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Esquistossomose

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Introdução a Helmintologia – Aula 20/05/15
Há 2 grandes filos: - Platyhelminthes (possuem corpo achatado)
- Nematodo (tem corpos cilíndricos)
Filo Platyhelminthes (Platelmintos):
Possuem corpos achatados dorso-ventralmente.
Corpo único
Possuem 2 ventosas para fixação: oral e ventral (ou acetábulo).
Maioria é hermafrodita 
Sistema digestivo incompleto (ausência de anus).
Parede do corpo tem tegumento, revestido por glicocálice (tem função na especificidade pelo hospedeiro, atráves da bioquímica de suas moléculas que se comunicam com o sistema imune do hospedeiro, contribuindo para a sobrevivência do parasita).
O tegumento é formado por várias partes:
- Possui sincício anucleado não é possível observar o núcleo das células do sincício. 
- Pontes Citoplasmáticas Liga a 1ª e a 2ª camada do tegumento.
- Cito 2ª camada do tegumento. Ajuda a manter a primeira camada do tegumento. 
- Feixos musculares presentes em a 1ª e 2ª camada do tegumento, dá movimento ao parasita. 
Classe Trematoda:
Schistosoma mansoni: Possui aspecto cilíndrico (excessão). Apenas o macho é achatado e ele se dobra formando o canal ginecóforo responsável por proteger a fêmea. Possui ventosas.
Fasciola hepatica: Contamina ruminantes e está mais presente em areas rurais. O homem se contamina por vegetais ou a água contaminados. Surtos ocorrem em grandes inundações.
Schistosoma mansoni:
É o mais comum no Brasil. Ainda há S. haematobium e S. japonicum. 
Adultos:
Macho: mede cerca de 1cm, é esbranquiçado e tem corpo coberto por tubérculos. Anteriormente, encontram-se as ventosas oral e ventral (ou acetábulo) e posteriormente, há o canal ginecóforo, que são dobras das laterais do corpo, onde a fêmea é abrigada para fecundação. Não há órgão copulador (os espermatozóides são liberados através do poro genital, dentro do canal ginecóforo).
Fêmea: a fêmea mede 1,5cm, tem uma cor mais escura que o macho e tegumento liso. Anteriormente, encontram-se a ventosa oral e o acetábulo, depois vulva, útero (com 1 ou 2 ovos) e o ovário, e na metade posterior, vêem-se glândulas vitelinas e o ceco.
Formas imaturas:
Miracídio: Esta larva sai do ovo e nada ativamente ao encontro do caramujo do gênero Biomphalaria (hospedeiro intermediário). Normalmente se mantem na superfície da água, graças a suas células corporais fotossensíveis que o atrai para a luz solar. Logo, Temperatura permanência na lâmina aquática. Apresenta dimensões e forma parecidas com as do ovo e corpo coberto por cílios. Na extremidade anterior há uma papila apical (Terebratório), que pode se amoldar como uma ventosa, contendo glândulas adesivas, essenciais para penetração no tegumento do molusco.
Cercária: Larva que penetra a pele do homem (hospedeiro definitivo). Mede cerca de 500 micrômetros (corpo - 2/5 + cauda bifurcada - 3/5). Anteriormente, há boca (futura ventosa oral), ventosa ventral (acetábulo), essencial no processo de penetração na pele do hospedeiro, e poro genital. Também podem infectar cães e ratos.
Esquistossômulo: Forma intermediária entre a cercária e o verme adulto. A cercária penetra pela pele íntegra ou mucosas, perde a sua cauda e se transforma em esquistossômulo. Logo após, dentro de 3 dias, o esquistossômulo migra para o pulmão. Uma semana depois ele migra para as veias do fígado, onde se transformará em verme adulto.
Características Biológicas do Schistosoma mansoni:
O Schistosoma mansoni irá permanecer nas vênulas mesentéricas (reto e sigmoide). São parasitas heteroxênicos, ou seja, precisam de um hospedeiro invertebrado (molusco) e vertebrado para completar seu ciclo. A reprodução assexuada ocorre no hospedeiro intermediário (molusco).
Relação Parasito-hospedeiro intermediário:
Etapas de contaminação:
Conquista do hospedeiro
Obtenção de energia através do mesmo
Desenvolvimento no Hospedeiro intermediário
Obtenção de espaço suficiente pro seu desenvolvimento
Evasão do sistema imune do hospedeiro intermediário. 
Parasita: Miracídio Esporocisto I Esporocisto II (antes do EII se romper, há diferenciação em cercarias) Cercárias (sobrevivem de 24 a 48h no espelho d’água). 
Molusco: em períodos de cheia, o molusco sofre anidrobiose e hiberna dentro do solo. Durante essa época há baixa transmissão de esquistossomose.
Ciclo Biológico:
 Esquistossômulos
As cercarias são atraídas para o homem graças ao estimulo da água (agitação); aumento de temperatura e produção de moléculas da pele humana.
Durante o parasitismo, os ovos e esquistossomas podem cair em outros lugares do organismo, já que sua principal forma de circulação é através dos vasos sanguíneos. 
Como os ovos chegam a luz intestinal? Através da inflamação, a parede está mais permissível, permitindo a passagem direta pela parede gastrointestinal dos ovos ali acumulados, que exercem pressão na mesma. Além disso, com a reação do sistema imune a inflamação, os ovos são cercados por células imunes formando os granulomas. A existência desses impede a passagem pela parede gastrointestinal para a luz. 
A formação do granuloma é benéfica pro hospedeiro? Sim, pois impede a passagem dos ovos para a luz intestinal (quando há baixa carga parasitária). E não, pois esses ovos vão através da circulação para no fígado, e durante o desenvolvimento do miracídio há produção de metabolitos tóxicos, causando toxicidade no fígado (quando há alta carga parasitaria). 
A resposta do hospedeiro depende da carga parasitária; seu estado nutricional; viabilidade do material infectante (se a cercaria era recente ou velha no momento da infecção); e da linhagem do parasito. 
O Esquistosoma mansoni se beneficia da relação parasita/hospedeiro? Sim, por exemplo, é a reação inflamatória que permite a passagem dos ovos pro intestino. Além disso, eles também conseguem capturar L-arginina (produzida em processos inflamatórios) que causa vasodilatação. Dessa forma, fica mais fácil para o parasita passar pela circulação sanguínea, visto que há essa molécula causando vasodilatação. 
Fase aguda:
Logo após o contato infectante pode sobrevir quadros de dermatite cercariana, a qual se apresenta com manifestações pruriginosas na pele, de duração geralmente transitória que cede quase sempre espontaneamente.
Coincidindo com a postura de ovos (fase postural) surge, abruptamente, febre elevada acompanhada de calafrios e significativa sudorese, mal-estar geral, astenia, tosse não produtiva, eventualmente com crise asmatiforme, anorexia, náuseas e vômitos, os quais podem ser intensos, com mialgias e cefaleia. Ao lado dessas manifestações, é possível observar diarreia com numerosas evacuações. Ao exame físico, é possível detectar emagrecimento, desidratação, hepatoesplenomegalia, microadenomegalia, taquicardia e hipotensão arterial sistêmica. Icterícia surge apenas nas formas mais graves. Os distúrbios da fase aguda nem sempre são exuberantes, e há variações individuais de acordo com a quantidade de cercárias infectantes e a reatividade do hospedeiro. 
Fase Crônica:
A fase crônica da doença pode se apresentar de maneira polimórfica. Compreende as formas digestivas, os distúrbios vasculares pulmonares, as formas pseudoneoplásicas, a nefropatia esquistossomótica e as lesões ectópicas.
Maioria é assintomática e pode ser detectada através do exame de fezes. 
Diagnóstico:
Exame de fezes (Kato-Katz [mais usado] e técnica de sedimentação espontânea). Dificuldades: ausência de ovos no período inicial (4 a 6 semanas); infecções unissexuais; ausência de ovos após medicação insuficiente para cura; infecções leves.
Biopsia retal e hepática (menos utilizados).
Métodos imunológicos: ELISA; imunofluorescência; reação cercariana (mais utilizados na fase crônica da doença). A positividade dos exames imunológicos não indica necessariamente infecção ativa por S. mansoni, pois os anticorpos circulantes permanecem após a cura da doença. Desta feita, tais provas não são úteis para comprovação da eficácia do tratamento medicamentoso. 
Resposta Th1x Th2 e Granulomahepático:
 
Em estudos imunológicos em animais infectados pelo S. mansoni, ocorre um predomínio inicial da resposta Th1 que contribui para a formação do granuloma agudo, com a oviposição e sua deposição nos tecidos do hospedeiro. Essa resposta Th1 sofre uma substituição progressiva por uma resposta Th2, que pode estar envolvido na formação de fibrose.
Apenas cerca de 30% dos ovos chegarão ao ambiente externo dando continuidade ao ciclo. O restante ficará retido na mucosa intestinal ou será arrastado, pela circulação, para o fígado, dando origem ao quadro mais característico da esquistossomose: a reação inflamatória granulomatosa hepática.
A desintegração dos ovos, a excreção de seus produtos e os antígenos liberados pelos vermes adultos, estimulam o sistema imune do hospedeiro definitivo e essa interação entre os produtos estranhos do parasita e o sistema imune do hospedeiro pode resultar em imunopatologia ou em proteção imune dependendo do tipo e intensidade da resposta imune. Apesar dos granulomas serem por si só patogênicos, eles também protegem o hospedeiro, seqüestrando moléculas hepatotóxicas liberadas pelo ovo e prevenindo o dano hepático. 
A resposta Th1 produz um perfil de citocinas (IL-2, IFN-γ, TNF-β) que induzem um processo inflamatório e ativam principalmente macrófagos, enquanto a resposta Th2 (IL-4, IL-5, IL-6, IL-10) ativa principalmente as células B e as respostas imunes que dependem de anticorpos. Por sua vez, estas respostas se regulam de maneira recíproca, pois as citocinas Th2, como IL-4, inibem a produção de citocinas do tipo Th1 da mesma forma que as do tipo Th1 (IFN-γ) inibem a produção de citocinas Th2. Após o primeiro contato do hospedeiro definitivo com o Schistosoma mansoni, desenvolve-se uma resposta imunológica ineficiente contra o parasita e, desta forma, o mesmo pode persistir por muitos anos. 
As respostas imunes Th2 são induzidas para controlar a patogenicidade das infecções por helmintos e dependem de mecanismos regulatórios apropriados do hospedeiro, para limitar sua potencial natureza destrutiva.
Aula Prática: Squistosoma mansoni
Ovos:
	 ^
Espículo lateral
Presença de miracídio ou células germinativas no interior do ovo maduro. Possui forma elipsoide. Observar espículo lateral. 
Ovos em granuloma hepático:
								Observar o infiltrado eosinofílico ao redor.
Ovos atravessando o intestino:
Cercária:
 
Cauda bifurcada (Furcocercária) e ventosa oral e ventral. 
Schistosoma Adulto:

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