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3. PPIII 2016 JECri

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1 
Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo – IESA 
Curso de Direito 
Disciplina de Processo Penal III/2016 
Professor Carlos Adriano da Silva 
 
Juizados Especiais Criminais 
 
Introdução do consenso no ordenamento criminal brasileiro – art. 98, I, CF. 
 
Lei 9.099/95: estabeleceu medidas despenalizadoras em que o consenso pode evitar a 
instauração do processo ou, pelo menos, impedir seu prosseguimento: a composição dos 
danos civis (art. 74, parágrafo único); a transação penal (art. 76), e a suspensão 
condicional do processo (art. 89), não restrita às infrações de menor potencial ofensivo. 
Além disso, o art. 88 estabeleceu a necessidade de representação para os delitos de lesões 
corporais leves e lesões culposas, possibilitando o acordo ou mesmo a decadência, e o 
parágrafo único do art. 69 trouxe medida dita descarcerizadora uma vez que àquele que 
lavrado o TC assumir o compromisso de comparecer ao juizado, não se imporá prisão em 
flagrante e nem se exigirá fiança. 
 
Critérios norteadores: A Lei nº 9.099/95, nos artigos 2º e 62, utiliza a expressão “critérios”. 
Seriam os norteadores da atividade nos JECRI. Não há exclusão de outros princípios do 
processo penal. 
 
Composição: é órgão da justiça comum composto por juízes togados ou togados e leigos. 
Julgamento será apenas a cargo dos togados. 
 
Competência: 
Competência em razão da matéria – infrações de menor potencial ofensivo – art. 60, lei nº 
9.099/95. 
 
Infração de menor potencial ofensivo: 
No art. 98, I, da CF, não há definição de infração de menor potencial. 
Lei nº 9.099/95 – estabeleceu definição no seu art. 61. 
Lei nº 10.259/01 (esfera Federal) - trouxe definição diversa. 
Lei nº 11.313 de 28 de junho de 2006 trouxe alterações nos diplomas legais antes referidos. 
2 
O critério de abrangência geral dos Juizados é um só: compreende as infrações de menor 
potencial ofensivo que são identificadas como as contravenções e os crimes a que a lei 
comine pena máxima não superior a dois anos (independente se reclusão ou detenção 
e de previsão de procedimento especial), cumulada ou não com multa. Eventuais 
exceções, apenas com disposição expressa. A competência dos juizados não é absoluta, o 
que importa é a garantia dos benefícios a elas correspondentes. 
 
Deslocamento de competência: 
- parágrafo único do art. 66 – lei nº 9.099/95. 
- § 2º do art. 77 – lei nº 9.099/95 – juízo de conveniência do agente ministerial. 
- § 3º do art. 77 – idem - na ação penal de iniciativa do ofendido o juízo sobre a 
complexidade é do magistrado. 
 
Conexão e continência: parágrafo único do art. 60 da Lei nº 9.099/95 e também no 
parágrafo único do art. 2º da Lei nº 10.259/2001. Os parágrafos – “Na reunião de 
processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri decorrente das regras de 
conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição 
dos danos civis”. 
 
Há a exigência legal de que os institutos despenalizadores da Lei n.º 9.099/95 (composição 
civil e transação penal) sejam aplicados mesmo que a infração penal de menor potencial 
ofensivo seja conexa com outra infração penal cuja pena não admita tais institutos e, por tal 
razão sigam procedimento diverso do sumaríssimo e frente a Juízo que não os Juizados 
Especiais Criminais. Ex.: lesão leve conexa com roubo, lesão leve conexa com homicídio. 
 
Atenção: Não confundir concurso aparente de normas com conexão e continência. 
Continência – ver art. 77 do Código de Processo Penal. Conexão – art. 76 do Código de 
Processo Penal. 
 
Composição civil: é o acordo em relação aos danos de natureza civil – morais e/ou 
patrimoniais. A tentativa dessa composição é o primeiro ato a ser realizado na audiência 
preliminar. 
 
Efeitos da composição civil: art. 74 e parágrafo. Natureza cível (título) e criminal (renúncia 
ao direito de queixa ou representação – e aqui não é o cumprimento, mas a homologação – 
3 
transitada em julgado a decisão que homologou, não será o descumprimento do acordo que 
autorizará a queixa ou a representação). Obs.: pode haver composição civil quando a ação 
for incondicionada, mas os efeitos serão apenas os civis. 
 
Transação penal: art. 76 e parágrafos da Lei nº 9.099/95. É um instituto despenalizador e 
consensual restrito às infrações de menor potencial ofensivo, que busca evitar a propositura 
da ação penal (ou mesmo a extinção do processo). Estabelece-se por meio de um acordo ou 
negócio entre o MP e o apontado autor do fato. O apontado autor do fato evita o processo, 
seus riscos, e a possibilidade de pena privativa de liberdade, mas se submete a uma medida 
similar à punição, deixando de poder provar sua inocência. A transação não pode ser 
imposta, não implica admissão de culpa e não tem efeitos civis. A transação penal não gera 
antecedentes, mas impede novo benefício pelo período de cinco anos. 
 
Requisitos: 
1. Infração de menor potencial ofensivo: restringe-se às infrações de menor potencial 
ofensivo. Possibilidade de transação penal na ação de iniciativa privada. Questão: direito 
subjetivo versus interpretação gramatical do art. 76, caput, da Lei nº 9.099/95. Enunciado 
FONAJE n. 112. Procedimento especial – exclusão apenas com previsão. 
 
2. §2º do art. 76: 
2.1. Não ter sido condenado definitivamente à pena privativa de liberdade por crime. 
Questão do art. 64, I, CP. 
2.2. Não ter recebido a transação penal nos últimos cinco anos. 
2.3. Ver inciso III – elementos com dificuldade de aferição. 
 
Os requisitos estão estabelecidos em lei – não há, portanto, discricionariedade quanto ao 
cabimento ou não da transação, mas apenas quando à pena a ser proposta – restritiva de 
direitos ou multa – art. 76. A transação penal é direito subjetivo. Há possibilidade de que 
lei especial determine requisitos específicos. Nos delitos ambientais, por exemplo, uma das 
exigências para aplicação da transação penal é a prévia composição do dano ambiental (art. 
27 da Lei nº 9.605/98). 
 
Proposta: 
Legitimidade: Ministério Público. Discussão sobre a possibilidade de o apontado autor do 
fato pedir ou haver concessão de ofício. É direito. Caso o MP não proponha, presentes os 
4 
requisitos, a solução sugerida pela doutrina para evitar a iniciativa de ofício pelo Juiz é a 
remessa dos autos ao órgão superior com atribuição de revisão, como é o caso do 
Procurador-Geral de Justiça (art. 28 do CPP), no âmbito Estadual, e da Câmara de 
Coordenação e Revisão (art. 62 da Lei Complementar nº 75/93) no Federal. Ver enunciado 
criminal n. 86 do FONAJE. Solução já preconizada doutrinariamente – controle depois do 
oferecimento da denúncia. Caso o MP ofereça denúncia, deixando de oferecer a transação, 
quando couber, o Juiz poderia rejeitar a denúncia por falta de interesse de agir. 
Fundamento: a existência de solução legal mais adequada ao fato e ao suposto autor. 
 
Momento: sua oportunidade natural é anterior ao oferecimento da denúncia, mas poderá 
ocorrer posteriormente. Ver artigos 76 e 79 da Lei n. 9.099/95. Lembrar também da 
possibilidade de desclassificação (ver art. 492, § 1º, do CPP). Quando for queixa-crime 
deverá ser posterior, sob pena de haver prejuízo ao acusado, uma vez que não há 
obrigatoriedade. 
 
Medida e descumprimento: 
 
Possibilidade de redução da multa – parágrafo 1º do art. 76, Lei nº 9.099/95 
 
Da decisão que defere a transação penal cabe apelação – 10 dias – art. 76, § 5º - para a 
Turma Recursal. 
 
Com relação ao indeferimento – posições: 1) RSE: art. 581, I, do CPP, por analogia. 2) 
Apelação: Turma Recursal só deveria julgar apelação – ver art. 82. 3) HC – é o mais 
utilizado.Descumprimento – não cabe conversão em pena privativa de liberdade – ver art. 85 e o art. 
51 do CP modificado – dívida de valor – sequer com sentença condenatória definitiva cabe 
tal conversão -. Duas correntes – a) a homologação leva à extinção da punibilidade – só 
poderia executar o acordo. Há uma sentença homologatória. Essa decisão transita em 
julgado materialmente ou não?; b) prossegue, ou seja, descumprida a transação, não 
havendo uma justificativa que mantenha o benefício, há a possibilidade de propositura de 
ação penal ou prosseguimento. 
 
5 
Em 2011 o STJ mudou entendimento passando a admitir o oferecimento de denúncia e o 
prosseguimento da ação penal em caso de descumprimento dos termos da transação penal 
homologada judicialmente. Esse já era o entendimento do STF, firmado no julgamento do 
RE 602.072-RS, no qual foi reconhecida repercussão geral. A ementa: 
 
AÇÃO PENAL. Juizados Especiais Criminais. Transação penal. Art. 76 
da Lei nº 9.099/95. Condições não cumpridas. Propositura de ação penal. 
Possibilidade. Jurisprudência reafirmada. Repercussão geral reconhecida. 
Recurso extraordinário improvido. Aplicação do art. 543-B, § 3º, do CPC. 
Não fere os preceitos constitucionais a propositura de ação penal em 
decorrência do não cumprimento das condições estabelecidas em 
transação penal. 
 
Cumprimento – parágrafo único do art. 84 da lei nº 9.099/95. 
 
Sistemática dos juizados especiais criminais: 
 
Fase policial: art. 69 e parágrafo único. Termo circunstanciado – dispensa do IP. O TC fica 
entre o boletim de ocorrência e o IP. Consignação da situação existente no momento da 
constatação ou da comunicação da infração. Elementos sobre a identificação dos 
envolvidos, das testemunhas, narração do fato. Oitivas breves com consignação do 
essencial. Tendo em conta as peculiaridades do TC, os critérios dos Juizados e inexistência 
de atividade típica de polícia judiciária – é cabível a atuação da PM na lavratura do TC. 
 
Concluído, há remessa ao JECRI. Encaminhamento imediato do termo, autor e vítima. Não 
sendo possível, o compromisso de comparecimento impede lavratura do auto de flagrante e 
estabelecimento de fiança. Designação – art. 70. 
 
No âmbito dos Juizados Especiais Criminais, depois da atividade da esfera policial, 
distinguimos duas fases - duas audiências – a audiência preliminar e a audiência de 
instrução e julgamento. 
 
1. Audiência preliminar: inicia no art. 72 da Lei nº 9.099/95 e vai até o art. 78. 
 
Convocações obrigatórias - MP, a vítima e o apontado autor do fato, podendo também o 
responsável civil. Necessário o acompanhamento por advogados. A ausência do MP não 
afeta a composição civil. Possibilidade de proposta escrita de transação. 
 
6 
1. 1. Na audiência preliminar, o primeiro ato a ser realizado é a tentativa de composição 
dos danos de natureza civil. Não havendo a composição, a vítima ou os legitimados 
poderão representar (ou propor queixa-crime), sempre que não tenha ocorrido a 
decadência. Efeitos da composição civil: art. 74 e parágrafo. 
 
1. 2. Havendo representação ou sendo a ação penal pública incondicionada ao Ministério 
Público surgem as alternativas, as quais são um poder-dever de oferecer a transação penal 
– pena alternativa – multa ou restritiva de direitos -, pedir diligências, requerer o 
arquivamento ou deduzir a pretensão acusatória – oferecer denúncia. 
 
1. 3. No caso de infração que se processa por ação penal privada, o interessado poderá 
deduzir a queixa-crime, inclusive de forma oral – ver art. 78 -, o que pode ocorrer também 
com a denúncia – art. 77. O não oferecimento da queixa-crime na audiência preliminar não 
impede o exercício posterior, desde que não tenha ocorrido a decadência. 
 
1. 4. Com o oferecimento da denúncia ou da queixa-crime, procedem-se a citação e as 
intimações. Quando os destinatários estiverem presentes, a ciência ocorre na própria 
audiência preliminar. Designa-se a audiência de instrução e julgamento. Nessa audiência se 
desenvolverá o procedimento sumaríssimo. Obs.: discussão sobre a possibilidade de 
transação após o ofertamento da queixa. 
 
2. Na audiência de instrução e julgamento, - inicia no art. 79 e vai até o art. 81 - após a 
renovação dos atos conciliatórios, desde que não tenham sido possibilitados na fase 
anterior, segundo o legislador (mas não necessariamente) – art. 79, ocorrerá a defesa 
prévia, seguindo a análise dos requisitos formais e substanciais da peça incoativa – juízo de 
admissibilidade. Após ter sido recebida a denúncia ou a queixa-crime, abre-se uma nova 
possibilidade conciliatória ao acusado, ou seja, a da oferta da suspensão condicional do 
processo – preenchidos os requisitos – art. 89 da Lei nº 9.099/95. 
 
Atenção! O art. 394, § 4º do CPP e o procedimento sumaríssimo – a determinação de 
aplicação dos dispositivos mencionados deverá ser conjugada com as peculiaridades do 
sumaríssimo evitando-se que o procedimento que deve ser o mais singelo torne-se mais 
complexo que o próprio ordinário. É possível dizer que depois da resposta à acusação 
ocorrida em audiência, deverá ser verificado o art. 395 do CPP, e, não sendo o caso de 
7 
rejeição, imediatamente aferidos os casos de absolvição sumária (art. 397 do CPP). 
Afastada tal hipótese, chegar-se-á ao momento da oferta de SCP. 
 
2.1 Não havendo a suspensão, o prosseguimento do processo ocorre com a oitiva da 
vítima, das testemunhas, interrogatório, debates e sentença. Como nos demais processos 
criminais seguem-se as fases recursal e/ou executória. 
 
Observações: 
 
Testemunhas: número – 05; resultado de analogia com o art. 532 do CPP. Para intimação, 
requerimento até cinco dias antes do ato, art. 78, § 1º, da Lei nº 9.099/95. Limitação 
probatória – art. 81, § 1º, da Lei nº 9.099/95. Interrogatório – foi grande novidade na 
época, pois o réu passou a falar por último. Debates – 20 minutos prorrogáveis por mais 
10. Sentença – promovido o debate, na própria audiência o juiz vai sentenciar. 
Desnecessário o relatório – art. 81, § 3º da Lei n° 9.099/95. 
 
Turma recursal – art. 82 – juízes de 1º grau. 
 
Recursos – arts. 82 e 83 da Lei nº 9.099/95.

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