Buscar

trabalho MGBL

Prévia do material em texto

Universidade Federal de Alagoas- UFAL
Campus Arapiraca
Curso de Zootecnia
Melhoramento Genético Animal.
Melhoramento Genético em Bovinos Leiteiros
Arapiraca- AL
Dezembro de 2015
Universidade Federal de Alagoas- UFAL
Graduação em Zootecnia
Gisele Maria Nunes Vieira
Patrícia dos Santos
Samila Santos Viana
Shayane Bezerra Bispo
Yara América da Silva
Melhoramento Genético em Bovinos Leiteiros
Trabalho apresentado a Universidade
Federal de Alagoas, ao curso de Zootecnia, disciplina de Melhoramento Genético Animal.
Prof. Vitor Visintin Silva de Almeida
	
Arapiraca- AL
Dezembro de 2015
Introdução
O Brasil tem um dos maiores rebanhos leiteiros do mundo, com 35,7 milhões de cabeças em 2008. A maior centralização do rebanho está na região Nordeste (9,3 milhões) e região Sudeste (9,5 milhões). Entretanto, a produção de leite por vaca ainda é baixa, sendo 3,1; 4,5; 6,5; 6,9 e 3,7 litros por vaca por dia nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste respectivamente, correspondendo à média de 4,94 litros/vaca/dia no Brasil (ANUALPEC, 2009). As propriedades que trabalham com produções próximas à média do Brasil, de modo geral, apresentam baixa renda e lucro e não são competitivas. Frequentemente se diz que produzir leite, no Brasil, não é bom negócio, em razão do pequeno lucro, ou até mesmo do prejuízo que essa atividade dá ao produtor (GOMES, 2000).
No entanto, a produção de leite vem crescendo a cada ano que passa, como se constata, comparando a produção de 2000, que foi de 18.915 milhões de litros com a de 2008, que foi de 22.413 milhões de litros (ANUALPEC, 2009).
A explicação do aparente paradoxo (negócio ruim e aumento da produção) está na estrutura da produção de leite no Brasil, onde muitos produzem pouco e poucos produzem muito. Os produtores de até 50 litros de leite/dia correspondem a 50% do número total de produtores, mas respondem por apenas 10% do número total, porém respondem com 50% da produção. Diante de tal realidade, é fácil compreender a afirmativa de que produzir leite não é bom negócio. Com certeza, para muitos não é, porém, para outros, é um excelente negócio (GOMES, 2000).
A pecuária leiteira origina bons resultados, quando produz leite em grande escala. Para obter a escala, existe a necessidade de capital para adaptar-se às exigências de mercado. A escala melhora o poder de troca nas negociações, tanto nas compras como nas vendas, e há redução de custos (NOGUEIRA et al, 2006).
O que se nota é que a viabilidade econômica da atividade depende sim da escala, mas, sobretudo da produtividade que se tem por área e também do custo de produção. Um pequeno produtor, se eficiente na produção e fazendo isso com o menor custo possível, pode viver honestamente com pouco volume e em pequenas áreas. Nas revistas e canais do setor programas de assistência técnica que otimizam lucros em áreas de até 10 ha, que famílias estão vivendo dessa atividade em pequenas áreas.	
2. Crescimento do Setor Leiteiro do Brasil.
 O padrão de crescimento que vem ocorrendo na pecuária leiteria no Brasil caracteriza-se por grandes alterações no decorrer das últimas três décadas, Segundo Gomes e Zoccal (2003). Nos anos 70, esse crescimento foi explicado pelo aumento do número de vacas; nos anos 80, os ganhos de produtividade e o aumento do número de vacas ordenhadas explicam, em igual importância, o crescimento da produção. No entanto, nos anos 90, o fator mais importante para o crescimento da produção foi o aumento da produtividade.
O significativo crescimento da produtividade, nos anos 90 95,4% ao ano), reflete as mudanças estruturais verificadas nos sistemas de produção que respondem pela maior parte da produção nacional. Maior abertura comercial, desregulamentação do mercado de leite, queda da inflação, maior interação da cadeia produtiva com a coleta a granel e o espaço conquistado pelo leite de longa vida foram fatores que contribuíram para as mudanças estruturais verificadas. Aliada a essas variáveis econômicas, não se pode deixar de reconhecer o importante papel da pesquisa agrícola, cujas inovações tecnológicas permitiram aumentos de produtividade (GOMES, 2000).
O mesmo autor comenta sobre as mudanças nas fontes de crescimento da produção, que contribuíram para alterar participações relativas dos diversos grupos de produtores na produção total.
Outro fator importante para aumento na produção brasileira de leite é o aumento do consumo do produto fluido no país. Em 1997, o país consumiu aproximadamente 4.970 milhões de litros; já em 2006, esse número passou para 6.660 milhões de litros, aumentando assim a demanda desse produto, fazendo com que a produção aumentasse para satisfazer a necessidade de mercado (ANUALPEC, 2009). 
As exportações brasileiras também estão aumentando. Em 2005 foram 78.368 toneladas de leite e derivados rendendo 130,1 milhões de dólares. Em 2008, o volume comercializado foi de 142.349 toneladas rendendo 509,2 milhões de dólares (ANUALPEC, 2009).
Apesar de a recuperação ser uma boa notícia para o setor, percebe-se que a recomposição real no preço pago ao produtor está se dando em ritmo lento e em menor proporção que o aumento dos custos (ALVIM e MARTINS, 2005).
Nesse cenário, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), citado no ANUALPEC 2009 prevê que, em 2010, o Brasil será deficitário no comércio mundial de lácteos. Em outras palavras, o país importará mais produtos lácteos do que os venderá ao exterior. Segundo a entidade, o Brasil estará consumindo anualmente quase 31 bilhões de litros, um aumento anual de 3,3%. Como a população deverá crescer ao redor de 1,5% ao ano, o aumento do consumo decorrerá em grande parte da elevação do consumo per capita.
A FAO estima que o Brasil terá um consumo de 155 kg por habitante por ano em 2010. Analisando o consumo de leite fluido, leite em pó integral e desnatado, o consumo em 2000 foi de 77,56 por pessoa por ano, frente aos 60,71 kg em 2008 (ANUALPEC, 2006).
Isso mostra que o consumo do leite fluido não está aumentando e sim dos derivados como manteiga, iogurtes, queijo, entre outros. Existe uma carência nacional muito grande em programas de incentivo ao consumo diário do leite fluido e esse vem sendo substituído por sucos e refrigerantes, preferência nacional da população mais jovem.
3. Melhoramento Genético
Melhoramento animal é a atividade envolvida no processo contínuo de criação (práticas de alimentação, manejo, reprodução, sanidade), seleção e reprodução dos animais domésticos, com o objetivo básico de alterar as características dos animais produzidos na geração seguinte, na direção desejada pelo homem (BARBOSA e ESTEVES, 1997).
O melhoramento pode ser obtido através do melhoramento do ambiente, por meio de mudanças nos manejos nutricionais, sanitário e reprodutivo, e pelo melhoramento genético, que pode ser realizado por meio dos sistemas de acasalamentos e por meio da seleção (ALENCAR, 2002). A interação entre esses fatores, genéticos e ambientais, determinará o desempenho dos animais, expressa que o animal é aquilo que herdou, tem aquilo que lhe é dado (manejo, instalações, condições de higiene, etc) e será aquilo que produzir.
4. Melhoramento Genético no Brasil
A partir de 1996 foram implantados programas delineados de melhoramento genético, no Brasil com a criação do Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite (CNPGL). Coube ao Dr. Fernando Enrique Madalena a coordenação dos trabalhos que, juntamente com a equipe de melhoramento animal, recém-constituída, propuseram o Projeto Mestiço Leiteiro Brasileiro (MLB), o primeiro programa de teste de progênie para leite realizado no Brasil. O projeto se enquadrava no programa de assistência técnica da FAO. Os aspectos operacionais do teste de progênie foram organizados, como produção e distribuição de sêmen, acompanhamento dos registros zootécnicos em fazendas colaboradoras, controle leiteiro, processamento de amostras para sólidos do leite em laboratório centrale, especialmente, elaboração de um software para a inclusão e validação das informações. Na mesma época, foi proposto um projeto de pesquisa intitulado Programa de Melhoramento de Zebu para leite. Os objetivos do projeto foram:
Promover e coordenar a implantação de um programa de seleção a nível nacional para produção de leite.
Obter material experimental para estudos visando o aperfeiçoamento da metodologia de seleção de gado de leite.
Proporcionar oportunidade para os técnicos conhecerem diretamente os problemas encontrados na aplicação prática de um programa de melhoramento.
Entre os antecedentes para execução de projetos em melhoramento genético, no Brasil, mencionavam-se a carência de avaliações genéticas nos touros leiteiros nacionais usados em inseminação artificial e as novas normas do Ministério da Agricultura exigindo provas de progênie para que reprodutores pudessem ser utilizados, além do interesse de criadores e da sociedade em utilizar material genético de qualidade comprovada. O Projeto MLB foi conduzido em sua totalidade, com enorme sucesso, identificando a melhor composição genética de animais bovinos, para produção de leite, a ser usada nas condições de manejo prevalecentes no Brasil central, especialmente na região Sudeste. Verificou-se que, para sistemas de produção de leite com manejo médio ou pobre, os animais F1, ou meio sangue da primeira geração de cruzamento entre animais da raça Holandesa com animais Zebus, especialmente Gir ou Guzerá, apresentam melhor desempenho produtivo, reprodutivo e econômico. Para sistemas de produção de leite com manejo melhorado, animais com maior fração de sangue da raça Holandesa apresentam maior produção de leite. Nestas condições, os animais F1 apresentaram melhor desempenho econômico e desempenho produtivo semelhante aos animais com maior fração da raça Holandesa.
O programa de melhoramento de animais zebuínos surgiu inicialmente em decorrência do interesse dos criadores, inclusive da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), em desenvolver a aptidão leiteira nos animais zebuínos, incluindo o interesse de várias instituições de pesquisa, notadamente a EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), em cooperar no programa proposto. O programa era constituído do teste de progênie de touros jovens para leite, a começar pela raça Gir, a ser executado em parceria pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), ABCZ e outras instituições de pesquisa estaduais, como EPAMIG, EMEPA, EMPARN, EBDA, IZ, etc. Uma comissão designada pela ABCZ escolheria 30 bezerros por ano, que seriam recriados na Fazenda Experimental Getúlio Vargas, localizada em Uberaba, de forma a acelerar seu desenvolvimento reprodutivo, dentre os quais seriam escolhidos 12 para serem testados. Os candidatos seriam escolhidos entre os filhos das melhores vacas da raça com os dois melhores touros de cada ano. O controle leiteiro seria de responsabilidade do programa, que também arcaria com o custo do sêmen dos tourinhos em teste. A Embrapa ficaria com a responsabilidade do processamento eletrônico dos dados e das avaliações genéticas dos reprodutores testados. A EPAMIG seria responsável pela determinação da idade à puberdade e da eficiência de conversão dos alimentos em leite, das filhas produzidas na fazenda. O controle leiteiro não seletivo era salientado no regulamento. Previa-se, ainda, que a manutenção de registro de anormalidades anatômicas ou fisiológicas das progênies de touros em prova. Estas ações tinham o intuito de prevenir a disseminação de anormalidades por meio da utilização de touros que pudessem transmitir genes de doenças hereditárias via inseminação.
Na fase inicial, o programa teve a orientação do Dr. Orville A. M. Rehfeld, da EPAMIG, que havia conduzido anteriormente um programa de controle leiteiro em criatórios de Gir. O Programa de Melhoramento do Zebu para Leite, entretanto, não pôde ser implantado na época, devido à exigência da ABCZ de realizá-lo apenas com matrizes registradas, pois o número destas em controle leiteiro era de pouco mais de 500, considerando todas as idades, número este totalmente insuficiente para realizar as análises com alta confiabilidade, como almejado pelo programa. Posteriormente, após a criação da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) em 1980, a diretoria da associação contatou de novo a Embrapa, propondo a retomada da ideia. A Chefia da Embrapa, por meio do Dr. Geraldo Alvim Dusi, passou a responsabilidade pela sequência das negociações para o Pesquisador Dr. Mário Luiz Martinez. Em 1985, deu-se o início da execução do Programa de Teste de Progênie do Gir Leiteiro, onde se avaliavam as características produção de leite e teor de gordura do leite. Periodicamente, foram incorporadas novas características ao programa, ampliando-o para Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL). Foram incorporadas as características teores de proteína, lactose e sólidos totais do leite, as características do sistema de avaliação linear. Foi também criado o Banco de DNA de Zebuínos Leiteiros, resultando na incorporação de características moleculares nos sumários.
Segundo o Dr. Fernando E. Madalena, o PNMGL é resultado da simbiose dos pesquisadores de melhoramento animal, que procuraram seguir uma linha de aplicação prática de seus conhecimentos, e dos criadores e selecionadores, que apostaram na utilização de modernas técnicas de avaliação genética. No início do programa, vivia-se, no Brasil, uma época em que atividades técnicas como a do teste de progênie, inclusive o controle leiteiro, eram impensáveis, caso não fossem subsidiadas pelo governo, e a atitude dos criadores, de realizar o programa independentemente de subsídios, considerando as despesas como investimento com retorno futuro, como era a proposta, foi crucial para o sucesso alcançado até o momento. “O programa de teste de progênie do Gir Leiteiro é uma história de sucesso da pecuária brasileira, e um exemplo da “conservação comercial” de recursos genéticos, termo usado no passado para justificar o desenvolvimento de programas de melhoramento em raças de valor potencial, mas ameaçadas de extinção, como o eram anteriormente o Gir e o Guzerá”. Hoje 25 anos se passaram e longe de estarem ameaçadas, estas raças tornaram-se altamente valorizadas, sendo multiplicadas aceleradamente.
Com o sucesso alcançado pelo PNMGL, em 1994 deu-se o início de programa similar, envolvendo a raça Guzerá. Este foi denominado como Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite (PNMGuL), envolvendo parceria entre Embrapa Gado de Leite, Universidade Federal de Minas Gerais, Centro Brasileiro de Melhoramento do Guzerá (um braço técnico da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil) e criadores de Guzerá, ABCZ e centrais de inseminação. O PNMGuL previa a realização do teste de progênie, associado a um Núcleo MOET aberto de seleção. Nos mesmos moldes do PNMGL, em 1998, foi iniciado para a raça Girolando o Programa Nacional de Melhoramento da Raça Girolando, em 2000, o Programa Nacional de Melhoramento da Raça Holandesa e em 2010 está sendo iniciada a implantação do Programa Nacional de Melhoramento da Raça Sindi para leite. Nota-se assim, que nos últimos 34 anos, houve uma grande expansão nos programas de melhoramento de gado de leite no Brasil, acompanhada de uma enorme evolução nos índices produtivos do rebanho leiteiro nacional. Neste período, o Brasil mais que triplicou sua produção de leite, passando a partir de 2004 de importador para exportador de leite e produtos lácteos. É importante mencionar que todos os programas foram implantados envolvendo a parceria com as associações dos criadores das respectivas raças, com a ABCZ, com as centrais de coleta e processamento de sêmen, com as instituições estaduais de pesquisa e, sobretudo, com a participação dos criadores e selecionadores. Ao mesmo tempo, a iniciativa pública, representada pela Embrapa, Mapa, CNPq, Fapemig, MCT e instituições estaduais de pesquisa, tem estado sempre presentedando as contribuições que lhe são devidas, pela importância social e econômica que os programas representam.
Periodicamente são incorporadas novas medidas fenotípicas aos programas, como uma antecipação da importância das mesmas no processo produtivo. Ademais, um grande avanço nos programas foi a introdução de ferramentas da genética molecular, o que tem possibilitado aplicar a seleção assistida por marcadores. Atualmente, esforços têm sido direcionados na prática da seleção genômica, com ampla aplicação da biologia computacional no tratamento dos dados coletados. Com tamanha evolução tecnológica, espera-se que nos próximos anos os ganhos genéticos até então alcançados possam ser ampliados, trazendo maiores benefícios para a sociedade.
5. Desenvolvimento dos Programas
5.1 Programa nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PMGL)
Iniciou-se em 1985 o PNMGL com o teste de progênie, que foi delineado para avaliar de cinco a dez touros por ano, com previsão de obtenção de 30 a 40 filhas por touro. No primeiro ano, foram incluídos em teste nove touros. Em sua fase inicial ocorreram inúmeras dificuldades na implantação do programa, de naturezas diversas, algumas questionadoras da viabilidade da raça Gir para produção de leite, outras operacionais, decorrente da baixa utilização da inseminação artificial no país, dificultando sobremaneira encontrar rebanhos colaboradores que pudessem utilizar todo o sêmen dos touros em teste, em número de 500 doses por touro. Outras dificuldades foram de origem financeira. O custo do programa é elevado, uma vez que são necessárias inúmeras viagens para distribuição de sêmen, coleta mensal de dados zootécnicos em um país de dimensões continentais como o Brasil. No entanto, as dificuldades foram aos poucos sendo suplantadas pela persistência da equipe de execução dos trabalhos, incluindo o lado técnico, bem como os produtores selecionadores de animais Gir Leiteiro que sempre acreditaram na viabilidade técnica e econômica da raça para ser usada em condições de manejo e clima, comuns nas condições tropicais.
 O primeiro resultado do teste de progênie de nove touros foi lançado em 1993, de excelente qualidade genética, que vieram impactar positivamente o melhoramento dos plantéis futuros. Como consequência, houve uma resposta muito positiva do mercado, que passou a utilizar mais intensivamente sêmen de touros provados, a adquirir animais provenientes de rebanhos participantes do programa, de modo que houve, no geral, um aumento de interesse por produtos advindos do programa. Ao mesmo tempo, a coordenação técnica do programa incorporou novas variáveis e características ao trabalho, ampliando-o para Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro. Em 1994 deu-se o início da avaliação linear do Gir Leiteiro. Ou seja, todas as filhas dos touros já avaliados e as filhas de touros por avaliar passaram a ser medidas para as características lineares, incluindo medidas de conformação (altura, comprimento corporal, circunferência torácica, medidas do sistema mamário, medidas do sistema de locomoção, etc.) e de manejo (temperamento e facilidade de ordenha). Em 1999 iniciaram-se as análises para teores de proteína, lactose e sólidos totais do leite. Os resultados alcançados nestes 25 anos possibilitam avaliar a o sucesso absoluto do PNMGL. Verifica-se que no ano antecedente ao primeiro lançamento de resultados do teste de progênie de touros Gir Leiteiro, 1993, foram comercializadas 88.754 doses de sêmen desta raça. Em 2008, foram comercializadas 805.152 doses (crescimento de 860%). Em 2009, em decorrência principalmente da crise econômica mundial, houve retração na quantidade de sêmen comercializada, o que está sendo recuperada em 2010. Ao mesmo tempo, verifica-se que ao longo dos anos houve crescimento no número de rebanhos participantes do programa, passando de sete em 1985 (início do programa) para 380 rebanhos em 2008, com ampla tendência de crescimento. No início do programa eram incluídos em prova de 5 a 10 touros por ano; em 2010 serão 32 novos touros e a expectativa é incluir pelos menos 50 touros em teste por ano a partir de 2015. Atualmente são 357 touros incluídos em prova, dos quais 203 já apresentam resultados publicados. Outra medida de crescimento do programa pode ser verificada pelo número de vacas com lactação encerrada, que passou de 599 em 1985 para 3646 em 2008. Com relação a evolução das médias da produção de leite, até 305 dias da lactação e na lactação total, do valor genético médio, das variações nas médias dos constituintes do leite (gordura, proteína, lactose e sólidos totais do leite), e das médias do intervalo de partos e idade ao primeiro parto, por ano de parto e por ano de nascimento das vacas são inquestionáveis as grandes melhorias obtidas ao longo do tempo nestas características. Apenas como exemplo, animais que pariram em 1985, quando iniciou-se a execução do programa, apresentaram média de 2.276 kg de leite até 305 dias e de 2.395 kg na lactação completa. Animais que pariram em 2008 apresentaram médias de 3.760 kg e 4.064 kg, respectivamente até 305 dias de lactação e na lactação total, ou seja, houve um crescimento médio de 67% na produção de leite no período. O mesmo pode ser observado em relação ao valor genético médio para leite ao longo dos anos, que passou de -34.56 kg para 475,15 kg, para animais que pariram respectivamente em 1985 e 2008. Vacas que nasceram em 1985 apresentaram média do valor genético para produção de leite de 33,01 kg e as nascidas em 2004 apresentaram valor genético médio de 516,38 kg, com tendência genética neste de 25,3 kg/ano ou 1,0% da produção média de leite. Avaliação similar pode ser realizada usando as características de composição do leite que apresentaram crescimento proporcional à produção de leite no período. 
Em estudo envolvendo 27.610 animais, verificou-se que o coeficiente médio de endogamia da população de animais Gir leiteiro é de aproximadamente 2,82%, valor baixo, mas com 16.687 animais endogâmicos, com coeficiente médio de endogamia de 4,66%. Isto indica que há necessidade monitorar os acasalamentos dos animais, nas próximas gerações, visando controlar a endogamia na população. Pode-se concluir que houve uma grande evolução global no PNMGL, medida pelas melhorias nos índices produtivos, reprodutivos e genéticos e, pela adoção de medidas de inovação que tem possibilitado obter saltos significativos no progresso genético nos rebanhos participantes. Trata-se, portanto, de um exemplo de sucesso que pode servir de modelo a ser seguido por outros programas similares.
5.2 Programa nacional de Melhoramento do Guzerá para leite (PMGuL)
O Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para leite foi implantado em 1994. É trabalho executado pela Embrapa Gado de Leite e pelo Centro Brasileiro de Melhoramento do Guzerá (CBMG/ACGB). Envolve na sua execução a participação de diversos órgãos públicos e privados, tais como a ABCZ, Centrais de Processamento de Sêmen, Empresas Estaduais de Pesquisa, Universidade Federal de Minas Gerais, Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores, criadores de gado Guzerá puro e fazendas colaboradoras que utilizam o Guzerá em cruzamentos. Financeiramente, é apoiado pela Embrapa, CBMG, ACGB, CNPq, Fapemig, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e criadores de gado da raça Guzerá.
Esse programa tem como base a integração de modernas ferramentas do melhoramento animal para imprimir rapidez e confiabilidade à seleção, constando de três esquemas integrados, geradores de informação. O primeiro consiste do trabalho de seleção em fazenda, executado pelos criadores da raça, reunindo informações dos animais produzidos por acasalamentos dirigidos, em controle leiteiro não seletivo. O segundo, o Núcleo de Múltipla Ovulação e Transferência de Embriões (MOET), é um esquema caracterizado por imprimir alta intensidade e rapidez à seleção ao avaliar filhos de vacas geneticamente superiores para produção de leite, multiplicadas por transferência de embriões. No núcleo,o principal objetivo é a identificação precoce de touros geneticamente superiores para leite, que serão utilizados diretamente em rebanhos da raça e em cruzamentos, e, posteriormente, poderão ser incluídos no Programa de Teste de Progênie, para serem reavaliados e para obtenção de acurácia adicional. A avaliação desses touros jovens baseia-se no desempenho de suas irmãs completas, meios-irmãos, paternas e maternas, e demais parentas. O terceiro baseia-se no desempenho produtivo das filhas de touros em teste de progênie, produzidas por acasalamentos aleatórios, sendo esse, embora mais lento que o anterior, o método mais precisão para se avaliar o real potencial genético de um touro para a produção de leite. Os dados oriundos das distintas fontes são conectados geneticamente e reunidos em um arquivo único, o banco de dados Embrapa/CBMG/ABCZ. A avaliação genética é, portanto, integrada, única e comparativa.
Sendo o Guzerá uma raça de dupla aptidão, tanto o Núcleo MOET como vários rebanhos parceiros do programa também participam do Programa de Avaliação Genética para Corte (PAGRG) da ANCP e da GEMAC. Desta forma, diversos touros são “duplo provado”, ou seja, possuem avaliação genética para leite e para corte. No programa de teste de progênie já foram incluídos em prova 77 touros, distribuídos em 10 grupos. No núcleo MOET de seleção são mais de 100 famílias oriundas das principais doadoras elites dos rebanhos parceiros, de criadores de gado Guzerá puro. O banco de dados da raça contém atualmente 10.303 lactações de 7.311 vacas. Os crescimentos expressivos no número de primeiras lactações utilizados em cada avaliação genética anual têm sido observados, tanto quanto no número de rebanhos participantes no teste de progênie. Fato importante, uma vez que este crescimento contribui para avaliações genéticas mais acuradas. Ressalta-se que neste programa 25% dos rebanhos participantes possuem vacas mestiças. Aspecto estratégico, pois não apenas contribui para o aumento da acurácia, mas permite avaliar o desempenho dos touros em teste nos rebanhos comerciais que produzem com vacas mestiças, fatia importante do mercado de sêmen.
Deve-se ressaltar que o primeiro sumário de touros do teste de progênie e das famílias MOET foi divulgado em 2000, portanto, o impacto da utilização de touros provados sobre a produção de leite nos rebanhos deu-se início a partir do ano de 2004 quando as primeiras filhas encerraram suas primeiras lactações. Os coeficientes anuais de progresso fenotípico e genético a partir do ano de 2001 foram, respectivamente, 61,2 e 29,9 kg. A tendência da produção e das DEP para leite, da produção e das DEP para proteína e produção e DEP de sólidos totais foram positivas, desde o início do programa em 1994, reflexo da orientação dos criadores quanto ao descarte e planejamento de acasalamentos nos rebanhos, e, principalmente após o ano de 2003, atribuída também ao progresso genético decorrente do uso de touros provados. Como a ênfase dada à seleção nos rebanhos é para a característica produção de leite, a resposta nas demais características é fruto da correlação genética elevada e positiva destas com a produção de leite. Quanto à produção gordura, não se verificou uma tendência positiva, porém quando considerada a DEP para gordura observou-se tendência de aumento, fruto da correlação genética positiva com a produção de leite.
A análise da idade ao primeiro parto, importante característica reprodutiva aferida no programa, por estar relacionada à precocidade sexual, revelou uma tendência de decréscimo anual de 55,4 dias, desde o início programa. Como as características reprodutivas ainda não são objetivo de seleção nos rebanhos, provavelmente as melhorias em aspectos do manejo nutricional e reprodutivo contribuíram para este resultado.
 Até o ano de 2005, a tendência era positiva e expressiva, caindo em 2006, em função da crise no setor leiteiro, com recuperação em 2007. A partir deste ano, ocorreu tendência negativa. Aspecto relacionado à característica de duplo propósito da raça, que levaria à uma maior ênfase à seleção para características de corte neste período, aliado à crise financeira mundial podem ter contribuído para este cenário, apesar da tendência positiva das médias de produção e DEP para as características leiteiras.
A preocupação com a variabilidade genética, em função das reduções no tamanho efetivo da população ao longo dos anos, fez com que estudos fossem realizados para verificar o estado da raça neste momento e definir parâmetros para o monitoramento deste importante aspecto. A análise dos dados genealógicos disponíveis no programa demonstrou que a raça encontra-se em situação confortável. O coeficiente médio de endogamia para os indivíduos endogâmicos foi 2,5%. Porém, o tamanho efetivo da população, o número efetivo de fundadores e o número efetivo de ancestrais, atualmente em, respectivamente, 98, 318 e 101, sinalizam para o risco de perdas de variabilidade genética, conforme os critérios estabelecidos pela FAO.
5.3 Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando
O rebanho leiteiro nacional é predominantemente mestiço Holandês x Zebu, com grande evidência para o cruzamento entre animais das raças Holandesas e Gir, formando o Girolando. Desde 1996 a raça Girolando, é reconhecida, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é formada por animais com composição genética 5/8 Holandês e 3/8 Gir. O Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando foi implantado em 1997 por meio de parceria entre Embrapa Gado de Leite e a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Em 2009 foram publicados os resultados do teste de 32 touros, e em final de junho de 2010 serão lançados resultados de novo grupo de touros. No mesmo ano, serão incluídos novos touros jovens para serem avaliados.
Tem-se observado ao longo dos anos, grandes evoluções no programa, pela incorporação de novas características medidas. Além das anotações zootécnicas normalmente realizadas, avaliando-se produção de leite e seus constituintes, é realizada a avaliação linear das fêmeas, filhas dos touros em teste e companheiras contemporâneas. Nos últimos anos, foram incorporadas ao programa, além de informações moleculares em locos de interesse, informações sobre locos determinantes de doenças genéticas como BLAD ou deficiência de adesão leococitária bovina e OPN ou Osteopontina. Desta forma, é publicação o sumário com a avaliação genética dos touros para as medidas de produção e apresentados os genótipos para estas características moleculares. Houve, no período de 2003 a 2009, um grande crescimento no número de doses de sêmen comercializado, passando de 64.810 doses para 210.115. Nos últimos anos foi à raça que apresentou maior crescimento na quantidade de sêmen comercializada no Brasil, o que demonstra o grande interesse do mercado pela utilização de animais Girolando, justificando a necessidade da intensificação das provas de touros, visando à aquisição do almejado ganho genético e aumento da produtividade de leite no país.
Utilizando-se informações do banco de dados do Programa Nacional de Melhoramento do Girolando, são apresentadas nas figuras 17 e 18 as médias de produção de leite até 305 dias, por ano de parto, por ano de nascimento e de acordo com a composição genética dos animais. Pode ser visualizado um crescimento substancial da produção de leite dos animais, com o passar do tempo, à medida que o programa progride. Verifica-se, também, que à medida que se aumenta a fração de sangue da raça Holandesa entre os rebanhos participantes do programa, observa-se aumento na produção de leite. Observa-se que o padrão de manejo, especialmente alimentar, tem progredido nos últimos anos, decorrência de um maior acompanhamento e um maior profissionalismo dos produtores de leite que utilizam animais Girolando.
5.4 Programas nacional de Melhoramento da raça Sindi
A raça Sindi, de origem nos trópicos paquistaneses, foi introduzida no Brasil nos anos 30. Em 1952 foi quando ocorreu a maiorintrodução de animais desta raça no país, por meio da importação de 31 fêmeas e machos. Os animais importados eram selecionados para produção de leite nas regiões de origem e constituem a base do rebanho Sindi leiteiro Brasileiro. É uma raça que tem utilização crescente no Brasil, principalmente na região nordeste, mas também alguns criatórios na região Sudeste. Por demanda dos criadores e da Associação da raça, a Embrapa Gado de Leite, também em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está organizando o Programa Nacional de Melhoramento da raça Sindi. O banco de dados com informações zootécnicas encontra-se em organização, partir do qual será realizada a avaliação genética dos animais, cujos resultados serão úteis na a escolha de touros que serão incluídos em teste de progênie. Em 2010, deverão ser incluídos em teste um total de cinco touros. 
6. Seleção
A seleção é uma ferramenta do melhoramento genético que pode ser usada para modificar a constituição genética de uma população, alterando a frequência dos alelos que determinam a expressão de uma característica, promovendo mudança genética (CASTRO-PEREIRA, 2003).
Este processo transmite os genes de importância econômica dos pais para seus filhos, progênies, por meio de acasalamentos direcionados. O acasalamento entre indivíduos de uma população é responsável pelos genótipos da próxima geração. Portanto, a frequência genotípica de uma geração depende dos genótipos dos indivíduos que se acasalaram na geração anterior. Assim o acasalamento deve levar em consideração: os defeitos de conformação da vaca a serem corrigidos na progênie, a verificação dos ancestrais para evitar a incidência de doenças hereditárias e a verificação do parentesco a fim de evitar a consanguinidade, que é o resultado de acasalar animais aparentados. 
6.1 Tipos de Seleção
6.1.1 Método Unitário ou “Tandem”
 Este método seleciona uma característica de cada vez, ou seja, as características são consideradas de acordo com a sua importância e trabalhadas por um número de gerações determinado.
 Quando a meta para uma determinada característica é obtida, dar início a seleção para outra, depois à terceira, e assim sucessivamente, até que os objetivos sejam obtidos.
6.1.1.1 Desvantagens 
 Método limitado, uma vez que este método implica que ao selecionar uma característica as demais continuem constantes, o que não ocorre devido à correlação genética.
 O fato de ser um método demorado e menos eficiente, após algumas gerações, corre o risco de haver mudanças na preferência pelo mercado consumidor que acabam por cessar o processo seletivo.
6.2 Níveis Independentes de Seleção 
 Este método de seleção é aplicado para duas ou mais características de importância. Os indivíduos são eliminados caso não atinja, mas metas estabelecidas para todas as características que estão sendo trabalhadas ou selecionadas.
Por esta causa, animais superiores em algumas características poderão ser eliminados.
 Dessa forma, para se chegar num ponto ótimo para o progresso genético devemos levar em consideração quantas e quais as características devem ser consideradas e ser priorizadas, ou seja, ordená-las segundo as prioridades econômicas e segundo seu componente aditivo (herdabilidade). 
6.3 Índices de Seleção
 O objetivo neste método é o valor resultante da ponderação adequada de duas ou mais característica, levando-se em conta a correlação genética entre elas e o valor econômico de cada uma.
 É o método de maior eficiência relativa e o objetivo da seleção pelo índice não é nenhuma das características especificamente, mas sim o retorno econômico proporcionado pela seleção simultânea para o conjunto de características.
6.4 Seleção pela Genealogia 
 Seu emprego é feito a partir da seleção por pedigree, onde consiste na escolha de animais de acordo com o desempenho de seus ascendentes. Para auxiliar na seleção de animais jovens, que ainda não apresentaram produções e que a sua única forma de avaliação é pelo seu pedigree. 
 Auxilia na seleção de características de baixa herdabilidade, onde o fenótipo do animal não permite estimativa real do genótipo. Onde as informações a partir de seus ascendentes apresentam maior confiabilidade à seleção. 
7. Critério de Seleção para Vacas Leiteiras
O conceito de vacas leiteiras com grandes úberes, grandes tetos e vacas gordas ainda são empregados como principais critérios de seleção, para alguns criadores, entretanto, estes critérios nem sempre correspondem a uma boa aptidão leiteira e não podem ser usados como únicos critérios de seleção.
Os principais instrumentos utilizados para escolha de vacas leiteiras são:
Características produtivas e reprodutivas: Alta produção de leite; alta percentagem de gordura e proteína; conversão alimentar; eficiência para produção de leite; ausência de problemas da reprodução; vida útil ou produtiva longa; menor intervalo entre partos; idade da primeira cria; vaca saudável com boa resistência, que minimiza a incidência de doenças. 
Características de tipo: Boa conformação de cascos e posicionamento de pés e pernas; membros fortes com bons aprumos; linha dorsal-lombar horizontal, garupa horizontal, garupa horizontal e comprida; boa inserção do pescoço nas espáduas e na cabeça com suave união das espáduas com o corpo; veias mamárias bem desenvolvidas; ancas em nível com a linha dorso-lombar e cernelha em forma de cunha; boa profundidade de corpo, bom arqueamento de costelas, bom afastamento dos membros e focinho largo; boa conformação do úbere ( forma e tamanho) que reduz a incidência de mastite; boa colocação e qualidade de tetos, profundidade de úbere e ligamentos do úbere; úbere prolongado para frente, parte inferior quase em nível e bom desenvolvimento dos quartos dianteiros.
“O conceito de “Classificação para tipo” como é chamado, envolve a avaliação externa individual de animais em um rebanho, comparando ao “tipo ideal”, padrões fundados pelas Associações especificam de cada raça”.
Conformação/ Capacidade: Considera-se toda a estrutura do animal como a força, o tamanho, o comprimento e a profundidade do corpo, combinando harmonia e vigor. Características associadas com grande habilidade para utilização de forragens e capacidade de produção.
8. Critérios de Seleção para Touros Leiteiros	
A seleção dos touros para introdução em um rebanho leiteiro tem grande importância, pois são deles a probabilidade de uma melhor receita na fazenda.
Para saber qual o melhor touro para determinada vaca, deve-se conhecer o valor genético do touro. Para isso são realizadas avaliações genéticas, por meio de estimativas de seu mérito genético, que permite aos produtores as decisões de acasalamento e descarte de animais em seus rebanhos. As avaliações genéticas são realizadas pela metodologia dos modelos mistos utilizando-se de um touro e, cada vez mais, do modelo animal para estimação do mérito genético dos indivíduos e posterior seleção. Esta ferramenta consiste na aplicação de métodos estatísticos coletados de registros de pedigree e de desempenho das progênies.
Tal modelo permite a obtenção da estimativa da capacidade genética da transmissão para todo individuo avaliado, mesmo para animais jovens, e, por conseguinte, sem progênie. Essa capacidade de transmissão é representada pela DEP (diferença esperada da progênie).
Em bovinos leiteiros utiliza-se a capacidade prevista de transmissão (PTA), obtida por meio do desempenho das filhas dos touros e de seus parentes nos diferentes rebanhos, expresso como diferença (Superioridade ou inferioridade) da base genética.
O modelo animal, por utilizar informações de todos os indivíduos e considerar as relações de parentesco existentes entre os animais em avaliação, promove maior precisão nas estimativas de mérito genético obtido, permite identificação do méritogenético médio por ano, e por isso, permite uma avaliação da tendência genética.
Depois de identificado o mérito genético dos touros, por meio de provas de testes de progênies, deve ser estabelecido o objetivo zootécnico e identificadas as características a serem melhoradas no rebanho. O próximo passo é a seleção de touros. A seleção deve ser baseada nos maiores valores de PTA dos touros para as características a serem melhoradas.
O número de touros a serem selecionados dependerá do tamanho do rebanho e da confiabilidade do PTA. Para cada 50 vacas devem ser selecionados de 3 a 4 touros provados. Quanto mais filhas de um touro provado, maiores serão as chances de alcançar o valor genético do touro e melhorar o mérito das crias.
O teste de progênie e seu uso extensivo são caros e também não permitem que algumas características, como saúde, bem-estar e eficiência de produção e qualidade de leite, sejam adequadamente avaliados.
No Brasil, iniciativas nesta área encontram ainda com problemas que variam em intensidade, de acordo com a espécie animal, como qualidade de mão-de-obra, capacidade de gerenciamento, competição externa, indefinição de mercado, baixo nível de exigência do mercado consumidor e a não valorização da qualidade do produto, principalmente no tocante ao consumidor. 
Modernamente a tecnologia está sendo introduzida em rebanhos bovinos e que pode eliminar os problemas apresentados são os marcadores genéticos. Um marcador genético é uma porção de DNA que tem sequência e posição dentro do genoma, conhecidas. Estes funcionam como etiquetas que identificam como os genes envolvidos na herança de características de importância econômica (ETLs), são repassados para o próximo descendente. Isso é feito por meio de exame do DNA do sangue ou sêmen dos animais.
9. Cruzamento
	Cruzamento pode ser considerado como o acasalamento de indivíduos de raças diferentes (PEREIRA, 2004). Segundo Teodora e Lemos (1992), o cruzamento tem a finalidade de tentar reunir em um só animal as características desejáveis de duas ou mais raças, bem como explorar a heterose. Barbosa e Esteves (1997) define este fenômeno genético como o aumento da superioridade das progênies em relação à média dos pais, para uma determinada característica. O mesmo autor ainda afirma que quanto mais diferentes forem os genótipos, isto é, quanto mais distante for o parentesco entre os animais cruzados, maior é o grau de heterose. Dessa forma, reprodutores mestiços não são indicados, pois sempre vão possuir carga genética de europeu e zebu, o que diminui o grau de heterose.
	Os efeitos da heterose são maiores nas características de baixa herdabilidade, ou seja, nas características influenciadas pelo meio ambiente e, por consequência, as que menos respondem ao processo de seleção. São elas: Fertilidade e sobrevivência (FRIES, 1996).
	Os cruzamentos na pecuária de leite objetivam a introdução de genes de alta produtividade de raças de clima temperado (Bos taurus), principalmente a Holandesa, em várias combinações com raças nativas ou zebus (Bos indicus), que possuem adaptabilidade e rusticidade (Nelore, Gir, Guzerá, etc.). Este cruzamento produz os chamados “meios-sangues”, pois o material genético do produto tem 50% dos genes das raças especializada e 50% dos genes da raça zebu.
9.1 Tipos de cruzamento
9.1.1 Simples, ou Industrial
Características:
Envolve apenas duas raças;
O cruzamento termina na obtenção da F1;
Cruzamento para produzir animais de terminação;
Necessidade de manutenção para as fêmeas de reposição;
Obtenção máxima de heterose.
9.1.2 Contínuo ou Absorvente
Características:
Envolve duas raças: a que se quer substituir e a melhoradora;
Tem como finalidade substituir uma raça ou grau de sangue, por uso contínuo do que se deseja;
Produz os animais chamados puros por cruza;
Próprio sistema produz suas fêmeas de reposição;
Heterozigose é reduzida a metade em cada geração.
9.1.3 Rotativo ou Alternado
Características:
Pode envolver duas ou mais raças;
Consiste no uso alternado de reprodutores a cada geração;
Extremamente utilizados na formação de raças sintéticas;
Fêmeas produzidas são incorporadas no rebanho, e os machos são destinados a comercialização;
Mantém elevado grau de heterose, estabilizando-se em 67% (quando com duas raças) e 83% (quando com três raças).
10.Consanguinidade
 	A consanguinidade é um sistema de acasalamento que consiste na união de indivíduos com certo grau de parentesco. Quando um indivíduo é consanguíneo há uma maior probabilidade de receber genes idênticos, já que seus pais são parentes, ou seja, apresentam um ou mais ancestrais comum. Dessa forma, é possível a transmissão e expressão de genes de efeito favorável ou desfavorável no indivíduo consanguíneo.
10.1 Tipos de Consanguinidade
A consanguinidade pode ser vista sob diferentes aspectos:
1.Quanto ao parentesco entre indivíduos que se acasalam:
Estreita: com um grau de parentesco > 50%;
Larga: com grau de parentesco < 50%.
2.Quanto a situação dos reprodutores pela genealogia do animal:
Direta: quando os reprodutores se encontram em linha reta no pedigree, isto é, um deles é ancestral comum;
Colateral ou indireta: quando os reprodutores se encontram em duas linhas que partem do ancestral comum.
10.2 Efeitos genéticos da consanguinidade
 	O efeito principal da consanguinidade é aumentar a homozigose do rebanho e, em consequência, reduzir a heterozigose. Este efeito é tanto maior quanto maior for o grau de parentesco existente nos indivíduos que se acasalam. Trata-se de um sistema de acasalamento que não altera a frequência gênica na qual a única forma de alterar a frequência gênica é pela seleção. 
 	A consanguinidade ao reduzir a heterozigose favorece a identificação de genes recessivos indesejáveis ou de efeitos deletérios, visto que, a maioria destes genes está relacionada com baixa fertilidade, alta mortalidade, redução do vigor e do valor adaptativo dos animais.
 	Por fim, a consanguinidade contribui para aumentar a variabilidade fenotípica de um rebanho, pela separação da população em famílias distintas, permitindo a realização da seleção entre as famílias formadas, o que seria impossível se os acasalamentos ocorressem ao acaso.
Vantagens:
A consanguinidade, pelo aumento da homozigose, permite apurar geneticamente os animais, sendo importante para fixação e refinamento do tipo desejado.
O aumento da homozigose ocorre tanto para genes dominantes como para recessivos. Quando a homozigose ocorre para genes dominantes os indivíduos assim obtidos, quando acasalados com outros não consanguíneos, tendem a imprimir, com maior intensidade, suas características e isto é chamado de prepotência.
Permite a seleção mais eficiente pela separação da população em famílias diferentes, facilitando a eliminação das piores.
Forma linhagens consanguíneas distintas que quando acasaladas entre si contribuem para aumentar a heterose em características econômicas.
 Desvantagens:
A consanguinidade apura tantos defeitos como qualidades, dependendo do estoque de genes existentes na população antes do início da consanguinidade.
Os efeitos desfavoráveis da consanguinidade são caracterizados pela redução geral da fertilidade, sobrevivência e vigor dos animais. Estes efeitos dependem da intensidade da consanguinidade e as diferentes características são afetadas por intensidade de consanguinidade diferentes.
Provoca perda de variação genética e, em consequência, reduz a taxa potencial de progresso genético pela seleção.
Aumenta a incidência de anormalidades genéticas pela introdução de genes deletérios que estavam encobertos na população.
11. Herdabilidade
 	A herdabilidade pode ser definida como a superioridade (ou inferioridade) dos pais em relação a determinada característica que será transmitida a sua progênie. O conhecimento da herdabilidade é essencial para a definição dos métodos de melhoramento genético mais apropriados e a escolha de indivíduos candidatos á seleção. Porém, vale ressaltar que a herdabilidadeé um parâmetro de uma dada característica e não de um indivíduo.
 	A herdabilidade pode ser classificada em: baixa, moderada ou alta magnitude. Em geral, a baixa magnitude (menor ou igual a 20%) pode ser explicada quando o efeito ambiental for importante e a correlação entre o genótipo e o fenótipo for pequena, o que na pratica quer dizer que o desempenho apresentado pelo animal está associado ao ambiente a ele proporcionado. O coeficiente de herdabilidade moderado varia entre 20 e 40%, e o alto, quando for maior ou igual a 40%, sendo que, neste caso, a correlação entre o genótipo e o fenótipo do indivíduo é alta. Em outras palavras, significa que o desempenho do animal reflete em grande parte, a genética e, por essa razão, as características que tem alta herdabilidade são mais facilmente selecionadas, pois os animais que apresentam o melhor desempenho são os geneticamente superiores para determinadas características.	
12. Principais Raças Leiteiras
12.1 Raça Holandesa
A raça Holandesa é uma raça taurina, de grande porte, originária dos países baixos da Europa, com habitat natural localizado na região Frísia (norte da Holanda). No Brasil, os maiores rebanhos estão localizados nas regiões Sul e Sudeste, mais notadamente nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro (DUARTE, 1999).
É uma raça de alta produtividade, com produção de leite por lactação de aproximadamente 12,000 kg de leite. Possui acentuada precocidade sexual. 
O processo de melhoramento genético em raças holandesas é desenvolvido há muito tempo por meio de associações de criadores, e objetiva principalmente a produção e conformação (características externas visíveis). A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos de Gado Holandês (APCBRH) vem prestando importante orientação no desenvolvimento e na execução do programa de Classificação Linear, para melhorar a conformação do gado leiteiro, que auxilia os criadores nas decisões de manejo. Os criadores de gado holandês registrados nos programas de melhoramento vêm demonstrando na prática o sucesso da interação produção x conformação (DUARTE, 1999).
12.2 Raça Jersey
A raça Jersey é uma raça taurina, de pequeno porte, originária da ilha de Jersey, localizada no canal da mancha, na Inglaterra. Nos EUA, o gado Jersey foi selecionado e aperfeiçoado para alcançar melhor performance leiteiro com alto teor de gordura do que para tipo racial. Atualmente é bastante difundida em todo o continente americano, e no Brasil, está distribuída em todo o território sendo que os maiores rebanhos estão localizados nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul (DUARTE, 1999).
Sua aptidão é exclusiva para leite. Alcança médias de produção entre 3.500 a 5.500 kg por lactação, com persistência de 305 dias e com teor de gordura variando entre 5,5 a 6,0%. Por este motivo é considerada uma raça manteigueira. É um gado de grande longevidade, com acentuada precocidade e adaptou-se muito bem em regiões montanhosas e de clima quente (DUARTE, 1999).
12.3 Raça Pardo-Suiço
A raça Pardo- Suíço é uma raça taurina, de médio porte, originária da região dos lagos, na Suíça. É a raça mais antiga que se tem notícia, e que foi selecionada pelo homem. É bastante difundida em quase todo o continente americano. No Brasil, os maiores rebanhos estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste. Durante os anos, no Brasil, foram feitos vários cruzamentos da raça pardo-suiço com animais de origem zebuína, fundamentos na heterose ou vigor híbrido (DUARTE, 1999).
Tanto os animais puros quanto os seus mestiços são de Supla aptidão (carne e leite). São animais rústicos e precoces. A produção média das vacas está entre 4.500 a 6.200 kg por lactação e o teor médio de gordura varia de 3,5 a 4%.
12.4 Raça Gir
É uma raça zebuína, de porte médio, originária da região noroeste da Índia, nas montanhas de Gir, ao Sul da província de Katliawar. No Brasil, apesar da raça ser direcionada para a produção de carne, a partir de 1940 as características favoráveis para a produção leiteira começou a ser observadas, iniciando a exploração da aptidão leiteira da raça. Por ser uma raça de excelente adaptação às condições tropicais, está presente nas regiões áridas e semiáridas do Brasil e de inúmeros outros países ao redor do mundo, confirmando ótima produção leiteria. Porém, quando comparada às raças taurinas, possui baixo potencial genético e de produção (DUARTE, 1999).
É uma raça de dupla aptidão (carne e leite). Existem trabalhos de melhoramento genético que selecionou variedades com maior afinidade para uma das aptidões, portanto existem variedades de melhor aptidão leiteira e outras de melhor aptidão para corte. Nas variedades leiteiras, a produção pode variar de 1600 a 3600 kg por lactação com teor de gordura ao redor de 4,5%; no entanto existem genéticas superiores com produções controladas que variam de 5500 a 7000 kg de leite por lactação.
12.5 Raça Girolando
Iniciaram-se cruzamentos procurando melhorar as características leiteiras, nos cruzamentos entre a raça Gir e Holandês que produziram animais mestiços (por heterose) conhecidos como Girolando. Estes mestiços Girolando são animais mais produtivos que os Gir e formam, hoje, o maior rebanho brasileiro, por se adaptarem muito bem em qualquer região do Brasil, no entanto devido ao sangue taurino (da holandesa) é bem mais produtiva.
Em 1989 o ministério da agricultura, criou um programa de melhoramento que fixou um padrão de sangue 3/8 Gir e 5/8 holandês e classificou o tipo, a partir daí, como raça. Hoje a Associação da Raça Girolando controla e registra os animais da mesma.
 É uma raça de médio potencial genético para produção leiteira e alta eficiência reprodutiva.
11. Considerações Finais
 
	O interesse pela execução de programas de melhoramento genético em raças leiteiras vem crescendo no Brasil e o mercado tem respondido positivamente aos resultados alcançados. Estes resultados têm sido animadores, como pode ser observado pelo grande crescimento nos valores genéticos dos animais participantes dos respectivos programas. Alguns fatores dificultam uma maior expansão dos programas, tais como a dimensão continental do País, baixa utilização rotineira de controle leiteiro nos rebanhos e reduzido uso da inseminação artificial. Estes fatores conduzem à necessidade de se procurar o envolvimento de um maior número de rebanhos colaboradores e de arcar com grandes despesas para realização do controle leiteiro e zootécnico nestes rebanhos. 	Apesar das dificuldades, acredita-se que os programas de melhoramento tendem a crescer cada vez mais, em consequência dos benefícios econômicos e sociais propiciados pela execução continuada dos mesmos.
12. Referências
ALENCAR, M. M. Critérios de Seleção e a Moderna Pecuária Bovina de Corte Brasileira. Anais do IV Simpósio Nacional de Melhoramento Animal, Embrapa Pecuária Sudeste. São Carlos, SP. 2002.
AGUIAR, A. DE P. A; REZENDE, R.J. Pecuária de Leite: Custo de Produção E Análise Econômica. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2010; 129p.
ALVIM, R. S.,: MARTINS, M.C. Tendências e desafios do mercado lácteo. Balde Branco. São Paulo, n. 489, p. 60 - 63. julho. 2005.
ANUALPEC - Anuário da pecuária brasileira, São Paulo: FNP, 2006, P. 189 - 222.
ANUALPEC - Anuário da pecuária brasileira, São Paulo: FNP, 2009, P. 185 - 222.
BARBOSA, P.F., ESTEVES, S.N. Intensificação da bovinocultura de corte: estratégias de melhoramento genético. São Carlos: Embrapa- CPPSE, 1997.
CASTRO-PEREIRA, V. M. Estudo genético de critérios de seleção ligados a eficiência reprodutiva e ao crescimento de machos e fêmeas da raça Canchim. Jaboticabal. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária Estadual Paulista. 2003.
DUARTE, A.A. Principais Raças de Bovinos Leiteiros no Brasil. Material didático da Escola Técnica Estadual Cônego José Bento. Jacareí. 1999.
FREITAS, A.F. DE, COSTA, C.N., MENEZES, C.R.A. et al. Programade Melhoramento Genético da raça Girolando: Sumário de touros 2009. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2009. 45p. (Embrapa Gado de Leite. Documentos, 133).
FRIES, L.A. Maximixar heterozigose ou heterose? In: SIMPÓSIO NACIONALDE MELHORAMENTO ANIMAL, 1996, Ribeirão Preto. Anais Ribeirão Preto. Sociedade Brasileira de Melhoramento Animal. 1996.
Gado de Leite: O produtor pergunta, a Embrapa responde/ Editor técnico, Oriel Farjado de Campos- 2 ed., Revista e melhorada- Brasília- DF: Embrapa informação tecnológica, 2004. (Coleção 500 perguntas, 500 respostas). 239p.
GOMES, A. T.: ZOCCAL, R. Sistema agroindustrial do leite no Brasil: produção e mercado. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ZOOTECNIA, 5., 2003, Uberaba. Anais... Uberaba: ABCZ/ABZ/FAZU, 2003. p. 15 - 25.
GOMES, S.T. Economia da produção do leite. Belo Horizonte: Itambé, 2000. 132 p.
http://www.cnpgl.embrapa.br/nova/informacoes/melhoramento/melhoramento.php
NOGUEIRA, M. P. et al. Produção leiteira. In: CÔNSOLI, M. A. & NEVES, M.F. Estratégia para o leite no Brasil. São Paulo, SP.: Atlas, 2006. p . 91 - 119.
PEREIRA, J.C.C. Melhoramento Genético Aplicado a Produção Animal. Belo Horizonte: FEPMVZ, 2004.
PEIXOTO, M.G.C.D., VERNEQUE, R.S., PEREIRA, M.C et al. Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite: Resultados do Teste de Progênie, do Programa de melhoramento genético de zebuínos da ABCZ e do Núcleo MOET. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 60p. (Embrapa Gado de Leite. Documentos, 139).
VERNEQUE, R.S., PEIXOTO, M.G.C.D., VERCESI FILHO, A.E. et al. Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro – Sumário Brasileiro de Touros – Resultado do Teste de Progênie – Maio de 2010. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2010. 56 p. (Embrapa Gado de Leite. Documentos, 137).

Continue navegando