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Resenha - O Homem a Procura de Si Mesmo.

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Faculdade Frassinette do Recife – FAFIRE
Aluno: Wilson Costa Melo Junior
Matéria: Filosofia – Aderval
Breve comentário sobre o livro O Homem à Procura de Si Mesmo
Confesso que, ao começar a ler O Homem à Procura de Si Mesmo, comecei a me lembrar de todas as aulas, desde a primeira ate os dias de hoje. Todos os trabalhos, textos lidos, comentários e idéias discutidas em sala de aula... Enfim, basicamente tudo que fui destrinchando nessas paginas que Rollo May deixou pra a gente foi fantástico e nostálgico, pois fui me lembrando de tudo e firmando ainda mais o conhecimento que ganhei nas aulas de filosofia. 
Nunca tive problemas em me relativizar com a vida, me questionar ou procurar meu “eu” interior; ate acho que todos, pelo menos uma vez na vida (mas, não somente uma vez), deveriam entrar em sua “caverna interior” e se conhecer. Imagino que em uma viagem pessoal para o auto-conhecimeto, você não desperta ou fica pleno do nada ou em pouco tempo, pois as experiências que passaremos vão-nos “melhorando” como pessoa e humano cada vez mais. E essas questões discutidas em sala, esses insights que nos era colocado em todas as aulas e trabalhos foi firmado com O Homem à Procura de Si Mesmo. Sei que não será a ultima vez que lerei este livro ou foliarei esses capítulos, pois sinto que esse livro me seguirá durante meus anos no curso de psicologia. 
Pois ele estabelece que o grande conflito da era moderna foi a perda de si mesmo. Estabelecendo a rotina, a angústia, o medo e a solidão como os elementos responsáveis pela neurose contemporânea, May propõe que o reconhecimento de si mesmo seja a via de recuperação da integridade humana na atualidade.
Alem do conhecimento de homens que através dos tempos, na literatura, na filosofia e na ética, diante da instabilidade e insegurança da presente época, procuraram compreender o homem frente às suas inseguranças e crises pessoais, trata dos insights da psicologia sobre o self e todas as suas esplanadas. O autor nos indica os valores e metas mais estáveis de auto-realização. Ele explora a fonte de energias que se encontra dentro de nós mesmos, o que muitos não acreditam ou imaginam que tenham e que podem se auto-conhecer, se auto-ajudar, fazendo-se compreender muitas verdades do seu próprio “eu”. 
Mas alguns capítulos foram muito interessantes. Pude compreender mais algumas coisas e rir mais com a ironia que é a vida em si. Vamos lá; um dos temas que gostei foi basicamente o primeiro, que foi a ansiedade. Eu imaginava que não era ansioso e levava a vida tranquilamente, mas reparei que todos nós somos ansiosos. Somos ansiosos não por mérito próprio, mas por uma sociedade que vive diariamente por pressões políticas, financeiras, sociais, etc., que influencia diretamente, mesmo sem querermos, em nossa vida e mexendo com o nosso self. Mas a ansiedade desse self, podemos dizer, esta focada diretamente nas nossas incertezas da vida, nos nossos questionamentos que enfrentamos perante a nossa existência. 
Outro capitulo que me chamou uma atenção especial foi falando sobre a liberdade. Depois da belíssima parábola sobre o homem que foi colocado numa gaiola, que serve como introdução para falar da liberdade, vem propriamente dita à temática. Em poucas palavras, como especifica o texto, a liberdade é a capacidade de o homem contribuir para sua própria evolução. A liberdade não chega automaticamente, é conquistada e não de uma só vez, precisa ser conseguida dia a dia. Essa tal luta do dia a dia que é um passo fundamental para a conquista da liberdade interior. Basicamente, temos que “optar por nós mesmos”. 
Como ele mesmo diz “quanto menos conhecimento de si mesmo tem a pessoa, tanto menos livre ela é”. Essa atitude de nos conhecermos é lembrada ate mesmo nas aulas de antropologia, da atitude oposta ao impulso cego ou à existência rotineira, levada pela moda, pelos costumes, tradições, mas também pelas atitudes internalizadas as quais não questionamos sua razão de existir e sua função; “escolhermos a nós mesmos” é uma atitude de vivacidade e decisão; significa que a pessoa reconhece existir naquele determinado ponto do universo e aceita a responsabilidade de sua existência (do que faz de si mesmo ou do que “fizeram dela”). Implica em aceitar o fato de que cada qual deve fazer suas próprias opções e escolhas fundamentais. Ate porque, a liberdade revela-se assim na maneira como nos relacionamos com as realidades deterministas da vida. 
Diretamente proporcional a essas questões, quando a pessoa opta conscientemente por viver (liberdade), ela aceita a responsabilidade da própria vida, não como algo a que está presa, uma carga que lhe foi imposta, mas como um valor por ela escolhido. Pois essa pessoa agora existe em resultado de uma decisão pessoal. Por isso que se diz que liberdade e responsabilidade andam juntas. Nos devemos optar por nós mesmos, pois a liberdade, como já dita, não chega automaticamente, ela é conquistada. 
Outro fato que vale muito ser lembrado, comentado e que não lembro, necessariamente, se foi dito piamente em aulas, que é o capitulo sobre a coragem. Como sendo um dos temas finais, da pra se lembrar de muita coisa dita no começo, não diretamente, mas esta ali. Mas claro, todos os temas vão se encaixando e mostrando-se ligados. Como se cada capitulo fosse um quebra-cabeça que a cada leitura, uma peça vai sendo colocada. 
A aptidão para enfrentar a ansiedade surge na conquista da liberdade. Nada mais é senão a resposta afirmativa aos choques da existência, que precisamos suportar para atualizar a nossa própria natureza. O seu oposto, porém, não é a covardia, e sim a ausência de coragem. Revela simplesmente que uma potencialidade vital não foi realizada, ou está bloqueada. O oposto da coragem é, por exemplo, a conformidade automática diante das dificuldades, dos problemas, das injustiças, quando podemos lutar contra ou dar outro sentido a elas.
São essas coisas que fazemos a cada dia. Afinal, qual sentido a vida teria se não procurássemos a nós mesmos? Que sentido tem a existência se não soubermos ao menos quem somos? Já que, não é isto que buscamos enquanto trabalhamos, estudamos, nos relacionamos? O ser humano precisa conhecer-se, pois cada um é único. Portanto, para abrir as atividades do ano, desse próximo ano que esta chegando (2010), vamos entender de Ser Humano! Vamos entender de nós mesmos. Vamos nos achar na nossa própria temporalidade. Seguindo essa idéia de Nietzsche, termino com uma frase do próprio autor, que a primeira vista pode não ter uma ligação direta com o livro, mas há uma ironia nisso tudo quando ele diz “O homem procura um princípio em nome do qual possa desprezar o homem. Inventa outro mundo para poder caluniar e sujar este; de fato só capta o nada e faz desse nada um Deus, uma verdade, chamados a julgar e condenar esta existência.”

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