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www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 1 Direito Obrigacional @profCrisSobral Livro: Direito Civil Sistematizado 5ª edição. Ed. Gen/Método. Advogado. Doutorando em Direito. Autor de diversas obras. CONCEITO Trata- se de uma relação jurídica de caráter transitório formada entre credor e devedor em torno do cumprimento (adimplemento) de uma prestação (exigível) em que deverá ser observado uma série de deveres. Que deveres são esses? 1. Principais: Envolvem as obrigações de dar, fazer e não fazer. 2. Acessórios (anexos, implícitos, satelitários): Envolvem a cooperação, a proteção e a confiança, por exemplo. A responsabilidade do devedor em caso de descumprimento afeta todo o seu patrimônio? ATENÇÃO! Mitigação dos arts. 389/390 do CC/02. Observação ao Direito Civil- Constitucional. Fundamentos para diversos certames: a) estatuto jurídico do patrimônio mínimo. b) Dignidade da pessoa humana. c) art. 649 do CPC. d) Lei 8.009/90. e) Súmula 364 do STJ. f) Súmula 25 Vinculante do STF. DIREITOS OBRIGACIONAIS X DIREITOS REAIS ● Os direitos obrigacionais são numerus apertus (art.425. CC), já os reais são clausus (art. 1225, CC). ● Os direitos obrigacionais não se submetem a seqüela (princípio da aderência ou inerência), já os direitos reais sim. ● Nos direitos obrigacionais não observamos a exigibilidade do registro (art. 107, CC), porém nos reais existe a necessidade de registrabilidade. ● Nos direitos obrigacionais existe a presença de duas partes (credor/devedor) e nos reais há um só sujeito (relação entre o homem e a coisa). ● Nos direitos obrigacionais se observa a eficácia inter-partes, enquanto nos reais a eficácia se dá erga omnes. OBS: Tema comumente indagado em concursos- OBRIGAÇÃO PROPTER REM. (registro de propriedade) São aquelas ligadas a coisa, ou seja, por causa do bem. Aderem à coisa. Podem ser chamadas em provas de ambulatoriais, reipersecutórias. Vejamos o STJ: CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE COBRANÇA DE COTAS CONDOMINIAIS. ARREMATAÇÃO DE IMÓVEL PELO BANCO. DÍVIDA ANTERIOR. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. AGREGAÇÃO AO IMÓVEL. RESPONSABILIDADE DO ARREMATANTE. DIREITO DE REGRESSO. CPC, ART. 42, § 3º. I. O entendimento firmado pelas Turmas integrantes da 2a. Seção do STJ é no sentido de que a dívida condominial constitui obrigação propter rem, de sorte que, aderindo ao imóvel, passa à responsabilidade do novo adquirente, ainda que se cuide de cotas anteriores à transferência do domínio, ressalvado o seu direito de regresso contra o antigo proprietário. II. Recurso especial não conhecido. (REsp 659584/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 04/04/2006, DJ 22/05/2006, p. 205) São híbridas? Sim, pois estão entre os direitos pessoais e reais. Tema de concurso: Obrigação propter rem no direito ambiental. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. DANOS AMBIENTAIS. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE. TERRAS RURAIS. RECOMPOSIÇÃO. MATAS. TEMPUS REGIT ACTUM. AVERBAÇÃO PERCENTUAL DE 20%. SÚMULA 07 STJ. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 2 1. A responsabilidade pelo dano ambiental é objetiva, ante a ratio essendi da Lei 6.938/81, que em seu art. 14, § 1º, determina que o poluidor seja obrigado a indenizar ou reparar os danos ao meio-ambiente e, quanto ao terceiro, preceitua que a obrigação persiste, mesmo sem culpa. Precedentes do STJ:RESP 826976/PR, Relator Ministro Castro Meira, DJ de 01.09.2006; AgRg no REsp 504626/PR, Relator Ministro Francisco Falcão, DJ de 17.05.2004; RESP 263383/PR, Relator Ministro João Otávio de Noronha, DJ de 22.08.2005 e EDcl no AgRg no RESP 255170/SP, desta relatoria, DJ de 22.04.2003. 2. A obrigação de reparação dos danos ambientais é propter rem, por isso que a Lei 8.171/91 vigora para todos os proprietários rurais, ainda que não sejam eles os responsáveis por eventuais desmatamentos anteriores, máxime porque a referida norma referendou o próprio Código Florestal (Lei 4.771/65) que estabelecia uma limitação administrativa às propriedades rurais, obrigando os seus proprietários a instituírem áreas de reservas legais, de no mínimo 20% de cada propriedade, em prol do interesse coletivo. Precedente do STJ: RESP 343.741/PR, Relator Ministro Franciulli Netto, DJ de 07.10.2002 Pode a pessoa devedora se livrar da obrigação? Sim, pelo abandono da coisa ou pelo transmissibilidade. OBS: DIFERENÇA PARA A OBRIGAÇÃO COM ÔNUS REAL= ë aquela que gera limitação com relação ao uso e gozo do bem, ou seja, é um grave. Vejamos o art. 803, CC. Atenção! Essas obrigações desaparecem com o perecimento da coisa, tal fato não ocorre na propter rem. OBS: OBRIGAÇÃO COM REFICÁCIA REAL: Aqui estamos diante de um direito pessoal com eficácia erga omnes. Vejamos: Art. 3º da Lei 8245/91, art. 505, CC. Outro tema de prova! INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. SUCESSORES. A Turma deu provimento ao recurso especial a fim de assegurar aos sucessores o direito à indenização pelos danos morais suportados pelo de cujus. Na espécie, a lesada propôs a ação indenizatória por danos materiais e morais em desfavor da recorrida, mas faleceu no curso do processo, tendo sido sucedida pelos herdeiros recorrentes. O tribunal a quo condenou a recorrida a reparar apenas os prejuízos materiais; quanto aos morais, entendeu que a imagem e a personalidade são patrimônios subjetivos, portanto desaparecem com a morte de seu detentor. Segundo a Min. Relatora, o direito de exigir a reparação do dano, inclusive moral, transmite-se com a herança nos termos dos arts. 12 e 943 do CC/2002. Ressaltou ser intransmissível o direito moral em si, personalíssimo por natureza, não o direito de ação, de cunho patrimonial. Dessa forma, concluiu que, assim como o espólio e os herdeiros têm legitimidade ativa ad causam para pleitear, em ação própria, a reparação dos danos psicológicos suportados pelo falecido, com mais razão se deve admitir o direito dos sucessores de receber a indenização moral requerida pelo de cujus em ação iniciada por ele próprio. REsp 1.040.529- PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 2/6/2011. ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO Elementos subjetivos: Credor e Devedor. 1. Elementos Objetivos: Prestações. 2. Elemento Virtual ou Espiritual: Vinculo. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 3 OBS: Tema de prova: VÍNCULO- TEORIAS- DUALISTA. ● Schuld: executar a prestação. DÉBITO. ● Haftung: responsabilidade. Algumas classificações importantes. OBRIGAÇÃO CIVIL: SCHULD+HAFTUNG OBRIGAÇÃO NATURAL: SCHULD OBRIGAÇÃO DE GARANTIA: HAFTUNG. OBS: ART. 820, CC. FONTES DAS OBRIGAÇÕES ● Lei ● Contratos ● Atos ilícitos. Vide art. 187, CC. ● Atos unilaterais. Vide art.854/860; 876/883 e 884/886, ambos do CC. ● Princípios ● Súmula Vinculante OBS: Os dois últimos não estão contidos na visão clássica. Para provas objetivas indico marcar somente os quatro primeiros. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES OBRIGAÇÕES DE DAR (AD DANDUM) Podem elas ter os seguintes entendimentos, vejamos: 1. Dar: Idéia de transferência. Compra e Venda. 2. Entregar: Transferir a posse ou mesmo a detenção. 3. Restituir: Devolução da posse ou detenção. DAR A COISA CERTA. LEI 1. OBJETO INDIVIDUALIZADO 2. PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA 3. OBSERVAÇÃO PARA AS PERTENÇAS. 4. PRINCÍPIO DA EXATIDÃO # ALIUD PRO ALIO (UMA COISA POR OUTRA) 5. DAÇÃO EM PAGAMENTO 6. OBRIGAÇÃO POSITIVA 7. RESPERIT DOMINO SUO Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. PERDA SEM CULPA E COM CULPA Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. DETERIORAÇÃO SEM CULPA E COM CULPA Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. CÔMODOS OBRIGACIONAIS Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 4 OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR. PERDA/DETERIORAÇÃO SEM CULPA E COM CULPA Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. VIDE ENUNCIADO 15 I CJF. BENEFÍCIOS Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. DAR A COISA INCERTA ● GENÉRICA ● GÊNERO E QUANTIDADE ● CONCENTRAÇÃO DO DÉBITO ● CRITÉRIO MÉDIO ● TRANSITORIEDADE/ RELATIVIDADE ● GENUS NUNQUAM PERIT. CRÍTICA. Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. OBRIGAÇÃO DE FAZER (AD FACIENDUM) ● FACERE ● FUNGÍVEL E INFUNGÍVEL ● ARTS 633/634 CPC ● RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO PRÓPRIO SUBJETIVA ● URGÊNCIA: AUTOTUTELA CIVIL.. CUIDADO ARTS.187, CC (ABUSO DE DIREITO). ENUNCIADO 37 I CJF. ● INFUNGIBILIDADE MEDIDAS: ARTS 461 E 645 DO CPC E ART. 84 DO CDC. ● ENUNCIADO 22 I CJF. ● SÚMULA 410 STJ Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se- á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER (AD NON FACIENDUM) ● NEGATIVA ● ABSTENÇÃO DE CONDUTA ● QUASE SEMPRE INFUNGÍVEL E INDIVISÍVEL PELA NATUREZA ● VIDE ART. 390, CC www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 5 ● SE FOR TRANSEUNTE CABE PEDIDO DE PERDAS E DANOS ● SE FOR PERMANENTE- ART.637 DO CPC. ● AUTOTUTELA CIVIL. CUIDADO ART. 187, CC. Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. OBRIGAÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS. CONCEITOS. ● Simples: singularidade de sujeitos e prestações. Um credor, um devedor, uma prestação. ● Compostas: mais de um sujeito e mais de uma prestação. Multiplicidade é a palavra. OBRIGAÇÕES COMPOSTAS- ALTERNATIVAS (DISJUNTIVAS) E CUMULATIVAS (CONJUNTIVAS) ● Alternativas: Compostas pela multiplicidade de objetos e aqui o devedor somente necessita cumprir com uma das prestações assumidas. Lembre do ou. ● Cumulativas: Veja o nome! Compostas pela multiplicidade de objetos, e o devedor tem que cumprir todas as prestações. ● ESCOLHA. A QUEM CABE? ● PLURALIDADE DE OPTANTES ● PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE ● TRATO SUCESSIVO. JUS VARIANDI. BALANCEAMENTO DA CONCENTRAÇÃO. ● #OBRIGAÇÃO FACULTATIVA OU COM FACULDADE DE CUMPRIMENTO. FALATA DE PREVISÃO. IMPORTANTE PARA CONCURSOS. TEMA DE PROVA!!!! OBRIGAÇÃO FACULTATIVA: - uma prestação- uma faculdade do devedor- não possibilidade do credor exigir qualquer alternância. É UMA OBRIGAÇÃO SIMPLES. Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. § 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e umadas prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir- se-á a obrigação. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 6 OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS ● ART.87, CC. ● CONCURSU PARTES FIUNT (HAVENDO CONCURSO DE CREDORES E DEVEDORES A OBRIGAÇÃO SERÁ FRACIONADA). ● INDIVISIBILIDADE: NATURAL, JURÍDICA, CONVENCIONAL. ● OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL E A PLURALIDADE DE CREDORES. O QUE FAZER? ART. 260, CC. ● ART. 263 E A # PARA AS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS. ISSO SE DÁ PORQUE A INDIVISIBILIDADE É RELACIONADA AO OBJETO. JÁ A SOLIDARIEDADE ESTÁ RELACIONADA AO SUJEITO, ASSIM PERSISTE MESMO DIANTE DE PERDAS E DANOS. ● PERDÃO E A OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL: REMISSÃO. A COTA PARTE DEVE SER ABATIDA E COMPENSADA AO DEVEDOR. Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS ● MULTIPLICIDADE DE OBJETOS ● UNIDADE OBJETIVA DA OBRIGAÇÃO (DÍVIDA TODA) ● NÃO SE PRESUME. LEGALIDADE E CONVENCIONALIDADE. EXEMPLO: LEI 932 C/C 942, CC. ART. 2º LEI 8245/91. ART. 585, CC. ART. 829, CC.SENDO CONVENCIONAL. VER O ART. 266,CC. VIDE ENUNCIADO 247 IV CJF. ● PREVENÇÃO JUDICIAL: ART. 268, CC. VIDE ART.219, CPC. ● REFRAÇÃO DO CRÉDITO. ART. 270, CC. BENEFÍCIOS DO INVENTÁRIO. ● REFRAÇÃO DO DÉBITO. ART. 276, CC. ● DEVEDOR SOLIDÁRIO E EXCEÇÕES PESSOAIS E DEMAIS EXCEÇÕES. AS PESSOAIS SÃO INCOMUNICÁVEIS. EXEMPLO: SE SOMENTE UM DEVEDOR FOI COAGIDO A ASSINAR UM CONTRATO SOMENTE ELE PODERÁ ALEGAR ESSA DEFESA. ● ART. 274 SUA POLÊMICA. SE UM DOS CREDORES PERDE EM JUÍZO? NÃO SERÁ EFICAZ COM RELAÇÃO AO OUTROS. SE O CREDOR GANHA? TAL JULGADO IRÁ BENEFICIAR OS OUTROS. ● ENUNCIADOS 348, 349 E 359 IV CJF. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 7 Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co- devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. Da Solidariedade Ativa Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba. Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve. Da Solidariedade Passiva Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 8 Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co- devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. Art. 284. No caso de rateio entre os co- devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar. OBRIGAÇÕES DE MEIO E RESULTADO ● As de meio são aquelas em que o devedor obriga-se apenas executar a atividade com a maior probidade e diligência possível. Exemplo: Advogado ele não garante o ganho da causa. OBS: Art. 14 par. 4º CDC e art.951, CC. ● As de resultado são aquelas em que o devedor assume o risco, ou seja, se compromete, independente dos meios utilizados. OBS: Art. 737, CC. Vejamos o STJ: RESPONSABILIDADE CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRATAMENTO ODONTOLÓGICO. APRECIAÇÃO DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. INVIABILIDADE. TRATAMENTO ORTODÔNTICO. EM REGRA, OBRIGAÇÃO CONTRATUAL DE RESULTADO. REEXAME DE PROVAS. INADMISSIBILIDADE. 1. As obrigações contratuais dos profissionais liberais, no mais das vezes, são consideradas como "de meio", sendo suficiente que o profissional atue com a diligência e técnica necessárias, buscando a obtenção do resultado esperado. Contudo, há hipóteses em que o compromisso é com o "resultado", tornando-se necessário o alcance do objetivo almejado para que se possa considerar cumprido o contrato. 2. Nos procedimentos odontológicos, mormente os ortodônticos, os profissionais da saúde especializados nessa ciência, em regra, comprometem-se pelo resultado, visto que os objetivos relativos aos tratamentos, de cunho estético e funcional, podem ser atingidos com previsibilidade. 3. O acórdão recorrido registra que, além de o tratamento não ter obtido os resultados esperados, "foi equivocado e causou danos à autora, tanto é que os dentes extraídos terão que ser recolocados". Com efeito, em sendo obrigação "de resultado", tendo a autora demonstrado não ter sido atingida a meta avençada, há presunção de culpa do profissional, com a consequente inversão do ônus da prova, cabendo ao réu demonstrar que não agiu com negligência, imprudência ou imperícia, ou mesmo que o insucesso se deu em decorrência de culpa exclusiva da autora. 4. A par disso, as instâncias ordinárias salientam também que, mesmo que se tratasse de obrigação "de meio", o réu teria "faltado com o dever de cuidado e de emprego da técnica adequada", impondo igualmente a sua responsabilidade. 5. Recurso especial não provido. (REsp 1238746/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/10/2011, DJe 04/11/2011) TEMA DE PROVA: PODE HAVER EXCLUSÃO DE RESPONSABILIDADE NAS OBRIGAÇÕES DE RESULTADO? DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO MÉDICO. CIRURGIA PLÁSTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. SUPERVENIÊNCIA DE PROCESSO ALÉRGICO. CASO FORTUITO. ROMPIMENTO DO NEXO DE CAUSALIDADE. 1. O requisito do prequestionamento é indispensável, por isso inviável a apreciação, em sede de recurso especial, de matéria sobre a qual não se pronunciou o Tribunal de origem, incidindo, por analogia, o óbice das Súmulas 282 e 356 do STF. 2. Em procedimento cirúrgico para fins estéticos, conquanto a obrigação seja de resultado, não se vislumbra responsabilidade objetiva pelo insucesso da cirurgia, mas mera presunção de culpa médica, o que importa a inversão do ônus da prova, cabendo ao profissional elidi-la de modo a exonerar-se da responsabilidade contratual pelos danos www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 9 causados ao paciente, em razão do ato cirúrgico. 3. No caso, o Tribunal a quo concluiu que não houve advertência a paciente quanto aos riscos da cirurgia, e também que o médico não provou a ocorrência de caso fortuito, tudo a ensejar a aplicação da súmula 7/STJ, porque inviável a análise dos fatos e provas produzidas no âmbito do recurso especial. 4. Recurso especial não conhecido. (REsp 985888/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 16/02/2012, DJe 13/03/2012) ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES ● SOLUTIO ● ATO JURÍDICO LÍCITO/FATO JURÍDICO. ● PLANO DA EFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO ● ENUNCIADO 425 V CJF ● SOLVENS- QUEM DEVE PAGAR ● ACCIPIENS- A QUEM SE DEVE PAGAR ● VÍNCULO OBRIGACIONAL ● PAGAMENTO DIRETO ● PAGAMENTO INDIRETO OU ESPECIAL ● EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO SEM O PAGAMENTO ● PRINCÍPIO DA PONTUALIDADE ● PRINCÍPIO DA DILIGÊNCIA NORMAL TEMAS MAIS COMUNS EM PROVAS- SOLVENS 1. DEVEDOR 2. REPRESENTANTE DO DEVEDOR 3. TERCEIRO INTERESSADO (JURÍDICO- MAJORITÁRIO E MORAL- MINORITÁRIO) E NÃO INTERESSADO (EM NOME PRÓPRIO (art.305) E EM NOME DO DEVEDOR (art.304)). OBS: RECIBO DE QUITAÇÃO. 4. SUB-ROGAÇÃO LEGAL- ART. 349,CC. 5. IMPOSSIBILIDADE NOS CASOS DE OBRIGAÇÕES INTUITU PERSONAE- ART.247,CC. 6. Vamos lá! Aqui chamo sua atenção para possível questão de prova. O 3º interessado que paga o débito em nome próprio tem direito de regresso (ex. Fiança Criminal). O 3º interessado que paga em nome do devedor, sem oposição deste, não terá o reembolso. Obrigação natural? 7. Art.306,CC Boa pergunta! 8. ART.307,CC ALIENAÇÃO A NON DOMINO TEMAS MAIS COMUNS EM PROVAS- ACCIPIENS 1. CREDOR 2. REPRESENTANTE DO CREDOR 3. TERCEIRO 4. ENUNCIADO 424 CJF 5. QUEM PAGA MAL PAGA DUAS VEZES? ARTS 308/309, CC. 6. CREDOR PUTATIVO- TEORIA DA APARÊNCIA? PRINCÍPIO DA CONFIANÇA? DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. OBRIGAÇÃO DE FAZER. PEDIDO DE OUTORGA DE ESCRITURA DEFINITIVA DE COMPRA E VENDA. DEFERIMENTO DE OUTORGA DE ESCRITURA DE CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS. JULGAMENTO EXTRA PETITA. NÃO OCORRÊNCIA. BEM TRANSACIONADO OBJETO DE INVENTÁRIO. PAGAMENTO AO CREDOR PUTATIVO. EFICÁCIA. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. 1.- Não há vício na sentença que determina a outorga de cessão de direitos hereditários e não a de escritura definitiva de compra e venda, conforme pedido na inicial se, sendo válido o negócio realizado pelas partes, até o proferimento da decisão não houver se encerrado o inventário, por ser a cessão um minus em relação ao pedido da autora. 2.- Considera-se eficaz o pagamento realizado àquele que se apresenta com aparência consistente de ser mandatário do credor se as circunstância do caso assim indicarem. A atuação da corretora e do recorrente indicaram à recorrida, compradora do bem, que aquela tinha legitimidade para as tratativas e fechamento do negócio de compra e venda. 3.- O prequestionamento, entendido como a necessidade de o tema objeto do recurso haver sido examinado pela decisão atacada, constitui exigência inafastável da própria previsão constitucional, ao tratar do recurso especial, impondo-se como um dos principais requisitos ao seu conhecimento. Não examinada a www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 10 matéria objeto do especial pela instância a quo, incidem os enunciados 282 e 356 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 4.- Recurso Especial improvido. (REsp 823.724/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/05/2010, DJe 07/06/2010) 7. CREDOR INCAPAZ? ART.310,CC. ATENÇÃO! ARTS 166, 171, 172, 180, AMBOS DO CC/02. ATENÇÃO! VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM. 8. ART.312, CC- PENHORA PRÉVIA E OPOSIÇÃO. TÍTULO III Do Adimplemento e Extinção das Obrigações CAPÍTULO I Do Pagamento Seção I De Quem Deve Pagar Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub- roga nos direitosdo credor. Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la. Seção II Daqueles a Quem se Deve Pagar Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. ELEMENTOS DO PAGAMENTO DOS ELEMENTOS OBJETIVOS 1. ART 313, CC- PRINCÍPIO DA EXATIDÃO 2. ART.314,CC – PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DA PRESTAÇÃO 3. ART.315,CC- PRINCÍPIO DO NOMINALISMO. Atenção o DL 857/69 e Lei 8880/94 4. ART. 316,CC- CLÁUSULA DE ESCALA MÓVEL OU ESCALONAMENTO DO PREÇO- PRINCÍPIO DO AUMENTO PROGRESSIVO. ATENÇÃO! É POSSÍVEL EM PROVAS SER ALEGADO O PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA MATERIAL. (ETICIDADE E FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS). www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 11 5. ART. 317- TEORIA DA IMPREVIÃO. ATENÇÃO! ENUNCIADOS 17 I CJF E 176 III CJF.. NO CDC (ART. 6º V) NÃO SE ADOTA TAL TEORIA E SIM A DO ROMPIMENTO DA BASE OBJETIVA DO NEGÓCIO JURÍDICO 6. ART. 418- CLÁUSULA OURO 7. ART. 319,CC- IMPORTÂNCIA DO RECIBO. DIREITO DE RETENÇÃO. EUNCIADO 18 I CJF. 8. REQUISITOS DA QUITAÇÃO: VALOR DA QUANTIA A SER PAGA; IDENTIFICAÇÃO DA DÍVIDA; INDICAÇÃO DO SOLVENS; TEMPO E LOCAL DO PAGAMENTO; ASSINATURA DO ACCIPIENS. 9. ART.320,CC- UMA FACULDADE. 10. ART. 320, PAR ÚNICO- TEORIA DA RELATIVIZAÇÃO DO RECIBO. 11. ART. 324, CC- PRAZO DECADENCIAL. AÇÃO DE ANULAÇÃO, ART 907, CPC. 12. ART. 322, CC- MITIGAÇÃO PELA AUTONOMIA PRIVADA. VIDE RESP. 70.170- SP. 13. ART. 323, CC- PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA. LOCAL DO PAGAMENTO 1. DOMICÍLIO DO DEVEDOR. ART. 327, CC- OBRIGAÇÃO QUERÁBLE/QUESÍVEL. 2. DOMICÍLIO DO CREDOR- OBRIGAÇÃO PORTÁBLE/PORTÁVEL. 3. ART. 328, CC- LOCAL DO IMÓVEL 4. ART.329,CC- MITIGAÇÃO DA PACTA SUNT SERVANDA. 5. ART. 330, CC- SUPRESSIO/SURRECTIO. FIGURAS PARCELARES DA BOA-FÉ OBJETIVA. COTIDIANO FORENSE- CLÁUSULA DA PERMISSÃO OU TOLERÂNCIA- CONDUTA CONTRÁRIA NÃO GERA RENÚNCIA TÁCITA? TEMPO DO PAGAMENTO 1. ART. 331, CC- PRINCÍPIO DA IMEDIATIVIDADE. 2. ART. 332, CC- OBRIGAÇÕES SUBMETIDAS À CONDIÇÃO 3. ART. 33, CC- VENCIMENTO ANTECIPADO FORMAS ESPECIAIS OU INDIRETAS DE PAGAMENTO ● CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (ARTS 334/345,CC): INFUNDADA NEGATIVA DO CREDOR DE RECEBER O VALOR OU QUALQUER OUTRO FATO OBSTATIVO. AFASTAMENTO DA MORA E TRANSFERE OS RISCOS PARA O CREDOR (ART.400,CC). TRATA-SE DE UM INSTITUTO HÍBRIDO, POIS REFERE-SE AO DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL. O OBJETO DA CONSINAÇÃO É A OBRIGAÇÃO DE DAR. DUAS SITUAÇÕES JURISPRUDENCIAIS PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. DEPÓSITOS INSUFICIENTES. QUITAÇÃO PARCIAL DA OBRIGAÇÃO. ÔNUS SUCUMBENCIAIS. - Na ação de consignação em pagamento, a insuficiência do depósito não conduz à improcedência do pedido, mas sim à extinção parcial da obrigação, até o montante da importância consignada. - Na hipótese de procedência parcial dos pedidos, os ônus de sucumbência devem ser suportados por ambas as partes.- Agravo não provido. (AgRg nos EDcl no REsp 1223520/MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/10/2012, DJe 15/10/2012). AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO IMPROCEDENTE. VALOR DEPOSITADO INSUFICIENTE. PAGAMENTO DE DÍVIDA COMO TERCEIRO INTERESSADO. NECESSIDADE DE DEPÓSITO INTEGRAL COMPREENDENDO PRESTAÇÃO DEVIDA, JUROS, CORREÇÃO E EVENTUAIS DESPESAS. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 12 1. "A teor da jurisprudência desta Corte, aliás, fundamentada no caráter propter rem das quotas condominiais, uma vez transferido o imóvel, a ação de cobrança dos encargos a ele correspondentes pode ser proposta tanto contra o proprietário como contra o promissário comprador, pois o interesse prevalente é o da coletividade de receber os recurso para pagamento de despesas indispensáveis e inadiáveis, podendo o credor escolher, entre aqueles que tenham uma relação jurídica vinculada ao imóvel, ou seja, a responsabilidade pelas quotas deve ser aferida de acordo com as circunstâncias do caso concreto". (REsp n.771.610/SP, relator Ministro JORGE SCARTEZZINI, 4ª Turma, unânime, DJ 13.3.2006) 2. "A consignação em pagamento visa exonerar o devedor de sua obrigação, mediante o depósito da quantia ou da coisa devida, e só poderá ter força de pagamento se concorrerem 'em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento' (artigo 336 do NCC)". (REsp 1194264 / PR, relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, 4ª Turma, unânime, DJe 4.3.2011) 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 947.460/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 27/03/2012, DJe 10/04/2012) IMPORTANTE! O ROL DO ART. 335, CC É EXEMPLIFICATIVO. MODALIDADES: CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL OU BANCÁRIA- LINHA DA DESJUDICIALIZAÇÃO. SOMENTE PODE SER CONSIGNADO UM VALOR PECUNIÁRIO? VAMOS LER O ART. 890, PAR 1º DO CPC. EM PROVAS OBJETIVAS ADOTAR A LITERALIDADE, MAS ADMITE-SE DEPÓSITO DE JÓIAS E OUTROS BENS. O BANCO TEM QUE SER OFICIAL? ENTENDO QUE SIM, MAS SE NÃO TIVER UM BANCO OFICIAL NA LOCALIDADE NADA IMPEDE QUE OCORRA A DEVIDA CONSIGNAÇÃO EM OUTRA INSTITUIÇÃO. CONSIGNAÇÃO JUDICIAL- ART. 891, CPC. REQUISITOS OBRIGATÓRIOS- ART. 893, CPC. MATÉRIAS DE DEFESA- ART. 896, CPC. PRAZO- ART. 297, CPC. ● IMPUTAÇÃO EM PAGAMENTO: REQUISITOS- IGUALDADE DE SUJEITOS, LIQUIDEZ E VENCIMENTO DE DÍVIDAS DA MESMA NATUREZA, PAGAMENTO NÃO INTEGRAL DAS DÍVIDAS. EM REGRA QUE IMPUTA É O DEVEDOR, MAS É POSSÍVEL A MESMA PELO CREDOR. OBS: IMPUTAÇÃO LEGAL- ART. 334/335, CC. REQUISITOS: A) PRIORIDADE PARA OS JUROS VENCIDOS EM DETRIMENTO DO CAPITAL; B) PRIORIDADE PARA AS DÍVIDAS LIQUIDAS E VENCIDAS ANTERIORMENTE, EM DETRIMENTO DAS MAIS RECENTES; C) PRIORIDADE ÀS DÍVIDAS MAIS ONEROSAS, EM DETRIMENTO DAS MENOS VULTUOSAS, SE VENCIDAS E LÍQUIDAS AO MESMO TEMPO. Tema de concurso! Se o devedor e o credor silenciarem com relação a imputação do pagamento e as dívidas possuírem o mesmo vencimento, natureza, onerosidade e valor? Existe posicionamento doutrinário baseado no revogado Código Comercial no seu art. 433, o qual determinava a quitação de todasas dívidas de forma parcial. ● PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO (ARTS 346/351,CC): SUBSTITUIR. SUJEITOS: SUB- ROGAÇÃO PESSOAL. EXEMPLO: FIADOR QUE PAGA A DÍVIDA. EFEITOS: 1º LIBERATÓRIO (EM RELAÇÃO AO ANTIGO CREDOR); 2º TRANSLATIVO (EM RELAÇÃO AO NOVO CREDOR). ATENÇÃO! ESTAMOS DIANTE DE UMA SITUAÇÃO EM QUE NÃO É GERADO O EFEITO LIBERATÓRIO PARA O DEVEDOR. SUB-ROGAÇÃO REAL (ATINGE O OBJETO). A SUB-ROGAÇÃO LEGAL (ART.346,CC): ACONTECE QUANDO TERCEIROS INTERESSADOS PAGAM A DÍVIDA (ATO UNILATERAL). A SUB-ROGAÇÃO CONVENCIONAL (ART.347, CC): OCORRE QUANDO O TERCEIRO NÃO INTERESSADO PAGA A DÍVIDA (ATO BILATERAL). www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 13 # DA CESSÃO DE CRÉDITO, ESSA OCORRE ANTES DO PAGAMENTO DA DÍVIDA, JÁ NO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO, A TRANSFERÊNCIA SE DÁ APÓS A LIBERAÇÃO DA DÍVIDA (EXTINÇÃO) ● DAÇÃO EM PAGAMENTO (ARTS 356/359, CC): NESTA O CREDOR ADMITE RECEBER PRESTAÇÃO DIVERSA DA QUE FORA PACTUADA. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA EXATIDÃO (ART. 313, CC). EXEMPLO: UMA PESSOA DEVE DINHEIRO E PAGA COM A EXECUÇÃO DE UM SERVIÇO. REQUISITOS: EXISTÊNCIA DE DÍVIDA VENCIDA, CONSENTIEMENTO DO CREDOR, ENTREGA DE COISA DIVERSA, ANIMUS SOLVENDI. TEMA DE PROVA! DAÇÃO EM PAGAMENTO E A EVICÇÃO. ● NOVAÇÃO (ARTS 360/367, CC): TRATA-SE ATRAVÉS DA VONTADE DA EXTINÇÃO/CRIAÇÃO DE UMA NOVA OBRIGAÇÃO. IMPOSSÍVEL OCORRER NOVAÇÃO LEGAL. O ATO DE NOVAÇÃO ACARRETA A EXTINÇÃO DA DÍVIDA PRIMITIVA COM TODOS OS SEUS ACESSÓRIOS E GARANTIAS, MAS ISSO PODE SER EXCEPCIONADO PELA VONTADE. NO NOVO VÍNCULO OCORRE UMA MUDANÇA DAS PESSOAS E/OU ATERA-SE O OBJETO. TEMA DE PROVA! OBRIGAÇÕES NATURAIS PODEM SER OBJETO DE NOVAÇÃO? ESPÉCIES: 1. NOVAÇÃO OBJETIVA OU REAL: ART. 360, I, CC. EXEMPLO: OBRIGAÇÃO DE DAR PARA A OBRIGAÇÃO DE FAZER. 2. NOVAÇÃO SUBJETIVA PASSIVA: ART. 360, II, CC. SAI O ANTIGO DEVEDOR E ENTRA O NOVO DEVEDOR. PODE SER POR EXPROMISSÃO OU POR DELEGAÇÃO. EXPROMISSÃO- INDEPENDE DA VONTADE DO DEVEDOR. DELEGAÇÃO- EXISTE A PARTICIPAÇÃO DO DEVEDOR. 3. NOVAÇÃO SUBJETIVA ATIVA: AQUI COMO É EXTINTO O VÍNCULO PRIMITIVO, O DEVEDOR FICA QUITE COM O CREDOR PRIMITIVO PASSANDO A DEVER A OUTRO CREDOR. EXEMPLO: A É CREDOR DE B E DEVEDOR DE C. FAZ-SE A NOVAÇÃO NA QUAL C PASSA A SER CREDOR DE B. 4. NOVAÇÃO MISTA. MISTURA DOS INSTITUTOS. ● COMPENSAÇÃO (ARTS 368/380, CC): AQUI OS TITULARES SÃO CREDORES E DEVEDORES RECIPROCAMENTE. PODE SER ELA TOTAL OU MESMO PARCIAL. QUESTÃO! SE A É DEVEDOR DE B (SEU TIO) NO VALOR DE 15 MIL REAIS E B VEM A FALECER. SE A FOR O SEU ÚNICO HERDEIRO ESTAREMOS DIANTE DE COMPENSAÇÃO? CONFUSÃO. ESPÉCIES: A) LEGAL; B) CONVENCIONAL; C) JUDICIAL REQUISITOS DA LEGAL E A CONVENCIONAL: A) RECIPROCIDADE DAS OBRIGAÇÕES; B) LIQUIDEZ DAS DÍVIDAS; C) EXIGIBILIDADE ATUAL DAS PRESTAÇÕES; D) FUNGIBILIDADE OU HOMOGENEIDADE DOS DÉBITOS. ● CONFUSÃO: VEJAMOS O ART. 381, CC. EXTINÇÃO SEM O PAGAMENTO. PODE A MESMA ACARRETRA A EXTINÇÃO TOTAL OU PARCIAL DA DÍVIDA (ART. 382, CC). PODE SE DAR POR MORTIS CAUSA OU POR ATO INTER VIVOS. JÁ VIMOS UM EXEMPLO DE MORTIS CAUSA. COMO EXEMPLO DE ATO INTER VIVOS CITO UMA PESSOA EMITE UM CHEQUE E EM RAZÃO DA SUA CIRCULAÇÃO SE TORNA CREDOR DE SI MESMO. ● REMISSÃO: PERDÃO DA DÍVIDA. VEJAMOS O ART.385, CC. SOMENTE ACARRETA EFEITOS ENTRE AS PARTES. SÃO SEUS REQUISITOS: A) O INEQUÍVOCO ÂNIMO DE PERDOAR; B) A ACEITAÇÃO DO PERDÃO PELO DEVEDOR. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 14 1. Transmissão das Obrigações ● Cessão de Crédito Partes: Cedente, Cessionário e Cedido. Necessidade de consentimento do devedor? Necessidade de notificação do devedor? # Novação Subjetiva Ativa A cessão pode ser: a) parcial ou pro solvendo, quando a obrigação não se extingue imediatamente; b) total ou pro soluto, quando se dá extinção imediata da obrigação primitiva; c) gratuita, quando não possui contraprestação; d) onerosa, quando ocorre contraprestação; e) convencional, quando decorre de livre declaração de vontade; f) legal, quando resulta da lei, como na cessão dos acessórios de uma obrigação (cláusula penal, juros, garantias); g) judicial, quando prolatada por sentença, como no caso de adjudicação do herdeiro único. Princípio da Gravitação Jurídica- art. 287, CC. Pode se dar por instrumento público ou particular ● Cessão de Débito Diz-se do negócio jurídico bilateral pelo qual um terceiro, estranho à relação obrigacional, assume a posição de devedor (com consentimento expresso do credor), responsabilizando-se pela dívida, sem extinção da obrigação, que subsiste com os seus acessórios. Ver Enunciado 16 I CJF Importante! Art. 300. Salvo expressa concordância dos terceiros, as garantias por eles prestadas se extinguem com a assunção de dívida; já as garantias prestadas pelo devedor primitivo somente são mantidas no caso em que este concorde com a assunção. Art. 300. (Fica mantido o teor do Enunciado n. 352) A expressão “garantias especiais” constante do art. 300 do CC/2002 refere-se a todas as garantias, quaisquer delas, reais ou fidejussórias, que tenham sido prestadas voluntária e originariamente pelo devedor primitivo ou por terceiro, vale dizer, aquelas que dependeram da vontade do garantidor, devedor ou terceiro para se constituírem. (ENUNCIADO 422 DA V CJF) Art. 301 e o Enunciado da V Jornada 423 – Art. 301. O art. 301 do CC deve ser interpretado de forma a também abranger os negócios jurídicos nulos e a significar a continuidade da relação obrigacional originária em vez de “restauração”, porque, envolvendo hipótese de transmissão, aquela relação nunca deixou de existir. Art. 303 e o Enunciado 424 V CJF Difere da novação subjetiva passiva, uma vez que a relação obrigacional é a mesma. Formas de assunção: a) por delegação: vislumbra-se uma relação triangular: o devedor cedente (delegante); o terceiro cessionário (delegado); e o credor (delegatário). Essa ainda poderá ser primitiva, quando o devedor originário (delegante) não assume qualquer responsabilidade, e cumulativa, quando o mesmo assume a responsabilidade pelo débito em caso de inadimplemento do novo devedor. b) por expromissão: nesse caso, o delegado assume a obrigação independentemente do consentimento do devedor primitivo. Pode esta modalidade ser: a) liberatória, isto é, aquela que desvincula o devedor originário; b) cumulativa, ou seja, o devedor originário permanece na relação jurídica junto ao que vem integrar a mesma. (retirado do livro Direito Civil Sistematizado) ● Da cessão de contrato Tal cessão em bloco não foi abraçada pelo Código Civil, sendo instituto adotado pela doutrina. Aqui o que ocorre é a transferência da própria posição contratual como um todo a uma terceira pessoa (todos os direitos e deveres). www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 15 Cito como exemplo o mútuo quando transferido por endosso documentado em título de crédito. Seus requisitos constituem a celebração entre o cedente e o cessionário, a cessão global (crédito e débito) e a anuência expressa do cedido. Exemplificando: • contratos de empreitada; • contratos de mandato; • contratos de locação ● Inadimplemento das obrigações Trata-se do descumprimento da obrigação, podendo ser culposo ou fortuito. Menciona assim a Lei: Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidose honorários de advogado. Válido mencionar a V Jornada de Direito Civil: 426 – Art. 389. Os honorários advocatícios previstos no art. 389 do Código Civil não se confundem com as verbas de sucumbência, que, por força do art. 23 da Lei n. 8.906/1994, pertencem ao advogado. Inadimplemento absoluto – a frustração do interesse do credor é total, ou seja, é quando o credor nada recebe; o bem da vida devido, por ele perseguido, não lhe é entregue; a prestação se perdeu inteiramente, e nem adianta sonhar com ela. É também conhecido como inadimplemento definitivo e constitui o pior acontecimento para o credor.167 Relativo/Mora – é uma forma de inadimplemento, ou seja, a prestação é entregue ao credor, mas com atraso; não constitui forma de inadimplemento tão grave para o credor, pois ele recebe, apesar do atraso.168 Pagamento incompleto ou defeituoso – quando a prestação é entregue ao credor no prazo avençado, estando essa defeituosa. Violação positiva do contrato169– ocorre em razão da violação dos deveres satelitários.170 Veja-se, a respeito, o Enunciado n. 24 da I Jornada de Direito Civil: Art. 422. Em virtude do princípio da boa-fé, positivado no art. 422 do novo Código Civil, a violação dos deveres anexos constitui espécie de inadimplemento, independentemente de culpa. Importante! O inadimplemento total não é necessariamente absoluto e o inadimplemento parcial não é necessariamente relativo. Assim, se José obtém empréstimo de Maria no valor de R$ 5.000,00, comprometendo-se a pagar todo o montante no dia 10 do mês seguinte e não paga um centavo sequer na data acordada, haverá inadimplemento total (eis que a prestação assumida foi integralmente descumprida) e relativo (tendo em vista que a prestação é ainda suscetível de cumprimento e útil para a mutuante Maria. Cláusula Penal A cláusula penal (penalidade civil) é uma estimativa (prefixar) das perdas e danos decorrentes do inadimplemento do contrato. Conforme o Código Civil, a cláusula penal aplica-se tanto ao inadimplemento absoluto quanto à mora ou inadimplemento relativo. São suas funções: a) coercitiva; b) ressarcitória. Cláusula Penal Compensatória Cláusula Penal Moratória Limite da Cláusula Penal Redução da Penalidade Atenção! Art. 413. Não podem as partes renunciar à possibilidade de redução da cláusula penal se ocorrer qualquer das hipóteses previstas no art. 413 do Código Civil, por se tratar de preceito de ordem pública (Enunciado n. 355). www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO Direito Civil Cristiano Sobral 16 Art. 413. Nas hipóteses previstas no art. 413 do Código Civil, o juiz deverá reduzir a cláusula penal de ofício (Enunciado n. 356). Art. 413. O caráter manifestamente excessivo do valor da cláusula penal não se confunde com a alteração de circunstâncias, a excessiva onerosidade e a frustração do fim do negócio jurídico, que podem incidir autonomamente e possibilitar sua revisão para mais ou para menos (Enunciado n. 358). Art. 413. A redação do art. 413 do Código Civil não impõe que a redução da penalidade seja proporcionalmente idêntica ao percentual adimplido (Enunciado n. 359). Art. 413. As multas previstas nos acordos e convenções coletivas de trabalho, cominadas para impedir o descumprimento das disposições normativas constantes desses instrumentos, em razão da negociação coletiva dos sindicatos e empresas, têm natureza de cláusula penal e, portanto, podem ser reduzidas pelo Juiz do Trabalho quando cumprida parcialmente a cláusula ajustada ou quando se tornarem excessivas para o fim proposto, nos termos do art. 413 do Código Civil. (Enunciado n. 429) Dispõe o art. 416 que, para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. Finalizando válida é a citação da V Jornada de Direito Civil: 430 – Art. 416, parágrafo único. No contrato de adesão, o prejuízo comprovado do aderente que exceder ao previsto na cláusula penal compensatória poderá ser exigido pelo credor independentemente de convenção. ● Arras Confirmatórias Penitenciais Regra geral
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