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THAÍS FERRAZ – MED 21 1 ANATOMIA DO CORAÇÃO: 1. MEDIASTINO: Compartimento central da cavidade torácica Coberto pela pleura mediastinal de cada lado Contém todas as vísceras e estruturas do tórax (exceto o pulmão) LOCALIZAÇÃO: Abertura superior do tórax até o diafragma inferiormente Esterno e cartilagens costais anteriormente até os corpos das vertebras torácicas posteriormente O mediastino é uma região altamente móvel por ser preenchido por estruturas viscerais ocas, tecido conectivo frouxo, vasos, linfonodos, gordura e nervos. O tecido conjuntivo frouxo e elasticidade do pulmão e das pleuras parietais permitem que o mediastino se acomode aos movimentos da caixa torácica, assim como a mudanças de volume e pressão. Esse tecido conectivo torna-se mais rígido com a idade, limitando os movimentos da região do mediastino. Divide-se em MEDIASTINO SUPERIO E INFERIOR: Mediastino superior: da abertura superior do tórax até o plano horizontal (que inclui o ângulo do esterno, anteriormente, e a junção entre os corpos da T4 e da T5, posteriormente) Mediastino inferior: do plano horizontal até o diafragma; dividido em anterior, posterior e médio 2. PERICÁRDIO: É um saco fibrosseroso de parede dupla que envolve coração e raízes de grandes vasos, ele está contido no mediastino médio. Pericárdio fibroso: lâmina fibrosa externa o Presa ao centro tendíneo do diafragma pelo ligamento pericardicofrênico o Fixado ao esterno pelos ligamentos esternopericárdicos o Preso às estruturas do mediastino posterior por tecido conjuntivo frouxo Por isso o coração está relativamente fixado no lugar, no interior do saco pericárdico. E o pericárdio é influenciado pelos movimentos dos corações e grandes vasos, do esterno e do diafragma. THAÍS FERRAZ – MED 21 2 Pericárdio Seroso: composto de mesotélio, lâmina simples de células gordurosas que compõem o epitélio, e é dividido em lâmina parietal do pericárdio seroso (funde-se com a face interna do pericárdio fibroso) e lâmina visceral do epitélio seroso (é a camada mais externa do coração –o epicárdio). A cavidade do pericárdio é o espaço entre as camadas de lâminas do pericárdio seroso, essa cavidade contém um liquido que permite que o coração se mova sem atrito. Seios do pericárdio: formam-se durante o desenvolvimento do coração como uma consequência do pragueamento do tubo primitivo do coração. Existe o seio transverso do pericárdio (corre transversalmente no saco pericárdico entre as origens dos grandes vasos – aorta e tronco pulmonar – e anterior a VCS) e o seio oblíquo do pericárdio (formado pelo pericárdio seroro – cobre as veias cavas e as veias pulmonares). Suprimento arterial do pericárdio: essencialmente originário do ramo delgado da artéria torácica interna, a artéria pericardicofrênica. Também conta com a artéria muscolofrênica, artérias bronquiais, artérias esofágicas, artérias frênicas superiores e artérias coronárias. Drenagem venosa do pericárdio: Veias pericardicofrênicas e tributárias variáveis do sistema venoso ázigo. 3. CORAÇÃO E GRANDES VASOS: O coração é uma bomba muscular dupla e auto-reguladora, cuja função é impelir sangue para todo o corpo. O lado direito recebe sangue venoso (pouco oxigenado) proveniente do corpo pelas VCS e VCI, que será bombeado para os pulmões pelo tronco pulmonar. O lado esquerdo irá receber sangue arterial (muito oxigenado) pelas veias pulmonares, que será bombeado para o corpo através da aorta. O coração possui quatro câmaras: dois átrios (câmaras de recepção) e dois ventrículos (câmaras de descarga). Ciclo Cardíaco: bombeamento simultâneo de duas bombas atrioventriculares (direita e esquerda). Diástole – relaxamento ventricular- e sístole – contração ventricular. THAÍS FERRAZ – MED 21 3 Parede do coração: três camadas Endocárdio: lâmina interna fina (endotélio ou tec. conjuntivo subendotelial) ou membrana de revestimento das valvas (o mesmo que reveste o coração) Miocárdio: lâmina média espessa (músculo cardíaco) Epicárdio: lâmina externa fina (mesotélio) lâmina visceral do pericárdio seroso As fibras musculares cardíacas têm uma orientação espiral e estão presas ao ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO arcabouço de colágeno denso que forma os quatro anéis fibrosos ,que circundam os orifícios das valvas, um trígono fibroso direito e esquerdo, formado pela conexão dos anéis, e as partes membranáceas dos septos. O esqueleto fibroso tem como funções: 1. Manter o orifício das valvas abertos e evitar que sejam excessivamente distendidas pelo volume de sangue bombeado por eles 2. Forneces inserções para as válvulas das valvas 3. Fornecer inserções para o miocárdio 4. Funcionar como um isolante elétrico, separando impulsos elétricos. Localização/Posição: relacionado anteriormente com o esterno, com as cartilagens costais e as extremidades medias da 3ª a 5ª costelas do lado esquerdo. Coração e pericárdio estão situados obliquamente quase 2/3 à esquerda e 1/3 à direita do plano mediano. Base do coração: Face posterior do coração (oposta ao ápice) Formado principalmente pelo átrio esquerdo Posteriormente corpo das vertebras T6 a T9 Superiormente até a bifurcação do tronco pulmonar Inferiormente até o sulco coronário ou atrioventricular Recebe veias pulmonares (parte atrial esquerda) e veias cava superior e inferior (parte atrial direita) Ápice do coração: Parte ínfero-lateral do ventrículo esquerdo Posterior ao 5º espaço intercostal esquerdo Local da pulsação máxima (batimento apical) Três faces do coração: Face anterior (esternocostal): ventrículo direito Face inferior (diafragmática): ventrículo esquero e parte do direito Face pulmonar (esquerda): ventrículo esquerdo (ela ocupa a impressão cardíaca do pulmão esquerdo) THAÍS FERRAZ – MED 21 4 Quatro margens do coração: visíveis na parte anterior e posterior Margem direita: átrio direito, entre as cavas Margem inferior: ventrículo direito e uma parte do esquerdo Margem esquerda: ventrículo esquerdo e uma parte da aurícula esquerda Margem superior: átrios e aurículas (anteriormente), parte ascendente da aorta e tronco pulmonar (superiormente) e VCS no lado direito. Posterior a aorta a ao TP e anterior a VCS. O tronco pulmonar é a continuação arterial do ventrículo direito, divide-se em artérias pulmonares esquerda e direita, responsáveis por conduzir sangue pouco oxigenado para os pulmões para a oxigenação. ÁTRIO DIREITO: Forma a margem direita do coração e recebe sangue venoso das veias cavas superior e inferior e do seio coronário. Aurícula direita é uma bolsa muscular cônica que se projeta do átrio e tem função de aumentar a capacidade dele. O interior do átrio apresenta: O seio das veias cavas: na qual a VCS, a VCI e o seio coronário se abrem, levando sangue pouco oxigenado para fora do coração Parede muscular anterior rugosa composta por músculos pectíneos Óstio antrioventricular direito: por onde passa o sangue do VD para o AD As partes lisa (seio venoso) e rugosa da parede do átrio são separadas pelo sulco terminal, externamente, e pela crista terminal, internamente. THAÍS FERRAZ – MED 21 5 A VCS desemboca na parte superior do AD (3ª cartilagem costal direita). A VCI desemboca na parte inferior do AD (5ª cartilagem costal direita). As veias cavas estão praticamente alinhadas verticalmente. Óstio do seiocoronário: tronco venoso pequeno que recebe a maioria das veias cardíacas, fica entre o óstio AV e o óstio da VCI. Septo interatrial: separa os átrios e possui uma depressão oval, a fossa oval. VENTRÍCULO DIREITO: Forma a maior parte da face anterior do coração, parte da face diafragmática e quase toda a margem inferior. Superiormente estreita-se em um cone arterial (infundíbulo) que conduz ao tronco pulmonar. O interior do VD possui trabéculas cárneas, elevações musculares irregulares. A crista supraventricular separa a parte lisa do cone arterial ou parte eferente da parte rugosa da parte aferente. Óstio atrioventricular direito: passagem do sangue do AD para o VE, localizado ao nível do 4º e 5º espaços intercostais. Esse óstio é circundado por um anel fibroso. Quando o AD se contrai, o sangue é forçado através do óstio p/ o VD, empurrando as válvulas da valva AV direita para o lado. O sangue entra posteriormente e depois sai para o TP superiormente e para a esquerda, fazendo um caminho em forma de U. Valva atrioventricular direita: protege o óstio e a base das válvulas da valva estão fixadas no anel ao redor do óstio. As cordas tendíneas se fixam nas margens livres e nas faces ventriculares das válvulas anterior, posterior e septal. Essas cordas impedem a separação e inversão das válvulas durante a sístole, impedindo o refluxo de sangue do VD para o AD por impedir que as válvulas sejam forçadas para dentro. Músculos papilares: formam projeções cônicas com suas bases fixadas na parede do ventrículo e as cordas tendíneas originando seus ápices. Existem três no VD: anterior (parede anterior do VD, maior e mais proeminente dos três, suas cordas se fixam nas válvulas anterior e posterior da valva AV direita), posterior (parede inferior do VD, suas cordas se fixam nas válvulas posterior e septal) e o septal (septo interventricular, suas cordas se fixam nas válvulas anterior e septal). A contração desses músculos, puxam as cordas que fazem com que as válvulas se contraiam, impedindo que o sangue volte para o VD. Septo interventricular: composto de partes membranácea e parte muscular, partição entre os ventrículos e forma a parede deles. A parte súpero- posterior é fina e contínua com o esqueleto fibroso do coração. A parte muscular é espessa e salienta-se no ventrículo direito por conta da maior pressão no ventrículo esquerdo. THAÍS FERRAZ – MED 21 6 Trábecula septomarginal: parte inferior do septo até a base do m. papilar anterior, carrega o ramo direito do fascículo atrioventricular, que é parte do complexo estimulante do coração para o m. papilar anterior. Valva do tronco pulmonar: no ápice do cone arterial, 3ª cartilagem costal esquerda, são três válvulas semilunares. Acima de cada válvula a parede do TP é dilatada para formar um seio pulmonar, o sangue nesses seios impede as válvulas de aderirem à parede do tronco e não conseguirem se fechar. O fechamento das válvulas impede o refluxo sanguíneo do TP para o VD durante a diástole. ÁTRIO ESQUERDO: Maior parte da base do coração. Dele saem os pares de veias pulmonares, que não possuem válvulas. A aurícula esquerda forma a parte superior da margem esquerda do coração. O interior do átrio apresenta: Parte maior de parede lisa e aurícula menor, contendo músculos pectíneos Quatro veias pulmonares (parte posterior) Parede mais espessa que no AD Septo interatrial inclinado posteriormente para a direita Óstio interventricular esquerdo: AE descarrega sangue oxigenado para o VE VENTRÍCULO ESQUERDO: Forma o ápice do coração, quase toda a face pulmonar e margem esquerda, e parte da face diafragmática. Realiza mais trabalho do que o VD por ter maior pressão arterial (faz parte da circulação sistêmica) O interior do ventrículo apresenta: Valva atrioventricular esquerda: duas válvulas que protegem o óstio atrioventricular esquerdo Paredes duas vezes mais espessas que no VE Cavidade cônica mais comprida Trabéculas cárneas mais finas e mais numerosas Músculos papilares anterior e posterior maiores Óstio da aorta: parte póstero-superior direita, circundado por anel fibroso na qual estão fixadas as válvulas direita, posterior e esquerda da valva do tronco pulmonar. A parte ascendente da aorta começa aqui. Valva atrioventricular esquerda: possui duas válvulas, anterior e posterior. Localizada posterior ao esterno ao nível da 4ª cartilagem costal. THAÍS FERRAZ – MED 21 7 Valva da aorta: posterior ao lado esquerdo do esterno ao nível do 3º espaço intercostal. As dilatações na parede da aorta formam os seios da aorta. VASCULATURA DO CORAÇÃO: Compreendem as artérias coronárias e as veias coronárias, que conduzem o sangue para e proveniente da maior parte do miocárdio. O endocárdio recebe oxigênio e nutrientes por meio de difusão ou da microvasculatura. Os vasos sanguíneos do coração, geralmente engastados de gordura, situam-se profundos ao epicárdio. Artérias coronárias: primeiros ramos da aorta, suprem o miocárdio e epicárdio. O ramo esquerdo e direito originam-se da aorta na parte proximal da parte ascendente da aorta. Supre átrios e ventrículos. A. coronária direita: origina-se do seio direito da aorta ascendente, corre no sulco coronário. Emite o ramo do nó sinoatrial, o ramo da margem direita, o ramo do nó atrioventricular (na cruz do coração – junção dos septos e paredes das câmaras do coração) e o ramo interventricular posterior (que envia ramos septais interventriculares para suprir o septo interventricular). Próximo ao ápice do coração a a. coronária direita anastomosa-se com os ramos circunflexo e interventricular anterior da a. coronária esquerda. AA A. coronária direita supre: Átrio direito Ventrículo direito (maior parte) Parte do ventrículo esquerdo (face diafragmática) Parte do septo atrioventricular Nó atrioventricular Nó sinoatrial THAÍS FERRAZ – MED 21 8 A. coronária esquerda: origina-se do seio esquerdo da aorta ascendente, corre entre a aurícula esquerda e o tronco pulmonar no sulco coronário. Divide-se em dois ramos, o ramo interventricular anterior e o ramo circunflexo. O ramo interventricular anterior supre os ventrículos e o septo interventricular, ele se anastomosa com o ramo interventricular posterior na margem inferior e ele origina um ramo lateral. O ramo circunflexo segue o sulco coronário até a face posterior, pode sofrer anastomose com o ramo interventricular posterior na face posterior e ele origina a artéria marginal esquerda (que supre o ventrículo esquerdo). Drenagem venosa do coração: veias que desembocam do seio coronário e pequenas veias que desembocam do átrio direito. Seio coronário: principal veia, corre do lado esquerdo para o direito na parte posterior do sulco coronário. Recebe a veia cardíaca magna (veia interventricular anterior) na face anterior e veia parva, veia interventricular posterior (veia cardíaca média), veia ventricular esquerda posterior e veia marginal esquerda na face posterior (da direita para a esquerda). As veias cardíacas média e parva drenam a maior parte da área suprida pela a. coronária direita. Veia cardíaca magna: principal tributária do seio coronário, drena as áreas do coração supridas pela a. coronária esquerda. Veia oblíqua do átrio esquerdo: vaso pequeno que corre na parede posterior do átrio esquerdo e une-se a veia cardíaca magna para formar o seio coronário, vestígio embrionário sem grande importância. Veias cardíacas anteriores: pequenas veias que começam na face anterior do ventrículo direito e terminam no átrio direito, cruzando o sulco coronário. Pode se unir com a veia cardíaca parva. A. coronária esquerda supre: Átrio esquerdo Maior parte do ventrículo esquerdo Parte do ventrículo direito Parte do septo interventricular Nó sinoatrial THAÍS FERRAZ – MED 21 9 Veias cardíacas mínimas: começam nos leitos capilares do miocárdio e abrem-se nas câmaras do coração. Podem fornecer circulação colateral para a musculatura do coração. Drenagem linfática do coração: vasos linfáticos situados no miocárdio e tecido conectivo subendocárdio formam o plexo linfático subepicárdico. Os vasos do plexo se unem em um só e sobem até os linfonodos traqueobronquiais inferiores.
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