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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO – IED
	Profº: Paulo Ludovico
	Fone: 99104 5813
	e-mail: pludovico@uol.com.br
FAINOR
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO – IED
2016.1
			DIREITO e MORAL
	- São instrumentos de controle social;
	- Três correntes teóricas relacionam Direito e Moral:
	1. Direito e Moral não se misturam
		Direito único elemento essencial: a norma
		Moral único elemento essencial: a consciência
	2. Cada um tem seu objeto próprio, mas
		- não se excluem completamente;
		- influenciam-se mutuamente
	
	3. Não existe Direito fora da Moral	
				 MORAL
	Conceito - conjunto de práticas, costumes e padrões de conduta, formadores da ambiência ética 	 
	
	Características:
	- evolui com o curso da história;
	- consagra novas formas de agir e de pensar;
	- varia no tempo e no espaço:
	cada povo (espaço), em sua época (tempo), tem sua própria moral
	 Jurista alemão Heinrich Henkel
		 “a Moral tem três campos distintos”
		- Moral Autônoma
		- Ética Superior dos Sistemas Religiosos
		- Moral Social 
	Moral Autônoma
	- é o bem particular de cada consciência;
	- o indivíduo (conforme sua consciência) elege o dever ser a que se obriga;
	- cada um atua como legislador de sua própria conduta.
	 Ética Superior dos Sistemas Religiosos
	- noções fundamentais sobre o bem, que as seitas religiosas consagram e transmitem a seus adeptos
	 Moral Social
	- conjunto predominantemente de princípios e de critérios que, em cada sociedade e em cada época, orienta condutas individuais 
				 DIREITO
Conceito - ordenação das relações de convivência, segundo uma integração normativa de fatos, influenciada por valores. 
	 Paulo Nader
“o Direito é criado pelo homem, para definir condições gerais de respeito, necessárias ao desenvolvimento da sociedade”
	
	- tem função disciplinadora mediante regras de condutas interindividuais;
	- causa que motiva o Direito satisfação das necessidades de justiça
	Atuação do Direito
	- através de normas que comandam a conduta.
	- as normas podem ser criadas:
		- pela sociedade
		- por órgãos competentes
				
				 observação
	 em qualquer caso, implica chancela do Estado
	O Direito normativo engloba 3 elementos:
 FATO Relações Sociais 
	 VALOR Justiça como causa final 
 NORMA Regras impostas pelo Estado 
 Pontes de Miranda
Direito é processo de adaptação social, que consiste em se estabelecerem regras de conduta, cuja incidência é independente da adesão daqueles a que a incidência da regra jurídica possa interessar 
 Um breve histórico 
	No passado gregos, egípcios, babilônios e chineses não diferenciavam Direito, Moral e Religião
	
 Nos Códigos existiam:
			 	 preceitos morais
			 	 preceitos religiosos
			 	 preceitos jurídicos
observação
	A severidade dos costumes e a coação religiosa forçavam a obediência às regras 	
	 
	 Bem mais tarde
	 - romanos pregam 
		o permitido pelo Direito, nem sempre, está de acordo com a Moral
	concretamente
		a partir de 1713 (com Emmanuel Kant) é que se começa a distinguir Direito e Moral
		
	 observação
	para uns Immanuel Kant (1724 - 1804), prussiano filósofo e fundador da Filosofia Crítica
		normas, Morais e Jurídicas são:
	imperativas fixam diretrizes de conduta
			 observação
Só a norma Jurídica é autorizante
dá ao lesado pela violação, o direito de exigir o seu cumprimento ou a reparação do dano sofrido
Exemplo
	- alguém paga dívida, credor se recusa a dar quitação (violação do art. 319 do CC)
	- consequência o lesado tem a autorização de exigir, por meio publico, o cumprimento da norma jurídica
 
	DIFERENÇAS ENTRE DIREITO E MORAL
 Direito - bilateral
 Moral – unilateral
O Direito – norma jurídica tem estrutura imperativo – atributiva, ao mesmo tempo em que impõe um dever jurídico, atribui um poder ou direito subjetivo. 	
Princípio da alteridade – a cada DIREITO corresponde um DEVER (intersubjetividade). 
Moral – norma moral
ainda que imperativa, tem cumprimento voluntário
impõe deveres, mas não concede direitos
só será válida a norma moral se o sujeito a aceita como obrigatória
	Direito – coercível
	Moral – incoercível
Direito
	- capaz de utilizar a força organizada do Estado
	- garante o respeito às sua normas
Ex. sujeito passivo de uma relação jurídica tem um dever jurídico. Se ele e opõe resistência a um mandamento legal, se faz necessária a coação para manter a eficácia do Direito.
observação
a coação se dá na desobediência ao preceito legal 
			
14
coercibilidade – possibilidade de utilização da coação
Moral
	- carece do elemento coativo
	- não autoriza a exigência de seu cumprimento
Observação
a desobediência à norma moral causa reações na sociedade, mas não existem sanções que afetem a bens jurídicos
	Direito – heterônomo 
	Moral – autônoma
	Heteronomia – sujeição ao querer alheio
	
	- no Direito as regras são impostas, independem da vontade do destinatário 
	- legislação de outro
	 Autonomia – querer espontâneo
	- a adesão às regras morais são voluntárias
	- auto-legislação		
	Direito – exterioridade
	Moral – interioridade
o Direito cuida das ações humanas (conduta) e, em função delas, investiga o animus do agente
	- não interfere no plano do pensamento
	- não interessa pelos atos que não se exteriorizam
a Moral se preocupa pela vida interna do indivíduo
	- influencia na consciência
	- julga os atos para aferir a intencionalidade
 
	Direito – impõe deveres e confere prerrogativas
	Moral – só impõe deveres
	Direito – evita que se lese a alguém
	Moral – evita a prática do mal e estimula a prática do bem
Teoria dos Círculos
	1. Teoria dos círculos concêntricos
	- concebida pelo filósofo inglês Jeremy Bentham (1748 – 1832) moral
 direito 
	não existe Direito
	fora da Moral
	2. Teoria dos Círculos Secantes
	- concebida pelo jurista francês Claude Du Pasquier (1717 – 1783)
 moral direito
 a b c
	Exemplo:
	a. atitude de gratidão a um benfeitor (só moral)
	b. assistência material que os filhos devem aos pais necessitados - art.1.696 do CC (é de direito e é moral) 
	c. competência, prazos processuais, regras de trânsito etc. (só de direito)
	
	3. Teoria dos Círculos Independentes
	- concebida pelo jurista austríaco Hans Kelsen
	- “a norma jurídica é o único elemento essencial ao Direito
	- o Direito independe da Moral 
 direito moral 
	4. Teoria do Mínimo Ético
	- idealizada pelo jurista alemão Georg Jellinek (1851-1911)
	- a moral é ampla, com base na ética
	- o mínimo ético da moral é o Direito
 moral
 
 direito 
 
 EQUIDADE e JUSTIÇA
 
 EQUIDADE
	
	
	Etimologia 
	- origem no latim aequitas = igualdade
	- para alguns, é comparada ao Direito Natural, diziam:
“o Direito é sempre o que é bom e equitativo”
 
 
	
	Aristóteles, em “Ética a Nicômaco” define:
“equidade é uma correção da lei, quando ela é deficiente em razão de sua universalidade”
	a Equidade é justa aplicação da norma jurídica geral ao caso concreto, que impede a transformação do
summum jus em summa injuria
observação
equidade é justiça no caso concreto
	no Direito brasileiro:
	- art. 8º da CLT pode ser utilizada na falta de previsões legais ou contratuais
	- art. 127 do CPC o juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei
	- parágrafo único do art. 944 do CC está expressa a autorização ao juiz a reduzir, equitativamente, a indenização, na hipótese de excessiva desproporção entre “a gravidade da culpa e o dano”
	- parágrafo único do art. 953 do CC autoriza a fixar o valor da indenização, equitativamente, quando a vítima não puder comprovar o prejuízo material, advindo da injúria, difamação ou calúnia 
	- art. 1109 do CPC permite ao juiz “adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna”, nos casos de jurisdição voluntária
	- arts. 61 e 62 do CP indicam ao juiz as circunstâncias que agravam ou atenuam a pena
	- art. 108 do CTN prevê a aplicação da equidade nos casos de disposição expressa e desde que inviável a solução mediante o emprego...
Três acepções da palavra equidade
	latíssima princípio universal da ordem normativa e razão prática de toda conduta humana (religiosa, moral, social, jurídica etc.) 
	lata ideia de justiça absoluta ou ideal no âmbito do Direito
	estrita sua aplicação é individualizada ao caso concreto
Classificação da Equidade
	equidade legal
	equidade judicial 
	Equidade Legal é contida no texto da norma, prevendo várias soluções
 
	- art. 1.584 do CC, parágrafo único “decretada a separação judicial de divórcio sem que haja, entre as partes, acordo quanto à guarda dos filhos, será ela atribuída a quem revelar melhores condições para exercê-la” 
observação
essa equidade legal seria uma justiça aproximada
- por quê?
a lei não “individua”, limita-se a especificar 
	Equidade Judicial a lei, de forma explícita ou implícita, permite ao órgão jurisdicional a solução do caso concreto, por equidade.
	 casos explícitos
	- art 11, II da Lei 9.307/96 quando disciplina que o compromisso arbitral poderá também conter “a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por equidade, assim que for convencionado pelas partes”.
	- art. 127 do CPC “o juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”.
 casos implícitos
	- art. 1.586 do CC “havendo motivos graves, poderá, o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente da estabelecida nos artigos anteriores a situação deles com os pais”. 
	
		Requisitos para a utilização da equidade
		decorrência do sistema e do Direito Natural;
		inexistência, sobre a matéria, de texto claro e inflexível (dura lex, sed lex);
		omissão, defeito ou acentuada generalidade da lei;
		apelo para outras formas de expressão de justiça;
		elaboração científica da regra de equidade, em harmonia com os princípios que informam o instituto, objeto da decisão
		
 Regras que devem ser seguidas pelo magistrado
		por igual modo devem ser tratadas a coisas iguais e desigualmente as coisas desiguais;
		todos os elementos que concorreram para construir a relação sub judice (coisa ou pessoa) devem ser, devidamente, considerados;
		entre as várias soluções possíveis, deve-se preferir a mais “humana”, por ser a que melhor atende à justiça.
 
 JUSTIÇA
Ulpiano (jurista romano) 
(com base em Platão e Aristóteles)
	
justiça é a constante e firme vontade de dar a cada um o que é seu
observação
“seu” é o que é próprio para cada pessoa:
o respeito moral
	a gratidão
	o perdão
 
					
				critérios formais
				 1. de igualdade = tratamento igual para 				 situações iguais (isonomia)
				 2. de proporcionalidade = trata-se de uma 					proporção de indivíduo para indivíduo 	
 Justiça
		 		 critérios materiais
				 1. mérito = valor individual de cada um
				 2. capacidade = ao trabalho realizado
				 3. necessidade = ao essencial (minimum 				 vital)
Divisão da Justiça
justiça convencional decorre da simples aplicação das normas jurídicas aos casos previstos em lei. É fruto de uma convenção social.
observação
 não importa se é lei é ou não “boa”, que releve ou não valores positivos do Direito
justiça substancial promove efetivamente os valores morais e dá, realmente, a cada um o que é seu.
observação
fundamenta nos princípios do Direito Natural 
	classificação da justiça
	justiça distributiva trata-se da repartição dos 	bens e dos encargos aos membros da sociedade
		- ensino gratuito
		- assistência médico-hospitalar
		- doação à entidade cultural ou beneficente
observação
essa repartição compete ao Estado
	justiça comutativa é a espécie de justiça que administra as relações de troca entre os particulares
observação 
	o seu âmbito é o Direito Privado
	justiça geral aparece na colaboração dos 	membros da sociedade para o bem comum
		- impostos
		- prestação de serviço militar
observação
é chamada de justiça legal, vem expressa em lei
	justiça social proteção aos mais pobres e necessitados 
observação
em nível internacional, consiste na ajuda dos países mais ricos aos países em fase de desenvolvimento 
 
Estado
			justiça justiça
			 geral	 distributiva
		Particular				 	 Particular
						 justiça
						comutativa
SOCIEDADE E DIREITO
	- o homem é essencialmente um ser social
	- Aristóteles o homem é um animal político
	(zoon politicon)
	- estudiosos o ser humano é “programado” 	para conviver e se completar com o outro
Aristóteles
o homem fora da sociedade é “um mito ou um deus”
algo superior ou inferior à condição humana 
Santo Tomás de Aquino
definiu 3 hipóteses para a vida humana
fora da sociedade
	a – infortúnio (mala fortuna) o isolamento se dá em casos que independem a vontade humana 
		- naufrágio
		- queda de avião em plena selva
	b – alienação mental (corruptio naturae) o homem desprovido de inteligência isola-se
	c – grande espiritualidade (excellentia naturae) o homem se isola por se sentir diferente do outro
observação
é na sociedade que o homem encontra o complemento necessário para o desenvolvimento de suas faculdades
	interação social são processos de influência recíproca de relações interindividuais e intergrupais
observação
é onde o ego (eu) e o alter (outro) se colocam frente a frente
 
	
	formas de interação social
	cooperação pessoas movidas pelo mesmo objetivo e mesmo valor
						a interação é positiva e direta 
	
	competição há a disputa e a concorrência.
o agente busca seu objetivo com exclusão do outro 
						a interação é indireta
	conflito dá-se a partir do impasse
	os agentes recorrem à luta (moral ou física) ou recorrem à mediação da justiça
						a interação é direta e negativa
						
	ação do Direito
	- o Direito está em função da vida social
	- separa o lícito do ilícito
	- atua preventivamente
		torna possível os nexos de cooperação
		disciplina a competição 
	- em relação ao conflito
		atua preventivamente
		atua para solucionar o conflito
DIREITO E LEI
	LEI 
	- é aquilo que rege e harmoniza as relações
		Pode ser:
			Lei Natural
			Lei Social
	Lei Natural independe da inteligência humana; é a relação necessária, derivada da natureza das coisas
observação
não admite, cientificamente, transgressão 
	 
 
“na natureza, cada fenômeno tem uma causa determinante”
							princípio da causalidade
é o
nexo existente entre a causa e o efeito de um fenômeno
	característica das leis naturais
	universais são iguais em todos os lugares
	imutáveis não perdem e não recebem novas dimensões
	invioláveis a ordem natural das coisas é inalterável	
isonomia princípio da igualdade de todos perante a lei
	leis jurídicas
	são elaboradas para harmonizar a convivência humana
observação
admitem transgressão
	características das leis jurídicas
não é universal varia no tempo e no espaço
não é imutável com as mudanças sociais, o Direito se reveste de novas formas e conteúdos
isonomia princípio que não possui eficácia absoluta 
princípio da finalidade	 o fim a ser alcançado é o responsável pelo fenômeno jurídico
	acepções do vocábulo “lei”
	amplíssima o termo lei é empregado como sinônimo de norma jurídica: escrita ou costumeira
	ampla é entendido como oriundo do verbo legere (ler), ou seja, o que se lê. São as normas jurídicas escritas:
	- leis propriamente ditas (emanadas do Poder Legislativo)
	- outras normas baixadas pelo Poder Executivo (decretos, regulamentos etc.)
	estrita ou técnica lei é tão somente a norma jurídica elaborada pelo poder legislativo
supondo a lei em sentido amplo 
todos os atos normativos contidos no processo legislativo
	são de duas categorias:
	primárias
	secundárias
	
	categorias primárias
bastam em si mesmas 
(CF/88, art. 59, I a VII)
		1. lei constitucional
	sobrepõe a todas as demais normas do sistema 	jurídico
	é a sobre norma
	contém normas que prescrevem como produzir 	outras normas 
	contém princípios que servem de guias supremos 	ao exercício das competências
	contém normas que garantem direitos individuais
	limitam a ação legislativa
		1.1 emendas à constituição (art. 60 da CF/88)
	inovam direitos:
		- modificando antigos preceitos
		- editando novos preceitos
	2. lei complementar
	tem quórum qualificado maioria absoluta nas duas casas do Congresso Nacional (art.69 da CF/88)
	refere-se à estrutura estatal
	refere-se a serviços do Estado
	tem previsão na CF
	
		3. lei ordinária 
	editada pelo Poder Legislativo (União, Estados e 	Municípios) no âmbito de suas competências 
	exige sanção do chefe do Poder Executivo
	
 
observação
não há supremacia de lei ordinária federal em relação a lei ordinária estadual e lei ordinária municipal
princípio da autonomia dos 
Estados e Municípios
 - lei ordinária é ato típico do Poder Legislativo
		4. lei delegada
	está no mesmo plano da lei ordinária
	é editada: 
	- pelo Presidente da República delegação externa corporis
	- por comissão do Congresso Nacional ou de qualquer de suas duas casas (delegação interna corporis)
observação
está sujeita à apreciação do CN para verificar se houve obediência aos limites da delegação
		5. Medidas Provisórias
	previstas no art. 62 da CF/88
	mesma hierarquia da lei ordinária
	são normas expedidas 	pelo Presidente da 	República (art. 84, XXVI da CF/88)
	tecnicamente não são leis, mas têm força de lei 	em casos de relevância e urgência (art. 62 da CF/88)
	têm vigência imediata
observação
se a Medida Provisória não for transformada em lei em 60 dias (prorrogáveis por mais 60), perde a eficácia
	6. Decretos Legislativos
	estão em nível de Lei Ordinária
	estão regulados no art. 49 e incisos da CF/88, 	tratando, entre outras coisas de: 
		ratificação de tratados internacionais
		ratificação de convenções internacionais
		convênios interestaduais
		contas do Presidente da República
		autoriza o Presidente a declarar guerra etc.		 
	e art. 62, § 3º da CF/88 (este relativo às MPs)	
	são matérias de competência exclusiva do CN
	é norma aprovada por maioria simples
	7. Resoluções do Senado
	têm força de Lei Ordinária
	são aprovadas por maioria absoluta dos membros
	não dependem de sanção do chefe do Executivo
	são promulgadas pela mesa do Senado
	categorias secundárias
são normas subordinadas à lei
		1. Decretos Regulamentares
	normas jurídicas gerais, abstratas e impessoais	
	
	têm amparo no art. 84, IV da CF/88
 são estabelecidos pelo Poder Executivo da: 
		da união
		dos estados membros
		dos municípios
	desenvolvem uma lei, referindo-se a minúcias
	não ampliam nem reduzem o comando legal
	2. Instruções Ministeriais
	previstas no art. 87, parágrafo único, II da CF 
	expedidas pelos Ministros de Estado
	servem para promover a execução de leis, 	decretos e regulamentos
	
		
 
	 3. Circulares
	dão uniformidade ao serviço administrativo 
	4. Portarias
	normas gerais
	editadas por órgão superior
	contêm comandos administrativos, tais como:
		designar funcionários para atividades menores
		abrir sindicâncias
		inaugurar procedimentos administrativos
	5. Ordens de Serviço
	estipulações de comandos concretos, para um 	determinado serviço a ser executado por um ou 	mais agentes credenciados 
CIÊNCIAS SOCIAIS
	Ciências Sociais
	- estudam e observam o homem e o que advém de 	sua conduta, sob esse ou aquele ponto de vista
	- podem ser:
		causal explica a conduta humana, tal qual é 
	Ex: Psicologia, História, Sociologia etc.
		normativa trata da reciprocidade da conduta 	humana. Não como ela se realiza, mas como essa 	conduta, direcionada por norma escritas, deve se 	realizar
	Ex: Ciência da Moral, Ciência Jurídica etc. 
		
CIÊNCIAS JURÍDICAS E
CIÊNCIAS AFINS
	Ciência Jurídica é uma ciência social normativa
o Direito e outras Ciências Sociais
		Sociologia o Direito é uma fato social
		História saber do passado influencia a produção do Direito
			- o Código Civil francês é influenciado pela 	Revolução Francesa
					
	 
 
			- a Lei das XII Tábuas dos romanos é fruto da luta entre patrícios e plebeus
 			- as Declarações dos Direitos do Homem resultam das Revoluções Americana e Francesa
			- a teoria da divisão do Poder Estatal vem do conflito entre a coroa e o parlamentarismo 	inglês
			- o Direito do Trabalho é da reivindicação dos trabalhadores, na 1ª fase da Revolução Industrial
		Ciência Política tem como tema central o Poder, o Governo do Estado, os costumes políticos e as ideologias. É base para o Direito Constitucional 
		Economia da economia depende o bem estar e a paz sociais. A ordem econômica é disciplinada pelo Direito
		
	
 
O Direito e outras Ciências não Sociais
		Medicina Legal facilita a interpretação e a aplicação da Lei Penal, quando emprega noções que só ela pode definir: aborto, virgindade, morte, lesão corporal etc.
	- tem por objeto constituir a prova, quando o homem, em si, é objeto dela
	- influencia no Direito Penal e Civil:
		insanidade mental x interdição
		incapacidade sexual x anulação de casamento
		investigação de paternidade
		Psicologia Judiciária possibilidade que se descubra o falso testemunho e, até, a autoria do delito
	- não estuda fatores psicológicos do delito, mas de quem presta o depoimento de forma geral
	- colabora na convicção do juiz sobre a veracidade ou falsidade do depoimento
	- analisa documentos e fatos, em função da personalidade de seus autores
		
		Criminologia estuda o homem criminoso em relação ao crime, não no ponto de vista legal, mas em relação aos fatores que o determinaram 
	 
		- tem o objetivo de fornecer elementos para a política de prevenção criminal
		- começa na Itália com estudos de Cesare Lombroso (1835 – 1909)
					fundador da Escola Antropológica
				publicou o livro “L’ uomo delinquente”
	teorias em relação ao crime
	teoria monista apenas uma causa (biológica, psicológica ou social 
	teoria dualista causa individual + causa social
para a moderna Criminologia
- as duas teorias estão ultrapassadas
admite pluralismo de causas e fatores do delito
	divisão da Criminologia
	Antropologia Criminal
	Psicologia
Criminal
	Sociologia Criminal
		Antropologia Criminal 
	- estuda as causas endógenas do delito
	- o delito como resultado de fatores orgânicos e biológicos
	- interpreta o crime como resultante de uma personalidade reflexo de vários fatores
				
						somáticos
						psicológicos
						sociais
	- é útil na avaliação da personalidade do delinquente
		Psicologia Criminal
		- pesquisa o processo psíquico do homem delinquente 
		- estuda os motivos que o levaram a delinquir
		- prende-se ao profundo estudo da mente do delinquente
		Sociologia Criminal 
		- investiga os fatores ambientais e sociais de delito
		- trata o delito como fato social 
A NORMA JURÍDICA
	conduta maneira de alguém se comportar
	norma regras que disciplinam a conduta
tipos de norma
normas sociais
normas morais
normas jurídicas 
 
	Normas Sociais
		- formam-se pelo costume
		- regulam, sem serem coercitivas 
		- se quebradas acarretam apenas reprovação pública
		- ou exclusão do transgressor de associações ou grupos
	Normas Morais
		- são impostas pela própria consciência
		- não se percebe nelas uma origem social 
	Normas Jurídicas
		- proposições inseridas em uma formulação jurídica
são garantidas
		- pelo Poder Público Direito Interno
		- por Organizações Internacionais Direito 		Internacional
	objetivo da norma jurídica
		- promover o bem estar e a paz sociais
		- esclarecer ao agente como e quando agir 
	estrutura da norma jurídica
segundo uma concepção kelseniana
	preceito primário define o dever jurídico
	preceito secundário sanção para hipótese de quebra do 	dever jurídico
Segundo visão de Carlos Cossio
	endonorma é a prestação ou dever jurídico
	perinorma é o enunciado ilícito e sua sanção 
	propriedades da norma jurídica
	bilateralidade
	- vincula duas ou mais pessoas
	- enlaça direito de uma parte com o dever da outra
	- confere poder a uma parte (sujeito ativo)
	- e atribui obrigação a outra parte (sujeito passivo)
observação
se o sujeito ativo for o Estado Poder de Império
	generalidade e abstratividade
	- geral tem como destinatário várias pessoas
	- abstrata prescreve, abstratamente, ação ou ato típico
	- da generalidade princípio da ISONOMIA DA LEI, ou seja, “todos são iguais perante a lei”
	- da abstratividade a norma não pode ser casuística, para atingir um maior número de casos possível
	imperatividade
	- contém um comando, impondo certo tipo de conduta, que tem de ser observada
	- significa imposição da vontade
	
	coercibilidade
	- possibilidade da utilização da coação	
 
	- a coação tem 2 elementos
 psicológico intimidação para a hipótese de 		 violação da norma
				
		 material força acionada quando o violador não 		 cumpre, espontaneamente, a sanção 
 
	sanção jurídica
	- penalidade ou consequência jurídica para o caso de inobservância da norma jurídica
	classificação da sanção jurídica
	repressivas
		- pena capital
		- PPL Direito Penal
		- multa	
		- prisão civil
		- perda do poder familiar Direito Civil
		- indenização
		- advertência
		- suspensão Direito Administrativo
		- demissão
	preventiva
	- medida de segurança Direito Penal
	- indisponibilidade de bens Direito Civil
	executiva
	- impõe ao transgressor cumprir uma obrigação
	restitutiva 
	- reestabelece o status quo ante
	ex.: perdas e danos
	rescisória
	- rescinde contratos
	- dissolve sociedades (civis, comerciais e conjugais)
	- anula sentença 
	extintivas
	- extinguem relações jurídicas e direitos pela:
prescrição
decadência 
classificação da norma jurídica
	quanto à imperatividade
		1 – de imperatividade absoluta ou impositiva
	- ordenam ou proíbem alguma coisa, de modo absoluto. Podem ser: 
			afirmativas quando afirmam
			negativas quando proíbem
 
		2 – de imperatividade relativa ou dispositiva
	- não ordenam e nem proíbem de modo absoluto
	- podem ser:
		permissivas quando consentem uma ação
			comissivas = positiva
			omissiva = negativa
		supletivas quando suprem a falta de 			manifestação da vontade das partes
	quanto ao autorizamento
		1 – mais que perfeita (plus quam perfectae)
	- tendo sido violadas, autorizam a dupla sanção
			nulidade do ato
			pena ao violador
são sanções de gravidade excessiva 
	2 – perfeita (perfectae)
		- se violadas, autorizam:
		a nulidade do ato ou a possibilidade de anulação
		sem aplicação de pena ao violador
	3 – menos que perfeita (minus quam perfectae)
	 	- se violadas:
		autorizam a aplicação da pena
		não autorizam a nulidade do ato
	4 – imperfeita (imperfectae)
		- se violadas não acarreta qualquer consequência 	jurídica 
	quanto à hierarquia
	- normas constitucionais
	- leis complementares
	- leis ordinárias, leis delegadas, MPs, decretos legislativos, resoluções do senado
	- decretos regulamentares
	- normas internas (despachos, estatutos)
	- normas individuais (contratos, testamentos, sentenças)
	quanto à natureza de suas disposições
	1. substantivas
		- definem e regulam relações jurídicas
		- criam direitos e impõem deveres
	Ex: Código Civil, Código Penal etc.	 
	2. adjetivas
		- regulam o modo ou o processo de se efetivarem as relações jurídicas
		- faz valerem os direitos ameaçados ou violados
	Ex: Código de Processo Civil, Código de Processo Penal etc.
	quanto à aplicação 
	1. de eficácia absoluta
		- são inatingíveis
		- são insuscetíveis de emendas
		- têm força paralisante sobre toda a legislação que vier contrariá-las
	Ex: art. 1º da CF 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
	2. eficácia plena
	- suficiente para disciplinar relações jurídicas ou o processo de suas efetivações
	- possui os requisitos necessários para produzir efeitos imediatamente
	- são suscetíveis de emendas
	3. eficácia relativa restringível (eficácia contida)
	- é de aplicação imediata
	- eficácia pode ser reduzida, com previsão na própria norma
Ex. art. 5º, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
	4. eficácia relativa complementável (limitada)
	- não produz efeitos em sua plenitude 
	- possibilidade de produzir efeitos é mediata
	- depende de lei complementar
Ex: (art. 18, § 2º da CF) - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
observação
depois de complementada tem eficácia plena
	quanto ao poder de autonomia legislativa
	1.nacional ou local
	conforme:
		- vigore em todo o território do Pais
		- ou em parte dele
observação
ainda que sejam originárias da mesma fonte legislativa
	2. federal, estadual e municipal
	- federal – art. 22 da CF
	- estadual – art. 25, §1º da CF
	- municipal – art. 30, I e II da CF 
observações
- não há hierarquia entre elas, salvo se houver a possibilidade de concorrência
a única norma que prevalece sobre as demais é a norma constitucional
	quanto à sistematização
	1. esparsa ou extravagante
	- se editada isoladamente
 Ex.: lei do inquilinato (Lei 8.245/91)
	2. codificada
	- quando constitui corpo orgânico de normas, sobre determinado ramo do Direito
	
	
	Ex: CTN, CC, CP, CPC, CPP etc.
3. consolidadas 
	- ( art. 13, §1º da Lei 95/98) - A consolidação consistirá na integração de todas as leis pertinentes a determinada matéria num único diploma legal, revogando-se formalmente as leis incorporadas à consolidação, sem modificação do alcance nem interrupção da força normativa dos dispositivos consolidados. 
Ex: CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
 
validade da norma jurídica
	- validade é gênero que se divide em três espécies:
	VIGÊNCIA validade formal
	EFICÁCIA validade fática
	FUNDAMENTO AXIOLÓGICO validade ética
 a. validade formal ou vigência
	- acontece quando forem obedecidas todas as etapas de sua elaboração
Requisitos:
	- elaboradas por um órgão competente
	- competência do órgão para legislar sobre a matéria
	- observância dos processos ou procedimentos determinados em lei, para a produção da norma
b. validade fática ou eficácia
	- refere-se à sua adequação, em vista da produção concreta de efeitos
	- a norma será eficaz se:
		é adequada à realidade
		tiver condições técnicas de atuação
c. validade ética ou fundamento axiológico
	- a norma deve ser uma tentativa de satisfação de valores:
	utilidade				segurança
	liberdade				saúde etc.
	ordem
 
 
RELAÇÕES JURÍDICAS
	Conceito
	01 - é o vínculo une duas ou mais pessoas, decorrente de um fato ou de um ato, previsto em norma jurídica, que produz efeitos jurídicos. 
 	02 – é o vínculo jurídico, estabelecido entre pessoas, em que uma delas pode exigir de outra, determinada obrigação.
	03 – consiste num vínculo entre pessoas, em razão da qual, uma pode pretender um bem a que a outra está obrigada 
	elementos da relação jurídica
					ativo
	sujeito
					passivo
					imediato 
	objeto 
					mediato
	
					
	vínculo de atributividade
	sujeitos da relação jurídica
					vigora o princípio da “alteridade”
						 relação de ser para ser
	- situação jurídica ativa posição do agente, portador de um direito subjetivo.
	- situação jurídica passiva posição do agente portador de um dever jurídico. 
	- parte é a pessoa ou conjunto de pessoas que está numa situação jurídica ativa ou passiva
	- terceiros pessoas alheias ao vínculo jurídico.
	sujeito ativo pessoa que na relação jurídica ocupa a situação jurídica ativa. 
observação
é o portador do Direito Subjetivo que tem
o poder de exigir
	sujeito passivo elemento que integra a relação jurídica com a obrigação de uma conduta.
observação
a obrigação ou prestação é em favor do sujeito ativo 
observação
o sujeito passivo é responsável pela obrigação principal
	as relações jurídicas podem ser:
		quanto ao número de pessoas
		simples envolve apenas duas pessoas.
		plurilateral	 mais de uma pessoa se apresenta na situação jurídica ativa ou passiva.
		quanto ao grupo de pessoas
		relativa uma pessoa ou um grupo de pessoas figura como sujeito passivo.
		absoluta quanto a coletividade se apresenta como sujeito passivo.
	quanto à natureza do Direito
		- de Direito Público o Estado participa na relação como sujeito ativo, impondo o seu imperium (de subordinação)
		- de Direito Privado quanto integrada por particulares em um plano de igualdade (de coordenação)
observação
o Estado pode até participar, mas não investido de sua autoridade
 
	vínculo de atributividade
	- é o vínculo que confere a cada um dos participantes da relação jurídica o poder de pretender ou exigir algo determinado ou determinável.
	objeto da relação jurídica
observação 
o objeto determina o vínculo existente na relação jurídica 
	- no contrato de compra e venda
				objeto = entrega da coisa 
	- no contrato de trabalho
			objeto = a realização do trabalho
	- no contrato aluno/escola
			objeto = a disposição do curso
observação
é sobre o objeto que recai a EXIGÊNCIA do sujeito ativo e o DEVER do sujeito passivo
	o objeto pode ser:
						objeto imediato
						objeto mediato 
	objeto imediato a prestação devida pelo sujeito passivo
observação
o sujeito ativo tem o direito de exigir uma obrigação do sujeito passivo
	tipos de obrigação
	 de dar a prestação do obrigado é a entrega da coisa ou a sua restituição (coisa material)
observação
pode ser coisa certa ou incerta 
		
 
 
	de fazer é a prestação de um serviço ou ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de terceira pessoa 
	de não fazer a prestação consiste em que o devedor assume o compromisso de se abster de algum ato que poderia praticar livremente, se não tivesse obrigado a atender interesse jurídico do credor ou de terceiro. 
	objeto mediato é o bem móvel, imóvel ou semovente sobre o qual recai o direito, em face da permissão que lhe é dada por norma jurídica de ter alguma coisa como sua. É o fim que o Direito garante
 
 
 
bem jurídico
 	bens são coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico ou que pode servir de objeto numa relação jurídica.
	classificação dos bens jurídicos:
	A bens considerados em si mesmos
		1.bens corpóreos coisas que têm existência material
							terreno
							joia
							casa
 
 
 
	2.bens incorpóreos não têm existência material
								direitos autorais
								créditos
								saúde
	3.bens móveis podem ser transportados sem deteriorar a substância, forma ou destinação econômica, por forca própria ou alheia. Podem ser divididos em três aspectos:
	- por natureza
	- intelectual
	- disposição legal
 
 
	por natureza os semoventes (vaca, boi, cavalo) e os que podem ser transportados (cadeira, carro).
	intelectual árvores para serem convertidas em lenha.
	disposição legal energia elétrica, penhor, ação de sociedade mercantil
observação
aeronaves e navios são considerados bens imóveis por alguns autores
	4.bens imóveis não podem ser transportados sem que altere suas características essenciais.
 
 
 
 
	podem ser:
	- por natureza
	- por acessão física
	- por acessão intelectual
	por natureza solo e tudo que lhe incorporar naturalmente (subsolo, o espaço aéreo, arvores plantadas, frutos pendentes)
	por acessão física bens que o homem incorpora permanentemente ao solo (construções, sementes lançadas ao solo)
	por acessão intelectual são os bens que o proprietário, intencionalmente, destina e mantém no imóvel, para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade. 
 
 
 
	- exploração industrial (maquinas, ferramentas)
	- aformoseamento (vasos, estátuas, quadros)
	- comodidade (ar condicionado, equipamento de incêndio, escada de emergência)
	5.bens fungíveis os que podem ser substituídos por outro da mesma espécie, quantidade e qualidade.
(cereais, gado, dinheiro)
observação 
o dinheiro é o bem mais fungível que existe 
 
	6.bens infungíveis os que não podem ser substituídos por outro da mesma espécie, quantidade e qualidade (joia de família, quadro de um pintor famoso, gado reprodutor).
	7.bens consumíveis bens móveis cuja utilização acarreta destruição da sua substância (alimentos, cosméticos).
	8.bens inconsumíveis podem ser utilizados de forma continuada (carro, vestuário).
	9.bens divisíveis podem ser fracionados em partes homogêneas e distintas, sem alteração das qualidades essenciais do todo (saca de café). 
 
 
 
 
	10.bens indivisíveis não podem ser fracionados sem alterar as qualidades essenciais ao todo. Podem ser:
	- por natureza (cavalo vivo, quadro de pintura)
	- por determinação legal (espólio)
	- por vontade das partes (condomínio)
	11.bens singulares os que, embora reunidos, são considerados por sua individualidade (caneta, um livro, casa)
	12.bens coletivos reunião de bens que serão considerados em seu conjunto,
formando um todo unitário. Pode ser:
 
 
 
	a. universalidade de fato bens singulares, corpóreos e homogêneos, ligados pela vontade humana (rebanho, biblioteca)
	b. universalidade de direito bens singulares, corpóreos e heterogêneos, ligados pela norma jurídica (patrimônio, massa falida, herança)
	B bens reciprocamente considerados
	1.bem principal existe por si só, exercendo sua função e finalidade, independente da outra (solo).
	2.bem acessório para existir juridicamente, supõe-se um bem principal (frutos) 
 
 
 
 
	C bens considerados em relação ao titular do domínio
	1.bem público são bens de domínio nacional, pertencentes à União, aos Estados ou aos Municípios.
Podem ser:
	- de uso comum (praças, jardins, ruas)
	- de uso especial (prédios onde funcionam os órgãos públicos)
	- dominicais (compõem o patrimônio público e não são de uso comum ou especial (terras devolutas)
	2.bens particulares bens que não pertecem a pessoas jurídicas de Direito Público (exclusão) 
 
 
	 D bens quanto à disponibilidade 
	1.bens alienáveis ou comerciais, podem ser alienados ou adquiridos livremente
	2.bens inalienáveis ou incomerciáveis, não podem ser transferidos de um patrimônio para outro. - inapropriáveis (luz solar)
- por força da lei (herança de pessoa viva)
- por convenção (bem de família)
	E outra classificação
	1.res nullius coisa de ninguém
	2.res derelictae coisa abandonada
	3.res communes ominium
 
 
 
 
FATO E NEGÓCIO JURÍDICO
	A fato jurídico
	- conceito é acontecimento do mundo fático a que o Direito determina efeitos jurídicos
Ex.: casamento, nascimento, morte, roubo etc.
observação
reúne dois elementos:
					- suporte fático
					- regras jurídicas
 
	suporte fático é o fato que ocorrido provoca a aplicação da disposição ou consequência da regra jurídica. 
observação
 o fato, para ser jurídico (FATO JURÍDICO), é necessário que seja regulado pelo ordenamento jurídico
	fato jurídico cria, modifica ou extingue relações jurídicas.
 mundo fático
 atos humanos			fatos da natureza
	qualquer ação acontecimentos que 
	do ser humano		independem da vontade	
 
observação
os acontecimentos do mundo fático, que se revelam importantes para o equilíbrio social, ingressam no mundo do Direito
					atos humanos
mundo fático 								 normas
					fatos da natureza
	 										 	cria	
	 mundo do Direito fato jurídico 	modifica
												extingue
	características dos fatos jurídicos
	- são sempre relevantes para o bem estar social
			manutenção da ordem 
	- podem ser produzidos pela vontade humana 
	- podem ser gerados pela natureza
	- possuem alteridade vincula duas ou mais pessoas
	- possuem exterioridade produzem efeitos de constatação objetiva 
 
 
	classificação dos fatos jurídicos
				fato jurídico
			 (stricto sensu)
										ato jurídico
									 (stricto sensu)
Fato jurídico	 lícito
(lato sensu)
										negócio jurídico
				ato jurídico
			 (lato sensu)
							 ilícito			
	definições:
	fato jurídico (lato sensu) é todo e qualquer fato que, na vida social, venha a corresponder ao método de comportamento ou de organização, configurado por uma ou mais normas do Direito
		 fato jurídico (stricto sensu) acontecimento provocado apenas pelo agente da natureza e que repercute na vida jurídica (independe da vontade humana)
				- acontecimentos naturais ordinários = são fenômenos previsíveis (nascimento, morte, decurso do tempo)
				- acontecimentos naturais extraordinários = são fenômenos irregulares, contingentes e que escapam à previsão e ao controle (caso fortuito, força maior ou factum principis)
 
 
fato do príncipe = normas emanadas do Estado que impedem as partes de cumprirem, juridicamente, o contrato
	ato jurídico (lato sensu) é todo e qualquer acontecimento decorrente da vontade humana, com repercussão no mundo jurídico
			ato lícito = é admitido pela regra jurídica
				- ato jurídico (strictu sensu) = corresponde à realização da vontade humana (cria, modifica e extingue direitos), sem que haja acordo de vontades.
						efeitos ex lege (definidos em lei)
				- negócio jurídico = é ato humano e se concretiza com a expressa declaração de vontade.
			ato ilícito = não é admitido pelas regras jurídicas. 
 
	B negócio jurídico
	- típico negócio que se realiza com a declaração da vontade
	- seus efeitos são definidos pela própria declaração
	- é realizado dentro do que a ordem jurídica permite
	classificação dos negócios jurídicos
		a) unilateral apenas uma parte participa na elaboração do negócio
		b) bilateral participação da vontade de mais de uma pessoa
		c) oneroso envolve objeto patrimonial e há uma troca de valores entre as partes 
 
 
 
		d) gratuito quando apenas uma das partes entrega seu quinhão
		e) intervivos praticados para produzir efeitos enquanto vivas, as partes 
		f) mortis causa produz efeitos apenas depois da morte do declarante
		g) típico ou nominado a norma jurídica prevê os efeitos
		h) atípico ou inominado não são previstos ou regulados por lei. As partes podem praticá-los, desde que sejam lícitos 
 
 
 
 
 
	validade do negócio jurídico
	- agente capaz
	- objeto lícito
	- forma legal
	elementos dos negócios jurídicos
	- essenciais
	- acidentais
	A essenciais
		- concordância entre a vontade declarada e a vontade real
		- efetiva manifestação da declaração da vontade
	B acidentais
	- condição
	- termo
	- modo ou encargo
	condição subordina o efeito do negócio jurídico a efeito futuro
	termo é um momento futuro, a partir do qual, um negócio jurídico começará a produzir efeito jurídico ou perderá a sua eficácia
observação
prazo é o espaço de tempo que fica entre a declaração da vontade e o termo final 
 
 
	modo ou encargo é a cláusula obrigacional que o declarante insere no negócio jurídico, segundo o qual, o beneficiário deverá atender a determinada exigência.
	defeitos dos negócios jurídicos - art.138 a 165 do CC
	- são vícios comprometedores da validade dos atos do negócio jurídico
observação
ocorrendo qualquer um deles, o negócio jurídico será ANULÁVEL
	erro ou ignorância são coisas diferentes: 
 
 
	- erro = manifestação da vontade que se forma sob pressupostos falsos.
	- ignorância = é a ausência total ou parcial de conhecimento em relação a aspectos do negócio jurídico.
	dolo verifica-se o dolo nos negócios jurídicos quando o declarante é induzido ao erro, pela má – fé de alguém.
	coação ato de ameaça pelo qual se obriga alguém a praticar determinado negócio jurídico.
	estado de perigo quando alguém pratica o negócio jurídico pela necessidade de se salvar (ou a pessoa de sua família) de grave dano, assumindo ônus excessivo.
 dolo de aproveitamento
 art. 156 do CC 
 
 
 
observação
o parágrafo único do art.156 do CC deixa a critério do juiz a decisão, quando a pessoa a ser salva não pertence à família do declarante 
	lesão necessidade ou inexperiência do declarante (elemento subjetivo), manifestada pela desproporção entre a obrigação assumida e o valor da prestação (elemento objetivo).
	fraude contra credores alguém, em estado de insolvência ou com propósito de ficar insolvente, transfere bens de sua propriedade que serviram de garantia do negócio jurídico. 
 
 
observação
a ação para anular esse negócio é a AÇÃO REVOCATÓRIA ou AÇÃO PAULIANA
	simulação o declarante é agente de artifício que tem por finalidade burlar a lei. As partes agem de comum acordo,
fazendo um conluio. 
 
FONTES DO DIREITO
	senso comum: fonte é a nascente da água de um rio ou córrego
		fonte designa = origem ou procedência
	de maneira filosófica: fonte é a reveladora do que estava oculto, modo de formação do Direito
	
fonte do direito = local de onde se origina o direito
divisão das fontes do direito
 	- fontes históricas
	- fontes reais
	- fontes materiais
	- fontes formais:
		- próprias e impróprias
		- estatais e não-estatais
		- principais e acessórias
	fontes históricas 
	- documentos que influenciam a criação da norma 	- no Direito brasileiro predomina como fonte histórica: 	
	- o direito romano
	- o constitucionalismo norte-americano
	- o direito francês e alemão 
	- os direitos humanos internacional
	fontes reais – são o aparato ideológico.
	serve como:
	- diretriz
	- terminologia
	fontes materiais 
	- todos os fatores que condicionam a formação das normas jurídicas
	
	- todas as razões humanas que estabelecem a feitura de uma lei específica, de um determinado costume ou de um princípio geral de direito (razões econômicas, sociológicas, políticas etc.)
observação
compreendem as fontes históricas e reais
	fontes formais
	- indica como o Direito se articula com seus destinatários
	- lugares onde se encontram os dispositivos jurídicos 
	- fontes formais próprias e impróprias
		- formais próprias (também chamadas de puras ou diretas) tem como finalidade exclusiva a produção do Direito
Ex.: constituição, emendas constitucionais, tratados internacionais e a legislação
		- formais impróprias (também chamadas de impuras ou indiretas) assumem a condição de fonte do Direito por excepcionalidade
Ex.: doutrina, jurisprudência e costumes
 
 
	alguns conceitos
	legislação conjunto das normas jurídicas (escritas) emanadas do Estado, por intermédio de seus variados órgãos.
	tratados internacionais são vínculos entre Estados, firmados com fim específico.
	jurisprudência conjunto das decisões dos tribunais a respeito de um mesmo assunto.
observação 
uma só decisão, ainda que possa elencar argumentos em favor de uma determinada tese, não pode ser entendida como jurisprudência 
 
 
 
	doutrina é o resultado do pensamento que juristas e filósofos do direito, estribado em estudos, têm ou constroem a respeito do Direito.
	costume norma aceita como obrigatória pela consciência do povo, sem que o Poder Público a tenha estabelecido, pois constitui uma imposição da sociedade
observação
difere da lei em face do aspecto formal
a lei é escrita
o costume é não escrito
 
 
observação
a doutrina chama o costume jurídico de
“convicção de obrigatoriedade”
	- classificação dos costumes
		- segundo a lei (secundum legem) quando a lei expressamente determina ou permite sua aplicação 
Ex.: art. 569, inciso II do CC: caso o locador e o locatário não ajustem um prazo para pagamento do aluguel, esse prazo será determinado pelos costumes do local; 
 
	- na falta da lei (praeter legem) quando o costume preenche a falta ou omissão da lei
Ex.: o cheque é uma modalidade de pagamento à vista, mas estabeleceu-se o costume de utilizá-lo como modalidade de pagamento à prazo (invenção do mercado brasileiro).
	- contra a lei (contra legem) quando o costume jurídico é usado em detrimento à lei, que deixou de ser utilizada por não mais corresponder à realidade.
Ex.: o jogo do bicho, que é jogo de azar, é expressamente proibido pela legislação
 
 
	a	
 
 
ORDENAMENTO JURÍDICO
	conceito conjunto de normas e princípios jurídicos legislados em determinado Estado.
Ex.: ordenamento jurídico brasileiro
	pirâmide de kelsen 
 constituição federal
			 leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, 	 decretos legislativos, resoluções do senado, MPs
			 decretos regulamentares, instruções ministeriais
				 outras normas de hierarquia inferior (portarias, 	 circulares etc.) 	
 
observação
estrutura hierárquica, chamada de
“estrutura piramidal”
	- no ápice está a CF
	- vigora no sistema brasileiro o: 
					“princípio da constitucionalidade”
	
	pequeno histórico das constituições
	- umas promulgadas (vontade do povo)
	- outras outorgadas (vontade de um ou de alguns detentores do Poder)
	promulgadas
	- a primeira constituição republicana de 1891
	- a constituição de 1934 era Vargas
	- a constituição de 1946
	- a constituição de 1988 atual
	outorgadas
	- a constituição imperial de 1824
	- a constituição de 1937 institucionalizou o estado novo
	- a constituição de 1969 
 
 
 
observação
a constituição de 1967 é considerada semi-outorgada
	estrutura em nível de estados e municípios
	nos estados membros
	- têm ordenamento jurídico a partir da CF
	- as constituições estaduais não se subordinam às leis federais
 nos municípios
	- os municípios regem-se pelas leis que adotem, observada a CF, a CE e a respetiva “lei orgânica municipal 
DIREITO OBJETIVO e DIREITO SUBJETIVO
DEVER SUBJETIVO
	direito positivo 
	- é o direito institucionalizado pelo Estado. 
	- conjunto de leis em vigor em um país
					 direito objetivo
direito positivo = +
					 direito subjetivo e
					 dever subjetivo	
	direito objetivo conjunto de normas escritas e não escritas, independentemente do momento de seu exercício e aplicação concreta.
observação
o direito objetivo corresponde à norma jurídica em si, enquanto comando que quer um comportamento
	direito subjetivo autorização dada pelo direito objetivo de fazer ou ter o que não pode ser impedido ou tirado, sem violação da norma jurídica.
	- é a faculdade de exigir do outro uma ação ou inação.
 
 
	- é a prerrogativa colocada pelo direito objetivo à disposição do sujeito de direito.
	dever subjetivo é a contra partida de um direito subjetivo.
observação
só se pode arguir um direito subjetivo no limite do dever subjetivo
 
ESCOLAS DO PENSAMENTO JURÍDICO
	naturalismo jurídico ou jusnaturalismo
	 reconhece a existência de um Direito Natural
		- tem validade em si
		- é anterior e superior ao Direito Positivo
	 diz que em caso de conflito entre normas do Direito Natural e do Direito Positivo, deve prevalecer as do Direito Natural
	 aceita a existência de duas teses:
- dualidade existe o Direito Natural e o Positivo
- superioridade Direito Natural superior ao Positivo
 
 
	breve histórico
	- primeiras manifestações, na Grécia
	- primeiro registro, na obra “Antigona” de Sófocles, quando, ele afirma que “existe o justo por natureza” (o que é justo, conforme a razão).
	- os Estoicos (doutrina que afirma todo o universo é corpóreo e que todo homem sábio obedece a natureza) é que constroem o conceito de Direito Natural.
	- Marco Tulio Cicero (Cicero, filósofo, orador, escritor, advogado e político romano) leva o conceito de Direito Natural aos Romanos.
	na atualidade 
	- define-se o Direito Natural como subjetivo.
	- a partir da 2ª Guerra Mundial, tem fundamento em valores morais 
	- seu exercício está na voluntariedade de cada um
	- perde força, quando o Estado define a lei como objetiva
	- é considerado mais numa abordagem histórica.
	positivismo jurídico ou juspositivismo
	- entende que não exista outro Direito, senão o Positivo
	- ele nasce do impulso histórico para a legislação
	- consolida-se quando se torna fonte exclusiva do Direito
	- seu resultado último é mostrado na codificação
	breve histórico
	- surge na Alemanha, durante a formação do Estado Moderno
	- a escola histórica do Direito é considerada precursora do Direito Positivo
	- criticava a existência do Direito Natural
	- seu principal defensor foi Frederich Karl von Savigny
(1779 – 1861)
	- depois, Savigny passa a defender a codificação
	historicismo jurídico
	- opunha-se à codificação do Direito
	- o Direito é uma manifestação espontânea da sociedade, manifestado primeiro pelo costume
	- o costume é a fonte autêntica do Direito, já que corresponde mais fielmente às necessidades da sociedade
	- tem como defensores 
		- Vico (filósofo italiano 1668 – 1744)
		- Montesquieu (escritor francês, 1689 – 1755)
		- Burke (filósofo anglo - inglês, 1729 - 1797) 
curiosidade
		Vico = Giovan Battista Vico 
		Montesquieu = Charles-Louis de Secondat, Barão de La Brède e de Montesqieu
		Burke = Edmund Burke
	- eles defendiam que o Rei deve espelhar o desenvolvimento histórico de cada povo
	sociologismo jurídico
	- a aplicação do Direito foge da vontade do legislador
	- os fatos sociais é que formulam as decisões jurídicas
	- o Direito nasce dos grupos e dos movimentos sociais, sobrepondo – se ao Direito Estatal
	normativismo jurídico
		teoria pura do Direito
	- principal defensor, Hans Kelsen (austríaco, 1881 – 1973) 
	- o objetivo da Ciência do Direito seria apenas o estudo da norma jurídica (daí normativismo)
	- Kelsen separou a Ciência do Direito dos elementos da Sociologia, Psicologia, Economia, Ética etc. 
		fatos Sociologia do Direito
		valores Filosofia do Direito
		norma jurídica Teoria Pura do Direito
 
 
 
	- traduz a expressão do Direito a um só elemento: a norma jurídica
	- dividia o mundo em dois grandes grupos
		- ser ciências naturais
		- dever ser ciências sociais (onde está o Direito)
	- dividiu a ordem jurídica segundo uma pirâmide normativa hierarquizada
cada norma se fundamenta em outra norma e a chamada “norma fundamental” (CF) legitimaria toda a estrutura normativa 
 
 
	- norma jurídica pertence ao reino do dever ser (sollen)
	- lei da causalidade (que rege a natureza) pertence ao reino do ser (sein)
observação
	- no domínio da natureza, a forma de ligação dos fatos é a CAUSALIDADE
	- no mundo da norma jurídica, a forma de ligação é a IMPUTAÇÃO
					 se A é, B deve ser
	resumindo		 A = suposto, causa
					 B = consequência 
	egologismo jurídico
	- surge para combater o normativismo de Hans Kelsen
	- seu criador foi o argentino Carlos Cossio (1903 – 1987)
	- tem por base valores que influenciam a conduta humana (o normativismo centra a Ciência do Direito na norma jurídica)
	- ato gnoseológico (estudo do conhecimento) com o qual se constitui o método de aprendizado da egologia é a compreensão.
	não compete ao jurista julgar positiva ou negativamente a conduta, ele deve apenas relacionar essa conduta a: 
		- valores ideais se positiva
		- valores não ideais se negativa
	- existem três perspectivas na Ciência Jurídica:
		- dogmática jurídica
		- lógica prática
		- estimativa jurídica 
	A dogmática jurídica
	- volta-se a um empirismo científico 
	- o conhecimento é estabelecido pela conexão de um dado normativo com um fato da experiência 
	- corresponde ao que se chama de 
	
						TEORIA GERAL DO DIREITO
 
 
	B lógica prática
	- determina a legalidade do pensamento do jurista
	- inclina-se a egologia pela prática do dever ser, que é a forma como a experiência se apresenta no conhecimento jurídico científico
	- é através da lógica que a ciência jurídica realiza sua tarefa de 
						SISTEMATIZAR
	C estimativa jurídica
	- é pela estimativa que se compreende a sentido da conduta
	- é fundada em valorações positivas da sociedade
 
	- é limitada à materialidade do que serve de base para o fenômeno
	EX.: havendo um homicídio, a sentença não pode ter como base a “lei do cheque”
	exegese 
	- corrente de pensamento que tem origem no século XIX, com o advento do Código de Napoleão
	código de napoleão 
	- foi o código civil francês outorgado por Napoleão I
	- entrou em vigor 21 de março de 1804
	- aborda somente questões de Direito Civil, como as pessoas, os bens e a aquisição de propriedade.
	- não foi o primeiro a ser criado
	- antes dele:
	1 - Codex Maximilianeus Bavaricus Civilis (reino da Baviera, 1756)
	2 – Allgemeines Landrecht (Reino da Prússia, 1792)
	3 – Código Galiciano Ocidental (Galicia, era parte da Áustria, 1797) 
	- é considerado o primeiro a obter êxito irrefutável e a influenciar os sistemas legais de diversos outros países (na Europa e na América Latina).
	a exegese:
	- preconizava a multiplicação das codificações, de modo a eliminar as lacunas da lei
	
	- utilizava a analogia, para descobrir a norma oculta (dada pela vontade do legislador, mas não aparente no texto legal)
	- a interpretação da lei deve ser mecânica, atentando para os detalhes 
	- Direito, que é o próprio Código, não se liga a questões sociais ou a aspectos econômicos e políticos 
	- entendia que o Código não tem lacunas
	- a exegese era também conhecida como:
	Escola dos Glosadores glosadores decorre do modo de ensino: professores, após a leitura de textos, interpretáva-os por meio de uma frase (GLOSA) 
 
	Escola Filológica estudo apurado de documentos e textos antigos
	- a Escola Exegética teve 3 fases:
	primeira fase atinha-se à interpretação literal do texto
	segunda fase para aplicar o Direito recorria às fontes, ou seja, a trabalhos legislativos preparatórios, à tradição histórica e aos costumes
	terceira fase utilizavam a interpretação lógico sistemática, que consistia em se descobrir o sentido da lei (tendo como sustentação o espaço que ela ocupa dentro do sistema legislativo) 
 
 
 
 
	- declínio 		final do século XIX, quando a interpretação dos Tribunais passou a ser relevante
	tridimensionalismo jurídico de Miguel Reale
	- Miguel Reale (1910 – 2006):
		*alcançou projeção mundial como doutrinador jurídico com sua tridimensionalidade de Direito
		*agregava fato, valor e norma
		*foi reitor da USP
		*a partir dele, o pensamento jurídico e filosófico brasileiro começou a depender menos de fontes externas 
		*foi coordenador da comissão elaboradora do atual Código Civil brasileiro (2002)
 
	*segundo Reale, não há como separar:
		o fato da conduta
		o valor da finalidade a que se relaciona a conduta
		a norma que incide sobre essa conduta
	*um elemento de fato, ordenado valorativamente em um processo normativo
	*para ele, naturalistas, sociologistas, normativistas etc. tinham uma visão monística, genérica e unilateral do Direito (eram concepções setorizadas)
	elemento nota		 concepções
 constitutivo dominante unilaterais
 FATO EFICÁCIA SOCIOLOGISMO tridimensionalidade
 VALOR FUNDAMENTO MORALISMO genérica
	NORMA VIGÊNCIA NORMATIVISMO
 	 tridimensionalidade
			 específica
				(Miguel Reale)
	teologismo jurídico
	- recorre à ideia da divindade
	- seus princípios do bom e do justo eram aceitos mediante a revelação
	- seu caráter sagrado, não admitia quaisquer controvérsias
	- o Estado tem sua autoridade derivada do querer divino
	- principal defensor é Santo Tomás de Aquino 
	- a escola teológica entende que o Direito está vinculado à divindade
	- tem semelhança com a escola jusnaturalista (direito natural)
	- pontos comuns
	a escola jusnaturalista e a teológica concebem o Direito Natural como um conjunto de princípios eternos, permanentes e imutáveis
	- escola teológica diz:
		- o direito de governar é delegado por Deus ao soberano
		- o direito não deve qualquer satisfação aos súditos
	culturalismo jurídico
	- surge na Alemanha, tendo como base o historicismo 
	- o Direito pertence ao reino cultural
	- justificativa:
		a cultura surge da obra humana
		o Direito é obra humana
	- o Direito tem método próprio de compreensão do conhecimento, como acontece coma Ciência Cultural
	- o Direito,
enquanto Ciência Cultural, indaga os significado do fenômeno social e, em função dele, descobrir o sentido de sua obra
	- a palavra chave do Direito é a interpretação e não o conhecimento puro. Assim, a justiça é parte da cultura, um reino construído pelo homem (legislador, jurista, sociedade etc.) 
	- o homem, em função de uma situação histórica social realiza valores cristalizados em normas, condutas, atos etc.
	- na América Latina, o Culturalismo jurídico influenciou o pensamento de 3 destacados juristas: 
		Ricaséns Siches espanhol, que se notabilizou na América Latina, com sua ‘teoria Vitalista do Direito’
	- separou o Direito do reino da natureza física, psicológica e dos valores
	- situou no reino da vida humana em sociedade, sob a forma de norma, formulada segundo valores da própria vida
 
	Carlos Cossio		com sua teoria Egológica do Direito
	Miguel Reale		com a teoria Tridimensionalista do Direito
	- o Culturalismo caracteriza-se em dimensões: 
		* situa o Direito no Reino da Cultura
		* integra o Direito em um todo cultural
		* o Direito acompanha a história da cultura em que esteja integrado 
		* entende o Direito como realidade orientada por valores
		* define que a estrutura do Direito é composta de mais de um elemento:
 
 
		- o natural conduta, lugar onde está escrito etc.
		- normativo formulado em função de valores, carregados de sentido cultural
	realismo jurídico
	- o Direito é o que se verifica em sua aplicação:
		* pelos tribunais
		* com motivos de ordem social ou psicológica, que determinam essa aplicação
	- a validade da norma jurídica depende de sua efetiva observância
 
 
	- é válida a norma, quando respeitada
	- em consequência, o direito é válido se eficaz, na realidade (daí realismo)
	- é norma disciplinadora do exercício do Poder
	- não entende o Direito em função da justiça, por se tratar de um conceito metafísico, que não tem apoio nos fatos
	- o Direito é a autorização para o uso da força organizada, motivada por fatos da realidade social (visão sueca)
	- o estado psicológico do juiz influencia em sua sentença 
	- descobrir os “fatos inconscientes” das decisões judiciais é que levaria a compreender o Direito
	- estaria nessa psicanalização as fontes reais do Direito (visão norte americana)
	- conhecer como o juiz pensa, torna-se possível prever como ele decidirá
	- eles afirmam que o Direito é o que os tribunais decidem
ATO ILÍCITO
	conceito
	- conduta humana violadora da ordem jurídica
	configuração
	- para se configurar o ato ilícito concorrem:
			conduta elementos
 			antijuridicidade objetivos
			imputabilidade elementos
			culpa subjetivos	
						
	conduta – o ato ilícito sempre advém da conduta humana
	antijuridicidade – significa que a ação praticada é proibida pela norma jurídica
	imputabilidade – é a responsabilidade do agente pela autoria do ilícito
	culpa – é o elemento subjetivo referente ao animus do agente ao praticar o ato
observação
emprega-se culpa em dois sentidos amplo e estrito
	- culpa em sentido amplo abrange o dolo e a culpa propriamente dita
			1. ato ilícito doloso – é praticado com determinação da vontade
			2. ato culposo (sentido estrito) – não se verifica a intenção de realização do ilícito
observação
conscientemente não deseja o resultado, mas não impede o acontecimento
 	- elementos da culpa 
 
	negligência – descaso ou acomodação
	imprudência – falta de cautela
	imperícia – falha de conhecimento ou habilidade
	categorias de ato ilícito
	- ato ilícito civil contraria normas de Direito Privado. 
	consequência 
		* entrega de um bem 
		* indenização
	- ato ilícito penal quando a conduta enquadra-se em um tipo de crime previsto em lei 
	consequência
		* restrição da liberdade individual
		* multa
 
 
	excludentes do ilícito
	legítima defesa – reação moderada em defesa de um direito (art. 188, I do CC)
	exercício regular de um direito – o direito subjetivo é para ser exercido (art. 188, I do CC)
	estado de necessidade – deterioração ou destruição de coisa alheia, a fim de remover perigo iminente (art. 188, II do CC)
	requisitos do estado de necessidade
	- perigo atual e inevitável para um bem jurídico do agente ou de outrem
	- que não tenha sido o perigo provocado pelo agente, voluntariamente
	- que a permanência do bem ameaçado compense a destruição da coisa alheia 
	abuso de direito
	- forma especial de prática do ilícito, sob alegação de um direito subjetivo
	- tem previsão legal no art. 187 do CC
“também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”
RAMOS DE DIREITO PÚBLICO 
e DE DIREITO PRIVADO
	DIREITO PÚBLICO
	conceito conjunto das normas jurídicas que regulam a relação entre o particular e o Estado e, também, que regulam as atividades, as funções e organizações de poderes do Estado e dos seus servidores
	RAMOS DO DIREITO PÚBLICO
	direito constitucional dispõe sobre a estrutura do estado, define a função de seus órgãos e estabelece as garantias fundamentais da pessoa 
 
 
	* é um direito que limita a ação do estado
	* traz as garantias fundamentais do cidadão
	* tem duas partes:
		- parte orgânica – dispões sobre a estrutura do estado
		- parte dogmática – refere-se a direitos e garantias individuais (nossa constituição: art. 5º e mais 78 incisos)
	* começa com estudos de Montesquieu (divisão dos poderes)
	* consolida-se com a promulgação das primeiras constituições:
		- norte americana (1797)
		- constituições francesas (1791, 1793 e 1795) 
 		- declaração dos direitos do homem e do cidadão (1798)
		
	direito administrativo tem como pensamento central o conceito de serviço público (atividade estatal dirigida à satisfação das necessidades coletivas)
	- orienta-se por princípios comuns do direito público: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
	- consagra princípios específicos:
		- supremacia do interesse público sobre o interesse privado
		- indisponibilidade dos interesses públicos
	direito financeiro disciplina receita e a despesa pública
 
 
	- no direito financeiro são estudados:
		tributos
		crédito
		despesa pública
		direito financeiro penal
	- escola francesa o mais importante é o que se refere à obtenção dos lucros 
	- escola alemã o mais importante é o que se refere à despesa pública
	- no Brasil 
		*até a metade do século XX o direito financeiro fazia parte da “ciência das finanças
		*hoje é autônomo e suas normas estão no Código Tributário Nacional – CTN, de 1966 
 
 
	direito internacional público cuida das relações entre os estados soberanos e os organismos análogos
	direto penal define crimes, estabelece as penalidades correspondentes e dispõe sobre as medidas de segurança
	- é o conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo (jus puniendi) do estado
	- liga o delito, como pressuposto, a pena como consequência
	- é também conhecido como direito criminal
	- define o crime como ação humana, típica, ilícita e culpável 	
 
 
	*ação humana somente o homem possui responsabilidade criminal. As pessoas jurídicas não podem ser sujeito ativo de crime e nem os irracionais
	*típica consiste no fato de a ação praticada enquadrar-se em um modelo de crime definido em lei: “princípio da legalidade” (nullum crimen, nulla poena)
	*ilícita a conduta é contrária à lei
observação
o ilícito penal pressupõe sempre a tipicidade
	*culpabilidade elemento subjetivo da ação
observação
para haver crime, a ação tem de ser intencional (dolo) ou com negligência, imprudência ou imperícia (culpa) 
 
 
 
 
	direito processual
reúne princípios e normas reguladoras do atos judiciais tendentes à aplicação do direito ao caso concreto
	- tem por objeto de estudo três aspectos:
	*jurisdição poder que os juízes e tribunais têm de declarar o direito
	*ação faculdade que o titular de um direito subjetivo tem de submeter pretensão à apreciação do poder judiciário
	* processo é o conjunto de atos judiciais necessários à declaração do direito aos casos concretos 
 
 
 
 
	DIREITO PRIVADO
	conceito conjunto de normas jurídicas de natureza privada, isto é, que disciplina as relações entre os particulares
	RAMOS DO DIREITO PRIVADO
	direito civil conjunto de normas que regulam os interesses fundamentais do homem, pela simples condição de ente humano
	- sua denominação provém dos romanos (jus civile), quem empregava em sentido amplo como oposição ao jus gentium (destinado aos estrangeiros)
	- tem dois setores de estudo:
	 * pessoas, bens e fatos jurídicos
	 * obrigações, empresas, coisas, família e sucessões
 
 
	direito comercial (ou empresarial) dispõe sobre a figura do empresário e regulas as diferentes espécies de sociedade. 
	- depois do código civil de 2002, que substituiu a expressão comerciante por empresário, passou a se chamar “direito empresarial”.
	direito do trabalho é o conjunto de princípios e normas jurídicas que ordenam a prestação do trabalho subordinado, bem como as relações e os riscos que dela se originam.
	- características
	* é profundamente social
	* tutela a classe trabalhadora
 
 
	* visa a equilibrar, com superioridade jurídica, a inferioridade social e econômica do trabalhador
	- fins do direito do trabalho
	*organizar a vida do trabalho dependente e subordinado (duração, salário, férias etc.)
	*proteger o trabalhador e seus dependentes na doença, na invalidez e nos acidentes
	*organizar a vida associativa do trabalhador (sindicatos, federações e confederações)
	*promover a defesa dos direitos e interesses legítimos dos empregados (justiça e processo do trabalho e seguro social
observação
a parte relativa aos auxílios em geral (aposentadoria e pensões) passaram um novo ramo do direito: direito previdenciário
	- autonomia do direito do trabalho
	*até o primeiro quarto do século XX, estava vinculado ao direito civil
	- evolução do direito do trabalho
	*o papa Leão XIII expôs em sua encíclica rerum novarum (1891) princípios que foram consagrados pelo Tratado de Versalhes em 1919, que recomendou adotar as seguintes normas:
	1 – o trabalho não deve ser considerado como mercadoria
	2 – o direito de associação
	3 – salário justo
	4 – jornada de trabalho de 8 horas diária ou de 48, semanais
	5 – um dia de descanso semanal, de preferência aos domingos 
	6 – proibição trabalho infantil e a obrigação de limitar o trabalho dos jovens
	7 – o princípio da isonomia salarial
	- em 1919 foi criada a Organização Internacional do Trabalho - OIT 
	- no Brasil a CLT foi promulgada em 01/05/1943

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