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Deficiência Múltipla

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Capítulo 1
Deficiência na humanidade
Emergência de um campo (1700–1860): Nessa época era dito que o valor das como seres humanos era importante, que todos tinham os direitos iguais, que todos foram criados com o princípio de igualdade e liberdade.
Desilusão (1860–1890): Foi uma época marcada pela mudança de pensamentos sobre a intervenção do deficiente na sociedade, gerando um clima de pessimismo.
Recuo (1890–1925): Ainda foi uma época marcada pelo pensamento de pessimismo, onde eram obrigados a controlar o número de pessoas que nasciam deficientes (fracas de espírito).
Movimento gradual (1925–1950): Com o final da Primeira Guerra mundial forçou-se a criação de serviços de reabilitação para os soldados atingidos na guerra e que apresentavam algum tipo de deficiência.
Tendo esse novo serviço, foram criadas atividades de reabilitação para as crianças com deficiências, surgindo assim uma perspectiva de educação especial.
Redespertamento (1950–1960): Foi revelada uma aceitação maior pelas pessoas com deficiência.
Notoriedade (1960–1970): Ocorreu o movimento dos direitos humanos, favorecendo as pessoas com deficiência, pois tiveram muitas pesquisas, trazendo assim algum entendimento sobre as deficiências. 
Época de litígio (1970–1980): Na década de 1970, só foi confirmado as conquistas dos direitos humanos.
Ação e reação (1980 até o presente): Nos últimos anos a educação especial tem tido um grande avanço. O ministério da educação desde a década de 1980 já constatava a deficiência múltipla.
Capítulo 2
Deficiência múltipla
O nome deficiência múltipla é dado para pessoas que possuem mais de uma deficiência. 
Para alguns estudiosos, o conceito de deficiência múltipla era penas uma deficiência e que pela sua gravidade acarretaria graves consequências em outras áreas.
 Às vezes uma pessoa com deficiência dupla sensorial (física e visual) não é tão grave quanto um pessoa com deficiência mental.
“Intervenções apropriadas e iniciadas o mais cedo possível, resultam em melhores condições de desenvolvimento, de aprendizagem e de integração familiar e comunitária. A finalidade precípua da abordagem educacional é melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência múltipla”. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC), 2000 – p.49.
Incidência e Avaliação
 Quando os professores tentam avaliar os alunos para focalizar uma deficiência predominante, eles falham, pois nem sempre é identificada porque ela não pode ser separada para análise.
Muitas pessoas tentam entender como as deficiências sozinhas se combinam entre si para formar uma deficiência associada. Eles precisam se concentrar e entender que essas deficiências não são somadas. 
Em muitas avaliações as pessoas com deficiência múltipla, não conseguem realizar os testes por causa das suas limitações; e também por médicos que não estão familiarizados com esse tipo de deficiência.
Segundo Feriole(1996), para realizar as avaliações é imprescindível a presença dos pais.
“A avaliação das pessoas com múltiplas deficiências deve contemplar informações da natureza biométrica, física, psíquica, sócia afetiva e psicomotora. Convém considerar a forma da pessoa perceber, conhecer e interagir no ambiente físico e social, bem como adquirir, organizar e produzir seu conhecimento.” (MEC,2000, p.52).
A deficiência múltipla se manifesta nas seguintes dimensões:
Física e psíquica:
. Deficiência física associada à deficiência mental;
. Deficiência física associada à transtornos mentais.
Sensorial e psíquica:
. Deficiência auditiva associada à deficiência mental;
. Deficiência visual associada à deficiência mental;
. Deficiência auditiva associada à transtornos mentais.
Sensorial e física:
 . Deficiência auditiva associada à deficiência física;
 . Deficiência visual associada à deficiência física.
Física, psíquica e sensorial:
 . Deficiência física associada à deficiência visual e à deficiência mental;
 . Deficiência física associada à deficiência auditiva e à deficiência mental;
 . Deficiência física associada à deficiência auditiva e à deficiência visual.
Para prevenir a deficiência múltipla é necessário fazer as três prevenções, que são as seguintes:
Prevenção primária: tomar todas as vacinas recomendadas, alertar a mãe para não consumir nenhum tipo de droga ou álcool e evitar o uso de medicamentos inadequados;
Prevenção secundária: fazer as dietas do bebê corretamente, e usar medicamentos prescritos pelo médico;
Prevenção terciária: realizar ações que limitam as consequências das deficiências.
A deficiência múltipla pode ser originada de: pré natais, perinatais ou natais e pós natais.
Este quadro mostra algumas condições relacionadas que podem provocar a deficiência múltipla. 
Pode-se acrescentar a informação de que situações ambientais podem ser causadoras da deficiência múltipla, como por exemplo: tumores, acidentes, traumatismo craniano, dentre outros.
Segundo MEC,2000 existem algumas doenças que estão comprovadamente associadas à deficiência múltipla:
. Hipotireoidismo (lesão cerebral, deficiência mental);
. Rubéola congênita (deficiência visual, auditiva e microcefalia);
. Toxoplasmose (hidrocefalia, deficiência motora e orgânica).
Questões educacionais e de cidadania
O ponto de vista da deficiência múltipla tem tido alterações ao longo dos anos. A imagem da gravidade, considera as características da pessoa, mas realça também os impactos do ambiente acolhedor e do apoio que recebe. Esse aspecto é muito importante sobre a funcionalidade da pessoa, pois quando ela tem ou não a sensação de ser apoiada afeta o seu desenvolvimento na aprendizagem.
Quando a pessoa com deficiência recebe o apoio das famílias e dos amigos sempre incentiva no desempenho e no sucesso de sua aprendizagem.
Deficiência mental (intelectual) e deficiência física
Uma criança que tem deficiência física não necessariamente tem também deficiência (intelectual) como muitas pessoas pensam. Mesmo quando ocorre uma lesão cerebral que afeta a linguagem e as atividades motoras, o seu cognitivo pode estar preservado.
Em alguns casos, a deficiência física pode ser tão ampla que pode ocasionar a deficiência mental (intelectual).
O exame é complicado, pois a criança, as vezes não consegue falar e nem se movimentar, não conseguindo realizar os testes. Na maioria das vezes as crianças com deficiência física e mental, provém do pré natal, perinatal ou pós natal.
Segundo MEC,2000 p.64), “é importante que os educadores não partam da hipótese de deficiência associada”...; por mais limitada que seja, os instrumentos de avaliação, o trabalho pedagógico precisa de atenção e se necessário a intervenção de um psicopedagogo.
Quando a deficiência física e a mental estão associadas, os procedimentos educacionais devem considerar as dificuldades da criança na formação de conceitos, no raciocínio, no processamento cognitivo e no estabelecimento de relações lógicas. Essa necessidade decorre das limitações intelectuais MEC,2000 p.64.
Deficiência mental e deficiência auditiva
Essas duas deficiências ocasionam uma imperfeição na comunicação e linguagem, junto também com a dificuldade de compreensão, aprendizagem e adaptação. Atua de uma maneira mais complicada e precisa de atendimento educacional que atenda à características dos efeitos em cada criança.
Como já foi citado, o apoio, o ambiente acolhedor e uma estrutura favorável, onde se pode construir uma ação pedagógica eficaz.
O vínculo entre pensamento, linguagem e consciência, mostra a importância da comunicação para o desenvolvimento da aprendizagem. Essa criança deve ter um planejamento educacional que responda às suas capacidades, podendo assim, aderir novas habilidades e avançando no desenvolvimento.
Deficiência mental e deficiência visual
O domínio das crianças com deficiência mental é muito pequeno. No geral a cegueira ou a visão baixa não leva ao atraso intelectual, “...pode ocorrer, quando a criança é submetida à privação ou restrição ambientalexterna”MEC,2000 p67. Neste caso a deficiência mental não vem da limitação visual, mas decorre da restrição ambiental que ela tem.
Isso se reflete, pela falta de conhecimento das pessoas, que ignora os efeitos positivos da educação e a estimulação para os deficientes visuais.
Quando ocorre de crianças terem a deficiência visual e a mental associadas, elas enfrentam grandes dificuldades de compreensão, processamentos de fatos e de estabelecer relações lógicas. Essas limitações acontecem pelo fato de terem limitações cognitivas.
É muito importante que comece a estimular a criança nos seus primeiros anos de vida, como habilidades motoras, perceptivas e cognitivas.
 
Deficiência mental e transtorno mental
A deficiência mental é diferente do transtorno mental, embora seja fácil confundi-los.
“ As pesquisas revelam que na sociedade como um todo, entre 15% a 19% das pessoas podem ser portadoras dos mais diversos tipos de transtornos mentais.”(AAMR,1992, p69).
Encontra-se muitas pessoas que tem deficiência mental e alguns transtornos mentais associados, como: psicose, quadro autístico e outros associados à deficiência mental.
Mas é importante lembrar que nem toda pessoa com deficiência mental tem também um transtorno associado; e as que tem transtorno não tem deficiência.
A aprendizagem de quem tem a deficiência e o transtorno mental associados mostra uma interferência das limitações cognitivas (causada pela deficiência) e problemas comportamentais (causada pelo transtorno). Seja qualquer nível de gravidade, a prática educacional faz com que elas se beneficiem em seu desenvolvimento.
Deficiência visual e auditiva
Em nosso país não tem uma estatística com o predomínio das pessoas com deficiência múltipla sensorial, mas as estimativas americanas mostram que cada cem mil nascimentos, uma criança nasce surda-cega.
“A associação de deficiência visual e auditiva representa mais implicações do que a deficiência única da visão ou da audição”MEC,2000 p.71.
Há uma grande variação de habilidades e necessidades entre os portadores. A variação é devida aos seguintes aspectos:
A perda visual ou auditiva podem variar entre níveis de comprometimento, que pode ser leve ou profunda;
A perda visual e auditiva pode aparecer antes do nascimento, ou no curso do desenvolvimento;
A deficiência audiovisual pode estar acompanhada, ou não com outras deficiências.
Nesses casos a atuação do educador assume uma extrema importância, pois seu papel como mediador entre a criança e o mundo.
As principais necessidades de uma pessoa surda-cega é a mobilidade e a comunicação.
Existem alguns casos em que há um maior comprometimento, a pessoa pode apresentou comportamento de auto agressão, auto estimulação e hiperatividade.
Deficiência múltipla e perspectiva educacional
As limitações nas habilidades de adaptação das pessoas com deficiência múltipla estão relacionadas entre outros fatores: 
. A relação afetivo-emocional com a família;
. Estímulo;
. À gravidade e tipo de associação de deficiência que é portador e da saúde que dispõe.
Referências
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL: DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA VOL.1 FASCICULOS I-II-III/ERENICE NATÁLIA SOARES DE CARVALHO. BRASÍLIA: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL,2000.

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