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Filosofia da Ciência Eduardo Name Risk Revisão 2 * O que é epistemologia? Epistemologia: episteme - ciência; logos - teoria: Disciplina que tem as ciências como objeto de investigação, tentando reagrupar a crítica do conhecimento científico, a filosofia das ciências e a história das ciências. Descartes (1596-1650): separação entre filosofia e ciência. * * Raciocínio dedutivo Parte de uma ou mais afirmações/premissas para alcançar determinada conclusão lógica: caso todas as premissas sejam verdadeiras com termos claros; caso as regras da lógica dedutiva sejam seguidas corretamente, a conclusão será verdadeira. © Rolffimages | Dreamstime.com * * Raciocínio indutivo Após levar em conta uma quantidade suficiente de casos particulares, conclui-se uma verdade geral: a indução, ao contrário da dedução, baseia-se em observações concretas; utilizado nas ciências naturais por meio da estatística/ probabilidade. Exemplo: pesquisas eleitorais (margem de erro); pesquisas médicas; pesquisas farmacológicas. * * Karl Popper: Crítica à indução Indução: raciocínio que parte de premissas particulares para chegar a uma conclusão universal (comum). Não é suficiente que um raciocínio inicie com premissas particulares e termine com uma conclusão universal para que seja indutivo. É necessário que a verdade apresentada nas premissas sirva como evidência para a verdade da conclusão. * * Karl Popper: Crítica à indução Popper: a primazia das repetições é falsa, a repetição dos resultados suscita a crença na conclusão: as repetições induzem a expectativas e crenças e não a resultados plausíveis. Exemplo: Newton não precisou observar reiteradas vezes que os corpos se atraem com uma força inversamente proporcional ao quadrado da distância para: enunciar a lei da gravitação universal. * * Karl Popper: Princípio da falseabilidade Falseabilidade - delimitação entre o que é científico e o que é metafísico, poético ou mítico. Popper defende a falseabilidade como critério para avaliação das teorias científicas: garante a ideia de progresso científico; a mesma ciência vai sendo aprimorada por fatos novos que a falsificam. * substitui o conceito de verificabilidade * Karl Popper: Princípio da falseabilidade A busca pelo conhecimento não deve ocorrer a partir da observação de fatos e inferência de enunciados. Princípio da falseabilidade: o método científico processa-se na tentativa de provar a falsidade e, não a verdade, das hipóteses de que parte: verificar até que ponto resistem a hipóteses contrárias. * * Thomas Kuhn Concepção de ciência tradicional não se ajustava ao modo pelo qual a ciência real “nasce” e se “desenvolve” ao longo do tempo. Foi convidado a passar um ano entre cientistas sociais, no Center for Advanced Studies in the Behavioral Sciences: analisou o número de desacordos expressos entre os cientistas sociais no que se refere à natureza dos métodos e dos problemas científicos; analisou as controvérsias sobre o fundamento de diferentes ciências. * * * Fonte: TOLBERT, P; ZUCKER, L. Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1997. * Michel Foucault e o Conceito de Episteme Episteme: rede de significados que influencia e caracteriza determinada época nos diversos domínios da sociedade. Foucault empreendeu significativa análise epistemológica do surgimento das ciências humanas e de seu papel na cultura ocidental. Crítica à noção tradicional de sujeito. * * Episteme clássica Caracterizada pela representação: seres e coisas organizados e classificados de acordo com as semelhanças e diferenças. Episteme sécs. XVII e XVIII - classificação e ordenação das representações: representar significa comparar as estruturas visíveis das coisas da natureza; relacioná-las por meio de princípio ordenador. * * Episteme moderna Sécs. XIX e XX: positividade distinta da clássica cuja ordem não se configura como uma consciência epistemológica do homem como fundamento e objeto. Episteme moderna: marcada pela dupla experiência do homem como SUJEITO e OBJETO do saber. * * Origens do Estruturalismo Nasce com a publicação do livro “Curso de linguística geral” de F. Saussure (1916). Consolidação do movimento - Antropologia / Claude Lévi-Strauss, com a publicação das obras “As estruturas elementares do parentesco” (1952) e “Antropologia estrutural” (1958). Psicanálise - trabalhos de J. Lacan. Teoria Literária - trabalhos de R. Barthes. Filosofia - publicação de “As palavras e as coisas” (1966), escrito por M. Foucault. * * Origens do Estruturalismo Nasce com a publicação do livro “Curso de linguística geral” de F. Saussure (1916). Consolidação do movimento - Antropologia / Claude Lévi-Strauss, com a publicação das obras “As estruturas elementares do parentesco” (1952) e “Antropologia estrutural” (1958). Psicanálise - trabalhos de J. Lacan. Teoria Literária - trabalhos de R. Barthes. Filosofia - publicação de “As palavras e as coisas” (1966), escrito por M. Foucault. * * Bourdieu critica insuficiências das abordagens que se restringem à experiência imediata do ator individual: representações, preferências, escolhas e ações individuais. Defende o caráter socialmente condicionado dos comportamentos individuais, das preferências, das aptidões, da postura corporal. (NOGUEIRA; NOGUEIRA, 2002) * Subjetivismo Objetivismo Dilema sociológico de Bourdieu * Dilema sociológico de Bourdieu Analisou a relação entre as dimensões subjetivas e objetivas da vida social com base na articulação entre dois conceitos específicos (PETERS, 2013): Campo: “jogo” / disputa dos atores sociais. Habitus: “guia interiorizado” para ação. * © Narwhal47 | Dreamstime.com * Habitus Origem do conceito - referências à Filosofia (Aristóteles) e à Sociologia (Durkheim): aplicado nos estudos do pesquisador em diferentes campos empíricos (DUBAR, 2005). Habitus - articulação entre estrutura e prática: fruto das condições sociais de existência; opera como estrutura incorporada, dotada de práticas, disposições e esquemas de percepção que dão sentido ao mundo e às ações do agente social. * * “O habitus encerra a solução dos paradoxos do sentido objetivo sem intenção subjetiva, [...] pois propõe explicitamente a questão de sua própria gênese coletiva e individual [...]”. (BOURDIEU, 1998a, p. 84, grifo do autor) * http://media-cache-ak0.pinimg.com Habitus * Indivíduo - Subjetividade * Sociedade - Objetividade HABITUS Posturas corporais Representações Classificação, julgamentos de valor Exemplo: julgamentos estéticos (gosto musical) Fonte: Adaptado de Montagner (2006). * Habermas e a Ação comunicativa Surge como uma interação de, no mínimo dois sujeitos, capazes de falar e agir, que estabelecem relações interpessoais. Com o objetivo de alcançar uma compreensão sobre a situação em que ocorre a interação e sobre os respectivos planos de ação com vistas a coordenar suas ações pela via do entendimento. (PINTO, 1995) © Lculig | Dreamstime.com * * Sujeitos se remetem a pretensões de validade criticáveis quanto à sua veracidade, correção normativa e autenticidade, cada uma destas pretensões referindo-se respectivamente: a um mundo objetivo dos fatos; a um mundo social das normas; a um mundo das experiências subjetivas. (PINTO, 1995) * Habermas e a Ação comunicativa * © Almagami | Dreamstime.com * Habermas e a Ação comunicativa Sob o aspecto do entendimento mútuo, a ação comunicativa serve para transmitir e renovar o saber cultural. Sob o aspecto de coordenar a ação, ela propicia a integração social. Sob o aspecto da socialização, ela serve à formação da personalidade individual. (PINTO, 1995) * Patologias da Modernidade: invasão da racionalidade econômica e burocrática em esferas às quais estas formas de racionalidade não são adequadas, o que leva à perda de liberdade e sentido. Para Habermas, o agir comunicativo deve abrir oportunidades para um entendimento em sentido abrangente e não restritivo. * Habermas e a Ação comunicativa * Referências BOURDIEU, P. Futuro de classe e causalidade do provável. In: ______. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1998a. p. 81-126. BOURDIEU, P. O poder simbólico. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2006. CHAUÍ, M. Para compreender a ciência. São Paulo: Ática, 2006. DOSSE, F. História do estruturalismo. Bauru: Edusc, 2007. v. 1: O campo do signo. v. 2: O canto dos cisnes. JAPIASSU, H; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. 4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2007. PINTO, J. M. R. A teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas: conceitos básicos e possibilidades de aplicação à administração escolar. Paidéia (Ribeirão Preto), n.8-9, p. 77-96, 1995. * * *
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