Buscar

07 Karl Marx Aula 3

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
Karl Marx – Aula 3
Prof. Bruno Aidar
História do Pensamento Econômico
BI Ciência e economia – 3º Período
*
*
1. Acumulação de capital
Aulas anteriores: criação de valor e criação de mais-valia.
Já sabemos como o capital é criado, mas como ocorre o crescimento do modo de produção capitalista?
Por que ocorre? Busca contínua de mais-valia (D-M-D’) é o objetivo do capitalismo. 
Circulação de dinheiro serve ao propósito da valorização do capital. 
Tio Patinhas é anti-capitalista? Sim, pois ele não emprega seus recursos monetários na criação de nova mais-valia.
*
*
Acumulação de capital como emprego e reconversão da mais-valia como capital.
Dois processos gerais de acumulação de capital:
Concentração de capital: mostra a relação capital-trabalho.
Centralização de capital: mostra a relação entre os capitalistas.
*
*
Concentração do capital
Pertence à esfera da relação entre capital e trabalho.
Aumento contínuo da produtividade do trabalho devido à:
Busca pelo crescimento da mais-valia relativa.
Próprio processo de concorrência entre as empresas capitalistas.
Resultado: 
Mudança da composição técnica do capital.
Aumento da proporção do capital constante (máquinas) em relação ao capital variável (salários). 
Valorização do capital passa a depender cada vez mais do trabalho morto (máquinas) em oposição ao trabalho vivo criado pelos trabalhadores.
Consequência geral:
Maior poder do capital sobre o trabalho: “concentração crescente dos meios de produção e do comando sobre o trabalho”.
*
*
Centralização do capital
Pertence à esfera das relações entre os capitais, ou seja, depende das relações inter-capitalistas.
Aumento da produtividade exigia uma maior escala de operação das empresas, logo há necessidade de maiores investimentos e capital.
Incorporação das pequenas empresas pelas grandes empresas.
Processo de fusão entre grandes empresas.
Desenvolvimento do sistema de crédito (bancos e bolsas de valores) permite estimular ainda mais a centralização do controle do capital.
Contradição do capitalismo: processo de concorrência entre as empresas conduz ao seu oposto, o monopólio.
*
*
2. Limites à acumulação de capital
1. Aumento do exército industrial de reserva pela substituição do trabalho humano pelas máquinas.
Crítica de Marx à adoção da lei de população de Malthus conforme desenvolvida por Ricardo. Para Marx, o capitalismo criava movimentos populacionais próprios, que não dependiam da natureza como em Malthus e Ricardo.
Criação de exército industrial de reserva refreava a tendência da elevação dos salários acima da taxa observada na acumulação de capital.
Evolução da taxa dos salários depende do volume de investimentos (caso 1) e da expansão e contração do exército industrial de reserva (caso 2). 
*
*
Caso 1:
Aumento dos investimentos  aumento do emprego  aumentos dos salários com relação aos lucros.
Redução dos lucros  aumento do desemprego  redução dos salários com relação aos lucros.
Caso 2:
Aumento do progresso tecnológico  Aumento da proporção de capital constante/capital variável  Maior exército  maior oferta de mão-de-obra  menor salário. 
Menor exército  menor oferta de mão-de-obra  maior salário.
*
*
2. Lei da queda tendencial da taxa de lucro
Lembrar da discussão de Ricardo sobre a queda da taxa de lucro devido aos rendimentos decrescentes das terras.
Discussão sobre o prazo dessa lei (curto x longo prazo) e a irreversibilidade dessa lei (lei absoluta x probabilidade).
Com aumento do progresso técnico, aumento da composição orgânica do capital: capital constante será muito maior do que o capital variável. Resultado: menor taxa de mais-valia, e logo, menor taxa de lucro.
*
*
Demonstração
c : capital constante
v : capital variável
s : mais-valia
Taxa de mais-valia = s / v
Taxa de lucro = s / (c + v)
Composição orgânica do capital [COK] = c / v
Dividindo a taxa de lucro pelo capital variável temos: 
s/v / (c/v + v/v)  taxa de mais-valia / (COK + 1)
Se aumentar COK, reduz a taxa de lucro. 
*
*
Contratendências à queda da taxa de lucro
Redução do valor das mercadorias que compunham os salários.
Redução do capital constante devido, por exemplo, à diminuição do custo das máquinas.
As contratendências seriam mais atenuantes à queda geral da taxa de lucro do que barreiras capazes de estancar e inverter o processo de longo prazo.
3. Miséria crescente (pauperização) da classe operária.
Segundo Dobb, não se deve interpretar essa tese em termos puramente econômicos e salariais.
Para Marx, era a massa flutuante dos desempregados situados às margens do sistema industrial, sujeita à degradação social e à insegurança. 
Tese marxista mais criticada. No entanto, era bastante realista na época em que Marx escreveu O Capital, na fase inicial da industrialização.
*
*
Bibliografia 
DOBB, Maurice. A crítica da economia política. In: HOBSBAWM, Eric et alii. História do Marxismo. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. v. 1, p. 127-155. Seção 3: O processo de acumulação do capital.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando