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www.dalmaf.com.br 
 
 
 
 
 
Prof. Ms.FÁBIO LUIZ DE CARVALHO, 
Revisada Prof. Ms Marco Fernandes Dalponte, SJC 
 
 
 
“A CONTABILIDADE DA VIDA DEVE SER FEITA 
TODOS OS DIAS” Sêneca 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
1. Noções Preliminares . . . . . . . . 4 
 
1.1. Introdução . . . . . . . . . 4 
1.2. Os Objetivos da Contabilidade . . . . . . 5 
1.2.1. Conceito e Usuário da Contabilidade . . . . . . 5 
1.2.2. Os Objetivos da Contabilidade . . . . . . 5 
1.2.3. Os Atributos da Informação Contábil . . . . . . 5 
1.2.4. Técnicas Contábeis . . . . . . . . 6 
 
1.3. A Evolução do Conhecimento Contábil . . . . . 7 
1.4. Áreas de Atuação do Contador e Perspectivas. . . . 8 
1.4.1. Áreas Emergentes e Perspectivas . . . . . . 9 
 
2. A Estática Patrimonial: o Balanço . . . . . 10 
 
2.1. O Ativo . . . . . . . . . . 10 
2.2. O Passivo . . . . . . . . . 11 
2.3. O Patrimônio Líquido . . . . . . . 11 
2.4. Fontes de Patrimônio Líquido . . . . . . 12 
2.5. Equação Fundamental do Patrimônio . . . . . 12 
2.5. Configurações do Estado Patrimonial. . . . . . 12 
2.7. Representações Gráficas do Estado Patrimonial. . . . 17 
2.8. Situação Líquida (Outra Classificação) .. . . . . 18 
2.9. Conceituação: As Várias Configurações do Capital .. . . 19 
 
3. Procedimentos Contábeis Básicos Segundo o Método das Partidas 
 Dobradas . . . . . . . . . 24 
 
3.1. Contas . . . . . . . . . . 24 
3.2. Razão . . . . . . . . . . 24 
3.2.1 Razonetes . . . . . . . . . 25 
 
3.3. Débito e Crédito . . . . . . . . 25 
3.4. Lançamentos a Débito e a Crédito nas Contas . . . . 25 
3.5. Contas do Ativo . . . . . . . . 25 
3.6. Contas do Passivo e do Patrimônio Líquido . . . . 27 
3.7. Resumo do Mecanismo de Débito e Crédito . . . . 27 
3.8. Método das Partidas Dobradas (Double-Entry Sistem). . . 28 
3.9. Exemplos de Registros de Operações no Razão . . . 29 
3.10. Diário . . . . . . . . . . 33 
3.11. Partidas de Diário (Lançamentos). . . . . . 34 
3.11.1. Fórmulas de Lançamentos . . . . . . . 36 
3.11.2. Erros nos Lançamentos – Retificação (Correção) . . . . 39 
 
3.12. Livros (Controles) Auxiliares do Razão. . . . . 40 
3.13. Balancete de Verificação . . . . . . . 40 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
3 
 
3.14. O Balanço Patrimonial . . . . . . . 42 
3.14.1. Os Grupos e os Subgrupos das Contas do Ativo . . . . 44 
3.14.2. Os Grupos e os Subgrupos das Contas do Passivo e do Patrimônio Líquido 47 
3.14.3. Modelo de Balanço Patrimonial – Completo . . . . 48 
3.14.4. Critério de Avaliação das Contas do BP e Comentários Adicionais . 50 
 
4. As Variações do Patrimônio Líquido (da Situação Líquida) . 52 
 
4.1. Despesas, Receitas e Resultado . . . . . . 52 
4.1.1. Receita . . . . . . . . . . 52 
4.1.2. Despesa . . . . . . . . . . 52 
4.1.3. Resultado . . . . . . . . . 52 
4.1.4. Mecanismo de Débito e Crédito . . . . . . 52 
4.1.5. Período Contábil . . . . . . . . 53 
4.1.6. Encerramento das Contas de Receita e Despesa . . . . 53 
4.1.7. Distribuição do Resultado . . . . . . . 55 
4.1.8. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) . . . . 55 
 
4.2. Exemplo Prático das Operações Normais do Exercício . . 55 
4.2.1. A Demonstração do Resultado de Exercício (DRE) . . . . 59 
4.2.2. Modelo da DRE . . . . . . . . 62 
4.2.3. Modelo do BP e da DRE Comparativa – Publicação Resumida . . 67 
 
4.3. Registro de Operações Decorrentes do Regime de Competência 
 dos Exercícios . . . . . . . . 68 
4.3.1. Regime de Competência dos Exercícios . . . . . 68 
4.3.2. Despesas a Pagar e Receitas a Receber . . . . . 68 
4.3.3. Desembolsos Que se Transformarão em Despesas: Regra Geral . . 70 
4.3.3.1. Gastos Antecipados (Despesas do Exercício Seguinte) . . . 70 
4.3.3.2. Estoque de Produtos e Outros Materiais . . . . . 72 
4.3.3.3. Consumo do Ativo Permanente . . . . . . 70 
4.3.4. Passivos Que se Transformarão em Receitas: Regra Geral . . . 76 
 
5. O Plano de Contas . . . . . . . . 77 
 
5.1. Critério de Classificação . . . . . . . 78 
5.2. Modelo de Plano de Contas (Comentado) . . . . 79 
 
6. Bibliografia . . . . . . . . . 101 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
4 
1. Noções Preliminares 
 
1.1. Introdução 
 
Com o advento da globalização e da desregulamentação da economia na maioria dos 
países do primeiro mundo, a inovação tecnológica, e, principalmente da tecnologia da informação, 
houve um conseqüente desenvolvimento e expansão do mercado de capitais em termos globais, 
principalmente a partir da última década do século passado. 
A informação contábil tornou-se ainda mais importante no processo decisório das 
empresas, tanto para os usuários internos – sócios e administradores –, quanto para os demais 
usuários externos – investidores, financiadores, fornecedores, governos e o público em geral. 
A contabilidade é, atualmente, um instrumento fundamental para auxiliar a administração 
moderna, e tem como principal objetivo a geração de informações para embasar as decisões a 
serem tomadas, bem como o de reduzir o seu grau de incerteza. Para isso, identifica, registra, 
mensura, e possibilita a análise e predição dos eventos econômicos que alterem o patrimônio de 
uma empresa. Uma organização que não disponha de um sistema contábil ágil e eficaz para 
evidenciar as oscilações e mutações relevantes em seu patrimônio e no resultado de suas 
operações e transações, em resposta às ameaças e oportunidades impostas pelo atual ambiente dos 
negócios, não estará apta a garantir a continuidade do empreendimento no tempo. 
Assim, as informações, geradas pela contabilidade e relatadas através das Demonstrações 
Contábeis e demais relatórios financeiros, são ferramentas imprescindíveis para o entendimento 
da posição passada, da situação atual e, principalmente, das expectativas futuras, garantindo dessa 
forma, aos usuários e gestores responsáveis pelos destinos da organização, informações para 
instruir o processo decisório com um grau de confiabilidade compatível com o atual ambiente 
econômico e mercadológico. 
Nesse sentido, percebe-se que o grau de confiabilidade nas informações de natureza 
contábil e financeira permite uma visão da estratégia dos planos da empresa bem próximos da 
realidade atual e também estimar posições e situações futuras. A confiabilidade nas informações 
de natureza contábil é, portanto, de primordial importância, para todos os que pretendam 
relacionar-se com a organização, quer como acionistas, financiadores, gestores, fornecedores, 
empregados e demais entidades. 
Diante disso, nota-se que a responsabilidade dos contadores que preparam as informações 
contábeis nesse processo é imensa, tanto em termos da responsabilidade quanto da competência 
técnica. A credibilidade nas informações apresentadas está diretamente ligada à pessoa do 
preparador de tais informações, à capacidade e à ética profissional. Existe uma fronteira muito 
tênue e nebulosa que separa o que é legal do que é moral. Nem sempre as duas coisas, em se 
tratando de informações contábeis e financeiras, andam, necessariamente juntas. 
Uma das principais características do contador é o grau de liberdade para escolher, em sua 
opinião, a melhor alternativa para resolver um problema contábil; e é por isso que podemos 
afirmar que três contadores fazendo a contabilidade da mesma empresa chegarão, fatalmente, a 
três resultados diferentes, a não ser que um copie do outro. 
Nesse contexto, a imposição do valor social da contabilidadeabriga preceitos éticos nas 
diversas relações pessoais, interpessoais e institucionais, as quais tendem a influenciar as 
mudanças no âmbito conceitual e da ação do educador. Ao educador cabe a tarefa de alertar para a 
urgente necessidade de um reforço nas normas e no código de ética da conduta do profissional de 
Contabilidade. 
 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
5 
1.2. Os Objetivos da Contabilidade 
 
 
1.2.1. Conceito e Usuário da Informação Contábil 
 
De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade (CFC, 2000, p.101) a 
Contabilidade é uma ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das entidades. A contabilidade 
busca, por meio da apreensão, da quantificação, da classificação, do registro, da demonstração, da 
análise e relato das mutações ocorridas nos patrimônios e gerar informações qualitativas e 
quantitativas. 
As informações geradas pela Contabilidade devem propiciar os seus usuários base segura 
às suas decisões pela compreensão do estado em que se encontra a entidade ou a empresa, seu 
desempenho, sua evolução, riscos e oportunidades que oferece. 
Segundo a mesma norma, os usuários da Contabilidade são todas as pessoas – físicas ou 
jurídicas, públicas ou privadas, internas ou externas - com interesse na entidade, sejam: 
administradores, sócios ou acionistas, empregados, fornecedores, financiadores e demais credores, 
clientes, governos nos diversos níveis, integrantes do mercado financeiro e de capitais, além dos 
meios de comunicação e do público em geral. 
 
 
1.2.2. Objetivos da Contabilidade 
 
O Conselho Federal de Contabilidade – CFC, apud Iudícibus (1995, p.100), através da 
Resolução 774/99, que trata do Objetivo da Contabilidade, aponta que “O objetivo científico da 
Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise das 
causas de suas mutações”. Esse é um enfoque que sintetiza e procura demonstrar a lógica das 
informações fornecidas pela Contabilidade aos seus usuários internos e externos. 
Nessa mesma linha de raciocínio, o IASC – Internacional Accounting Standards 
Committee, que é a Comissão internacional de Normas Contábeis, elaborou uma estrutura 
conceitual denominada Framaework for the Preparation and Presentation of Financial Statments 
(1999, p.46) quando definiu, de forma mais ampla, o objetivo da Contabilidade: “é dar 
informações contábeis sobre a posição financeira, os resultados e as mudanças na posição 
financeira de uma empresa que sejam úteis a um grande número de usuários em suas tomadas de 
decisões”. 
 
 
1.2.3. Os Atributos da Informação Contábil 
 
De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade (CFC, 2000, p.102), a informação 
contábil deve ser, em geral e antes de tudo, veraz e eqüitativa de forma a satisfazer as 
necessidades comuns a um grande número de diferentes usuários, não podendo privilegiar 
deliberadamente nenhum deles, pelo fato desses interesses não serem sempre coincidentes. 
Determina ainda, a mesma norma, que a informação deve propiciar revelação suficiente 
sobre a entidade para que o usuário se sinta informado. Os atributos indispensáveis para que isso 
ocorra são os seguintes: 
 
 Confiabilidade 
 Tempestividade 
 Compreensibilidade, e 
 Comparabilidade. 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
6 
O atributo da Confiabilidade é o que faz com que o usuário, interno ou externo, aceite a 
informação contábil e a utilize como base de decisões, configurando um elemento essencial na 
relação entre o usuário e a própria informação. 
A confiabilidade e a relevância da informação contábil, de acordo com o FASB – Financial 
Accounting Standards Board, apud Hendriksen & Breda (1999, p.97) são as principais 
qualidades especificas às decisões, é a “capacidade que a informação tem de fazer a diferença 
numa decisão”. 
A confiabilidade é fundamental nas decisões. A informação contábil, quanto mais relevante, 
mais confiável deve ser. 
Diante disso, conclui-se que o objetivo da Contabilidade é fornecer informações que sejam 
úteis aos diversos segmentos de usuários, objetivando auxilia-los no processo decisório Para que 
a informação seja considerada útil, deve ser confiável. A confiabilidade, segundo Iudícibus 
(1999, p.100), o CFC, o FASB e o IASC – organismos de normatização e emissão de 
pronunciamentos sobre Princípios e Normas Contábeis no Brasil, nos EUA e no resto do mundo 
- o atributo mais importante é o da Confiabilidade. 
O atributo da Tempestividade refere-se ao fato de a informação contábil dever chegar ao 
conhecimento do usuário em tempo hábil para sua utilização. 
A Compreensibilidade se refere a que a informação deve ser exposta de forma mais 
compreensível aos diferentes usuários, ou seja, deve ser entendida por todos os usuários da 
informação contábil. 
A Comparabilidade da informação contábil é um atributo que deve possibilitar ao usuário o 
conhecimento da evolução do patrimônio da entidade ao longo do tempo. 
Segundo o citado trabalho do International Accounting Standards Committee (IASC) 
intitulado Framework for the Preparation and Presentation of Financial Statements, a relevância 
também é uma das características ou qualidades mais importantes da informação contábil. 
Relevância quer dizer evidenciar valores relevantes. A informação, para ser útil, precisa 
ser relevante. Deve ter a qualidade da relevância para influenciar nas decisões econômicas dos 
usuários, ajudando-os a avaliar eventos passados, presentes ou futuros, ou confirmando ou 
corrigindo avaliações passadas (deve evidenciar os custos, preços, obrigações e outras operações 
planejadas). 
 
 
1.2.4. Técnicas Contábeis 
 
Para atingir os seus objetivos a contabilidade se utiliza técnicas próprias, como por 
exemplo: 
ESCRITURAÇÃO; 
 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS; 
 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS; 
 AUDITORIA. 
 
Escrituração - técnica que consiste no registro de todos os fatos que influem na composição do 
patrimônio. A escrituração envolve metodologia apropriada, a planificação dos elementos 
patrimoniais, a utilização de livros e registros apropriados em obediência à legislação civil e 
societária, tributária, trabalhista e previdenciária, e aos princípios e normas contábeis. 
 
Elaboração de demonstrações contábeis – Para que se tenha uma visão abrangente e 
consolidada da situação patrimonial – econômica e financeira - da entidade. 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
7 
Auditoria Contábil – A técnica de verificação e avaliação da qualidade e confiabilidade dos 
registros e dos demonstrativos contábeis. 
 
Análise das Demonstrações Contábeis - é a técnica pela qual verifica-se a capacidade de 
pagamento da empresa, o grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e 
outras análises econômicas e financeiras. Pela análise de balanços á possível comparar a situação 
da empresa com outras dentro de sua área de atuação. Estuda e pesquisa índices úteis para os 
usuários da informação contábil, auxiliando na comparação periódica da evolução da entidade no 
tempo. 
 
 
1.3. A evolução do conhecimento Contábil 
 
SOCIEDADE PRIMITIVA 
CENÁRIO MUNDIAL: Economia baseada na agricultura e pecuária, individual ou restrita a 
pequenos grupos. 
 
REFLEXOS NA CONTABILIDADE: contagem física dos bens. Contabilidade para o proprietário. 
 
SOCIEDADE AGRÍCOLA 
CENÁRIO MUNDIAL: Economia baseada na agricultura; método de produção artesanal; início 
das relações comerciais com o advento das descobertas marítimas; formação de sociedades 
comerciais denominadas Comandita.REFLEXOS NA CONTABILIDADE: necessidade de controle mais apurado em virtude das 
expedições marítimas; investimentos contabilizados no início das expedições e resultado apurado 
após a venda das mercadorias para atender às necessidades dos sócios e do estado, para 
controle dos impostos. 
 
SOCIEDADE INDUSTRIAL 
CENÁRIO MUNDIAL: Economia baseada no capital e no trabalho; mecanização do trabalho e 
produção em série; formação de grandes empresas na área industrial e de prestação de serviços; 
obrigatoriedade de pagamento de impostos para pessoas físicas e para pessoas jurídicas; 
Administração científica; as duas grandes guerras mundiais. 
 
REFLEXOS NA CONTABILIDADE: Sistemas de informações contábeis; sistemas de informações 
gerenciais; divulgação de relatórios para atender aos acionistas, gerentes e governo; auditoria 
externa; separação dos custos da produção; reconhecimento sistemático da depreciação; 
organização formal de institutos e órgãos contábeis; realização do orçamento governamental e 
formas de controle e divulgação; mensuração de custos, produtos e performance gerencial. 
Primeiro trabalho sistemático abordando o Goodwill. 
 
SOCIEDADE DO CONHECIMENTO 
CENÁRIO MUNDIAL: Economia globalizada; recurso do conhecimento; informatização da 
produção e do trabalho; difusão da tecnologia da informação e das telecomunicações. 
 
REFLEXOS NA CONTABILIDADE: harmonização das normas internacionais de contabilidade; 
sistema de informações contábeis para decisões estratégicas; novas formas de mensuração do 
valor da empresa. 
 
 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
8 
1.4. Áreas de Atuação do Contador e Perspectivas 
 
As principais áreas tradicionais de atuação do contador são as seguintes: 
 
 Contabilidade fiscal (ou tributária) - participa do processo de elaboração de informações para 
o fisco federal estadual e municipal, sendo responsável pelo planejamento tributário da 
empresa. Esta área de atuação possui uma remuneração bastante atrativa para os profissionais 
especializados. 
 Contabilidade pública - no controle e gestão das finanças públicas, sendo que este é um 
campo possui um amplo mercado de trabalho devido às dimensões continentais de nosso país. 
Na União, nos Estados e nos milhares de municípios existem atribuições em diversas áreas e 
níveis, tanto no Legislativo, no Executivo e no Judiciário. 
 Contabilidade de Custos – atualmente é uma das áreas mais valorizadas no Brasil e 
internacionalmente. Tornou-se muito importante com o aumento da concorrência provocada 
pela abertura do mercado aos produtos estrangeiros e na desregulamentação da economia. A 
gestão estratégica de custos se destaca como ferramenta de decisão na formação dos preços 
dos produtos e serviços das organizações. 
 Contabilidade Gerencial e Controladoria - Voltada para a melhor utilização dos recursos 
econômicos da empresa, através de um adequado controle dos insumos efetuado por um 
sistema de informação gerencial. O controller é um dos profissionais com melhores 
remunerações no mercado. 
 Auditoria - Através de empresas de auditoria ou através de setores internos da organização 
controla a confiabilidade das informações e a legalidade dos atos praticados pelos 
administradores. Os auditores, tanto internos quanto externos, vêm tendo grande destaque no 
processo de privatização e no desenvolvimento do mercado de capitais. 
 Perícia Contábil - Atuando na elaboração de laudos em processos judiciais ou extrajudiciais. 
Área de atuação exclusiva do contador. 
 Contabilidade Financeira - responsável pela elaboração e consolidação das demonstrações 
contábeis para fins externos. 
 Análise Econômico-financeira - Denominação moderna para a análise de balanços. Atua na 
elaboração de análises sobre a situação patrimonial de uma organização a partir de seus 
relatórios contábeis. 
 Avaliação de Projetos - Elaboração e análise de projetos de viabilidade de longo prazo, com a 
estimativa do fluxo de caixa e o cálculo de sua atratividade para a empresa. 
 Professor, Pesquisador e Palestrante – À medida que a formação profissional do contador se 
torna fortalecida com a criação do exame de suficiência do CFC para a obtenção do Registro 
Profissional e a extinção do curso técnico em contabilidade, isso tudo associado à qualidade 
das disposições legais que envolvem conceitos contábeis, os horizontes da contabilidade 
foram ampliados propiciando um terreno fértil para o ensino, a pesquisa e a divulgação da 
ciência da contabilidade para a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
9 
1.4.1. Áreas Emergentes e Perspectivas: 
 
Além das áreas citadas anteriormente é importante destacar algumas áreas emergentes onde 
existe uma grande perspectiva de crescimento profissional. Estas áreas poderão vir a ser um 
grande campo de trabalho para o contador do ano 2000: 
 
 Contabilidade Atuarial - responsável pela contabilidade de fundos de pensão e empresas de 
previdência privada. 
 Contabilidade Ambiental - responsável por informações sobre o impacto ambiental da 
empresa no meio-ambiente. 
 Contabilidade Social - dimensionando o impacto social da empresa, com sua agregação de 
riqueza e seus custos sociais, produtividade, distribuição da riqueza etc. 
 Contabilidade de Empresas Transnacionais - As perspectivas são as melhores possíveis. A 
informática contribuiu, contribui e contribuirá muito na velocidade, qualidade e apresentação 
dos informativos contábeis, gerenciais e de auditoria. Os softwares contábeis estão cada vez 
mais integrados e facilitando a operacionalidade dos registros contábeis, destaca-se também a 
internet, na qual os órgãos governamentais disponibilizam aplicativos tributários e toda a 
legislação pertinente, além facilitar o cumprimento das obrigações acessórias das empresas – 
cadastros, informações, guias, declarações, etc - . São ferramentas alavancadoras no processo 
de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
10 
2. A Estática Patrimonial: O Balanço 
 
Um dos princípios fundamentais da Contabilidade é o Princípio da Entidade. A 
contabilidade deve tratar a pessoa jurídica da empresa como distinta das pessoas físicas e/ou 
jurídicas de seus proprietários. O objetivo da Contabilidade é medir o desempenho da entidade, 
muito embora o que for útil para a empresa usualmente seja útil para os proprietários. 
O Balanço Patrimonial é uma importante demonstração contábil, por meio do qual pode-se 
apurar (atestar) a situação patrimonial e financeira da empresa em um determinado momento. O 
BP evidencia claramente o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido da entidade, como pode ser 
observado no exemplo abaixo: 
 
Comercial Varginha Ltda. 
Balanço Patrimonial em 31.12.20X1 
Em R$ mil 
 
ATIVO 
 
 
PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Caixa 1.000 PASSIVO 
Bancos 800 Títulos a Pagar 3.500 
Títulos a Receber 3.000 Fornecedores 1.800 5.300 
Estoque de Materiais 3.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Terrenos 1.700 Capital 4.000 
Veículos 500 Lucros Acumulados 700 4.700 
Total 10.000 Total 10.000 
 
 O Balanço Patrimonial demonstra os bens e os direitos (do lado do Ativo) e as obrigações 
(do lado do Passivo). 
 
 
2.1. Ativo 
 
O Ativo compreende os bens e os direitos da entidade expressos em moeda: Caixa, Bancos 
(ambos constituem disponibilidades financeiras imediatas), Imóveis, Veículos, Máquinas e 
Equipamentos, Estoquesde Mercadorias, Títulos a receber e Clientes – devedores da entidade em 
virtude de transações de crédito ou vendas a prazo –. Esses são alguns bens e direitos que a 
maioria das empresas normalmente possuem. 
 Os elementos do Ativo são discriminados do lado esquerdo do BP. 
 
 Bens: São coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas. Podem ser: (a) Bens de 
uso, são aqueles utilizados equipar a empresa para que possa realizar o seu objetivo 
empresarial, são os móveis, imóveis, utensílios, máquinas, equipamentos, ferramentas, 
computadores, veículos, balcão, prateleiras e demais instalações comerciais, industriais, 
agrícolas, etc. (b) Bens de consumo, são os bens adquiridos para serem consumidos nas 
atividades da empresa de forma imediata e integral na manutenção de sua atividade e do 
seu funcionamento, são os materiais de consumo no escritório, na manutenção e na 
limpeza geral; os combustíveis e lubrificantes, impressos e formulários, etc. E por último 
(c) os Bens de Troca (ou de Venda), são os bens adquiridos ou produzidos com o 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
11 
objetivo de serem vendidos, isto é, trocados por dinheiro, como por exemplo: as 
mercadorias para revenda e os produtos fabricados para serem vendidos. 
Os Bens podem ser classificados também em móveis e imóveis, materiais (tangíveis) e 
imateriais (intangíveis). Nesse último são classificadas as Marcas, Patentes de Invenção, o 
Goodwill (fundo de comércio), etc. 
 Direitos: Constituem direitos para a entidade ou empresa, todos os valores que ela tem a 
receber de terceiros – principalmente dos clientes. Os direitos, geralmente, vêm seguidos 
da expressão a Receber, por exemplo: Duplicatas a Receber, Títulos a Receber, Aluguéis a 
Receber, Comissões a Receber. Os valores aplicados em instituições financeiras – 
aplicações em bancos - também são direitos que as empresas tem a receber. 
 
 
 
2.2. Passivo 
 
O Passivo compreende basicamente as obrigações a pagar. É composto pelos valores que a 
empresa deve a terceiros: Títulos a Pagar, Fornecedores, Salários a Pagar, Impostos a Pagar são 
algumas das obrigações assumidas normalmente pela entidade. Por isso é chamado de Passivo 
Exigível. 
Os elementos do Passivo estão discriminados do lado direito do BP. 
 
Obs: Em relação aos valores a receber (direitos) e a pagar (obrigações), é necessário o 
entendimento dos conceitos de DOMÍNIO e POSSE. Angélico (1982, p.13) esclarece que: 
 
“Quando somos o legítimo proprietário de um bem, dizemos que temos DOMÍNIO sobre 
esse bem; e, estando ele em nosso poder, dizemos ter-lhe a POSSE. Podemos ter a posse 
de um bem sem exercer sobre ele domínio; ou, inversamente, exercer domínio sobre um 
bem sem que lhe tenhamos a posse. Nessa hipótese, temos o DIREITO de reivindicar a 
posse; no caso anterior, temos a OBRIGAÇÃO de transmitir a posse”. 
 
 
2.3. Patrimônio Líquido 
 
O Patrimônio Líquido é diferença entre o valor do Ativo e do Passivo de uma entidade em 
um determinado momento. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se a empresa tem um ativo de . R$ 10.000 
e um Passivo de . . . R$ 5.300 
O Patrimônio Líquido da empresa será de R$ 4.700 
Representação Gráfica do Patrimônio 
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido 
Lado 
Esquerdo 
Lado 
Direito 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
12 
2.4. Fontes de Patrimônio Líquido 
O Patrimônio Líquido de uma empresa pode ser proveniente (formado) das seguintes fontes: 
 
a) Investimentos – efetuados pelos proprietários em troca de ações ou cotas – participação. 
b) Lucros – acumulados na empresa como fonte (adicional) de financiamento das atividades 
da entidade. 
Obs: inicialmente trataremos apenas dos Investimentos realizados pelos sócios. Os Lucros 
Acumulados serão estudados posteriormente no Capítulo 4. 
 
 
2.5. Equação Fundamental do Patrimônio 
 
 O BP é a representação quantitativa do patrimônio de uma empresa. Sabe-se que o 
Patrimônio é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma entidade. Por isso que o balanço é 
denominado Balanço Patrimonial. 
 
PPAATTRRIIMMÔÔNNIIOO LLÍÍQQUUIIDDOO == AATTIIVVOO -- PPAASSSSIIVVOO 
 
 Já que na maioria das entidades o Ativo (Bens e Direitos) suplanta o Passivo (Obrigações), 
a representação mais comum de seu patrimônio (BP) assume a forma: 
 
 AATTIIVVOO == PPAASSSSIIVVOO ++ PPAATTRRIIMMÔÔNNIIOO LLÍÍQQUUIIDDOO 
 ((LLAADDOO EESSQQUUEERRDDOO)) ((LLAADDOO DDIIRREEIITTOO)) 
 
 Se o Passivo suplantar o Ativo, teremos o Passivo a Descoberto, ou o chamado 
Patrimônio Líquido Negativo. 
 
AATTIIVVOO ++ PPAASSSSIIVVOO AA DDEESSCCOOBBEERRTTOO == PPAASSSSIIVVOO 
 
 
2.6. Configurações do estado patrimonial 
 
Uma balança de dois pratos em que se coloca no da esquerda o Ativo e no da direita o 
Passivo poderá ilustrar o estado patrimonial. Se ambos tiverem valores iguais o equilíbrio estará 
conseguido. Mas como normalmente o Ativo e Passivo apresentam valores diferentes, a balança 
penderá, fatalmente, para um dos lados. O peso (valor) que for colocado apenas para a obtenção 
do equilíbrio é o que se chama de Patrimônio Líquido e está do lado de menor valor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AAttiivvoo PPaassssiivvoo ee PPLL 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após essas considerações passaremos a realizar algumas operações de uma empresa e preparar 
um BP após cada operação e observaremos também a contínua igualdade entre os dois lados do 
Balanço. 
 
 
1ª Operação – Subscrição do Capital Social 
 
Algumas pessoas resolvem constituir uma empresa. Essa empresa será denominada 
Eletrônica ET Ltda., com o capital subscrito e integralizado em dinheiro de R$4.000 (dividido em 
 
 
 
 
 
 
 Ativo = Passivo 
Patrimônio Líquido = 0 
 
 
(Lado Esquerdo) 
A 
 Ativo > Passivo 
Patrimônio Líquido > 0 
 
 
 
 
 
 
Ativo = Patrimônio Líquido 
Passivo = 0 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ativo < Passivo 
 Patrimônio Líquido < 0 
 (situação de Passivo a Descoberto) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Lado Esquerdo) 
A 
(Lado Direito) 
P 
Obrigações 
 
(Lado Direito) 
P + PL 
 
 
(Lado Direito) 
 PL 
 
 
(Lado Esquerdo) 
A + PL 
 
 
(Lado Direito) 
P 
 
 
(lado Esquerdo) 
A 
 
Bens e Direitos 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
14 
40 cotas $100 cada uma). A empresa iniciou suas atividades em 15.jan.20x1, dedicando ao ramo 
de prestação de serviços de consertos e reparos de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos. 
 Após a subscrição e integralização do capital social, o BP ficou: 
 
Eletrônica ET Ltda. 
Balanço Patrimonial em 15.01.20x1 
 
ATIVO 
 
 
PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Caixa 4.000 Patrimônio Líquido 
 Capital Subscrito 4.000 
Total 4.000 Total 4.000 
 
 A entidade recebe um Ativo (Caixa) no valor de R$4.000 e, em contrapartida, forma um 
Patrimônio Líquido Inicial. 
 O BP apresenta o seguinte aspecto em 31.01.20x1, data de integração do capital social. No 
exemplo da “balança”, teríamos:2ª Operação – aquisição de um imóvel 
 
 A empresa resolve adquirir em 10.01.20x1, pagando à vista, um imóvel de dois 
pavimentos para abrigar suas instalações, por R$1.200. 
 Com essa transação a empresa adquiriu um novo Ativo (Imóveis), em contrapartida viu 
seu dinheiro (Caixa) diminuído no mesmo valor. 
 Após essa transação imobiliária, o BP passou a se apresentar: 
 
Eletrônica ET Ltda. 
Balanço Patrimonial em 15.01.20x1 
 
ATIVO 
 
 
PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Caixa 2.800 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Imóveis 1.200 Capital 4.000 
Total 4.000 Total 4.000 
 
 
3ª Operação – Compra de materiais 
 
 Para realizar suas atividades a empresa necessitará adquirir materiais, que serão estocados, 
para posterior utilização, quando for prestar serviços aos seus clientes. 
(lado esquerdo) 
 
Ativo Caixa: 4.000 
 (lado direito) 
Passivo = 0 
Patr.Líquido= Capital 4.000 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
15 
 Os materiais foram adquiridos em 05.02.20x1, de uma empresa, do mesmo ramo, em 
processo de liquidação (baixa). Essa empresa, por estar encerrando suas atividades, os materiais 
foram arrematados pelo valor de R$2.000, embora o valor de mercado desses materiais seja de 
aproximadamente R$2.800. 
 Na contabilidade os valores do ativo devem ser registrados pelo valor do seu custo de 
aquisição não importando o valor de mercado do bem, se este for maior. Conseqüentemente esses 
materiais, quando forem consumidos na prestação de serviços, serão considerados pelo valor de 
aquisição constante na Nota Fiscal de compra. 
 Assim, o material adquirido figurará no BP pelo preço de custo (compra) de R$2.000. 
 Nenhum pagamento foi feito ao fornecedor, a compra foi realizada a prazo, o pagamento 
deverá ser feito da seguinte forma: R$1.300 com 30 dias (a vencer em 05.03.20x1) e o restante 
dos R$700 com 60 dias (a vencer em 05.05.20x1). 
 Por essa transação a empresa adquiriu um novo Ativo (Materiais) e assumiu um Passivo, 
uma obrigação de pagar (Fornecedores). Após isso, o BP ficou: 
 
Eletrônica ET Ltda. 
Balanço Patrimonial em 05.02.20x1 
 
ATIVO 
 
 
PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Caixa 2.800 PASSIVO 
Imóveis 1.200 Fornecedores 2.000 
Estoque de Materiais 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 Capital 4.000 
Total 6.000 Total 6.000 
 
 
 
4ª Operação – Compra de Veículo 
 
 A Eletrônica ET Ltda, resolve adquirir um veículo para coletar e entregar os aparelhos 
eletrônicos consertados de seus clientes. 
 Comprou, então, em 20.02.20x1, da Mutuca Veículos Ltda, um fusquinha, à vista, por 
R$200. 
 Após essa nova transação, a empresa adquiriu um novo Ativo (Veículos) e seu dinheiro 
(caixa) diminuiu no mesmo valor. O BP da empresa ficará agora: 
 
Eletrônica ET Ltda. 
Balanço Patrimonial em 20.02.20x1 
ATIVO PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Caixa 2.600 PASSIVO 
Imóveis 1.200 Fornecedores 2.000 
Estoque de Materiais 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Veículos 200 Capital 4.000 
Total 6.000 Total 6.000 
 
 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
16 
5ª Operação – Venda de parte do Imóvel 
 
 Os administradores da empresa, verificando que o prédio adquirido para o funcionamento 
da entidade estava superdimensionado, resolveram vender o pavimento superior para o Sr. Silva, 
em 23.02.20x1, por R$600. 
 Para formalizar a transação, foi assinados um contrato de compra e venda, e o Sr Silva 
emitiu duas Notas Promissórias para representar o direito da empresa receber os R$600, a saber: 
R$400 em 10.03.20x1 e o restante – R$200 – em 10.04.20x1. 
 Esses direitos são denominados de Títulos a Receber. Essa operação ocasionou redução no 
Ativo Imóveis e o BP ficou: 
 
Eletrônica ET Ltda. 
Balanço Patrimonial em 23.02.20x1 
 
ATIVO 
 
 
PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Caixa 2.600 PASSIVO 
Imóveis 600 Fornecedores 2.000 
Estoque de Materiais 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Veículos 200 Capital 4.000 
Títulos a receber 600 
Total 6.000 Total 6.000 
 
 
 
6ª Operação – Pagamento de Obrigação (dívida) 
 
 Em 05.03.20x1, a Eletrônica ET Ltda. pagou a parcela de R$1.300 relativa à sua dívida 
assumida com o fornecedor dos materiais adquiridos em 05/02. Esta operação diminuiu o Passivo 
(Fornecedores) e também o dinheiro disponível (Caixa). Em decorrência dessa operação o BP 
ficou: 
 
Eletrônica ET Ltda. 
Balanço Patrimonial em 05.03.20x1 
Em R$ mil 
 
ATIVO 
 
 
PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Caixa 1.300 PASSIVO 
Imóveis 600 Fornecedores 700 
Estoque de Materiais 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Veículos 200 Capital 4.000 
Títulos a receber 600 
Total 4.700 Total 4.700 
 
 
 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
17 
7ª Operação – Recebimento de Direito 
 
 Em 10.03.20x1, foram recebidos $400 do Sr. Silva. Esse fato contribuiu para aumentar o 
dinheiro em Caixa (Ativo) e diminuir os Títulos a Receber (Ativo). Depois de realizada a 
operação o BP fica: 
 
Eletrônica ET Ltda. 
Balanço Patrimonial em 10.03.20x1 
ATIVO 
 
PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Caixa 1.700 PASSIVO 
Imóveis 600 Fornecedores 700 
Estoque de Materiais 2.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Veículos 200 Capital 4.000 
Títulos a receber 200 
Total 4.700 Total 4.700 
 
 
2.7. Representação Gráfica dos Estados Patrimoniais 
 
Como já foi visto o Patrimônio Líquido (PL) é a diferença algébrica entre o Ativo (A) e o 
Passivo (P). 
Não tem sentido se falar em Ativo ou Passivo negativo. Assim, os elementos patrimoniais 
poderão assumir os seguintes valores: 
 
 
 
 Com base na equação do balanço (A – P = PL) pode, então, concluir que, em dado 
momento, o patrimônio assume um do cinco estados: 
 
 
1º) Quando A > P teremos PL > 0 
 
 
 
Revela a existência de riqueza própria 
 
 
2º) Quando A > P e P = 0, teremos PL > 0 
 
 
 
Revela inexistência de dívidas (Passivo); logo, propriedade plena de 
Ativo. 
 
 
A 
 
$100 
P $80 
PL $20 
A 
$100 
PL 
$100 
A ≥ 0 P ≥ 0 PL > ou ≤ 0 
A = P + PL 
A = PL 
 
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18 
3º) Quando A = P, teremos PL = 0 
 
 
 
Revela inexistência de riqueza própria. O Ativo se iguala ao Passivo. 
 
 
4º) Quando P > A, teremos PL < 0. 
 
A + PL = P 
 
Revela má situação, existência de “Passivo a Descoberto”. 
Denominação tecnicamente mais correta que “PL negativo” 
 
 
5º Quando P > A e A = 0, teremos PL < 0·. 
 
 
 
Revela inexistência de Ativo, inexistência de bens e/ou direitos. Apenas 
dívidas (obrigações). 
 
As situações mais comumente encontradas nas empresas em atividade são as de nº 1 e 4. 
As demais poderão ser verificadas em situações especiais ou apenas momentaneamente. 
 Entretanto, outros enfocam o mesmo assunto – estados patrimoniais – sob outros pontos de 
vista, como poderá ser visto adiante. 
 
 
 
2.8. Situação Líquida (outra classificação) 
 
 Em muitos livros de Contabilidade, apenas três situações (chamadas de Situações 
Líquidas) são apontadas: 
 
11
aa
 SSIITTUUAAÇÇÃÃOO:: ATIVO  PASSIVO 
 
 
Nesse caso, os bens e direitos - valores positivos - são maiores que as obrigações, valores 
negativos, resultando uma SITUAÇÃO LÍQUIDA ATIVA (SLa) também denominada 
POSITIVA, SUPERAVITÁRIA ou FAVORÁVEL. 
 
Graficamente: 
ATIVO PASSIVO 
BBEENNSS OOBBRRIIGGAAÇÇÕÕEESS 
EE 
DDIIRREEIITTOOSSA 
$100 
P 
$100 
A $100 
P $80 
PL ($20) 
PL 
($20) 
P 
$20 
A = P 
PL = P 
SSIITTUUAAÇÇÃÃOO 
LLÍÍQQUUIIDDAA 
AATTIIVVAA,, 
PPOOSSIITTIIVVAA OOUU 
AATTIIVVOO LLÍÍQQUUIIDDOO 
 
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19 
 
 
Os bens e direitos são suficientes apenas para honrar as obrigações. A SITUAÇÃO 
LÍQUIDA é NULA ou COMPENSADA. 
 
ATIVO PASSIVO 
BBEENNSS 
EE OOBBRRIIGGAAÇÇÕÕEESS 
DDIIRREEIITTOOSS 
 
 
33
aa
 SSIITTUUAAÇÇÃÃOO:: ATIVO  PASSIVO 
Teríamos insuficiência de bens e direitos para o pagamento das obrigações. A diferença 
entre o passivo e o ativo é denominada SITUAÇÃO LÍQUIDA PASSIVA (SLp) também 
denominada NEGATIVA, DEFICITÁRIA ou DESFAVORÁVEL. 
O excesso de elementos negativos quando relacionados com os positivos, demonstra um 
PASSIVO A DESCOBERTO. 
 
 
ATIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA PASSIVA = PASSIVA 
 
Ou graficamente: 
ATIVO PASSIVO 
BBEENNSS 
EE 
DDIIRREEIITTOOSS 
 
OOBBRRIIGGAAÇÇÕÕEESS 
 
 
 
 
 
2.9. Conceituação: as várias configurações do capital 
 
Na contabilidade, podemos considerar quatro conceitos de capital: 
 
1º Capital nominal – O investimento inicial feito pelos proprietários de uma empresa é registrado 
pela contabilidade numa conta denominada Capital. Esse patrimônio Líquido inicial da empresa, e 
só é alterado quando os sócios aumentarem ou diminuírem o capital. Estas variações no capital 
nominal deverão ser registradas (na Junta Comercial – no caso de sociedades empresárias ou no 
cartório - no caso das sociedades simples) por alterações no Contrato Social da empresa. 
 O Patrimônio Líquido é alterado pelos lucros (ou prejuízos) apurados nos Balanços. Por 
isso o Capital Nominal (registrado) raramente coincidirá com o valor do Patrimônio Líquido. 
 No exemplo a seguir demonstrado, temos uma sociedade constituída por quatro sócios, 
com o capital integralizado de R$800.000. Essa situação, como já visto, é representada da 
seguinte forma: 
 
CAIXA (dinheiro) 800.000 A CAPITAL 800.000 PL 
22
aa
 SSIITTUUAAÇÇÃÃOO:: ATIVO = PASSIVO 
SSIITTUUAAÇÇÃÃOO LLÍÍQQUUIIDDAA 
PPAASSSSIIVVAA,, NNEEGGAATTIIVVAA 
OOUU PPAASSSSIIVVOO AA 
DDEESSCCOOBBEERRTTOO 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
20 
2º Capital Próprio – corresponde ao conceito de Patrimônio Líquido, isto é, abrange todo o PL. 
Por exemplo: após um determinado período de tempo a empresa obteve um lucro de R$10.000 
provenientes de suas operações normais. O capital próprio da empresa aumentou para R$810.000 
(Capital + Lucro). Todavia o Capital nominal (registrado) será mantido pela contabilidade: 
 
CAIXA (dinheiro) 800.000 
TÍTULOS A RECEBER 390.000 
 810.000 
CAPITAL 800.000 
LUCRO 10.000 
 810.000 
 
 
3º Capital de Terceiros – são os investimentos feitos na empresa com recursos provenientes de 
terceiros: fornecedores, bancos, etc. Por exemplo: se a empresa comprar, a prazo, móveis para 
escritório no valor de R$10.000, teremos: 
 
CAIXA (dinheiro) 800.000 
TÍTULOS A RECEBER 390.000 
 
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 10.000 
 820.000 
CONTAS A PAGAR 10.000 
 
CAPITAL 800.000 
LUCRO 10.000 
 820.000 
 O Capital de Terceiros, nesse caso, está representado pelo saldo do Contas a Pagar, que 
por sua vez representa o Passivo da entidade. 
 
 
4º Capital Total à Disposição da Empresa – em sentido amplo, pode-se conceituar o capital 
como o conjunto de valores disponíveis pela empresa em um determinado momento. No nosso 
exemplo seria: 
 
CREDORES + CAPITAL + LUCROS = $820.000 = ( P + PL) 
 
QUADRO - RESUMO 
ATIVO 
(Aplicações de Recursos) 
PASSIVO e PATR. LÍQUIDO 
(Fontes de Recursos) 
 
 Bens 
 Direitos 
(1) Passivo = Capitais de Terceiros 
(2) Patr. Líquido = Capital Próprio 
 (2.1) Capital = Capital Nominal 
 (2.2) Lucros e Reservas = Variações 
Capital Total à Disposição 
(Recursos Totais) = (1) + (2) 
Ou: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ativo P e PL (origens) 
Aplicações 
De terceiros 
e próprio $$$$$$$$ 
$$$$$$$$ 
$$$ 
$ 
$ $$$$$$$$ 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
21 
EXERCÍCIOS 
 
 
1- Uma empresa comercial realizou, em ordem cronológica, as seguintes transações no 
mês de Janeiro de 20x1. 
 
02/jan – Integralização do capital pelos sócios, em dinheiro – R$ 12.000. 
 
04/jan – compra de um imóvel da Cia A, por R$5.000, com pagamento de R$2.500 à vista e o 
restante a prazo. 
 
05/jan – compra à vista de instalações (divisórias, cortinas, etc) por R$2.000. 
 
15/jan – Compra de equipamentos a prazo, de M&Cia. por R$4.000. 
 
18/jan – Obtenção de empréstimos de R$10.000, do banco Alfa. 
 
23/jan – Pagamento de R$1.000, a M&Cia, referente parte da dívida da compra em 15/01. 
 
26/jan – Investimento de mais R$5.000 - referente aumento de capital pelos sócios. 
 
30/01 – compra à vista de mercadorias para revenda, no valor de R$8.500. 
 
PEDE-SE: Levantar um balanço da Empresa após cada operação: 
 
a)dia 2/jan Valores em R$mil 
 
 
 
b)dia 4/jan 
 
 
 
 
c)dia 05/jan 
 
 
 
 
 
d)dia 15/01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
22 
e)dia 18/jan 
 
 
 
 
 
 
f) dia 23/jan 
 
 
 
 
 
 
g) dia 26/jan 
 
 
 
 
 
 
h) dia 30/01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
23 
2. Identifique as operações que dão origem às situações apresentadas a seguir: 
a)____________________________________________________________________________ 
 
CAIXA 12.000 CAPITAL 24.000 
ESTOQUE DE MATERIAIS 12.000 
 24.000 24.000 
 
b)____________________________________________________________________________ 
 
CAIXA 12.000 CONTAS A PAGAR Cia .A 6.000 
ESTOQUE DE MATERIAIS 12.000 CAPITAL 24.000 
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 6.000 
 30.000 30.000 
 
c) 
_____________________________________________________________________________ 
 
CAIXA 14.000 CONTAS A PAGAR Cia .A. 6.000 
ESTOQUE DE MATERIAIS 12.000 CAPITAL 26.000 
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 6.000 
 32.000 32.000 
 
d)____________________________________________________________________________ 
 
CAIXA 13.000 CONTAS A PAGAR – Cia A 6.000 
ESTOQUE DE MATERIAIS 12.000 CAPITAL 26.000 
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 6.000 
VEÍCULOS 1.000 
 32.000 32.000 
 
e)____________________________________________________________________________ 
 
CAIXA 10.000 CONTAS A PAGAR – Cia A 3.000 
ESTOQUE DE MATERIAIS 12.000 CAPITAL 26.000 
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 6.000 
VEÍCULOS 1.000 
 29.000 29.000 
f)____________________________________________________________________________ 
 
CAIXA 5.000 CONTAS A PAGAR – Cia A 3.000 
ESTOQUE DE MATERIAIS 12.000 CONTAS A PAGAR – Cia B 5.000 
MÓVEIS E UTENSÍLIOS 6.000 CAPITAL26.000 
VEÍCULOS 1.000 
EQUIPAMENTOS 10.000 
 34.000 29.000 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
24 
3. Procedimentos Contábeis Básicos Segundo o Método das Partidas 
Dobradas 
 
3.1. Contas 
 
 No Capítulo 2 preparava-se um balanço após a ocorrência de cada operação na empresa. 
Essa metodologia foi utilizada para demonstrar a contínua igualdade da Equação Patrimonial 
(A=P+PL) e explicar os efeitos dos eventos sobre os elementos do patrimônio. 
 Na prática isso não corre, pois o volume de operações: de compras, vendas, pagamentos, 
recebimentos, etc., é muito grande e fica inviável se preparar um balanço após cada operação 
realizada. Por outro lado, os usuários interessados nos balanços, como administradores, sócios, 
governo, etc., necessitam apenas de balanços periódicos (mensais, trimestrais ou anuais) que são 
preparados com base nos dados fornecidos pelos registros das operações – escrituração contábil. 
 Como já foi visto, as operações provocam variações no patrimônio – aumentos ou 
diminuições no Ativo, no Passivo no Patrimônio Líquido. Essas variações – aumentos e 
diminuições – são registradas em contas. Cada elemento patrimonial: caixa, mercadorias, 
veículos, contas a pagar, capital, etc., é controlado individualmente em uma conta. Vide abaixo 
um modelo de conta: 
 
TÍTULO DA CONTA: Código: 
DATA OPERAÇÕES DÉBITO CRÉDITO SALDO D/C 
 
 
 
 
 
3.2. Razão 
 
Antigamente as contas eram registradas nas páginas de um livro chamado Razão, também 
conhecido como contas correntes. Há algum tempo atrás, nos anos 70 e até o final dos anos 80 a 
maioria das empresas e escritórios de contabilidade passou a adotar o Razão – registro das contas 
– em forma de folhas ou fichas soltas. 
Atualmente as variações das contas estão na memória do computador. Os registros são feitos 
por meio de softwares contábeis que controlam a situação das contas. No entanto, em seu 
conjunto, mantidas em forma de livro, de arquivo de fichas ou arquivo eletrônico, continuam com 
a mesma denominação, Razão. O importante é que se mantenha o histórico da movimentação de 
cada conta que compõem o patrimônio da empresa (Ativo, Passivo ou PL). 
É um livro obrigatório por lei e cada elemento do Ativo, do Passivo ou do PL, é controlado 
numa conta em separado e com denominação própria. 
Cada conta do patrimônio receberá o nome que melhor caracterize os elementos que 
representa (controla), exemplos: 
 O conjunto de bens formado por mesas, cadeiras, calculadoras, armários etc. poderiam ser 
registrados em uma única conta, denominada Móveis e Utensílios. 
 O conjunto de diversos tributos a pagar: IPTU, Alvará, Taxa Sanitária a pagar etc, poderia 
ser agrupada em uma única conta: Tributos Municipais a Pagar. 
 
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25 
 Diversos valores a receber ou a pagar, sem a necessidade de representação isolada, 
poderiam ser registrados nas contas: Valores ou Contas a receber (do Ativo) ou Valores 
ou Contas a Pagar (do Passivo). 
 Um grupo de pequenas despesas, sem necessidade de discriminação, por apresentarem um 
valor muito pequeno em relação ao total das despesas, receberia o nome de Despesas 
Gerais ou Despesas Diversas. 
 
A prática atual, nos softwares contábeis existentes, é a codificação ou numeração das 
contas, de forma racional e bem planificada, conforme demonstrado abaixo: 
 
CONTAS CÓDIGO 
Ativo 
Caixa 
Contas a Receber 
Estoques 
Móveis e Utensílios 
Terrenos 
 Veículos 
 
101 
102 
105 
121 
125 
131 
Passivo 
Contas a Pagar 
Impostos a Pagar 
Fornecedores 
 
Patrimônio Líquido 
Capital 
 Lucros Acumulados 
 
201 
221 
231 
 
 
501 
521 
 
 
3.2.1. Razonetes 
 
Uma simplificação da representação gráfica da conta, muito utilizada para simplificar as 
ilustrações, explicações e resoluções de problemas, que também utilizaremos em nosso trabalho é 
a denominada Conta em T ou Razonete. Sua forma gráfica é seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3. Débito e Crédito 
 
Em contabilidade, os termos débito e crédito são convenções contábeis. Não significam algo 
favorável ou desfavorável. Os leigos em contabilidade costumam associar esses termos – débito e 
crédito – a valores a receber ou a pagar e até a significados de coisas boas e ruins no patrimônio 
da empresa. 
 
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26 
Em verdade, débito e crédito são simplesmente convenções contábeis, com uma função 
específica em cada conta, como veremos a seguir. 
A diferença entre o total de débitos e o total de créditos feitos em uma conta, em 
determinado período, é denominada saldo. Se o valor dos débitos for superior ao valor dos 
créditos, a conta terá um saldo devedor. Se acontecer o contrário, a conta terá um saldo credor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.4. Lançamentos a Débito e a Crédito das Contas 
 
Como já foi visto, as operações provocam aumentos e diminuições do Ativo, do Passivo de 
do Patrimônio Líquido. 
As contas possuem dois lados – esquerdo e direito -, assim, os aumentos podem ser 
registrados de um lado e as diminuições de outro. A natureza da conta é que irá determinar o 
lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições, como pode ser visto a 
seguir. 
 
3.5. Contas do Ativo 
 
Os elementos do Ativo ficam do lado esquerdo do Balanço. Por isso, todas as contas do 
Ativo (Bens e Direitos) sempre devem apresentar saldos devedores, isto é, no lado esquerdo. 
Deve-se observar que uma empresa possui ou não possui bens e direitos. Não existem bens 
negativos e tampouco direitos negativos; portanto as contas do Ativo possuem saldo devedor ou 
nulo. Para que uma conta do Ativo (Bens e Direitos) tenha saldo devedor, é necessário que as 
variações (aumentos e diminuições) nela ocorridas sejam registrados da seguinte forma: 
 
Qualquer Conta do Ativo 
 
Débito 
 
Crédito 
$ 
Aumentos 
$ 
Diminuições 
 
 
3.6. Contas do Passivo e do Patrimônio Líquido 
 
Do Passivo: As contas do Passivo aparecem sempre no lado direito do Balanço, por isso ocorre, 
com elas, o inverso do que acontece com o Ativo. Com efeito, os aumentos e as diminuições do 
Passivo (obrigações) devem ser registrados da seguinte forma: 
 
Lado 
esquerdo 
Lado 
direito 
Débito Crédito 
Lado 
esquerdo 
Lado 
direito 
Débito Crédito 
Titulo da Conta Titulo da Conta 
 
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27 
Qualquer Conta do Passivo 
 
Débito 
 
Crédito 
$ 
Diminuições 
$ 
Aumentos 
 
 
Do Patrimônio Líquido: O PL também fica do lado direito do Balanço, e o critério é o mesmo do 
Passivo. O funcionamento do sistema de débito e crédito será idêntico ao do Passivo, ou seja: 
 
Qualquer Conta do Patrimônio Líquido 
 
Débito 
 
Crédito 
$ 
Diminuições 
$ 
Aumentos 
 
O Patrimônio Líquido poderá ser negativo (saldo devedor); quando isso ocorrer, ele 
permanecerá do lado direito do Balanço, juntamente com o Passivo, subtraindo do seu total. 
 Com efeito, qualquer aumento no Patrimônio Líquido será regido por Crédito, e qualquer 
diminuição, por débito. VIDE QUADRO ACIMA. 
 
Obs. (a) Uma empresa possui ou não possui Passivo (dívidas, obrigações); não existem, 
portanto, dívidas negativas. 
 (b) O Patrimônio Líquido (Ativo – Passivo), entretanto, pode ser maior, igual ou 
menor quezero. Ou seja, pode ser positivo, nulo ou negativo. 
 
 
3.7. Resumo do Mecanismo de Débito e Crédito 
 
Em suma, considerando o mecanismo acima, podemos concluir que: 
 
 
 
Contas 
 
 
Efetua-se um lançamento a 
 
Débito 
 
Crédito 
de para para 
Ativo 
Passivo 
Patrimônio Líquido 
 
Aumentar 
Diminuir 
Diminuir 
Diminuir 
Aumentar 
Aumentar 
 
 
 
 
 
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28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.8. Método das Partidas Dobradas (Double-Entry System) 
 
 A essência do método, de prática internacional, tem um princípio fundamental: "Não há 
devedor sem credor e vice-versa”. 
Equivale a dizer: para cada registro ou soma de registros a débito, haverá um registro ou 
soma de registros a crédito, de igual valor. 
 A digrafia é princípio básico de escrituração contábil no mundo todo. Baseando-se nesse 
princípio, não se pode registrar um valor a débito de uma conta, sem que se registre o mesmo 
valor a crédito de outra conta. 
 Pelo princípio da digrafia – ou das partidas dobradas - em qualquer momento que se elabore 
um balanço patrimonial, há que se igualarem, em total, os saldos das contas do ativo, de um lado, 
e do passivo e patrimônio líquido, de outro. 
 A aplicação do princípio das partidas dobradas indicará, pelo confronto entre saldos, inicial 
e final, de cada conta do sistema patrimonial, uma variação aumentativa ou diminutiva, conforme 
o caso. 
Decorrentes desse princípio fundamental destacam-se alguns axiomas: 
 A soma dos débitos é sempre igual dos créditos; 
 A soma de todos os saldos devedores é sempre igual a soma dos saldos credores; 
 A soma do ativo, constituído de contas de natureza devedora e representativa de aplicações 
de recursos é sempre igual à soma do passivo, constituído de contas de natureza credora e 
representativa da origem de recursos, próprios e de terceiros. 
 
O método, utilizado há mais de cinco séculos, nada mais é do que uma equação matemática de 
igualdade associada a uma lógica - para todo recurso tem que existir uma fonte. A contabilidade 
usa as partidas dobradas, representadas por débitos e créditos de mesmo valor, para indicar a 
conta onde foi feita a aplicação do recurso e para creditar a conta que representou a origem. 
REGRAS GERAIS: 
 Todo aumento de Ativo (lança-se no lado esquerdo do razonete): debita-se. 
 Toda diminuição de Ativo (lança-se no lado direito do razonete): credita-se. 
 Todo aumento de Passivo e PL (lança-se no lado direito do razonete): credita-se. 
 Toda diminuição de Passivo e PL (lança-se no lado esquerdo do razonete): debita-se. 
 ATIVO PASSIVO e PL 
Aumenta Diminui 
(-) + 
Diminui Aumenta 
+ (-) 
DÉBITO CRÉDITO 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
+ 
 
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29 
Concluiu-se que, para todo débito, teremos um ou mais créditos ou vice-versa. Se o "Balanço não 
bate" é porque uma das partidas não foi feita, está defeituosa ou a soma não confere. O modelo 
contábil de partidas dobradas impõe que deva existir sempre uma precisão matemática nas suas 
informações. 
 Partidas Dobradas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.9. Exemplos de Registro de Operações no Razão 
 
 Objetivando ilustrar a função do débito e do crédito nas contas, realizaremos, a seguir, 
algumas operações em uma empresa. O foco será dado na verificação de quais seriam os 
lançamentos necessários para o registro das variações – aumentos e diminuições -. 
Para simplificar a demonstração serão usados os razonetes, nos quais serão colocados apenas os 
valores, a débito ou a crédito. Para auxiliar na identificação dos lançamentos, o débito e o crédito 
de cada operação terão a mesma numeração, entre parênteses, conforme figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Algumas pessoas resolveram, em 20.07.20x1, constituir uma empresa comercial, com o 
Capital de R$17.000, totalmente integralizado em dinheiro, no ato, dividido em 1700 cotas de 
R$10,00 cada. Com a entrada do dinheiro para a sociedade (empresa), o Ativo CAIXA foi 
aumentado (debita-se CAIXA), e o Patrimônio Líquido também foi aumentado (credita-se 
CAPITAL). 
 
CAIXA CAPITAL 
(1) 17.000 17.000 (1) 
PASSIVO 
(+PL) 
ATIVO = 
= = 
APLICAÇÃO ORIGEM = 
= = 
DÉBITO CRÉDITO = 
XXXX D C YYY D C 
vvvv vvvv 
 
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30 
Se a operação anterior fosse representada em contas reais e não em razonetes simplificados, essa 
operação seria registrada da seguinte forma: 
 
Conta: CAIXA Código: 101 
DATA OPERAÇÕES DÉBITO CRÉDITO SALDO D/C 
20.07.x1 Rec. ref. Integralização Capital - 501 17 000 00 17 000 00 D 
 
 
Conta: CAPITAL Código: 501 
DATA OPERAÇÕES DÉBITO CRÉDITO SALDO D/C 
20.07.x1 Rec. ref. Integralização Capital - 101 17 000 00 17 000 00 C 
 
Obs: Ativo, se existe, tem saldo devedor. Logo, ao surgir dinheiro onde não havia nada, há que se 
debitar o Caixa. Em contrapartida, o PL, que está do lado direito do Balanço tem saldo Credor, ao 
passar de zero para o valor positivo de R$17.000, provoca um Crédito na Conta Capital. 
 
2.Compra de Terrenos – A empresa, pretendendo construir um prédio para suas instalações 
comerciais, adquire dois lotes de terrenos contíguos, em 22.07, por R$3.100 cada um, pagando à 
vista. Dessa operação resulta: 
 o Ativo Terrenos foi aumentado – debita-se Terrenos. 
 o Ativo Caixa foi diminuído – credita-se Caixa. 
 
TERRENOS CAIXA 
 
(2) 6.200 
 (1) 17.000 
 6.200 (2) 
Saldo=10.800 
 
3.Venda de Terrenos – Os administradores da empresa resolvem vender um dos lotes ao Sr. 
Silva, em 27.07, por R$3.100, ou seja, pelo preço de custo. Não houve recebimento nessa data, a 
venda foi a prazo, porém a empresa adquiriu o direito de cobrar R$3.100 do Sr. Silva, quando 
vencer o prazo do contrato de compra e venda. Conseqüentemente: 
 O Ativo Terrenos foi diminuído – credita-se Terrenos 
 O ativo ficou aumentado pelo surgimento de um direito – debita-se Títulos a Receber. 
 
TERRENOS TÍTULOS A RECEBER 
(2) 6.200 
3.100 (3) 
 
(3) 3.100 
 
Saldo= 3.100 
 
4. Compra de Materiais – em 28.07, foram adquiridas, a prazo, diversos materiais no valor total 
de R$7.800. Como resultado, teremos: 
 Um novo Ativo – Materiais – foi adquirido – debita-se Estoques 
 Foi assumida uma obrigação a pagar – credita-se Contas a Pagar 
 
ESTOQUES CONTAS A PAGAR 
(4) 7.800 17.000 (4) 
 
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31 
5. Compra de Móveis e Utensílios – No mesmo dia, foram adquiridos, também a prazo, duas 
mesas, quatro cadeira e um computador, pelo valor total de R$5.000. Todos os elementos podem 
ser agrupados e representados por uma única conta do Ativo – Móveis, Utensílios e 
Equipamentos. Assim: 
 Um novo Ativo foi adquirido – debita-se Móveis, utensílios e Equipamentos. 
 O Passivo Contas a Pagar foi aumentado – credita-se Contas a Pagar 
 
MÓV. UTENS. E EQUIPS. CONTAS A PAGAR 
 
(5) 5.000 
 6.200 (4) 
5.000 (5) 
 12.800=Saldo 
6. Em 30.07, a empresa recebeu do Sr. Silva R$2.200 – referente parte de sua dívida -. Após esse 
fato, temos: 
 O Ativo Caixa foi aumentado – debita-se Caixa. O Ativo Títulos a Receber foi diminuido – credita-se Títulos à Receber. 
 
CAIXA TÍTULOS A RECEBER 
(1) 17.000 
(6) 2.200 
6.200 (2) 
 
 (3) 3.100 
2.200 (6) 
Saldo= 13.000 Saldo= 900 
 
 
7. Foi pago, em 31.07, parte da dívida referente à compra do dia 28.07, o valor pago foi de 
R$7.000. Esse fato provocou uma nova alteração: 
 O Passivo Contas a Pagar foi diminuído – debita-se Contas a Pagar. 
 O Ativo Caixa foi diminuído – credita-se Caixa. 
 
CAIXA CONTAS A PAGAR 
(1) 17.000 
(6) 2.200 
6.200 (2) 
 
7.000 (7) 
 
 
(7) 7.000 
7.800 (4) 
5.000 (5) 
Saldo= 6.000 Saldo= 900 
 
 
Obs. As contas Títulos a Receber (do Ativo) e Contas a Pagar (do Passivo) e outras do mesmo 
tipo podem abrigar diversos devedores ou credores. Os saldos dessas contas representação, dessa 
forma, o total de débitos e créditos que a empresa mantêm com outros patrimônios (terceiros). 
Essas contas (coletivas) podem ser desdobradas em diversas subcontas, quando for necessário o 
controle individualizado de cada devedor ou credor da empresa. Atualmente, os softwares 
contábeis podem controlar centenas de milhares de clientes, fornecedores e até dos itens existentes 
nos estoques de forma individualizada – como no caso dos bancos e das empresas comerciais 
atacadistas com os seus milhares de clientes e dos hipermercados com seus milhares de itens em 
estoque. 
 
 
 
 
 
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32 
Esquema ilustrativo de débito e crédito: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DÉBITO 
 
ATIVO 
 
PASSIVO 
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
Aumento 
do valor 
Diminuição 
do valor 
Diminuição 
do valor 
Aplicação 
de recursos 
Aplicação 
de recursos 
Aplicação 
de recursos 
 
CRÉDITO 
 
ATIVO 
 
PASSIVO 
PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO 
Diminuição 
do valor 
Aumento 
do valor 
Aumento 
do valor 
Origem 
de recursos 
Origem 
de recursos 
Origem 
de recursos 
 
 
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33 
3.10. Diário 
 
É o livro no qual são registrados todos os lançamentos que compôem a contabilidade da 
empresa, em ordem cronológica e com certas formalidades. 
As Formalidades extrínsecas (ou externas) do Livro Diário são: estar encadernado em 
folhas numeradas tipograficamente, conter termo de abertura e encerramento, e estar registrado na 
Junta Comercial. 
As Formalides intrínsecas (ou internas): Escriturado sem rasuras, sem emendas, raspaduras 
ou borrões, sem linhas em branco, sem escritos nas entrelinhas ou às margens; os registros devem 
obedecer a ordem cronológica de dia, mês e ano, segundo um método uniforme de contabilidade – 
método das partidas dobradas - e em idioma e moeda nacional. 
Antigamente o livro diário era manuscrito. Depois, passou a ser escriturado mecanicamente 
em folhas soltas, para, em seguida, serem copiadas em livro numerado e encadernado. 
Atualmente os lançamentos são digitados no computador e através do processamento 
eletrônico das contas são emitidos o Livro Diário e o Razão em folhas impressas, para, 
posteriormente, serem encadernadados e registrados. 
 
 
3.11. Partidas de Diário (lançamentos) 
 
O registro de uma operação no livro Diário denomina-se partida de Diário. 
O metodo usado internacionalmente em todos os sistemas contábeis é o Método das 
Partidas Dobradas. 
 A expressão partidas dobradas não quer dizer duplicidade ou repetição do mesmo 
registro. Como já foi visto nos exemples anteriores, sempre que ocorria um fato, dois ou mais 
elementos do patrimônio eram alterados equivalentemente – e concomitantemente – permitindo 
equilíbrio constante e, em obediência à fórmula: 
 
 ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Os requisitos necessários de uma partida de diário são os seguintes: 
 
1. data da operação – dia, mês e ano. 
2. conta a der debitada 
3. conta a ser creditada 
4. histórico da operação (descrição suscinta do evento e dos documentos suporte da operação) 
5. valor da operação (em moeda nacional). 
 
Obs. Muitos autores mencionam os requisitos acima como: Os cinco elementos do lançamento. 
Exemplo de uma partida de Diário (lançamento manual): 
 
 Varginha-MG, 03 de Agosto de 20x3. 
 D - Estoque de Mercadorias (105) 
 C – Caixa (101) 
 Pago a Cia ET Ltda., conforme N.Fiscal nº00243 3.400,00 
 
 
 
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34 
Esse mesmo lançamento, se realizado por CPD (computador), poderia ser planilhado – 
para digitação - da seguinte forma: 
 
DATA 
20x 3 
CONTA 
DEVEDORA 
CONTA 
CREDORA 
H I S T Ó R I C O VALOR 
03/08 105 101 pg. NF.00243, Cia . ET Ltda 3 400 00 
 
 
 Observe-se que os cinco elementos do lançamento (ou requisitos da partida de Diário), de 
1 a 5, seguem rigorosamente a ordem indicada: (1) data da operação, observando-se 
rigorosamente a ordem cronológica da sucessão dos fatos registrados, (2) e (3) o título das contas 
devedora e credora – no CPD o plano de contas já deverá estar cadastrado -, (4) o histórico – 
descrição sumária do fato – que mencione o evento e as principais características da 
documentação comprobatória e (5) o valor – em moeda nacional. 
 
Obs: Quando a escrituração é manual, a conta debitada é colocada em primeiro lugar e a conta 
creditada logo abaixo e precedida da preposição a. 
No século XV, início da fase científica da contabilidade, o Frei Luca Paciolo expôs em 
seu Tratado sobre Contabilidade e Escrituração – “Tratactus de Computis et Scripturis”, 
publicado em 1494, a terminologia adotada no método das partidas dobradas era a seguinte: 
 “Per”, mediante o qual se reconhece o devedor; 
 “A”, pelo qual se reconhece o credor. 
Da mesma forma que se faz hoje, a metodologia daquela época era a de se debitar a 
aplicação e se creditar a origem do recurso, ou seja, no exemplo acima, o Ativo Estoque deve ao 
Ativo Caixa, ou seja: Estoque deve “a” Caixa, o estoque é o devedor e o caixa é o credor do 
recurso. Nesse sentido, o Estoque (onde foi aplicado o recurso) deve ao Caixa (que forneceu o 
recurso). 
 Pouco tempo depois, De Granges, francês, criou o célebre axioma: “Debita-se aquilo que 
se recebe e credita-se aquilo que se dá” (Debiter celui qui reçoit et crediter celui qui donne). 
Goethe (1949, p. 39) deixou escrito no seu livro “Wilbelm Meisters Lebrjabre”, que a 
partida dobrada era uma das mais belas invenções do espírito humano.(“eine der schonsten 
Erfindugen des menschlichen geistes”)1. 
 No Brasil, apenas com a chegada do Príncipe Regente D.João VI, com vistas à necessidade 
de assegurar à administração maior rigor e segurança, oficializou-se a adoção da escrituração pelo 
método das partidas dobradas: 
“Para que o método de escrituração de minha real Fazenda não fique arbitrário e 
sujeito à maneira de pensar de cada um dos Contadores-Gerais, que sou servido criar 
para o Erário: Ordeno que a escrituração seja mercantil por partidas dobradas, por 
ser a única seguida pelas nações mais civilizadas. Assim pela sua brevidade para 
maneio das grandes somas, como por ser a mais clara e a que menos lugar dá a erros 
e subterfúgios, onde se esconda a malícia e a fraude de prevaricadores”. 
 Atualmente, no mundo financeiro globalizado, apenas a indicação das letras “D” e “C” 
determinamos lançamentos a débito e a crédito nas contas. Outra convenção internacionalmente 
aceita, há mais de 500 anos é a de que o Débito sempre vem à esqueda ou acima do Crédito 
 
 
1
 GOETHE, W. (1949). Wilbelm Meisters Lebrjafre. Ed. Zurique. Apud. CASSANDRO, Paolo Emilio. 
Betriebswirtschaftslehre e Economia Aziendal. In Revista Paulista de Contabilidade nº 448/1976. 
 
 
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35 
3.11.1. Fórmulas de Lançamento 
 
Segundo a quantidade de contas debitadas e creditadas utilizadas para o registro do fato, 
existem quatro fórmulas de lançamento no Livro Diário: 
 
LANÇAMENTOS DE 1
a 
FÓRMULA: UM DÉBITO X UM CRÉDITO 
 
 
 
Os modelos do lançamento contábil de 1
a
 fórmula: 
 
 
 
 
 
Ou: 
 
 
 
 
 
 
Ou, ainda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os modelos apresentados são bastante usuais. Deve-se observar que a partícula "a" é um 
identificador da(s) conta(s) que é (são) creditada(s). 
No terceiro modelo as colunas representam: à esquerda a coluna de débitos e à direita, a de 
créditos. O posicionamento das contas também é convencionado. 
No quadro abaixo é dado um exemplo de depósito bancário e uma compra a prazo: 
 
DÉBITO CRÉDITO 
Local, data 
 
Conta debitada 
a Conta creditada 
 
Histórico Valor 
Local, data 
 
D - Conta debitada 
C - Conta creditada 
Histórico Valor 
Local, data 
 
 
Conta debitada Valor a débito 
Conta creditada Valor a crédito 
 
 
 Histórico 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
36 
Varginha-MG, 06 de janeiro de 20x1 
BANCOS C/ MOVIMENTO 
Banco do Brasil S/A 
a CAIXA 
Vlr. dep.conf. rec. 123.345.......................................10.000,00 
 
ou uma compra de mesas e cadeiras, para uso, a prazo, mediante duplicatas: 
 
Varginha-MG, 15 de fevereiro de 20x1. 
D - MÓVEIS E UTENSÍLIOS 
C - DUPLICATAS A PAGAR 
Fornecedor "X" 
Vlr. s/ N.F. 1515 ...........................................……..20.000,00 
 
LANÇAMENTOS DE 2a FÓRMULA: UM DÉBITO X MAIS DE UM CRÉDITO 
 
 CRÉDITO 
 
 
 DÉBITO 
 
 DÉBITO 
 
Modelo do lançamento contábil de 2
a
 fórmula: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ou: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Local, data 
 Conta debitada 
a Diversos 
a Conta creditada  1 
Histórico  1 Valor crédito  1 
a Conta creditada  2 
Histórico  2 Valor crédito  2 Total de débito 
Local, data 
 
 D – Conta debitada 
Histórico débito valor débito 
C – Diversos 
C – Contas creditada – 1 
Histórico crédito – 1 valor crédito – 1 
C – Conta creditada – 2 
Histórico crédito – 2 valor crédito – 2 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
37 
Existem, como visto acima, variantes no modelo de 2
a
 fórmula. No primeiro caso, o valor à 
direita seria o totalizador da conta única (debitada); no segundo caso, obedece ao posicionamento 
das colunas do Diário. Temos a destacar a utilização da palavra "Diversos" que é usada quando 
mais de uma conta é creditada e/ou, veremos adiante, debitada. 
Para exemplificar consideremos o seguinte fato: Compra de materiais por R$ 4.000, sendo 
que as metades foram pagas à vista e o restante – R$2.000 – a prazo. 
 
Varginha-MG, 15 de janeiro de 20x1. 
MATERIAIS (ativo) 
a DIVERSOS 
a DUPLICATAS A PAGAR (passivo) 
 ET & CIA. LTDA. 
 Vlr. Duplicata 2345/B – ET & CIA LTDA................... 2.000,00 
a CAIXA (ativo) 
 Pg.Dupl.2345/A –ET & CIA...................................... 2.000,00 4.000,00 
 
 
 
MODELO DO LANÇAMENTO CONTÁBIL DE 3
a
 FÓRMULA 
 
CRÉDITO 
 
 
 DÉBITO 
 
 
 DÉBITO 
 
Modelo do lançamento contábil de 3
a
 fórmula: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Local, data 
 
 Diversos 
a Conta creditada 
 Conta debitada – 1 
Histórico – 1 valor débito – 1 
Contas creditada – 2 
Histórico – 2 valor crédito – 2 Total crédito 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
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Exemplo: aquisição de um imóvel, composto de terreno e prédio, com pagamento à vista, 
em cheque: 
 
Varginha-MG, 31 de janeiro de 20x1. 
DIVERSOS 
a BANCOS C/ MOVIMENTO (ativo) 
 Banco Real S/A 
 
de TERRENOS (ativo) 
 Vlr.Terreno, Rua tal, ch.0934 cf.Reg.Imóveis........ 15.000.00 
 
de EDIFICAÇÕES (ativo) 
 Vr.Imóvel, Rua tal ch.934 cf.Reg.Imóveis................. 20.000.00 35.000,00 
 
 
LLAANNÇÇAAMMEENNTTOO DDEE 44
AA
 FFÓÓRRMMUULLAA:: MMAAIISS DDEE UUMM DDEEVVEEDDOORR XX MMAAIISS DDEE UUMM CCRREEDDOORR:: 
 
Débito Crédito 
 
Débito Crédito 
 
MMOODDEELLOO DDOO LLAANNÇÇAAMMEENNTTOO CCOONNTTÁÁBBIILL DDEE 44
aa
 FFÓÓRRMMUULLAA:: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Local, data 
 
 DIVERSOS 
a DIVERSOS 
Conta debitada  1 
Histórico – 1 vr. débito – 1 
Conta debitada – 2 
Histórico – 2 vr. débito – 2 Total débitos 
a Conta creditada – 1 
Histórico – 3 vr. crédito – 1 
a Conta creditada – 2 
Histórico – 4 vr. crédito – 2 Total créditos 
 
 
 EElleemmeennttooss BBáássiiccooss ddaa CCoonnttaabbiilliiddaaddee 
 
 
 
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Os lançamentos de 4
a
 fórmula são muito pouco utilizados. Podemos apresentar o seguinte 
exemplo: Compra de Materiais por R$ 200 e de Móveis e Utensílios por R$ 1.000, sendo a metade 
(R$600) pago à vista e o restante a prazo: 
Varginha-MG, 31 de janeiro de 20x1. 
DIVERSOS 
a DIVERSOS 
de ESTOQUE DE MATERIAIS (ativo) 
Vr. NF 675 – Com. Varginha Ltda........... 200 
 de MÓVEIS E UTENSÍLIOS (ativo) 
Vr. NF 675 Com. Varginha Ltda......... 1.000,00 1.200,00 
a CAIXA (ativo) 
Pg. NF. 675/parte – Com Varginha.......600,00 
a FORNECEDORES (passivo) 
 Com.Varginha Ltda 
Vr.parte da NF 675....................... 600,00 1.200,00 
 
Os modelos de lançamentos foram apresentados de forma didática (para escrituração 
manual). Os lançamentos, atualmente, são feitos em planilhas, conforma já visto, onde os cinco 
elementos são dispostos de forma a facilitar a digitação para alimentar os softwares existentes no 
mercado. 
 
 
3.11.2. Erros nos lançamentos – Retificação (Correção) 
 
O CFC através das Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 2, que trata da escrituração 
contábil, considerando que a escrituração contábil não deve conter rasuras, emendas, raspaduras ou 
escritos nas entrelinhas, estabelece a forma de correção dos eventuais erros nos lançamentos 
contábeis, e define o seguinte: 
Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de um registro realizado com erro 
na escrituração contábil das Entidades. 
São formas de retificação : 
a) o estorno; 
b) a transferência; 
c) a complementação.

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