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AULA 2 REVOLUÇÃO VERDE Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas – CEDERJ. Disciplina de Tópicos em Biossegurança e Bioética. Coordenador: Alessandro Coutinho Ramos AULA 2 - REVOLUÇÃO VERDE Revolução Verde Antes de terminar a Segunda Grande Guerra, instituições privadas como a Rockfeller e a Ford, vendo na agricultura uma boa chance para reprodução de capital, começaram a investir em técnicas para o melhoramento de sementes, denominadas Variedade Alta de Produtividade (VAP), no México e nas Filipinas. Ao fim da Segunda Guerra Mundial empresas de produtos químicos que abasteciam a indústria bélica norte-americana começaram a incentivar a produção e o uso de agrotóxicos como herbicidas, fungicidas, inseticidas e fertilizantes químicos. Paralelamente a este fato, começou também a ser adotado e incentivado o uso de maquinário pesado como tratores e colheitadeiras. Assim surgiram as inovações tecnológicas que deram início à base técnica da Revolução Verde. A expressão Revolução Verde foi criada em 1966, em uma conferência em Washington, por Wiliam Gown, que disse a um pequeno grupo de pessoas interessadas no desenvolvimento de países com déficit de alimentos “é a Revolução Verde, feita a base de tecnologia, e não do sofrimento do povo.” As sementes modificadas e desenvolvidas nos laboratórios possuem alta resistência a diferentes tipos de pragas e doenças, seu plantio, aliado à utilização de agrotóxicos, fertilizantes, implementos agrícolas e máquinas, aumenta significativamente a produção agrícola. Após 1950, muitos países do mundo, incluindo o Brasil, introduziram as inovações trazidas pela Revolução Verde em seus meios de produção agrícola. As outras variáveis sociais, econômicas e políticas que impulsionaram a Revolução Verde surgiram ao findar da Segunda Guerra Mundial, durante a Guerra Fria, quando os EUA (bloco capitalista) e extinta União Soviética (bloco socialista) disputavam ideológica e economicamente a hegemonia do mundo. A partir desse cenário os demais países deveriam se aliar a uma dessas superpotências, que por sua vez, para manter ou conquistar novas áreas de influência faziam investimentos econômicos em países que pretendiam fazer com que se aliassem a elas. Os EUA e os grandes capitalistas temiam que a fome, um problema que se tornava cada vez mais sério em várias partes do mundo, se tornasse um elemento decisivo para os países aliados ou que pretendiam se aliar. Nesse contexto ocorreram grandes investimentos dos EUA na agricultura de diversos países em desenvolvimento como Índia, Brasil e México. O uso de agrotóxicos, fertilizantes e máquinas agrícolas são comuns durante o processo produtivo rural. A produtividade e o desempenho da agricultura nos países avançados durante a segunda metade do século XX garantiram às suas populações um inédito grau de segurança alimentar. Assim, nos últimos trinta ou quarenta anos os países da América do Norte, da Europa e do Leste Asiático tiveram acesso a uma verdadeira abundância de alimentos. O modelo de agricultura desenvolvido após a Revolução Verde estava baseado no aumento da produtividade agrícola para erradicar a fome mundial. O processo de modernização agrícola veio com o propósito de aumentar a produção através do desenvolvimento em sementes, fertilização do solo e utilização de máquinas no campo que pudessem aumentar a produção. Fonte: https://sites.google.com/site/greenrevolutionandworld/ O programa teve financiamento pelo grupo Rockefeller, com sede na cidade de Nova Iorque. Onde aplicou postura ideológica de aumentar a produção de alimentos, com várias mudanças no segmento agropecuário nos países subdesenvolvidos, visando acabar com o problema da fome. A implantação dessas mudanças no desenvolvimento agrícola e na estrutura fundiária dos países foi incentivada pelo governo norte-americano e a Organização das Nações Unidas (ONU). O mundo estava em plena Guerra Fria e, com isso o objetivo dos Estados Unidos era impedir o surgimento de movimentos socialistas. A ideia era adotar o mesmo modelo de cultivo em todos os lugares onde foi inserido, passando despercebidos fatores essenciais como: recursos naturais de cada região e as possibilidades e necessidades dos agricultores. O novo padrão levou ao crescimento da produção apenas nas grandes propriedades que tinham condições para inserção do processo de modernização, como o clima e relevo. As sementes aperfeiçoadas em laboratórios possuem alta resistência a diferentes pragas e doenças, seu plantio, aliado à utilização de agrotóxicos, fertilizantes, implementos agrícolas e máquinas. As multinacionais passaram a exportar diversas tecnologias, incluindo capacitações de professores e técnicos, todos necessários para cultivar alimentos. Os governos incentivaram o processo de modernização das práticas agrícolas dando financiamentos para médios e grandes produtores rurais, promovendo pesquisas e também propagandas. Consequências da revolução Problemas irreversíveis foram deixados pela implantação do programa. O sistema de “monocultura” foi adotado em vários países, o que não foi bom. Áreas foram totalmente transformadas em grandes lavouras de uma única plantação. As regiões ambientais que eram protegidas também sofreram impacto. Diversas florestas naturais passaram a serem pastagens e plantações. A intensa utilização de agrotóxicos e outros produtos químicos provocou a contaminação das águas e do solo dos locais. Sim, houve aumento da produção alimentícia. Mas o problema da fome não foi resolvido, pois a produção nos países em desenvolvimento é voltada principalmente para países já desenvolvidos e com fortes indústrias. O problema do crescimento da fome não está relacionado com a quantidade de alimentos agrícolas que são produzidos anualmente. O agravante principal é a forma como os alimentos são distribuídos. As camadas pobres da sociedade ainda encontram dificuldade para satisfazer suas necessidades alimentares. Além desse problema da fome mundial que ainda não foi resolvido, outros problemas sociais e ambientais apareceram. Os principais problemas ambientais que surgiram a partir da Revolução Verde estão relacionados com a utilização intensiva de agrotóxicos, adubos químicos e mecanização. Para combater pragas e outras doenças que ameaçam as lavouras de monoculturas, os produtores rurais passaram a utilizar os inseticidas, os fungicidas e os herbicidas. O importante é destacar que quando esses compostos químicos são utilizados na produção agrícola para a eliminação de pragas e outras doenças, as mesmas começam a criar resistência, resultando num ciclo vicioso que demanda aumento do uso de agrotóxicos. Fonte:http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI283394-18071,00- PIMENTAO+MORANGO+E+PEPINO+LIDERAM+RANKING+DE+ALIMENTOS+COM+AGROTOXICOS.html O Brasil e a segunda revolução verde No Brasil, muitos problemas surgiram devido à implementação das técnicas da Revolução Verde. Dentre eles, destacam-se a erosão, a compactação do solo, o desmatamento, a perda da biodiversidade, o comprometimento da produtividade dos solos e a contaminação dos recursos hídricos e dos alimentos devido ao uso excessivo de agrotóxicos. Outro problema causado pelo uso intensivo de agrotóxicos é a resistência adquirida por pragas de origem animal ou vegetal. Nos últimos anos, a quantidade de pragas agrícolas aumentou consideravelmente no Brasil e, consequentemente, a utilização de agrotóxicos também subiu. Diversos produtores rurais no Brasil não conseguiram alcançar asmargens esperadas de produção e acabaram com dividas, tendo como escapatória vender suas propriedades para pagarem as contas. O modelo se baseia na intensiva utilização de sementes geneticamente alteradas (particularmente sementes híbridas), insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos), mecanização, produção em massa de produtos homogênicos e diminuição do custo de manejo. Também são creditados à revolução verde o uso extensivo de tecnologia no plantio, na irrigação e na colheita, assim como no gerenciamento de produção. Esse ciclo de inovações se iniciou com os avanços tecnológicos do pós-guerra, embora o termo revolução verde só tenha surgido na década de 70. Desde essa época, pesquisadores de países industrializados prometiam, através de um conjunto de técnicas, aumentar estrondosamente as produtividades agrícolas e resolver o problema da fome nos países em desenvolvimento. Mas, contraditoriamente, além de não resolver o problema da fome, aumentou a concentração fundiária, a dependência de sementes modificadas e alterou significativamente a cultura dos pequenos proprietários. A introdução destas técnicas em países menos desenvolvidos provocou um aumento brutal na produção agrícola de países não-industrializados. Países como o Brasil e a Índia foram alguns dos principais beneficiados na produção. No Brasil, passaram a desenvolver tecnologia própria, tanto em instituições privadas quanto em agências governamentais (como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária | Embrapa) e universidades. A partir da década de 1990, a disseminação destas tecnologias em todo o território nacional permitiu que o Brasil vivesse um surto de desenvolvimento agrícola, com o aumento da fronteira agrícola, a disseminação de culturas em que o país é recordista de produtividade (como a soja, o milho e o algodão, entre outros), atingindo recordes de exportação. Há quem chame esse período da história brasileira de Era do Agronegócio (ou Era do Agrobusiness, embora esse último termo soe provocativo em alguns círculos nacionalistas). Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), é preciso aumentar a produção mundial de alimentos em 70% nos próximos 40 anos para erradicar a fome no planeta. E o Brasil tem papel relevante nesse processo, não só pela abundância de recursos naturais, mas por sua capacidade técnica, exportando conhecimentos e experiências. Hoje, diz a FAO, a maior preocupação com relação à segurança alimentar está voltada para a Ásia e a África Subsaariana. E é da Ásia que surgem sinais auspiciosos de uma segunda revolução verde, para superar uma realidade catastrófica em que, de cada seis pessoas no planeta, uma passa fome, e a cada cinco minutos uma criança morre por desnutrição. A primeira revolução verde ensejou o debate ambiental, indispensável à supressão de efeitos colaterais nocivos. A segunda revolução ocorre já sob a égide dessa nova ciência, a ecologia, cujos fundamentos acompanham as pesquisas. A final os transgênicos fazem mal? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.revolucaoverde.org/ BARRUCHO. L. G. Uma nova revolução verde. Revista VEJA. Edição 2143. Dez. 2009. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/161209/uma-nova-revolucao-verde-p-142.shtml>. MUNDO EDUCAÇÃO. A revolução verde. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/a-revolucao-verde.htm. MUNDO EDUCAÇÃO. A revolução verde e a fome. Disponível em: http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/revolucao-verde-fome.htm.
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