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PRODUÇÃO TEXTUAL

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PRODUÇÃO TEXTUAL
PROFa. Dra. SANDRA MARIA DE OLIVEIRA
COESÃO TEXTUAL
	Um texto não é uma unidade constituída por uma soma de sentenças ou por um amontoado caótico de palavras e frases. Os enunciados, os segmentos do texto estão estritamente interligados entre si; há conexão entre as palavras, entre as frases, entre os parágrafos e as diferentes palavras, entre as frases, entre os parágrafos e as diferentes partes. Diz-se, pois, que um texto tem COESÃO quando seus vários elementos estão organicamente articulados entre si, quando há concatenação entre eles.
CORRELAÇÃO DE FRASES OU
PARÁGRAFOS
 Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na Gramática, por inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a deturpação do sentido do texto.
 Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, agrupados pelo sentido, baseada no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação em Prosa Moderna).
 para adicionar: não só ... mas também, bem como, não só ... como também, não só .... mas ainda, não somente... mas também ...
para opor: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante, senão ...
para alternar: ou...ou, ora...ora, seja...seja, quer...quer ...
para explicar: pois, porque, porquanto, em virtude de...
para dar a causa: visto como, como (=porque), visto que, uma vez que, já que, tendo em vista que ...
para dar consequência: portanto, por isso, por conseguinte, então, consequentemente, em vista disso, em vista do que, de (tal) sorte que, de (tal) modo que, de (tal) maneira que...
para fazer concessão: apesar de, embora, ainda que, se bem que, por mais que, por menos que, por melhor que, por muito que, mesmo que ...
para dar a condição: se, caso, desde que, contanto que, a não ser que, salvo se ...
para incluir: também, inclusive, igualmente, até (inclusive)
para dar continuidade: além disso, além de, outrossim, com efeito, por outro lado, ainda, inclusive, realmente, ora, acrescente-se que, saliente-se ainda que, paralelamente...
para concluir: portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, então, desse modo, dessa maneira, em vista disso, diante disso ...
para indicar prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, a priori (itálico),
para indicar tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que...
para indicar semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como.
para indicar dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que.
para indicar certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
para indicar surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, imprevistamente, surpreendentemente.
para expressar ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.
para indicar propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para.
para indicar resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, destarte, assim sendo.
para indicar causa e consequência: por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho), que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista.
para indicar contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que.
CARACTERÍSTICAS DO TEXTO 
ACADÊMICO
Para a redação devem ser observadas as características da linguagem acadêmica como:
a) exatidão- precisão conceitual e terminológica;
b) clareza - ideias expressas sem ambiguidade, uso de
vocabulário adequado, frases curtas;
c) simplicidade e objetividade - assuntos tratados de maneira direta e simples;
d) coerência - sequência lógica e ordenada na apresentação das ideias;
e) impessoalidade- evitar o uso da primeira pessoa plural e singular;
f) recomenda-se o uso do verbo na terceira pessoa, evitando-se pronomes da primeira pessoa tanto no plural quanto no singular (Adotar ...procurou-se analisar os resultados ... e não ...procuramos analisar os resultados...).
 É importante lembrar que o uso do vocabulário adequado e de frases, sem verbosidade, facilita o entendimento e prende a leitura;
 A fundamentação teórica consiste num levantamento sobre a temática, fornecendo uma visão geral do que já existe escrito sobre o assunto e que serve como base para a investigação prática. Entretanto, todo o texto deve ser escrito com as palavras do autor da monografia ou TCC. As citações complementam, fundamentam e justificam as ideias que estão sendo descritas.
 As citações na produção textual são feitas para apoiar uma hipótese, sustentar uma ideia ou ilustrar um raciocínio. Sua função é oferecer ao leitor o respaldo necessário para que ele possa comprovar a veracidade das informações fornecidas e possibilitar o seu aprofundamento. 
 O uso excessivo de citações prejudica a criação de conhecimento novo, é o que afirma Augusto de Franco (Coordenador-geral da Agência de Educação para o Desenvolvimento). Isso aconteceria pelo fato de ao utilizar as citações de outros autores para legitimar o seu conteúdo, o escritor estaria deixando de lado a sua própria capacidade de argumentação, o que termina favorecendo a cópia de conhecimentos já consolidados ao invés de criar novos.
 O ambiente acadêmico exige uniformidade quanto à utilização das normas técnicas. O Manual de Normas Acadêmicas da FSG orienta todas as questões referentes à forma e apresentação e segue as determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
 Dessa forma, a produção e apresentação de textos poderão resultar numa leitura ordenada, estética e enquadrada nos parâmetros oficiais.
CITAÇÕES
 A NBR 10520 (2002) define como citação a menção de uma informação extraída de outra fonte que
pode ser colocada no texto ou em nota de rodapé;
podendo ser direta, indireta ou ainda citação de citação (apud).
 “Elas só se justificam quando o pensamento expresso é significativo, claro e necessário à exposição.” (MEDEIROS, 2002, p. 192).
 Citação Direta de até Três Linhas
 É a transcrição ou cópia literal de outro texto.
 A citação direta curta é aquela transcrição de até três linhas colocada no texto e identificada entre aspas duplas. O uso de aspas simples é permitido para indicar citação no interior da citação. Deve-se indicar sua origem com precisão (incluindo-se o
número da página).
Exemplo 1:
A pesquisa bibliográfica pode ser definida como
 [...]um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância por serem capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema. O estudo da literatura pertinente pode ajudar a planificação do trabalho, evitar duplicações e certos erros, e representa uma fonte indispensável de informações podendo até orientar as indagações. (MARCONI; LAKATOS, 2006, p. 25).
Exemplo 2:
Gil (2007, p. 43) afirma que:
 O delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, que envolve tanto a diagramação quanto a previsão de análise e interpretação de coleta de dados. [...] considera o ambiente em que são coletados os dados e as formas de controle das variáveis envolvidas.
CITAÇÃO INDIRETA
 É a expressão da ideia contida na fonte citada com palavras próprias do autor do trabalho. Dispensa o uso de aspas. Nas citações indiretas deve ser indicado o autor que se está trabalhando a ideia e o respectivo ano da publicação. Recomenda-se não colocar a página, pois este tipo de citação trabalha com ideias mais amplas e a identificação completa deve ser feita nas referências ou em nota de rodapé.
Exemplo 1: A definição do tipo e do método de pesquisa deve levar em conta alguns critérios. Os propósitos (objetivos) ajudam a definir, por exemplo, se ela será exploratória ou descritiva (GIL, 2007).
Exemplo 2: Gil (2007) explica que a definição do tipo e do método de pesquisa deve levar em conta alguns critérios. Os propósitos (objetivos) ajudam a definir, por exemplo, se ela será exploratória ou descritiva.
CONSTRUÇÕES FRASAIS 
PARA USAR NO REFERENCIAL TEÓRICO
Arnold (1999) analisa que...........
Alguns fatores analisados por Kotler (1999) são......
Heinritz e Farrel (1988) afirmam que .........
Para Gurgel (1996), .....
Martins (2003) esclarece que ..... Salienta que..... 
Estabelece que...... Adverte que....
De acordo com Seltitz (2000), pode-se .....
Ainda, Hoffmann (1999).....
Chiavenato (1995), corroborando com o mesmo pensamento, afirma que.....
Complementa ainda o autor........
Hoji ( 2003), ainda, destaca algumas.....
Nesse sentido, Gitman (2004) ..........
Ainda na opinião de Gitman (2004),..... 
Já Zacarelli (1999) salienta que .....
Sob esse enfoque, segundo Cordeiro (2002),........
No entendimento de Oliveira (1986),........
Meggison (2002), por sua vez, entende que.....
Ansoff (1993) explica que.....
Fischmann (2001) ressalta que.....
Corroborando com o mesmo pensamento, Daft (1999) também alerta ........
Rebouças (1988) sustenta que.....
Entre os autores que tratam da matéria em questão, Porter (1990) destaca que.....
Conforme a análise de Rebouças (1993), a postura.......
Corroborando com as postulações dos demais autores, Daft (1993).......
Nesses termos e com o mesmo pensamento, Sandroni (1996) lembra que...
Vale ressaltar que...
Em função disso,...
A partir dessa reflexão, pode-se dizer que ...
É importante ressaltar que...
Com base em (autor), pode-se buscar caminhos...
É necessário, pois, analisar...
Nesse sentido, ressalta-se que...
Coaduna-se com essas reflexões (x autor) quando ressalta que... /
Posto que [a leitura é sempre produção de significados], considera-se que...
Daí a necessidade de...
Pode-se inferir, com (autor), que...
Assim, entende-se que...
Dessa perspectiva,...
Dessas acepções, pode-se ressaltar que...
Disso decorre...
Assim sendo, salienta-se que...
A partir desses levantamentos, cabe...
Pode-se compreender, com base em (autor) que...
Contudo, ressalta (autor) que...
Tais afirmações vêm de encontro ao que se pretende... (no sentido de choque)
Os estudos desses autores vêm ao encontro dos anseios, no sentido de mostrar que...(para somar)
Referências
BERLATTO, Odir (Org.). Manual de Normas para Trabalhos Acadêmicos da FSG. 
ECKERTT-HOFF, B. M. Apostila de metodologia do trabalho científico. Nova Odessa: Fac. Network, 2001.
FRANÇA, Júnia Lessa; VASCONCELLOS, Ana Cristina de. Manual para Normalização de Publicações Técnico-científicas. Belo Horizonte: UFMG, 2007.
GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 14. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1998.
MARTINS, Dileta, ZILBERKNOP Lúbia Scliar. Português Instrumental. 18. ed. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto,1996.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 
SIMÕES, D. M. P. A produção de textos acadêmicos. HENRIQUES, C. C. (Org.). A redação de trabalhos acadêmicos: teoria e prática. Rio de Janeiro: UERJ, 2002.
VIANA, Antonio Carlos (Coord.) Roteiro de redação: lendo e argumentando. São Paulo: Scipione,1998.

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