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Resumo Direito Civil Obrigações (parte 1)

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Fichamento Obrigações
Introdução
Conceito e Importância do Direito das Obrigações
	Esse ramo do Direito Civil, o Direito das Obrigações, é menos flexível e sobre menos interferência de alterações externas, alteração de valores, princípios sociais e hábitos, em resumo mutações sociais. 
	Conceito: conjunto de normas (regras e princípios jurídicos) reguladoras das relações patrimoniais entre um credor (sujeito ativo) e um devedor (sujeito passivo) a quem incumbe o dever de cumprir, espontânea ou coativamente, uma prestação de dar, fazer ou não fazer.
Evolução Histórica do Direito das Obrigações
	Na Grécia antiga, não havia o termo “obrigações”, mas existia uma noção dessa figura jurídica. As relações obrigatórias foram divididas em dois tipo: (a) Voluntárias, ou seja, decorrentes de um acordo entre as partes; (b) Involuntárias, relação gerada a partir do acontecimento de um fato que gera uma obrigação, dividida em duas opções, se o ato ilícito foi cometido às escuras ou se foi por meio de violência. Na Roma um equivalente seria nexum (espécie de empréstimo) o que dava ao credor direito de exigir do devedor o cumprimento de determinada prestação. Do conceito antigo para o conceito moderno de obrigações só está no seu conteúdo econômico, deslocando-se garantia da pessoa do devedor para o seu patrimônio.
Âmbito do Direito das Obrigações
	O credor ganha um direito pessoal exercitável contra o devedor, a quem se impõe o dever de prestar (dar, fazer ou não fazer). Entretanto o credor não tem poderes de proprietário em relação à coisa ou à atividade objeto da prestação. Trata-se de um direito eminente pessoal, cuja correlata uma obrigação (dever de prestar) é a própria atividade de prestar. Conclui-se que o cumprimento da prestação (atividade do devedor) constitui o objeto imediato da obrigação e do próprio direito de crédito, não a coisa em si (dinheiro, casa, etc...) .
Distinções Fundamentais Entre Direitos Pessoais e Reais
	A corrente realista, fala que real é o direito que traduzo poder jurídico direto de uma pessoa sobre uma coisa, submetendo-a a todos ou em alguns aspectos, ou seja, para essa corrente não existe a necessidade de um outrem para a relação. A doutrina personalista, não reconhece a existência jurídica de uma relação travada entre um homem e uma coisa, e o direito seria um direitos de crédito (de conteúdo patrimonial). 
Obrigações Reais ou Mistas
Obrigações in rem, ob rem, propter rem, obrigações reais ou obrigações mistas (tudo significa a mesma coisa) trata de obrigações que foram contraídas, transmitidas automaticamente para o novo titular da coisa a que se relaciona ao contrário das obrigações em geral. A propter se distingue de obrigações com eficácia por terem a existência da possibilidade da oponibilidade de terceiros na prestação se já estiver anotado preventivamente no registro. E também trata da fruição e disposição da propriedade, com oponibilidade erga omnes.
Conceitos Relacionados
	Obrigação: dever do sujeito passivo de satisfazer uma prestação positiva ou negativa em benefício do credor.
	Responsabilidade: refere-se a autorização, dada pela lei, ao credor que não foi satisfeito, de acionar o devedor, alcançando seu patrimônio, que responderá pela prestação. 
	Toda obrigação descumprida permite a responsabilização, mas poderá haver responsabilização sem obrigação.
	Estado de sujeição: é a situação da pessoa de suportar, sem nada poder fazer, o poder jurídico dado a uma outra pessoa. Esse estado de sujeição não traduz uma relação jurídica obrigacional, por não existir o dever de prestar.
	Ônus jurídico: é oportunidade e conveniência, é o comportamento que a pessoa deve observar para garantir um maior benefício, suportando um prejuízo em troca de uma vantagem. Não se trata deum dever de prestar mas de um encargo que deve ser cumprido em prol de um benefício maior. Não é imposto por lei, e só se torna legal se é aceitado se onerado aceita a estipulação contratual. Exemplo: o cara que usa a fazenda, o doador (quem doa), faz um pagamento mensal à tia idosa do donatário (quem recebe a doação), que é o dono da fazenda.
Estrutura da Obrigação
Noções Gerais
	“Entendida a obrigação...como a relação jurídica pessoal por meio da qual uma parte (devedora) fica obrigada a cumprir, espontaneamente ou coativamente, uma prestação patrimonial em proveito da outra (credora), é necessário analisar sua constituição estrutural agora.
	A relação obrigacional possui três elementos fundamentais:
a) Subjetivo/ pessoal: 
- sujeito ativo (credor)
- sujeito passivo (devedor)
	b) Objetivo/ material: prestação
	c) Ideal, Imaterial ou espiritual (o vínculo jurídico)
	Assim, o sujeito passivo (devedor) obriga-se a cumprir uma prestação patrimonial de dar, fazer ou não fazer (objeto da obrigação), em benefício do sujeito ativo (credor). 
Elemento Subjetivo/material: Sujeitos da Relação Obrigacional
	Credor: sujeito ativo da relação obrigacional, é o titular do direito de crédito, ou seja, é o detentor do poder de exigir.
	Devedor: sujeito passivo da relação obrigacional, é a parte que deve efetuara prestação.
	Para que se possa reconhecer a existência jurídica de uma obrigação devem ser determinados ou determináveis. Entretanto há casos em que pode haver a indeterminabilidade subjetiva ativa na relação obrigacional, ou seja, não se identificou o sujeito ativo no caso o credor (art. 854 e 1.512); e também a indeterminabilidade sujeita passiva da relação obrigacional, ou seja, não foi possível identificar o devedor da obrigação. 
	Obrigação ambulatória: quando a indeterminabilidade do credor ou do devedor participar do destino natural dos direitos oriundos da relação, ou seja, for da própria essência da obrigação examinada. Quando há confusões há respeito disso será extinto a obrigação (art. 381 e 1.049). 
	Na relação obrigacional podem aparecer figuras secundárias ou coadjuvantes:
a) Representantes: legais (pais ou tutores ou curadores) ou voluntários (mandatários) que declaram a vontade por contado representado;
b) Núncios: meros transmissores da vontade do declarante, mensageiros da vontade de outrem.
Elemento Objetivo: a Prestação (o coração da relação obrigacional)
	Primeiramente, a obrigação possui dois tipos de objeto:
a) Objeto direto/ imediato;
b) Objeto indireto/ mediato.
O objeto direto da obrigação (e, logo, do direito de crédito) é a própria atividade positiva (ação) ou negativa (omissão) do devedor, satisfativa do interesse do credor -- chama-se prestação, que sempre terá conteúdo patrimonial. 
Para ser um objeto direto da obrigação a prestação deverá ser: lícita, possível e determinada (determinável).
O objeto direto da obrigação:
					Coisa certa
			De dar 
a) Positiva				Coisa incerta
De fazer
b) Negativas 		De não fazer
Dentro das prestações positivas (ação) de dar a coisa certa se encaixa em um contrato de venda e compra em que foi vendido um carro específico e que todas as condições do carro foram tratadas e foi entregue do modo em que foi combinado.
Dentro das prestações positivas (ação) de dar coisa incerta trata de um contrato ou acordo entre o credor e o devedor em que o carro tinha problemas e o credor não informou ao devedor, o devedor acha que está comprando uma coisa mas chega outra incerta no lugar.
Dentro das prestações positivas (ação) de fazer trata de uma prestação de conduta comissiva, ou seja, uma conduta feita em pública.
As prestações negativas (omissão) de não fazer consiste em abstenções juridicamente relevantes, em não realizar determinadas ações, trata-se de uma prestação de fato negativa.
O objeto indireto fica fácil de se entender quando repetida a frase: “Para ser um objeto direto da obrigação a prestação deverá ser: lícita, possível e determinada (determinável).”. O objeto indireto trata do objeto da própria prestação em total, ou seja, do bem da vida posto em circulação jurídica. Trata-se, então, da coisa de interesse do credor, podendo usar de exemplo os carros, tanto o certo quanto o incerto.
O objeto da obrigação (prestação - dar, fazer ou não fazer)não deve ser confundido com seu conteúdo. Enquanto o primeiro trata da atividade do devedor de ar, fazer ou não fazer; o segundo consiste “no poder do credor de exigir a prestação e a necessidade jurídica do devedor de cumpri-la”, esse poder do credor juntamente com a necessidade do devedor formam o conteúdo da relação obrigacional. 
Elemento Ideal: O Vínculo Jurídico entre Credor e Devedor
	Cuida-se do elemento espiritual ou abstrato das obrigações, consistente no vínculo jurídico entre credor e devedor.
	Relação pessoal pela qual fica o devedor obrigado (vinculado) a cumprir uma prestação patrimonial de interesse do credor.
	O fato jurídico, fonte das obrigações, não é considerado um elemento ideal devido ao fato de ocorrer antes da relação jurídica obrigacional. A obrigação é a própria consequência jurídica do fato.
Objeto da Obrigação – A Prestação
Considerações Iniciais 
	Revendo, a prestação – entendida com a atividade do devedor direcionada à satisfação do crédito – pode ser positiva (dar ou fazer) ou negativa (não fazer). As obrigações são divididas da mesma forma, positivas e negativas. Mas primeiramente falaremos sobre patrimonialidade e se está é indispensável para a caracterização da prestação.
	A prestação deve ser patrimonial, se não tem ideia econômica, e sem valor pecuniário não há como calcular danos, não existe uma relação obrigacional, geralmente. “A ausência economicidade (patrimonialidade) da honra já prejudicaria o reconhecimento da existência e validade jurídica da relação obrigacional (e da própria prestação).” 
Entretanto existem casos em que há uma relação obrigacional sem uma prestação com valor pecuniário. Exemplo: um homem que por meio de um contrato fica proibido de ligar o som depois que anoitece para não incomodar os outros vizinhos, não existe economicidade, mas não se pode falar que não existe uma relação obrigacional. (art. 398).
Caracteres 
	A prestação para ser considerada válida deve ser lícita, possível e determinada.
Licitude
	A licitude da prestação traz a ideia de aplicar os limites impostos pelo direito e pela moral dentro da prestação. Ninguém pode pedir como prestação que o devedor cometa um crime.
	Existe uma diferença entre a prestação juridicamente impossível e a prestação ilícita, a primeira trata de ser uma prestação não admitida pela lei; a segunda além de não ser admitida pela lei também constitui ato punível. 
	Os princípios que informam a ilicitude da prestação são os mesmos que dão a tônica de sua impossibilidade jurídica.
Possibilidade
	A prestação para ser considerada válida, além de ser lícita, deve ser possível fisicamente e juridicamente.
	É considerada uma prestação fisicamente impossível quando é irrealizável segundo as leis da natureza, como por exemplo obrigar o devedor a pavimentar o solo da lua. 
	A impossibilidade jurídica em seu conceito se confunde com a própria ilicitude. A prestação juridicamente impossível é vedada pelo ordenamento jurídico, como por exemplo um devedor não pode como pagamento alienar um bem público, ou transferir a herança de pessoa viva.
	Uma prestação inválida (nula) ocorre quando a prestação é completamente irrealizável. Se a impossibilidade for parcial fica a critério do credor.
	A impossibilidade é dividida em dois tipos no assunto de momento de ocorrência: 
a) Impossibilidade originária: é uma impossibilidade que surge ao mesmo tempo que a formação da relação obrigacional, tornando-a nula, porém se for sanada a relação não se tornará nula.
b) Impossibilidade superveniente: é uma impossibilidade que surge depois da formação da relação obrigacional, podendo ser parcial, logo haverá o aproveitamento parcial da prestação, ou será completamente impossível, tornando-se nula, extinguindo a obrigação.
Determinabilidade
	Para ser válida a prestação deve apresentar elementos mínimos de identificação e individualização, ou seja, deverá ser determinada, ou pelo menos, determinável. 
	A prestação determinada se trata da prestação já especificada, certa, individualizada. A prestação determinável é aquela que ainda não é especificada, mas que contém elementos mínimos de identificação, é o objeto das obrigações genéricas.
Principais Modalidades de Prestação
	Como foi dito antes, o Direito das Obrigações não sofre tanta mudança com o passar do tempo, por não se relacionar com mudanças sociais. As prestações sofrem influencias socioeconômicas vigentes em dada sociedade, devido ao fato de o Direito das Obrigações estar ligado ao fator econômico.
	Tipos de prestação:
a) Prestações de fato (próprio ou de terceiros);
b) Prestações de coisa (atual ou futura);
c) Prestações instantâneas e contínuas.
As prestações de fato são aquelas que consistem na atividade do próprio devedor, voltada à satisfação do crédito.
As prestações de coisa consistem na atividade de dar (transferindo-se a propriedade da coisa), entregar (transferindo-se a posse ou detenção da coisa) ou restituir (quando o redor recupera a posse ou detenção da coisa entregue ao devedor). Dentro da prestação de dar, ainda, exige-se, além do título (em regra o contrato), uma solenidade de transferência (modo). Esta solenidade é a tradição, para bens móveis, e o registro, para bens imóveis.
As prestações são em sua generalidade atual, mas nada impede que possa ser futura.
As prestações podem ser instantâneas ou contínuas. São instantâneas quando são realizadas em apenas um só ato, como por exemplo a obrigação de pagar uma coisa à vista (nada impede que possa ser uma prestação futura ao mesmo tempo). As prestações contínuas realizam-se ao longo do tempo, ou em prestações periódicas, como parcelar certo valor de uma coisa.
Classificação Básica das Obrigações 
 Obrigação de Dar
	Tem por objeto a prestação das coisas, a atividade do devedor, atividade de dar (transferindo propriedade da coisa), entregar (transferindo-se a posse ou a detenção da coisa) ou restituir (quando o credor recupera a posse ou a detenção da coisa entregue ao devedor). 
Dividindo-se em obrigação de dar coisa certa (arts. 233 a 242) a e obrigação de dar coisa incerta (arts. 234 a 246).
Obrigação de dar a coisa certa
	O devedor obriga-se a dar, entregar ou restituir coisa específica, certa, determinada.
 E o credor não está obrigado a receber outra coisa senão aquela descrita no título da obrigação (contrato). “O credor não é obrigado a receber prestação diversa.” 
	Aplica-se para as obrigações de dar coisa certa o princípio jurídico de que o acessório segue o principal. O devedor não poderá se negar a dar ao credor aqueles bens que, sem integrar a coisa principal, secundam-na por acessoriedade, como devolver uma casa (principal) juntamente com as benfeitorias realizadas nela (secundária). 
	Em caso de perda ou perecimento (prejuízo total):
a) Se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição (da entrega da coisa) ou pendente condição futura suspensiva (o negócio encontra-se subordinado a um acontecimento futuro e incerto) fica resolvida a obrigação para ambas as partes, suportando o prejuízo o proprietário que ainda não havia entregado a coisa;
b) Se a coisa se perder, por culpa do devedor, este deverá responder pelo equivalente (valor da coisa), mais perdas e danos, suportará a perda o causador do dano.
Em caso de deterioração (prejuízo parcial):
a) Se a coisa se deteriora, sem culpa do devedor, poderá o credor, sob seu critério, resolver a obrigação ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu;
b) Se a coisa se deteriora, por culpa do devedor, o credor pode exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que está, com direito a reclamar a indenização pelas perdas e danos.
Casos de restituição a prestação consiste na devolução da coisa recebida pelo devedor:
a) Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. Com o credor sem direito de pedir indenização. E ressalvou os dias ate o dia da perda, assimse a coisa gerou lucro até sua perda (sem intervenção do devedor) o credor terá direito sobre esses lucros até o momento da destruição fortuita da coisa principal;
b) Se a coisa que era pra ser restituída e se deteriora por culpa do devedor, o credor pode pedir o equivalente (valor do objeto), mais perdas e danos; ou então, optar por ficar com a coisa no estado em que está com direito a reclamar indenização pelas perdas e danos correspondentes à deterioração.
Em relação à acréscimos, melhoramentos e frutos:
a) Se não foi de vontade do devedor, quem lucra é o credor, desobrigado a indenização;
b) Se exigiu concurso de vontade ou despesa para o devedor, o credor deverá indeniza-lo em casos de benfeitorias necessárias ou úteis; e deixar levar, desde que não haja prejuízos para a coisa principal, objetos gera os por obras voluptuárias (de embelezamento). Entretanto, se o devedor entrar de má-fé, ele só terá direito de reclamar indenização pelos acréscimos necessários, sem possibilidade de retenção da coisa.
Obrigação de dar a coisa incerta
	Obrigação de dar coisa incerta, sua prestação consiste na entrega de coisa especificada apenas em espécie/gênero e quantidade, não em qualidade, trata-se das obrigações genéricas. 
	Operação/Momento em que se especifica a prestação, convertendo a obrigação genérica em determinada, denomina-se “concentração de débito” ou “concentração da prestação devida”. Essa concentração de prestação se fará por parte do devedor, se não houver nada escrito sobre isso previamente no título da obrigação. Mas a liberdade de escolha não é absoluta, já que o devedor não poderá dar a coisa pior, nem ser obrigado a dar a coisa melhor.
	Obviamente, nas obrigações de dar coisa incerta, em que a prestação inicialmente é indeterminada, o devedor não pode alegar perda ou deterioração da coisa antes de fazer sua escolha – ou seja, antes da concentração de débito.
Obrigação de dar dinheiro (obrigações pecuniárias)
	Primeiramente o dinheiro do pagamento deve ser na moeda corrente nacional e pelo valor nominal, com exceção de relações contratuais internacionais. (art. 315).
	 O princípio de nominalismo que regula as denominadas:
 “dívidas de dinheiro”. 
	Uma dívida deve ser paga com a moeda corrente nacional, com o valor adequado instituído previamente, especificado no título da dívida, mesmo com qualquer inflação que possa ter desvalorizado, ou seja, mesmo que o dinheiro não seja o bastante para comprar a coisa especificada no mercado atual.
	“dívidas de valor”
	Esta sim é influenciada pela instabilidade da nossa economia. Estas não tem como objetivo o dinheiro em si, mas sim o próprio valor econômico (aquisitivo) expresso pela moeda. Como exemplo uma obrigação de fornecer alimentos, não é dinheiro que está em jogo exatamente. A indenização nesses casos deve ser justa. Deve ser paga ao expropriado (ex dono) não uma soma em dinheiro, simplesmente, mas também uma importância que corresponda ao valor da coisa desapropriada.
	Por fim, a teoria da imprevisão, consiste na ideia de que as partes contratantes concordam que em uma relação obrigacional que tem sua prestação envolvida com eventos futuros, imprevisíveis e não imputável às partes, com reflexos sobre a economia do contrato, então poderá ser realizada uma revisão ou, até mesmo, seu desfazimento, pelo princípio da equidade.
	O art. 317, agora da poderes para o juiz para que ele corrija o valor econômico do contrato, se motivos imprevisíveis, supervenientes, tornarem manifestamente desproporcional o valor inicial da prestação devida estipulada ao tempo da celebração do negócio; dá para “o juiz poderes para atualizar monetariamente a prestação contratual”.
Obrigação de fazer
	Como foi dito antes, nas obrigações de fazer o que importa para o credor é a própria atividade do devedor. 
	Dentro das obrigações de fazer vale ressaltar se a prestação do fato pode ser fungível ou infungível.
	A obrigação de fazer será fungível quando não houver nenhuma restrição que diga que o serviço não possa ser realizado por um terceiro, exemplo, você chama o encanador A e vem um B, sem problemas, mas o credor pode reclamar. (art. 249)
	A obrigação de fazer será infungível quando no título da obrigação esteja claro que apenas o devedor indicado seja o único que possa realizar o trabalho, exemplo um pintor de paisagens que você contratou, ele não pode mandar outro cara. Trata-se das chamadas obrigações personalíssimas, cujo a atividade não pode ser realizada por outrem devido a determinadas qualidades especiais que se contratou.
	Consequências do descumprimento das obrigações de fazer (art. 248): 
a) Se a prestação do fato se tornar impossível, sem culpa do devedor, a obrigação extingue-se por força do evento fortuito, ou seja, resolver-se-á a obrigação, sem que haja a obrigação de indenizar.
b) Se a prestação do fato se tornar impossível, por culpa do devedor, esse poderá ser obrigado a indenizar a outra parte devido ao prejuízo causado, pagando por perdas e danos. 
DESCUMPRIMENTO CULPOSO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER: A SUA TUTELA JURÍDICA
	Pela noção mais básica e fundamental de que a liberdade humana tem o valor maior na sociedade, faz, assim, com que a resolução em perdas e danos seja a única consequência para o descumprimento das obrigações de fazer ou não fazer, desde que seja respeitado os direitos fundamentais em total.
No Código do Consumidor encontramos os artigos que bem explicam as consequências em cada situação:
  Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
        § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
        I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
        II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
        III - o abatimento proporcional do preço.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
        I - o abatimento proporcional do preço;
        II - complementação do peso ou medida;
        III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
        IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
 Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
        I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
        II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
   III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.   
	Se, entretanto, ainda é possível cumprir-sea obrigação pactuada, deve assim a ordem jurídica buscar satisfaze ao máximo, em termos justos, o credor com a efetiva prestação. Tendo direito a receber tudo aquilo e precisamente aquilo que tem direito a obter, sem indenizações. Percebe-se que a “tutela ressarcitória pelo equivalente permite apenas o sacrifício em dinheiro e não de valores concretos, como o do bem prometido ao credor”. (LUIZ MARINONI).
				Impossível cumprimento			Perdas e danos
					posterior
Descumprimento de 
obrigação de fazer
Tutela específica + perdas e danos (até efetivação da tutela).
				Possível cumprimento			OU
					Posterior
Perdas e danos (se o autor não tiver mais interesse na obrigação de fazer).
Obrigação de não fazer
	A obrigação de não fazer tem por objeto uma prestação negativa, um comportamento omissivo do devedor.
	Como a ideia de uma relação obrigacional de não fazer em que o contrato explica que o dono do prédio NÃO PODE construir mais do que três andares.
	Não são aceitas, consideradas lícitas, qualquer obrigação de não fazer que viole um princípio de ordem pública ou viole alguma garantia fundamental.
DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER
	Se o resultado do fato ocorreu sem culpa do devedor, extingue-se a obrigação, sem perdas e danos (art. 250).
	Se o resultado do fato teve culpa do devedor, o credor poderá exigir dele que o desfaça, sob uma pena de desfazer à sua custa, ressarcindo-o de perdas e danos.
DESCUMPLRIMENTO CULPOSO DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER: A SUA TUTELA JURÍDICA
					Impossível desfazimento		Perdas e danos.
Descumprimento de 
Obrigação de não fazer
Tutela específica + perdas e danos (até a efetivação da tutela).		
					Possível desfazimento 			OU
		
Perdas e danos (se o autor não tiver mais interesse a obrigação de não fazer).
Classificação Especial das Obrigações
Outros Critérios
 	Subjetivo: os sujeitos da relação obrigacional
	Objetivo: o objeto da relação obrigacional_ a prestação
Classificação Especial das Obrigações 
· Considerando o elemento subjetivo (sujeitos), as obrigações podem ser:
· Fracionárias
· Conjuntivas
· Disjuntivas 
· Solidárias
· Considerando o elemento objetivo (a prestação):
· Alternativas
· Facultativas
· Cumulativas 
· Divisíveis ou Indivisíveis
· Líquidas ou Ilíquidas
Para critérios menos abrangentes:
· Quanto ao elemento acidental, temos:
· Obrigação condicional
· Obrigação a termo
· Obrigação modal
· Quanto ao conteúdo:
· Obrigações de meio
· Obrigações de resultado
· Obrigações de garantia
As obrigações propter rem ou ob rem merecem tratamento especial.
Classificações Especiais Quanto ao Elemento Subjetivo (sujeitos):
Obrigações fracionárias (parciais)
	Ocorre quando há uma pluralidade de devedores o credores, em que cada um deles corresponde a apenas a sua parte da dívida ou tem direito apenas a uma devida proporcionalidade do crédito. 
	Essas obrigações não formam um crédito coletivo e quanto aos devedores, é dividido o cumprimento da prestação entre eles. Pressupõe-se assim a divisibilidade da prestação. 
	Regras básicas:
a) Cada credor não pode exigir mais do que a parte que lhe corresponde, e cada devedor não tem a obrigação de pagar mais do que sua parte;
Vemos aqui uma espécie de obrigação com objeto divisível (um exemplo são as obrigações pecuniárias).
Obrigações conjuntas (unitárias, obrigações em mão comum)
	Ocorre quando há uma pluralidade de devedores ou de credores, impondo a todos o pagamento conjunto de toda a dívida, sendo que o credor(es) não pode(m) exigir o pagamento completo individualmente. 
	Essas obrigações sugerem a existência de patrimônio separado. O direito do credor não cai sobre apenas um dos devedores, mas sobre todos como um conjunto.
	“Nenhum dos devedores poderá pretender o pagamento isolado de sua quota, para se eximir da obrigação, nem o credor poderá exigir o pagamento parcial da dívida, buscando um adimplemento parcial”. Tudo deve ser pago em conjunto para se absterem da obrigação.
Obrigações disjuntivas 
	São as obrigações em que existe uma pluralidade devedores e estes se alternam no pagamento da dívida, e cabe ao credor a escolha do demandado; o direito regressivo do devedor que paga, neste caso de obrigação não há uma relação interna entre os devedores. Mas essa obrigação é um pouco arriscada para o credor que se pudesse cobrar dos três teria uma maior garantia patrimonial para satisfazer seu crédito. 
Obrigações solidárias (solidariedade, solidariedade ativa, solidariedade passiva, subsidiariedade)
1. Solidariedade
Existe solidariedade quando, na mesma obrigação, há uma pluralidade de credores, cada um com o direito total da dívida a ser paga (solidariedade ativa) ou quando há uma pluralidade de devedores, cada um deles com a obrigação da dívida total (solidariedade passiva). (art. 246).
Solidariedade Passiva: A, B e C, são credores de D. No título da obrigação (no contrato) foi estabelecido o pagamento de R$ 300 e também estabelecida uma solidariedade passiva. Qualquer um dos credores pode exigir toda a dívida de D. Aquele credor que recebeu o pagamento tem a obrigação de entregar aos outros credores suas quotas-partes respectivas. Mas nada impede que dois ou os três credores cobrem integramente a dívida.
Solidariedade Ativa: A, B e C são devedores de D. Nos termos do contrato ficou estabelecido que os devedores devem pagar solidariamente a quantia de R$ 300. Assim o credor tem o direito de pedir para qualquer um dos devedores o pagamento de toda a dívida pactuada, e não apenas um terço. Mas nada impede de o credor pedir para dois ou os três pagarem. Mas o devedor que pagou a dívida terá uma ação regressiva contra os demais devedores, para haver uma quota-parte de cada um. 
A solidariedade também pode ser resultado da lei. É o que acontece com pais, tutores, curadores, donos de hotéis responsáveis pelos causadores dos danos. (art.932 e 942). 
Por último, não vamos confundir obrigação solidária com Obrigação in solium. Esta obrigação existe a pluralidade de devedores, mas o que os ligam ao credor são diferentes, embora decorram do mesmo fato. Exemplo: você empresta seu carro para um amigo, ele bebe e bate no carro de outro, surgirá diferentes obrigações para cada um deles (para o proprietário do bem e o condutor), sem que haja nenhum tipo de solidariedade entre eles.
1.1 Solidariedade Ativa 
Basicamente qualquer um dos credores pode exigir a prestação por inteiro do devedor, depois de paga este está livre dos outros credores, e o credor que recebeu deve entregar aos outros credores suas quotas-partes respectivas. (art.267). O pagamento feito pelo devedor a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Existe uma relação jurídica interna entre os credores que é irrelevante para o devedor.
É bem raro encontrar esse tipo de solidariedade ativa em contratos pactuada pelas partes.
Existem casos em que um dos credores solidários perdoa a dívida, trata-se de uma remissão de dívida, que é uma forma especial de extinção das obrigações. (art. 1.053 a 1.055).
Em caso de morte de um dos credores, deixando herdeiros (art. 901):
“Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota de crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível”, ou seja, caso não se trate de uma obrigação indivisível. Caso a obrigação seja indivisível (tipo um cavalo) ele poderá exigir por inteiro respondendo perante todos os outros, cada um recebendo sua quota-parte. Mas por exemplo se o credor falecido deixou dois herdeiros E e F, os credores A e B recebem R$100 cada um, enquanto os herdeiros receberão cada um R$ 50, valendo que o cavalo vale 300.
Juiz:
a) Se o juiz desacolheu a defesa (exceção) do devedor, e esta não era de natureza pessoal (ou seja, era comum a todos os credores), o julgamento favorecerá não apenas o credor A, mas também o B e o C.
b) Se o juiz desacolheu a defesa (exceção) do devedor, e esta era de natureza pessoal, (tipo o devedor dizer que foi coagido a assinaro contrato e o juiz não acredita), se ele aponta o credor A como o homem que o coagiu, então pelo juiz não aceitar, A será beneficiado, mas nada muda na esfera jurídica de B ou C.
Ou seja, podem apenas ser beneficiados com a coisa julgada, nunca prejudicados.
1.2. Solidariedade Passiva
Essa solidariedade é muito comum. Ocorre uma pluralidade de devedores, cada um deles obrigado ao pagamento de toda a dívida. O devedor que pagar toda a dívida terá ação regressiva contra os demais coobrigados, para haver uma quota-parte de cada um.
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
É importante lembrar que se a solidariedade não houver sido prevista, a obrigação não poderá ser considerada, por presunção, solidária. 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Podemos visualizar o art. 276 dessa forma:
a) Dívida indivisível: qualquer herdeiro, individualmente, pode ser convocado a pagar tudo, bem como qualquer outro devedor;
b) Dívida divisível: nesse caso, a situação varia se o herdeiro foi acionado sozinho ou em conjunto com os outros herdeiros;
b.1) Acionamento individual: o herdeiro paga apenas sua quota-parte na herança, não podendo ser compelido a pagar mais do que o valor que supera sua herança, a dívida limita-se aos limites da forçada herança.
b.2) Acionamento coletivo dos herdeiros: somente reunidos os herdeiros podem ser compelidos a pagar toda a dívida, pois ocupam em conjunto o lugar do devedor falecido.
	Nada impede que o credor renuncie à solidariedade em favor de um dos devedores, a renúncia pode se dar por manifestação expressa da vontade, excluindo um ou mais devedores, sem extinção da dívida. Mesmo que exonerado o devedor que foi “perdoado” ainda tem obrigações pela parte que caiba ao devedor insolvente (aquele que não disponha de patrimônio suficiente para cumprir a obrigação) 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
2. Subsidiariedade 
É uma forma especial de solidariedade, com preferência ou benefício de execução de bens de um dos obrigados. É uma espécie de preferência dada pela lei que forma uma fila (uma ordem) a ser seguida, primeiramente são demandados os bens do devedor (pois foi ele quem se vinculou, de modo pessoal e originário, à dívida), não tendo sido encontrado os bens do devedor ou não sendo eles suficientes, inicia-se a execução de bens do responsável de caráter subsidiário, por toda a dívida.	
Classificação Especial Quanto ao Elemento Objetivo (prestação)
Obrigações alternativas (disjuntivas)
	As obrigações alternativas ou disjuntivas são aquelas obrigações que tem mais de uma prestação, sendo que o devedor se exonera cumprindo apenas uma delas. Ou seja, são obrigações de objeto múltiplo ou composto, cujas prestações estão ligadas pela partícula disjuntiva “ou”. (Um devedor se livrada obrigação dando um touro ou um carro para o credor). A escolha cabe ao devedor, caso não se tenha estipulado o contrário no título da obrigação. (art.252).
Obrigações genéricas: são determinadas pelo gênero, e somente são individualizadas no mento em que se cumpre a obrigação.
Obrigações alternativas: tem por objeto prestações já específicas, excludentes entre si.
Possibilidades:
a) Mesmo sendo escolha do devedor, o credor não está obrigado a receber parte em uma prestação e parte em outra (princípio da indivisibilidade);	
b) Se a obrigação dor de prestações periódicas, o direito de escolha pode ser exercido em cada período;
c) Havendo pluralidade de optantes (conjunto de devedores que podem optar sobre a prestação que será paga), não havendo uma unanimidade, a decisão caberá ao juiz, caso passe do tempo judicialmente estipulado para que se entendessem;
d) Também caberá ao juiz escolher a prestação a ser cumprida, se o título da obrigação houver deferido esse cargo a um terceiro, e este não quiser ou puder exerce-lo. 
e) Caso o devedor não realize o pagamento no tempo determinado a opção de escolha volta para o credor
Se todas as prestações ficarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
Se a prestações alternativas torna-se impossível por culpa do devedor, não competindo a escolha ao devedor, ficará o devedor obrigado a pagar a última prestação que se impossibilitou mais perdas e danos.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
	Se por culpa do devedor as prestações alternativas tornarem-se impossíveis, mas a escolha couber ao credor, poderá este reclamar o valor de qualquer das prestações mais perdas e danos.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
	Se não houver culpa do devedor, a obrigação concentra-se na prestação remanescente. 
Impossibilidade Total (todas as prestações alternativas):
a) Sem culpa do devedor_ extingue-se a obrigação (art. 256)
b) Com culpa do devedor_ se a escolha cabe ao próprio devedor: deverá pagar o valor da prestação que se impossibilitou por último mais perdas e danos (art. 254); se a escolha couber ao credor: poderá exigir o valor de qualquer uma das prestações mais perdas e danos 
Impossibilidade Parcial (de um das prestações alternativas):
a) Sem culpa do devedor_ concentra-se o débito na prestação subsistente (art. 253)
b) Com culpa do devedor_ se a escolha cabe ao próprio devedor: concentração do débito na prestação subsistente; se a escolha cabe ao credor: poderá exigir a a prestação remanescente ou valor que se impossibilitou mais perdas e danos. (art.255).
Obrigações facultativas
	Considerada facultativa quando o devedor, tendo um único objeto, tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente. 
	Se a prestação inicial se tornar impossível sem culpa do devedor a obrigação extingue-se, sem que o credor tenha direito de exigir prestação subsidiaria. 
	Efeitos:
a) O credor não pode exigir o cumprimento da prestação facultativa;
b) A impossibilidade de cumprimento da prestação devida extingue a obrigação;
c) Somente a existência de defeito na prestação devida pode invalidar a obrigação.
Obrigações cumulativas (conjuntivas)
	São as que tem por objeto uma pluralidade de prestações que devem ser cumpridas conjuntamente. (exemplo: entregar uma casa e certa quantia em dinheiro)
Obrigações divisíveis e indivisíveis 
	Divisíveis: são aquelas que admitem cumprimento fracionado ou parcial da prestação.
	Indivisível: só podem ser cumpridas por inteiro.
	As obrigações de dar podem ser divisíveis ouindivisíveis, as de fazer só serão reputadas divisíveis se a atividade puder ser fracionada, as de não fazer são em regra indivisíveis. 
Divisíveis:
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Indivisíveis: 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
A indivisibilidade pode ser: natural (material, a própria natureza estipula assim); legal (jurídica, decorre de uma norma legal, por motivos de cunho social e econômico); convencional (por opção das partes, por motivos de ordem econômica e razão determinante da ordem jurídica).
Se houver pluralidade de credores, o devedor ou devedores se desobrigará em duas hipóteses: pagando a todos os credores conjuntamente ou pagando a um dando este a responsabilidade de dividir com os outros.
Distinguir:
a) A causa da solidariedade é o título, na indivisibilidade é a natureza da obrigação;
b) Na solidariedade cada devedor paga por inteiro, na indivisibilidade solve a totalidade;
c) A solidariedade é uma relação subjetiva visando facilitar a satisfação do crédito, a indivisibilidade é objetiva assegurando a unidade de prestação;
d) A solidariedade é sempre de origem técnica, resultante da lei ou da vontade das partes, a indivisibilidade justifica-se pela própria natureza da prestação;
e) A solidariedade cessa com a morte dos devedores, a indivisibilidade continua viva enquanto a prestação suportar;
f) A indivisibilidade termina quando a obrigação se converte em perdas e danos, a solidariedade conserva esse atributo.
Obrigações líquidas e ilíquidas
	Líquida é a obrigação certa quanto a sua existência e determinada quanto ao seu objeto, individualizada. 
	Obrigação ilíquida carece de especificação de seu quantum, para que possa ser cumprida, deixando para quantificar um valor específico em um momento posterior. O que não quer dizer que se revela incerta quanto à existência do crédito, mas tão somente quanto ao seu valor
Conceito de liquidação:
	Etimologicamente significa estar claro, ser fluido e ser filtrado, tornar manifesto e evidente. Na visão jurídica a liquidação consiste no conjunto de atos que visão à quantificação do devidos valores devidos, por força de comando sentencial. 
Modalidades de liquidação:
	Três métodos podem ser utilizados para a quantificação de obrigações ilíquidas: simples cálculos, artigos de liquidação ou arbitramento.
a) Por cálculos: se dá quando existirem nos atos todos os elementos suficientes para a quantificação do julgado, é o mais usado dos métodos.
b) Por artigos: quando inexistem nos autos provas suficientes para a quantificação do julgado, devendo esta ser obtida por meio de um procedimento ordinário, houver necessidade de alegar e provar fato novo.
c) Por arbitramento: quando inexistem elementos objetivos para a liquidação do julgado, nos autos ou fora deles, devendo o magistrado estimar uma quantificação para a obrigação.
Classificação Especial Quanto ao Elemento Acidental
Obrigações condicionais
	Está ligada a obrigações condicionadas a evento futuro e incerto, sendo que a condição “é a determinação acessória, que faz a eficácia da vontade declarada dependente de algum evento futuro e incerto”. Enquanto não acontecer o evento o credor não pode exigir o cumprimento da dívida.
Obrigações a termo
	Se a obrigação subordinar a sua exigibilidade ou a sua resolução, em eventos futuros e certos. O devedor pode cumprir antecipadamente a sua obrigação.
Obrigações modais
	São aquelas oneradas com um encargo (ônus), imposto a uma das partes, que terá um benefício maior. O não cumprimento do encargo não invalida a avença, mas sim a possibilidade de cobrança ou revogação.
Quando não é condicional, a termo ou modal é chamada de Obrigação Pura.
Classificação Especial Quanto ao Conteúdo
Obrigação de meio
	Aquela em que o devedor se obriga a empreender sua atividade, sem garantir, o resultado esperado pelo credor.
Obrigações de resultado 
	O devedor se obriga a empreender a atividade e gerar os resultados esperados pelo credor.
Obrigações de garantia
	Obrigações que tem por conteúdo eliminar riscos para o credor, reparando suas consequências, contratos de seguradoras por exemplo.
Descobrindo no exercício:
· Dívida portável é aquela em que a dívida é levada até a propriedade do credor, a dívida quesível é a mais normal em que o credor vai atrás da dívida, se houver mais de um lugar o credor escolhe.
· Renúncia é diferente de remissão. Em uma dívida de R$ 100, caso um credor E renuncie um dos devedores de uma relação solidária A, significa que o credor não vai cobrar toda a dívida de A que seria mais tarde “reembolsado” pelos outros devedores (B, C, D) teoricamente, mas ainda significa que o credor pode pedir a ele os R$ 25 reais mais tarde, de qualquer jeito A ainda está “dentro da dívida”. Em uma remissão, o devedor A está completamente perdoado da dívida por parte do credor, sendo que este não pode cobrar nada de A depois.
· Art. 314 é importante
Consignação em pagamento
Noções gerais e conceituais
	“Embora o vínculo jurídico que envolve os sujeitos da relação obrigacional leve a visão de que o devedor tem somente a obrigação de satisfazer o crédito, não há como se negar a ele o direito de cumprir a prestação que foi pactuada.”
	Logo, se o credor (teoricamente o mais interessado na realização da prestação) se nega a recebe-la ou qualquer outro motivo que faça com que não possa ser realizado esse pagamento direto, o devedor pode se valer da consignação para se ver livre da obrigação.
	Devedor consignante (agente ativo da consignação)
	Credor consignatário (em face de quem se consigna)
	Objeto (do depósito, judicial ou extrajudicial) consignado
Natureza jurídica
	A natureza jurídica do pagamento em consignação se trata de uma forma de extinção das obrigações, constituindo um pagamento “indireto” da prestação avençada. Tudo para evitar que o devedor fique com a dívida por longo tempo em seu passivo. 
	“O pagamento por consignação é instrumento de direito material destinado à solução de obrigações que têm por objeto prestações já vencidas e ainda pendentes de satisfação.”
Hipóteses de ocorrência 
Art. 973. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Consignação de coisa certa e de coisa incerta
	Se A se obriga a entregar uma máquina a B e este, na data do vencimento, se recusa a recebe-lo, pode o devedor A se valer da consignação em pagamento para extinguir a obrigação. 
	Se a coisa devida foi imóvel, ou o corpo deva ser entregue no mesmo lugar em que está, o devedor pode citar o credor a vir ou mandar recebe-la, sob pena de ser depositada. 
	O devedor poderá ajuizar a consignação no foro em que se encontra a coisa devida.
	Quando a escolha cabe ao devedor, não há problemas, pois é ele quem pretende ofertar o pagamento.
	Caso a escolha caiba ao credor, deve ele ser citado para tal fim, sob o risco de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher. 
Ps: As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e no caso contrário, à conta do devedor.
Ps: Em casos de prestações periódicas o devedor pode consigna-las, extinguindo-as uma a uma na medida em que forem vencendo.
Pagamento com sub-rogação
Compreensão
	Sub-rogar é o ato pelo qual se substitui uma pessoa ou coisa em lugar de outra, traduz a ideia de “substituição” de sujeitoou de objeto em determinada relação jurídica. O fato de uma pessoa tomar o lugar da outra, assumindo a posição e sua situação. 
	“Assim, se um indivíduo gravou determinado bem de sua herança com clausula de inalienabilidade, o sucessor não poderá, sem a devida autorização judicial, aliená-lo e, caso o faça, justificará o gasto, aplicando o valor remanescente na aquisição de outro bem, que substituirá o primeiro, o qual passará a suportar a cláusula restritiva.” 
Neste caso, diz se ter uma sub-rogação objetiva (ou real). 
Também existe a sub-rogação subjetiva (ou pessoal). Em que há a substituição de sujeitos na relação jurídica. “Quando o fiador paga a dívida do afiançado, passando, a partir daí, a ocupar a posição de credor, substituindo-o. 
“O pagamento com sub-rogação, modo especial de extinção das obrigações traduz a ideia de cumprimento da dívida por terceiro, com consequente substituição de sujeitos na relação jurídica originária: sai o credor e entra o terceiro que pagou a dívida ou emprestou o necessário para que o devedor solvesse a obrigação.”
A dívida será considerada extinta em face do antigo credor, remanescente, todavia, o direito transferido ao novo titular do crédito. 
Existem dois, necessariamente, efeitos da sub-rogação: liberatório (pela extinção do débito em relação ao credor original) e translativo (pela transferência da relação obrigacional para o novo credor).
Ps: Não se deve confundir pagamento em sub-rogação com a mera cessão de crédito. A sub-rogação pressupõe pagamento só se verificando se o credor originário ficou satisfeito. A cessão de crédito, ao contrário, ocorre antes que o pagamento seja feito.
Formas de sub-rogação 	
	Existem dois tipos de forma de sub-rogação: por força da lei ou em virtude de convenção (pela vontade das próprias partes).
PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO LEGAL
Art. 985. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
I Se duas ou mais pessoas são credoras do mesmo devedor, faz-se a sub-rogação legal se qualquer um dos sujeitos ativos pagar ao credor preferencial (aquele que tem prioridade no pagamento do crédito) o valor devido. 
II A hipoteca é um direito real de garantia incidente sobre imóveis
III É a mais comum hipótese de sub-rogação, opera-se quando um terceiro, juridicamente interessado no cumprimento da obrigação, paga a dívida, sub-rogando-se nos direitos do credor. 
PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO CONVENCIONAL
	Essa forma de sub-rogação decorre da vontade própria das partes.
Art. 986. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Efeitos jurídicos da sub-rogação
	O principal efeito da sub-rogação é exatamente transferir ao novo credor “todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e seus fiadores.
Imputação do pagamento
Conceito e requisitos
	Supondo todas as dívidas serem líquidas e vencidas, e se o devedor não possuir capital suficiente para quitar todas, tem ele o direito de escolher qual das dívidas pretende extinguir em primeiro lugar, não discordando o credor em receber o pagamento parcial das dívidas.
	Extraem-se dois requisitos legais indispensáveis:
a) Igualdade de sujeitos (devedor e credor);
b) Liquidez e vencimento de dívidas da mesma natureza.
O pagamento deve ser feito primeiramente em relação aos juros vencidos e depois em relação ao capital.
Imputação do credor e imputação legal
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
As regras da imputação legal (prioridades)
a) Prioridade para os juros vencidos, em detrimento do capital;
b) Prioridade para as líquidas e vencidas anteriormente, em detrimento das mais recentes;
c) Prioridade para as mais onerosas (taxa de juros mais gravosa por exemplo), em detrimento das menos vultosas, se vencidas e líquidas ao mesmo tempo.
Dação em pagamento
Conceito
	Trata-se de uma forma de extinção, imediata, por força da qual o credor consente em receber prestação diversa da que fora inicialmente pactuada. 
	Por exemplo, se o devedor obriga-se a pagar R$ 1000,00 poderá ele solver a dívida por meio da dação, entregando um automóvel ou prestando um serviço, desde que o credor concorde com a substituição das prestações. 
	A obrigação primitiva não precisa necessariamente ser pecuniária. Pouco importa se inicialmente era uma obrigação de dar, de fazer ou de não fazer. O que realmente interessa é a natureza diversa da ova prestação. 
Ps: não deve ser confundida com obrigações alternativas, pois nas alternativas já está no contrato a possibilidade de uma outra alternativa. Nem ser confundida com obrigação facultativa, porque também nesse caso já existe uma prévia estipulação negocial.
Requisitos da dação em pagamento
a) A existência de dívida vencida
b) O consentimento do credor
c) A entrega da coisa diversa devida
d) O ânimo de solver
Evicção da coisa dada em pagamento
	“A evicção é uma garantia legal típica de contratos onerosos, em quehá transferência de propriedade. Ocorre quando o adquirente de um bem vem a perder a sua propriedade ou posse em virtude de decisão judicial que reconhece direito anterior de terceiro sobre o mesmo.” Existindo o elemento da boa-fé entre o devedor e o terceiro/adquirente.
	Nessas ocasiões, existem três sujeitos: 
a) O alienante (que deverá ser responsabilizado pelo prejuízo causado ao adquirente);
b) O evicto (o adquirente que sucumbe à pretensão reivindicatória do terceiro);
c) O evictor (o terceiro que prova seu direito anterior sobre a coisa.
Dação “pro solvendo”
	Diferenciação: 
Dação “in solutum” prioridade de solver imediatamente a obrigação 
Dação “pro solvendo” prioridade de facilitar o cumprimento da extinção da obrigação.
Novação
Conceito
	Trata-se de uma “transferência duma dívida antiga para uma obrigação nova”. Dá-se novação quando, por meio de uma estipulação negocial, as partes criam uma nova obrigação, destinada a substituir e extinguir a obrigação anterior. Essa por ter natureza jurídica negocial nunca poderá ser imposta pela lei.
Requisitos
a) A existência de uma obrigação anterior: só se poderá efetuar a novação se juridicamente existir uma obrigação anterior a ser novada. Se o ato anulável pode ser confirmado, nada impede que essa obrigação seja extinta e substituída pela novação. Não será possível se a obrigação inicial for nula ou já estiver extinta;
b) A criação de uma nova obrigação, substancialmente diversa da primeira: conteúdo da obrigação há de ter sofrido modificação substancial;
c) O ânimo de novar.
Espécies
	Apontam a existência de três espécies de novação:
a) Novação objetiva;
b) Novação subjetiva (ativa, passiva ou mista);
c) Novação mista.
NOVAÇÃO OBJETIVA (muda obrigação)
	Ocorre quando as partes de uma relação obrigacional concordam na criação de uma nova obrigação, para substituir e extinguir a anterior. 
	Por exemplo, quando credor e devedor concordarem em extinguir uma obrigação pecuniária primitiva por meio de uma criação de uma nova obrigação, cujo o objeto é a prestação deum serviço.
NOVAÇÃO SUBJETIVA (muda a pessoa)
Três tipos:
a) Novação subjetiva Passiva por mudança de devedor
Tem se dois modos: expromissão e delegação. O primeiro ocorre quando o devedor, sem que este tenha consentimento, é afastado por escolha do credor. No segundo caso o devedor escolhe uma terceirapessoa para assumir o débito, sabendo o credor disso, excluindo o antigo devedor.
b) Novação subjetiva Ativa por mudança de credor
Esse caso de novação muda o credor, o antigo credor extingue-se da relação obrigacional dando lugar para um novo credor.
c) Novação subjetiva Mista por mudança de credor e de devedor
NOVAÇÃO MISTA
	Nesse tipo de novação há uma mudança de sujeitos e também no contudo ou no objeto obrigacional.
Efeitos
	O principal efeito é o liberatório, ou seja, a extinção da primitiva obrigação, por meio de outra, criada para substitui-la. 
Compensação
Conceito e espécies 
	Essa forma de extinção de obrigação tem em que seus titulares são, reciprocamente, credores e devedores. De forma que se duas pessoas, por exemplo, forem devedoras e credoras a obrigação se extingue até se compensarem. 
	Se A deve R$ 100 para B e B deve R$ 100 para A, a obrigação se extingue. Se A deve R$ 100 para B e B deve R$ 150 a obrigação se extingue até a compensação.
	Existem três tipos de compensação:
a) Legal: é a regra geral em que o juiz apenas declara sua realização se esta está de acordo com os requisitos da lei;
b) Convencional: é decorrência da autonomia da vontade das partes, não extinguindo os mesmos requisitos para a compensação legal;
c) Judicial (processual): aquela realizada em juízo, por autorização de norma processual, independente da vontade das partes.
Requisitos da compensação legal
a) Reciprocidade das obrigações
b) Liquidez das dívidas;
c) Exigibilidade atual das prestações;
d) Fungibilidade dos débitos.
Impossibilidade de compensação
a) Dívidas provenientes de esbulho, roubo ou furto;
b) Se uma das dívidas se originar de comodato, depósito ou alimentos;
c) Se uma das dívidas for de coisa não suscetível de penhora.
Aplicabilidade das regras de imputação de pagamento (deve seguir essa ordem)
a) Tem o devedor o direito subjetivo de apontar a dívida que pretende compensar;
b) No silêncio do devedor, pode o credor fazer a imputação, quitando uma delas;
c) No silencio das duas partes, procede à seguinte imputação legal: 1. Prioridade para os juros vencidos, em detrimento do capital; 2. Prioridade para as líquidas e vencidas anteriormente, em detrimento das mais recentes; 3. Prioridade para as mais onerosas (taxa de juros mais gravosa por exemplo), em detrimento das menos vultosas, se vencidas e líquidas ao mesmo tempo; 4. Por construção doutrinária, proporcionalmente a cada dívida, se de mesmo valor, vencidas e líquidas ao mesmo tempo. 
Confusão
Conceito
	É uma forma bem peculiar de extinção de obrigação. Opera-se quando as qualidades do credor e do devedor são reunidas em uma mesma pessoa, extinguindo-se a relação jurídica obrigacional. 
	Por exemplo, se A deve dinheiro ao seu tio B, e este vem a falecer deixando uma herança para A, o débito desaparecerá por meio da confusão
Espécies
	A confusão pode ser parcial ou total. Em, as chamadas confusões impróprias a obrigação primitiva não se extingue apenas a relação obrigacional acessória. 
Efeitos e reestabelecimento da obrigação
	O principal efeito da confusão é a extinção da obrigação.
	Se o sujeito estiver dentro de uma solidariedade tanto ativa quanto passiva, a confusão recai somente sobre ele.
Remissão
Conceito
	A remissão é um perdão da dívida, em que o credor declara que não irá exigir o pagamento da dívida; o credor renuncia seu direito, despojando-se da exigibilidade de seu crédito.
	A remissão opera-se inter partes, não sendo esta admitida em prejuízo de terceiro. 
Ps: não deve ser confundida com doação, pois para a remissão é irrelevante o intuito com que é feita. 
Requisitos da remissão da dívida
a) Ânimo de perdoar;
b) Aceitação do perdão. 
Remissão a codevedor
Art. 1055. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
Renúncia é diferente de remissão. Em uma dívida de R$ 100, caso um credor E renuncie um dos devedores de uma relação solidária A, significa que o credor não vai cobrar toda a dívida de A que seria mais tarde “reembolsado” pelos outros devedores (B, C, D) teoricamente, mas ainda significa que o credor pode pedir a ele os R$ 25 reais mais tarde, de qualquer jeito A ainda está “dentro da dívida”. Em uma remissão, o devedor A está completamente perdoado da dívida por parte do credor, sendo que este não pode cobrar nada de A depois.

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