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Prof. M. Sc. Rosemarie de Almeida Costa rosemarie.costa@estacio.br Faculdade Estácio de Belém – Campus Iesam 1. Reconhecer os registros formal e informal da língua; 2. Refletir sobre seu modo de organização; 3. Relacionar seus elementos aos usos cotidianos; 4. Identificar diversas formas de comunicação dependentes da norma culta Por meio da Língua Portuguesa nos apropriamos do mundo ao nosso redor e de tudo aquilo que nos faz mover a vida; Adquirimos bagagem cultural, permitindo o alcance de níveis acadêmicos cada vez mais altos; Estudando a Língua Portuguesa aprendemos a lidar com situações comunicativas que exigem um pouco mais de cuidado, de monitoramento e de formalidade; Pesquisas comprovam que, de cada 10 pessoas que passam por uma entrevista de trabalho, 7 são reprovadas por que falam e escrevem errado. Fonte: Mercado de trabalho: falar e escrever corretamente. Jornal Hoje - TV Globo Segunda-feira, 30/10/2006. Leia mais: “A importância da Língua Portuguesa para a carreira”. Só podemos afirmar que vivemos em sociedade porque nos comunicamos Todo e qualquer ato comunicativo se dá por meio do uso de alguma linguagem. Existem dois tipos de linguagem: verbal e não verbal A linguagem verbal é aquela que se vale de palavras – sejam estas faladas ou escritas. Nesse caso, o código utilizado para manter a comunicação é a própria língua; Já a linguagem não verbal é aquela que utiliza outros códigos diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestar por meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música etc.; Para falar e escrever de forma adequada devemos utilizar regras de acordo com os contextos de uso do idioma 6 7 Imagine-se em uma entrevista de emprego. Se o entrevistador lhe perguntar sobre sua disponibilidade de tempo para desempenhar suas funções, o mais adequado para a ocasião será responder: - Disponho de tempo integral para assumir o cargo. - Qualquer hora é hora. É só chamar que tô dentro! 8 Agora, imagine-se em um restaurante, em um bate-papo com um(a) amigo(a). Se ele(a) lhe fizer uma pergunta sobre as novidades que você tem para contar, o mais adequado para a ocasião será responder: - Atualmente, em termos de inovação em minha vida, estou fadada à monotonia. - Nada de novo. Continuo seguindo a mesma vidinha de sempre. O ambiente formal é aquele em que usamos a norma culta da língua, cujo registro segue o que está prescrito na gramática normativa como: uma entrevista de emprego; uma reunião de trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso. Já o ambiente informal é aquele em que usamos a linguagem coloquial, que dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do cotidiano, adequada a situações como uma conversa entre amigos, uma festa, um bilhete que deixamos para nossa família na porta da geladeira ou mesmo uma troca de mensagens nas redes sociais. 9 O emprego dos diferentes registros da língua depende de seus contextos de uso. 10 Assim como há um tipo de vestimenta para cada ocasião, há uma norma linguística específica para situações formais e informais. 11 12 A expressão linguística pode se realizar em diferentes modalidades: a escrita e a fala. Mas existem algumas diferenças entre elas. Na língua falada, há entre falante e ouvinte trocas sucessivas e simultâneas, o que não ocorre na língua escrita, na qual a comunicação acontece, geralmente, na ausência de um dos participantes. Além disso, na fala, as marcas de planejamento do texto costumam não aparecer, porque sua produção e execução se dão ao mesmo tempo. Justamente por isso, a linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, retomadas, correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto se apresenta acabado, e há um tempo para sua elaboração. 13 A língua varia de acordo com o lugar, com a situação comunicativa ou, até mesmo, com nosso interlocutor – a pessoa com quem falamos ou a quem escrevemos. Tanto a língua falada, quanto a língua escrita apresentam diferentes graus de formalidade ou informalidade dependendo do contexto: 14 De acordo com Cunha e Cintra (2001), há duas forças que agem sobre as línguas: Uma força inovadora, que corresponde à variação linguística e é determinada pela diversidade dos falantes e pela própria evolução da sociedade; Uma força conservadora, que reprime a primeira e zela pela obediência à norma padrão. É exercida por instituições como escola, imprensa, editoras, governos e órgãos públicos. Força conservadora (norma padrão) Força inovadora (variação linguística) • Diatópica (Regional) • Diastrática (Social) • Diamésica (Oralidade x escrita) • Diafásica (Formal x informal) Variação Sincrônica E m u m m e s m o m o m e n to h is tó ri c o Ao longo do tempo Variação Diacrônica (Histórica) 16 Os regionalismos manifestam-se, principalmente, pelo sotaque e por palavras ou expressões utilizadas pelos falantes de determinada região Caraca! Esse curso é muito maneiro. Êta que esse curso é bem arretado! Nossinhora! Esse curso é bom demais da conta, sô! 17 A formalidade ou a informalidade da situação comunicativa determinam as diferentes formas de usar a língua. Há dois registros: formal e informal. 1) Estácio informa: Já estão abertas as inscrições para o curso de Graduação em Letras - Licenciatura em Língua Portuguesa. Fique atento às datas de ingresso e não perca o período de matrícula nas disciplinas. 2) Vocês leram na web, pessoal? Para quem quer ser letrado e dar aula de português ou de literatura, a hora é essa. A gente precisa se inscrever na Estácio. Os dias de inscrição e de matrícula nas disciplinas estão lá. Vamos? Nesse caso, a mesma informação foi transmitida a partir de duas modalidades da língua – a escrita e a falada – e através de registros distintos – o formal e o informal. 18 As diferentes formas de falar marcam os grupos sociais ou, até mesmo, a faixa etária de determinado conjunto de pessoas. 19 20 Quando pensamos em variação linguística, referimo- nos a todos os exemplos que acabamos de ver. No entanto, independente das diferenças citadas, há uma variedade da língua considerada de prestígio e que deve ser utilizada em determinadas situações comunicativas: a norma culta. É aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas como corretas, que podem ser usadas tanto para falar quanto para escrever. Trata-se da chamada variante padrão. Essa norma é tão valorizada socialmente que, quando estão em um ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de escolaridade procuram monitorar sua fala Em sua opinião, que frase está correta? 21 A gente vai até lá para conferir de perto. Nós vamos até lá para conferir de perto. Se refere a um grupo de falantes com baixo nível de escolaridade 22 “Falano” em lugar de “falando” – suprimindo o “d” do gerúndio; “Eu vou TE falar pra você” em lugar de “Eu vou falar para você”; “Ni mim” em lugar de “em mim”;“Eu tavo” em lugar de “eu estava”; “Pá nóis” em lugar de “para nós”. Imagine que um professor universitário entra em sala de aula e diz a seus alunos acerca de um encontro com a coordenadora... 23 Embora o uso do pronome ELA como objeto direto seja comum na fala de muitas pessoas – mesmo escolarizadas –, ele não é prescrito pela gramática normativa. Vivemos em uma sociedade que dá um alto valor a quem escreve. No entanto, ainda temos dificuldade em seguir as regras da Língua Portuguesa. 24 “Todos se queixam deque português é difícil. O brasileiro é chorão? Não me parece que possa ser definida como chorona uma nacionalidade marcada pelo carnaval, pelo humor e pelo riso purificador com os quais suporta males seculares. A queixa pode ser assim resumida: a língua falada é uma, mas a língua escrita é outra.” Deonísio da Silva. A Língua nossa de cada dia 25 26 Usos muito comuns na oralidade, mas que têm de ser evitados – principalmente em textos escritos e ocasiões formais. Apresenta os mesmos usos ajustados de acordo com a norma culta da língua 27 É usado com verbos que expressam ideia de estado ou permanência Onde mesmo você mora? Onde seu marido trabalha? É usado com verbos que expressam ideia de movimento Aonde você vai com tanta pressa? Aonde ela quer chegar? 28 29 HÁ = flexão do verbo HAVER, que pode ser usada no sentido de: 30 Se o verbo HAVER já indica tempo passado, não há necessidade de dizer, por exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou “HÁ anos atrás”, pois isso é classificado como PLEONASMO, ou seja, repetição desnecessária de ideias. Basta afirmar “HÁ dez minutos” ou “HÁ dez anos”. 31 Usamos “a” nas seguintes situações. 32 MAL é o oposto de BEM. MAU é o oposto de BOM 33 A palavra MAL também pode ser um substantivo. Exemplo: “Este é um mal necessário.” Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – como o artigo indefinido UM. Além disso, considerando tal substantivação – acompanhada de um artigo definido ou indefinido –, o mesmo vocábulo pode variar em número. Exemplo: “Os males da vida são muitos.” 34 MENAS não existe na Língua Portuguesa. MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma circunstância – nesse caso, de quantidade ou intensidade. E, como sabemos, advérbios são invariáveis! KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2009. SILVA, D. da. A língua nossa de cada dia. São Paulo: Novo Século, 2007.
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