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do observador ou uma falha no equipamento. Cabe ao observador cercar-se de cuidados para evitar a sua ocorrência ou detectar a sua presença. A repetição de leituras é uma forma de evitar erros grosseiros. Alguns exemplos de erros grosseiros: • Anotar 196 ao invés de 169; • Engano na contagem de lances durante a medição de uma distância com trena. 1.4.2 - Erros Sistemáticos São aqueles erros cuja magnitude e sinal algébrico podem ser determinados, seguindo leis matemáticas ou físicas. Pelo fato de serem produzidos por causas conhecidas podem ser evitados através de técnicas particulares de observação ou mesmo eliminados mediante a aplicação de fórmulas específicas. São erros que se acumulam ao longo do trabalho. FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 19 Exemplo de erros sistemáticos, que podem ser corrigidos através de fórmulas específicas: • Efeito da temperatura e pressão na medição de distâncias com medidor eletrônico de distância; • Correção do efeito de dilatação de uma trena em função da temperatura. Um exemplo clássico apresentado na literatura, referente a diferentes formas de eliminar e ou minimizar erros sistemáticos é o posicionamento do nível a igual distância entre as miras durante o nivelamento geométrico pelo método das visadas iguais, o que proporciona a minimização do efeito da curvatura terrestre no nivelamento e falta de paralelismo entre a linha de visada e eixo do nível tubular. 1.4.3 - Erros Acidentais ou Aleatórios São aqueles que permanecem após os erros anteriores terem sido eliminados. São erros que não seguem nenhum tipo de lei e ora ocorrem num sentido ora noutro, tendendo a se neutralizar quando o número de observações é grande. De acordo com GEMAEL (1991, p.63), quando o tamanho de uma amostra é elevado, os erros acidentais apresentam uma distribuição de freqüência que muito se aproxima da distribuição normal. 1.4.3.1 - Peculiaridade dos Erros Acidentais • Erros pequenos ocorrem mais freqüentemente do que os grandes, sendo mais prováveis; • Erros positivos e negativos do mesmo tamanho acontecem com igual freqüência, ou são igualmente prováveis; • A média dos resíduos é aproximadamente nula; • Aumentando o número de observações, aumenta a probabilidade de se chegar próximo ao valor real. Exemplo de erros acidentais: • Inclinação da baliza na hora de realizar a medida; FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 20 • Erro de pontaria na leitura de direções horizontais. 1.4.4 - Precisão e Acurácia A precisão está ligada a repetibilidade de medidas sucessivas feitas em condições semelhantes, estando vinculada somente a efeitos aleatórios. A acurácia expressa o grau de aderência das observações em relação ao seu valor verdadeiro, estando vinculada a efeitos aleatórios e sistemáticos. A figura 1.15 ilustra estes conceitos. Figura 1.15 - Precisão e acurácia. O seguinte exemplo pode ajudar a compreender a diferença entre eles: um jogador de futebol está treinando cobranças de pênalti. Ele chuta a bola 10 vezes e nas 10 vezes acerta a trave do lado direito do goleiro. Este jogador foi extremamente preciso. Seus resultados não apresentaram nenhuma variação em torno do valor que se repetiu 10 vezes. Em compensação sua acurácia foi nula. Ele não conseguiu acertar o gol, “verdadeiro valor”, nenhuma vez. FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 21 2 - REVISÃO MATEMÁTICA Neste capítulo é realizada uma revisão de unidades e trigonometria, necessária para o estudo dos próximos temas a serem abordados. 2.1 - Unidades de Medida 2.1.1 - Medida de Comprimento (metro) A origem do metro ocorreu em 1791 quando a Academia de Ciências de Paris o definiu como unidade padrão de comprimento. Sua dimensão era representada por 1/10.000.000 de um arco de meridiano da Terra. Em 1983, a Conferência Geral de Pesos e Medidas estabeleceu a definição atual do “metro” como a distância percorrida pela luz no vácuo durante o intervalo de tempo de 1/299.792.458 s. O metro é uma unidade básica para a representação de medidas de comprimento no sistema internacional (SI). Tabela 2.1 - Prefixos. Nome Valor Numérico Símbolo Nome Valor Numérico Símbolo Deca 101 da deci 10-1 d Hecto 102 H centi 10-2 c Kilo 103 K mili 10-3 m Mega 106 M micro 10-6 µ Giga 109 G nano 10-9 n Tera 1012 T pico 10-12 p FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 22 2.1.2 - Medida Angular 2.1.2.1 - Radiano Um radiano é o ângulo central que subentende um arco de circunferência de comprimento igual ao raio da mesma. É uma unidade suplementar do SI para ângulos planos. 2piR — 360º arco = R = raio (2.1) Raio Ra io θ Arco Figura 2.1 - Representação de um arco de ângulo. 2.1.2.2 - Unidade Sexagesimal Grau 1 grau = 1/360 da circunferência grau ° 1° = (pi /180) rad minuto ’ 1’ = 1°/60= (pi/10800) rad segundo ” 1” = 1°/3600 = (pi/648000) rad 2.1.2.3 - Unidade Decimal Grado 1 grado =1/400 da circunferência Um grado é dividido em 100’ e cada minuto tem 100”. FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 23 2.1.2.4 - Exercícios 1) Transformação de ângulos: Transforme os seguintes ângulos em graus, minutos e segundos para graus e frações decimais de grau. a) 32º 28’ 59” = 32, 48305556º b) 17º 34’ 18,3” = 17,57175º c) 125º 59’ 57” = 125,9991667º d) 200º 08’ 06” = 200,135º 2) Soma e subtração de ângulos: 30º20’ + 20º 52’ = 30º20’ +20º52’ → 51º 12’ 50º72’ 28º41’ + 39°39’ = 28º41’ +39º39’ → 68º 20’ 67º80’ 42º30’ - 20°40’ = 42º30’ 41º 90’ - 20º40’ → - 20º 40’ → 21º 50’ 21º 50’ FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 24 OBS: é comum, utilizando a calculadora, obter resultados com várias casas decimais, neste caso, recomenda-se o arredondamento. Por exemplo: 30º20’ 30,33333333º - 20º52’ → - 20,86666666º → 21º 50’ 9,56666666º = 9º 27’ 59,999999’’ = 9º 28’ Já para a transformação de graus decimais para graus, minutos e segundos, é necessário manter um mínimo de 6 casas decimais para obter o décimo do segundo com segurança. 3) Cálculo de funções trigonométricas utilizando uma calculadora Ao aplicar as funções trigonométricas (seno, cosseno e tangente), com uma calculadora, o ângulo deve estar em graus e frações de graus ou radianos, sendo que neste último caso, a calculadora deve estar configurada para radianos. Por exemplo: Para o ângulo 22º 09’ 04”, calcular o valor do seno, cosseno e tangente: 1º) transformar para graus decimais ou radianos: 22º 09’ 04” = 22,1511111º = 0,386609821864 rad 2º) aplicar a função trigonométrica desejada: sen(22,1511111º) = sen(0,386609821864 rad) = 0,377050629 cos(22,1511111º) = cos(0,386609821864 rad) = 0,926192648 tg(22,1511111º) = tg(0,386609821864 rad) = 0,407097411 FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA