Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SOROCABA Departamento de Mecânica Tratamento Térmico e Seleção dos Materiais Laboratório 2ª.Edição Profª.Msc.Margarete Ap. Leme Andrade Instrutores: Otávio Alberto, João Ramos Mauro Pancera Estagiário: Antonio de Paula OUTUBRO 2002 Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 2 ENSAIO PARA DETERMINAR O TAMANHO DE GRÃO AUSTENÍTICO. Válido para aços com baixo teor de carbono (método da cementação) 1. Objetivos: Este ensaio tem como objetivo determinar o tamanho de grão austenítico para aços com baixo teor de carbono, através do método da cementação ou MC QUAID-EHN. ? Para aços ao carbono, este método é aplicado em teores de carbono até 0,45%. ? Para aços liga, este método é aplicado em teores de carbono até 0,60%. Este ensaio é aplicável em laboratório de fabricante de aço ou do comprador para a verificação da matéria prima quando solicitado por norma ou exigência de projeto. 2. Referências: ? Classificação padrão do tamanho de grão austenítico em aços conforme ASTM – E19 – 46. ? Chiaverini, V. Aço ao Carbono e Aços liga – Capítulo III. ? Colpaert, H. Metalografia dos produtos Siderúrgicos Comuns –Capítulo IV. ? Anexo I – Efeito do Tamanho de Grão austenítico sobre certas características dos aços. ? Anexo II – Padrões estabelecidos pela ASTM para tamanho de grãos dos aços austeníticos. ? Anexo III – Estrutura dendritica (Bruta de fundição); deformações acima e abaixo da zona crítica e influencia da temperatura e tempo sobre o tamanho de grãos. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 3 3. Requisitos: Para melhor entendimento deste ensaio e em adição ao procedimento do mesmo temos: ? Quanto maior o tamanho de grão austenitico tanto mais para a direita são deslocadas as curvas de inicio e fim de transformação do diagrama TTT, com conseqüente atraso do inicio e fim da “perlita”. O produto de transformação “perlita” é formado inicialmente no contorno de grão da austenita. A austenita com granulação grosseira levará mais tempo para a total transformação do que a austenita com granulação fina. Assim sendo os aços com granulação austenitica grosseira são resfriados mais rapidamente, apresentando estruturas martensiticas, mais facilmente do que aços com grão austenítico mais fino. Tal fato poderá levar a conclusão errônea devendo preferir os aços com granulação grosseira. A tabela 1 mostra que os prejuízos de uma granulação grosseiros são maiores que as vantagens. ? O tamanho de grão tem importância extraordinária na produção de certos produtos, como por exemplo, o “pára-lama” e partes da carroceria dos automóveis, pois caso a granulação do aço seja grosseira, após a estampagem a superfície aparecerá rugosa com um defeito chamado de “casca de laranja” e não como uma superfície perfeitamente lisa como seu acabamento exige. Para tais aplicações é necessário aço com tamanho de grão fino para que a chapa tenha ductilidade suficiente requerida pela estampagem. ? Visando controlar a granulação fina do aço, se torna necessário à adição dos elementos chamados de afinadores ou refinadores de grãos, tais como alumínio (Al), vanádio (V), nióbio (Nb) e titâneo Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 4 (Ti). O mais utilizado é o Al que controla o tamanho de grão austenitico, pela presença de partículas finas (diâmetros menores que 100 Angstron), dispersas sob a forma de AlN (nitreto de alumínio). Durante a fundição do aço em lingoteiras, retira-se uma amostra, que em seguida é vazado em molde coquilhado, bi- partido, obtendo o corpo de prova. ? O corpo de prova é aquecido e deformado (recalque) em um martelete pneumático para “quebrar” a estrutura dendrítica (bruta de fundição, segundo o anexo III (figuras 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7): 4. Procedimentos: ? A precipitação de uma rede de cementita em contorno de grão austenítico, na camada cemtentada do corpo de prova, a partir do resfriamento lento, até uma temperatura abaixo da temperatura critica inferior, permite estabelecer o tamanho de grão austenítico do aço. ? Usamos uma caixa feita de aço resistente ao calor. Colocamos o cp, mais a mistura carbonetante (60% de carvão vegetal + 40% de carbonato de Bário (BaCO3))> A tampa é vedada com massa refratária. Essa caixa será colocada em forno à temperatura de 925º C ±15ºC (conforme ABNT) durante 8 horas ou até obter-se uma camada cementada de aproximadamente 1,25mm de profundidade. ? As reações são as seguintes: BaCO3 → BaO + CO2? CO2 + C → 2CO? 2CO → CO + C (no estado atômico) O carbono no estado atômico será difundido dentro do corpo de prova efetuando a cementação. O corpo de prova será esfriado no forno até Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 5 uma temperatura v\critica inferior, a uma velocidade capaz de proporcionar a precipitação da cementita no contorno de grão austenítico da zona hipereutetóide da camada cementada. Anexo I Efeito do tamanho de grão austenítico sobre certas características dos aços Tendências nos aços temperados Propriedades Aços com γ grosseira ( T.G. 1 a 4) Aços com γ fina ( T.G. 5 a 8) Endurecibilidade Mais profundo Menos profundo Tenacidade a mesma dureza Menos Tenazes Mais tenazes Empenamento Maior Menor Fissuras pós tempera Mais frequente Menos freqüente Fissuras de retificação Mais susceptíveis Menos susceptíveis Tensões residuais Maiores Menores Austenita retida Mais Menos Nos aços recozidos Usinabilidade Melhor (desbaste) Inferior (desbaste) Usinabilidade (casos especiais) Inferior (acabamento fino) Melhor (acabamento fino) Trabalhabilidade (casos especiais) Superior Inferior Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 6 Anexo II Padrões estabelecidos pela ASTM para tamanho de grão dos aços. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 7 Padrões estabelecidos pela ASTM para tamanho de grão dos aços. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 8 ANEXO III fig. 1 - Desenvolvimento de uma dendrita equiaxial fig.2: Desenvolvimento das dendritas junto às paredes dos moldes ou lingoteiras fig 3: Deformações acima e abaixo da zona crítica Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 9 fig. 4 - O arredondamento dos cantos vivos impede a formação de uma linha de resistência menor seguindo a bissetriz fig. 5 – Grãos colunares convergindo para um núcleo central de grãos exiais na secção transversal de um lingote prismático fig.6 – Influencia da temperatura e do tempo sobre o tamanho de grãos Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 10 ENSAIO DE DUCTILIDADE DE FOLHAS ( EMBUTIMENTO ERICHSEN) 1. Objetivos: Este ensaio tem por objetivo, medir a ductilidade em aços de baixo carbono laminado a frio, utilizado em processos de estampagem profunda e extra profunda. 2. Escopo: Este ensaio é aplicado em laboratórios de industrias relaminadoras a frio de aços e pelo cliente, para a verificação da matéria prima, quando solicitado por norma ou exigência do projeto. 3. Referencias: As seguintes referencias da NBR 5007/1982 são aplicáveis paera esteensaio: ? Tabela 1 – Graus, classes, superfícies e acabamentos superficiais correspondentes. ? Tabela 2 – Dimensões Especiais para o ensaio de Embutimento Erichsen modificado. ? Anexo I – Composição química da chapa G2 – RL a ser utilizada na aula prática. 4. Requisitos: Para a realização deste ensaio é necessário conhecer seu procedimento. ? Para o ensaio Erichsen ou Olsen, será utilizado a mesma maquina com as seguintes variações: Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 11 Erichsen Olsen Punção Cone esférico Esfera Medida (h) da deformação Centésimo de mm Milésimo de polegadas ? Sob as mesmas condições, o Ensaio Erichsen acusa maior ductilidade que o Olsen. ? Além da medida quantitativa da ductilidade o ensaio Erichsen, fornecerá indicações sobre a granulação do material e informações no que se refere a determinadas aplicações, devido a ruptura e seu aspecto. ? No ensaio Erichsen a falta de reprodutibilidade é motivada por vários fatores: Operador, máquina, fixação do corpo de prova, quantidade de lubrificante aplicado ao c.p. no ponto de contato do punção, velocidade do ensaio, precisão dos medidores etc. As máquinas modernas, fixam os corpos de provas por pressão hidráulica e aplicam as cargas automaticamente com velocidade constante. ? A medida da ductilidade de folhas para materiais idênticos, aumenta de maneira linear com a espessura na proporção de 0,6 mm para acréscimos de 0,25 mm de espessura. ? O ensaio solicita o material em todas as direções, não traduzindo o comportamento real das folhas, na operação de embutimento. Quando não existir maquina para executar os ensaio Erichsen ou Olsen, será realizado o ensaio real (try out) na própria prensa. Nesse caso será verificado a dureza da chapa de aço através de desbaste com lima por segurança do equipamento e ferramental. ? Os aços utilizados para estampagem a frio são designados por G2 (estampagem média), G3 (estampagem profunda) e G4(estampagem extra profunda). As classes R (recozido) e RL(recozido e levemente laminado) Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 12 5. Procedimentos: ? Corpo de prova: deverá apresentar um tamanho adequado que permita sua perfeita fixação pelos anéis. O lado em contato com o punção é lubrificado e o corpo de prova deverá ser apertado tanto quanto possível. ? O corpo de prova estando fixo entre os anéis ou matrizes será forçado por um punção padronizado contra a superfície plana livre dentro dos anéis, estirando-a até chegar a ruptura. Ao primeiro sinal da ruptura o ensaio poderá ser interrompido e ser medido então a altura (h), conforme a figura abaixo: ? O valor da altura (h) da deformação obtida é comparada na figura 2 ou 3 (curvas de valores mínimos para o ensaio Erichsen). Se o valor (h) obtido for igual ou maior que o valor mínimo, o lote ensaiado será aprovado para o processo de estampagem. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 13 6. Resultado: A apresentação dos resultados obtidos no ensaio poderá ser efetuada em forma tabular, relacionado o graui do aço, o valor da altura mínima da figura2 ou 3, o valor da altura (h) obtida no ensaio e a quantidade de corpos de prova. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 14 Tabela 1 – Graus, classes, superfícies e acabamento de superfícies correspondentes Grau Classe Superfície Acabamento de superfície Caracterisiticas Aplicação RL A, B, C Fosco, brilhante Material recozido,levemente laminado Estampagem média G2 L32, L40, L50, L60, L70 A, B, C Fosco brilhante, espelhado Material parcialmente encruado Peças com características mecânicas especificas R B, C Fosco, brilhante Material Recozido RL A, B, C Fosco brilhante, espelhado Material recozido,levemente laminado Estampagem Profunda G3 L32, L40, L50, L60 A, B, C Fosco brilhante, espelhado Material parcialmente encruado Peças com características mecânicas especificas R B, C Fosco, brilhante Material Recozido RL A, B, C Fosco brilhante, espelhado Material recozido,levemente laminado Estampagem extra Profunda G4 L32, L40, L50, L60 A, B, C Fosco brilhante, espelhado Material parcialmente encruado Peças com características mecânicas especificas Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 15 Tabela 2 LARGURA DA TIRA (L) DIÂMETRO INTERNO DA MATRIZ DIÂMETRO DA ESFERA DO PENETRADOR 25 ≤ L < 40 11 08 40 ≤ L < 70 17 14 Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 16 Figura 2 – Curvas dos valores mínimos que devem ser obtidos no ensaio de embutimento Erichsen modificado para espessuras iguais ou inferiores a 2,0 mm Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 17 Figura 3- Curvas dos valores mínimos que devem ser obtidos no ensaio de Embutimento Erichsen modificado para espessuras superiores a 2,0 mm ou inferiores a 5,0 mm Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 18 Metalografia das ligas resfriadas rapidamente 1. Introdução: Como visto no estudo e prática dos aços resfriados lentamente, conforme a quantidade de carbono apresentando as estruturas: ? Ferrita + Perlita (Liga Hipoeutetoide) ? Perlita (Liga Eutetóide) ? Perlita + Cementita (Liga Hipereutetóide) No entanto quando resfriados rapidamente através do trata mento Tempera os produtos não são apresentados desta forma. Para temperar um material, é necessário que o material esteja de preferência normalizado. 2. Conceitos Principais: a. Martensita: Ë uma solução supersaturada de carbono num reticulado tetragonal de corpo centrado. A medida que a estrutura é mais distorcida pelo aumento da concentração de carbono, maior a sua dureza. A tempera adequada de um aço depende dos seguintes fatores: ? Composição química do aço; ? Homogeneidade da austenita; ? Temperatura de austenitização; ? Banho de tempera; ? Dimensões da peça; ? Estado de pureza da superfície da peça; ? Velocidade de resfriamento. b. Velocidade crítica de resfriamento: É a menor velocidade em que a transformação resulta em martensita, na faixa de temperatura MI (em torno de 200ºC) a MF (em torno de 100ºC) c. Objetivos da Tempera: ? Obtenção de maior dureza (64 a 67 HRC) Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 19 ? Menor tenacidade ? Maior Resistência Mecânica ? Menor ductilidade ou maleabilidade ? Ë chamada de martensita acicular por apresentar estrutura ocorrida por cizalhamento, apresentando microsecções como agulhas longas e finas com coloração clara. d. Tipos de Tempera: ? Tempera Superficial por Indução: Aquecimento indutivo através de bobinas apropriadas. A profundidade temperada depende da freqüência empregada. Resfriamento pode ser feito em água, óleo ou spray proveniente da própria espira. ? Tempera Superficial por Chama: Aquecimento devido à combustão de gases. ? Tratamentos Termoquímicos: o Cementação: Consiste na introdução de carbono na superfície do aço, de modo que após ser realizado a tempera apresente uma superfície mais dura. A profundidade de penetração do carbono depende da temperatura e do tempo. Pode ser liquida sólidaou gasosa. o Nitretação: Tratamento de endurecimento superficial em que se introduz Nitrogênio superficialmente (500 – 560ºC. A nitretação pode ser gasosa ou liquida. O Nitrogênio combina-se com elementos de liga formando nitretos complexos de elevada dureza). o Boretação: Introduz o Boro na superfície do aço por difusão, formando boreto de ferro com alta dureza (1700 a 2000HRV). A temperatura pode variar de 800 a 1000ºC. ? Tempera Total: Líquida ou gasosa (obter estrutura martensitica) Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 20 ? Martempera: Formação de martensita em banho de sal ou óleo em temperatura pouco superior a MI. Objetivos: obter maior estabilidade química, maior faixa de temperatura, facilidade de limpeza da peça, maior controle dimensional, menor perda de peça por trinca e empenamentos. ? Austempera: É transformação isotérmica para produção de estrutura bainitica. Austenitizar, resfriar rapidamente (250 a 520ºC) em banho de sal, óleo ou chumbo, transformando austenita em bainita, após a transformação resfria-se ao ar até a temperatura ambiente. e. Bainita: Estrutura formada por difusão (característica da perlita) e cizalhamento (característica da martensita). A bainita não é uma nova fase, mas uma mistura de ferrita e cementita, semelhante a perlita. A diferença está na ferrita em forma de ripas ou agulhas de acordo com sua temperatura de formação. f. Velocidade de resfriamento: A velocidade de resfriamento é um fator importante no tratamento térmico que depende dos seguintes fatores: ? Geometria, peso e espessura; ? Condutividade térmica; ? Calor especifico; ? Meio de tempera usado; Os meios usuais de tempera seguindo a ordem decrescente em função do resfriamento é: ? Solução de soda caustica de 5 a 10%; ? Soluções de cloreto de sódio, cálcio’amônia a 12%; ? Água ? Soluções de ácido sulfúrico e ácido clorídrico a 2%; Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 21 ? Óleos minerais ou vegetais ou animais; ? Sais e metais fundidos; ? Ar. Os meios mais utilizados na tempera dos aços são: água ou óleo. A água deve ser empregada na tempera de baixo carbono e também em aços ligados simples, por necessitarem de resfriamente mais brusco. O óleo pode ser usado para aços de alto teor de carbono e aços ligados mais complexos, que por sua natureza podem ser temperados através de resfriamento mais lentos. O resfriamento ao ar usado em aços especiais e de alta liga. 3. Revenimento: O revenimento é o tratamento térmico que normalmente sempre acompanha a têmpera, pois elimina a maioria dos inconvenientes produzidos por esta. Além de aliviar ou remover as tensões internas, corrige as excessivas dureza e fragilidade do material, aumentando sua ductilidade e resistência ao choque. O revenimento começa a atuar de maneira perceptível somente acima de 150ºC, abaixo dessa temperatura, o Carbono dispersa no ferro alfa, formando uma solução sólida metaestável, a Martensita, que assim permanece indefinidamente, porque na temperatura ambiente ela não tem mobilidade suficiente para separar. A medida que a temperatura se eleva acima de 150ºC, vai crescendo a mobilidade do Carbono e a separação se realiza de modo cada vez mais pronunciado. Conforme a Temperatura de Revenido, verifica-se as seguintes transformações: Entre 150ºC a 230ºC: Qualquer Austenita residual se transforma, certa quantidade de Carbetos precipita-se, o que produz uma estrutura que quando atacado por reagente adequado, aparece escura dando a Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 22 denominação de Martensita preta, também chamada de Martensita revenida e com dureza de 64 Rc a 80 Rc. Entre 230ºC a 400ºC: Prossegue a precipitação de Carbetos na forma globular. A estrutura visível ao microscópio é uma massa escura, chamada Perlita Fina com dureza variando de 63Rc a 50Rc. Entre 400ºC a 650ºC: Prossegue a precipitação dos Carbetos em forma globular, tornando-se agora os glóbulos visíveis ao microscópio com grandes ampliações e a estrutura e a estrutura resultante denomina-se Sorbita ou Martensita Globular com dureza variando de 45Rc a 20Rc. Podemos avaliar a Temperatura de revenimento (aproximadamente) por uma coloração correspondente, são chamados cores de revenido e usados por aços carbonos, conforme tabela: 220ºC Amarelo Claro 240ºC Amarelo Ouro 260ºC Pardo Avermelhado 280ºC Roxo 300ºC Azul 380ºC Azul Claro Podemos perceber que a temperatura de revenido pode ser escolhida de acordo com a combinação de propriedades mecânicas que se deseja no aço temperado; na operação de revenido importa não só a temperatura do tratamento como também o tempo de permanência na temperatura desejada. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 23 4.Aula Prática: - Preparar duas amostras de aço carbono (Hipoeutetóide,Eutetóide,Hipereutetóide) para se temperar bruscamente em óleo e água. -Verificar as estruturas e durezas antes da Têmpera. -Verificar as estruturas e dureza após Têmpera e após Revenimento -Marcar as temperaturas de Têmpera e como são resfriadas as amostras em meio líquido. Após Têmpera e Revenimento levar ao laboratório e: a) Cortar sem queimar (aquecer o C.P.) em meio refrigerante; b) Embutir à quente; c) Lixar – 220, 320, 400, 600 sempre girando o C.P. a 90º para não contaminar as lixas seguintes; d) Lavar com água corrente e sabão líquido; e) Polir – pasta diamantada/ óxido de cromo/ alumina; f) Lavar e secar com álcool; g) Atacar com reagente químico de Picral, Nital alguns segundos; h) Lavar com água corrente e depois álcool e secar com jato de ar quente; i) Levar ao microscópio e com ampliação de 100X, 200X, 500X, 1000X, verificar a estrutura final; j) Analisar a coloração, forma dureza, tamanho das estruturas observadas. -Não esquecer que: Martensita sem revenimento é de alta dureza e clara vista ao microscópio; Martensita revenida de coloração escura e com dureza abaixo da inicial; Carbonetos complexos são de alta dureza e coloração clara em forma de grãos; Austenita retida grãos claros e com dureza menor que a da martensita; Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 24 Cementita são carbonetos de ferro visível ao miocroscópio em forma de grãos finos e claros, possuem alta dureza; Cementação é enriquecimento de carbono na superfície e que antes de revenir apresenta-se vista ao microscópio com uma dureza diminuindo na superfície para o núcleo. Após revenimento não se mede sua profundidade de camada; Nitretação é um tratamento de endurecimento superficial a base de nitrogênio, com alguns mícrons de profundidade; é visto ao microscópio como uma auréola branca em toda a sua superfície, e de alta dureza. Obs: Após preparo e verificação no microscópio, fazer relatório de aula constando a diferença de dureza, estrutura de todos os aços envolvidos na aula prática. Ensaio JOMINY – Determinação da temperabilidade nos aços. 1. OBJETIVO: Este ensaio tem como objetivo determinar a temperabilidade nos aços através do Método Jominy, também chamado de "ensaio de resfriamento da extremidade” . Esse método foi desenvolvido por JOMINY e BOEGEHOLD tendo sido padronizadopela ASTM, SAE e AISI. (ASTM – American Society for testing materials) (SAE – Society of Automotive Engineers) (AISI - American Iron and Steel Institute) 2. APLICAÇÃO: Este ensaio é aplicável em laboratório de fabricante de aço e do comprador para verificação da matéria-prima quando solicitada por norma e exigência de projeto. 3. DEFINIÇÕES: Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 25 TEMPERABILIDADE é a "capacidade do aço endurecer ou a profundidade de endurecimento". VELOCIDADE CRITICA DE RESFRIAMENTO é a menor velocidade de esfriamento que permite a obtenção de martensita sem qualquer transformação anterior da austenita. DIAMETRO IDEAL (Di) – E o diâmetro de uma barra que resfriará exatemente com a estrutura desejada ou com o valor da dureza correspondente no centro. DIAMETRO CRITICO (Dc) – E o diâmetro da barra que, esfriada da temperatura austenítica mostrará no centro 50% de martensita. A temperabilidade não se refere a máxima dureza, que pode ser obtida em um aço sob determinadaos condições de esfriamento, a qual é função quase exclusiva do teor de carbono, ao passo que a profundidade de endurecimento depende mais do tamanho do grão austenítico, da presença de elementos de liga, da velocidade de esfriamento e do meio de esfriamento (água, salmoura, óleo, etc.). A temperabilidade deve ser ligada igualmente a obtenção da máxima tenacidade, em função da microestrutura produzida no esfriamento; as estruturas mais desejadas para esse fim são as bainíticas obtidas na faixa de mais baixa temperatura e a martensita revenida. Portanto o conhecimento da temperabilidade do aço é essencialmente, porque o mais importante objetivo do tratamrnto térmico do aço é obter a maior dureza e a mais alta tenacidade, em condições controladas de velocidade de esfriamento, a uma profundidade determinada ou através de toda a sua secção, de modo a reduzir-se ao mínimo as tensões de esfriamento. A utilização da velocidade crítica de esfriamento para exprimir temperabilidade constitui um método prático e simples, mas com restrições devido que as velocidades de esfriamento não são constantes. Assim sendo, prefere-se exprimir a temperabilidade em têrmos de profundidade de endurecimento determinada em um ensaio padronizado. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 26 Os fatores que afetam a temperabilidade são os mesmos que influem na posição das curvas nos diagramas isotérmicos ou de transformção contínua, isto é, tamanho do grão austnítico, homogeneidade da austenita e composiçãi química. Podemos agrupar esses fatores da seguinte maneira: A – Fatores que diminuem a temperabilidade: a) granulação fina da austenita. b) Inclusões não dissolvidas: • carbonetos (ou nitretos) • inclusões não metálicas B – Fatores que aumentam a temperabilidade: a) Elementos de liga dissolvidos na austenita (exceto o Co) b) Granulação grosseira da austenita. c) Homogeneidade da austenita. Os fatores do grupo “A” aceleram a nucleação e os fatores do grupo “B” retardam a nucleação e o crescimento dos produtos de transformação. O conhecimento da temperabilidade nos aços, sobretudo naqueles que apresentam elementos de liga, é de importância considerável para sua aplicação prática. Reconhecido esse fato, foram estabelecidos limites mínimos e máximos par a temperabilidade e foram desenvolvidas as chamadas “Faixas de temperabilidade”. Um gráfico típico relativo á faixa de temperabilidade de um aço SAE 8620 é mostrado no ANEXO1 e será utilizado na aula prática. No ANEXO2 temos mais gráficos para aços ao carbono e liga. Os aços especificados pela temperabilidade são conhecidos por “aços H” ( de HARDENABILITY que significa endurecimento). 4. PROCEDIMENTO PARA A REALIZAÇÃO DO ENSAIO: 4.1. O “corpo de prova” utilizado neste ensaio possui comprimento de 4”, diâmetro da base de 1” e no topo 1.1/4”. Também são normalizados corpos de prova com as seguintes dimensões de diâmetro da base: ¾”, ½” e ¼”. Estes corpos de prova são Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 27 utilizados quando as barras a serem testadas possuem diâmetro menor que 1”. 4.2. A preparação do corpo de prova é a seguinte: 4.2.1. Com sobremetal, aquecimento a 65ºC acima de Ac3 durante 30 minutos, seguido de normalização. 4.2.2. Retirar a camada descarbonetada e dar acabamento para as dimensões finais do corpo de prova. 4.3. Ensaio: 4.3.1. Aquecer 25ºC acima de Ac3 (protegido da descarbonetação) por 30 minutos; 4.3.2. Transferir o corpo de prova para o dispositivo de esfriamento (fig.1) em menos de 5 segundos; 4.3.3. Abrir o jato de água e deixar o corpo de prova esfriar pelo menos por 10 minutos, podendo-se após resfriá-lo completamente em água. 4.4. Condições do dispositivo JOMINY de esfriamento. 4.4.1. Diâmetro do bico de saída da água para corpos de prova de 1”igual a ½” 4.4.2. Temperatura da água igual a 24ºC + ou – 2,8ºC. 4.4.3. Altura livre da coluna de água igual a 2.1/2”. 4.4.4. A distância da base do corpo de prova ao bico de saída da água igual a ½”. Obs: Para o caso de outras dimensões do corpo de prova que não o de 1”de diâmetro na base, as condições acima podem variar, sendo também normalizadas. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 28 4.5. Medida das durezas: Após o ensaio do corpo de prova são feitos dois rebaixos com retífica que retira 0,015” defasados um do outro de 180º. Nesses rebaixos são feitas as impressões de dureza na escala HRc da seguinte forma: • De 1/16”em 1/16”para a primeira polegada. • De 1/8”em, 1/8”par a segunda polegada. • De ¼” em ¼” para o restante do comprimento do corpo de prova. (vide fig. 2) Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 29 Na fig. 3 temos exemplo de duas curvas resultantes no ensaio JOMINY para os aços “A” e “B”, mostrando dureza inicial igual mas com temperabilidade diferente. A temperabilidade do aço “A” é maior do que a do aço “B”. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 30 A curva resultante da média aritmética dos rebaixos retificados permite também especificar a distância da extremidade esfriada a “zona de meia dureza ou 50% de martensita”, como sendo a profundidade de endurecimento JOMINY. (vide fig.4) Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 31 4.6. RESULTADOS: A comparação da curva média obtida no ensaio com os limites de temperabilidade (ANEXO3), resulta na classificação do aço para “H” (temperabilidade garantida) no caso da citada curva localizar-se entre os valores máximos e mínimos do limite de temperabilidade. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 32 Análise Teórica da Temperabillidade ENSAIO DE TEMPERABILIDADE JOMINY CONFORME SAE J407b Análise Quimica (Fornecedor) TG = # Aço= 5160 %C 0,56-0,64 %Si 0,15-0,35 %Mn 0,75-1,00 %Cr 0,70-0,90 Pts. H.Mín H.Real H.máx Pts. H.Mín H.Real H.máx 01 60 - 13 35 58 02 60 - 14 35 56 03 60 - 15 34 54 04 59 65 16 34 52 05 58 65 18 33 48 06 56 64 20 32 47 07 52 64 22 31 46 08 47 63 24 30 45 09 42 62 26 29 44 10 39 61 28 28 43 11 37 60 30 28 43 12 36 59 32 27 42 0 5 10 15 20 25 30 35 20 30 40 50 60 70 du re za H Rc distância da base temperada Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório33 Título: Exercício – Cálculo da previsão da temperabilidade Jominy, baseado na composição química e tamanho de grão austenítico. (Exemplo de cálculo) Introdução: As vezes deseja-se prever a curva da temperabilidade a partir de uma analise química proposta ou de um aço comercial não disponível para teste. O método aqui descrito proporciona uma precisão absoluta de calculo de dureza Jominy de uma seção com análise química e tamanho de grão na temperatura da tempera e uma analise mostrada. Composição química do aço e tamanho de grão austenítico. T. G = # 7 SAE= SAE 8620 %C 0,40 %Mn 0,80 %Ni 0,50 %Si 0,25 %Cr 0,50 %Mo 0,25 Passo 1: Na tabela 1 encontra o fator base correspondente ao teor de carbono e tamanho de grão. Passo 2: Na mesma tabela, podemos de terminar os próximos fatores a partir da composição química: elemento fator dureza inicial C 0,2130 56HRc Mn 3,667 Si 1,175 Ni 1,182 Cr 2,080 Mo 1,750 Passo 3: Multiplicando todos os fatores iremos encontrar o Diâmetro critico ideal. D.I. = 0,2130 x 3,667 x1,175 x1,182 x 2,080 x 1,750 DI = 3,95 Passo 4: Para conhecer os valores de dureza utilize a tabela 2, onde a distancia 1, estará na tabela 1. As dureza equivalentes encontra-se dividindo a dureza inicial pelo fator correspondente a cada ponto. Distância da base temperada 1/16" ¼" ½" ¾" 1" 1¼" 1½" 1¾" 2" 1 1,022 1,202 1,397 1,59 1,73 1,82 1,895 1,94 Dureza (HRc) 56 55 46,5 40 35,5 32,5 31 29,5 29 Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 34 Título: Exercício – Cálculo da previsão da temperabilidade Jominy, baseado na composição química e tamanho de grão austenítico. Introdução: As vezes deseja-se prever a curva da temperabilidade a partir de uma analise química proposta ou de um aço comercial não disponível para teste. O método aqui descrito proporciona uma precisão absoluta de calculo de dureza Jominy de uma seção com análise química e tamanho de grão na temperatura da tempera e uma analise mostrada. Composição química do aço e tamanho de grão austenítico. T. G = SAE= %C %Mn %Ni %Si %Cr %Mo Passo 1: Na tabela 1 encontra o fator base correspondente ao teor de carbono e tamanho de grão. Passo 2: Na mesma tabela, podemos de terminar os próximos fatores a partir da composição química: elemento fator dureza inicial C Mn Si Ni Cr Mo Passo 3: Multiplicando todos os fatores iremos encontrar o Diâmetro critico ideal. D.I. = ______ x ______ x ______ x ______ x ______ x ______ DI = Passo 4: Para conhecer os valores de dureza utilize a tabela 2, onde a distancia 1, estará na tabela 1. As dureza equivalentes encontra-se dividindo a dureza inicial pelo fator correspondente a cada ponto. Distância da base temperada 1/16" ¼" ½" ¾" 1" 1¼" 1½" 1¾" 2" 1 Dureza (HRc) Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 35 Ensaio de Temperabilidade Jominy conforme SAE J 407 b HR c 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 29 30 31 32 1/16" 1/8 ¼ 3/8 ½ 5/8 ¾ 7/8 1" Análise Química (Fornecedor) TG = Aço= 8640 %C 0,42 %Si 0,28 %Mn 0,88 %Cr 0,52 %Ni 0,55 % Mo 0,22 %V %W %S 0,016 %P 0,022 Pts. Mín. Real Máx. 01 53 60 02 53 60 03 52 60 04 51 59 05 49 59 06 46 58 07 42 57 08 39 55 09 36 54 10 34 52 11 32 50 12 31 49 13 30 47 14 29 45 15 28 44 16 28 42 18 26 41 20 26 39 22 25 38 24 25 38 26 24 37 28 24 37 30 24 37 32 24 37 Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 36 SELEÇÃO DE AÇOS FERRAMENTAS 1. DEFINIÇÃO: São designados os materiais ferrosos usados na confecção de ferramentas e matrizes. Trata-se de aços da mais alta qualidade, dos quais a indústria exige severos requisitos. Para o fabricante, o aço ferramenta representa um produto de alta qualidade, o qual é rigorosamente controlado e inspecionado durante a sua fabricação, sendo fabricado geralmente em pequenos lotes, diferindo principalmente do aço para construção mecânica pelo seu grau de controle de qualidade e quantidades envolvidas. Para o fabricante de ferramentas, os aços ferramentas representam um grupo especial de aços ; os quais após um tratamento térmico correto proporcionam uma combinação única de propriedades necessárias para aplicação em ferramentas e matrizes.Os aços para uma determinada ferramenta sempre são em menor número para uma determinada peça mecânica, ás vezes são produzidos apenas para um fim específico. Durante a fabricação, cuidados extremos são tomados nas operações a fim de se obter um produto de alta qualidade. Na carga do forno as matérias primas como sucata e ferro ligas são cuidadosamente selecionados, não somente para se ter uma composição química correta, como também para assegurar um produto acabado homogêneo e isento de inclusões. O forno usualmente adotado é o forno elétrico a arco, no qual se tem controle rigoroso das condições econômicas na fabricação de pequenas quantidades de aço. Como normalmente esses aços contém além do C que é o principal elemento químico, outros elementos como Cr, Ni, Mo, W, V, Co e outros em % bastante variadas, os processos de deformação no modo de deformar o lingote, mesmo como a laminação , a deformação mecânica em prensas e martelos , tornam-se operações extremamente delicadas nas quais se tomam cuidados extremos , na temperatura de aquecimento , na maneira Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 37 de carregar o lingote no forno , na velocidade de deformação , no modo de deformar o lingote , mesmo assim a sucata de retorno é bastante grande não só devido a falhas de fabricação como e principalmente devido ao corte das “cabeças dos lingotes “e das pontas das barras , operações absolutamente necessárias a fim de se obter um produto isento de inclusões ou vazios . Os processos de inspeção são realizados não só nos lingotes como no produto semi–acabados e principalmente no produto final. A barra é examinada em cada ponta por meio de provas de laboratório a fim de determinar a estrutura do aço, o tamanho de grão, segregação, descarbonetação, temperabilidade. Todas as barras são normalmente submetidas ao processo de ultra-som. Afim de determinar defeitos de superfície , não visíveis a olho nu , são normalmente submetidos a exame de magna – flux . Afim de se obter um produto com dureza uniforme ao longo de toda a barra e com descarbonetação dentro dos limites controlados , estes aços são tratados termicamente em fornos especiais nos quais a temperatura e a atmosfera são rigorosamente controladas . Essa necessidade de precisão na produção, no controle de qualidade é principalmente devido a adição de elementos de liga, são as razões do alto custo do produto final. Essa insistência em se obter um produto final de alta qualidade se justifica, pois muitas dessas barras serão posteriormente transformadas em complicadas ferramentas que necessitarão centenas de horas de fabricação e nas quais o aço em si não representa mais do que20% do custo de ferramenta acabada. 2. CLASSIFICAÇÃO: Existe atualmente em produção em todo o mercado mundial mais de uma centena de tipos de aços ferramentas, cujas composições químicas variam desde o mais simples aço ferramenta de têmpera em água com cerca de 1% de C e mais nenhum elemento de liga, até o mais altamente ligado , super aço rápido cuja a composição de todos elementos de liga Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 38 chega a 50 % . Evidentemente dentro desses limites a classificação destes aços representa um problema bastante grande. Parecendo absurdo, a primeira vista, estabelecer uma classificação mista de aços ferramentas, isto é, agrupar certos aços pelo fim a que se destinam , outros pela composição química ou por certas propriedades mecânicas e outros ainda pelo modo como são tratados térmicos , é , no entanto , a maneira mais correta de agrupá–los em uma classificação . Se tentássemos classificar em uma só classe pelo uso, teríamos para matrizes uns poucos, porém, para o aço utilizado em brocas a quantidade seria tão grande que não poderíamos agrupa-lo como uma classe. Uma outra possibilidade seria classificá-lo pelo elemento químico predominante na composição do aço, o que também não é possível, pois certos aços possuem um elemento químico predominante que pode ser total ou parcialmente substituído por outro sem que haja variação sensível nas propriedades do aço. Baseando–se nos fatos acima descritos, o Instituto Americano do Ferro e Aço (AISI ) , estabeleceu uma classificação dos aços ferramentas no qual estes são divididos em 6 grupos principais 1 – Aços ferramentas de tempera em Agua . Designação : W 2 – Aços ferramentas Resistente a Choques . Designação : S 3 – Aços ferramentas para Trabalho a Frio. Designações: Série A – média liga temperável ao ar. Série D – alto carbono/ alto cromo. Série O – temperado em óleo. 4 – Aço ferramenta para Trabalho a Quente. Designação: H Série H 1 até H 19 – elemento predominante : Cr Série H 20 até H 39 – elemento predominante: W Série H 40 até H 59 – elemento predominante: Mo 5- Aço ferramenta – Aços rápido: Designações: Série T – elemento predominante: W Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 39 Série M – elemento predominante: Mo 6 – Aço ferramenta para Fins Especiais . Designações Série L – baixa liga Série F -ligados com C e W Série P -aços para moldes , baixo C . Como se pode notar é uma classificação mista baseando–se em grupos principais pelo uso final com exceção do 1 grupo que é baseado no meio de têmpera . Dentro de cada grupo existem sub – grupos baseados no uso , outros no meio de resfriamento de têmpera , outros ainda no elemento químico predominante . Uma classificação completa pode ser médios. Aços do mesmo tipo fabricados por diferentes produtores podem diferir na análise dos elementos e podem conter outros elementos em quantidades pequenas não estabelecidos nesta classificação . Anos de pesquisas mostraram que a propriedades de um aço estão intimamente relacionadas com sua estrutura, e o efeito da composição química é somente para alterar a composição de certas fases na estrutura , como os carbonetos , ou para alterar o tratamento térmico requerido para obter a estrutura desejada . No caso dos aços ferramentas, os elementos de liga modificam as propriedades devido aos seguintes fatores : 1 ) Mudando a composição e propriedades de fase carboneto . 2 ) Mudando as características de têmpera , incluindo: 2.1) Temperatura Crítica e o excesso de carboneto em solução no aquecimento. 2.2) O crescimento do grão no aquecimento. 2.3) A temperabilidade e os produtos de transformação no esfriamento. 2.4) A formação de martensita e a retenção de austenita no esfriamento. Isto é, alterando as temperaturas de início ( Mi ) e de final ( Mf) de transformação de martensita . 3.0 ) Mudando as características do revenimento Face esses fatores , podemos resumir a função dos elementos de liga nos AÇOS FERRAMENTAS no seguinte : Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 40 1 – Os elementos de liga permitem maiores resistências mecânicas em seções grandes porque, aumentam a penetração de dureza (TEMPERABILIDADE). 2 – Os elementos de liga permitem menor distorção no processo de têmpera pelo fato de aumentar a temperabilidade, permitindo desse modo endurecer o aço em meios menos severos de esfriamento. 3 – Os elementos de liga permitem aumentar a tenacidade dos aços mantendo uma granulação fina, ou diminuição das tensões internas criadas em meios de têmpera menos severos, ou ainda permitindo alívio de tensões criadas na têmpera por meio de um revenimento feito a temperaturas elevadas sem perda da dureza. 4- Os elementos de liga proporcionam durezas altas a temperaturas elevadas devido a resistência que certos carbonetos apresentam ao amolecimento quando submetidos a condições de operação de ferramentas de corte e matrizes para trabalho a quente . SELEÇÃO DOS AÇOS FERRAMENTAS Muitas vezes a escolha de um aço ferramenta se baseia em fator que independe de fundamento metalúrgico. O primeiro ponto a considerar é o número de peças que a ferramenta deverá produzir. Se uma ferramenta for fabricada para produzir alguns milhares e escolhemos um aço que sua vida útil é de centenas de milhares de peças, é uma escolha errada. A escolha de um aço ferramenta deve ser baseada em experiência anteriores de aplicações de aços de um mesmo consumidor. Basear-se em aplicações semelhantes de outro consumidor (outras condições de aplicações) podem conduzir a erros. CUSTOS DA FERRAMENTA Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 41 Analisando o custo de uma ferramenta – fator primordial na escolha , podemos dizer que o custo é influenciado por dois fatores : 1 – Custo da matéria prima – Aço. 2 – Custo de fabricação – Usinagem , tratamento térmico , Retificações e outras operações . Em muitos casos o custo do aço é fator minoritário no custo final da ferramenta. Muitas vezes o projeto determina influência preponderante na escolha do aço a saber : - PERIGO DE TRINCAS – aço de meio de têmpera menos severo - TEMPERATURAS ELEVADAS – aços de boa resistência ao revenimento. - ACABAMENTO E TOLERÂNCIAS APERTADAS – aço de boa usinabilidade aliada a resistência e descarbonetação e baixa formação. - RESISTÊNCIA AO CHOQUE – aço de boa tenacidade . - SUBMISSÃO AO DESGASTE – boa resistência ao desgaste . SELEÇÃO : Dos muitos aços ferramentas encontrados no mercado mundial, alguns tipos são os mais freqüentemente usados. Na verdade, cinco ou mais seis tipos de aços satisfazem as exigências de uma fábrica, principalmente quando se trata de uma industria especializada em um determinado tipo de produção. Partindo-se deste fato podemos reduzir a classificação geral em dez tipos mais usados, que estão abaixo discriminados com suas propriedades mais importantes. Aç o Indeformalida de Tenacida de Resistênc ia ao Revenido Resistênc ia ao Desgaste Seg. na Tempe ra Usinabilida de W1 Inferior Boa Inferior Regular Regular Muito boa O1 Boa Regular Inferior Regular Boa Boa A2 Muito boa Regular Regular Boa Muito Regular Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 42 boa D2 Muito boa Regular Regular Muito boa Muito boa Inferior S1 Regular Muito boa Regular Regular Boa Regular H1 2 Muito boa Muito boa Muito boa Regular Muito boa Regular M2 BoaRegular Muito boa Muito boa Regular Regular T15 Boa Inferior Muito boa Muito boa Regular Inferior L3 Regular Regular Inferior Regular Regular Boa F3 Boa Muito boa Boa Regular Boa Boa Esta tabela nos fornece dados para a escolha de 90 % dos casos de aplicações novas . Podemos dizer praticamente os fabricantes de aços produzem dentro destes dez apresentados , como pequenas variações . A Carpenter Steel Co utiliza um método , baseado nas quatro propriedades fundamentais dos aços ferramentas . - INDEFORMABILIDADE - TENACIDADE - RESISTÊNCIA AO DESGASTE - RESISTÊNCIA AO REVENIMENTO Este diagrama pode ser dividido especificamente em duas partes : Superior – aços de maior resistência ao revenido Inferior – aços de menor deformação na têmpera . Se caminharmos para a direita aumentamos a resistência ao desgaste , mas perdemos a tenacidade , o contrário se verifica se caminharmos para a esquerda . É interessante observar que o aço H 12 tem “Muito Boa “indeformabilidade , mas no diagrama está na parte superior – Maior resistência ao revenido , que é sua propriedade essencial , para trabalho à quente e não como aço indeformável . A segurança à tempera , isto é , precaução contra as trincas no processo de tempera , se apresenta neste diagrama junto com a menor deformação . Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 43 Aplicações : Todas as aplicações dos aços ferramenta podem ser grupadas em cinco tipos básicos 1) DEFORMAÇÃO : a frio e a quente 2) CORTE POR CISALHAMENTO 2.1) Corte de geratrizes ( Blanking ) 2.2) Corte por punções 2.3) Corte por navalhas ou facas . 2.4) Corte em rebarbadoras 3) CORTE POR REMOÇÃO DE MATERIAL 3.1) Usinagem de metais 3.2) Usinagem de não metais 3.3) Rebarbação 4) MOLDAGEM 4.1) Fundição sob pressão 4.2 ) Injetoras de plástico 4.3) Moldagem de produtos cerâmicos 4.4) Moldagem de pós metálicos 5) OUTRAS APLICAÇÕES 5.1) Ferramentas de precisão 5.2 ) Calibres ou padrões de medidas 1) As ferramentas para deformação a frio ou a quente incluem matrizes ou blocos para forjamento a quente em prensas ou martelos de queda , matrizes para extrusão a quente , matrizes recalcadoras a frio , ferramentas de laminar roscas a frio . Tais ferramentas estão em contato direto com o metal sólido Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 44 , que se deforma durante curto espaço de tempo e podem portanto , estarem submetidos a altas tensões durante o serviço . Principais Requisitos : Resistência ao desgaste , tenacidade e usinabilidade . Quando em trabalhos a quente – Resistência ao Revenimento . 2) Ferramentas para corte por cisalhamento Facas Navalhas de guilhotinas Matrizes rebarbadoras de forjados Matrizes de Corte Facas Rotativas São ferramentas submetidas e elevadas tensões, principalmente , quando o metal a cortar é de grande espessura , determinando a escolha de aço de alta tenacidade associada a resistência ao desgaste a fim de manter o corte afiado e não perder as dimensões originais . A segurança ou deformação na têmpera, são requisitos secundários , mas que podem ser primordiais quando a matriz é de forma complicada ou navalhas de grandes dimensões . Ferramentas de Corte em usinagem – Necessitam de resistência ao revenimento e ao desgaste , onde tenacidade é requisito secundário Ferramentas para moldagem – Matrizes de injeção de plástico , matrizes de fundição sob pressão ou moldes permanentes para zinco , alumínio e ligas de cobre fundidos , e ferramentas para moldagem de pós metálicos e produtos cerâmicos . Outras aplicações – Incluem padrões que necessitam altas durezas , bom acabamento , estabilidade dimensional . As ferramentas de percusão , rebitadeiras com alta tenacidade . Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 45 SELEÇÃO DOS AÇOS PARA RESISTÊNCIA A FADIGA INTRODUÇÃO : Resistência à Fadiga : é a reação favorável de um material , a cargas aplicadas mais de uma vez . A deformação das peças rompidas por fadiga é pequena e a superfície da fratura mostra uma aparência características que difere da fratura resultante de cargas aplicadas uma só vez . A fig. 2 mostra um arranjo esquemático de carga ( A) R.R .Moore e ( B) do tipo de corpo de prova em balanço de máquina de teste de fadiga . “S” indica o corpo de prova e “P” indica a carga de ambos casos . Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 46 Os efeitos das variações das propriedades mecânicas , composição química: micro e macrotextura , na vida das peças , tem sido extensivamente estudada por causa da possível influência na seleção dos aços para satisfazer requisitos específicos . Estes estudos tem mostrado que a Resistência a fadiga mantém-se em proporção com a Resistência à tração , mas isto não se verifica para todos os níveis de tensões . Os métodos de fabricação, técnica de tratamento térmico, tratamento superficiais, acabamento superficial de peças e o meio em que elas trabalham, tem maiores influências na determinação última do comportamento de uma peça quando submetida a fadiga (tensões cíclicas). A seleção de um aço para satisfazer um projeto específico , raramente se faz na base de uma única propriedade . As altas resistências à fadiga de certos aços , dever ser acompanhada da ductilidade adequada , de capacidade para absorver choques , de resistência ao meio de trabalho e outras considerações . Certos requisitos de fabricação , tais como USINABILIDADE , SOLDABILIDADE E FORMABILIDADE , podem também limitar a escolha do aço e mesmo impedir o uso de aços que teriam resistência a fadiga ótima . 2.0) PROPRIEDADES ESTÁTICAS E A FADIGA Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 47 Sabemos da relação de proporcionalidade entre a resistência à fadiga e a resistência à tração. O mesmo pode ser dito usando-se dureza ao invés da resistência à tração. Assim na Figura 4 observa-se que quanto maior a dureza maior a faixa em que se encontra os valores de tensão de fadiga. 3.0) EFEITO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA Os efeitos dos elementos de liga na Tensão de Fadiga dos aços de baixa liga, foi avaliado pela análise dos dados mostrados na Figura 5. As diferenças encontradas para o mesmo nível de carbono foram sem significado. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 48 3.1) EFEITO DO CARBONO Ainda analisando os dados individuais da Figura 5 pode-se constatar a existência de aumento da Tensão de Fadiga, para maiores teores de carbono a um mesmo nível de dureza, acima de 45 Rc. 3.2) EFEITO DO CHUMBO Este elemento, do mesmo modo que o enxofre, é adicionado nos aços para melhorar a usinabilidade. Para tensões de até 13000 psi o seu efeito nesta característica é tão pequeno que pode-se mesmo dizer ser inexistente. Acima deste valor os teores de Chumbo passam a ser significativos, diminuindo sensivelmente a tensão de resistência à fadiga. O efeito do chumbo foi estudado em aços que continham 0.20%. 3.3) EFEITO DAS INCLUSÕES DE SULFETOS Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 49 A principal influência do Enxofre na resistência, manifesta-se em corpos de prova que apresentam entalhes e que estão submetidos a elevados níveis de tensões. Teores de Enxofre até 0.25% tem influência na tensão de resist6encia à fadiga, baixando-a em cerca de 30%. 4.0) MICROTEXTURA 4.1) MARTENSITA – O teor de martensita nos aços temperados, influi na resistênciaà fadiga. A figura 6 mostra essa influência . Deste modo, no que concerne à resistência à fadiga, quanto menos drástica a têmpera, menor a tensão de fadiga. 4.2) PERLITA X ESFEROIDITA Para avaliação da influência dessas duas microtexturas tomou-se um aço com 0,78%C , 0,22%Si , 0,27%Mn , 0,016%S e 0,011%P. Esse aço foi repartido em dois lotes de corpos de provas os quais foram tratados de duas maneiras diferentes para obtenção dessas duas microtexturas com a mesma dureza e a mesma resistência. Os tratamentos conforme Figura 7 foram os seguintes: σ RF (PS1) 90000 70000 Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 50 a) para se obter perlita – austenitização a 842ºC/1h ; resfriamento para 705ºC em banho de sal por 20 horas. b) Para se obter Esferoidita – Austenitização a 842ºC/1h, têmpera em óleo, revenido em banho de sala 685ºC por 15 horas. Efetuando o ensaio de fadiga em ambos os lotes tratados, os resultados são mostrados na figura 8 abaixo: ºC 842 705 1H 20H 685 842 1H ºC 15H σ F Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 51 4.3) ENCRUAMENTO A estrutura do aço, pode ser modificada pelo encruamento (deformação plástica) o que provoca um aumento nos limites de escoamento, de resistência e na resistência à fadiga, comparando com os resultados do material no estado laminado à quente. A figura 9 mostra o aumento da resistência à fadiga, para um aço específico em função da percentagem da redução à frio. 4.4 ) AUSTEMPERA Testes em serviço , tem mostrado que peças que foram tratadas dessa forma , são melhores do ponto de vista ao choque a fadiga , do que as que foram temperadas . Com a “AUSTEMPERA “ obtemos a “Bainita” com as seguintes vantagens : a) Ausência de tensões b) Textura “ Bainita “ – dureza elevada com certa ductilidade c) Ausência do revenimento σ F Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 52 4.5 ) DIRECIONALIDADE As peças laminadas tem propriedades a fadiga favorável com à direção que se considera . A resistência à fadiga de aços transversais à laminação são menores que os longitudinais. Essa diferença persiste mesmo após o tratamento térmico de têmpera mais revenido 4.6 ) AUSTENITA RETIDA Investigações em aços ferramenta mostraram que a resistência à fadiga era diminuída quando se aumentava a % da austenita retida em até 10%. Os aços estudados foram o 4340, 52100, D2 (Aço ferramenta para trabalho à frio temperável em óleo com 0,9%C; 1,6%Mn) e L6 (Aço ferramenta para fins especiais tipo baixa liga com 0,7%C; 0,75%Cr; 1,5%Ni; 0,25%Mo.) 5.0) GRADIENTES DE DUREZA 5.1) PROFUNDIDADE DA CAMADA No caso da descarbonetação (cementação), o aumento da profundidade carbonetada provoca aumento na resistência à fadiga. Assim o aço 8620 carbonetado apresenta os seguintes valores de resistência à fadiga para 10 ciclos: 0,030” de profundidade ___________________________190000 psi 0,050” de profundidade ___________________________ 200000 psi 0,070” de profundidade ___________________________ 210000 psi Também no caso de engrenagens possui-se dados que mostram a variação da vida com a profundidade. A Figura 10 mostra este fato para tensões na superfície de engrenagens de 38000 psi. Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 53 5.2) TÊMPERA POR INDUÇÃO Este tipo de tratamento mostroui resultados tão bons aos conseguidos com a cementação, ou carbonetação de engrenagens quando o mesmo era bem executado. As vantagens da têmpera por indução são: a) Baixo custo do material b) Distorções mínimas c) Usinagem antes do tratamento térmico. d) Vida das peças tão grande ou melhores que as carbonetadas 5.3) NITRETAÇÃO Quase sempre é especificada quando o problema maior é a resistência à fadiga, porque a aumenta consideravelmente. Ao contrário das peças temperadas por indução, a nitretação pode seguir os filetes e concordância, coisa difícil de ser conseguida com a têmpera por indução. O tratamento térmico de Nitretação consiste no seguinte: 2 NH3 2N + 3H2 5 6 Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 54 Temperatura de 500 – 540ºC Tempo de 48 a 72 horas em contato com o NH3 Com a nitretação temos um sensível aumento de volume de peça . Antes da Nitretação devemos fazer o beneficiamento ( Tempera de 900ºC e revenimento a 600ºC) para obtermos a textura Sorbitica a qual possue alta resistência ao desgaste , fadiga e corrosão . Desvantagens : o processo é antieconômico . 6 ) CONDIÇÕES DA SUPERFICIE 6.1 ) DESCARBONETAÇÃO E RECARBONETAÇÃO Algumas investigações tem mostrado do que a recuperação das peças descarbonetadas é perfeitamente exequivel e a resistência à fadiga é totalmente recuperada . 6.2 ) JATEAMENTO Também pode–se recuperar a resistência à fadiga por descarbonetação através de jateamento da superficie das peças com partículas duras de ferro fundido ou aço . Um aço 4340 apresentou os seguintes resultados : Resistência à tração estática . 260.000 Resistência à fadiga para 10 ciclo. 120.000 Resistência à fadiga para 10 ciclos 40.000 ( descarbonetação ) Resistência à fadiga para 10 ciclos 100.000 ( descarbonetação e jateado ) 6.3 ) ACABAMENTO SUPERFICIAL As rugosidades da superfície das peças tem grande importância na resistência à fadiga . Um acabamento de ferramentas de torno , pode dar Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 55 resultado de resistência à fadiga que são 1/10 dos obtidos com acabamentos com lixa 000 ( polimento ) 7.0 )INCLUSÕES As inclusões não metálicas , tem grande influência na resistência à fadiga , principalmente nos níveis elevados de tensões atuante . Nesse particular é importante conhecer o numero , distribuição e forma , e eles podem ter efeitos maiores do que o carbono e microtextura , sendo um fator importante na seleção de um tipo de aço para cada aplicação . 8.0) EFEITO DA TEMPERATURA Para temperaturas inferiores à ambiente , pelo meros até _129ºC, há um rápido aumento na resistência à fadiga . Para temperaturas acima da ambiente, há um certo aumento na resistência à fadiga para os aços ao carbono e alguns aços ligados . A figura 14 mostra o efeito para o aço 1035 com resistência à tração de 70.000 psi . σ F Tratamento Térmico e Seleção de Materiais -Laboratório 56
Compartilhar