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RELATÓRIO DA PRÁTICA 2 – PERDA DE CARGA Fernanda Kemel Ziliel1; Paulo Emanuel Dante Paes Carabalone2; Andréia3; Gabriele4; Nome5; Nome6; Nome7 Acadêmicos de Engenharia Civil, UNIPAMPA, Alegrete (RS), Brasil. E-mails: 1unipampa.fernanda@gmail.com; 2pcarabalone@gmail.com; 3e-mail@gmail.com; 4e-mail@hotmail.com; 5e-mail@hotmail.com; 6e-mail@hotmail.com; 7e-mail@hotmail.com OBJETIVOS O ensaio de perda de carga teve como objetivos observar a perda de carga resultante para diferentes diâmetros em condutos retos e comparar os resultados obtidos experimentalmente com os previstos em teoria. INTRODUÇÃO O estudo da perda de carga em condutos forçados é necessário para dimensionar corretamente sistemas de bombeamento e tubulações. Ao escoar, o líquido se submete à resistência aplicada pelas paredes da tubulação e pelo próprio líquido. Por conta desta resistência, o líquido dissipa uma parte da sua energia ao escoar, principalmente em forma de calor, energia esta que não pode ser recuperada e, portanto, denominada perda de carga (∆H). Pode-se classificar a perda de carga em localizada (conexões, aparelhos ou particularidades em determinados pontos da tubulação) e distribuída. O presente artigo artigo traz uma análise da perda de carga em condutos forçados, demonstrando experimentalmente esta área da hidráulica na engenharia e comparando os resultados teóricos e práticos obtidos, observando os possíveis erros de leitura comuns no experimento devido ao material utilizado e averiguando o dimensionamento de tubulações. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Material utilizado Para a realização do ensaio, foram utilizados os seguintes materiais: bancada de perda de carga; manômetro; hidrômetro; cronômetro; folha para anotação dos valores a partir da planilha sugerida pela professora Marilia Tamiosso. Descrição dos procedimentos Os procedimentos foram os seguintes: 1. As mangueiras do manômetro foram conectadas nos pontos onde há interesse em medir as perdas de carga (2 pontos: ponto 1 e ponto 2); 2. A bomba foi ligada, cuidando em garantir a unicidade do caminho da água no circuito, regulando os vários registros (abertura máxima), fazendo toda a vazão passar somente pelo tubo e peças desejados; 3. Foi feita a leitura da diferença de pressão utilizando os dois manômetros; 5. Os valores observados nos manômetros foram anotados; *Obs.: a vazão foi a mesma para todo o procedimento. Não houve variação de vazão. A Fig.1 a seguir apresenta um esquema da bancada utilizada para o experimento. Fig.1: Esquema da bancada utilizada para o experimento. As tabelas 1 e 2 mostram os resultados observados durante o experimento: Tabela 1: Leituras observadas no manômetro analógico. Tubulação D (mm) L (mm) P1 (Kgf/cm²) P1 (m.c.a.) P2 (Kgf/cm²) P2 (m.c.a.) P1 – P2 (∆H) (m.c.a.) 1 21,5 910 0,539 5,39 0,490 4,90 0,49 2 27 910 0,578 5,78 0,560 5,60 0,18 3 27 1130 0,578 5,78 0,518 5,18 0,60 Tabela 2: Leituras observadas no hidrômetro. Vol (l) t (s) Q (l/s) Qméd. (l/s) 10 12,35 0,809717 0,775 10 13,12 0,762195 10 13,28 0,753012 A perda de carga unitária (J) pode ser encontrada a partir da relação entre a perda de carga (∆H) e o comprimento total da tubulação (J = ∆H/L), como mostra a tabela 3: Tabela 3: Perda de carga unitária Tubulação D (mm) L (mm) L (m) ∆H (m.c.a) J (mm/mm) 1 21,5 910 0,91 0,49 0,5385 2 27 910 0,91 0,18 0,1978 3 27 1130 1,13 0,60 0,1978¹ 1 – Este último trecho possui 4 joelhos de 90° mas possui perda de carga unitária igual à do segundo trecho por terem diâmetros e vazões iguais. A perda de carga nos quatro joelhos da tubulação 3 são iguais, portanto para encontrá-la, é necessário apenas encontrar a perda de carga localizada da tubulação e dividi-la pelo número de joelhos, e pode ser obtida pela equação equação a seguir: ∆Htotal = ∆Hlocalizada - ∆Hdistribuída ∆Htotal = ∆Hlocalizada - J*L 0,60 = ∆Hlocalizada - 0,1978*1,13 ∆Hlocalizada = 0,60 - 0,2235 ∆Hlocalizada = 0,3765 m ∆Hjoelho = ∆Hlocalizada/4 ∆Hjoelho = 0,3765/4 ∆Hjoelho = 0,0941 m É possível calcular a perda de carga em uma tubulação de acordo com algumas equações empíricas tais como: 1 – Equação de Darcy-Weisbach ou Equação universal da perda de carga ∆H = L* com f = pois 2 – Equação de Hazen-Williams ∆H = L* com C = 140 3 – Equação de Fair-Whipple-Hsiao ∆H = L* Pelas equações anteriores é possível calcular a perda de carga ∆H, como mostra a tabela 4: Tubulação Comprimento total equivalente (m) ∆H pela equação universal (m) ∆H pela equação de Hazen-Williams (m) ∆H pela equação de Fair-Whipple-Hsiao (m) 1 0,91 0,3388 0,2409 0,2374 2 0,91 0,1108 0,0794 0,0805 3 7,13 0,8680 0,6225 0,6305 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para melhor compreender os resultados, foram montados os gráficos a seguir. O gráfico 1 compara os resultados obtidos experimentalmente com os resultados obtidos pelas equações citadas. O gráfico 2 compara as relações entre os valores de perda de carga distribuída e localizada obtidos experimentalmente e através das 3 equações. Os demais gráficos comparam os resultados obtidos pelas três equações citadas anteriormente para uma tubulação predial soldável de PVC para água fria da marca Amanco. O gráfico 3 utiliza o maior diâmetro nominal da marca Amanco para calcular a perda de carga e comparar os valores de cada equação à medida que o comprimento da tubulação aumenta em 0,5 m. O gráfico 4 utiliza um comprimento de 1 m e varia o diâmetro nominal de acordo com os valores da tabela da marca Amanco, apresentados na tabela 5. Os dois gráficos apresentam também a linha de tendência. É possível concluir a partir do gráfico 1 que os resultados não são os mesmos devido às diferenças nas equações e medição, especialmente a equação universal, que possui uma grande diferença em relação às demais. As equações de Hazen-Williams e Fair-Whipples-Hsiao são as que possuem valores mais aproximados para mesma vazão, comprimento e diâmetro, portanto, é possível que se aproximem mais do valor correto. O erro nas medições experimentais se deve ao fato das medições terem sido feitas com aparelhos analógicos e dependente da observação humana e por isto não seja adequado confiar nestes valores. No gráfico 2 pode-se observar a relação entre a perda de carga distribuída e a perda de carga localizada. No resultado experimental foi constatado que 37,2500% da perda de carga total é distribuída e 62,7500%. Pela equação Universal obteve-se 15,8510% da perda de carga como distribuída e 84,1490% como localizada. Pela equação de Hazen-Williams obteve-se 15,8387% da perda de carga como distribuída e 84,1613% como localizada. Pela equação de Fair-Whipples-Hsiao obteve-se 15,8543% de perda distribuída e 84,1457% como localizada. A partir destes dados é possível concluir que a perda de carga é cerca de 15,85% como distribuída e 85,15% como localizada. Isto se deve ao fato já explicado anteriormente que os resultados experimentais são mais suscetíveis a erros do que os resultados empíricos. A tabela 5 foi obtida no site da própria Amanco e foi utilizada para obter os gráficos 3 e 4. Tabela 5 No gráfico 1 é possível observar a variação da perda de carga à medida que aumenta-se o comprimento da tubulação. A relação entre os dois é linear e constante, como fora observado na tabela 3, portanto, para uma mesma vazão e um mesmo diâmetro, a perda de carga varia de acordo com o comprimento da tubulação, pois ∆H α L. O gráfico 2 mostra que a perda de carga diminui exponencialmente com o aumento do diâmetro, o que é possível notar nas equações utilizadas, afinal, na equação universal ∆H α de Hazen-Williams ∆H α e na equação de Fair-Whipple-Hsiao ∆H α . Portanto, ao dimensionar uma obra devemos sempre colocar o maior diâmetro possível observandoo menor custo para ter uma menor perda de carga. CONCLUSÕES Este experimento possibilitou a observação prática da aplicação das equações empíricas de perda de carga a fim de compará-las com o experimento e entre si. Ainda que o erro humano seja comum em experimentos com aparelhos analógicos, o experimento foi feito com maior nível de fidelidade possível na ocasião. Pode-se observar que há erros entre os diferentes métodos de obtenção de perda de carga e por isto possibilitar a escolha do melhor método. O aprendizado proporcionado pela prática do experimento é bastante considerável, especialmente quando proporciona algumas mudanças para análise de tubulação como foi feito nos gráficos 3 e 4, assim sendo possível sugerir mudanças ao dimensionar uma tubulação de uma obra para melhor custo-benefício. BIBLIOGRAFIA [1] PORTO, RODRIGO DE MELO. “Hidráulica Básica”, 4ª Ed., São Carlos, SP: EESC - USP, 2006. [2]http://www.amanco.com.br/web/image/texto/file/Catalogo_Predial_2014-FINAL-WEB.pdf “Soluções Amanco - Predial”, acesso em: 22 de maio de 2015.
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