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Resumo Arte e Beleza na Estética Medieval

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ECO, Humberto, 1932. Arte e beleza na estética medieval – Tradução de Mario Sabino Filho – Rio de Janeiro: Record, 2010.
Resumo
No quarto capítulo do livro “Arte e beleza na estética medieval” Umberto Eco, o autor do livro explica que de todas as definições de beleza, uma teve particular fortuna na Idade Média, e provinha de Santo Agostinho: O que é a beleza do corpo? É a proporção das partes acompanhada por uma certa doçura ou colorido. Para Galeno “a beleza não consiste nos elementos, mas na harmoniosa proporção das partes”. E Boécio transmite à Idade média a filosofia das proporções em seu aspecto pitagórico originário, desenvolvendo uma doutrina das relações proporcionais no âmbito da teoria musical.
Para o autor, a estética da proporção entra na Idade Média como dogma que se recusa a qualquer verificação, e que estimulará as verificações mais ativas e produtivas. Boécio esclarece, então a razão de todos os fenômenos em termos proporcionais: a alma e o corpo do homem são sujeitos às mesmas leis que regulam os fenômenos musicais e estas mesmas proporções acham-se na harmonia do cosmo, tanto que micro e macrocosmo parecem ligados por um único nó, por um modulo ao mesmo tempo matemático e estético.
No século XII, desenvolve-se a cosmologia “timaica” da escola de Chartres, fundada em uma visão estético-matemática. A origem de tal visão é “Deus, ao querer assemelhá-lo ao mais belo e ao mais completamente perfeito dos animais inteligíveis, compôs um só animal visível, que dentro de si reúne todos os animais que lhe são naturalmente afins. Para a Escola de Chartres, a obra de Deus e precisamente o kósmos, a ordem do todo que se contrapõe ao caos primígeno. Mediadora desta obra será a natureza uma força ínsita às coisas, que de coisas semelhantes produz coisas semelhantes.
Na teoria do bomo quadratus o número, princípio do universo, assume significados simbólicos, fundada em series de correspondências numéricas que são também correspondências estéticas. Também aqui as primeiras sistematizações da teoria são de tipo musical: oito são os tons musicais – observa um anônimo monge cartuxo - porque quatro deles os antigos encontraram e quatro os modernos acrescentaram. O número quatro torna-se, assim, um número fundamental e resolutivo, pleno de determinações seriais. Quatro os pontos cardeais, os ventos principais, as fases da lua, as estações e muitos outros.
Proveniente das teorizações musicais da baixa antiguidade e da alta idade média, o autor afirma que a estética da proporção assumiu várias formas, sempre mais complexas. No próprio âmbito da teoria da música, a proporção torna-se, gradativamente, conceito técnico ou, então, critério formativo. O princípio metafisico é agora um princípio artístico. O princípio estético torna-se, primeiro, método de poética e, então realidade técnica. O princípio da proporção reaparece na pratica arquitetônica também como manifestação heráldico-simbólica de uma consciência estética do ofício. Há modos infinitos de ser ou de fazer segundo proporção.
No capítulo dez, o autor fala que a teoria da arte sem dúvida constitui o capitulo mais anônimo de uma história da estética medieval. E institui vários conceitos como: A arte é o exato conhecimento do que se deve fazer; a arte é o princípio do fazer e da reflexão sobre as coisas a fazer; a arte inscreve-se no domínio do fazer, não do agir. A arte não é expressão, mas construção, operação tendo em vista resultado.
Segundo Guilherme de Conches, toda obra é do Criador ou da Natureza, ou de um artífice que imita a natureza. A arte portanto, imita a natureza, não porque copie servimente o que a natureza lhe oferece como modelo: na imitação da arte existe intervenção, reelaboração. Mas mesmo imitando o trabalho da Natureza, a arte não sabe criar coisas vivas, e aqui a desconfiança ontológica dos filósofos. A ontologia da forma artística estabelece, todavia, a conexão entre estético e o artístico, sem possibilidade de equívoco, fundando ambos em conceitos formais.
O autor continua falando das artes, e agora sobre as artes liberais e servis. As artes servis estão comprometidas com a matéria e a fadiga do fazer fabril; as artes liberais são superiores e dão ordem a um material racional sem se sujeitar ao corpo, menos nobre que a alma. A divisão entre artes liberais e servis é típica de uma mentalidade intelectualistica que deposita no conhecer e no contemplar o bem supremo, e exprime a ideologia de uma sociedade feudal.
E termina o capitulo falando sobre a ideia de uma poética como disciplina autônoma, que era confundida durante muito tempo com a gramatica e com a métrica.

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