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7. O MUNDO DENTRO DA ESCOLA RECURSOS HÍDRICOS X GOOGLE EARTH

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O MUNDO DENTRO DA ESCOLA: REFLETINDO SOBRE OS RECURSOS 
HIDRICOS COM O USO DO GOOGLE EARTH 
 
André Luiz Sarante∗ /Universidade Federal de Viçosa 
andre.sarante@ufv.br 
Ana Cristina Venancio da Silva∗∗/Universidade de São Paulo 
anacvs@usp.br 
 
 
INTRODUÇÃO 
O presente artigo intitulado “O mundo dentro da escola: refletindo sobre os 
recursos hídricos com o uso do Google Earth” tem por objetivo apresentar uma proposta 
de utilização do software Google Earth como recurso didático para o ensino de 
Geografia. Para isso, dentre muitos assuntos possíveis, escolhemos fazer uma proposta 
de ensino que aborda a importância da água e das bacias hidrográficas junto aos 
estudantes das séries finais do Ensino Fundamental II e também do Ensino Médio, na 
disciplina de Geografia. 
Essa proposta nasceu da junção de duas áreas de interesse: por um lado a 
questão da água na atualidade – e a necessidade premente de apresentá-la como um 
recurso e um patrimônio natural da humanidade – e, por outro, o interesse em utilizar o 
computador, a internet e imagens de satélite no processo de ensino-aprendizagem, uma 
vez que são recursos tecnológicos que despertam o interesse da quase totalidade dos 
jovens de hoje. 
Para sua efetivação, esta proposta requer a disponibilização de algumas TICs 
(Tecnologias da Informação e da Comunicação1) na escola, tais como: laboratório de 
 
∗
 Geógrafo e pesquisador das relações e dos usos da tecnologia aplicada ao ensino de Geografia. 
∗∗
 Historiadora, mestre em Educação, e pesquisadora de políticas públicas de utilização de recursos 
tecnológicos na Educação. 
1
 De acordo com Almeida (2005), as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são resultante da 
junção entre a informática e a telecomunicação. Por meio de suportes (mídias) e de meios de 
comunicação (tais como o jornal, o rádio, a televisão e a internet), as TICs possibilitam o acesso e a 
veiculação de informações e de todas as demais formas de articulação comunicativa em todo o mundo. 
informática conectado à internet, o programa Google Earth instalado em pelo menos 
uma das máquinas e um projetor multimídia. Além disso, a proposta requer saídas a 
campo para analisar os recursos hídricos da localidade e a estação de tratamento de água 
e esgoto da cidade na qual a proposta estiver sendo efetivada. Dessa forma, este projeto 
só poderá ser feito numa escola que contar com a infra-estrutura tecnológica e que 
permita que professores e alunos façam trabalhos externos. 
É imperativo que fique claro, portanto, que este artigo visa apresentar um 
modelo de uso de um recurso tecnológico como estratégia de ensino. Ao apresentarmos 
uma forma concreta e estruturada de utilização do Google Earth para o ensino de um 
grupo de conteúdos específicos que fazem parte do ensino escolar de Geografia 
estaremos contribuindo para que mais educadores e estudiosos do tema possam 
vislumbrar o emprego efetivo deste rico recurso tecnológico que é o Google Earth, uma 
vez que ele pode propiciar a construção de aprendizagens significativas, bem como o 
desenvolvimento de competências importantes não só para a ampliação do 
conhecimento geográfico que se tem do mundo, mas também para a formação de 
cidadãos críticos e participativos. 
A proposta pretende trabalhar o tema da água nas diferentes escalas, percorrendo 
junto com os estudantes um caminho que começa com este recurso no contexto global, 
passando pelos contextos nacional, regional até chegar ao abastecimento local no 
município. 
De acordo com Callai (2004, p. 94), “a escala de análise é um critério importante 
no estudo da Geografia. É fundamental que se considere sempre os vários níveis da 
escala social de análise: o “local”, o “regional”, o “nacional” e o “mundial”. Ainda 
segundo a autora, a compreensão das particularidades dos vários lugares pode ser o 
caminho para se compreender o global, o mundo em que vivemos e para investigar as 
relações que se estabelecem entre os homens e entre esses e a natureza. 
 Acreditamos que, no caso da água, a contextualização possibilitada pelas 
imagens disponibilizadas pelo Google Earth permitirá o surgimento de uma consciência 
crítica e ampliada em relação a este recurso natural. Ao longo das atividades, em muitos 
momentos o professor tem o dever de estimular discussões sobre a abundância e a 
escassez desse recurso e os desdobramentos econômicos, sociais e culturais que essas 
duas situações trazem, nos âmbitos local, regional e global. As noções de uso, mau uso, 
desperdício e reuso da água devem ser apresentadas e discutidas com o intuito de 
despertar uma consciência social acerca do tema. 
Ao mostrar as bacias hidrográficas nas diferentes escalas, acreditamos que seja 
possível tratar da realidade local com praticamente a mesma riqueza de detalhes que 
costumeiramente encontramos nos livros didáticos quando eles tratam das principais 
bacias do Brasil. Nesse aspecto, ao invés de trabalhar com o aluno uma realidade quase 
sempre distante e abstrata, porque é diferente da sua, o professor abordará a realidade 
local a partir do cruzamento das imagens oferecidas pela internet por meio do Google 
Earth, e das saídas a campo feitas com os estudantes. 
A vivência virtual em três dimensões que o Google Earth propõe ao usuário será 
apresentada como um complemento ao livro didático e ao atlas escolar, no qual as 
imagens são estáticas, apresentam apenas alguns entre os vários espaços geográficos 
brasileiros e mundiais, e oferece figuras em duas dimensões. Com isso, além de trazer 
para dentro da escola algo que a princípio está fora dela (a internet e o uso de um 
programa que, com efeito, não foi desenvolvido com vistas ao uso didático) será 
possível mostrar aos estudantes que o computador e a internet podem ser usados não só 
para o entretenimento, mas também para obter e construir novos saberes. 
A idéia aqui apresentada surge da dificuldade que alguns professores de 
Geografia têm em utilizar recursos didáticos diferentes para explicar vários temas do 
currículo escolar deste componente. Mesmo na atualidade, encontramos algumas 
escolas em que o conhecimento ainda é transmitido de forma, “bancária” e autoritária 
como já afirmou Freire (1981). Nelas, as aulas continuam se baseando apenas na 
reprodução de conteúdos presentes em livros didáticos. Além disso, os exemplos, mapas 
e fotos que são colocados em sala de aula, contidos nos livros didáticos, revelam, 
discutem e problematizam assuntos ligados, principalmente, aos contextos global e 
regional, desprezando, quase sempre, o contexto local e imediato de boa parte dos 
estudantes. 
Isso significa que, no limite, a Geografia que é ensinada na escola é trabalhada, 
na grande maioria das vezes, com exemplos abstratos e bastante distantes de muitos 
alunos. É justamente neste aspecto que o software Google Earth pode contribuir para a 
construção de saberes geográficos, trazendo o mundo – em diferentes escalas – para 
dentro da escola, por meio das aulas de Geografia. 
 
2 - A utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) no ensino 
de Geografia 
 
O momento atual destaca-se pela existência de uma profusão de projetos, 
pesquisas e pesquisadores dedicados ao estudo do emprego das TICs na educação. 
Dentre os pesquisadores ligados a essa área do conhecimento, destacamos João Manoel 
Moran, José Armando Valente e Eduardo O. C. Chaves. 
Para esses pesquisadores, pensar novas formas de difundir o conhecimento é 
uma necessidade urgente, já que é insustentável mantermos o paradoxo atual, no qual se 
replica uma estrutura escolar criada pelos iluministas no século XVIII e popularizada no 
século XIX, com professores que ainda estão no século XX e alunos cujos corações e 
mentes fazem parte do século XXI. É preciso coragem e ousadiana busca de soluções 
para esse impasse, já que se deseja uma escola com professores e alunos que estejam 
numa mesma realidade espaço-temporal. 
Quando tratamos de modernizações no ensino e na escola, parte significativa das 
inovações metodológicas surgem da utilização didático-pedagógica de recursos que 
costumeiramente estão fora do espaço escolar, tais como o audiovisual, a música, o 
computador, a internet, a imagem, os recursos multimídias, etc. Para Moran (1994), 
Valente (2005) e Chaves (1998), o emprego das TICs pode ser significativo no processo 
de ensino e aprendizagem, uma vez que elas contribuem significativamente para que os 
alunos se sintam motivados a querer aprender cada vez mais, na medida em que ajudam 
na contextualização dos conteúdos. 
A utilização de TICs no processo de ensino-aprendizagem pressupõe a tão 
discutida “inclusão digital” de professores e alunos. No entanto, não podemos nos 
esquecer que sem um certo domínio no manuseio das tecnologias, é impossível torná-las 
meios (estratégias) para se atingir fins específicos. 
Dada a realidade socioeconômica de parte significativa da população brasileira, 
cabe ao Estado promover ações com vistas a incluir digitalmente sua população, sob o 
risco ter que lidar com uma nova categoria de analfabeto: o analfabeto digital. 
Na trajetória educacional do Brasil das últimas décadas, percebemos com nitidez 
que, dentre os vários aparelhos eletrônicos que possibilitam o uso de TICs na escola, o 
computador tem sido alvo da maioria das iniciativas. Políticas públicas e privadas estão 
sendo realizadas com o objetivo de promover o uso pedagógico da informática em 
praticamente todas as redes de ensino de Educação Básica. 
Todavia, os principais pesquisadores deste tema são praticamente unânimes em 
dizer que não basta equipar as escolas. É preciso encarar de frente a imensa resistência 
vigente entre grande parte dos professores em relação à tecnologia, aos meios 
eletrônicos e às inovações pedagógicas como um todo. 
Segundo Vieira (1999), a introdução das TICs na educação deve ser 
acompanhada de uma sólida formação dos professores para que eles possam utilizá-las 
de uma forma responsável e com potencialidades pedagógicas verdadeiras. Sob essa 
perspectiva, deve fazer parte do cotidiano escolar, e constar no projeto pedagógico da 
unidade, o treinamento contínuo e progressivo dos professores. Isso equivale dizer que a 
formação inicial e continuada dos docentes é fundamental, pois, para se usar um novo 
recurso, é imprescindível conhecê-lo bem. 
A inserção do computador e da internet nas escolas brasileiras poderá contribuir, 
segundo Libâneo (2000), para a democratização de saberes socialmente significativos e 
para o desenvolvimento das capacidades intelectuais e afetivas, tendo em vista a 
formação de cidadãos contemporâneos. Vesentini (2007) defende que, se os educandos 
são fascinados pelos computadores, pela imagem no lugar da escrita e também por 
jogos, é interessante incorporar esses elementos como estratégias de ensino. Além disso, 
o autor afirma também que o professor, cidadão que vive no mesmo mundo pleno de 
mudanças, deve estar a par e participar das inovações tecnológicas, das alterações 
culturais, trabalhando com esses recursos de maneira crítica, levando o aluno a usá-los 
de forma ativa. 
No que diz respeito às políticas educacionais brasileiras, é pertinente destacar 
ainda que a nova lei de diretrizes e bases da educação (9394/96) expõe a necessidade da 
educação escolar trabalhar com conteúdos e recursos que qualifiquem o cidadão para 
viver na sociedade moderna tecnológica. 
Este contexto favorece a introdução da tecnologia de sensoriamento remoto na 
escola como conteúdo e recurso didático inovador no processo de ensino e 
aprendizagem, frente às atuais exigências de reformulação da educação escolar impostas 
pela conjuntura de nossa sociedade na aurora de um novo milênio. 
Fonseca e Oliveira (2007) falam que as imagens de satélite podem oferecer 
muito, já que o produto que elas apresentam ultrapassa de longe o que o olho humano 
pode ver. Tanto horizontalmente – que seria o planeta todo em sua simultaneidade 
quanto verticalmente – aprofundando-se numa área, num lugar. 
Da mesma forma, Saussen e Machado (2004): 
 
Salientam que o uso de imagens de satélite no estudo da geografia em sala de 
aula contribui para uma didática mais significativa na educação escolar, 
porque esse recurso promove a realização de aulas mais diversificadas e 
atrativas, nas quais o aluno poderá se sentir mais motivado, pois é possível 
estudar o espaço geográfico da própria região com imagens de satélite que 
permitem identificar o uso e cobertura do solo, o desenho urbano, os 
impactos ambientais, entre outros aspectos e, a partir disso, propor possíveis 
soluções, dando ao aluno maior compreensão dos processos atuantes na 
sociedade em que vive. (SAUSSEN; MACHADO, 2004, p.1486). 
 
É com base na fala desses dois autores, que vemos a utilização do Google Earth 
como uma ferramenta para tratar a questão da água em diversos tipos de escala. Além 
do mais, Saussen e Machado (2004), afirmam ainda que à medida que a escala de 
percepção espacial for gradativamente se expandindo, desencadeará um processo que, 
no final, levará o aluno a obter um posicionamento crítico diante dos acontecimentos 
sociais, contribuindo para a formação de um cidadão mais consciente e comprometido. 
Daí, a importância de trabalhar as tecnologias (o sensoriamento remoto, a 
internet o e computador) no aproveitamento didático, para o nível de ensino médio nas 
aulas de Geografia. 
Segundo Carvalho et. al. (2004): 
 
A utilização de recursos de sensoriamento remoto possibilita aos alunos uma 
apreensão sistêmica da área de estudo, favorecendo à análise do meio 
ambiente e ecossistemas associados, considerando não apenas um único 
aspecto/variável, mas sim a multiplicidade de aspectos/variáveis que possam 
estar contribuindo para a degradação da qualidade das águas, estabelecendo 
relações entre o impacto local e suas repercussões espaciais e revelando, 
conseqüentemente, suas implicações para o declínio da qualidade de vida da 
população atendida direta ou indiretamente por este manancial. 
(CARVALHO et. al., 2004, p. 11). 
 
É fato que a qualidade das águas tem sido afetada pelas atividades produtivas ou 
por seus reflexos (poluição por esgotos, derramamentos acidentais de produtos tóxicos, 
disposição inadequada de rejeitos sólidos, etc.). Nesse aspecto, destaca-se, nesse 
projeto, a utilização da bacia hidrográfica como recorte de um estudo geográfico, 
enfatizando seu caráter físico como unidade sistêmica, onde a ação humana é mais uma 
variável frente à questão ambiental. 
Entende-se, portanto, bacia hidrográfica como, segundo Barrella, W. et. al. 
(2001); 
Conjunto de terras drenadas por um rio e seus afluentes, formada nas regiões 
mais altas do relevo por divisores de água, onde as águas das chuvas, ou 
escoam superficialmente formando os riachos e rios, ou infiltram no solo para 
formação de nascentes e do lençol freático. As águas superficiais escoam 
para as partes mais baixas do terreno, formando riachos e rios, sendo que as 
cabeceiras são formadas por riachos que brotam em terrenos íngremes das 
serras e montanhas e á medida que as águas dos riachos descem, juntam-se a 
outros riachos, aumentando o volume e formando os primeiros rios, esses 
pequenos rios continuam seus trajetos recebendo água de outros tributários, 
formando rios maiores até desembocar no oceano. (BARRELLA, W. et. al., 
2001, p. 138). 
 
Já para Fernandes (1999) apud Attanasio, (2004) o termo bacia hidrográfica 
refere-se a uma compartimentação geográfica natural delimitada por divisores de água. 
Este compartimento é drenado superficialmente por um curso d`água, principal e seus 
afluentes. 
Caberessaltar, pela última vez, que acreditamos que os novos recursos 
tecnológicos, dentre os quais destacamos o sensoriamento remoto, a internet e o 
computador, devem ser utilizados como ferramentas que complementam e 
contextualizam os conteúdos desenvolvidos em sala de aula, não substituindo de 
maneira alguma o professor e o livro didático, como preconiza um determinado senso 
comum dominado pela lógica do mercado capitalista. 
Utilizaremos, em suma, o olhar acurado possibilitado pelo sensoriamento remoto 
no estudo das bacias hidrográficas, para propiciarmos uma aprendizagem significativa e 
crítica em relação à água, seu consumo e sua importância. 
 
 
 
3 - O Google Earth como recurso didático 
 
 Em linhas gerais o Google Earth é um programa desenvolvido e distribuído pela 
empresa Google2, cuja função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, 
construído a partir de fotografias de satélites. Além de ser gratuito, o programa oferece 
uma riqueza de detalhes e possibilita o desenvolvimento de uma nova maneira de olhar 
e conceber geograficamente o mundo, uma vez que permite visualizar, de forma 
dinâmica, diferentes aspectos globais, regionais e locais de vários fenômenos. 
O que chama a atenção em relação ao Google Earth é justamente o fato de ele 
apresentar a realidade local – dificilmente abordada nos livros didáticos - e se renovar 
 
2
 A Google Inc é a empresa que desenvolve e disponibiliza serviços online, cuja sede se situa nos EUA. 
Seu primeiro serviço foi um sistema de buscas denominado Google, que, na atualidade, é considerado o 
serviço de busca mais usado no mundo. O serviço de buscas Google foi criado a partir de um projeto de 
doutorado de Larry Page e Sergey Brin, desenvolvido na Universidade de Stanford em 1996. Atualmente, 
a Google, é uma empresa que fornece dezenas de outros serviços online, que são, na maioria das vezes, 
gratuitos aos usuários da internet. O software Google Earth pode ser adquirido gratuitamente pelo 
endereço eletrônico: http://earth.google.com/ 
 
de tempos em tempos e, por isso, disponibilizar imagens atualizadas do espaço 
geográfico. Isso coloca o programa em vantagem em relação aos livros impressos que 
normalmente abordam e mostram as realidades globais e regionais em detrimento da 
local, impossível de ser retratada em sua totalidade, e que se tornam obsoletos pouco 
tempo depois de impressos, dado o dinamismo com que as paisagens sofrem mudanças. 
Nunca é demais lembrar que não se trata de desqualificar o livro didático, mas de 
procurar formas de complementá-lo e atualizá-lo, papel que pode ser desempenhado 
pelo Google Earth e também por outros programas e serviços disponibilizados pela 
internet. 
 
4 - A PROPOSTA DE ENSINO – OS ENCONTROS 
 
O modelo de uso que propomos pode ser utilizado com estudantes das séries 
finais do Ensino Fundamental II e também do Ensino Médio. A proposta desenvolvida 
foi estruturada a partir de onze encontros, sendo que cada encontro equivale a duas 
aulas. Desses encontros, nove podem ser desenvolvidos em sala de aula e dois devem 
ocorrem nos espaços em que ocorrerão as visitas monitoradas. Nestes onze momentos, 
deve ser exposto e discutido o conceito de bacia hidrográfica, enfatizando suas 
características e dimensões sociais, naturais e econômicas. 
Pensando-se em turma de aproximadamente 40 alunos, a cada encontro os 
alunos deverão ser organizados em grupos. Este tipo de divisão tem o intuito de 
promover debates, propor a realização de tarefas específicas e proporcionar o 
desenvolvimento de habilidades de trabalho em grupo, tão valorizadas no mundo atual. 
Em relação às duas visitas monitoradas (quinto e décimo primeiro encontro), 
elas foram pensadas com a finalidade de possibilitar o estreitamento entre a teoria e a 
prática e fazer um estudo da realidade a partir das áreas mais próximas dos alunos. 
Para Tomita (1999), o trabalho de campo é uma prática indispensável para o 
ensino de Geografia, mas não o suficiente. Não se deve encarar essa atividade como um 
fim, mas como um meio que tenha o seu prosseguimento ao retornar à sala de aula. 
Segundo Pontuschka et. al. 2007; 
 
A observação dirigida, quando realizada nas visitas e nos trabalhos de campo, 
aprimora a habilidade de expressão gráfica e estética, de leitura e 
interpretação dos sinais da natureza, de levantamento de hipóteses e de 
confronto de explicações e teorias sobre, por exemplo, as tendências de 
expansão ou degradação do espaço local. (PONTUSCHKA et. al., p.299). 
 
As visitas monitoradas com os alunos podem propiciar a elaboração de um novo 
recurso didático que contribui com a Geografia no ensino médio. Estamos nos referindo 
aos chamados mapas mentais. Nogueira (2006, p. 129) fala que “os mapas mentais são 
representações construídas inicialmente tomando por base a percepção dos lugares 
vividos, experienciados. Isso equivale dizer, portanto, que eles partem de uma dada 
realidade”. Ainda segundo a autora, os mapas mentais podem ser utilizados, para 
levantar com os alunos os problemas sociais e ambientais dos lugares onde eles vivem. 
Em relação à música “Sobradinho”, de autoria da dupla Sá e Guarabira, devemos 
pontuar que ela foi proposta com estratégia de ensino do décimo encontro, por 
entendermos que cabe também a escola estimular reflexões filosóficas e artísticas sobre 
o tema e não apenas as questões racionais que envolvem os usos da água no mundo 
atual. 
A ampliação do universo cultural dos alunos, para além da cultura de massa que 
é veiculada nos meios de comunicação é também, a nosso ver, um dever da escola. 
Devemos levar os estudantes a ir além do senso comum e também a perceber a beleza e 
força da poesia, bem como a importância e função delas nas sociedades humanas. O ser 
humano é um ser de idéias, de contato social e, portanto, um ser de cultura. Nesse 
sentido, é importante fazer uso também das manifestações culturais para sensibilizar e 
propor reflexões. Foi pensando nesses aspectos que resolvemos lançar mão da citada 
música, que será trabalhada com os estudantes de forma integral (letra e melodia). 
Com o intuito de oferecer uma visão geral do modelo de uso que estamos 
propondo, organizamos abaixo uma tabela em que disponibilizamos os encontros e uma 
síntese dos principais tópicos que devem ser trabalhados em cada um deles: 
 
Tabela 1: Principais tópicos que devem ser discutidos em cada um dos encontros propostos. 
ENCONTROS TEMAS 
1° encontro Distribuição das águas no Planeta Terra; 
2° encontro Conceito de bacia hidrográfica 
3° encontro As bacias hidrográficas brasileiras; 
4° encontro Elementos que fazem parte e/ou que estão no entorno de uma bacia 
hidrográfica; 
5° encontro Visita a uma bacia hidrográfica perto da Escola; 
6° encontro Os principais rios do Brasil; 
7° encontro O Rio mais próximo da escola e seu entorno; 
8° encontro O consumo de água pela: agricultura, indústria e sociedade; 
9° encontro Poluição das águas; 
10° encontro As hidrelétricas e os movimentos dos atingidos por barragens; 
11° encontro Visita à estação de tratamento de água e de esgoto; 
Fonte: SARANTE e SILVA (2009) 
 
A seguir, apresentamos o detalhamento de cada encontro previsto no presente 
modelo de uso. A guisa de exemplo, optamos por utilizar a cidade de Viçosa-MG e a 
Bacia do Rio São Bartolomeu para dar visualidade ao desenvolvimento didático da 
proposta. Cremos que a leitura deles propiciará uma percepção concreta e 
pormenorizada do trabalho que estamos propondo. 
 
4.1 - Primeiro encontro: Distribuição das águas no Planeta Terra 
 
Objetivos: Este primeiro encontro tem como objetivo fazer com que o aluno 
reflita através das imagens de satélites, se o Planeta no qual vivemos pode ser 
classificado como Planeta Terra ou PlanetaÁgua. Além disso, o professor pode discutir 
com os alunos a porcentagem de água doce e a porcentagem de água salgada existente 
no planeta, verificar onde a água doce está concentrada (calotas polares e geleiras, rios e 
lagos, lençóis subterrâneos e outros tipos de reservatórios) e analisar a importância do 
ciclo hidrológico. A seguir selecionamos imagens obtidas por meio do programa que 
podem ser utilizadas em sala de aula: 
 
 
Figura 1 - Vista parcial do Planeta Terra, 
destacando a imensidão das terras emersas. 
Figura 2 – Vista parcial do Planeta Terra, com 
destaque ao Círculo polar antártico. 
Fonte: Google EarthTM Fonte: Google EarthTM 
 
4.2 - Segundo encontro: Conceito de Bacia Hidrográfica 
 
Objetivos: Neste segundo encontro, o professor e os alunos devem dialogar 
sobre vários conceitos de bacia hidrográfica e construir um novo conceito, respeitando 
sempre os saberes que os alunos trazem para dentro da escola. Após esta etapa, o 
professor deve analisar junto com os alunos, através das fotos de satélites do programa 
Google Earth, uma área próxima à escola. Em seguida, o professor e os alunos 
delimitarão uma bacia hidrográfica através da ferramenta “caminho”3 que se encontra 
na barra de ferramentas do software. Para uma melhor delimitação, o professor poderá 
utilizar o recurso “3D” para poder identificar e mostrar os divisores de água. A seguir 
selecionamos imagens obtidas por meio do programa que podem ser utilizadas em sala 
de aula: 
 
 
 
Figura 3 – Bacia Hidrográfica próxima de uma 
Escola Estadual da cidade de Viçosa – MG. 
Figura 4 – utilização do recurso “caminho” e do 
recurso “3D” para podermos delimitar os divisores 
de água. 
Fonte: Google EarthTM Fonte: Google EarthTM 
 
4.3 - Terceiro encontro: As bacias hidrográficas brasileiras 
 
Objetivos: Neste encontro, o professor deverá delimitar, em linhas gerais, as 
bacias hidrográficas brasileiras classificadas de acordo com a Agência Nacional das 
Águas – ANA, por meio do emprego da ferramenta “caminho”. Em uma mesma 
imagem o docente deverá destacar as bacias: Amazônica, do Tocantins-Araguaia, do 
Atlântico Nordeste Ocidental, do Atlântico Nordeste Oriental, do Parnaíba, do São 
Francisco, do Atlântico Leste, do Paraná, do Uruguai, do Atlântico Sudeste, do 
Atlântico Sul e do Paraguai. Vale ressaltar que o programa permite que se mostre a 
 
3
 A ferramenta “caminho” está localizada na barra de ferramentas do programa e pode ser utilizada para 
marcar um determinado trajeto. Como exemplo, o professor ou o aluno pode utilizar essa ferramenta para 
seguir um curso de um rio, uma via férrea, uma determinada avenida, etc. Além disso, o usuário poderá 
salvar determinado percurso e colocar um título. 
localidade de uma bacia por vez e também de todas juntas ao mesmo tempo. 
Acreditamos que uso desse recurso de “animação” facilite a aprendizagem dos alunos. 
 
 
Figura 5 - Construção de um banco de dados utilizando a ferramenta “caminho” para separar as bacias 
hidrográficas de acordo com a Agência Nacional das Águas – ANA. 
Fonte: Google EarthTM 
 
 
4.4 - Quarto encontro: Elementos que fazem parte e/ou que estão no entorno de 
uma bacia hidrográfica 
 
Objetivos: Neste encontro, o docente e os alunos devem analisar uma imagem 
local de uma área próxima a escola. Com base na imagem, vai ser delimitada uma bacia 
hidrográfica. Após esta delimitação, o professor poderá discutir com os alunos quais são 
os elementos que fazem parte e que estão no entorno da bacia. Devem ou não aparecer 
elementos como: porções reduzidas de áreas cobertas pela vegetação; pastagens 
geralmente degradadas; áreas ocupadas pela população; etc. Após a análise dos 
elementos contidos na imagem, o professor poderá propor para o próximo encontro uma 
visita a mesma bacia hidrográfica delimitada na imagem. A seguir selecionamos uma 
imagem obtida por meio do programa, na qual foi delimitada a Bacia do Rio São 
Bartolomeu no município de Viçosa-MG: 
 
 
Figura 6 - delimitação de uma bacia hidrográfica e os elementos contidos nela e em seu entorno. 
Fonte: Google EarthTM 
 
4.5 - Quinto encontro: Visita a bacia hidrográfica delimitada no encontro anterior 
 
Objetivos: Neste encontro extra-classe, os alunos deverão percorrer – a pé ou de 
ônibus – , o percurso entre a escola e a bacia delimitada no encontro anterior. Após 
realizar o trajeto, os alunos terão que fazer um mapa mental, desenhando os elementos 
mais importantes observados tanto na imagem de satélite do encontro anterior, como no 
percurso realizado neste encontro. Esta observação dirigida, realizada no trabalho de 
campo, tem como função aprimorar a habilidade de expressão gráfica e estética, de 
leitura e de interpretação dos sinais da natureza, de levantamento de hipóteses e de 
confronto de explicações e teorias. Com o mapa mental, os alunos terão que, em uma 
folha separada, descrever também quais são os elementos que causam os impactos 
negativos presenciados através da análise da imagem de satélite e do trajeto à bacia 
hidrográfica e, propor medidas mitigadoras para preservar as bacias hidrográficas da 
região. Estes exercícios visam aproximar a teoria discutida nos encontros anteriores com 
a realidade próxima do aluno. 
 
4.6 - Sexto encontro: Os principais rios do Brasil 
 
Objetivos: Neste encontro, serão abordados os principais rios brasileiros e sua 
importância para o desenvolvimento das regiões que eles percorrem. Destacam-se os 
Rios: Amazonas, São Francisco, Paraná e Tietê. Em relação ao Rio Amazonas, o 
professor pode discutir com os alunos a importância desse rio para a região norte do 
país e a questão da quantidade de sedimentos que é depositado em sua foz, como 
aparece na Figura 7. Ao falar do Rio São Francisco, o professor pode propor uma 
discussão sobre a questão da transposição desse importante rio que nasce em Minas 
Gerais e percorre boa parte do Estado da Bahia. O Rio Paraná, rio que separa os Estados 
de São Paulo e Mato Grosso do Sul, pode ser destacado pela atividade agrícola intensa 
que está ao seu redor. E por fim, o Rio Tietê, rio que corre para o interior do país e 
deságua no Rio Paraná, pode ser destacado pela grande concentração populacional que 
está em sua volta e a questão de sua poluição. A seguir selecionamos imagens obtidas 
por meio do programa que podem ser utilizadas em sala de aula: 
 
 
Figura 7 - Trecho do Rio Amazonas Figura 8 - Trecho do Rio São Francisco 
Fonte: Google EarthTM Fonte: Google EarthTM 
 
 
 
Figura 9 - Trecho do Rio Paraná Figura 10 - Trecho do Rio Tietê 
Fonte: Google EarthTM Fonte: Google EarthTM 
4.7 - Sétimo encontro: O Rio mais próximo da escola e seu entorno 
 
Objetivos: Neste encontro, a partir da imagem do Google Earth, os alunos vão 
analisar a situação que se encontra o rio mais importante da cidade e verificar como está 
à ação do ser humano em seu entorno. 
 
 
Figura 11 - Percurso do Ribeirão São Bartolomeu e a ação do ser humano em seu entorno (exemplo de 
análise de um rio localizado na cidade de Viçosa-MG). 
Fonte: Google EarthTM 
 
4.8 - Oitavo encontro: O consumo de água pela: agricultura, indústria e sociedade 
 
Objetivos: Neste oitavo encontro, o professor poderá analisar junto com os 
alunos a utilização da água pela agricultura, pela indústria e pela sociedade. Em relação 
à agricultura, a Figura 12 mostra claramente extensas áreas de cultivo. Nota-se um 
importante rio que atravessa essas áreas de plantio. Para representar as indústrias, o 
professor pode destacar uma indústria de papel e celulose (Figura 13), visto que, essa 
atividade industrial utiliza grandes quantidades de água no processo de produção. E por 
fim, na Figura 14, observa-se um grande reservatório de água que abastecea região 
Metropolitana de São Paulo e que atualmente sofre sérios problemas com a ocupação 
populacional e a poluição. A seguir selecionamos imagens obtidas por meio do 
programa que podem ser utilizadas em sala de aula: 
 
 
 
Figura 12 - Áreas agrícolas próximas ao Rio São 
Francisco. 
Figura 13 - Indústria de papel e celulose, 
localizada no Estado do Espírito Santo. 
Fonte: Google EarthTM Fonte: Google EarthTM 
 
 
Figura 14 - Parte da Represa Billings. 
Fonte: Google EarthTM 
 
4.9 - Nono encontro: Poluição das águas 
 
Objetivos: Neste encontro serão discutidas as diversas formas de contaminação 
das águas. Contaminação pelos esgotos domésticos; contaminação pelos resíduos 
gerados pelas indústrias e contaminação gerada pela utilização de agrotóxicos na 
agricultura. As duas primeiras formas de contaminação podem ser observadas na Figura 
15, na qual, há grande concentração populacional e diversos tipos de indústrias. Já o 
terceiro tipo de contaminação pode ser verificado na Figura 16, onde grandes 
propriedades agrícolas que além de consumir grandes quantidades de água, lançam 
enormes concentrações de substâncias tóxicas nos rios. A seguir selecionamos imagens 
obtidas por meio do programa que podem ser utilizadas em sala de aula: 
 
 
 
Figura 15 - Encontro do Rio Tietê com o Rio 
Pinheiros, ambos poluídos, devido, 
principalmente, pela deposição de esgotos 
industriais e domésticos. 
Figura 16 - Grandes áreas agrícolas próximas ao 
Rio São Francisco. 
Fonte: Google EarthTM Fonte: Google EarthTM 
4.10 - Décimo encontro: As hidrelétricas e os Movimentos dos Atingidos por 
Barragens 
Objetivos: Neste encontro, o professor poderá analisar a história dos conflitos, 
as lutas e as propostas dos Movimentos dos Atingidos por Barragens no Brasil. A partir 
disso, através das imagens de satélites, o professor poderá mostrar aos alunos as 
famosas obras “faraônicas” que desalojaram milhares de pessoas de suas terras, com 
destaque para a obra de Sobradinho no Rio São Francisco e a construção da Usina de 
Itaipu na bacia do Rio Paraná. A nível local, o professor juntamente com os alunos, 
devem analisar e procurar noticias sobre pequenas construções de hidrelétricas no 
município. No final desse encontro, o docente deverá analisar, juntamente com os 
alunos a letra da música “Sobradinho” de Sá e Guarabira, associando esta, com as idéias 
debatidas até este momento. A seguir selecionamos imagens obtidas por meio do 
programa que podem ser utilizadas em sala de aula: 
 
 
 
Figura 17 - Usina de Itaipu, geração de energia e 
desalojamento de milhares de pessoas. 
Figura 18 - Sobradinho no Rio São Francisco. 
Fonte: Google EarthTM Fonte: Google EarthTM 
 
4.11 - Décimo primeiro encontro: Visita à estação de tratamento de água e de 
esgoto da cidade 
 
Objetivos: Neste último encontro, os alunos vão visitar a estação de tratamento 
de água localizada na cidade. Além disso, o professor de Geografia deverá identificar, 
junto com os estudantes, qual é a missão da estação, quantas estações de tratamento de 
água e de esgoto a cidade possui e quantos habitantes são beneficiados por tal serviço. 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A confecção e divulgação de propostas de ensino, que também podem ser 
chamadas de modelos de uso, é um trabalho de suma importância quando o que se 
deseja é o uso efetivo de certo tipo de recurso didático no ensino. No caso da tecnologia, 
não basta equipar a escola com laboratórios de informática ou mesmo dar breves 
treinamentos acerca dos recursos de um software para os professores: faz-se necessário 
pensar e produzir propostas detalhadas que cruzem a tecnologia com outras práticas 
com as quais os professores já estejam habituados, como é o caso de saídas a campo. 
Quando começamos a usar algo novo, o ideal é começar trilhando caminhos delineados 
por outras pessoas, para, só depois, começarmos a alçar vôos mais altos. Essa é, 
essencialmente, a função dos modelos de uso em educação. 
Sendo assim, neste artigo acadêmico, nos propusemos a mostrar, com riqueza de 
detalhes, uma forma de utilização do software Google Earth como recurso didático nas 
aulas de Geografia, trazendo aos alunos, um primeiro contato com as imagens de 
satélite. Por meio desta proposta de ensino acreditamos que os estudantes serão levados 
a observar os cursos de água existentes nas proximidades da escola, bem como os 
divisores de água e analisar as formas de uso destes recursos hídricos pelas atividades 
humanas nas diferentes escalas espaciais. 
Tal exercício foi pensando e forma a incentivar o desenvolvimento de 
competências e também a criatividade dos estudantes, apresentando alternativas mais 
prazerosas de aprendizagem e levando-as a enfrentar situações-problema e a elaborar 
propostas de intervenção solidária na realidade. Acreditamos na validade da proposta, 
sobretudo porque ela procura levar as TICs para dentro da sala de aula, explorando suas 
potencialidades ao máximo, com vistas na formação de cidadãos preparados para 
participações sociais consistentes e construtivas, colocando a escola como espaço de 
uma inclusão digital que vá além de se ensinar o manuseio de microcomputadores, indo, 
portanto, na direção de uma efetiva inclusão social. 
 
 
 
 
 
 
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