Buscar

OAB 2010.3

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

1) Com relação às modalidades de prisão, assinale a alternativa correta:
A) A prisão em flagrante delito somente poderá ser realizada dentro do período de vinte e quatro horas, contadas do momento em que se inicia a execução do crime.
B) A prisão temporária poderá ser decretada a qualquer tempo, desde que se mostre imprescindível para a produção da prova.
 
C) A prisão preventiva poderá ser decretada durante o inquérito policial.
D) Em caso de descumprimento de medida protetiva prevista na Lei 11.340/2006, o juiz não poderá decretar a prisão preventiva do acusado.
Prisões cautelares (estudar a lei 12.403/2011):
Alternativa “A”: Considera-se em flagrante delito quem:
I – Está cometendo a infração penal;
II – Acaba de cometê-la;
III – É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa em situação que faça presumir ser o autor da infração;
IV – É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração penal
(inteligência do art. 302 do CPP). 
Portanto, não há prazo estabelecido em lei para a prisão em flagrante delito. 
Enquanto durar a perseguição (podendo se dar por vários dias), a prisão em flagrante poderá ser efetivada. 
A alternativa “A” está errada!!!
Prisão temporária (alternativa “B”):
Lei 7.960/1989, art. 1º. : Caberá prisão temporária:
Quando IMPRESCINDÍVEL para as investigações do INQUÉRITO POLICIAL;
Quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;
Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes (...).
Portanto, NÃO É CABÍVEL A PRISÃO TEMPORÁRIA NA FASE JUDICIAL DA PERSECUÇÃO PENAL. 
Está errada, portanto, a alternativa “B”
Violência doméstica (Lei Maria da Penha 11.340/2006).
O juiz poderá decretar a prisão preventiva do agressor, nos casos de violência doméstica, a qualquer tempo – seja na fase de inquérito policial, seja na fase judicial. O art. 20 da referida Lei assim o dispõe, textualmente:
“Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá prisão preventiva do agressor (...)
Parágrafo único: O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem”. 
Portanto, poderá a qualquer tempo o juiz decretar prisão preventiva contra o agressor que descumprir medida protetiva a ele imposta. 
Está errada a alternativa “D”.
A alternativa correta é a letra “C”, senão vejamos:
Artigo 311 do CPP, com redação dada pela lei 11.403/2011:
“Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente ou por representação da autoridade policial”.
2) A Constituição do Estado “X” estabeleceu foro por prerrogativa de função aos Prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo que “os prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça". José, Prefeito do Município “Y”, pertencente ao Estado “X”, mata João, amante de sua esposa. Pergunta‐se, qual o órgão competente para o Julgamento de José?
A) Justiça Estadual de 1ª Instância;
B) Tribunal de Justiça;
C) Tribunal Regional Federal;
D) Justiça Federal de 1ª Instância.
	Antes de analisarmos a questão é importante observarmos o teor do inc. X do art. 29 da CFRB/88, que segue:
 
	“Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos”:
	“X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça”; Ver sum. 721\STF.
	No gabarito da banca examinadora a assertiva “A” é tida como correta. 
	No entanto, a nosso ver, há incompatibilidade entre o conteúdo da assertiva e o texto do art. 29, X da CFRB/88, supramencionado. É sabido que prevalece, no conflito entre a competência do tribunal do júri e foro de prerrogativa de função (no caso do prefeito), constitucionalmente previstos, deve prevalecer com base na especialidade o foro da prerrogativa de função. 
	Nesse passo, a questão é passível de anulação, pois, a assertiva que reflete essa ideia é a assertiva “B” e não a assertiva “A” como consta do gabarito oficial preliminar.
	Desta forma, em que pese eventual divergência a assertiva “B” é correta e deve prevalecer. 
3) O deputado “M” é um famoso político do Estado “Y”, e tem grande influência no governo estadual, em virtude das posições que já ocupou, como a de Presidente da Assembleia Legislativa. Atualmente, exerce a função de Presidente da Comissão de Finanças e Contratos. Durante a reunião semestral com as empresas interessadas em participar das inúmeras contratações que a Câmara fará até o final do ano, o deputado “M” exigiu do presidente da empresa “Z” R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para que esta pudesse participar da concorrência para a realização das obras na sede da Câmara dos Deputados.O presidente da empresa “Z”, assustado com tal exigência, visto que sua empresa preenchia todos os requisitos legais para participar das obras, compareceu à Delegacia de Polícia e informou ao Delegado de Plantão o ocorrido, que o orientou a combinar a entrega da quantia para daqui a uma semana, oportunidade em que uma equipe de policiais estaria presente para efetuar a prisão em flagrante do deputado. No dia e hora aprazados para a entrega da quantia indevida, os policiais prenderam em flagrante o deputado “M” quando este conferia o valor entregue pelo presidente da empresa “Z”. Na qualidade de advogado contratado pelo Deputado, assinale a alternativa que indica a peça processual ou pretensão processual, exclusiva de advogado, cabível na hipótese acima:
A) Liberdade Provisória.
B) Habeas Corpus.
C) Relaxamento de Prisão.
D) Revisão Criminal.
	Primeiramente, é de se admitir que a posição majoritária dos Tribunais Superiores entende que a prisão em flagrante in casu foi ilegal. Isso porque o crime ocorreu no momento da exigência. Nesse sentido, o gabarito apresentado pela Banca estaria correto. Contudo, a título argumentativo, há posicionamento minoritário na jurisprudência de que essa prisão seria legal. De acordo com esse posicionamento minoritário, no crime de concussão, a exigência perdura até o momento em que a vítima efetua o pagamento da vantagem. Dessa forma, para ele, a prisão em flagrante no momento da entrega não seria ilegal, por tratar-se de flagrante esperado, e não preparado.
 
Corroborando tal posição são os seguintes julgados: 
 
	“Concussão. Crime formal. Consumação com a simples exigência da vantagem indevida pelo funcionário público em razão da função. Prisão em flagrante do agente. Irrelevância da intervenção da atividade policial, avisada pela vítima, por se ter dado coincidentemente com o exaurimento do delito. Hipótese em que não houve provocação ou induzimento ao seu cometimento. Flagrante esperado e não preparado. Constrangimento ilegal inexistente” (RT 628/343 – TJPR) – grifamos.
 
	“Prisão em Flagrante. Flagrante preparado. Descaracterização. Concussão. Intervenção policial apenas na fase de pagamento da vantagem indevida, quando já consumado o delito pela simples exigência daquela. Inaplicabilidade da Súmula 145 do STF. Inteligência do artigo 316, do CP. Não há caracterização do flagrante preparado no crime de concussão quando a intervenção policial ocorre apenas na fase de pagamento da vantagem indevida, quando já consumado o delito pela simples exigência daquela” (RT 691/314 – TJSP).
4)	Paulo reside na cidade “Y” e lá resolveu falsificar seu passaporte. Após a falsificação, pegou sua moto e viajou até a cidade “Z”, com o intuito de
chegar ao Paraguai. Passou pela cidade “W” e pela cidade “K”, onde foi parado pela Polícia Militar. Paulo se identificou ao policial usando o documento falsificado e este, percebendo a fraude, encaminhou Paulo à delegacia. O Parquet denunciou Paulo pela prática do crime de uso de documento falso.
	Assinale a afirmativa que indica o órgão competente para julgamento.
	A) Justiça Estadual da cidade “Y”.
	B) Justiça Federal da cidade “K”.
	C) Justiça Federal da cidade “Y”.
	D) Justiça Estadual da cidade “K
	Inicialmente, salienta-se que o crime de uso de passaporte falso é de competência da Justiça Federal, em razão da violação ao interesse da União (Art. 109, CRFB). Dessa forma, e nos exatos termos da súmula 200 do STJ, a competência será da cidade “K”, tendo em vista que lá se deu o uso do documento falso.
 
	Súmula 200, do STJ: “o Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou”.
5) Ao proferir sentença, o magistrado, reputando irrelevantes os argumentos desenvolvidos pela defesa, deixa de apreciá-los, vindo a condenar o acusado. 
Com base no caso acima, assinale a alternativa correta. 
Como é causa de nulidade da sentença, a falta de fundamentação deve ser arguida inicialmente por meio de embargos de declaração, que, se não forem opostos, gerarão a preclusão da alegação, pois a nulidade decorrente da falta de fundamentação do decreto condenatório importa em nulidade relativa. 
B) Como é causa de nulidade absoluta da sentença, a falta de fundamentação não precisa ser arguida por meio de embargos de declaração, devendo necessariamente, no entanto, ser sustentada no recurso de apelação para poder ser conhecida pelo Tribunal.
C) Como é causa de nulidade absoluta da sentença, a falta de fundamentação não precisa ser arguida nem por meio de embargos de declaração, nem no recurso de apelação, podendo ser conhecida de ofício pelo Tribunal.
D) Como reputou irrelevantes as alegações feitas pela defesa, o magistrado não precisava tê-las apreciado na sentença proferida, não havendo qualquer nulidade processual, pois não há nulidade sem prejuízo. 
Teoria das nulidades no processo penal:
As nulidades podem ser legais ou constitucionais, relativas ou absolutas. 
Por regra, quando uma nulidade for determinada na Constituição ela gerará nulidade absoluta. 
No regramento legal ela poderá se dar como absoluta ou relativa. 
A nulidade absoluta poderá ser arguida pelas partes ou reconhecida de ofício pelo judiciário em qualquer fase do processo. 
A fundamentação da sentença judicial decorre de mandamento constitucional (art. 93, inciso IX, CF). 
Por sua vez o art. 564, do CPP, também dispõe que ocorrerá nulidade: inciso IV: por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato. 
Portanto, a fundamentação é elemento essencial do ato decisório por expressa disposição constitucional, gerando nulidade absoluta a sua falta .
A alternativa “A” está incorreta porque a falta de fundamentação da sentença é causa de nulidade absoluta. 
A alternativa “B” está incorreta porque a nulidade absoluta pode ser reconhecida de ofício pelo Tribunal;
A alternativa “C” está correta, como já visto;
A alternativa “D” está incorreta porque a Constituição é expressa no que tange à obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, sob pena de nulidade (art. 93, inc. IX). 
6) Em relação aos procedimentos previstos atualmente no Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta. 
A) No rito ordinário, oferecida a denúncia, se o juiz não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e designará dia e hora para a realização do interrogatório, ocasião em que o acusado deverá estar assistido por defensor. 
B) No rito sumário, oferecida a denúncia, se o juiz não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e designará dia e hora para a realização do interrogatório, ocasião em que o acusado deverá estar assistido por defensor.
C) No rito ordinário, oferecida a denúncia, se o juiz não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 15 (quinze) dias. 
D) No rito sumário, oferecida a denúncia, se o juiz não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
Procedimentos rituais do CPP:
Alternativa “A”: A natureza jurídica do interrogatório mudou depois da Lei 11.719/2008, INCORRETA, portanto;
A alternativa “B” está incorreta pelos mesmos motivos;
A alternativa “C” está incorreta porque erra no prazo, que é de 10 (dez) dias e não15 (quinze) dias como está na questão. 
A alternativa correta é a letra “D”, segundo consta do art. 396 do CPP. 
7) José é denunciado sob a acusação de que teria praticado o crime de roubo simples contra Ana Maria. Na audiência de instrução e julgamento, o magistrado indefere, imotivadamente, que sejam ouvidas duas testemunhas de defesa. Ao proferir a sentença, o juiz condena José a pena de quatro anos de reclusão, a ser cumprida em regime aberto. Após a sentença passar em julgado para a acusação, a defesa interpõe recurso de apelação, arguindo, preliminarmente, a nulidade do processo em razão do indeferimento imotivado de se ouvirem duas testemunhas, e alegando, no mérito, a improcedência da acusação. Analisando o caso, o Tribunal de Justiça da provimento ao recurso e declara nulo o processo desde a Audiência de Instrução e Julgamento. Realizado o ato e apresentadas novas alegações finais por meio de memoriais, o juiz profere outra sentença, desta vez condenando José a pena de quatro anos de reclusão a ser cumprida em regime inicialmente semiaberto, pois, sendo reincidente, não poderia iniciar o cumprimento de sua reprimenda em regime aberto. 
Com base no relatado acima, é correto afirmar que o juiz agiu:
A) Equivocadamente, pois a primeira sentença transitou em julgado para a acusação, de sorte que não poderia a segunda decisão trazer consequência mais gravosa para o réu em razão da interposição de recurso exclusivo da defesa.
B) Equivocadamente, pois, por ser praticado com violência ou grave ameaça contra a pessoa, o crime de roubo, o crime de roubo impõe o início do cumprimento da pena em regime fechado.
C) Corretamente, pois a pena atribuída proíbe a imposição do regime aberto para o início do cumprimento da pena.
D) Corretamente, pois, embora a pena atribuída permita a fixação do regime aberto para o início do cumprimento da pena, o fato de ser o réu reincidente impede tal providência, não se podendo falar em prejuízo para o réu uma vez que o recurso de apelação da defesa foi provido pelo Tribunal de Justiça. 
Princípios recursais no CPP:
Princípio da reformatio in pejus em recurso exclusivo da defesa. Art. 617, CPP: 
“O Tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença”.
Correta, portanto, a alternativa “A”. 
Súmula 718 do STF: 
“A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido SEGUNDO A PENA APLICADA”.
Portanto, é a quantidade de pena que fixa o regime inicial de cumprimento da penalidade imposta e nunca a gravidade do delito. 
Incorreta, portanto, a alternativa “B”. 
A alternativa “C” também está incorreta por expressa disposição do art. 33, § 2º, c, do CP, verbis:
“A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. (...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios: (...) 
c) O condenado não reincidente, cuja pena seja IGUAL ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em REGIME ABERTO”. 
Não há, portanto, nenhum óbice a que o mesmo cumpra a pena
no regime aberto. 
A alternativa “D” está incorreta uma vez que a reincidência deveria ter sido reconhecida na primeira sentença dada. 
Com efeito, não se pode aplicar ao reincidente o início de cumprimento de pena no regime aberto. 
A acusação deveria ter recorrido de tal sentença e não o fez. TRANSITOU EM JULGADO PARA A ACUSAÇÃO. 
Pelo princípio da reformatio in pejus A SENTENÇA NÃO PODERÁ RETROAGIR PARA PREJUDICAR O RÉU. 
8) Tendo como referência a competência ratione personae, assinale a alternativa correta:
Caio, vereador de um determinado município, pratica um crime comum previsto na parte especial do Código Penal. Será, pois, julgado no Tribunal de Justiça do Estado onde exerce suas funções, uma vez que goza do foro por prerrogativa de função. 
B) Ticio, juiz estadual, pratica um crime eleitoral. Por ter foro por prerrogativa de função, será julgado no Tribunal de Justiça do Estado onde exerce suas atividades. 
C) Mévio é Governador do Distrito Federal e pratica um crime comum. Por uma questão de competência originária decorrente da prerrogativa de função, será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça. 
D) Terêncio é prefeito e pratica um crime comum, devendo ser julgado pelo Tribunal de Justiça do respectivo Estado. Segundo entendimento do STF, a situação não se alteraria se o crime praticado por Terêncio fosse um crime eleitoral.
Doutrina e súmulas dos Tribunais Superiores sobre competência por prerrogativa de função:
A questão está mal formulada e confusa. 
Competência por prerrogativa de função ou competência originária ratione personae.
Garantia inerente ao cargo que a pessoa ocupa;
A alternativa “A” está incorreta porque os vereadores não possuem foro por prerrogativa de função (a não ser que haja expressa previsão constitucional do Estado-Membro – MAS A QUESTÃO NÃO DEIXA ISSO CLARO);
A alternativa “B” está incorreta pois o juiz estadual investido em função eleitoral será julgado pelo respectivo TRE quando praticar crime. Inteligência do art. 29 do Código Eleitoral (QUESTÃO MAL FORMULADA PORQUE NÃO HÁ UMA EXPLICITAÇÃO SE O JUIZ ESTAVA INVESTIDO NAS FUNÇÕES ELEITORAIS). 
A alternativa “D” está incorreta pois se o Prefeito Municipal comete crime eleitoral não será julgado pelo TJ do seu Estado mas sim pelo TRE do respectivo Estado. A Súmula 702 do STF assim dispõe: A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo Tribunal de segundo grau. 
A alternativa correta é a letra “C” por expressa disposição constitucional:
“Art. 105 – Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I – processar e julgar originariamente: 
a) Nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal (...)”. 
Só pode ser essa a alternativa correta pelo descrição constitucional. O Governador do DF que comete crime comum será julgado pelo STJ. 
9) Como se sabe, a prisão processual (provisória ou cautelar) é a decretada antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória, nas hipóteses previstas em lei. 
A respeito de tal modalidade de prisão, é correto afirmar que:
Em nosso ordenamento jurídico, a prisão processual contempla as seguintes modalidades: prisão em flagrante, preventiva, temporária, por pronúncia e em virtude de sentença condenatória recorrível.
B) A prisão temporária tem como pressupostos a existência de indícios de autoria e prova da materialidade, e como fundamentos a necessidade de garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal, a necessidade de garantir a futura aplicação da lei penal e a garantia da ordem pública. 
C) O prazo de duração da prisão temporária é de cinco dias, prorrogável por mais cinco em caso de extrema e comprovada necessidade. Em se tratando, todavia, de crime hediondo, a prisão temporária poderá ser decretada pelo prazo de trinta dias, prorrogável por igual período. 
D)São requisitos da prisão preventiva a sua imprescindibilidade para as investigações do inquérito policial e o fato de o indiciado não ter residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade. 
Tema: Prisões no CPP: 
A alternativa “A” está incorreta pois não há mais a previsão de prisão por sentença penal condenatória recorrível. Já estava extinta mesmo antes da Lei 11.719/2008 através da Súmula 347 do STJ. 
A alternativa “B” está incorreta pois ela traz os pressupostos da prisão preventiva e não da temporária (art. 312 do CPP);
A alternativa “C” está correta uma vez que o disposto no art. 2º. Da Lei 7.960/1989 estabelece que tais prisões têm o prazo de 5 dias prorrogáveis por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. E a Lei 8.072/1990, em seu art. 2º. § 4º. Estabelece que nos caso de crimes hediondos tal prazo será de 30 dias prorrogáveis por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade;
A alternativa “D” está incorreta pois confunde, novamente, os pressupostos da preventiva com os da temporária. O art. 1º. Da Lei 7.960/1989 estabelece a imprescindibilidade da temporária para as investigações do IP ou quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos de identificação do mesmo. 
10) Assinale a alternativa correta à luz da doutrina referente ao Tribunal do Júri. 
A) São princípios que informam o Tribunal do Júri: a plenitude de defesa, o sigilo das votações, a soberania dos vereditos e a competência exclusiva para julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
B) A natureza jurídica da sentença de pronúncia (em que o magistrado se convence da existência material do fato criminoso e de indícios suficientes da autoria) é de decisão interlocutória mista não terminativa. 
C) O rito das ações de competência do Tribunal do Júri se desenvolve em duas fases: judicium causae e judicium accusacionis. O judicium accusacionis se inicia com a intimação das partes para indicação das provas que pretendem produzir e tem fim com o trânsito em julgado da decisão do Tribunal do Júri. 
D) Alcançada a etapa decisória do sumário da culpa, o juiz poderá exarar quatro espécies de decisão, a saber: pronúncia, impronúncia, absolvição sumária e condenação. 
Procedimento ritual do Tribunal do Júri:
A alternativa “A” é incorreta pois a competência do Tribunal do Júri não é EXCLUSIVA para os crimes dolosos contra a vida. Há um “peguinha” nesta questão. A constituição estabelece uma competência mínima para o Tribunal do Júri, protegido por cláusula pétrea, que não poderá ser suprimida. Não obstante, deixa em aberto a possibilidade de extensão dessa competência. 
“Art. 5º., XXXVIII, CF: é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude da defesa; b) o sigilo das votações; c) soberania dos vereditos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
A alternativa “B” está correta. 
O art. 413 do CPP diz que “o juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação”. 
Por sua vez a natureza jurídica da sentença de pronúncia é a de que a mesma é decisão interlocutória de natureza mista não terminativa.
A alternativa “C” está incorreta pois o Judicium accusationes termina juntamente com a sentença de pronúncia e não com o trânsito em julgado da decisão do Tribunal do Júri. 
O Judicium accusationes está na fase de prelibação ou juízo da culpa, no sistema misto. 
O judicium causae está na fase de delibação, iniciando-se com a apresentação do rol de testemunhas pelas partes e terminando com o julgamento proferido pelos jurados. 
A alternativa “D” está incorreta pois na etapa decisória do sumário de culpa o juiz não poderá condenar o acusado. 
11 – Assinale a alternativa CORRETA. O princípio da publicidade garante:
A realização de determinado ato processual a portas fechadas, limitando-se o número de pessoas presentes;
O acesso de qualquer advogado aos elementos de prova já documentados e produzidos na fase investigatória;
A produção de provas numa só audiência podendo ser indeferidas as irrelevantes ou protelatórias;
O uso do habeas corpus por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo MP.
Resp: Letra D errada. Não é consequência do princípio da publicidade mas de amplo acesso à liberdade pessoal nos casos de arbitrariedade;
Errada a letra C: Não é consequência do princípio da publicidade mas sim do princípio da concentração (Lei 9099/95);
Errada a letra B: O direito de acesso aos autos do IP não decorre do princípio mencionado. O IP, inclusive pode ser sigiloso. 
Certa a letra A: embora assegurada no art. 5º., LX e 93, IX, CF, a publicidade comporta algumas exceções. Trata-se de publicidade restrita.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando