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Direito das Obrigações Resumo

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Direito das Obrigações / Direitos de 
Crédito/ Direitos pessoais – Carlos Roberto Gonçalves
O direito das obrigações é o vínculo de conteúdo patrimonial, que se estabelece entre pessoas, colocando-as uma em face da outra, como credora e devedora, de tal modo que uma esteja na situação de poder exigir a prestação, e a outra, na contingência de cumpri-la.
Direito das Obrigações  numerus apertus
Direitos das Coisas  numerus clausus
Características do direito das obrigações
São direitos relativos  dirigem-se contra pessoas determinadas, vinculando sujeito ativo e passivo  inter partes.
Patrimonialidade  o interesse do credor pode ser apatrimonial, mas a prestação deve ser suscetível de avaliação em dinheiro.
Direitos obrigacionais ou pessoais e direitos reais  Direito obrigacional: vínculo jurídico pelo qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. Direito real/das coisas  poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio.
Distinção quanto ao objeto: Direitos obrigacional  exige cumprimento de determinada prestação. Direito Real  incide sobre uma coisa.
Quanto ao sujeito: Direito Obrigacional  sujeito passivo é determinado ou determinável. Direito real  sujeito passivo é indeterminado (erga omnes).
Quanto à duração: Direito obrigacional  transitório. Direito Real  perpétuo.
Quanto à formação: Direito Obrigacional  pode resultar da vontade das partes. Direito Real só decorre da lei.
Quanto ao exercício: No Direito Obrigacional  existe uma figura intermediária, o devedor. No direito das coisas o domínio é exercido diretamente sobre a coisa.
Quanto à ação: Direito pessoal é dirigida somente contra o sujeito passivo. Direito real  é dirigida a quem quer que detenha a coisa.
Figuras híbridas / Obrigações reais / Obrigações mistas
São figuras intermediárias, que se situam entre o direito real e o direito pessoal. Constituem, aparentemente, um misto de obrigação e direito real.
Espécies
Obrigações propter rem / ob rem / in rem
Ônus reais
Eficácia real
Obrigações Propter rem / ob rem / in rem  É a que recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real. São obrigações atreladas aos direitos reais, mas com eles não se confundem, em sua estruturação. As obrigações propter rem acompanham a coisa, mudando o proprietário da coisa, muda-se o sujeito passivo da obrigação. 
Podemos dizer que as obrigações propter rem têm origem e transmissibilidade automática.
Natureza jurídica  As obrigações propter rem situam-se em terreno fronteiriço entre os direitos reais e pessoais. Figura como uma figura acessória mista, tem característica de obrigação por recair sobre uma pessoa que fica adstrita a satisfazer uma prestação, e de direito real, pois vincula sempre o titular da coisa.
Ônus reais  são obrigações que limitam o uso e gozo da propriedade constituindo gravames ou direitos oponíveis erga omnes. Aderem e acompanham a coisa, por isso se diz que quem deve é esta e não a pessoa.
Obrigações com eficácia real  são as que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre determinado bem.
Elementos constitutivos das obrigações
São três:
Subjetivo: refere-se aos sujeitos da obrigação  sujeito ativo e sujeito passivo.
Objetivo ou Material  refere-se ao seu objeto, que é a prestação  Objeto mediato ou indireto e Objeto imediato ou direto.
Imaterial, virtual, abstrato ou espiritual  Vínculo jurídico.
Sujeitos da prestação  sujeito ativo e passivo  Podem ser pessoa natural ou jurídica, de qualquer natureza, bem como as sociedades de fato. Devem ser, contudo, determinados ou determináveis.
Elemento objetivo da obrigação  objeto mediato ou indireto – é a própria coisa. Objeto imediato ou direto – é a ação (dar, fazer, restituir, não fazer).
O objeto imediato deve ser lícito (não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes), possível (quando impossível o negócio é nulo, a impossibilidade pode ser física ou jurídica), determinado ou determinável. Além disso, deve ser economicamente apreciável.
Vínculo jurídico da relação obrigacional → liame existente entre o sujeito ativo e o sujeito passivo e que confere ao primeiro o direito de exigir do segundo o cumprimento da prestação. 
Compõe-se de dois elementos: débito (schuld) e responsabilidade (haftung). Débito → dever do sujeito passivo de satisfazer a obrigação. Responsabilidade → confere ao credor, não satisfeito, o direito de exigir judicialmente o cumprimento da obrigação.
Fontes das obrigações:
Atos ilícitos (nesse caso, a lei é fonte mediata (indireta), dá respaldo a esse ato)
Lei (fonte primária de todas as obrigações, fonte imediata)
Atos unilaterais da vontade (nesse caso, a lei é fonte mediata (indireta), dá respaldo a esse ato)
Contratos (nesse caso, a lei é fonte mediata (indireta), dá respaldo a esse ato)
Títulos de crédito(nesse caso, a lei é fonte mediata (indireta), dá respaldo a esse ato).
Distinção entre obrigação e responsabilidade
Responsabilidade (haftung) → é a consequência jurídica patrimonial do descumprimento da relação obrigacional. A relação obrigacional tem como fim precípuo a prestação devida e, secundariamente, a sujeição do patrimônio do devedor que não a satisfaz.
Débito (schuld) → consiste na obrigação de realizar a prestação.
Embora, normalmente, haftung e schuld coexistam na obrigação, há situações em que temos haftung sem schuld (fiança) e schuld sem haftung (obrigações naturais).
Modalidades das obrigações
Quanto ao objeto:
Obrigação de dar
Coisa certa / restituir
Coisa incerta
Obrigação de fazer
Obrigação de não fazer
Quanto aos elementos:
simples
compostas ou complexas
com multiplicidade de objetos
cumulativas ou conjuntivas
alternativas ou disjuntivas
facultativas
com multiplicidade de sujeitos
divisíveis
indivisíveis
solidárias
solidariedade passiva
solidariedade ativa
Quanto a exigibilidade
Naturais
Civis
Quanto ao fim
de meio
de resultado
de garantia
Quanto ao momento do cumprimento
Instantânea
diferida
periódica
de trato sucessivo
Quanto aos elementos acidentais
puras
condicionais
a termo 
com encargo
modais
Quanto à liquidez do objeto
líquidas
ilíquidas
Reciprocamente consideradas
principais
acessórias
Obrigações de dar
As obrigações de dar assumem as formas de entrega ou restituição de determinada coisa pelo devedor ao credor.
Tradição → ato de entregar ou restituir. Para os bens móveis, o vendedor apenas se obriga a transferir o domínio da coisa (tradição). Para os bens imóveis, necessita-se do registro (tradição solene).
A tradição pode ser simbólica, real ou ficta. Simbólica quando representada por ato que traduz a alienação, como a entrega efetiva das chaves do veículo vendido. A ficta ocorre no caso do constituto possessório, ocorre, por exemplo, quando o vendedor, transferindo a outrem o domínio da coisa, conserva-a todavia, em seu poder, mas agora na condição de locatário. A real quando envolve a entrega efetiva e material da coisa.
 Obrigação de dar coisa certa / coisa incerta
Coisa certa é coisa individualizada, que se distingue das demais por características próprias.
Na obrigação de dar coisa incerta, o objeto não é considerado em sua individualidade, mas no gênero a que pertence. Na coisa incerta, determina-se apenas o gênero e a quantidade.
Impossibilidade de entrega de coisa diversa, ainda que mais valiosa  Na obrigação de dar coisa certa o devedor é obrigado a entregar ou restituir uma coisa inconfundível com outra. Dispõe o art. 313 do CC/02: “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.”. A recíproca também é verdadeira, o credor não pode exigir coisa diversa, ainda que menos valiosa. → A entrega de coisa diversa da prometida importa modificação da obrigação, denominada NOVAÇÃO.
Tradição com transferência dominial → O domínio só se adquire pela tradição, se for coisa móvel, se for imóvel pelo registro (tradição solene).
 Direitoaos melhoramentos e acrescidos → No direito brasileiro, o contrato, por si só, não transfere o domínio, mas apenas gera a obrigação de entregar coisa alienada. Assim, enquanto não houver a tradição, na obrigação de entregar, a coisa continuará pertencendo ao devedor, com seus melhoramentos e acrescidos → Desta forma, o devedor poderá exigir aumento no preço, se o credo no anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. → também os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao devedor os pendentes.
Se para o melhoramento ou aumento empregou o devedor trabalho ou dispêndio, estando o devedor de boa-fé, tem direito à indenização dos melhoramentos ou aumentos necessários e úteis, quanto aos voluptuários, se não for pago do respectivo valor, pode levantá-los. Se o devedor estava de má-fé, ser-lhe-ão ressarcidos somente os melhoramentos necessários, não lhe assistindo o direito de retenção pela importância destes, nem o de levantar os voluptuários, porque obrou com a consciência de que praticava um ato ilícito. Faz jus à indenização dos melhoramentos necessários porque, caso contrário, o credor experimentaria um enriquecimento indevido. → Se necessário, poderá o devedor exercer o direito de retenção da
Abrangência dos acessórios  A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Obs.: Principal é o bem que tem existência própria, que existe por si só. Acessório é aquele cuja existência depende do principal. De acordo com o art. 94 CC/02, os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Consideram-se acessórias todas as benfeitorias, qualquer que seja seu valor. Elas podem ser necessárias, úteis ou voluptuárias.
Perecimento = perda total
Deterioração = perda parcial. 
Res perit domino = a coisa perece para o dono.
Art. 492 CC/02  até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os preço por conta do comprador”.
Obrigação de entregar  Perecimento da coisa (perda total), antes da tradição (entrega), sem culpa e com culpa do devedor:
Sem culpa do devedor  resolve-se a obrigação.
Com culpa do devedor  O credor tem direito a receber o equivalente + perdas e danos.
Deterioração da coisa (perda parcial) com culpa e sem culpa do devedor:
Com culpa do devedor  O credor opta  Ou resolve-se a obrigação + perdas e danos ou aceita-se a coisa, no estado em que se acha + perdas e danos.
Sem culpa do devedor  O credor opta  Ou resolve a obrigação, ou aceita-o no estado em que se acha, com abatimento proporcional à perda.
Obrigação de restituir  Perecimento Sem culpa do devedor  sofrerá o credo a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Com culpa do devedor  responderá este pelo equivalente + perdas e danos.
Deterioração  Sem culpa do devedor  se a coisa de deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização.
Com culpa do devedor  Havendo culpa o devedor na deterioração, responderá o devedor pelo equivalente em dinheiro, mais perdas e danos. Entendimento do Carlos Roberto Gonçalves  Entretanto, pode optar pelo recebimento da coisa, no estado em que se achar, acrescido das perdas e danos, num e noutro caso.
Obrigação de dar coisa incerta  A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade  A coisa incerta é indeterminada, mas determinável. A indicação do gênero e da quantidade é o mínimo necessário para que exista obrigação de dar coisa incerta.
Genus nunquam perit  O gênero nunca perece.
Concentração  ato unilateral da escolha. 
Na obrigação de dar coisa incerta, a concentração cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. Mas não poderá dar coisa pior, nem está obrigado a prestar coisa melhor  princípio do meio-termo.
→ Podem as partes convencionar que a escolha competirá a terceiro.
→ Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. (genus nunquam perit) → após a escolha, a coisa passa-se como objeto determinado da obrigação.
→ dinheiro é coisa incerta por excelência.
→ quando se tratar de gênero limitado (por exemplo, animais de uma determinada fazenda), perecendo todas as espécies que o componham acarretará a extinção da obrigação.
Das obrigações de fazer → a obrigação de fazer abrange o serviço humano em geral, seja material ou imaterial, a realização de obras e artefatos, ou a prestação de fatos que tenham utilidade para o credor. → Deve ser lícita e possível.
→ Obs.: Quem se obriga a fazer alguma coisa não pode ser constrangido a fazê-la, resolvendo-se a obrigação em perdas e danos, quando não foi cumprida devidamente. → Art. 5º, inc. II: Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se não em virtude de lei.
Espécies → As obrigações de fazer podem ser classificadas em:
→ personalíssima/infungível/imaterial → o devedor exonera-se somente quando ele próprio cumpre a prestação
→ não personalíssima / impessoal / fungível/ material → não há exigência expressa, nem se trata de ato ou serviço cuja execução dependa de qualidades pessoais do devedor. Nesse caso, pode o credor providenciar a sua execução por terceiro, caso o devedor não a cumpra. → Para que o fato seja prestado por terceiro é necessário que o credo o deseje, pois ele não é obrigado a aceitar de outrem a prestação.
Inadimplemento da obrigação de fazer→ sem culpa do devedor → resolver-se-á a obrigação.
Com culpa do devedor → responderá por perdas e danos.
Multa astreinte → multa diária que incide enquanto durar o atraso no cumprimento da obrigação → busca pelo resultado prático.
Atualmente, a regra quanto ao descumprimento da obrigação de fazer ou não fazer é a da execução específica, sendo exceção a resolução em perdas e danos. → Busca pelo resultado prático.
Obrigações fungíveis ou impessoais Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Obrigações de não fazer → impõe ao devedor um dever de abstenção. → se o devedor praticar o ato a que se obrigou a abster-se, o credor poderá exigir, com base no art. 251 CC/02, o seu desfazimento, se possível, ressarcindo, ainda, o culpado, por perdas e danos→ São ilícitas convenções em que se exija sacrifício excessivo da liberdade do devedor ou que atentem contra os direitos fundamentais da pessoa humana.
Inadimplemento da obrigação negativa praticado o devedor ato, a cuja abstenção se obrigara, o credo pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado por perdas e danos. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. Incorre o devedor em mora desde o dia em que executa o ato de que deveria abster-se. A mora, nas obrigações de não fazer, é presumida pelo só descumprimento do dever de abstenção, independente de qualquer intimação.
Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne possível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. assim, por exemplo, não pode deixar de atender à determinação da autoridade competente, para construir um muro ao redor de sua residência, o devedor que prometera manter cercas vivas.
Das obrigações alternativas e cumulativas Havendo pluralidade de prestações, dizemos que a obrigação é complexa ou composta e se desdobra, então, nas seguintes modalidades: obrigações cumulativas, obrigações alternativas e obrigações facultativas.
Na obrigação cumulativa/conjuntiva, há uma pluralidade de prestações e todas devem ser solvidas, sem exclusão de qualquer delas. Estão ligadas pela conjuntiva “e”.
Na obrigação alternativa/disjuntiva, tem por conteúdo duas ou mais prestações, das quais uma somente será escolhidapara pagamento ao credor e liberação do devedor. Está ligada pela disjuntiva “ou”. Trata-se de obrigação única, com várias prestações, realizando-se, pela escolha, com força retroativa, a concentração numa delas e a consequente exigibilidade, como se fosse simples desde a sua constituição.
OBS.: Pode ocorrer, nos negócios em geral, uma conjugação entre duas espécies, por exemplo, obrigação alternativa e de dar coisa incerta (obrigação de entregar dez sacas de milho ou dez sacas de café).
Direito de escolha nas obrigações alternativas o ato de escolha, assim como nas obrigações de dar coisas incertas, denomina-se concentração. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. (caráter supletivo). Podem as partes, ainda, estipular (deve ser expressa), que a escolha caiba ao credor ou a terceiro. Se o terceiro não puder, ou não quiser aceitar a incumbência, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. em caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
O devedor não pode obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra, bem como o credor não pode exigir parte em uma e parte em outra.
Se a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
A concentração Cientificada a escolha, dá-se a concentração, ficando determinado, de modo definitivo, sem possibilidade de retratação unilateral, o objeto da obrigação. Não se exige forma especial para a comunicação. Basta a declaração unilateral da vontade, sem necessidade da aceitação. 
Impossibilidade das prestações Se uma das duas prestações não puder se objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra (impossibilidade material). No caso de impossibilidade jurídica, por ilícito um dos objetos, a obrigação é nula.
Impossibilidade superveniente, por culpa do devedor dar-se-á a concentração da dívida na outra, ou nas outras, prestações. 
Impossibilidade de TODAS as prestações Sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. Com culpa do devedor, CABENDO-LHE A ESCOLHA ficará obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. CABENDO A ESCOLHA AO CREDOR poderá este exigir qualquer das prestações (e não somente a que por último pereceu), além das perdas e danos.
Se APENAS UMA DAS PRESTAÇÕES SE TORNAR IMPOSSÍVEL, por culpa do devedor, CABENDO A ESCOLHA AO CREDOR o credor terá direito de exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos.
Obrigações facultativas Trata-se de obrigação simples, em que é devida uma única prestação, ficando, porém, facultado ao devedor, e só a ele, exonerar-se mediante o cumprimento de prestação diversa e predeterminada. É A OBRIGAÇÃO COM FACULDADE DE SUBSTITUIÇÃO O credor só pode exigir a prestação obrigatória. Não necessita do consentimento do credor para realizar uma prestação diferente da prestação devida.
Obrigações divisíveis e indivisíveis
São obrigações compostas/complexas pela multiplicidade de sujeitos Há um desdobramento de pessoas no polo ativo ou passivo.
A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
A obrigação é divisível quando a obrigação tem por objeto uma coisa ou fato suscetível de divisão.
Nas obrigações divisíveis cada um dos credores só têm direito de exigir sua fração no crédito. De modo idêntico, cada devedor só é responsável pela sua quota parte. se o devedor solver integralmente a dívida a um só dos vários credores, NÃO SE DESOBRIGARÁ com os demais concredores (quem paga mal, paga duas vezes). a insolvência de um dos codevedores não aumentará a quota dos demais. suspensão da prescrição, especial a um dos devedores, não aproveita aos demais, bem como a interrupção da prescrição por um dos credores não beneficia os outros; operada contra um dos devedores não prejudica os demais.
Espécies de indivisibilidade A indivisibilidade pode ocorrer pela Natureza das coisas / indivisibilidade natural Determinação da lei / indivisibilidade legal Vontade das partes/ indivisibilidade subjetiva ou intelectual.
Efeitos da divisibilidade e da indivisibilidade da prestação Se a obrigação é divisível, presume-se esta dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores, ou devedores. Cada devedor só deve sua quota parte.
Pluralidade de devedores havendo dois ou mais devedores, se a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. O devedor que paga a dívida toda SUB-ROGA-SE (AÇÃO REGRESSIVA) no direito do credor em relação aos outros coobrigados. Nesse caso (pluralidade passiva), o credor poderá exigir o cumprimento de cada um dos devedores, respondendo o escolhido e interpelado pelo pagamento da prestação única ou integral, ou o credor tem que interpelar todos eles, para validamente exigir o cumprimento. Desta forma, embora concorram várias pessoas, cada credor tem direito de reclamar a prestação por inteira e cada devedor responde também pelo todo. No caso de obrigação indivisível, a solidariedade é somente de fato, tendente a desaparecer se prestação se resolver em perdas e danos. 
Pluralidade de credores, obrigação indivisível Se a pluralidade por dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira, mas o devedor ou os devedores se desobrigarão, pagado *a todos conjuntamente, *a um, dando este CAUÇÃO DE RATIFICAÇÃO dos outros credores. se só um dos credores receber a prestação por inteira, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. Se um dos devedores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros, mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credo remitente. OBS.: O MESMO CRITÉRIO SE OBSERVARÁ EM CASO DE TRANSAÇÃO, NOVAÇÃO, COMPENSAÇÃO OU CONFUSÃO.
Remitir = perdoar.
Transação = é negócio jurídico bilateral, pelo qual as partes previnem ou terminam relações jurídicas controvertidas por meio de concessões mútuas.
Novação = criação de nova obrigação para extinguir uma anterior.
Compensação = meio de extinção de obrigações, porém entre pessoas que, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra.
Confusão = as qualidades de credor e devedor encontram-se na mesma pessoa.
Perda da indivisibilidade Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. Se houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. ->ESTES CONTINUARÃO OBRIGADOS PELO PAGAMENTO DE SUAS COTAS.
Das obrigações solidárias
Conceito e características Há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à divida toda. o credor poderá exigir de qualquer codevedor o cumprimento por inteiro da obrigação. cumprida por um dos devedores a obrigação, estarão desobrigados os demais ANTE O CREDOR COMUM, POIS QUEM SOLVEU A OBRIGAÇÃO POR INTEIRO PODERÁ RECOBRAR DOS OUTROS AS RESPECTIVAS PARTES, DESTA VEZ, A OBRIGAÇÃO DEIXA DE SER SOLIDÁRIA. Se algum dos devedores for ou se tornar insolvente, quem sofre o prejuízo de tal fato não é o credor, como sucede na obrigação conjunta, mas o outro devedor, que poderá ser chamado para solver a dívida por inteiro.
Características das obrigações solidárias 
Pluralidade de sujeitos
Multiplicidade de vínculos (tem-se tantas obrigações quantos forem os titulares).
Unidade de prestação (não permite que a obrigação seja cumprida mais de uma vez).
Corresponsabilidade dos interessados (o pagamento efetuado por um, extingue a obrigação dos demais, embora o que tenha pago possa reaver dos outros as quotas de cada um).
Natureza jurídica da solidariedadeConstitui modo de assegurar o cumprimento da obrigação.
Diferenças entre a solidariedade e a indivisibilidade Perde a qualidade de indivisível a obrigação indivisível que resolver em perdas e danos. Na solidariedade, entretanto, isso não ocorre. 
Princípios comuns à solidariedade A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou codevedores, e condicionada, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente para outro. OU SEJA, AS RELAÇÕES JURÍDICAS REFERENTES A CADA TITULAR PODEM SER DISPARES, EVIDENCIANDO UMA MULTIPLICIDADE DE VÍNCULOS.
Solidariedade ativa Na solidariedade ativa concorrem dois ou mais credores, podendo qualquer deles receber integralmente a prestação devida. O devedor libera-se pagando a qualquer deles a prestação, devendo o credor que a recebeu pagar as demais quotas de cada um. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. a interrupção da prescrição, requerida por um, estende-se a todos. se um dos cocredores se torna incapaz, nenhuma influência exercerá sobre a solidariedade O devedor não pode pretender pagar ao credor demandante apenas quantia equivalente a sua quota-parte, mas terá, isso sim, de pagar-lhe a dívida inteira. Enquanto não houver cobrança judicial, poderá o devedor pagar a qualquer um dos credores. se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a sua quota parte, salvo se a obrigação for indivisível, ou se só deixou um herdeiro, se os herdeiros agem conjuntamente. Convertendo a obrigação em perdas e danos SUBSISTE, PARA TODOS OS EFEITOS, A SOLIDARIEDADE. a um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, o julgamento favorável, aproveita-lhe, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
Extinção da obrigação solidária o pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante que foi pago.
Direito de regresso o credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes cabia.
Solidariedade passiva Consiste na concorrência entre dois ou mais devedores. cada devedor está obrigado à sua prestação na sua integralidade, como se tivesse contraído sozinho o débito. Traz maior segurança ao crédito Se quiser, poderá o credor exigir parte do débito de cada um dos devedores separadamente. o credor pode cobrar de qualquer devedor a dívida inteira se um devedor paga a prestação, todos ficam livres. as obrigações de cada devedor são individuais e autônomas, mas encontram-se entrelaçadas numa relação unitária, em virtude da solidariedade.
Direitos do credor o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados SOLIDARIAMENTE pelo resto Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Efeitos da morte de um dos devedores solidários Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que correspondente ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível, mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. o herdeiro não responde por encargos superiores das forças da herança. a morte de um dos devedores solidários não rompe a solidariedade, que continua a onerar os demais codevedores. “Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes”. O credor pode renunciar a solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Impossibilidade da prestação a impossibilidade da prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. o devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou foça maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.

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