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REVISÃO filosofia AV2

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REVISÃO AV2/AV3
OS PRÉ-SOCRÁTICOS
Os pré-socráticos podem ser divididos em 
 Duas grandes correntes:
a escola jônica e 
a escola italiana.
ESCOLA JÔNICA
Caracteriza-se sobretudo pelo interessepela physis, pelas teorias sobre a natureza.
AS ESCOLAS ITALIANAS
A) Pitágoras e o pitagorismo:
Pitágoras funda sua escola de caráter semirreligioso e iniciático. Representa nesse sentido uma transição do pensamento jônico para o da escola italiana, mas também representa a permanência de elementos míticos e religiosos no pensamento filosófico.
As ideias de Pitágoras teve inúmeras ramificações, posteriormente confundindo-se inclusive com o platonismo e o neoplatonismo, devido à influência do pitagorismo em Platão. 
Uma das principais contribuições dos pitagóricos à filosofia e ao desenvolvimento da ciência encontra-se na doutrina segundo a qual o número é o elemento básico explicativo da realidade, podendo-se constatar uma proporção em todo o cosmo, o que explicaria a harmonia do real garantindo o seu equilíbrio. Além da harmonia musical, o equilíbrio da arquitetura grega, a proporção ideal do corpo humano, etc.
SEGUNDA FASE DO PENSAMENTO PRÉ-SOCRÁTICO
Caracteriza-se por pensadores que sofreram influência, muitas vezes de mais de uma tendência, desenvolveram suas teorias combinando aspectos de diferentes escolas e valorizando uma concepção do mundo natural como múltiplo e dinâmico.
MONISMO X MOBILISMO: 
PARMÊNIDES X HERÁCLITO 
Heráclito de Éfeso – pode ser considerado,juntamente com os atomistas, como o principal representante do mobilismo, isto é, da concepção segundo a qual a realidade natural se caracteriza pelo movimento, todas as coisas estando em fluxo.
Este seria o sentido básico da famosa frase atribuída a Heráclito: “Planta rei” (Tudo passa).
Segundo o famoso fragmento 50, “Dando ouvidos não a mim, mas ao logos, é sábio concordar que todas as coisas são uma única coisa”. Assim, tudo é movimento, tudo está em fluxo, mas a realidade possui uma unidade básica, uma unidade na pluralidade.
Heráclito vê a realidade marcada pelo conflito entre os opostos, conflito que, todavia não possui um caráter negativo, sendo a garantia do equilíbrio, através da equivalência e reunião dos opostos. Dia e noite, calor e frio, vida e morte são opostos que se complementam.
A existência do movimento e da pluralidade do real é parte de nossa experiência das coisas caráter dinâmico da realidade.
O fragmento mais famoso de Heráclito é o do rio (fr.91): “Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo.”
Este fragmento sintetiza a ideia da realidade em fluxo, simbolizada pelo rio que representa o movimento encontrado em todas as coisas. Inclusive em nós.
Parmênides – defende uma posição que podemos caracterizar como monista, ou seja, a doutrina da existência de uma realidade única. O primeiro argumento contra o mobilismo consiste em caracterizar o movimento apenas como aparente, como um aspecto superficial das coisas. Se formos além de nossa experiência sensível, de nossa visão imediata das coisas, descobriremos, através do pensamento, que a verdadeira realidade é única, imóvel, eterna, imutável, sem princípio, nem fim, contínua e indivisível (fr.8). 
Através do pensamento devemos buscar então aquilo que permanece na mudança: só posso entender a mudança se há algo de estável que permanece e me permite identificar o objeto como o mesmo.
SÓCRATES E OS SOFISTAS
O pensamento de Sócrates inaugura a filosofia clássica rompendo com a preocupação de formulação de doutrinas sobre a realidade natural que encontramos nos pré-socráticos. Sócrates e os sofistas compartilham, embora com visões diferentes e até mesmo opostas, o interesse fundamental pela problemática ético-política, pela questão do homem enquanto cidadão da polis, que passa a se organizar politicamente no sistema que conhecemos como democracia.
Uma sociedade que começa a se preocupar com seus próprios negócios sente a necessidade de harmonizar, conciliar as diferentes tendências, os diferentes interesses existentes em seu meio. A democracia representa a possibilidade de se resolverem, através do entendimento mútuo, e de leis iguais para todos, as diferenças e divergências existentes nessa sociedade em nome de um interesse comum. As deliberações serão tomadas, assim, em reuniões de cidadãos, as assembléias. Isso significa que as decisões são tomadas por consenso, o que acarreta persuadir, convencer, justificar, explicar.
Essas mudanças sociais e culturais não se caracterizam apenas pela filosofia, mas seus reflexos podem ser constatados igualmente em outras áreas da cultura e do pensamento para as quais os gregos contribuíram de maneira marcante, influenciando o desenvolvimento de nossa cultura.
Os relatos históricos e geográficos, que representam a passagem das narrativas míticas e lendárias da tradição arcaica para os relatos de viagens e o testemunho dos participantes dos eventos históricos.
Surge também a ciência, em especial a física e a astronomia, além da medicina, representando até certo ponto a transição das práticas mágicas para uma visão mais secular da realidade natural. Surgem ainda as artes do discurso, a retórica e a oratória; na medida em que a palavra passa a ser livre, ela se torna o instrumento através do qual os indivíduos, os cidadãos, podem defender seus interesses, seus direitos e suas propostas. – Os sofistas foram os grandes mestres dessas artes.
OS SOFISTAS
Surgiram na passagem para a democracia. São os mestres de retórica e oratória, muitas vezes itinerantes, que percorriam as cidades-Estado fornecendo seus ensinamentos, sua técnica, suas habilidade aos governantes e aos políticos em geral.
Embora sem formar uma escola ou grupo homogêneo, o que os caracterizava era muito mais uma prática ou uma atitude comuns do que uma doutrina única. Os sofistas foram responsáveis, de uma determinada forma, pela preparação do cidadão para a participação na vida política. Os sofistas foram filósofos e educadores, além de mestres de retórica e de oratória.
OS PRINCIPAIS SOFISTAS
Os mais importantes e influentes sofistas foram:
Protágoras de Abdera (490 – 421 a. C.)
Górgias de Leontinos (487 – 380 a. C.)
PROTÁGORAS
O principal e mais conhecido fragmento de Protágoras é o inicio de sua obra sobre a verdade, quando afirma: “O homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são.“Esse fragmento sintetiza duas das ideias centrais associadas aos sofistas: o humanismo e o relativismo. Protágoras parece assim valorizar um tipo de explicação do real a partir de seus aspectos fenomenais apenas, sem apelo a nenhum elemento externo ou transcendente. Isto é, as coisas são como nos parecem ser, como se mostram à nossa percepção sensorial, e não temos nenhum outro critério para decidir essa questão.
Nosso conhecimento depende sempre das circunstâncias em que nos encontramos e pode, por isso mesmo, variar de acordo com a situação. Protágoras aproxima-se assim dos mobilistas, de quem pode ter sofrido influência, e afasta-se da visão de verdade única.
SÓCRATES
A concepção filosófica de Sócrates pode ser caracterizada como um método de análise conceitual. Isso pode ser ilustrado pela célebre questão socrática "o que é ... ?':- encontrada em todos esses diálogos -, através da qual se busca a definição de uma determinada coisa, geralmente uma virtude ou qualidade moral.
A discussão parte da necessidade de se entender algo melhor, através de uma tentativa de se encontrar uma definição: A definição inicial, oferecida por um interlocutor, reflete a visão corrente, o entendimento comum que temos sobre o tema em questão, nossa opinião ou doxa, o que é considerado insatisfatório por Sócrates.
O método socrático envolve um questionamento do senso comum, das crenças e opiniões que temos, consideradas vagas, imprecisas, derivadas de nossa experiência, e portanto parciais, incompletas. É exatamente neste sentido que a reflexão filosófica vai é mostrar que, com frequência, não sabemosaquilo que pensamos saber. Temos talvez um entendimento prático, intuitivo, imediato, que contudo se revela inadequado no momento em que deve ser tornado explícito. 
O método socrático revela a fragilidade desse entendimento e aponta para a necessidade e a possibilidade de aperfeiçoá-lo através da reflexão. Ou seja, partindo de um entendimento já existente, ir além dele em busca de algo mais perfeito, mais completo. 
É importante notar que, na concepção socrática, essa melhor compreensão só pode ser resultado de um processo de reflexão do próprio indivíduo, que descobrirá, a partir de sua experiência, o sentido daquilo que busca. Isso se dá através de sucessivos graus de abstração e do exame do que essa própria experiência envolve, explicitando o que no fundo já está contido nela. Trata-se de um exercício intelectual em que a razão humana deve descobrir por si própria aquilo que busca. 
Sócrates jamais responde as questões que formula, apenas indica quando as respostas de seu interlocutor são insatisfatórias e por que o são. Procura apenas indicar o caminho, a ser percorrido pelo próprio indivíduo: é este o sentido originário de métódo ("através de um caminho"). Não há substituto para esse processo de reflexão individual. 
A definição correta ,nunca é dada pelo próprio Sócrates, mas é através do diálogo, e da discussão, que Sócrates fará com que seu interlocutor - ao cair em contradição, ao hesitar quando parecia seguro – passe por todo um processo de revisão de suas crenças, opiniões, transformando sua maneira de ver as coisas e chegando, por si mesmo, ao verdadeiro e autêntico conhecimento. É por esse motivo que os diálogos socráticos são conhecidos como aporéticos (de aporia, impasse) ou inconclusivos.
Sócrates caracterizou seu método como maiêutica, que significa literalmente a arte de fazer o parto, uma analogia com o ofício de sua mãe que era parteira. Ele também se considerava um parteiro, mas de ideias. O papel do filósofo, portanto, não é transmitir um saber pronto e acabado, mas fazer com que outro indivíduo, seu interlocutor, através da dialética, da discussão no diálogo, dê à luz a suas próprias ideias.
A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa convencer o oponente daquilo que diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos. 
Os sofistas não ensinavam, portanto o caminho para o conhecimento, para a verdade única que resultaria desse conhecimento, mas para a obtenção de uma "verdade consensual", resultado da persuasão. É essa oposição que marca, segundo Sócrates, a diferença entre à filosofia e a sofística, e que permitem com que Platão e Aristóteles considerem os sofistas como não filósofos. 
PLATÃO
A obra de Platão pode ser entendida como uma longa reflexão sobre a decadência da democracia ateniense, de seus valores e ideais, de seu modelo, o contexto político que afinal condenou seu mestre Sócrates à morte. De um modo geral, sua obra se caracteriza como uma síntese de uma preocupação com a ciência,, com amoral e a política.
Sua conclusão é que o conhecimento em seu sentido mais elevado identifica-se com a visão do Bem. Após ter tido contato com os pitagóricos e eleatas, Platão afasta-se progressivamente do pensamento de Sócrates e começa a desenvolver a sua própria doutrina, formulando a teoria das formas ou ideias. O papel da teoria das ideias de Platão é desenvolver uma teoria sobre a natureza dos conceitos e das definições a serem obtidas.
É precisamente a natureza essencial das coisas que Platão chama de forma ou ideia. O que Platão pretende é estabelecer, num nível bastante abstrato uma teoria da natureza essencial das coisas, que Pode ser caracterizada como a capacidade de ver, através de um processo de abstração da experiência individual concreta, a verdadeira natureza das coisas, em seu sentido eterno.
ARISTÓTELES
O desenvolvimento da tradição filosófica clássica tem em Platão e em Aristóteles suas duas vertentes principais, seus dois grandes eixos e, sobretudo na Idade Média, platonismo e aristotelismo inspiraram desenvolvimentos diferentes, até mesmo rivais, no pensamento filosófico e teológico. 
A obra de Aristóteles, tal como a conhecemos, é bem diferente da de Platão. Os textos filosóficos gregos, muitas vezes registros por alunos e discípulos dos ensinamentos dos mestres, ou obras ditadas pelos mestres a seus discípulos, dividiam-se geralmente em textos:
esotéricos ou acroamáticos - de caráter mais especializado e dirigido ao público interno da escola, e 
textos exotéricos - de caráter mais 
abrangente e de interesse mais amplo e dirigido ao grande público, aos interessados em geral.
No caso de Aristóteles, ao contrário, os textos exotéricos, diálogos principalmente, do Liceu, não subsistiram, chegando até nós apenas os textos esotéricos, notas de cursos, escritos reelaborados por discípulos etc., o que explica, em grande parte, o estilo mais árido destes textos, seu caráter repetitivo e até mesmo algumas inconsistências.
A CRÍTICA A PLATÃO
O ponto central da crítica de Aristóteles a Platão consiste na rejeição do dualismo, representado pela teoria das ideias. A questão que Aristóteles levanta inicialmente diz respeito às dificuldades de se explicar a relação entre o mundo inteligível, ou das ideias, e o mundo sensível, ou material.
A METAFÍSICA DE ARISTÓTELES 
COMO CONCEPÇÃO DA REALIDADE
Na Metafísica encontramos três distinções adicionais a discussão sobre o verbo “ser” que resultam da elaboração da teoria aristotélica do ser:
1) Essência e acidente: a essência é aquilo que faz com que a coisa seja o que é. Os acidentes são características mutáveis e variáveis da coisa, que explicam, portanto a mudança, sem que isso afete a natureza essencial, que é estável. P. ex. “Sócrates é um ser humano”, “Sócrates é calvo”.
2) Necessidade e contingência: As características essenciais são necessárias, ou seja, a coisa não pode deixar de tê-las, caso contrário deixaria de ser o que é, ao passo que as contingentes são variáveis e mutáveis.
3) Ato e potência: Também explica a transformação. Uma coisa pode ser uma e múltipla. A semente é, em ato, semente, mas contém em potência a árvore.
A mesma estratégia argumentativa é usada por Aristóteles a propósito da noção de causa e do problema da causalidade ao introduzir sua Teoria das Quatro Causas, mostrando que os Filósofos anteriores, por não terem feito essa distinção, acabaram cometendo equívocos. Distingue assim quatro sentidos ou dimensões da causalidade:
1. Causa formal. Trata-se da forma ou modelo, que faz com que a coisa seja o que é. É a resposta à questão: o que é x? 
2. Causa material. É o elemento constituinte da coisa, a matéria de que é feita. Responde à questão: de que é feito x? 
3. Causa eficiente. Consiste na fonte primária da mudança, o agente da transformação da coisa. Responde à questão: por que ,x é x?, ou o que fez com que x viesse a ser x? 
4. Causa final. Trata-se do objetivo, propósito, finalidade da coisa. Responde à questão: para que x? A visão aristotélica é fortemente teleológica (do grego telas, finalidade), isto é, supõe que tudo na realidade possui uma finalidade. A natureza apresenta uma regularidade, uma ordem, e isso não pode ser obra do acaso: deve existir um propósito. 
Para esclarecer consideremos o exemplo dado pelo próprio Aristóteles. Curiosamente, já que ele parecia restringir-se a objetos naturais, o da estátua de uma deusa. A causa formal é o modelo que serve para dar forma à estátua. A causa material é a matéria de que é feita a estátua, p.ex., o bronze ou o mármore. Assim, uma determinada quantidade de matéria recebe a forma de uma estátua. Podemos ter a mesma forma, a estátua, e diferentesmatérias, bronze, gesso, mármore etc. (Assim como a mesma matéria pode se encontrar em diferentes formas, o mármore na estátua, na pedreira) numa coluna etc. A causa eficiente é o que faz com que aquela matéria adquira uma determinada forma, em nosso exemplo o escultor com suas ferramentas; que dá ao mármore a forma da estátua. A causa final caracteriza o objetivo ou propósito da estátua: o culto, a decoração, uma homenagem etc. 
O SISTEMA ARISTOTÉLICO
No sistema aristotélico o saber teórico, que constitui a ciência como conhecimento da realidade, A segunda parte do sistema consiste no saber prático, que inclui a ética e a política. O saber prático distingue-se do saber teórico porque seu objetivo não é o conhecimento de uma realidade determinada, mas o estabelecimento das normas e critérios da boa forma de agir, isto é, da ação correta e eficaz. 
A terceira parte do sistema caracteriza-se pelo saber produtivo ou poiesis, abrangendo sobretudo os estudos de estética - as artes produtivas ou criativas.
FILOSOFIA MEDIEVAL
Durante muito tempo a Idade Média foi conhecida como a “Idade das Trevas”, um período de obscurantismo e ideias retrógradas, marcado pelo atraso econômico e político do feudalismo, pelas guerras religiosas, pela “peste negra” e pelo monopólio restritivo da Igreja nos campos da educação e da cultura. Entretanto, a arte gótica com suas catedrais, a poesia lírica dos trovadores e a obra de filósofos de grande originalidade como Pedro Abelardo, São Tomás de Aquino, Guilherme e Ockham, Aurélio Agostinho e Filon de Alexandria, mostram o quão errônea é esta imagem.
SANTO AGOSTINHO
Os três aspectos fundamentais de sua contribuição ao desenvolvimento da filosofia:
Sua formulação das relações entre teologia e filosofia, entre razão e fé.
Sua teoria do conhecimento com ênfase na questão da subjetividade e da interioridade.
Sua teoria da história elaborada na monumental Cidade de Deus.
Santo Agostinho pode ser considerado o primeiro pensador em nossa tradição a desenvolver, com base em concepções neoplatônicas e estoicas, uma noção de interioridade que prenuncia o conceito de subjetividade do pensamento moderno. Encontramos já formulada em seu pensamento a oposição interior-exterior e a concepção de que a interioridade é o lugar da verdade. É olhando para a sua interioridade que o homem descobre a verdade. É este o sentido da célebre fórmula In interiore homine habitat veritas ("No homem interior habita a verdade"). 
ESCOLÁSTICA
Em torno dos sécs. XI-XII assistimos ao surgimento da chamada “escolástica”, como ficou conhecida a filosofia medieval a partir de então. Este termo designa, de modo genérico, todos aqueles que pertencem a uma escola ou que se vinculam a uma determinada escola de pensamento e de ensino. 
Passou a significar também, por esse motivo, um pensamento filosófico que compartilha a aceitação de certos princípios doutrinários comuns, os dogmas do cristianismo que não deveriam ser objeto de discussão filosófica, embora na prática essa discussão não tenha deixado de acontecer. Eis um dos pontos cruciais da famosa querela entre a razão e a fé que percorre toda a filosofia medieval desde este período.
O desenvolvimento da filosofia torna-se possível devido à difusão e consolidação das escolas nos mosteiros e catedrais dedicadas à formação do clero e incluindo em seu currículo o estudo dos padres da Igreja, de filósofos e teólogos, principalmente Santo Agostinho, bem como de gramática e de retórica. Em 1070 a “reforma gregoriana”, decretada pelo papa Gregório VII, estabeleceu que cada abadia e catedral tivesse uma escola onde se ensinavam os elementos básicos da cultura da época, o trivium, ou três vias, consistindo de uma introdução à gramática, lógica e retórica, e o quadrivium, ou quatro vias, composto de música, geometria, aritmética e física. Em linhas gerais, a Escolástica é um pensamento filosófico que compartilha a aceitação de certos princípios doutrinários comuns, os dogmas do cristianismo, que não deveriam ser objeto de discussão filosófica.
DESCARTES
A filosofia de Descartes inaugura de forma mais acabada o pensamento moderno propriamente dito. A ideia de modernidade, está estreitamente relacionada à ruptura com a tradição, ao novo, à oposição à autoridade da fé pela razão humana e à valorização do indivíduo, livre e autônomo, em oposição às instituições.
Essas ideias terão uma importância central no desenvolvimento do pensamento de Descartes. A crença no poder crítico da razão humana individual, a metáfora da luz e da clareza que se opõem à escuridão e ao obscurantismo, e a ideia de busca de progresso que orienta a própria tarefa da filosofia são alguns dos traços fundamentais da modernidade de Descartes.
Em sua célebre frase: “penso, logo existo”, Descartes busca um fundamento seguro para o conhecimento.

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