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FAMÍLIA TRIPANOSOMATIDAE GÊNERO TTrryyppaannoossoommaa Gênero TTrryyppaannoossoommaa: Parasitos de vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves, mamíferos) Quase todos heteroxenos Parasitos de vertebrados terrestres – Vetores: insetos hematófagos Parasitos de vertebrados aquáticos – Vetores: hirudíneos (sanguessugas). Quadro sistemático dos tripanossomos de mamíferos: Categoria sistemática Espécie-tipo Família Trypanosomatidae Gênero TTrryyppaannoossoommaa A. Seção Stercoraria 11.. Subgênero MMeeggaattrryyppaannuumm 22.. Subgênero HHeerrppeettoommoonnaass 33.. Subgênero SScchhiizzoottrryyppaannuumm B. Seção Salivaria 4. Subgênero DDuuttoonneellllaa 5. Subgênero NNaannnnoommoonnaass 6. Subgênero TTrryyppaannoozzoooonn 7. Subgênero PPyyccnnoommoonnaass TT.. ((MMeeggaattrryyppaannuumm)) tthheeiilleerrii TT.. ((HHeerrppeettoommoonnaass)) lleewwiissii TT.. ((SScchhiizzoottrryyppaannuumm)) ccrruuzzii TT.. ((DDuuttoonneellllaa)) vviivvaaxx TT.. ((NNaannnnoommoonnaass)) ccoonnggoolleennssee TT.. ((TTrryyppaannoozzoooonn)) bbrruucceeii TT.. ((PPyyccnnoommoonnaass)) ssuuiiss Formas de desenvolvimento de tripanossomos patogênicos para o homem: Formas de Desenvolvimento Espécie Amastigota Epimastigota Tripomastigota Transmissão Inseto vetor Reservatórios (não humanos) TT.. bbrruucceeii ggaammbbiieennssee TT..bbrruucceeii rrhhooddeessiieennssee Glândula salivar e intestino de moscas tsetse Cultura Sangue, linfonodos, fluidos cerebrais e cérebro- espinais de mamíferos Localização anterior → picada Moscas tsetse – Glossina spp Porcos, gado, cabras (?) Ungulados silvestres e domésticos TT.. ccrruuzzii Intracelular - músculos estriados, lisos, cardíaco e também cérebro Culturas de células Intestino do inseto vetor Cultura Sangue e tecidos de mamíferos Reto do inseto vetor Cultura e cultura de células Localização posterior → contaminação com as fezes do inseto Transfusão de sangue Transmissão oral Diferentes gêneros e espécies de triatomíneos Gambás, roedores selvagens, cães, cobaios Morfologia Alternância de formas celulares – – Presença de: Núcleo Nucléolo Cinetoplasto – kDNA Bolsa flagelar Blefaroplasto ou corpúsculo basal Mitocôndria Flagelo Citóstoma e citofaringe ● Reprodução – Divisão binária simples – Amastigotas no hospedeiro vertebrado, – Epimastigotas no invertebrado TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii e Doença de Chagas TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii → Pode infectar marsupiais, desdentados, carnívoros, roedores, artiodáctilos, perissodáctilos, quirópteros e primatas Mais de 30 espécies de triatomíneos dos gêneros TTrriiaattoommaa,, PPaannssttrroonnggyylluuss e RRhhooddnniiuuss podem se infectar A Doença de Chagas (ou Tripanosomíase americana) é uma antropozoonose: Doença primária de animais que pode ser transmitida ao homem. Problema médico-social grave – No Brasil, cerca de 6 milhões de infectados → Populações pobres que vivem em condições precárias de habitação. Pode causar morte súbita na fase produtiva do hospedeiro. É causa de aposentadorias precoces → Sobrecarga para a previdência social. Morfologia – Desenho esquemático nas figuras acima. Epimastigotas são as formas que se multiplicam no inseto vetor. Amastigotas são as formas que se multiplicam no hospedeiro vertebrado (homem, animais). POLIMORFISMO DE TRIPOMASTIGOTAS SANGUÍNEOS DE TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii.. Principais diferenças comportamentais entre cepas com predominância de tripomastigotas sanguíneos de formas delgadas ou largas: Em relação à morfologia: Em relação à curva de parasitemia versus tempo de infecção: Formas delgadas: mais infectantes para células → Parasitemia mais precoce. Mais frequentes no início da infecção no hospedeiro vertebrado Formas largas: menos infectantes (penetração + lenta) → Parasitemia mais tardia. Mais frequentes nas fases mais tardias da infecção no hospedeiro vertebrado Em relação à resposta imune: Formas delgadas: mais sensíveis à ação de anticorpos circulantes Destruição → Desaparecimento da circulação → Novo ciclo celular Formas largas: mais resistentes à ação de anticorpos circulantes Capazes de permanecer mais tempo na corrente circulatória Em relação ao desenvolvimento no vetor (“barbeiro”): Formas delgadas: menor capacidade de desenvolvimento no tubo digestivo do inseto Formas largas: maior capacidade de desenvolvimento no tubo digestivo do inseto Em relação ao tropismo: Formas delgadas: Cepas macrofagotrópicas Formas largas: Cepas miotrópicas Biologia ▪ Ciclo biológico – Heteroxeno: Formas largas: Formas delgadas: Em relação à movimentação: Formas delgadas: Movimentação rápida e direcional (atravessam o campo microscópico) Formas largas: Movimentação lenta e não direcional (se agitam quase sem sair do lugar) Nos seguintes sites, ciclos animados do TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii: http://www.who.int/tdr/diseases/chagas/lifecycle.htm http://www.sbpz.org.br/video/cruzi1.mpg Formas de desenvolvimento do TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii: ► No hospedeiro vertebrado Formas intracelulares (homem e várias espécies de mamíferos) AMASTIGOTAS Formas extracelulares TRIPOMASTIGOTAS ► No hospedeiro invertebrado ESFEROMASTIGOTAS (hemíptero reduviídeo - EPIMASTIGOTAS, TRIPOMASTIGOTAS e Triatomíneo) TRIPOMASTIGOTAS METACÍCLICOS Transmissão - Pelo vetor: penetração de tripomastigotas metacíclicos presentes nas fezes e urina do triatomíneo em pontos de solução de continuidade na pele (ou mucosa íntegra). - Transfusão sanguínea – Epidemiologicamente importante; transplantes - Transmissão congênita – Ninhos de amastigotas na placenta → Tripomatigotas → Circulação fetal - Acidentes de laboratório – Sangue, cultura ou vetor - Transmissão oral. ● Doença de Chagas: FASE AGUDA: - Assintomática (mais frequente) Depende muito do estado - Sintomática – imunológico do hospedeiro Maior frequência na 1ª infância Óbito em cerca de 10% dos casos: - Meningoencefalite – Crianças jovens e imunossuprimidos - Miocardite aguda difusa – Falência cardíaca - Início → Manifestações locais ▪ Sinal de Romaña 50% dos casos (4 a 10 dias) ▪ Chagoma de inoculação FASE CRÔNICA: ● Assintomática - – Forma indeterminada (latente) Fase aguda (10 a 30 anos) Fase crônica ▪ Exame sorológico e/ou parasitológicopositivo(s) ▪ Ausência de sintomas e/ou sinais ▪ ECG convencional normal ▪ Coração, esôfago e cólon morfologicamente normais - Ocorre em mais de 50% dos pacientes que tiveram fase aguda - Exames anatomopatológicos → Lesões da fase aguda com menor intensidade - Pode ocorrer morte súbita - Aptidão para o trabalho ● Sintomática ► Forma assintomática → Forma sintomática – Sintomatologia: ▪ Forma cardíaca Alterações anatômicas do ▪ Forma digestiva miocárdio e tubo digestivo ▪ Forma mista (cardiodigestiva) (esôfago e cólon) – Reativação intensa do processo inflamatório (baixo n° de parasitos) ► Forma cardíaca: Cardiopatia chagásica crônica : ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva): – Destruição de fibras musculares – Fibrose interrompendo fibras e fascículos – Destruição do SNA (simpático e parassimpático) – Exsudato inflamatório → Sintomas – Lesão vorticilar ou aneurisma de ponta (ápice dos ventrículos) ➡ Clinicamente: dispneia de esforço, insônia, congestão visceral, edema dos membros inferiores, CARDIOMEGALIA INTENSA Insuficiência cardíaca → Hipóxia → Fenômenos tromboembólicos (76% dos casos) Trombos: - Coração Êmbolos: - Membros Infartos – Coração, pulmão, rins, baço, encéfalo → Morte Comprometimento do SNA: – Nódulo sinusal, nódulo átrio-ventricular, feixe de Hiss - Perturbações na formação dos estímulos (arritmias) - Perturbações na propagação dos estímulos: - Bloqueios atrioventriculares de grau variável - Bloqueio do ramo direito do feixe de Hiss (patognomômico = característico) ► Forma digestiva: Megas – Principalmente Brasil e Argentina: Megaesôfago: - Maior frequência em homens; 20 a 40 anos; área endêmica - Sintomas: disfagia (= dificuldade de deglutição), odinofagia (= dor ao engolir), dor retroesternal, regurgitação, pirose (= azia), soluço, tosse, sialose (= salivação excessiva). Megacólon: - Dilatação dos cólons (sigmoide, reto) - Maior frequência em homens – 30 a 60 anos - Sintomas: obstipação – Pode haver perfuração → Peritonite - Associação frequente com megaesôfago → Desnutrição. ► Forma cardiodigestiva ou mista – Alterações cardíacas e do aparelho digestório ► Forma nervosa: Em pacientes com manifestações neurológicas: - Alterações psicológicas, comportamentais e perda de memória - (?) perda ou diminuição de neurônios devido à ICC (isquemias) e arritmias cardíacas, além de processos autoimunes. MORTE SÚBITA Doença de Chagas Transfusional - Fase aguda semelhante à transmissão pelo vetor - Período de incubação de 20 a 40 dias - Febre (60% - 80% dos pacientes), linfadenopatia, esplenomegalia - Outros sintomas: palidez, edema periorbital e dos membros, hepatomegalia e exantema (= erupções cutâneas) - Distúrbios cardíacos (taquicardia e outras alterações → Detectáveis ao ECG) Raramente sonolência, fadiga, tremores. - Nos casos mais graves → Morte - Evolução: Em pacientes não tratados – 4 a 8 semanas (até 4 meses) - Evolução natural. Doença de Chagas Congênita - Prevalência variável entre regiões (cerca de 2% a 10%) - Transmissão em qualquer momento da gravidez → Abortamentos → Partos prematuros → Bebês com baixo peso → Natimortalidade - Alterações na placenta : aumento de volume, peso e coloração (pálida, edemaciada) - Microscopicamente: Placentite chagásica → Focos de necrose → Presença de parasitos nas células placentárias - Criança – Evolução sem sintomas ou: peso reduzido, hepatomegalia, abdome distendido, etc, às vezes sinais de ICC. - Natimortos: Meningoencefalite, miocardite e infecções intercorrentes. Diagnóstico Clínico: - Origem do paciente - Sinais de porta de entrada - Febre irregular ou ausente Fase aguda (?) - Adenopatia-satélite ou generalizada - Hepatoesplenomegalia - Taquicardia - Edema generalizado ou dos pés - Alterações cardíacas (sinais de IC ao ECG) Fase Crônica (?) - Alterações digestivas (esôfago e cólon – Raio X) Laboratorial: Depende da fase da infecção Fase aguda : - Alta parasitemia Pesquisa direta - Anticorpos inespecíficos e indireta do - Início da produção de anticorpos específicos (IgM, IgG) parasito ◘ Diagnóstico parasitológico: - Exame de sangue a fresco (gota espessa) - Esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa - Cultura de sangue ou material de biópsia (linfonodos ou músculos) - Inoculação de animais de laboratório - Método de Strout – Concentração em coágulo – Soro (exame ou cultura) ◘ Diagnóstico sorológico: - Reação de precipitação ou precipitina (até 95% de sensibilidade) – Ag homólogo - RIFI – A partir do 15° dia de infecção – Detecção de IgM – Reação de escolha - ELISA – pesquisa de IgM Fase crônica: ◘ Diagnóstico parasitológico: - Xenodiagnóstico – Utilização de espécies bem adaptadas às cepas locais - Hemocultura – Prévia eliminação de anticorpos - Inoculação de camundongos jovens ◘ Diagnóstico sorológico: - Punção venosa ou coleta do sangue em papel de filtro - Reação de Machado - Guerreiro (fixação do complemento) – Ag homólogo - Hemaglutinação Indireta (RHA) - Hemácias sensibilizadas x Soro - Imunofluorescência Indireta (RIFI) – Alta sensibilidade – Mais utilizada - ELISA e outras. Tratamento - Deve ser realizado o mais precocemente possível (forma aguda, transmissão Quando a parasitemia é alta congênita ou forma crônica recente), em esquemas terapêuticos prolongados (60 dias de tratamento). ٠ Nifurtimox (Lampit®) – NNÃÃOO DDIISSPPOONNÍÍVVEELL NNOO BBRRAASSIILL. – Age contra formas sanguíneas e parcialmente contra teciduais – Pode ocasionar anorexia, emagrecimento, náuseas, vômitos, alergias cutâneas, sintomas relacionados ao SNC – Eficiente em chagásicos crônicos na Argentina, mas ineficaz em Minas Gerais. ٠ Benzonidazol (Rochagan®) – DDRROOGGAA UUTTIILLIIZZAADDAA NNOO BBRRAASSIILL. – Efeitos apenas contra formas sanguíneas – Pode ocasionar anorexia, perda de peso, vertigens, dermatites urticariformes, cefaleia, sonolência, dores abdominais e sintomas relacionados ao SNC – Eficaz na fase aguda, dependendo da região - Contraindicado em gestantes. ESTUDO DIRIGIDO TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii e Doença de Chagas 1. Em seu ciclo biológico, o TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii apresenta várias formas evolutivas nos seus hospedeiros vertebrado e invertebrado. Cite cada uma das formas evolutivas do T. cruzi e mencione o local onde podem ser encontradas e em que hospedeiro (vertebrado ou invertebrado). 2. Experiências com animais experimentais (camundongos) têm demonstrado que diferentes populações de TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii apresentam, ao longo da infecção, tripomastigotas sanguíneos com diferentes formasque se refletem em diferenças comportamentais importantes. Mencione essas diferenças e suas relações com o comportamento parasitário. 3. Descreva com suas próprias palavras, e de maneira sucinta, o ciclo biológico do TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii. 4. Escreva corretamente o nome dos principais gêneros de hemípteros, reduviídeos, triatomíneos, vetores da doença de Chagas. 5. Cite os mecanismos de transmissão da doença de Chagas e explique-os sucintamente. 6. Descreva de forma esquemática os principais aspectos patológicos da doença de Chagas nas fases aguda e crônica. Cite os nomes das principais lesões ocasionadas pelo parasito no organismo humano em ambas fases. 7. Cite os principais métodos laboratoriais utilizados para o diagnóstico da doença de Chagas. 8. Em relação à epidemiologia do mal de Chagas, leia atentamente o texto do livro (págs. 102 a 107 da 11ª edição) e faça um resumo das características que julgar mais importantes. 9. Enumere as medidas profiláticas que devem ser implantadas para a prevenção e controle da doença de Chagas. 10. Cite as drogas indicadas para o tratamento da doença de Chagas, as formas do parasito sobre as quais agem e os principais efeitos adversos. PARASITOLOGIA AULA PRÁTICA Estudo morfológico das formas evolutivas de TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii O TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii é um protozoário flagelado, pertencente ao subfilo Sarcomastigophora – ordem Kinetoplastida, que possui em seu ciclo biológico nos hospedeiros vertebrado e invertebrado várias formas evolutivas. À microscopia eletrônica observa-se que em todas as formas está presente uma organela especial, o cinetoplasto. Este constitui uma mitocôndria modificada, rica em DNA, o kDNA. Para descrever as formas de desenvolvimento dos tripanossomatídeos, uma nomenclatura específica faz referência à exteriorização e ponto de emergência do flagelo, à existência e extensão de membrana ondulante, à posição do cinetoplasto em relação ao núcleo, às porções anterior e posterior da célula e ao formato geral da célula. Nessa nomenclatura o sufixo de origem grega para indicar flagelo, mastigota, é utilizado. As porções anterior e posterior da célula são dadas em função do deslocamento desses flagelados em meio líquido, no qual o flagelo vai à frente (anterior) e o restante da célula atrás (posterior). Nos hospedeiros vertebrados são encontradas formas intracelulares (amastigotas) e extracelulares (tripomastigotas) presentes no sangue circulante: Amastigota: Forma pequena, arredondada, com núcleo grande e cinetoplasto em forma de bastonete. O flagelo é curto, não se exterioriza, e sua porção intracitoplasmática raramente pode ser observada. O amastigota é uma forma intracelular que se multiplica por divisão binária simples no citoplasma da célula hospedeira. O ciclo tripomastigota→amastigota→ tripomastigota assegura a continuidade da infecção no hospedeiro vertebrado. A multiplicação dos parasitos e a destruição das células hospedeiras seguida pela invasão de novas células vão num crescendo que se manifesta pelo aumento concomitante da parasitemia, durante o período inicial da infecção. Quando as células parasitadas se rompem, destruídas pelos parasitos, são envolvidas por um processo inflamatório focal que, nos primeiros dias da infecção caracteriza-se por infiltração de neutrófilos e em seguida pelo aparecimento de linfócitos e macrófagos. Se o organismo sobrevive ao período agudo, surgem as reações imunológicas e, a partir da terceira semana, os monócitos e linfócitos passam a predominar nos exsudatos inflamatórios que se tornam confluentes e difusos. Quando o processo se agrava aparecem fenômenos degenerativos ou mesmo focos de necrose que depois se transformam em áreas focais de fibrose. Os processos inflamatórios agudos tendem a curar-se pela reabsorção do exsudato, enquanto as lesões de fase crônica evoluem para a fibrose. Tripomastigota: Forma alongada, com cinetoplasto posterior ao núcleo. O flagelo forma uma extensa membrana ondulante e se torna livre na porção anterior da célula. Os tripomastigotas sanguíneos apresentam variações morfológicas denominadas “polimorfismo” (formas delgadas, intermediárias e largas) que guardam correlações importantes com outras características fisiológicas do parasito. Os tripomastigotas não se reproduzem no sangue. Ao longo do tubo digestivo do hospedeiro invertebrado podem ser encontradas diferentes formas do TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii: Esferomastigota: Forma arredondada, com flagelo circundando o corpo celular. Representa uma transição entre a forma amastigota e as formas flageladas. Epimastigota: Forma alongada, com cinetoplasto justanuclear (próximo ao núcleo) e anterior ao núcleo. Possui pequena membrana ondulante disposta lateralmente. No intestino médio do inseto os epimastigotas se multiplicam por divisão binária simples, sendo, portanto, responsáveis pela manutenção da infecção no vetor. Tripomastigota: A morfologia é a mesma do tripomastigota encontrado no hospedeiro vertebrado. No segmento posterior do intestino do triatomíneo (reto), se diferencia no tripomastigota metacíclico que se assemelha às formas delgadas dos tripomastigotas sanguíneos. Os tripomastigotas metacíclicos são expulsos com as dejeções do inseto e constituem as formas infectantes para o hospedeiro vertebrado. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Desenho esquemático das formas de desenvolvimento do TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii Forma intracelular → é a forma que se reproduz no interior de células do hospedeiro vertebrado É a forma infectante tanto para o triatomíneo quanto para o homem e os animais É a forma que se multiplica no tubo digestivo do inseto vetor. Pode ser encontrada também em meios de cultura Forma também presente no tubo digestivo do triatomíneo vetor 1. Desenhe um tripomastigota sanguíneo de TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii, de acordo com a projeção em data-show, de uma lâmina de esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa e também de acordo com a projeção da lâmina na TV. Identifique o flagelo na porção anterior da célula parasitária, núcleo, membrana ondulante, cinetoplasto e os eritrócitos ao redor. 2. De acordo com a projeção em data-show, desenhe um fibroblasto de cultivo in vitro infectado com formas amastigotas de TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii. 3. Desenhe um ninho de amastigotas de TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii em tecido muscular estriado cardíaco, observando a presença de infiltrado inflamatório entre as fibras musculares. 4. Observe os exemplares de triatomíneos vetores da doença de Chagas no Brasil. TTrriiaattoommaa iinnffeessttaannss TTrriiaattoommaa iinnffeessttaannss – principal espécie domiciliada, vetor do TTrryyppaannoossoommaa ccrruuzzii no Brasil
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