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Aula 03 – Marxismo
Nesta aula, 
Identificaremos o cabedal conceitual de Marx e Engels, que parte do pressuposto que, ao contrário do que Hegel pensava, não são as idéias humanas que movem a História, mas são as condições históricas que produzem as ideias. 
Conscientizar que a chave para compreender tais autores passa necessariamente pelo conceito de trabalho, pelos modos de produção, pela mais-valia, pelo Materialismo histórico e pela ideologia.
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Objetivo desta Aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Conhecer o pensamento de Marx e Engels
2. Identificar os conceitos marxistas: trabalho, modos de produção, mais-valia, Materialismo histórico e ideologia.
3. Compreender a inserção do pensamento marxista no campo do Serviço Social.
INTRODUÇÃO
Antes de falarmos nos conceitos-chaves tratados por Marx e Engels, e com os quais vocês têm se deparado em inúmeras outras disciplinas, é necessário chegar perto do cabedal conceitual de Marx e Engels, sem mediadores. 
Para tanto, um primeiro começo é contextualizar o seu próprio pensamento em relação à época. 
Um de seus interlocutores é Hegel, para quem as ideias humanas movem a História e não são (como para Marx) produtos das condições históricas. 
Além disso, temos também a interlocução com Feuerbach, que fica evidenciada segundo o historiador Nicola Abbagnano, em seu ponto de partida com a reivindicação do homem, do homem existente, na totalidade dos seus aspectos, feita já por Feuerbach: 
“Engels partilha do entusiasmo que a obra de Feuerbach tinha suscitado nele e em Marx, como em muitos dos jovens hegelianos alemães. 
"Quem foi que descobriu o mistério do "sistema"? - Feuerbach. 
Quem negou a dialéctica do conceito, essa guerra dos deuses que só os filósofos conheciam? 
- Feuerbach. Quem foi que apresentou não "o significado dos homens" - como se o homem pudesse ter outro significado além de ser homem – mas "os homens" no lugar do velho xaile com que se embrulhava a autoconsciência infinita? 
Feuerbach e só Feuerbach" (Sagrada família, Gesamtausgabe, 111, p. 265).” 
Apesar de não ter aderido aos aspectos positivos e negativos suscitados por Feuerbach, 
Marx foi capaz de compreender que não é possível conhecer o homem apelando para a sua interioridade ou para sua consciência numa relação abstrata que trouxesse uma essência que obviamente estaria no âmbito da relação privada, mas era necessário mostrar que o homem é fruto das relações historicamente determinadas pelas formas de trabalho e produção.
Além de romper com o idealismo hegeliano, Marx inverteu a concepção de que se conhece a esfera social, a partir da esfera política, então pela primeira vez a sociedade civil aparece como pressuposto necessário ao conhecimento da esfera política e não ao contrário. 
Marx encontra paralelo entre as formas de sociabilidade e as estruturas emergentes do capital, daí conclui ser o trabalho, o princípio fundamental como uma realidade humana.
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO
Para falarmos sobre a importância fundamental dada por Marx ao trabalho, comecemos pelo modo pelo qual o homem tem seu modo de ser. Sua existência específica, sua capacidade de expressão, de realização de si, produzindo bens materiais está atrelada à produção concomitante com os princípios, ideias e categorias refletidas nas próprias relações sociais que estabelece. A perspectiva ontológica da unidade indissolúvel entre subjetividade e objetividade, presente na atividade matriz da sociabilidade, o trabalho, não descarta nem mesmo o caráter histórico e transitório dessa relação.
Para Marx, a formação das ideias parte necessariamente da práxis material e há “um movimento continuo de acréscimo nas forças produtivas, de destruição nas relações sociais, de formação das ideias ...” (Miséria da filosofia, trad. ital., 11, 1, p. 89).
"As condições, sob as quais os indivíduos, até ao momento em que não surge ainda a contradição, têm relações entre si, são condições que pertencem à sua individualidade e não a qualquer coisa de exterior a eles próprios: são condições sob as quais apenas esses indivíduos determinados, existentes em situações determinadas, podem produzir a sua vida material e aquilo que com ela está ligado; essas são, por conseguinte, as condições das suas manifestações pessoais e por estas são produzidas" (Ideol. alemã, p. 70).
Recapitulando
Os pontos principais da antropologia de Marx, segundo Abbagnano:
Não existe uma essência ou natureza humana em geral. 
O ser do homem é sempre historicamente condicionado pelas relações em que o homem entra com os outros homens e com a natureza, pelas exigências do trabalho produtivo.
Estas relações condicionam o indivíduo, a pessoa humana existente; mas os indivíduos por sua vez condicionam-se promovendo a sua transformação ou o seu desenvolvimento.
O indivíduo humano é um ser social.
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO
Encontramos alguns comentadores que logram a Marx, a redução da própria sociedade à sua estrutura econômica, sem compreender que “só a estrutura econômica da sociedade tem, propriamente, história. A moda desta história, e portanto da história geral, e é constituída pela relação entre as forças produtivas e as relações de produção (as relações de propriedade)”(Abbagnano).
As relações de produção
O que são os meios de produção e as forças produtivas?
Os meios de produção são as condições e os instrumentos de trabalho e as forças produtivas, o trabalho.
De que maneira as forças produtivas estão relacionadas com as relações de produção?
Quando as forças produtivas alcançam certo grau de desenvolvimento entram em contradição com as relações de produção existentes, o que acarreta uma estagnação. Entra-se, então, numa época de revolução social. No entanto, uma formação social só se extingue quando se tiverem desenvolvido todas as forças produtivas a que pode dar lugar; as novas relações de produção entram em ação quando se encontram amadurecidas, no seio da velha sociedade, as condições materiais da sua existência.” (Abbagnano)
Então, o que acontece nas relações produtivas? 
Nas relações produtivas, e, por conseguinte, na determinação da existência historicamente condicionada, insere-se o homem na sua totalidade, encontramos o conceito da práxis que se realiza em condições históricas dadas e, como sabemos, nas condições postas pela divisão social do trabalho, pelas relações de produção (relação entre meios de produção e forças produtivas), portanto, pela forma da propriedade e pela divisão social das classes. A economia política afirma que o salário corresponde aos custos e ao preço da produção de uma mercadoria. Calcula-se, assim, o que o trabalhador precisa para manter-se e reproduzir-se, deduzindo-se esse montante do custo total da produção e determinando o salário. Na realidade, porém, não é o que ocorre.
O FENÔMENO DA IDEOLOGIA
“A ideologia afirma que somos todos cidadãos e, portanto, temos todos os mesmos direitos sociais, econômicos, políticos e culturais. No entanto, sabemos que isso não acontece de fato: as crianças de rua não têm direitos; os idosos não têm direitos; os direitos culturais das crianças nas escolas públicas são inferiores aos das crianças que estão em escolas particulares, pois o ensino não é de mesma qualidade em ambas; os negros e índios são discriminados como inferiores; homossexuais são perseguidos como pervertidos etc.” 
(CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2011. p.218.).
A classe dominante tanto tem o poder material quanto o poder espiritual dominante. Assim, assinala Marx como há uma dissimulação da classe dominante em relação à manutenção do status quo.
Conceito de Educação Ambiental
Na obra a Ideologia Alemã de Marx, lemos:
“As idéias da classe dominante são, em cada época, as idéias dominantes, isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, sua força espiritual. A classe que tem à sua disposiçãoos meios de produção material dispõe, ao mesmo tempo, dos meios de produção espiritual, o que faz com que a ela sejam submetidas, ao mesmo tempo e em média, as idéias daqueles aos quais faltam os meios de produção espiritual. As idéias dominantes nada mais são do que a expressão ideal das relações materiais dominantes, as relações materiais dominantes concebidas como idéias; portanto, a expressão das relações que tornam uma classe a classe dominante; portanto, as idéias de sua dominação.
Os indivíduos que constituem a classe dominante possuem, entre outras coisas, também consciência e, por isso, pensam. Na medida em que dominam como classe e determinam todo o âmbito de uma época histórica, é evidente que o façam em toda a sua extensão e, consequentemente, entre outras coisas, dominem também como pensadores, como produtores de idéias; que regulem a produção e distribuição das idéias de seu tempo e que suas idéias sejam, por isso mesmo, as idéias dominantes da época”
Daí no entendimento de Marx: “Toda concepção histórica, até o momento, ou tem omitido completamente a base real da história (forças de produção, capitais, divisão social do trabalho, propriedade, formas sociais de intercâmbio que cada geração encontra como produto da geração precedente e que a atual reproduz e transforma, alterando a forma da luta de classes), ou a tem considerado como algo secundário, sem qualquer conexão com o curso da história. Isto faz com que a história deva sempre ser escrita de acordo com um critério situado fora dela. A produção da vida real aparece como algo separado da vida comum, como algo extra e supraterrestre.
Com isto, a relação dos homens com a Natureza é excluída da História, o que engendra a oposição entre Natureza e História. Consequentemente, tal concepção apenas vê na História as ações políticas dos Príncipes e do Estado, as lutas religiosas e as lutas teóricas em geral, e vê-se obrigada a compartilhar, em cada época, a ilusão dessa época. Por exemplo, se uma época imagina ser determinada por motivos puramente ‘políticos’ ou ‘religiosos’, embora a ‘política’ e a ‘religião’ sejam apenas formas aparentes de seus motivos reais, então, o historiador dessa época considerada aceita essa opinião.
A ‘imaginação’, a ‘representação’ que homens, historicamente determinados fizeram de sua práxis real transformam-se, na cabeça do historiador, na única força determinante e ativa que domina e determina a práxis desses homens. Quando a forma sob a qual se apresenta a divisão do trabalho entre os hindus e entre os egípcios suscita nesses povos um regime de castas próprio de seu Estado e de sua religião, o historiador crê que o regime de castas é a força que engendrou essa forma social.
Enquanto os franceses e os ingleses se atêm à ilusão política (isto é, tomam as formas e forças políticas como determinantes do processo histórico), o que está certamente mais próximo da realidade, os alemães se movem na esfera do “espírito puro” e fazem da ilusão religiosa a força motriz da história”.
ATIVIDADE PROPOSTA
O Pensamento de Marx e Engels é chamado de materialismo histórico, explique o termo,
O materialismo histórico é uma teoria marxista, na qual se atribui a explicação de toda a história das relações humanas por meio de fatos materiais. O estudo da sociedade é abordado de forma metodológica, assim como de sua economia. Os fatos materiais poderiam ser tanto técnicos quanto econômicos, mas seriam determinantes para interligar indivíduos por sua força de produção. Em termos simples, o quanto cada um poderia produzir – seja por seu poder aquisitivo ou por suas habilidades técnicas – seria um fator fundamental para um relacionamento de interesse mútuo entre os indivíduos, e com o crescimento material ocasionado por essas relações, a sociedade acabaria por modificar sua forma de vida, de produção e suas relações sociais. http://www.estudopratico.com.br/materialismo-historico/
“Materialismo - porque somos o que as condições materiais (as relações sociais de produção) nos determinam a ser e a pensar. Histórico- porque a sociedade e a política não surgem de decretos divinos nem nascem da ordem natural, mas dependem da ação concreta dos seres humanos no tempo. A História não é um progresso linear e contínuo, uma sequência de causas e efeitos, mas um processo de transformações sociais determinadas pelas contradições entre os meios de produção (a forma da propriedade) e as forças produtivas (o trabalho, seus instrumentos, as técnicas)”. 
Trecho retirado de Chauí, no livro de nossa bibliografia.
PARA SABER MAIS:
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor on line, utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia - Dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia - Dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. Capítulo 8: Marx e a crítica a Ideologia, p. 226-236
SINTESE DESTA AULA
Nesta aula, você:
Conheceu o pensamento de Marx e Engels
Identificou os conceitos marxistas: trabalho, modos de produção, mais-valia, Materialismo histórico e ideologia.
Compreendeu a inserção do pensamento marxista no campo do Serviço Social.
NA PRÓXIMA AULA, VOCÊ VAI ESTUDAR:
Aspectos do pensamento de Althusser, Gramsci, Lucáks em relação à obra de Marx.
Os conceitos de Gramsci e suas abordagens acerca do Estado, da sociedade civil, do mundo dos valores, da ideologia, de Lukács no resgate da centralidade do trabalho e dos enunciados ontológicos da obra de Marx, assim como Althusser em sua a "leitura sintomal" advinda da psicanálise, em especial, a lacaniana".
A inserção e a leitura de Althusser, Gramsci e Lucáks no campo do Serviço Social
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