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Lei de Combate às Organizações Criminosas Lei n 9.034.95 Jurisprudência, doutrina e questões de concursos

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LEI DE COMBATE ÀS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS COMENTADA 
(LEI Nº 9.034/95) 
 
(Doutrina, Jurisprudência e exercícios de fixação) 
 
VALDINEI CORDEIRO COIMBRA 
Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF 
Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium 
Professor de Preparatórios para Concursos Públicos 
Coordenador do www.conteudojuridico.com.br 
Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal 
Ex-analista judiciário do TJDF 
Ex-agente de polícia civil do DF 
Ex-agente penitenciário do DF 
 Ex-policial militar do DF 
vcoimbr@yahoo.com.br 
 
 
 
LEI Nº 9.034, DE 3 DE MAIO DE 1995. 
Mensagem de veto 
Dispõe sobre a utilização de meios operacionais 
para a prevenção e repressão de ações praticadas 
por organizações criminosas. 
 
INFORMAÇÕES INICIAIS 
Na redação original da Lei em estudo, a mesma só regulava os meios de prova e procedimento 
investigatório que versassem sobre QUADRILHA ou BANDO, sem mencionar 
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS. Daí o entendimento da doutrina era de que só se aplicava 
aos crimes de quadrilha ou bando, cuja definição encontra-se no art. 288 do CP. 
Com a Lei nº 10.217/01, foi acrescentado a expressão “ORGANIZAÇÕES OU ASSOCIAÇÕES 
CRIMINOSAS”. Assim, pelo texto atual a lei incide nos ilícitos decorrentes de: (a) quadrilha ou 
bando; (b) organização criminosa; (c) associação criminosa: 
a) Organização criminosa (que está enunciada na lei, mas não tipificada no nosso 
ordenamento jurídico); 
b) Associação criminosa (ex.: Lei de Tóxicos (11.343/2006), art. 35; Lei 2.889/56, art. 2º: 
associação para prática de genocídio); artigos 16 e 24 da Lei 7.170/83 (Lei de Segurança 
Nacional) e artigo 8.º da Lei 8.072/90 (Lei de Crimes Hediondos); 
c) Quadrilha ou bando (CP, art. 288). 
 
Na busca da definição do que seja organização criminosa, deve-se recorrer à Convenção de 
Palermo, uma vez que a lei Pátria, que dispõe sobre os crimes praticados por organizações 
criminosas, não fornece a definição. O STJ assim já decidiu: 
HABEAS CORPUS. LAVAGEM DE DINHEIRO. INCISO VII DO ART. 1.º DA 
LEI N.º 9.613/98. APLICABILIDADE. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. 
CONVENÇÃO DE PALERMO APROVADA PELO DECRETO LEGISLATIVO 
N.º 231, DE 29 DE MAIO DE 2003 E PROMULGADA PELO DECRETO N.º 
5.015, DE 12 DE MARÇO DE 2004. 
AÇÃO PENAL. TRANCAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE 
ELEMENTOS SUFICIENTES PARA A PERSECUÇÃO PENAL. 
1. Hipótese em que a denúncia descreve a existência de organização criminosa 
que se valia da estrutura de entidade religiosa e empresas vinculadas, para 
arrecadar vultosos valores, ludibriando fiéis mediante variadas fraudes – 
mormente estelionatos –, desviando os numerários oferecidos para 
determinadas finalidades ligadas à Igreja em proveito próprio e de terceiros, 
além de pretensamente lucrar na condução das diversas empresas citadas, 
algumas por meio de “testas-de-ferro”, desvirtuando suas atividades 
eminentemente assistenciais, aplicando seguidos golpes. 
2. Capitulação da conduta no inciso VII do art. 1.º da Lei n.º 9.613/98, que não 
requer nenhum crime antecedente específico para efeito da configuração 
do crime de lavagem de dinheiro, bastando que seja praticado por 
organização criminosa, sendo esta disciplinada no art. 1.º da Lei n.º 9.034/95, 
com a redação dada pela Lei n.º 10.217/2001, c.c. o Decreto Legislativo n.° 
231, de 29 de maio de 2003, que ratificou a Convenção das Nações Unidas 
contra o Crime Organizado Transnacional, promulgada pelo Decreto n.º 5.015, 
de 12 de março de 2004. Precedente. 
3. O recebimento da denúncia, que se traduz em mera admissibilidade da 
acusação diante da existência de sérios indícios de autoria e materialidade, 
mostra-se adequado, inexistindo a alegada inépcia, porquanto preenchidos 
todos seus pressupostos legais. 
4. Nesta fase inaugural da persecução criminal, não é exigível, tampouco viável 
dentro do nosso sistema processual penal, a demonstração cabal de provas 
contundentes pela acusação. Esse grau de certeza é reservado para a 
prolação do juízo de mérito. Este sim deve estar calcado em bases sólidas, 
para eventual condenação. 
5. Mostra-se, portanto, prematuro e temerário o acolhimento do pedido da 
defesa de trancamento da ação penal, de maneira sumária, retirando do 
Estado, de antemão, o direito e, sobretudo, o dever de investigar e processar, 
quando há elementos mínimos necessários para a persecução criminal. 
6. Ordem denegada. 
(HC 77771/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 
30/05/2008, DJe 22/09/2008) 
 
O que define a Convenção das Nações Unidas Contra o Crime Organizado Transnacional 
(Convenção de Palermo). 
 
Artigo 1º - O objetivo da presente Convenção consiste em promover a cooperação para 
prevenir e combater mais eficazmente a criminalidade organizada transnacional. 
 
Artigo 2º - Para efeitos da presente Convenção, entende-se por: 
 
a) "Grupo criminoso organizado" - grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há 
algum tempo e atuando concertadamente com o propósito de cometer uma ou mais infrações 
graves ou enunciadas na presente Convenção, com a intenção de obter, direta ou 
indiretamente, um benefício econômico ou outro benefício material; 
 
b) "Infração grave" - ato que constitua infração punível com uma pena de privação de 
liberdade, cujo máximo não seja inferior a quatro anos ou com pena superior; 
 
c) "Grupo estruturado" - grupo formado de maneira não fortuita para a prática imediata de 
uma infração, ainda que os seus membros não tenham funções formalmente definidas, que 
não haja continuidade na sua composição e que não disponha de uma estrutura elaborada; 
 
d) "Bens" - os ativos de qualquer tipo, corpóreos ou incorpóreos, móveis ou imóveis, tangíveis 
ou intangíveis, e os documentos ou instrumentos jurídicos que atestem a propriedade ou outros 
direitos sobre os referidos ativos; 
 
e) "Produto do crime" - os bens de qualquer tipo, provenientes, direta ou indiretamente, da 
prática de um crime; 
 
f) "Bloqueio" ou "apreensão" - a proibição temporária de transferir, converter, dispor ou 
movimentar bens, ou a custódia ou controle temporário de bens, por decisão de um tribunal ou 
de outra autoridade competente; 
 
g) "Confisco" - a privação com caráter definitivo de bens, por decisão de um tribunal ou outra 
autoridade competente; 
 
h) "Infração principal" - qualquer infração de que derive um produto que possa passar a 
constituir objeto de uma infração definida no Artigo 6 da presente Convenção; 
 
i) "Entrega vigiada" - a técnica que consiste em permitir que remessas ilícitas ou suspeitas 
saiam do território de um ou mais Estados, os atravessem ou neles entrem, com o 
conhecimento e sob o controle das suas autoridades competentes, com a finalidade de 
investigar infrações e identificar as pessoas envolvidas na sua prática; 
 
j) "Organização regional de integração econômica" - uma organização constituída por 
Estados soberanos de uma região determinada, para a qual estes Estados tenham transferido 
competências nas questões reguladas pela presente Convenção e que tenha sido devidamente 
mandatada, em conformidade com os seus procedimentos internos, para assinar, ratificar, 
aceitar ou aprovar a Convenção ou a ela aderir; as referências aos "Estados Partes" constantes 
da presente Convenção são aplicáveis a estas organizações, nos limites das suas 
competências. 
 
Segundo Luiz Flávio Gomes e Raúl Cervini, as características marcantes das 
organizações criminosas são: 
a) hierarquia estrutural; b) planejamento empresarial; c) claro objetivo de lucros; d) uso de 
meios tecnológicos avançados; e) recrutamento de pessoas; f) divisão funcional de atividades; 
g) conexão estrutural ou funcional com o poder público e/ou com o poder político; h) oferta de 
prestações sociais; i) divisão territorial das atividades, alto poder de intimidação;j) alta 
capacitação para a fraude; k) conexão local, regional, nacional ou internacional com outras 
organizações. 
CAPÍTULO I 
Da Definição de Ação Praticada por Organizações Criminosas e dos Meios Operacionais de 
Investigação e Prova 
Art. 1o Esta Lei define e regula meios de prova e procedimentos investigatórios 
que versem sobre ilícitos decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou 
bando ou organizações ou associações criminosas de qualquer tipo.(Redação 
dada pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001) 
 
STF - DIREITO PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CONTRA 
JULGAMENTO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO STJ. 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. ASSOCIAÇÃO PARA FINS DE TRÁFICO 
INTERNACIONAL DE ENTORPECENTE. DENEGAÇÃO. 
1. Habeas corpus impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiça 
que rejeitou os embargos de declaração interpostos contra acórdão que 
denegou habeas corpus anteriormente aforado perante aquela Corte 
2. Alegação de atipicidade da conduta imputada ao paciente - referente à 
organização criminosa, tal como prevista na Lei n° 9.034/95 - foi 
rechaçada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, sob o fundamento 
de que o paciente não foi denunciado por ter agido em atividade típica de 
organização criminosa, e sim por haver se tornado membro de uma 
associação para o cometimento do crime de tráfico ilícito de entorpecente 
conhecida como "Organização Caravelas". 
3. A referência à organização criminosa, tal como contida na denúncia 
oferecida pelo Ministério Público, não teve o condão de buscar o 
reconhecimento de figura típica distinta daquela contida no art. 14, da Lei 
n° 6.368/76, ou eventualmente do art. 288, do Código Penal. 
4. A Lei n° 9.034/95, ao se referir à organização criminosa, não instituiu 
novo tipo penal, e sim dispôs sobre a possibilidade de utilização de meios 
operacionais com vistas à prevenção e repressão de ações delitivas 
praticadas por organizações criminosas, consideradas estas na 
modalidade do Direito Penal comum (CP, art. 288) ou na modalidade do 
Direito Penal especial (Lei n° 6.368/76, art. 14, ou atualmente, Lei n° 
11.343, art. 35). 
5. Denúncia descreve, de modo pormenorizado, a espécie de atuação do 
mesmo na associação constituída para fins de praticar o tráfico 
internacional de substância entorpecente, em larga escala. 6. Ordem 
denegada (STF- HC 90768 / GO. 2ª Turma. Relator(a): Min. ELLEN GRACIE 
Julgamento: 24/06/2008 ) 
_______________________________________________________________
______ 
TJDFT - PENAL. ROUBO QUALIFICADO PELA LESÃO CORPORAL GRAVE. 
FORMAÇÃO DE QUADRILHA ARMADA. AUTORIA. PROVAS. CONFISSÃO 
EXTRAJUDICIAL. RETRATAÇÃO EM JUÍZO. DEPOIMENTO POLICIAL. 
PENA. 
Conjunto probatório que demonstra, suficientemente, terem os acusados, 
integrantes de organização criminosa estável e permanente, portando arma de 
fogo, subtraído os bens das vítimas, restando duas delas gravemente 
baleadas, conduta que se amoldou ao tipo descrito no artigo 288, parágrafo 
único, c/c o artigo 157, § 3º, primeira parte, na forma do artigo 69, todos do 
Código Penal. 
 
 
Jogo do bicho (Contravenção) em organização criminosa: É 
possível utilizar a lei, pois ela não está restrita à prática de 
crimes. 
Crimes omissivos: Há duas posições, a primeira que não se 
aplicaria, visto que a lei fala em “AÇÕES” , enquanto que a outra 
corrente diz que sim, em face do art. 3º do CPP. 
Meios operacionais? Meios investigatórios, produzidos na fase 
extrajudicial e os probatórios produzidos em juízo, ou seja, desde 
o inquérito até a sentença. 
Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo 
dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação 
de provas: (Redação dada pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001) 
 I - (Vetado). (Foi vetado a infiltração policial por agentes especializados em quadrilha 
ou bando) 
 II - a ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do 
que se supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculado, 
desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida 
legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação 
de provas e fornecimento de informações; 
Ação controlada: flagrante retardado, adiado, prorrogado, postergado ou diferido 
Afirma a doutrina que, se o bando ou quadrilha da organização criminosa 
estiver praticando crimes, ao invés de haver a prisão em flagrante naquele 
momento – como, aliás, determina o art. 301 do Código de Processo Penal – 
sabendo a autoridade policial que depois haverá outro crime, pode deixar para 
um momento posterior esta prisão, tendo em vista que a quadrilha é crime 
permanente, com o objetivo de uma melhor colheita de provas. Esta permissão 
encontra-se no art. 2º, inciso II da lei 9.034/95. 
 
Vale lembrar as modalidades de flagrantes 
Flagrantes Legais Flagrantes ilegais 
 
Flagrante facultativo (art. 301, 1ª parte, CPP) – 
“qualquer do povo poderá...” 
 
Flagrante compulsório ou obrigatório – art. 301, 2ª 
parte, CPP – “...autoridades policiais e seus 
agentes deverão prender quem quer que seja 
encontrado em flagrante delito.” 
 
Flagrante próprio, propriamente dito, perfeito, real 
ou verdadeiro – art. 302, I e II do CPP: 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito 
quem: I - está cometendo a infração penal; II -
 acaba de cometê-la; 
 
Flagrante impróprio, irreal, imperfeito ou quase 
flagrante (art. 302, III, CPP) 
 III - é perseguido, logo após, pela autoridade, 
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação 
que faça presumir ser autor da infração; 
 
Flagrante presumido, ficto ou assimilado (art. 302, 
IV, CPP) IV - é encontrado, logo depois, com 
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam 
presumir ser ele autor da infração. 
 
Flagrante prorrogado, adiado, diferido, postergado 
ou retardado (art. 2º, II, Lei 9.034/95 e art. 53, II, 
Lei 11.343/06) 
 
Flagrante eficiente – art. 304, CPP 
Flagrante esperado. Flagrante preparado ou provocado, 
delito de ensaio, delito de experiência, 
delito putativo por obra do agente 
provocador. Súmula 145 do STF - não 
há crime, quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a 
sua consumação. 
 Flagrante forjado, fabricado, 
maquinado ou urdido 
 
 _______________________________________________________________ 
 
TJDFT -HABEAS CORPUS – QUADRILHA – PRISÃO EM FLAGRANTE – 
COAÇÃO ILEGAL – SITUAÇÃO NÃO FLAGRANCIAL – FIGURA DO 
FLAGRANTE DIFERIDO – LEGALIDADE E HIGIDEZ DO AUTO DE PRISÃO – 
PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA NÃO FORMULADO PERANTE O 
JUÍZO A QUO – SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA – ORDEM DENEGADA – 
UNÂNIME. 
A hipótese dos autos revela tratar-se de flagrante prorrogado ou diferido, figura 
criada pela Lei n.º 9.034/95, também denominada de ação controlada, 
consistente em retardar ou prorrogar a prisão em flagrante de acordo com os 
interesses probatórios da investigação policial. 
A inexistência de pedido de liberdade provisória perante o Juízo a quo, 
impossibilita a apreciação da suposta coação ilegal sofrida pelo paciente, sob 
pena de supressão de instância. (TJDFT, 1ª Turma, Relator Desembargador 
Desembargador LECIR MANOEL DA LUZ, 25.11.2004) 
 
 III - o acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias, 
financeiras e eleitorais. 
 CF. Art. 5º - X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação; 
 
Lei Complementar nº 105/01, regula por completo o acesso a dados, 
documentos e informações bancárias e financeiras. Assim, somente os dados, 
documentos e informações fiscais e eleitorais, continuam sendo regidos pela 
Lei n. 9.034/95. 
Para ter acesso a estes dados, o Delegado deverepresentar e o MP requerer 
ao Juiz competente, pois o art. 3º da lei em estudo foi declarado 
inconstitucional, não podendo o juiz decretar de ofício a quebra de dados. 
 
Saliente-se que a quebra de sigilo bancário e financeiro fora das hipóteses 
prevista na LC nº 105/01, é crime punido com reclusão de um a quatro anos e 
multa (art. 10). 
IV – a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos 
ou acústicos, e o seu registro e análise, mediante circunstanciada autorização 
judicial; (Inciso incluído pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001) 
Captação de ondas sonoras ( vozes, sons, ruídos), de radiações luminosas 
(imagens, fotografias) e de sinais eletromagnéticos (transmissão de rádio, 
televisão, comunicação que não sejam através da telefonia) 
 
Interceptação ambiental: captar conversa entre presentes por um terceiro em 
relação ao ambiente em que se encontra os interlocutores, sem conhecimento 
deles; 
 
Escuta ambiental: captação de conversa não-telefônica por terceiro com o 
conhecimento de um dos interlocutores; 
 
Gravação ambiental: captação e gravação da conversa pessoal no mesmo 
instante em que a conversa se realiza. Feita por um dos interlocutores, ou por 
terceira pessoa com seu consentimento, sem que haja conhecimento dos 
demais interlocutores. Ex.: policial disfarçado, portando aparelho eletrônico de 
gravação e registra a atividade criminosa. 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CONCUSSÃO. 
GRAVAÇÃO DE CONVERSA PELO INTERLOCUTOR. PROVA. VALIDADE. 
PRECEDENTES DO STJ E DO STF. FUNCIONÁRIO PÚBLICO NO 
EXERCÍCIO DE SUA ATIVIDADE. DESRESPEITO À INTIMIDADE 
INEXISTENTE. 
1. A uníssona jurisprudência desta Corte, em perfeita consonância com a do 
Pretório Excelso, firmou o entendimento de que a gravação efetuada pela 
vítima dos fatos, em tese, criminosos, é prova lícita, que pode servir de 
elemento probatório para a notitia criminis e para a persecução criminal. 
2. Ademais, trata-se de gravação de funcionários públicos no exercício de sua 
função pública, e não de conversa particular ou sigilosa, o que afasta a 
incidência do art. 5º, inciso X, da Constituição Federal, que garante a 
intimidade da vida privada. 
3. Recurso desprovido. 
(RHC 14672/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 
28/06/2005, DJ 29/08/2005 p. 367) 
 
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. 
ART. 332, DO CÓDIGO PENAL. PODER INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO. GRAVAÇÃO DE CONVERSA POR UM DOS INTERLOCUTORES 
(GRAVAÇÃO CLANDESTINA). NÃO CONFIGURA PROVA ILÍCITA. 
[...] 
III - A gravação de conversa realizada por um dos interlocutores é considerada 
prova lícita, e difere da interceptação telefônica, esta sim, medida que 
imprescinde de autorização judicial (Precedentes do STF e do STJ). 
Recurso desprovido. 
(RHC 19136/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 
20/03/2007, DJ 14/05/2007 p. 332) 
 V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de 
investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante 
circunstanciada autorização judicial. (Inciso incluído pela Lei nº 10.217, de 
11.4.2001) 
 Parágrafo único. A autorização judicial será estritamente sigilosa e 
permanecerá nesta condição enquanto perdurar a infiltração. (Parágrafo 
incluído pela Lei nº 10.217, de 11.4.2001) 
A infiltração de agentes é um procedimento previsto legalmente e 
quando for autorizada judicialmente a sua realização, as provas produzidas 
durante a sua execução serão válidas e legítimas a instruírem inquérito policial 
e ação penal. 
Não pode o agente infiltrado instigar, induzir ou provocar a prática 
de ações ilícitas dentro da coletividade criminosa na qual esteja inserido, sob 
pena de passar a ser aquilo que a doutrina denomina de agente provocador, 
cujas provas obtidas não terão validade jurídica para responsabilizar 
criminalmente o autor do fato. 
A autorização judicial além de ser sigilosa deverá ser sempre 
circunstanciada, delimitando com isso a atuação do agente infiltrado e por 
conseqüência garantindo segurança jurídica de sua aplicação junto à 
sociedade. 
Somente o servidor público poderá atuar como agente infiltrado, 
sendo inadmissível ao Estado valer-se de particulares para a realização de 
infiltração em organizações criminosas. 
Ao inserir-se em uma coletividade criminosa o agente infiltrado não 
comete o delito de quadrilha ou bando ou qualquer outro referente a 
organizações ou associações criminosas de qualquer tipo, porque estará a 
ação praticada pelo agente infiltrado em conformidade com o seu exercício 
regular de direito, sendo esta uma causa de exclusão de antijuridicidade. 
Agente infiltrado: oculta sua verdadeira identidade e busca a 
confiança dos suspeitos para que com isso possa obter provas contra eles. 
 
Agente encoberto: aquele que não conquista a confiança dos 
suspeitos, mas se faz presente nos mais variados lugares, à paisana, para 
flagrar o cometimento de crimes; 
 
Dissimulação: ocultação da condição de agente oficial e de suas 
verdadeiras intenções; 
Engano: toda a operação de infiltração apóia-se numa encenação que 
permite ao agente obter a confiança do suspeito; 
Interação: uma relação direta e pessoal entre o agente e o autor 
potencial; 
 
A lei não impôs os limites do agente infiltrado, ou seja, se ele está 
judicialmente autorizado, suas ações poderão caracterizar crime? 
Três exemplos: 
a) policial convidado a matar o traficante concorrente; 
b) policial é convidado a fazer a entrega de droga a um distribuidor. 
c) policial é convidado (sob pena de morte) de matar um integrante da 
quadrilha traidor. 
Tudo dependerá de cada caso concreto, pois o policial infiltrado deve 
velar por sua vida. Leva-se em consideração o bem jurídico tutelado. No 
primeiro caso, temos vida x saúde pública, no segundo temos saúde pública x 
saúde pública, no terceiro temos saúde pública + vida x vida. 
 
 
CAPÍTULO II 
Da Preservação do Sigilo Constitucional 
 Art. 3º Nas hipóteses do inciso III do art. 2º desta lei, ocorrendo 
possibilidade de violação de sigilo preservado pela Constituição ou por lei, a 
diligência será realizada pessoalmente pelo juiz, adotado o mais rigoroso 
segredo de justiça. (Vide Adin nº 1.570-2 de 11.11.2004, que declara a 
inconstitucionalidade do Art. 3º no que se refere aos dados "Fiscais" e "Eleitorais") 
 § 1º Para realizar a diligência, o juiz poderá requisitar o auxílio de pessoas 
que, pela natureza da função ou profissão, tenham ou possam ter acesso aos 
objetos do sigilo. 
 § 2º O juiz, pessoalmente, fará lavrar auto circunstanciado da diligência, 
relatando as informações colhidas oralmente e anexando cópias autênticas dos 
documentos que tiverem relevância probatória, podendo para esse efeito, 
designar uma das pessoas referidas no parágrafo anterior como escrivão ad 
hoc. 
 § 3º O auto de diligência será conservado fora dos autos do processo, em 
lugar seguro, sem intervenção de cartório ou servidor, somente podendo a ele 
ter acesso, na presença do juiz, as partes legítimas na causa, que não poderão 
dele servir-se para fins estranhos à mesma, e estão sujeitas às sanções 
previstas pelo Código Penal em caso de divulgação. 
 § 4º Os argumentos de acusação e defesa que versarem sobre a 
diligência serão apresentados em separado para serem anexados ao auto da 
diligência, que poderá servir como elemento na formação da convicção final do 
juiz. 
 § 5º Em caso de recurso, o auto da diligência será fechado, lacrado e 
endereçado em separado ao juízo competente para revisão, que dele tomará 
conhecimento sem intervenção das secretarias e gabinetes, devendo o relator 
dar vistas ao Ministério Público e ao Defensor em recinto isolado, para o efeito 
de que a discussão e ojulgamento sejam mantidos em absoluto segredo de 
justiça. 
CAPÍTULO III 
Das Disposições Gerais 
 Art. 4º Os órgãos da polícia judiciária estruturarão setores e equipes de 
policiais especializados no combate à ação praticada por organizações 
criminosas. 
 Art. 5º A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação 
praticada por organizações criminosas será realizada independentemente da 
identificação civil. 
STJ - PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ART. 4º DA LEI Nº 
7.492/86 E ARTS. 288 E 312, DO CÓDIGO PENAL. IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL DOS 
CIVILMENTE IDENTIFICADOS. ART. 3º, CAPUT E INCISOS, DA LEI Nº 10.054/2000. 
REVOGAÇÃO DO ART. 5º DA LEI Nº 9.034/95. 
O art. 3º, caput e incisos, da Lei nº 10.054/2000, enumerou, de forma incisiva, os casos 
nos quais o civilmente identificado deve, necessariamente, sujeitar-se à identificação 
criminal, não constando, entre eles, a hipótese em que o acusado se envolve com a 
ação praticada por organizações criminosas. Com efeito, restou revogado o preceito 
contido no art. 5º da Lei nº 9.034/95, o qual exige que a identificação criminal de 
pessoas envolvidas com o crime organizado seja realizada independentemente da 
existência de identificação civil. 
Recurso provido. 
(RHC 12968/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 
05/08/2004, DJ 20/09/2004 p. 303) 
______________________________________________________________________ 
A Lei n. 12.037, de 1º.10.2009, que trata sobre a identificação criminal, 
revogou expressamente a Lei n. 10.054/00, sendo que em seu art. 1º 
dispôs: O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, 
salvo nos casos previstos nesta Lei. (negritei). 
Significa dizer que o art. 5º da Lei 9.034/95, também está revogado pela 
Lei nº 12.037/09. 
Art. 6º Nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será reduzida 
de um a dois terços, quando a colaboração espontânea do agente levar ao 
esclarecimento de infrações penais e sua autoria. 
Trata-se de causa de diminuição de pena, a ser analisada na 3ª fase da 
dosimetria da pena. 
Encontramos previsão do instituto na Lei 8.072/90 (crimes hediondos), na Lei 
9.613/98 (lavagem de dinheiro) e na Lei 9.807/90 (Lei de proteção às vítimas e 
réus colaboradores com a justiça). 
*** Espontânea (não apenas voluntária) 
PENAL. ROUBO CIRCUNSTANCIADO (CP, ART. 157, PARÁGRAFO 2º, 
INCISOS I, II, IV E V). CONDENAÇÃO. RECURSOS DOS RÉUS. 
AUTORIA. SUFICIÊNCIA DE PROVAS. PENA-BASE ACIMA DO 
MÍNIMO. CIRCUNSTÂNCIAS DESFAVORÁVEIS. CAUSAS DE 
AUMENTO DE PENA. DELAÇÃO PREMIADA. IMPROVIMENTO DOS 
RECURSOS. 
 
3. O benefício da delação premiada prevista no art. 6º da Lei 9.034/95 só 
é aplicável aos crimes praticados em “organização criminosa”, exigindo-se, 
ainda, colaboração espontânea do agente que leve ao esclarecimento 
de infrações penais e sua autoria. 
Acordam os Senhores Desembargadores da PRIMEIRA TURMA 
CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos territórios, 
EDSON ALFREDO SMANIOTTO - Relator, MÁRIO MACHADO - Revisor, 
GEORGE LOPES LEITE – Vogal, sob a presidência do Desembargador 
EDSON ALFREDO SMANIOTTO, em DESPROVER OS RECURSOS, À 
UNANIMIDADE, de acordo com a ata do julgamento e as notas 
taquigráficas. (Brasília-DF, 12 de novembro de 2.007. Des. EDSON 
ALFREDO SMANIOTTO. Presidente/Relator) 
 Art. 7º Não será concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, 
aos agentes que tenham tido intensa e efetiva participação na organização 
criminosa. 
Atenção para os entendimentos da 5ª e 6ª Turmas do STJ 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL 
PENAL. PRISÃO EM FLAGRANTE. CRIME DE TRÁFICO ILÍCITO DE 
ENTORPECENTES. LIBERDADE PROVISÓRIA INDEFERIDA 
APENAS NA GRAVIDADE E HEDIONDEZ DO DELITO. 
IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO 
CONCRETA DO RECOLHIMENTO DO RÉU AO CÁRCERE, À LUZ 
DO DISPOSTO NO ART. 312, DO CPP. PRECEDENTES. 
1. A prisão provisória é medida cautelar extrema e excepcional, que 
implica sacrifício à liberdade individual, razão pela qual pressupõe, em 
face do princípio constitucional da inocência presumida, a 
demonstração de elementos objetivos, indicativos dos motivos 
concretos autorizadores da constrição. 
2. Mesmo para os crimes em que há vedação expressa à liberdade 
provisória, como é o caso do Estatuto do Desarmamento, da Lei dos 
Crimes Hediondos e a das Organizações Criminosas, a teor da 
jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, remanesce a 
necessidade de fundamentação concreta para o indeferimento do 
pedido, prestigiando-se, assim, a regra constitucional da liberdade em 
contraposição ao cárcere cautelar, quando não houver demonstrada a 
necessidade da segregação. 
3. A simples alegação judicial de gravidade genérica do delito, de 
natureza hedionda, praticado pela Paciente não é fundamento 
suficiente a ensejar a manutenção de sua custódia cautelar, devendo o 
juízo discorrer sobre os requisitos previstos no artigo 312 do Código de 
Processo Penal. 
4. Recurso provido para, cassando o acórdão do Tribunal a quo, deferir 
a liberdade provisória à ora Paciente, se por outro motivo não estiver 
preso, mediante condições a serem estabelecidas pelo Juízo 
processante, sem prejuízo de eventual decretação de custódia 
cautelar, devidamente fundamentada. 
(RHC 19216/SC, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 
julgado em 12/12/2006, DJ 12/02/2007 p. 274) 
_________________________________________________________ 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL 
PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE. 
CONDENAÇÃO. NEGATIVA DO DIREITO DE APELAR EM 
LIBERDADE. RÉU QUE PERMANECEU PRESO DURANTE TODA A 
INSTRUÇÃO CRIMINAL. EFEITO DA CONDENAÇÃO. 
1. Na linha do entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, a 
vedação contida no artigo 2.º, inciso II, da Lei n.º 8.072/90 é 
constitucional e suficiente, por si só, para impedir a concessão da 
liberdade provisória ao réu preso em flagrante e condenado por crime 
hediondo. 
2. Acrescente-se, ainda, que em relação ao crime de tráfico ilícito de 
entorpecentes existe expressa vedação legal à concessão do benefício 
(artigo 44 da Lei n.º 11.343/06), o que é suficiente para negar ao 
Paciente o direito à liberdade provisória. 
3. A despeito do princípio da presunção de inocência, não tem direito 
de recorrer em liberdade o acusado que permaneceu justificadamente 
preso durante toda a instrução criminal. 
4. Recurso desprovido. 
(RHC 23319/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 
julgado em 12/08/2008, DJe 08/09/2008) 
_________________________________________________________ 
Tráfico de entorpecentes. Prisão em flagrante (caso). Liberdade 
provisória (indeferimento). Fundamentação (caráter hediondo do 
crime). Sentença condenatória recorrível (superveniência). 
Ilegalidade (protraimento). 
1. Antes de a sentença penal condenatória transitar em julgado, a 
prisão tem a natureza de medida cautelar, a saber, de prisão provisória 
– classe de que são espécies a prisão em flagrante, a temporária, a 
preventiva, etc. 
2. Sendo lícito ao juiz, no caso de prisão em flagrante, conceder ao réu 
liberdade provisória (Cód. de Pr. Penal, art. 310, parágrafo único), o 
seu ato, seja ele qual for, não prescindirá de fundamentação. 
3. A decisão que indeferiu a liberdade provisória louvou-se apenas no 
caráter hediondo do crime, faltando-lhe, pois, os indispensáveis 
fundamentos justificativos. 
4. A superveniência de sentença condenatória recorrível não atrapalha 
o raciocínio relativo à prisão em flagrante sem efetiva fundamentação. 
Uma vez existente, a ilegalidade vai para a frente; se não desfeita, a 
prisão, que é de natureza provisória, continuará ilegal – ilegal antes, 
ilegal depois e, mais depois, ainda ilegal. 
5. No caso, a negativa da apelação em liberdade está apoiada na 
própria conduta e na quantidade da droga, fatosinsuficientes para 
justificar, a contento, a imposição de medida de índole excepcional, 
decorrendo daí ilegal coação. 
6. Ordem concedida. 
(HC 94114/DF, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, 
julgado em 15/04/2008, DJe 01/09/2008) 
 
"Art. 8° O prazo para encerramento da instrução criminal, nos processos por 
crime de que trata esta Lei, será de 81 (oitenta e um) dias, quando o réu estiver 
preso, e de 120 (cento e vinte) dias, quando solto." (Redação dada pela Lei nº 
9.303, de 5.9.1996) 
PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE HABEAS CORPUS SOB A 
ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO. PACIENTE PRESO DESDE 
02.05.07. CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA 
O TRÁFICO. AUTORIA MÚLTIPLA (23 ACUSADOS). 
COMPLEXIDADE DA INSTRUÇÃO. ALEGADO EXCESSO DE PRAZO 
QUE NÃO SE VERIFICA. RAZOABILIDADE DA DILAÇÃO 
INSTRUTÓRIA. ORDEM DENEGADA. 
1. O problema do controle da duração do processo penal freqüenta as 
preocupações dos Doutrinadores e dos Magistrados desde os 
primeiros momentos da Ciência Processual, mas ainda não se chegou 
a uma posição que se possa dizer uniforme ou harmônica, porque nem 
sempre é possível concluir a instrução penal em prazo que se diga 
razoável e, portanto, justo. 
2. O período de 81 dias, fruto de construção doutrinária e 
jurisprudencial, não deve ser entendido como prazo peremptório, eis 
que subsiste apenas como referencial para verificação do excesso, de 
sorte que sua superação não implica necessariamente um 
constrangimento ilegal, podendo ser excedido com base em um juízo 
de razoabilidade. 
3. Neste caso, a demora no término da instrução pode ser atribuída, 
entre outras causas, à complexidade do feito (tráfico de drogas e 
associação para o tráfico), além de se tratar de crime de autoria plural 
(23 pessoas). Ademais, como o feito encontra-se em regular 
andamento, não se pode constatar qualquer desídia por parte do Juízo 
processante. 
4. Habeas Corpus denegado, em conformidade com o parecer 
ministerial. 
(HC 99896/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
QUINTA TURMA, julgado em 28/05/2008, DJe 04/08/2008) 
Art. 9º O réu não poderá apelar em liberdade, nos crimes previstos nesta lei. 
*** Observar as decisões contidas no artigo 7º 
Art. 10 Os condenados por crime decorrentes de organização criminosa 
iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado. 
Qualquer que seja o montante da pena aplicada, se for reconhecida a 
prática de crimes sob o enfoque de organização criminosa, o regime 
prisional será o inicial fechado 
Art. 11 Aplicam-se, no que não forem incompatíveis, subsidiariamente, as 
disposições do Código de Processo Penal. 
Art. 12 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 13 Revogam-se as disposições em contrário. 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1) PAPILOSCOPISTA - PCPA - 2006 CESPE (Legislação Especial, questão 27). Assinale a 
opção correta relativamente à legislação penal especial, de acordo com a jurisprudência do 
STJ. (cód. Q06026) 
 
a) Conforme a Carta Magna federal, é sonegado às pessoas condenadas por crimes hediondos 
o acesso, apenas, aos benefícios da fiança e da graça. 
b) A execução provisória da pena ofende o princípio da presunção de inocência. 
c) A vedação à liberdade provisória prevista na Lei do Crime Organizado constitui instrumental 
de que dispõe o Estado para desarticular a organização criminosa. 
d) O Estatuto da Criança e do Adolescente fixa a idade de 18 anos para a liberação 
compulsória do infrator.<br /> 
 
 
2) DOUTRINA EM GERAL - 2009 - CJUR (Legislação Especial, questão 16). Pode se afirmar 
quanto a Lei 9034/95: (cód. Q30126) 
 
 
a) A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organização 
criminosa será realizada independentemente da identificação civil. 
b) Poderá ser concedida liberdade provisória aos agentes que tenham tido intensa e efetiva 
participação na organização criminosa. 
c) Os prazos para encerramento da instrução criminal nos processos por crime de que se trata 
esta Lei será encerrado em 81 dias em qualquer caso. 
d) Os autos de diligência, nesta Lei, serão processados como qualquer outro. 
 
 
3) DELEGADO DE POLÍCIA - PCTO - 2008 - CESPE (Legislação Especial, item 86). A lei que 
dispõe acerca da prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas 
estabeleceu a figura da ação controlada, o que significa que, em determinados casos, a 
autoridade policial poderá retardar a prisão em flagrante dos investigados, desde que os 
mantenha sob estrita e ininterrupta vigilância. (cód. Q07521) 
 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
 
 
4) ESCRIVÃO DE POLÍCIA SUBSTITUTO - 2008 - PC/RN - CESPE (questão 91). Um 
delegado, titular do distrito policial responsável pelo combate ao tráfico ilícito de drogas na 
região onde se situa determinada praia, está investigando uma organização criminosa que atua 
no local. Foram identificados cinco traficantes que diariamente vendem pequenas quantidades 
de cocaína na orla daquela praia. No entanto, como ainda não logrou êxito em identificar o 
fornecedor principal, expediu ordem de missão e determinou a um dos agentes lotados naquele 
distrito que se infiltrasse na organização a fim de descobrir a identidade do líder do grupo. 
 
A partir dessa situação hipotética e com base na Lei n.º 9.034/1995 (crime organizado), 
assinale a opção correta. 
(cód. Q25855) 
 
 
a) Não há discricionariedade para a autoridade policial que presencie a prática de delitos, 
devendo ela agir imediatamente para reprimir a atividade criminosa, razão pela qual, na 
situação hipotética em apreço, os traficantes identificados deveriam ter sido presos mesmo 
antes de se descobrir quem era o líder da organização. 
b) A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizações 
criminosas será realizada, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana, apenas 
na falta de identificação civil, ainda que se trate de acusado de envolvimento em homicídios 
dolosos. 
c) É possível a infiltração de policiais em organizações criminosas, no entanto, há necessidade 
de autorização judicial, razão pela qual o delegado em questão não poderia ter expedido 
unilateralmente a mencionada ordem. 
d) O prazo para a conclusão da instrução criminal, nos delitos praticados por organizações 
criminosas, será de 10 dias, se o réu estiver preso, e de 30 dias, quando solto. 
e) Nos crimes praticados em organização criminosa, o criminoso ficará isento de pena quando 
colaborar espontaneamente com as investigações, levando ao esclarecimento de infrações 
penais e de sua autoria. 
 
 
5) PROMOTOR MPDFT 2009 - 28 CONCURSO - PRÓPRIA (Penal, questão 14). Acerca das 
organizações criminosas, analise os itens abaixo e responda: 
 
I - Na busca da definição do que seja organização criminosa, deve-se recorrer à Convenção de 
Palermo, uma vez que a lei Pátria, que dispõe sobre os crimes praticados por organizações 
criminosas, não fornece a definição. 
 
II - No afã de combater as organizações criminosas, a Lei 9.034/95 introduziu procedimentos 
de investigação inovadores e controversos, como a ação controlada, a delação premiada e a 
ação de agentes policiais infiltrados, entre outros. 
 
III - Nada obstante tais procedimentos de investigação constarem de lei específica voltada ao 
combate do crime organizado, aplicam-se eles à apuração dos crimes comuns, previstos no 
Código Penal. 
 
IV - Independentemente da duração da pena concretamente imposta, os condenados por 
crimes decorrentes de organizações criminosas iniciarão seu cumprimento em regime fechado. 
 
V - A Lei 9.034/95 criou mais uma hipótese de identificação criminal do acusado, além das 
previstas na Lei 10.054/2000, ao dispor que as pessoas envolvidas com a ação praticada por 
organizações criminosas serão identificadas criminalmente, independentemente de terem se 
identificado civilmente. O número de itenscorretos é: 
(cód. Q19351) 
 
a) Cinco. 
b) Quatro. 
c) Três. 
d) Dois. 
e) Um. 
 
 
6) DELEGADO DE POLÍCIA - PCAC - 2008 - CESPE (Legislação Especial, item 75). No caso 
de ação praticada por organização criminosa, a lei respectiva prevê meios operacionais de 
investigação específicos, entre eles a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de 
investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, a qual independe de 
autorização judicial. (cód. Q09877) 
 
 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
 
 
7) DOUTRINA EM GERAL - 2009 - CJUR (Legislação Especial, questão 14). A Lei 9034/95 
trouxe algumas inovações referentes aos meios de prova e aos procedimentos investigatórios, 
entre eles podemos destacar, EXCETO: 
(cód. Q30124) 
 
 
a) O chamado flagrante retardado, que consiste em retardar a interdição policial, desde que 
mantida a observação e acompanhamento constante, para que a medida legal se concretize no 
momento mais eficaz do ponto de provas e fornecimento de informações. 
b) O acesso de dados, documentos e informações fiscais, bancárias, financeiras e eleitorais. 
c) A captação e a intermediação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, 
mediante circunstanciada autorização judicial. 
d) Infiltração por agentes de polícia ou de inteligência em tarefas de investigação, constituída 
pelos órgãos especializado mediante determinação da autoridade policial competente. 
 
 
8) JUIZ SUBSTITUTO PA - 2009 - FGV (Questão 34). Com relação ao crime organizado, 
analise as afirmativas a seguir. (cód. Q25830) 
 
I. A lei 9.034/95, que dispõe sobre a utilização de meios operacionais para a prevenção e 
repressão de ações praticadas por organizações criminosas, não se aplica às ações 
praticadas por quadrilha ou bando, apenas às ações praticadas por organizações criminosas. 
II. Os condenados por crimes decorrentes de organização criminosa iniciarão o cumprimento 
da pena em regime fechado. 
III. Na apuração de crimes praticados por organizações criminosas, em qualquer fase de 
persecução criminal, são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes 
procedimentos de investigação e formação de provas: ação controlada; captação e 
interceptação ambiental; infiltração por agentes de polícia. 
Assinale: 
 
 
a) se nenhuma afirmativa estiver correta. 
b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
d) se somente a afirmativa III estiver correta. 
e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
 
9) II EXAME - OAB - NACIONAL - CESPE - 2007 (PENAL, QUESTÃO 57). A respeito dos 
crimes praticados por organizações criminosas, assinale a opção correta. (cód. Q03264) 
 
 
a) A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizações 
criminosas não será realizada se elas já possuírem identificação civil. 
b) Nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será reduzida de um a dois terços, 
quando a colaboração espontânea do agente levar ao esclarecimento de infrações penais e 
sua autoria. 
c) Os condenados por crimes decorrentes de organização criminosa poderão iniciar o 
cumprimento da pena em regime semi-aberto ou aberto. 
d) Poderá ser concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, aos agentes que tenham tido 
intensa e efetiva participação na organização criminosa. 
 
 
10) JUIZ AUDITOR MILITAR - TJM/SP - 2007 - PRÓPRIA - (Legislação Especial, questão 81). 
Na legislação referente às Organizações Criminosas, considerando-se as condutas nela 
previstas, deve-se entender, por ação controlada, o procedimento a seguir: 
 
(cód. Q08756) 
 
 
a) infiltração por agentes policiais em investigação. 
b) captação e interceptação de sinais acústicos. 
c) retardar a interdição policial para momento eficaz. 
d) acesso a dados e informações fiscais e bancárias. 
e) quebra do sigilo da intimidade e vida privada. 
 
 
Gabarito 
1) R: Alternativa C 
 
2) R: Alternativa A 
 
3) R: Verdadeiro 
 
4) R: Alternativa C 
 
5) R: Alternativa A 
 
6) R: Falso 
 
7) R: Alternativa D 
 
8) R: Alternativa B 
 
9) R: Alternativa B 
 
10) R: Alternativa C

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