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PODER FAMILIAR

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UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ
Do Poder Familiar
	
CURSO DE DIREITO CIVIL - FAMÍLIA
Rio do Sul
2015
Andreza Sebold Mello
Leandro Vaz Borges
Matheus Kjellim Garzo
Roberto Carlos de Souza
Silvia Santos Zanelato
Thais Varela
	
DO PODER FAMILIAR 
Trabalho apresentado para obtenção de nota da disciplina Direito Civil- Família, no curso de Direito, da Universidade para o desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI, ministrada pelo professor Fulvio Cesar Segundo.
UNIDAVI
Rio do Sul
2015
INTRODUÇÃO
A família é parte importantíssima no desenvolvimento da criança e do adolescente. A permanência destes num ambiente familiar sadio e equilibrado, com o envolvimento constante dos pais nas decisões concernentes ao menor propicia seu melhor desenvolvimento.
Como será demonstrada, a relação dos pais no que tange as tomadas de decisões referentes aos seus filhos sofreu grandes alterações durante o percurso do tempo até chegar aos padrões atuais.
Tais transformações vieram de modo a favorecer os filhos durante o seu processo de formação moral, concedendo-lhes maiores mecanismos para seu desenvolvimento sadio.
Com a Constituição Federal de 1988, a relação entre os pais no tocante ao poder familiar foi igualada, sendo função de ambos o exercício do poder familiar sobre os filhos, cabendo aquele que encontrar-se inconformado procurar seus direitos junto à justiça.
Em plena consonância com a Constituição Federal, o Código Civil de 2002 manteve tal isonomia entre os genitores, estipulando ainda as diversas modalidades de guarda quando ocorrer a separação dos pais.
Não obstante, com as alterações procedidas pela Lei nº. 11.698 de 2008, foi criada a modalidade de guarda compartilhada, na qual compete a ambos os pais o exercício da guarda do menor, mesmo quando estes não mais convivem em regime conjugal.
Tendo em vista a relevância do referido instituto, o presente trabalho tem por objetivo apresentar um estudo acerca do poder familiar, realizando-se um breve esboço histórico, analisando-se seu conceito e suas características, vislumbrando, ainda, seu titular e o seu conteúdo, para, por fim, abordar-se as hipóteses de suspensão, extinção e perda do poder familiar.
Desse modo, justifica-se a realização deste trabalho haja vista a importância do poder familiar para o desenvolvimento do menor, bem como, a relevância de tal tema para a formação acadêmica dos jovens e futuros juristas brasileiros.
Poder Familiar 
Inicialmente, cumpre tecer alguns comentários acerca da evolução histórica, conceito e características do poder familiar, de modo a servir para suporte de compreensão e desenvolvimento do presente trabalho.
Antigamente, em um grupo familiar, as relações sexuais ocorriam entre todos os membros que integravam a tribo, de tal forma, que desconhecimento do pai biológico dos filhos, gerados por mulheres da tribo, era algo comum. A criança era mantida quase todo o tempo com a mãe, responsável por alimentar e educar seus filhos. 
Vagorosamente os homens iniciam uma busca por individualização e exclusividade nas relações, e consequentemente nasce à monogamia e com ela alicerçada a autoridade, o exercício do poder paterno, de forma severa, nas entidades familiares.
O nomeado Pátrio Poder visava o exclusivo interesse do chefe familiar – pater, que sob influência religiosa, era também o sacerdote do culto doméstico. 
Em Roma, o pater famílias também era o condutor da religião doméstica, cabendo-lhe ainda conduzir todo o grupo familiar, que podia ser bastante numeroso, com vários agregados e escravos. 
A partir da influência religiosa e da indispensável autoridade do pater famílias, lhe foi concedido o direito de vida e morte sobre o filho e demais membros do seu clã (ius vitae et nacis).
O pai detinha poder absoluto sobre o filho, em relação aos Direitos Civis, desde dirigir sua educação à administrar seu patrimônio, devendo este durar para sempre, extinguindo-se apenas pela morte ou caítis deminutio (diminuição da autoridade do pai) do pater, elevação do filho a certas dignidades maiores e pela emancipação voluntária.
A lei das XII Tábuas faz menção ao pátrio poder:
“TÁBUA QUARTA:
Do pátrio poder e do casamento
1. É permitido ao pai matar o filho que nasce disforme, mediante o julgamento de cinco vizinhos.
2. O pai terá sobre os filhos nascidos de casamento legítimo o direito de vida e de morte e o poder de vendê-los.
3. Se o pai vendeu o filho 3 vezes, que esse filho não recaia mais sob o poder paterno.
4. Se um filho póstumo nasceu até o décimo mês após a dissolução do matrimônio, que esse filho seja reputado legitimo.”
No Código Civil de 1916, cabia ao marido, como chefe da sociedade conjugal, a função de exercer o pátrio poder sobre os filhos menores, e somente na sua falta ou impedimento tal incumbência passava ser atribuída à mulher, nos casos em que ela exercia a chefia da sociedade conjugal.
De acordo com o Decreto – Lei nº. 5.513 de janeiro de 1943, o filho natural ficava sob o poder do pai ou da mãe que o reconhecesse. Caso ambos o fizessem, ficaria sob o poder do pai, salvo se o juiz decidisse diversamente, observando o interesse do menor.
Com o advento da Lei nº. 4.121 de 27 de agosto de 1962 (Estatuto da mulher casada) houve a emancipação da mulher casada e o reconhecimento da igualdade dos cônjuges, modificando, assim, o art. 380 do Código Civil de 1916.
Com a referida modificação, o pátrio poder passou a ser exercido pelo marido com a colaboração da mulher. Na falta ou impedimento de um desses, cabia ao outro exercê-lo com exclusividade.
No entanto, caso divergissem os progenitores com relação ao exercício do pátrio poder, prevaleceria à decisão do pai, sendo ressalvada a mãe o direito de recorrer ao juiz para a solução da divergência.
Com o Projeto do Código Civil de 1965 foi estabelecido que o pátrio poder fosse exercido em comum pelos pais do menor.
A Constituição Federal de 1988 manteve o preconizado pela Lei º. 4.121 de 1962, havendo somente uma modificação no que diz respeito à divergência entre os cônjuges, onde não mais prevalecia à vontade paterna, devendo aquele que estiver inconformado recorrer à Justiça, pois o exercício do pátrio poder passou a ser de ambos os cônjuges, de forma igualitária, nos termos do art. 21 da Lei nº. 8068 de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Ainda nessa linha de entendimento, o novo Código Civil preconiza em seu art. 1.631, que durante o casamento e a união estável, o poder familiar compete aos pais e apenas na falta ou impedimento de um deles é que o outro o exercerá com exclusividade.
Conceito de Poder Familiar
Uma vez tecidos os comentários históricos necessários, já se reúne bagagem necessária para o estudo dos conceitos existentes sobre o instituto do pátrio poder, também devendo ser lido como poder familiar. Primeiramente, cabe citar Maria Helena Diniz: 
O Poder familiar pode ser definido como um conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho menor não emancipado, exercido, em igualdade de condições, por ambos os pais, para que possam desempenhar os encargos que a norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e proteção dos filhos. (DINIZ, 2007, P.514)
 Carlos Roberto Gonçalves apresenta sua definição ao afirmar que, "Poder familiar é o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos menores".
A partir dos trechos supracitados, percebe-se que não há polêmica alguma acerca da conceituação de poder familiar. Uma vez apresentados seus conceitos, cabe agora analisar seus caracteres.
Inicialmente, como já dito, a primeira característica do poder familiar é que esse se constitui um múnus (encargo) público, pois ao Estado, é quem fixa normas para o seu exercício.
Apresenta-secomo irrenunciável, pois os pais não podem renunciá-los e inalienável (indisponível), haja vista que não pode ser transferido pelos pais a outrem, a título gratuito ou oneroso. É também imprescritível, ao passo que o direito do genitor não decai pelo fato de não exercitá-lo, somente podendo perdê-lo na forma e nos casos previstos em lei. Estudado instituto é ainda incompatível com a tutela, uma vez que não se pode nomear tutor a menor cujos pais não foram suspensos ou destituídos do poder familiar.
Por fim, conserva a natureza de uma relação de autoridade, por haver um vínculo de subordinação entre pais e filhos, vez que os genitores detêm o poder de mando e a prole, por sua vez, possui o dever de obediência.
	
Titularidade do Poder Familiar
A Constituição Federal, em seu artigo 226, § 5º, ao dispor que "os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher", coadunam com o expresso no artigo 1.631, do Código Civil sobre a igualdade completa no tocante à titularidade e exercício do poder familiar pelos cônjuges ou companheiros.
Assim, "durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade" (CC, art. 1.631).
Verifica-se que no caso de filhos havidos fora do casamento, só estarão submetidos ao poder familiar depois de legalmente reconhecidos, uma vez que o reconhecimento estabelece, juridicamente, o parentesco.
Sendo o exercício do poder familiar conjunto, preleciona o parágrafo único do aludido artigo que, havendo divergência dos pais, será o Judiciário que solucionará o litígio.
A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos (CC, art. 1.632). Nota-se que, nos casos expostos pelos artigo, qual seja, a separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável, fará surgir um modo diferente do exercício do poder parental.
Surge assim, o sistema de guarda, ficando um genitor com o direito de guarda e o outro com o direito de visitas, em regra, já que a guarda poderá ser compartilhada, inexistindo nesse caso o direito de visitas.
A lei cuida ainda do filho não reconhecido pelo pai, nos casos de filho havido fora do casamento ou da união estável, em seu artigo 1.633, do Código Civil, que preceitua que "O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da mãe; se a mãe não for conhecida ou capaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor".
Do Exercício do Poder Familiar 
O artigo 1.634 do Código Civil dispõe que compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores, dirigir-lhes a criação e a educação, podendo exigir que lhes prestem obediência e respeito (incisos II e VII). Para Milton Paulo de Carvalho Filho há um “encargo dos pais em conduzir a criação e a educação dos filhos menores orientando-os segundo regras da moral e bons costumes, proporcionando-lhes condições para a preparação do caráter, da personalidade e do desenvolvimento intelectual, visando alcançar o pleno exercício da vida em sociedade, com liberdade e dignidade” (Código Civil Comentado, Ed. Manole, página 1.730).
Do ponto de vista do Código Civil, os pais estão obrigados a bem criar os filhos, dar-lhes educação, não apenas formal (que também é importante) mas também regras de convivência em sociedade. Do ponto de vista ético, devem orientar os filhos, auxiliá-los, prepará-los para a vida adulta, para que sejam bons cidadãos, solidários, realizados e felizes.
A terminar, volta-se ao início para ver em que o Direito se adapta a tudo isto. Quando o Código Civil diz que aos pais cabe dirigir a criação e a educação, está a dizer que eles têm responsabilidade e, portanto, não devem procurar transferi-la para a escola, nem culpar terceiros pelo que de ruim vier por conta de suas omissões (por exemplo, filhos viciados em drogas). Assumir a responsabilidade não é apenas um dever ético e legal, mas também um ato de inteligência. Previne dores que acabam afetando toda a família.
O exercício concreto do poder familiar está tratado no artigo 1634 que traz as atribuições desse exercício que compete aos pais, verdadeiros deveres leais, a saber:
•	Dirigir a criação e a educação dos filhos. 
•	Ter os filhos em sua companhia e guarda.
•	Conceder-lhes ou negar consentimento para casarem.
•	Nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar.
•	Representa-los até os 16 anos, nos atos da vida civil e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento. ( artigo 1690).
•	Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha.
•	Exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição. (este preceito deve estar à luz da dignidade humana e da proteção da criança e do adolescente).
A Intervenção Estatal no Poder Familiar
O Estado tem o poder de intervir nas ordenações da família, desde que a perspectiva seja de defender os menores impúberes e adolescentes que ali convivem, além de fiscalizar quanto ao adimplemento do encargo dos pais em relação aos filhos, dependendo, a partir de suas ações suspendendo ou até excluindo o poder familiar. 
Como o conceito de família sofreu modificações ao longo da história, consequentemente o poder centralizado no “pai” se dividiu com a “mãe”, tendo então abertura à ingerência na intimidade doméstica, necessária ao processo de politização da família, especialmente em relação ao governo da mesma. 
O Código Civil de 2002, em seu artigo 1.513, retrata a proibição da intervenção de qualquer pessoa de direito público ou privado na comunhão da vida instituída pela família, cabendo aos pais o controle sobre tal e os filhos devendo agir de forma digna e moral. Ao Estado, cabe o papel de formular e executar a política de atendimento aos direitos da criança e do adolescente, em parceria com a sociedade, controlando a esfera negativa da atuação dos pais, tendo responsabilidade de agir quando os genitores omitem ou não cumprem o disposto em lei. 
	Quando os pais infringem suas obrigações em relação aos filhos, o Estado tem a legitimidade para intervir no poder familiar. Encontramos respaldo na nossa Constituição nos artigos 226 e 227, onde tratam da proteção integral à família e ao menor e o dever dos pais, como destaca o artigo 229: 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
	
	Ainda, além da ação reparativa do Estado em situações irregulares já geradas, o mesmo vem trabalhando para a inserção de uma atuação mais preventiva, garantindo à criança e ao adolescente sua integridade física, mental, social e moral. 
	Ainda, na doutrina nova, o filho tornou-se sujeito de direito, não se tratando de um exercício de autoridade, mas de um encargo imposto por lei aos pais e ao Estado. Esse encargo trata do dever dos pais para com seus filhos, até que estes alcancem maioridade civil ou sejam emancipados. 
	Vejamos os exemplos de Intervenção do Estado no âmbito do poder familiar: 
Alimentos: O dever dos pais na prestação de alimentos de forma isonômica, de acordo com o artigo 5º, inciso I da CF/88, explanando a igualdade entre pai e mãe paraprestar os devidos alimentos para a subsistência de seus filhos. Caso o dever de alimentar não seja cumprido, impõe-se ao genitor devedor, o Estado impõe esse dever como forma obrigatória;
Assistência: Como já dito antes, no artigo 229 da Constituição Federal de 1988, nota-se alguns deveres dos pais em relação aos filhos, deveres materiais e imateriais dos pais em relação aos filhos. Devendo os pais prestar-lhes assistência emocional, além do aspecto material. Para entender melhor a diferença entre a assistência material e imaterial, tem-se o conceito de Fábio Bauab Boschi: 
“O dever de assistência ampla e geral previsto na Carta Magna abrange a assistência material, que pode ser caracterizada como o auxílio econômico imprescindível para a subsistência integral do filho menor, abarcando todas as suas necessidades básicas, como alimentação, vestuário, educação, assistência médico-odontológica, remédio, lazer e outras; e a assistência imaterial traduzida no apoio, carinho, aconchego, atenção, cuidado, participação em todos os momentos da vida, proteção e respeito pelos pais aos direitos da personalidade do filho como à honram imagem, liberdade, dignidade, patronímico de família, segredo, intimidade, integridade física psíquica e moral, convivência familiar e direito aos pais, entre outros.“
	A partir deste conceito supracitado, quando há identificação de infração por parte dos pais, além do material, no imaterial, o Estado pode entrar com a sanção, sendo possível pedido de indenização civil por danos morais, cumulada ou não com a suspensão ou destituição do poder familiar dos genitores, cabendo ao Poder Público garantia dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes. Faz-se necessário dizer que o intuito do Estado não é apenas castigar os infratores, mas conscientizá-los de sua conduta faltosa para com seus filhos. 
	Dentro desta gama, destaca-se o Ministério Público, que cumpre o papel de estar atento para os casos de omissão dos cuidados materiais e imateriais por parte dos pais, visando o melhor interesse dos filhos. 
	A partir da análise de todas as circunstâncias que levaram a prole viver desse jeito, o Ministério Público ir extrair as intenções reais dos genitores: aqueles que querem prestar todas as assistências, mas não podem dos que podem prestar todas as assistências, mas não querem. Podendo então encaminhar os pais que não tem condições de prestar assistência aos filhos a programa oficial ou comunitário de proteção à família, como indica o artigo 229 do ECA e ainda suspenção e/ou modificação do poder familiar para aqueles que não querem prestar os devidos cuidados aos filhos. 
	O conceito de suspensão é a restrição judicial imposta aos pais que foram faltosos aos filhos injustificadamente. Há quatro hipóteses que cabem à suspensão: o descumprimento do dever inerente aos pais, a ruína dos bens dos filhos, o risco à segurança do filho e a condenação cujo crime exceda a 2 anos. Podendo, a suspensão, ser de forma total ou parcial, mediante decreto judicial , pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude. Os que podem ingressar com o procedimento são o Ministério Público, mediante provocação do Conselho Tutelar ou interessado ou ainda ajuizar de ofício e qualquer parente que tenha interesse. Dentre as formas de perda do poder familiar, esta é considerada a menos grave, admitindo a reversão. 
	Na interdição, a suspensão se retrata diante do fato do interditado não ter capacidade para reger sua pessoa e seus bens, consequentemente não poderá prestar os devidos cuidados aos seus filhos. Ainda, a ausência vem do desaparecimento do genitor, impedindo o absoluto poder exercício do poder familiar, na medida em que para exercê-lo é fundamental a presença do responsável. 
	Em suma, a intervenção estatal deve ser tida como interesse na prevalência do bem do menor, tentando preservar a convivência familiar, logo, a atuação do Ministério Público deve ser incisiva, uma vez que o artigo 227 da Constituição Federal preconiza a concorrência de responsabilidade mútua dos pais, da sociedade e do Estado. 
Suspensão, Destituição e Extinção do Poder Familiar
Primeiramente, vale salientar que o presente tópico tratará dos temas propostos de acordo com seu nível de gravidade, isto é, levando-se em conta a severidade das penas impostas aos pais. Inicialmente serão abordadas as causas de suspensão do poder familiar, para posteriormente analisarem-se as suas causas de destituição ou perda de tal Poder.
Por ser o poder familiar um múnus público que deve ser exercido no interesse dos filhos menores não emancipados, o Estado controla-o, prescrevendo normas que autorizam o juiz a privar o genitor, ou genitores, de seu exercício temporariamente ou definitivamente. 
Tanto a suspensão como a destituição do poder familiar constituem-se sanções aplicadas aos pais pela infração genérica do poder parental de acordo com o direito positivo vigente. No entanto, tais sanções possuem menor cunho punitivo aos pais, visando preservar os interesses dos filhos, afastando-os da convivência e influência nociva daqueles. 
Suspenção
A suspenção do poder familiar constitui sanção aplicada aos pais pelo juiz, não tanto com intuito punitivo, mas para proteger o menor. É imposta na infrações menos graves, mencionadas nos art. 1.637 do C.C, e que representam, no geral infração genérica aos deveres paternos. 
É temporária, perdurando somente até quando se mostre necessária, desaparecendo a causa, pode o pai, ou a mãe, recuperar o poder familiar. 
É facultativa e pode referir-se unicamente a determinação do poder familiar por decisão judicial, decorre de faltas graves, que configuram inclusive ilícitos penais e são especificados no art. 1.638 do C.C.
Extinção
A extinção do poder familiar dá-se por fatos naturais, de pleno direito, ou por decisão judicial. O art. 1.635 do C.C. menciona as seguintes causas de extinção: morte dos pais ou do filho, emancipação, maioridade, adoção e decisão judicial na forma do art. 1.638. 
Com a morte dos pais, desaparecem os titulares do direito, a de um deles faz concentrar no sobrevivente o aludido poder. A morte de filho, a emancipação e a maioridade fazem desaparecer a razão de ser do instituto, que é a proteção do menor. 
Presume a lei que os maiores de dezoito anos e os emancipados não mais precisam da proteção conferida aos incapazes. A adoção extingue o poder familiar na pessoa do pai natural, transferindo- o ao adotante.
A extinção por decisão judicial, que não existia no Código anterior, depende da configuração das hipóteses enumeradas no art. 1.638 como causas de perda: a) castigo imoderado do filho; b) abando do filho; c) prática de atos contrários à moral e aos bons costumes; d) reiteração de faltas aos deveres inerentes ao poder familiar. 
Perda
A perda do poder familiar é permanente, mas não se pode dizer que seja definitiva, pois os pais podem recupera-lo em procedimento judicial, de caráter contencioso, desde que comprovem a cessação das causas que determinaram. É imperativa, e não facultativa Abrange toda a prole, por representar um reconhecimento judicial de que o titular do poder familiar não está capacitado para o seu exercício. 
Entretanto, como se deve dar prevalência aos interesses do menor, já se decidiu, em caso de perda do poder familiar por abuso sexual de pai para contra a filha, que a destituição não atingiria o filho, que trabalhava com o pai e estava aprendendo o ofício, sem nenhum problema de relacionamento. 
Entendeu-se que, nesse caso especial separa-lo do pai trar-lhe-ia prejuízo ao invés de benefício. Antigamente, dentre as diferenças entre suspensão e perda do poder familiar. Apontava-se a seguinte: a suspensão podia ser decretada por simples despacho, sem forma nem figura de juiz, mas a perda dependia de procedimento contencioso. 
Hoje, no entanto, tal diferença não mais existe, pois o art.24 do Estatuto da Criança e do Adolescente preceitua que a perda e a suspensão do pátrio poder serãodecretadas judicialmente, em procedimento contraditório.
CONCLUSÃO
Como foi observado, o poder familiar transformou-se bastante ao longo do tempo, superando a ideia do princípio da autoridade, que permeava as relações familiares de outrora.
Com a evolução histórica, percebe-se a diminuição da autoridade do chefe de família, passando a vigorar a divisão dos deveres com relação a educação do filho, competindo agora não só ao pai, mas também a mãe o dever de criarem e educarem sua prole.
No Brasil, o Código Civil de 1916 sofreu alterações ao longo do tempo, sendo alterada sua concepção inicial sobre o exercício do pátrio poder com relação aos filhos, não mais sendo exclusividade do marido, passando a discutir-se mais o tema segundo cada caso concreto, avaliando-se o papel de cada um dos cônjuges durante o processo de reconhecimento do menor.
Foram dados outros passos em direção à igualdade no que diz respeito ao pátrio poder, tais como a promulgação da Lei nº. 4.121 de 27 de agosto de 1962 (Estatuto da mulher casada).
Com o advento da Constituição de 1988, o pátrio poder passou a ser exercido de forma igualitária por ambos os genitores, devendo aquele que encontra-se informado recorrer ao Poder Judiciário para tentar valer-se dos seus direitos.
No mesmo sentindo firmou o Estatuto da Criança e do Adolescente que dispõe, em seu art. 21, que aos pais cabe a tarefa de exercer o pátrio poder de forma igualitária.
Por fim, veio o Código Civil de 2002, que dispõe em seu art. 1.631, que durante o casamento e a união estável, o poder familiar compete aos pais e apenas na falta ou impedimento de um deles é que o outro o exercerá com exclusividade.
Superadas as questões acerca da titularidade do poder familiar, não se pode olvidar da sua importância, uma vez que constitui-se um múnus (encargo) público imposto pelo Estado aos pais, para que zelem pelo futuro de sua prole.
As tarefas dos genitores com relação aos filhos menores no exercício do pátrio poder encontram-se preconizadas no art. 1.634 do Código Civil. Assim como as possibilidades de suspensão, extinção e perda do poder familiar encontram-se dispostas nos artigos 1.637, 1.635 e 1.638 do Código Civil, respectivamente.
Por fim, torna-se notável a importância do tema estudado, tanto para o Estado, que que detém o Poder, e deve importar-se com as futuras gerações de nosso País, bem como para os pais, que devem ter conhecimento das atribuições que são impostas a entidade familiar, de forma que exerçam o Poder Familiar em acordo com as normas, outrossim, respeitando o interesse dos menores.
REFERêNCIAS:
BOSCHI, Fábio Bauab. Direito de visita. São Paulo: Saraiva, 2005.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. São Paulo: Saraiva, 2007. 
CÓDIGO CIVIL 2002. São Paulo: Saraiva, 2013.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: direito de família. 5º vol. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. São Paulo: Saraiva, 2013. 
Gonçalves, Carlos Roberto – Direito Civil Brasileiro, volume 6: direito de família – 8ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2011.
RODRIGUES, Silvio. Direito civil: direito de família. 28. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

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