Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1º Simulado do XIX Exame de Ordem – Direito Penal Profs. Bruno Trigueiro e Ricardo Galvão 1º SIMULADO – XIX EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL INSTRUÇÕES 1. Você está recebendo do fiscal de sala, além deste caderno de rascunho contendo o texto da peça prático-profissional e das quatro questões discursivas, um caderno destinado à transcrição dos textos definitivos das respostas; 2. Ao receber o caderno de textos definitivos você deve: a) verificar se a disciplina constante da capa deste caderno coincide com a registrada em seu caderno de textos definitivos; b) conferir seu nome, número de identidade e número de inscrição; c) comunicar imediatamente ao fiscal da sala, qualquer erro encontrado no material recebido; d) ler atentamente as instruções de preenchimento do caderno de textos definitivos; e) assinar o caderno de textos definitivos, no espaço reservado, com caneta esferográfica transparente de cor azul ou preta. 3. Quando autorizado pelo fiscal de aplicação, escreva, no espaço apropriado do seu caderno de textos definitivos, com a sua caligrafia usual, a seguinte frase: 4. As questões discursivas são identificadas pelo número que se situa acima do seu enunciado. 5. Durante a aplicação da prova não será permiti do: a) qualquer tipo de comunicação entre os examinandos; b) levantar da cadeira sem a devida autorização do fiscal de sala; c) portar aparelhos eletrônicos, tais como bipe, telefone celular, walkman, agenda eletrônica, notebook, palmtop, receptor, gravador, máquina fotográfica, controle de alarme de carro, etc., bem como relógio de qualquer espécie, óculos escuros ou qualquer acessório de chapelaria, como chapéu, boné, gorro, etc., e ainda lápis, lapiseira, borracha ou corretivo de qualquer espécie. 6. A FGV realizará a coleta da impressão digital dos examinandos no caderno de textos definitivos. 7. Não será permitida a troca do caderno de textos definitivos por erro do examinando. 8. O tempo disponível para esta prova será de 5 (cinco) horas, já incluído o tempo para preenchimento do caderno de textos definitivos. 9. Para fins de avaliação, serão levadas em consideração apenas as respostas constantes do caderno de textos definitivos. 10. Somente após decorridas duas horas do início da prova, você poderá retirar-se da sala de prova sem levar o caderno de rascunho. 11. Somente após decorridas quatro horas do início da prova, você poderá retirar-se da sala de prova levando o caderno de rascunho. 12. Quando terminar sua prova, entregue o caderno de textos definitivos devidamente preenchido e assinado ao fiscal da sala. 13. Os 3 (três) últimos examinandos de cada sala só poderão sair juntos, devendo obrigatoriamente testemunhar o lacre da embalagem de segurança pelo fiscal de aplicação, contendo os documentos que serão utilizados na correção das provas dos examinandos, assinando termo quanto a esse procedimento. Caso algum desses examinandos insista em sair do local de aplicação antes de presenciar o procedimento descrito, deverá assinar termo desistindo do Exame e, caso se negue, será lavrado Termo de Ocorrência, testemunhado pelos 2 (dois) outros examinandos, pelo fiscal de aplicação da sala e pelo Coordenador da unidade de provas. Boa prova! 01 1º Simulado do XIX Exame de Ordem – Direito Penal Profs. Bruno Trigueiro e Ricardo Galvão PEÇA PROFISSIONAL Cunha, 20 anos de idade, conheceu Dilma em uma festa de carnaval em 18 de fevereiro de 2014, no município de Vertentes-PE, onde residem. Neste mesmo dia, Dilma falou para Cunha que tinha 19 anos de idade, o que ao momento parecia crível, uma vez que Dilma mede 1,75 de altura e tem uma aparência de uma pessoa desta idade. Na mesma noite, os dois mantiveram relações sexuais. Poucos dias depois, iniciaram um caloroso romance, e Cunha presenteou Dilma com alguns produtos de beleza, uma Chapinha de Cabelo e um Celular Smartphone. No mês seguinte, Cunha foi apresentado à mãe de Dilma, que logo concedeu a permissão para que continuassem o namoro. Nesta ocasião, Cunha ficou sabendo que Dilma na verdade possuía 13 anos de idade. Surpreso com aquela informação, ele decidiu afastar-se e não quis mais manter o relacionamento. Ocorre que Dilma descobriu que estava grávida, e Virgulino, pai de Dilma, não sabia que sua filha havia tido um relacionamento amoroso com Cunha, tampouco que estava grávida. Ao descobrir todos os fatos, ele (Virgulino) foi até a Delegacia de Polícia da cidade noticiar todo o ocorrido. Cunha foi indiciado por estupro de vulnerável (art. 217-A, CP) e exploração sexual (art 244-A do ECA). Durante o inquérito foi realizado exame sexológico que comprovou que a vitima estava grávida. Cunha foi denunciado como incurso no art. 217-A do CP e 244-A do ECA. Recebida a inicial pelo Juiz da 1a Vara Criminal de Vertentes, o acusado foi citado para apresentação da resposta escrita à acusação, oportunidade em que sem condições de contratar advogado, apresentou a peça de próprio punho. O magistrado, entendendo não ser caso de absolvição sumária, designou audiência de instrução e julgamento. Na audiência de instrução e Julgamento, a vítima não compareceu, e apesar das incursões solicitadas pelo juiz, não foi encontrada. Em seu interrogatório, o acusado, acompanhado de defensor, confessou que manteve relações sexuais com Dilma, entretanto afirmou que não sabia que ela possuía 13 anos de idade, mas que após iniciar o namoro com Dilma descobriu que sua verdadeira idade era de 13 anos, quando então terminou o relacionamento. Asseverou, ainda, que tivera intenção em manter relacionamento serio com a vitima, e que queria assumir seu filho que acabara de nascer. Ao final Cunha, primário e de bons antecedentes, foi condenado a 13 anos de reclusão, fixando-se o regime inicial fechado para o cumprimento da pena, pelas praticas dos crimes previstos no art. 217-A do CP, e 244-A do ECA c/c Art 61 Inc. II, aline "h" do CP. O magistrado fundamentou a 1º Simulado do XIX Exame de Ordem – Direito Penal Profs. Bruno Trigueiro e Ricardo Galvão condenação em jurisprudência recente do STJ que assevera que o consentimento da vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou a existência de relacionamento amoroso entre o agente e a vítima não afastam a ocorrência do crime do art. 217-A. E ainda, que devido aos objetos dados por Cunha a Dilma em troca de favores sexuais, ele infringiu o art. 244-A do ECA, explorando sua sexualidade mediante vantagem. E agravou a pena com base no art. 61, inc. II, alínea "h" do CP, por ter sido o crime cometido contra criança. Já como advogado do Réu, e sendo sido intimado da decisão em 09 de outubro de 2015 (sexta-feira) apresente a peça, privativa de advogado, cabível ao caso, com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes, datando a peça no último dia do prazo. 03 1º Simulado do XIX Exame de Ordem – Direito Penal Profs. Bruno Trigueiro e Ricardo Galvão QUESTÃO 01 MIRANDA SANTANA praticou, no dia 01/01/2014, crime de furto (art. 155,CPB) na cidade do Recife-PE. Aos 05/06/2014, praticou delito de estelionato (art. 171, CPB). Em 02/05/2015, transitou em julgado a sentença que o condenou por crime de furto. Aos 29/08/2015, praticou nova infração contra o patrimônio, desta vez uma apropriação indébita (art. 168, CPB). Em 11/01/2016, transitou em julgado a sentença que o condenou por apropriação indébita. Em 12/01/2016, foi proferida sentença condenatória por estelionato. Pergunta-se: a) MIRANDA poderá ser considerado reincidente em alguma das condenações? b) O juiz poderá considerar maus antecedentes de MIRANDA em alguma das sentenças condenatórias? 04 1º Simulado do XIX Exame de Ordem – Direito Penal Profs. Bruno Trigueiro e Ricardo Galvão QUESTÃO 02 CAIO foi condenado por delito de lesão corporal (art. 129, CPB) praticado contra o seu irmão TÍCIO, pessoa portadora de deficiência física (paraplegia). Como consequência das lesões, TÍCIO teve perda da audição. Na dosimetria da pena, o juiz aplicou, como pena-base, a pena mínima cominada à infração qualificada (§ 2o, III), fixando-a em 2 (dois) anos de reclusão, pela ausência de circunstâncias judiciais desfavoráveis. Não encontrando circunstâncias agravantes ou atenuantes, a pena-base de 2 (dois) anos foi mantida como pena intermediária. Ao estabelecer a pena definitiva, e levando em conta o constante dos §§ 10 e 11 do art. 129, o juiz: primeiro, aumentou a pena até então fixada em 1/3, levando-a a 2 anos e 8 meses; após, calculou a outra majorante sobre esse patamar, chegando a uma pena final de 3 anos e 6 meses de reclusão. Como CAIO era agente primário e todas as circunstâncias judiciais lhes eram favoráveis, o magistrado fixou o regime inicial semiaberto para o cumprimento da privação de liberdade. Diante disso, pergunta-se: a) agiu corretamente o magistrado na dosimetria da pena? b) agiu corretamente o magistrado quanto à escolha do regime inicial semiaberto? 05 1º Simulado do XIX Exame de Ordem – Direito Penal Profs. Bruno Trigueiro e Ricardo Galvão QUESTÃO 03 MÉVIO foi condenado pelo delito constante do art. 135 do CPB (omissão de socorro), praticado no ano de 2014. Na sentença, o magistrado optou por aplicar apenas a pena pecuniária. Ao delimitar o montante da pena, o julgador fixou 100 (cem) dias-multa, com base na capacidade econômica de MÉVIO e estabeleceu o valor de um salário mínimo atual para cada um dos dias- multa, com base na gravidade da infração. Ademais, em sua decisão, o magistrado determinou que, em caso de não-pagamento deveria a pena ser convertida em privação de liberdade. Decidiu corretamente o magistrado? 06 1º Simulado do XIX Exame de Ordem – Direito Penal Profs. Bruno Trigueiro e Ricardo Galvão QUESTÃO 04 CAIO foi acusado de ter praticado o delito constante do art. 157 do CPB (roubo). A tese apresentada por CAIO, durante o trâmite processual, sempre foi o estado de necessidade (art. 25 do CPB). O magistrado, contudo, com amparo em incidente de insanidade mental instaurado na fase inquisitorial, absolveu CAIO com fundamento na inimputabilidade descrita no art. 26, caput, do CPB, aplicando, em consequência, a medida de segurança. Ao estabelecer a medida de segurança, fixou o julgador o prazo mínimo de internação de 4 (quatro) anos, determinando, inclusive, que não iria autorizar a desinternação enquanto não constatada a cessação da periculosidade de CAIO, independentemente do tempo. Diante disso, responda: a) A medida de segurança foi corretamente aplicada pelo julgador? b) Acusado, em sentença absolutória imprópria, tem interesse recursal? 07
Compartilhar