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RESUMO AV1 FUNDAMENTOS DAS CIENCIAS SOCIAIS

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RESUMO – FUDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
CAPÍTULO 1
• Conhecimento filosófico – O conhecimento filosófico pode ser traduzido como amor à sabedoria, à busca do conhecimento. Embora a concepção filosófica não ofereça soluções definitivas, ela é traduzida em ideologia e, como tal, influencia diretamente na vida concreta do ser humano.
• Conhecimento de senso comum – É a compreensão do mundo baseada no aprendizado acumulado de gerações anteriores. Esse tipo de conhecimento nasce da tentativa do homem de resolver os problemas da vida diária e implica em juízos pessoais acerca das coisas, pois parte dos valores de cada indivíduo, de acordo com as situações vivenciadas. O senso comum é um tipo de conhecimento empírico, pois se vale da observação imediata das coisas, não conseguindo ultrapassar as aparências. 
• Conhecimento Científico – O conhecimento científico é definido como aquele que resulta de investigação metódica, sistemática da realidade. Analisa os fatos e fenômenos para descobrir suas causas e concluir as leis gerais que os regem. De um modo geral, as pessoas costumam considerar que esse tipo de saber pressupõe um conhecimento com absoluta garantia de validade. No entanto, trata-se também de uma crença, pois, como sabemos, as formulações científicas mudam o tempo todo e podem estar a serviço de interesses políticos, econômicos e sociais. Cada ciência é particular, pois delimita um campo de pesquisa e procedimentos próprios a este campo. 
• Ciências Sociais – conjunto de saberes relativos às disciplinas de Antropologia (estuda o homem a partir daquilo que o constitui em sua humanidade, isto é, a produção de cultura. Seu foco está na investigação das estruturas da sociedade, procurando compreender como estas influenciam os grupos ou indivíduos no que se refere ao comportamento, seus costumes e sua cultura), Ciência Política (estudo dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos) e Sociologia (estuda as relações entre as pessoas que pertencem a uma comunidade ou aos diferentes grupos que formam a sociedade).
OBS: ao contrário das demais ciências, as ciências sociais lidam não apenas com o que se chama de realidade, com fatos exteriores aos indivíduos, mas do mesmo modo com as interpretações que são feitas sobre a realidade. Elas buscam investigar as ações dos indivíduos em sociedade, suas crenças, sentimentos, representações, seus símbolos, linguagem, seus valores e cultura, etc. O pesquisador social, de alguma forma, está sempre envolvido com os fenômenos que pretende investigar dificultando a objetividade e a neutralidade científica.
• Ciências Naturais x Ciências Sociais 
Ciências Naturais
- Estudam fatos simples, eventos isoláveis. Tais fenômenos são recorrentes e sincrônicos, na medida em que podem reproduzidos dentro de um laboratório. 
- É objetiva.
- Aspiram leis objetivas gerais, universais e necessárias dos fatos.
Ciências Sociais
- Estudam fenômenos complexos, com causalidade e determinação complicadas, não é fácil isolar causas e motivações exclusivas. Mesmo quando o sujeito está apenas desejando realizar uma ação aparentemente inocente e basicamente simples, como o ato de comer um bolo, pois um bolo pode ser comido porque se tem fome, porque se quer comemorar um aniversário, porque se gosta de doces etc.
- O evento estudado pode ocorrer em ambientes diferenciados, pois o laboratório é a sociedade podendo mudar seu significado de acordo com o indivíduo e as relações existentes em um dado momento.
- Os eventos podem ser observados, mas não reproduzidos. 
- Não comporta métodos ou técnicas rígidas e rigorosas, nem fórmulas de aplicação imediata que garantam a obtenção de resultados objetivos e exatos. O que mais importa é a interpretação dos fenômenos, ou seja, não apenas os fatos por si só, mas a forma como se constituem esses fatos. 
• Problemas sociais x problemas sociológicos
 Imaginação Sociológica: Os indivíduos só podem compreender sua existência social percebendo-se parte de um contexto histórico-cultural determinado. Assim, é possível perceber que nossas ações influenciam e são influenciadas pela dinâmica da sociedade, o que permite enxergar além da estrita esfera dos problemas individuais para os problemas sociais.
- Problema social: é uma situação que afeta um número significativo de pessoas e é julgada por estas ou por um número significativo de outras pessoas como uma fonte de dificuldade ou infelicidade e considerada suscetível de melhoria
- Problemas sociológicos: são o objeto de estudo da Sociologia enquanto ciência, a qual se debruça sobre esses para compreender suas características gerais; questões ou problemas de explicação teórica do que acontece na vida social, isto é, na sociedade, como por exemplo: a religião, as relações de trabalho, a produção cultural, a violência urbana, as questões de gênero, desigualdade social etc. 
Podemos concluir, portanto, que todo problema social pode ser um problema sociológico, mas nem todo problema sociológico é um problema social. 
• Socialização – processos através dos quais os seres humanos são induzidos a adotar os padrões de comportamento, normas, regras e valores do seu mundo social. Eles começam na infância e prosseguem ao longo da vida. A socialização é um processo de aprendizagem que se apoia, em parte, no ensino explícito e, também em parte, pela absorção espontânea de formas consideradas evidentes de relacionamento com os outros. Embora estejamos todos expostos a influências socializantes, os indivíduos variam consideravelmente em sua abertura deliberada ou involuntária a elas. Neste sentido, é também através do processo de socialização que o sujeito aprende os elementos socioculturais do seu meio, tornando possível a perpetuação da sociedade e a transmissão da sua cultura de geração em geração. Assim, a socialização pode também ser concebida como um elemento essencial da interação entre os indivíduos na medida em que as pessoas desejam fazer valer a sua autoimagem através da obtenção do reconhecimento dos outros. Daí a impossibilidade de vivermos em total isolamento, uma vez que nos tornamos seres humanos em referência a outro ser humano. É, pois, da relação entre os indivíduos que nasce a sociedade, ao mesmo passo que é a partir da sociedade que se constituem os indivíduos.
CAPÍTULO 2
• Cultura – É todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade. É a vida total de um povo, a herança social que o indivíduo adquire de seu grupo. Ou pode a cultura ser considerada como aquela parte do ambiente que o próprio homem criou. É um conjunto de regras que nos diz como o mundo pode e deve ser classificado. Ela, como os textos teatrais, não pode prever completamente como iremos nos sentir em cada papel que devemos ou temos necessariamente que desempenhar, mas indica maneiras gerais e exemplos de como pessoas que viveram antes de nós o desempenharam.
• Instintos – Resultados de nossa educação, de toda uma aprendizagem social. A ideia de “instinto materno”, “instinto sexual” encobre os padrões culturais que os motivam e apenas os evidenciam como resultantes de comportamentos biologicamente determinados. Se estes fossem geneticamente determinados, todas as sociedades agiriam da mesma forma diante das mesmas situações.
• Determinismo geográfico – As diferenças do ambiente condicionam a diversidade cultural. Esta teoria foi criticada por muitos antropólogos e perdeu força porque não as diferenças do ambiente não influenciam nos aspectos imateriais da cultura, tais como valores, costumes, crenças etc. 
• Etnografia – trabalho de campo através do qual se produz a análise e a descrição do grupo estudado. De acordo com este método, o pesquisador vai até o local (o campo de estudo) e investiga os costumes culturais, as regras, as relações que deseja apreender. O antropólogo converte-se, assim, no principal instrumento de coleta de dados. Neste sentido,o trabalho de campo pode ser considerado como uma situação metodológica de encontro intercultural. Faz parte da técnica de observação participante não o distanciamento geográfico, mas um distanciamento cultural, através do qual o observador procura não interferir sobre a realidade observada e, principalmente, não deixar que ela interfira emotivamente sobre si e a sua capacidade de estranhamento em relação ao objeto. Dessa perspectiva, estranhar significa a capacidade do observador de olhar para os eventos culturais de um determinado grupo como algo completamente diferente de tudo que já tenha observado anteriormente, tanto na sua cultura, como em outra qualquer. Por essa lógica, o antropólogo tem acesso à realidade cultural de um grupo através das interpretações que seus nativos produzem sobre ela.
• Etnocentrismo – imersão em valores e costumes próprios, fazendo acreditar que seus hábitos são melhores do que aqueles observados. Como podemos, então, combater essa tendência ao etnocentrismo, própria de toda sociedade? Adotando a prática do relativismo cultural, ou seja, buscar compreender a lógica da vida do outro. Antes de cogitar se aceitamos ou não esta outra forma de ver o mundo, a Antropologia nos convida a compreendê-la, e verificar que ao seu jeito outra vida é vivida, segundo outros modelos de pensamento e de costumes.
• Diversidade Cultural – No mundo contemporâneo, a diversidade cultural assumiu grande relevância para a compreensão dos fenômenos sociais devido ao processo de globalização. Contudo, não houve uma padronização total da cultura ao redor do mundo. Como resposta, houve o que se conheceu como movimentos antiglobalização, que visam contestar não apenas o domínio econômico norte-americano, mas também sua dominação cultural. É nesse contexto que se impõe o multiculturalismo, baseado na convivência de culturas diversas em uma mesma sociedade, buscando não hierarquizar as diferentes culturas coexistentes, reconhecendo a diferença como algo positivo.
CAPÍTULO 3
• Burguesia – Desde a crise final do Feudalismo, a burguesia vinha se fortalecendo economicamente e este crescimento começou a ser limitado pelo modelo feudalista. Desta forma, a burguesia precisava impor mudanças para construir uma nova sociedade, onde seus interesses fossem levados em consideração. Assim, o que os pensadores iluministas projetavam estavam de acordo com os interesses da burguesia, o que transformava o iluminismo em um movimento marcadamente burguês, no qual a crítica ao absolutismo, ao mercantilismo e à Igreja levaria a uma profunda transformação do Estado e das relações sociais. Estes pressupostos foram construídos sob a influência de pensadores como René Descartes, Isaac Newton e John Locke.
• Iluminismo – Tendo como referência o racionalismo, os pensadores iluministas vão criticar duramente o formato de organização dos Estados nacionais europeus, principalmente a França, lugar onde o Iluminismo se manifestou em sua maior plenitude. Este formato criticado, chamado de Antigo Regime, caracterizava-se por um Estado altamente centralizado (Monarquias Absolutas), por um modelo econômico com forte intervenção deste mesmo Estado (Mercantilismo) e por uma grande influência da Igreja Católica. Os iluministas defendem a construção de um Estado onde liberdade e igualdade (principalmente a jurídica) fossem as características mais significativas.
- Montesquieu (1689 — 1755) -> Estabeleceu a ideia de tripartição do poder, em Legislativo, Executivo e Judiciário, onde cada poder fiscaliza o outro. Este modelo está presente nos Estados democráticos contemporâneos. 
- Voltaire (1694 — 1778) -> Defensor das liberdades individuais, forte crítico da Igreja e do clero, desprezava as camadas populares e a pobreza.
- Rousseau (1712 — 1778) -> era um crítico da propriedade privada, não a considerando natural, e creditando a ela a origem de todas as desigualdades e afirmava que o Estado é resultado de um acordo entre diversas pessoas. 
• Revolução Francesa – Havia, no final do século XVIII, um cenário de grave crise econômica em toda a França. Esta crise era marcada pela falência do modelo econômico francês, sustentado pela agricultura, que já não dava conta de suprir as necessidades básicas da sociedade. Desta forma, fome, desemprego, miséria eram parte do cenário de uma França em decadência. Para piorar ainda mais a situação, o Estado Absolutista francês gastava muito mais do que podia arrecadar. Esta crise econômica associava-se a uma grave crise social, marcada por intenso desemprego e por uma insatisfação generalizada. A burguesia francesa não aceitava mais sustentar com o pagamento de pesados tributos uma nobreza parasitária e um Estado gastador. O modelo de sociedade francês ainda era o mesmo da época medieval, dividido em estados (ou estamentos). 
OBS.: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão lança as bases do novo regime e da Constituição que entraria em vigor no ano de 1791.
• Golpe do 18 Brumário – Napoleão toma o poder. Napoleão reorganizou a França do ponto de vista político, financeiro e social: Elaboração do Código Civil, que incorporava definitivamente os princípios liberais burgueses contidos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão; Fundou o Banco da França e estabeleceu um novo padrão monetário: o Franco; Incentivou a Economia, iniciando o processo de industrialização da França; Investiu em obras públicas de infraestrutura. Em 1804, Napoleão proclamou-se Imperador, iniciando um processo de centralização política, através de medidas financeiras, políticas e religiosas. No plano interno, o período imperial foi marcado pela continuidade dos avanços econômicos. No plano externo, o período foi marcado pela expansão territorial francesa, através da incorporação simples ou da criação de Estados familiares aliados, nos quais o poder local passava a ser exercido por parentes de Napoleão. Durante este período, a principal rival da França Napoleônica era a Inglaterra. Incapaz de derrotar militarmente esta nação, Napoleão adotou uma política de restrição econômica (bloqueio continental), que impedia países aliados de comercializar com a Inglaterra. Esta política se transformou em um enorme fracasso, pois as indústrias francesas eram incapazes de substituir as inglesas e a não adesão de determinados países, como a Rússia, acabou pondo fim ao seu longo período de governo, em 1815.
• Movimentos de 1848 – Após a derrota definitiva de Napoleão, a Europa experimentou um período em que as forças conservadoras, defensoras da restauração do Antigo Regime, entraram em conflito com as transformações espalhadas na Europa pela Revolução Francesa. Neste período, vários movimentos revolucionários varreram a Europa, inclusive a própria França. É aí que entram em cena o pensamento socialista e os movimentos populares. Este novo elemento é a resposta natural das necessidades em que foram mergulhadas as novas classes trabalhadoras, oriundas de um novo modo de produção que se tornava hegemônico: o Capitalismo.
• Revolução Industrial – Introdução das máquinas, ou melhor, é a transferência do saber fazer, do indivíduo para a máquina. Marcou o início da sociedade capitalista; Ela estabeleceu que a Burguesia (proprietária do capital) e o Proletariado (força de trabalho) são as novas classes sociais básicas; Cidades cresceram e a população no campo diminuiu, uma vez que até mesmo a agricultura foi mecanizada; Com o aumento da produção, a busca de mercados externos, fora das fronteiras nacionais, cresceu progressivamente; As péssimas condições de trabalho e de vida da classe trabalhadora (proletariado) fizeram surgir ideologias que defenderam o trabalhador e que foram fundamentais na organização dos mesmos, naquilo que se convencionou chamar de movimento operário.
• Segunda Revolução Industrial – Resultado de novas descobertas científicas aplicadas ao processo industrial. Principalmente duas: as novas matrizes energéticas e os novos materiais (energia elétrica e do petróleo). O resultado final foium aumento significativo da produção industrial, o que gerou, por um lado, uma gigantesca concentração de capital e, por outro, uma também gigantesca necessidade de garantir novos mercados consumidores e fornecedores de matérias-primas, dando início a expansão imperialista, que se deu principalmente na Ásia e da África, onde populações inteiras foram dominadas e subordinadas aos interesses das potências econômicas europeias. A necessidade de abastecer e buscar matérias-primas em regiões cada vez mais distantes levaram à invenção e popularização do trem e do navio a vapor. Estes dois modernos meios de transporte revolucionaram o fluxo de mercadorias e capitais, por terem sido capazes de transportar uma quantidade infinitamente maior de carga a distâncias cada vez mais longas, em tempo cada vez mais curto. 
• Darwinismo Social – A teoria darwinista passa a ser utilizada para explicar as distinções sociais, produzidas pelo próprio homem, como fenômeno natural. Desta forma, a ciência ajudava a afirmar que a primazia da Europa sobre outros povos explicava-se pelo fato de que sua civilização estava no topo da cadeia evolutiva.

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