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Agda Renata Barros Santos – Enfermagem- UNINASSAU - 2022 Bioética e Biossegurança Resumo do semestre – AV1 De acordo com a definição do dicionário Michaelis, ética é: “Conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de uma individuo ou de um grupo social ou de uma sociedade” A ética também poderia ser definida pelo “estudo da natureza geral da moral e das escolhas morais específicas; filosofia moral; e as regras ou normas que regem o comportamento dos membros de uma profissão” (Ferrell, Fraedrich, & Ferrell, 2011). “Ética é a parte da filosofia que trata das questões morais, das ideias morais do cotidiano humano, é a investigação geral sobre aquilo que é bom e seu objetivo é facilitar a vida do homem de modo a que ele se realize. Seu papel é fundamentar a Moral, pois esta supõe uma crença, inclusive com os seus respectivos dogmas”. Thiry-Cherques (2008) Ética x moral: a moral é o ato ou costume, o que se consolidou como verdadeiro no sentido da ação. Já a ética é a reflexão ou pensamento sobre aquilo que já se consolidou. Um dos conceitos que definem Bioética (“ética da vida”) é que esta é a ciência “que tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida, identificar os valores de referência racionalmente propor níveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações” (LEONE; PRIVITERA; CUNHA, 2001). “A bioética é a reflexão ética sobre os seres vivos tais como eles se apresentam nas relações cotidianas. Dessa forma, a bioética pretende contribuir para que as pessoas estabeleçam “uma ponte” entre o conhecimento científico e o conhecimento humanístico, a fim de evitar os impactos negativos.” Bioética x Biossegurança: a bioética preocupa-se com a moralidade dos atos biotecnocientíficos, a biossegurança ocupa-se com os riscos biológicos envolvidos no uso das biotecnologias no ambiente de trabalho e na sociedade em geral, lançando mão de medidas técnicas e legais. O livro Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar, organizado por Pedro Teixeira e Silvio Valle, apresenta a seguinte definição: "a biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados". De acordo com a Fiocruz: “a questão fundamental, portanto, é garantir que qualquer procedimento científico seja seguro. Ele precisa ser seguro para os profissionais que o realizam, para os pacientes a quem são destinados (quando houver) e para o ambiente e, ao mesmo tempo, ser capaz de gerar resultados de qualidade.” ---x--- SEGURANÇA NO TRABALHO Segurança do Trabalho (ST) pode ser definida como todas as medidas que são adotadas em empresas visando minimizar os acidentes de trabalho, as doenças ocupacionais e, assim, proteger a integridade do profissional no ambiente de trabalho, a fim de que tenha condições de executar suas tarefas da melhor forma possível. Legislação: A Portaria GM nº 3.214, de 08 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho, é a lei que regulamenta as atividades da Segurança do Trabalho. Ela ÉTICA: BIOÉTICA: Agda Renata Barros Santos – Enfermagem- UNINASSAU - 2022 estabelece as Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NR’s. Normas regulamentadoras: As Normas Regulamentadoras determinam como deve ser desenvolvido o trabalho da Segurança do Trabalho em cada tipo de empresa, como deve ser o dimensionamento do SESMT e as sansões e penalidades em casos de descumprimento da lei. Atualmente, as NR’s são: NR 1 – Disposições Gerais NR 3 – Embargo ou Interdição NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Regulamenta as regras para a criação e os procedimentos a seres adotados pelas empresas para o funcionamento da CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, a fim de prevenir os Acidentes do Trabalho. NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Determina as obrigações dos empregadores e empregados referente aos EPI´s, orientando sobre os tipos de equipamentos que o empregador deve fornecer ao colaborador, como e quando deve fazer isso. Na NR-6 consta, ainda, a lista completa dos EPIs para cada tipo de proteção. NR 7 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) NR 8 – Edificações NR 9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR11–Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos NR 13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações NR 14 – Fornos NR 15 – Atividades e Operações Insalubres NR 16 – Atividades e Operações Perigosas NR 17 – Ergonomia NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção NR 19 – Explosivos NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis NR 21 – Trabalho a Céu Aberto NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração NR 23 – Proteção Contra Incêndios NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; NR 25 – Resíduos Industriais NR 26 – Sinalização de Segurança NR 28 – Fiscalização e Penalidades NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde Define as obrigatoriedades que poderão proporcionar segurança àqueles que trabalham em estabelecimentos da área da saúde, recomenda as medidas preventivas e a capacitação para o trabalho seguro. NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval NR 35 – Trabalho em Altura NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados NR 37 – Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo NR32: A NR 32 é uma Norma Regulamentadora que estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e a saúde dos TRABALHADORES EM SERVIÇOS DE SAÚDE. Recomenda para cada situação de risco, a adoção de medidas preventivas e a capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro. A NR 32 abrange as seguintes situações de exposição a riscos para a saúde do profissional: • Riscos biológicos; • Riscos químicos; • Da radiação ionizante. A NR 32 abrange ainda a questão da obrigatoriedade da vacinação do profissional de enfermagem (tétano, hepatite e demais vacinas que estiverem contidas no PCMSO), com os reforços pertinentes, conforme recomendação do Ministério da Saúde. Agda Renata Barros Santos – Enfermagem- UNINASSAU - 2022 Riscos físicos Envolve questões de temperatura, radiação, ruídos e demais riscos, como os níveis excessivos de ruído, que podem prejudicar uma pessoa a médio e longo prazos. Riscos químicos São relacionados a elementos com gases e produtos com substâncias tóxicas que, ao entrarem em contato com a pele ou o organismo humano, podem causar sérios problemas. Riscos biológicos Relacionados a graves problemas de infecções, alergias, doenças autoimunes, entre outros. Envolvem a manipulação dos seres vivos que causam essas doenças. Riscos ergonômicos São causados pelo mau posicionamento de equipamentos em estabelecimentos. Os efeitos colaterais são: problemas mentais, cansaço físico e demais alterações no corpo humano. Riscos por acidente São aqueles que prejudicam diretamente o trabalhador. Entre os acidentes ocorridos e suas sequelas, podemos citar: deficiências físicas causadas por máquinas em mau funcionamento,ferramentas inadequadas, incêndios ou explosões. Classificação dos agentes biológicos segundo a NR32: Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano. Classe de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Classe de risco 3: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Para evitarmos que esses riscos ocorram, é necessário seguir algumas dicas importantes: Criar protocolos operacionais padrão; Usar equipamentos de proteção individual; Descartar apropriadamente os materiais; Adotar educação continuada. ---X--- A biossegurança é uma área de conhecimento definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como: “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente”. Níveis de Biossegurança: Existem quatro níveis de biossegurança: NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4, crescentes no maior grau de contenção e complexidade do nível de proteção. O nível de biossegurança de um experimento será determinado segundo o organismo de maior classe de risco envolvido no experimento. Quando não se conhece o potencial patogênico do OGM resultante, deverá ser procedida uma análise detalhada e criteriosa de todas as condições experimentais. Nível de Biossegurança 1 - NB - 1 É adequado ao trabalho que envolva agente com o menor grau de risco para o pessoal do laboratório e para o meio ambiente. O laboratório, neste caso, não está separado das demais dependências do edifício. O trabalho é Agda Renata Barros Santos – Enfermagem- UNINASSAU - 2022 conduzido, em geral, em bancada. Os equipamentos de contenção específicos não são exigidos. O pessoal de laboratório deverá ter treinamento específico nos procedimentos realizados no laboratório e deverão ser supervisionados por cientista com treinamento em Microbiologia ou ciência correlata. Nível de Biossegurança 2 - NB – 2 É semelhante ao NB-1 e é adequado ao trabalho que envolva agentes de risco moderado para as pessoas e para o meio ambiente. Difere do NB-1 nos seguintes aspectos: O pessoal de laboratório deve ter treinamento técnico específico no manejo de agentes patogênicos e devem ser supervisionados por cientistas competentes; O acesso ao laboratório deve ser limitado durante os procedimentos operacionais; Determinados procedimentos nos quais exista possibilidade de formação de aerossóis infecciosos devem ser conduzidos em cabines de segurança biológica ou outro equipamento de contenção física. Nível de Biossegurança 3 - NB – 3 É aplicável aos locais onde forem desenvolvidos trabalhos com Organismos Geneticamente Modificados (OGM) resultantes de agentes infecciosos Classe 3, que possam causar doenças sérias e potencialmente letais, como resultado de exposição por inalação. O pessoal do laboratório deve ter treinamento específico no manejo de agentes patogênicos e potencialmente letais, devendo ser supervisionados por cientistas com vasta experiência com esses agentes. Todos os procedimentos que envolverem a manipulação de material infeccioso devem ser conduzidos dentro de cabines de segurança biológica ou outro dispositivo de contenção física. Os manipuladores devem usar roupas de proteção individual. O laboratório deverá ter instalações compatíveis para o NB-3. Para alguns casos, quando não existirem as condições específicas para o NB-3, particularmente em instalações laboratoriais sem área de acesso específica, ambientes selados ou fluxo de ar unidirecional, as atividades de rotina e operações repetitivas podem ser realizadas em laboratório com instalações NB-2, acrescidas das práticas recomendadas para NB-3 e o uso de equipamentos de contenção para NB-3. Nível de Biossegurança 4 - NB – 4 Este nível de contenção deve ser usado sempre que o trabalho envolver OGM resultante de organismo receptor ou parental classificado como classe de risco 4 ou sempre que envolver organismo receptor, parental ou doador com potencial patogênico desconhecido. Tipos de agentes de risco: Os agentes de risco são classificados em 5 tipos, confira a seguir: Riscos Físicos (Verde) São diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som. Um exemplo das consequências do ruído como risco físico: Consequências: Cansaço, irritação, dores de cabeça, diminuição da audição, aumento da pressão arterial, problemas no aparelho digestivo, taquicardia e perigo de infarto. Riscos Químicos (Vermelho) São as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão; Agda Renata Barros Santos – Enfermagem- UNINASSAU - 2022 Um exemplo das consequências de poeiras minerais (sílica, asbesto, carvão, minerais) como risco químico: Consequências: Silicose (quartzo), asbestose (amianto) e pneumoconiose dos minérios de carvão. Riscos Biológicos (Marrom) São riscos oferecidos por diversos tipos de micro- organismos que possam infectar o indivíduo por vias respiratórias, contato com a pele ou ingestão. São as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros; Um exemplo das consequências de vírus, bactérias e protozoários como risco biológico: Consequências: Doenças infecto-contagiosas. Ex.: hepatite, cólera, amebíase, AIDS, tétano, etc. Riscos Ergonômicos (Amarelo) Esforço físico intenso, Levantamento e transporte manual de peso, Exigência de postura inadequada, Controle rígido de produtividade, Imposição de ritmos excessivos, Trabalho em turno e noturno, Jornadas de trabalho prolongadas, Monotonia e repetitividade, Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico. Um exemplo das consequências de esforço físico, levantamento e transporte manual de pesos, exigências de postura, como risco ergonômico: Consequências: Cansaço, dores musculares, fraquezas, hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças nervosas, acidentes e problemas da coluna vertebral. Riscos Acidentes/Mecânicos (Azul) Arranjo físico inadequado, Máquinas e equipamentos sem proteção, Ferramentas inadequadas ou defeituosas, Iluminação inadequada, Eletricidade, Probabilidade de incêndio ou explosão, Armazenamento inadequado, Animais peçonhentos, Outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes; Um exemplo das consequências de ligações elétricas deficientes , como risco mecânicos: Consequências: Curto-circuito, choque elétrico, incêndio, queimaduras, acidentes fatais. Isolamento hospitalar: O isolamento hospitalar é uma forma de controle importante para proteger a pessoa doente, outros pacientes, familiares e os profissionais da saúde. Os métodos de isolamento hospitalar tambémsão conhecidos como precauções. Em geral, o objetivo é evitar contaminações por agentes infecciosos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas. Manuais de precaução de hospitais e órgãos públicos alertam para a necessidade de conhecer os elos da cadeia epidemiológica. Dessa maneira, é possível aplicar as melhores práticas de bloqueio da transmissão. A cadeia epidemiológica é composta por seis elementos: agente infeccioso, fonte, porta de saída, forma de transmissão, porta de entrada e hospedeiro suscetível. Existem quatro diferentes métodos de isolamento hospitalar: isolamento padrão, de contato, respiratório por gotícula e respiratório por aerossol. O que os define são os agentes infecciosos confirmados ou suspeitos. Da mesma maneira, cada modelo requer uma série de cuidados, procedimentos e equipamentos para serem implementados. Agda Renata Barros Santos – Enfermagem- UNINASSAU - 2022 Como realizar o isolamento hospitalar: O método de isolamento hospitalar padrão é utilizado em casos com risco de contaminação por sangue ou fluido corporal, contato com pele não íntegra e com mucosas. Segundo a Anvisa e o Ministério da Saúde, deve ser seguido por todos os pacientes, independentemente da suspeita ou não de infecção. As recomendações incluem: Higienizar as mãos com água e sabonete ou friccioná-las com álcool a 70% antes e após o contato com qualquer paciente, após a remoção das luvas e após o contato com sangue ou secreções; Usar luvas, máscara, óculos e avental quando houver risco de contato com sangue, secreções ou membranas mucosas; E descartar seringas e agulhas, sem desconectá-las, em recipientes apropriados. O objetivo do isolamento hospitalar de contato é evitar a disseminação de bactérias resistentes por contato com o paciente ou ambiente. Nesses casos, além do uso de luvas e avental durante todo o tipo de manipulação com o paciente, alguns equipamentos (como termômetro e estetoscópio) devem ser de uso exclusivo do paciente. Quando houver disponibilidade de quarto privativo, a distância mínima entre dois leitos deve ser de um metro. Isolamento respiratório por gotícula: Já o isolamento respiratório por gotícula é indicado quando há possibilidade de transmissão de microrganismos por gotículas maiores que 5 microns. Tosse, espirro ou uma conversa próxima podem gerar a contaminação. Se não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente só pode ser internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo. Detalhe: sempre respeitando a distância mínima entre leitos. Recomenda-se não transportar o paciente e utilizar máscara cirúrgica – tanto paciente como profissional da saúde. Isolamento por aerossol: No caso do isolamento por aerossol, os cuidados devem ser maiores. A intenção é impedir o avanço de microrganismos menores que 5 microns, com capacidade de ficarem suspensos no ar e se dispersarem por longas distâncias. É o caso da varicela, do sarampo e da tuberculose, por exemplo. Além das precauções padrão citadas acima, a porta do quarto privativo se mantém sempre fechada. Antes de entrar no ambiente, é exigido o uso de máscara profissional (N-95). Estrutura física dos quartos privativos em UTI A resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, do Ministério da Saúde, estabelece as regras para planejamento, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos de saúde. Conforme o regramento, toda Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) deve prever um quarto de isolamento para cada dez leitos. Para UTIs com leitos dispostos em quartos privativos, painéis de vidro são utilizados para facilitar a observação dos pacientes. É necessário a instalação de uma central de monitoramento no posto de enfermagem, com transmissão de onda eletrocardiográfica e frequência cardíaca. A dimensão mínima é de 12 metros quadrados, com distância de um metro entre paredes e leito, exceto a cabeceira. No quarto de isolamento, são exigidos os seguintes espaços: antecâmara e lavatório exclusivo para uso da equipe de assistência; bancada com pias de despejo; banheiro privativo; área específica para recipientes estanques de roupa limpa e suja; e lavatório. Os projetos devem considerar a necessidade de salas de isolamento com pressão positiva e negativa. Agda Renata Barros Santos – Enfermagem- UNINASSAU - 2022 EPI X EPC Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) O Equipamento de Proteção Individual – EPI é todo dispositivo ou produto desenvolvido para proteger individualmente o trabalhador contra riscos que podem ameaçar sua segurança e sua saúde. Segundo a Norma Regulamentadora 6 (NR 6), que dispõe sobre o uso dos EPI’s, a empresa é obrigada a fornecer gratuitamente os equipamentos adequados aos profissionais. Além disso, este tipo de equipamento só deve ser adotado quando não for possível tomar medidas que possibilitem a eliminação dos riscos do ambiente em que se desenvolve a atividade. Ou seja, apenas quando as medidas de proteção coletiva não forem viáveis, eficientes e suficientes para atenuar os riscos ou quando não oferecem proteção completa contra os riscos de acidente de trabalho e/ou de doenças ocupacionais. Portanto, os EPI’s devem ser sempre utilizados em conjunto com os EPC’s para oferecer completa proteção aos colaboradores. Alguns exemplos de equipamentos individuais são: Capacetes; Balaclavas; Máscaras; Óculos de proteção; Protetores auriculares; Luvas; Botas; Cintos de segurança; Calças; Abafadores de ruídos; Respiradores; Coletes; Entre outros. Nesse sentido, de acordo com a NR 6, é função do empregador: Adquirir o equipamento adequado ao risco de cada atividade; Exigir seu uso; Fornecer ao trabalhador somente o EPI aprovado pelo órgão nacional competente; Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; Substituir o equipamento imediatamente quando for danificado ou extraviado; Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; Comunicar ao Ministério do Trabalho (MTE) qualquer irregularidade observada; Registrar seu fornecimento ao trabalhador, seja por meio de livros, fichas ou sistema eletrônico. Da mesma forma, a norma estabelece que o trabalhador deve utilizar o equipamento e responsabilizar-se pela sua guarda e conservação, comunicando ao empregador qualquer alteração ou problema que o torne impróprio para uso. Além disso, é função do profissional cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado dos equipamentos. Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC’s) Os Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC’s são dispositivos utilizados no ambiente de trabalho que têm o objetivo de proteger coletivamente os trabalhadores dos riscos inerentes às suas funções. Dessa forma, a finalidade desses equipamentos é zelar pela saúde e integridade física não apenas dos colaboradores da empresa, mas também de terceiros. Para isso, as NR 4 e 9 do MTE regulamentam essa área e definem que o estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva devem seguir a seguinte ordem: Agda Renata Barros Santos – Enfermagem- UNINASSAU - 2022 Medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho. Para isso, alguns exemplos de EPC’s são: Corrimões; Fitas; Placas de sinalização; Cones; Grades; Guarda-corpos; Extintores de incêndio; Exaustores; Entre outros. Assim, além de adotar essasmedidas, a organização deve fornecer treinamento aos trabalhadores sobre os procedimentos para garantir sua eficiência e as limitações de proteção que os equipamentos oferecem. Tanto os EPI’s quanto os EPC’s são importantes para garantir a segurança e zelar pela saúde dos trabalhadores, porém os dispositivos coletivos devem ter preferência e, se não forem suficientes para a proteção completa, os equipamentos individuais devem ser utilizados. Além disso, é importante que a empresa supervisione a utilização desses equipamentos no dia a dia das atividades para que isso torne-se um hábito para os colaboradores. Dessa forma é possível evitar acidentes de trabalho que geram prejuízos financeiros e produtivos para a empresa, assim como à saúde dos trabalhadores.
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