível de utilização de recursos econômicos e de um valor estável da moeda, buscando o pleno emprego dos recursos econômicos; a estabilidade de preços; o equilíbrio da balança de pagamentos e das taxas de câmbio, com vistas ao crescimento econômico em bases sustentáveis. ead.orcamentofederal.gov.br | 35 Conforme relatam Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008) à medida que evoluíram as técnicas de planejamento e de intervenção do Estado na economia, novas funções foram incorporadas ao orçamento. Com isso, distintas técnicas de orçamento foram de- senvolvidas. Desde a formação do instrumento Orçamento Público com a Carta Magna da Grã Bretanha, conforme vimos anteriormente, até os dias de hoje foram desenvolvidas muitas técnicas orçamentárias, fazendo frente às exigências e necessidades dos novos arranjos entre o Estado e a sociedade. Muito embora se possa reconhecer uma trajetória de avanços em matéria de orçamento público, não é comum verificarmos uma ruptura completa entre o modelo tradicional e o atual no processo de elaboração dos orçamentos. O que se observa é que as novas técnicas foram sendo desenvolvidas e incorporadas paulatinamente ao modelo tradicional. Para efeitos didáticos, é possível relacionar algumas dessas técnicas ou práticas que são marcantes na evolução orçamentária. Portanto, o objetivo dessa unidade é apresentar os tipos de técnicas orçamentárias: Orçamento Clássico, Orçamento de Desempenho, Orçamento-Programa, Orçamento Base Zero e Orçamento Participativo. UNIDADE V TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS 36 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF Orçamento Clássico ou Tradicional De acordo com Giacomoni (2007), sua principal função é propiciar o controle político sobre as finanças públicas, buscando o equilíbrio entre receitas e despesas e evitar a expansão descontrolada dos gastos. Tem ênfase no objeto de gasto, classificado por itens de despesa e unidades administrativas responsáveis por sua execução. Sua principal deficiência está no fato de que não tem como referência um programa de governo ou um conjunto de objetivos a atingir (ALBUQUERQUE; MEDEIROS; FEIJÓ, 2008). PARA SABER MAIS: Orçamento Incremental Orçamento elaborado através de ajustes marginais nos seus itens de receita e despesa, baseado na série histórica orçamentária. Repetição do orçamen- to anterior acrescido da variação de preços ocorrida no período. Sua utilização como prática está associada ao Orçamento Clássico ou Tradicional. Nesse modelo de orçamento, há uma preocupação exagerada com o controle contábil do gasto, refletida no obsessivo detalhamento da despesa. Outra característica desta técnica é a elaboração orçamentária com viés inercial (ou incremental). Ao adotar essa prática, a distribuição dos recursos para unidades orçamentárias se dá com base na proporção dos recursos gastos em exercícios anteriores (série histórica) e não em função do programa de trabalho que pretendem realizar. Neste caso, as distorções são inevitáveis, promovendo um ciclo vicioso baseado no incentivo ao gasto indiscriminado, apenas para garantir maior “fatia” nos orçamentos seguintes. Orçamento de Desempenho ou de Realizações A evolução do orçamento clássico trouxe um novo enfoque na elaboração da peça orçamentária. Evidenciar as “coisas que o governo compra” passa a ser menos importante em relação às “coisas que o governo faz”. Assim, saber o que a Administração Pública compra tornou-se menos relevante do que saber para que se destina a referida aquisição. ead.orcamentofederal.gov.br | 37 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO O orçamento de desempenho, embora já ligado aos objetivos, não pode, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe falta uma característica essencial, que é a vinculação ao Sistema de Planejamento. Orçamento-Programa Albuquerque, Medeiros e Feijó (2008) discorrem que a ênfase desta técnica está nos programas de governo, nas realizações almejadas. Assim, o orçamento-programa constitui peça intimamente associada ao planejamento, traduzindo amplamente o plano de trabalho do governo, com a indicação dos programas e das ações a serem realizados, bem como dos montantes e das fontes de recursos a serem utilizados em sua execução. Com base nos estudos de alguns autores, a referida técnica tem como principais características: a integração planejamento-orçamento; a quantificação de objetivos e a fixação de metas; maior ênfase na relação insumo-produto; o acompanhamento físico- financeiro das ações orçamentárias; a contínua avaliação de resultados e uma gestão voltada para o alcance de objetivos. Essa técnica orçamentária foi consagrada na esfera federal pelo Decreto-Lei nº 200, de 23 de fevereiro de 1967, que menciona o orçamento-programa como plano de ação do Governo Federal, quando, em seu art. 16 determina: “em cada ano será elaborado um orçamento-programa que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizado no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual”. 38 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF Orçamento Base Zero Constitui uma técnica para elaboração do orçamento, desenvolvida nos Estados Unidos pela Texas Instruments Inc., durante o ano de 1969, e adotada pelo Estado da Georgia no governo Jimmy Carter, tendo comoprincipais características: • Análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e não apenas das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente; e • Apresentação de justificativas para todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário. PARA SABER MAIS: Entre as cidades que utilizam o Orçamento Participativo no Brasil, podemos destacar, por exemplo: Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Brasília. Orçamento Participativo O orçamento participativo é uma técnica que possibilita uma participação direta e efetiva da população na elaboração da proposta orçamentária do governo. Esse tipo de orçamento é adotado por decisão do governo, no qual a sociedade civil é con- sultada quando da definição de metas e programas prioritários. Dessa forma, representa um progresso na busca da democratiza- ção da gestão pública. ead.orcamentofederal.gov.br | 39 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Ressalta-se que essa técnica vem apresentando resultados positivos, sobretudo no âmbito da esfera municipal, e caracteriza-se como um estímulo ao exercício da cidadania e à co-responsabilização entre governo e sociedade sobre a gestão da coisa pública. Contudo, cabe frisar que o chefe do Poder Executivo não é obrigado a seguir estrita- mente as sugestões colhidas junto à população, uma vez que no Brasil temos um modelo orçamentário autorizativo e não impositivo, no qual o governo seria obrigado a executar de forma integral a peça orçamentária. A tabela abaixo demonstra o resumo de técnicas orçamentárias: DENOMINAÇÃO CARACTERÍSTICAS OBSERVAÇÕES Orçamento Tradicional Processo orçamentário em que é explicitado apenas o objeto de gasto. Apresenta valores para as despesas com pessoal, material, serviços etc., sem relacionar os gastos a nenhuma fi- nalidade (programa ou ação). Também conhecido como Orçamento Clássico. Orçamento de Desempenho Evolução do orçamento clássico; Foco naquilo que o governo faz (para que se des- tina a referida aquisição); Ênfase aos resultados (desempenho do gover- no). Não pode ser considerado um orça- mento-programa, visto que lhe falta uma característica essencial, que é a vinculação ao Sistema de Planejamen- to. Orçamento-Programa Orçamento que expressa, financeira e fisicamen- te, os programas de trabalho de governo, possi- bilitando: a) a integração do planejamento com o orça- mento; b) a quantificação de objetivos e a fixação de metas; c) as relações insumo-produto; d) as alternativas programáticas; e) o acompanhamento físico-financeiro; f ) a avaliação de resultados; g) a gerência por objetivos. Originalmente, integrava o Sistema de Planejamento, Programação e Or- çamentação introduzido nos Estados Unidos, no final da década de 1950, sob a denominação PPBS (Planning Programming Budgeting System). Orçamento Base-zero Processo orçamentário que se apoia na necessi- dade de justificativa de todos os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário. Analisa, revê e avalia todas as despesas propos- tas e não apenas as das solicitações que ultra- passam o nível de gasto já existente. Não consi- dera a série histórica dos gastos realizados. Abordagem orçamentária desenvolvi- da nos Estados Unidos, pela Texas Ins- truments Inc., durante o ano de 1969. Foi adotada pelo Estado da Geórgia (governo Jimmy Carter), no ano fiscal de 1973. Orçamento Participativo Processo orçamentário que contempla a popula- ção no processo decisório, por meio de lideran- ças ou audiências públicas. Transparência dos critérios e informações que nortearão a tomada de decisões. Requer alto grau de mobilização so- cial. Deve haver disposição do poder público em descentralizar e repartir o poder. TABELA 1 | Resumo de técnicas e práticas orçamentárias 40 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF EXERCÍCIO 5 Assinale Verdadeiro (V) ou falso (F) em relação às Técnicas Orçamentárias: ( ) A principal função do Orçamento Clássico é propiciar o controle político sobre as finanças públicas, buscando o equilíbrio entre receitas e despesas e evitando a expansão descontrolada dos gastos. ( ) O Orçamento Participativo caracteriza-se por uma participação indireta e efetiva da população na elaboração da proposta orçamentária do governo. Por uma decisão de governo, a sociedade civil é consultada quando da definição de metas e programas prioritários. ( ) O orçamento Base Zero tem como uma de suas características a análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e não apenas das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente. ( ) O Orçamento de Desempenho constitui peça intimamente associada ao planejamento, traduzindo amplamente o plano de trabalho do governo, com a indicação dos programas e das ações a serem realizados. ead.orcamentofederal.gov.br | 41 O objetivo dessa unidade é apresentar os Princípios Orçamentários que visam estabe-lecer regras básicas a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução, avaliação e controle do orçamento público. Nesta unidade, vamos tratar detalhadamente desse assunto, buscando refletir sobre os seguintes questionamentos: • Costumamos adotar princípios que são importantes na orientação das nossas vidas? Nossos princípios têm impacto nas decisões que tomamos e na forma como agimos? • Na realização das atividades das organizações onde trabalhamos também devemos nos orientar por princípios? • Você sabia que o orçamento público também segue regras fundamentais para direcionar a prática orçamentária? Os princípios orçamentários são estabelecidos e disciplinados tanto por normas constitucionais e infraconstitucionais quanto pela doutrina. Muitos autores reconhecem que vários Princípios Orçamentários Tradicionais estão acolhidos na ordem jurídica brasileira, seja de modo mais ou menos explícito. UNIDADE VI PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 42 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF O quadro abaixo destaca alguns dos princípios orçamentários clássicos e modernos mais essenciais. Vamos conhecê-los? PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS CLÁSSICOS Anualidade: De acordo com o Princípio da Anualidade, o orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro. Conforme a legislação brasileira, o exercício financeiro precisa coincidir com o ano civil (1o de janeiro a 31 de dezembro). A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF vem reforçar este princípio ao estabelecer que as obrigações assumidas no exercício sejam compatíveis com os recursos financeiros obtidos no mesmo exercício. Clareza: Pelo Princípio da Clareza, o orçamento deve ser claro e de fácil compreensão a qualquer indivíduo. Equilíbrio: No que diz respeito ao Princípio do Equilíbrio, fica evidente que os valores autorizados para a realização das des- pesas no exercício deverão ser compatíveis com os valores previstos para a arrecadação das receitas. O princípio do equilíbrio passa a ser parâmetro para o acompanhamento da execução orçamentária. A execução das despe- sas sem a correspondente arrecadação no mesmo período acarretará, invariavelmente, resultados negativos, compromete- dores para o cumprimento das metas fiscais, que serão vistas mais adiante. Exclusividade: Verifica-se que a lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à fixação das despesas e à previsão das receitas. A CF/1988 estabelece como exceções: autorização para abertura de créditos e para a contratação de operações de crédito. Legalidade: Estabelece que a elaboração do orçamento deve observar as limitações legais em relação aos gastose às re- ceitas e, em especial, ao que se segue quanto às vedações impostas pela Constituição Federal à União, Estados, Distrito Fe- deral e Municípios. Não afetação das Receitas: Segundo esse princípio, nenhuma parcela da receita poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos ou determinados gastos. Trata-se de dotar o administrador público de margem de manobra para alo- car os recursos de acordo com as prioridades do seu governo. No Brasil, esse princípio aplica-se apenas a impostos. Publicidade: Diz respeito à garantia da transparência e pleno acesso a qualquer interessado às informações necessárias ao exercício da fiscalização sobre a utilização dos recursos arrecadados dos contribuintes. Unidade Orçamentária: Diz que o orçamento é uno. Ou seja, todas as receitas e despesas devem estar contidas numa só lei orçamentária. Uniformidade: Para a obediência a esse princípio, os dados apresentados devem ser homogêneos nos exercícios, no que se refere à classificação e demais aspectos envolvidos na metodologia de elaboração do orçamento, permitindo compara- ções ao longo do tempo. Universalidade: Todas as receitas e todas as despesas devem constar da lei orçamentária, não podendo haver omissão. Especificação ou Discriminação/Especialização: as receitas e as despesas devem aparecer no orçamento de maneira dis- criminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos recursos e sua aplicação. Orçamento Bruto: Determina que todas as receitas e despesas devem constar na peça orçamentária com somente seus valores brutos, não envolvendo assim os seus valores líquidos. Dessa forma, devem constar valores totais, sendo vedadas quaisquer deduções. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS MODERNOS Descentralização: É preferível que a execução das ações ocorra no nível mais próximo de seus beneficiários. Com essa prá- tica, a cobrança dos resultados tende a ser favorecida, dada a proximidade entre o cidadão, beneficiário da ação, e a unidade administrativa que a executa. Responsabilização: Conforme o Princípio da Responsabilização, os gerentes/administradores devem assumir, de forma personalizada, a responsabilidade pelo desenvolvimento de um programa, buscando a solução ou o encaminhamento de um problema. Simplificação: Pelo Princípio da Simplificação, o planejamento e o orçamento devem basear-se em elementos de fácil com- preensão. No âmbito do Governo Federal observam-se iniciativas como: a Cartilha de Orçamento Público Sofinha e sua Turma e a Revis- ta Orçamento Federal ao Alcance de Todos. Programação: o orçamento deve relacionar os programas de trabalho do governo, enfatizando as metas e os objetivos a serem alcançados. QUADRO 1 | Princípios Orçamentários ead.orcamentofederal.gov.br | 43 SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL • MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO O entendimento dos princípios orçamentários é muito importante para uma melhor compreensão dos temas a serem abordados no curso, sobretudo quando tratarmos de questões relacionadas aos processos orçamentários. EXERCÍCIO 6 Sabe-se que os princípios orçamentários estabelecem regras básicas a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução, avaliação e controle do orçamento público. Com o intuito de relembrarmos alguns dos princípios orçamentários existentes, relacione a primeira coluna de acordo com a segunda: ( 1 ) Princípio da Exclusividade. ( 2 ) Princípio da Unidade Orçamentária. ( 3 ) Princípio da Não-afetação das Receitas. ( 4 ) Princípio do Orçamento Bruto. ( ) Por meio desse princípio, verifica-se que a lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à fixação das despesas e à previsão das receitas; ( ) Esse princípio determina que todas as receitas e despesas devem constar na peça orçamentária somente com seus valores brutos, não envolvendo assim os seus valores líquidos; ( ) Segundo esse princípio, nenhuma parcela da receita poderá ser reservada ou comprometida para atender a certos ou determinados gastos. Trata-se de dotar o administrador público de margem de manobra para alocar os recursos de acordo com as prioridades do seu governo; ( ) Esse princípio diz que o orçamento é uno. Ou seja, todas as receitas e despesas devem estar contidas numa só lei orçamentária. ead.orcamentofederal.gov.br | 45 Esse módulo teve como finalidade abordar temas e conceitos fundamentais para a in-trodução aos estudos orçamentários, além de apresentar um breve histórico do orça- mento público. Em seu conteúdo, buscou-se dispor informações relevantes acerca dos Fundamentos Legais do Orçamento Público e de suas Funções, Técnicas e Princípios. Para complementar os conhecimentos estudados, são indicados materiais de apoio no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Por fim, tendo em vista facilitar a fixação dos conhecimentos estudados, você pode fazer uma breve revisão do módulo a seguir. CONCLUSÃO ead.orcamentofederal.gov.br | 47 Neste módulo você aprendeu que o orçamento público caracteriza-se como um ins-trumento da política fiscal fundamental para a atuação do Estado, no sentido de alcançar resultados que promovam a estabilidade e sustentabilidade econômica e uma maior qualidade de vida à população. Pôde conhecer um breve histórico e entender que a origem dos orçamentos públicos está relacionada ao desenvolvimento da democracia, em oposição ao Estado antigo, no qual o monarca considerava-se soberano e detentor do patrimônio originário da coletividade. Você viu ainda que os fundamentos legais que dão base ao orçamento público na esfera federal são: Constituição Federal de 1988, Lei nº 4.320 de 1964, Decreto Lei nº 200 de 1967, Lei complementar nº 101 de 2000, Lei complementar nº 131 de 2009 e a Lei n° 10.180 de 2001. • A Constituição Federal de 1988 é a lei máxima na qual todas as outras leis relacionadas ao orçamento público e todos os processos orçamentários devem estar em harmonia; • A Lei 4.320/64 estabelece as normas gerais de direito financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e dos balanços da União, Estados, Distrito Federal e dos Municípios. • O Decreto Lei nº 200/67 enfatiza a importância do planejamento, promovendo as bases para a implantação do Orçamento-Programa; REVISÃO DO MÓDULO 48 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF • A Lei Complementar nº 101/2000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal, criou mecanismos para a adoção de uma gestão fiscal mais equilibrada, responsável e transparente. • A Lei Complementar nº 131/09 foi criada para acrescentar dispositivos na LRF que promovessem maior participação popular no acompanhamento das contas públicas. • A Lei 10.180/01 organiza e disciplina o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, que compreende o conjunto de estruturas com funções próprias que atuam, de forma integrada, na Administração Pública Federal. Para finalizar este módulo, abordamos as Funções, Técnicas e Princípios orçamen- tários. Os pontos de destaque nessas unidades são: • Funções orçamentárias: Alocativa, Distributiva e Estabilizadora; • Técnicas orçamentárias: Orçamento Tradicional, Orçamento de Desem- penho, Orçamento-Programa, Orçamento Base-Zero, Orçamento Partici- pativo; • Princípios Orçamentários: Anualidade, Clareza, Equilíbrio, Exclusivida- de, Legalidade, Não afetação das Receitas, Publicidade, Unidade Orça- mentária, Uniformidade, Universalidade, Especificação, Orçamento Bru- to, Descentralização, Responsabilização, Simplificação e Programação. E agora que já revisamos o módulo, vamos conhecer os instrumentos do Processo Orçamentário. Esse é o nosso próximo assunto! ead.orcamentofederal.gov.br | 49 ALBUQUERQUE, C. M.; MEDEIROS,M. B.; SILVA, P. H. F. Gestão de Finanças Públicas. 2ª edição. Brasília, 2008. BALEEIRO, A. Uma introdução à Ciência das Finanças. 15ª edição, Rio de Janeiro, 1998. BURKHEAD, J. Orçamento Público. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1971. CASTRO, R. G. Finanças Públicas. 4ª edição. Brasília: Vestcon, 2000. GIACOMONI, J. Orçamento Público. 14ª edição. São Paulo: Atlas, 2007. LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 15ª edição. São Paulo: Saraiva, 2011. MUSGRAVE, R. Teoria das Finanças Públicas. São Paulo: Atlas, 1976.Volume 1 e 2. MACHADO JUNIOR, J.T. Classificação das contas públicas. 1ª Ed.Rio de Janeiro: FGV,1967. PASCOAL, V. F. Direito financeiro e controle externo: teoria, jurisprudência e 370 questões. 4ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998. BRASIL. Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. _______. Lei Complementar no 131, de 27 de maio de 2009. Acrescenta dispositivos à Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, a fim de determinar a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 50 | CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO • MÓDULO I - ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITOS E FUNDAMENTOS ESCOLA VIRTUAL SOF _______. Lei no 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. _______. Lei no 10.180, de 6 de fevereiro de 2001. Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras providências. _______. Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências. _______. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional – Glossário. https:// www.tesouro.fazenda.gov.br/glossario?b=A. Acesso em 06/05/2013. _______. Senado Federal. Portal Orçamento - Glossário. http://www12.senado.gov.br/ orcamento/glossario. Acesso em 16/05/2013. GABARITO DOS EXERCÍCIOS 1) C (O orçamento público é um instrumento característico da política fiscal) 2) D (Alternativa A: o orçamento público surge em oposição ao estado absolutista. Alternativa B: o orçamento público fortaleceu o controle popular e representativo. Alternativa C: Princípio do Consentimento Popular) 3) D (A Lei 10.180 de 2001 organiza e disciplina os sistemas de planejamento e de orçamento federal, da Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de controle interno do poder executivo federal 4) 1, 2, 3 5) V, F, V, F (O Orçamento Participativo preconiza a participação direta e efetiva da população na elaboração da proposta orçamentária; a técnica que associa o planejamento ao orçamento é o Orçamento-Programa) 6) 1, 4, 3, 2 MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETARIA DE ORÇAMENTO FEDERAL CURSO ORÇAMENTO PÚBLICO MÓDULO II INSTRUMENTOS DO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO (ORG) FERNANDO CESAR ROCHA MACHADO BRASÍLIA 2016 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Valdir Simão Secretário-Executivo Francisco Gaetani Secretária de Orçamento Federal Esther Dweck Secretários-Adjuntos Antonio Carlos Paiva Futuro Franselmo Araújo Costa George Alberto Aguiar Soares Cilair Rodrigues de Abreu Diretores Clayton Luiz Montes Felipe Daruich Neto Marcos de Oliveira Ferreira Zarak de Oliveira Ferreira Coordenador-Geral de Inovação e Assuntos Orçamentários e Federativos Girley Vieira Damasceno Coordenadora de Educação e Disseminação Orçamentária Rosana Lordêlo de Santana Siqueira Organização do Conteúdo Fernando Cesar Rocha Machado Revisão do Conteúdo Munique Barros Carvalho Revisão Pedagógica Janiele Cardoso Godinho Revisão Gramatical e Ortográfica Renata Carlos da Silva Projeto Gráfico e Diagramação Tiago Ianuck Chaves Colaboração Bruno Rodolfo Cupertino Karen Evelyn Scaff Munique Barros Carvalho Olivia Pereira Paranayba Informações: www.orcamentofederal.gov.br Secretaria de Orçamento Federal SEPN 516, Bloco “D”, Lote 8, 70770-524, Brasília – DF, Tel.: (61) 2020-2329 escolavirtualsof@planejamento.gov.br Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Orçamento Federal. Escola Virtual SOF. Curso Orçamento Público / organização de Fernando Cesar Rocha Machado. Brasília, 2014. 5 v. ; il. Conteúdo: Módulo I. Orçamento público: conceitos e Fundamentos. Módulo II. Instrumentos do processo Orçamentário. Módulo III. Receita orçamentária. Módulo IV. Despesa orçamentária. Módulo V. Execução orçamentária. 1. Orçamento público. 2. Finanças públicas. I. Machado, Fernando Cesar Rocha. II. Título. CDU: 336.121.3(81) CDD: 351.722 OBJETIVOS DO MÓDULO • Apresentar o processo orçamentário, identificando seus instrumentos e etapas que resultam na elaboração dos orçamentos. UNIDADES ABORDADAS • Processo orçamentário • Plano Plurianual (PPA) • Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) • Lei Orçamentária Anual (LOA) SUMÁRIO Apresentação ......................................................................................................................................7 UNIDADE I - PROCESSO ORÇAMENTÁRIO ............................................... 9 Conceitos do Processo Orçamentário .................................................................................10 Instrumentos do Processo Orçamentário ..........................................................................12 Relação dos Instrumentos Orçamentários ........................................................................13 UNIDADE II - PLANO PLURIANUAL (PPA)............................................... 15 Plano Plurianual 2012-2015 .....................................................................................................19 Dimensões do PPA 2012-2015 ............................................................................................... 20 Principais categorias .................................................................................................................21 Elaboração ................................................................................................................................... 24 Monitoramento, Avaliação e Revisão ................................................................................. 25 UNIDADE III - LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) ................. 29 Anexos da LDO .......................................................................................................................... 32 Processo e Prazos ...................................................................................................................... 33 UNIDADE IV - LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) ................................. 37 Etapas do Processo de elaboração do PLOA ................................................................... 40 Mensagem Presidencial .......................................................................................................... 48 Processo Legislativo Orçamentário .....................................................................................
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