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Protocolo de Atendimento Pré- Hospitalar CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 2 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL CONTROLE DE REVISÕES REV DATA DESCRIÇÃO DAS ALTERAÇÕES 00 2001 Emissão Inicial 01 2003 Revisão Geral 02 2004 Revisão Geral 03 2006 Revisão Geral, Adequação ao Protocolo da AHA 04 2008 Revisão Geral, Adequação ao Protocolo PHTLS e Adequação à metodologia aplicada na AutoBAn 05 2012 Revisão Geral Ricardo Gesualdo Cesar Augusto Roldan dos Santos Elaboração Milton Pedro Lopez Verificação José Antonio Coelho Junior Aprovação CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 3 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Interação com o Cliente Resgate 5ª edição - 2012 CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 4 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Sumário Radiocomunicação...................................................................................................................... 5 Relacionamento com a Imprensa ................................................................................................ 6 Atendimento Pré-hospitalar .............................................................................................. 7 Cinemática do Trauma ................................................................................................................ 7 Análise Primária .......................................................................................................................... 8 Análise Secundária ................................................................................................................... 11 A. Manejo da Via Aérea ....................................................................................................... 13 Obstrução de vias aéreas ......................................................................................................... 14 B. Manejo da Ventilação ..................................................................................................... 16 C. Manejo da Circulação, da Hemorragia e do Estado de Choque .................................. 17 Traumatologia .................................................................................................................. 19 Conceitos Básicos..................................................................................................................... 19 Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) ...................................................................................... 30 Trauma Raquimedular .............................................................................................................. 33 Trauma Torácico ....................................................................................................................... 34 Trauma Abdominal .................................................................................................................... 35 Trauma em Gestantes .............................................................................................................. 36 Traumatismo músculo esquelético ............................................................................................ 38 Trauma Pediátrico ..................................................................................................................... 42 Politraumatizado ....................................................................................................................... 44 Afogamento ...................................................................................................................... 44 Desmaios ou Síncopes ............................................................................................................. 46 Convulsão ................................................................................................................................. 47 Infarto Agudo do Miocárdio ....................................................................................................... 47 Angina Pectoris ......................................................................................................................... 48 Acidente Vascular Cerebral (AVC) ............................................................................................ 48 Emergências Psiquiátricas ........................................................................................................ 49 Emergências Respiratórias ....................................................................................................... 49 Salvamento ....................................................................................................................... 51 Avaliação da Cena .................................................................................................................... 51 Desencarceramento e Extricação ............................................................................................. 53 Veículos equipados com “air bag” ................................................................................ 68 Veículos movidos a GNV (Gás Natural Veicular) .......................................................... 73 Combate a incêndio ......................................................................................................... 77 Extinção de Princípios de Incêndios .......................................................................................... 80 Extintores .................................................................................................................................. 81 Cabos e Nós ..................................................................................................................... 84 Técnicas de Resgate em Ribanceira e Rapel ................................................................ 87 Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos .......................................................... 109 Atuação com Apoio de Aeronaves ............................................................................... 125 Referências Bibliográficas ............................................................................................ 131 CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 5 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Radiocomunicação Orientações Gerais • Comunicação deve ser rápida, clara e sucinta; • Prioridade deve ser respeitada; • Acionar o rádio somente após o término da transmissão anterior (exceto prioridades); • Comunicação é gravada; • Horário de chegada e deslocamento devem ser fidedignos; • Informação inicial obrigatória (ao chegar ao local): • Quantidade de veículos; • Interferências nas faixas de rolamento; • Provável quantidade de vítimas; • Provável gravidade das vítimas. • Informação secundária(Informação da vítima): – Informar todos os dados da vitima: • Nome, se possível; • Sexo; • Idade; • Sinais vitais (pulso, FR, PA, GCS, outros); • Código da vítima. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 6 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Relacionamento com a Imprensa Nos atendimentos em que existe a presença de veículos de imprensa (rádio, TV, jornais, etc.), a equipe de resgate deverá adotar a seguinte conduta: Tratar a equipe de reportagem de forma cordial e respeitosa; Não fornecer qualquer declaração; Solicitar ao repórter para que entre em contato com a comunicação da AutoBAn (0800 055 55 50); Não realizar comentários na presença dos repórteres; Não permitir exposição da vítima e imagem no interior da VTR, se houver insistência da equipe de reportagem dizer a seguinte frase: “O Sr. está atrapalhando o atendimento e não queremos prejudicar a vitima, por favor entre em contato com a assessoria de comunicação da AutoBAn, pois eles irão fornecer todas as informações de que o Sr. necessite”. Se a equipe de reportagem insistir, sempre repetir a frase anterior; Nunca colocar a mão na câmera; Toda presença de imprensa deve ser imediatamente comunicada ao CCO, informando: Qual o veículo (SBT, Globo, Cultura, Jornal de Jundiaí, Rádio Bandeirantes, etc.); Nome do repórter (se possível). CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 7 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Atendimento Pré-hospitalar Cinemática do Trauma É o processo de inspecionar a cena para estudar as forças e movimentos envolvidos no trauma que podem causar as lesões da vítima. Leis da Energia e do Movimento Lei da Inércia (1a lei de Newton) - Todo corpo tende a permanecer parado ou em movimento até que uma força externa aja sobre ele. Quando estamos dentro de um veículo, nos incluímos nesta lei. Assim, quando o veículo para por colisão com outro objeto (em movimento ou fixo), o nosso corpo não para e colide com os objetos que encontramos (quando não utilizamos o cinto de segurança) pela frente, o volante, o painel e o vidro frontal. Lei da energia cinética (energia do movimento) – Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Assim também ocorre com a energia empregada em um acidente. Essa energia está relacionada ao peso do corpo (massa é o termo mais correto) e à velocidade na qual a pessoa viaja. É descrita pela seguinte fórmula: Energia cinética = massa corpórea x Velocidade2 2 A energia cinética produzida em uma colisão é absorvida pelo veículo e pelos ocupantes deste veículo e, como não se perde, se transforma em lesões. Portanto, é preferível encontrarmos veículos envolvidos em acidentes bastante danificados, pois é sinal de que parte da energia cinética foi dissipada nesse material, e não nas vítimas. Usando esses princípios básicos, podemos prever o que ocorre em determinados tipos de trauma: Colisão frontal Trajetória para frente e para cima: Trauma de face e crânio, trauma raquimedular, trauma de tórax, abdome e membros (superiores e inferiores). Trajetória para frente e para baixo: Trauma de face e crânio, trauma raquimedular, trauma de tórax, abdome e membros (superiores e inferiores), fratura de tornozelo, joelho, fêmur e, consequentemente, a pelve. Colisão traseira: Lesão cervical causada pela hiperextensão do pescoço, que pode até levar a parada cardiorrespiratória por lesões cervicais. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 8 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Colisão lateral Membros Superiores, fraturas de clavícula e costelas; Ruptura de Aorta; Pneumo e Hemotórax; Tórax Instável; Traumas Abdominais; Trauma de Pelve; Trauma Cranioencefálico; Lesão cervical pode ocorrer por rotação ou flexão lateral da coluna (TRM). Queda da própria altura - 3x a altura (fatal); Pesquisar por fraturas de calcâneo, L4 e L5. Atropelamentos - Há três mecanismos de trauma 1 - Carro x Vítima (impacto nas pernas e nos quadris) 2 - Vítima x Carro (o tronco da vítima rola sobre o capô do carro) 3 - Vítima x Chão (a vítima cai do carro e atinge o solo) Explosão - Há cinco mecanismos de trauma 1º estágio. Onda de pressão atinge a vítima. 2º estágio. Fragmentos lançados podem causar lesões. 3º estágio. A vítima se torna um projétil e é lançada ao chão contra outros objetos. 4º estágio. Onda de calor resultando em queimaduras. 5º estágio. Bomba “suja”, artefato explosivo com contaminação química, biológica ou radioativa. Análise Primária OBJETIVO: Criar uma sistemática de atendimento que seja eficiente e que minimize as lesões e risco de vida das vítimas. A análise primária das vítimas consiste em determinar as lesões que causam maior risco de vida, priorizando o atendimento a essas lesões. Trata-se de uma análise simultânea e global capaz de identificar lesões óbvias e significantes de respiração, circulação e neurológicas graves. Assim, dividimos o atendimento em cinco fases e em uma ordem de prioridade: A: Vias aéreas, Estabilização da Coluna Cervical e Oxigenioterapia. B: Respiração, Ventilação, Oximetria. C: Circulação e Controle de Sangramento Abundante. D: Avaliação Neurológica (Escala de Coma de Glasgow e Avaliação das Pupilas). E: Exposição e Controle da Hipotermia. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 9 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL A: As vias aéreas superiores compreendem a porção que possibilita a passagem do ar aos pulmões. Uma vez que estas exercem grande importância para nossa respiração, devemos mantê-las sempre pérvias, ou seja, livres para que o ar consiga seguir seu curso normalmente. Uma obstrução de via aérea causa falta de oxigênio nas células (hipóxia) e, se não tratada, parada cardiorrespiratória. Para mantermos as vias aéreas pérvias, precisamos simultaneamente manter a coluna alinhada, principalmente a porção cervical, para isso é necessária a conduta de liberação de vias aéreas e imobilização cervical. Uma lesão de coluna cervical também caracteriza um forte risco à vida em vítimas com importante história de trauma, podendo em poucos minutos causar uma parada cardiorrespiratória ou lesão permanente em motricidade. Portanto, é muito importante proteger a coluna enquanto realizamos o atendimento. B: Uma via aérea superior pérvia não garante totalmente uma boa troca de ar nos pulmões, o ar pode ter passagem livre, mas, quando chega aos pulmões, encontra um problema que impossibilita uma troca eficaz (ex: pneumotórax). Uma correta avaliação do sistema ventilatório depende principalmente de um bom exame físico, que compreende avaliar a simetria e expansibilidade torácica, palpar o tórax, auscultar ambos os pulmões, identificando murmúrio vesicular sem ruídos adventícios. A frequência respiratória normal em um adulto varia de 12 a 20 movimentos ventilatórios por minuto, acima de 30 movimentos por minuto caracteriza uma ventilação extremamente rápida e superficial (taquipneia), podendo indicar hipóxia. O acúmulo de CO2 no sangue e o baixo nível de O2 pioram a o estado clínico da vítima, o resgatista deverá estar atento para este fato, poisresultará em má perfusão tecidual, produzindo metabolismo anaeróbico e, consequentemente, acidose sanguínea. C: O sistema circulatório é importante para a perfusão dos tecidos e sobrevivência celular. Quando uma lesão compromete o sistema circulatório, compromete também a chegada de oxigênio às células; uma vez sem oxigênio, a célula deteriora e morre. O aparelho cardiovascular é avaliado através do pulso e frequência cardíaca, tempo de perfusão (enchimento) capilar, cor e temperatura da pele. PULSO: Avaliar o pulso quanto à: presença, qualidade (cheio/fino), regularidade e frequência (taquicardia, bradicardia ou arritmia). PELE: Tempo de perfusão capilar. Pressiona-se a porção distal do dedo mínimo ou polegar, avaliando a perfusão periférica dos tecidos; se o tempo de perfusão for maior que 2 segundos, significa que os tecidos não estão sendo perfundidos adequadamente. Palidez cutânea, sudorese, pele fria, pulso rápido e respiração rápida são sinais clínicos precoces de choque. Na fase C concomitantemente avaliam-se os sangramentos externos e os sinais de choque. D: Avaliação Neurológica. O próximo passo, após avaliar e solucionar os problemas encontrados nas funções respiratória e circulatória, é avaliar o dano cerebral causado. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 10 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL O nível de consciência pode ser avaliado por estímulos no paciente: motor, verbal e doloroso. Através da Escala de Coma de Glasgow (GCS) e Avaliação das Pupilas (simetria e fotorreação): Escala de Coma de Glasgow (GCS) Abertura Ocular Espontânea 4 Estímulo auditivo 3 Estímulo doloroso 2 Ausente 1 Resposta Verbal Orientado 5 Confuso 4 Palavras desconexas 3 Sons e gemidos 2 Ausente 1 Melhor Resposta Motora Atende a solicitações 6 Localiza dor 5 Retira aos estímulos 4 Flexão anormal (decorticação) 3 Extensão anormal (descerebração) 2 Ausente 1 Alguns fatores devem ser levados em consideração para avaliarmos o estado neurológico de uma vítima: Diminuição da oxigenação cerebral por hipóxia ou hipoperfusão; Lesão de Sistema Nervoso Central; Doenças (distúrbios comportamentais, diabetes, deficientes mentais); Uso de drogas ou excesso de álcool. De qualquer forma, toda confusão mental ou rebaixamento do nível de consciência no trauma devem ser tratados como hipóxia, até que se prove o contrário. E: É impossível avaliar correta e detalhadamente a vítima de trauma se estiver vestida. Um importante passo no atendimento é despir cuidadosamente a vítima e avaliá-la quanto a contusões e lesões que ficaram ocultas, atentando-se objetivar prevenir a integridade pessoal da mesma. Quando estiver consciente, devemos questionar os locais em que sente dor e avaliar a real necessidade de exposição; se necessário, fazê-la preferencialmente dentro de viatura de resgate. Em vítimas inconscientes, despi-la cuidadosamente, avaliar possíveis lesões e prevenir hipotermia com auxílio de bolsas térmicas, cobertores e/ou mantas aluminizadas. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 11 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Análise Secundária Parte A – Análise secundária subjetiva - Relacionar o local da ocorrência com as lesões da vítima. - Questionar a vítima e/ou testemunhas – AMPLA. Parte B – Análise secundária objetiva - Verificar sinais vitais: frequência respiratória, frequência cardíaca, pressão arterial, perfusão capilar, coloração, temperatura e umidade da pele, tamanho e reatividade das pupilas. - Realizar o exame da cabeça aos pés. Parte A Elementos do AMPLA O resgatista deve obter as seguintes informações: - Queixa principal. - Idade e sexo. A – Alergias. M – Medicamentos. P – Passado médico ou cirúrgico (prenhez). L – Líquidos e refeições (horário da última refeição e intervalo até o trauma). A – Ambiente do trauma (o quê aconteceu?). Parte B Métodos de avaliação e aferição dos dados vitais Avaliação da Respiração: - Observar a expansão do tórax da vítima. - Contar os movimentos respiratórios em um minuto. - Observar a profundidade dos movimentos respiratórios, classificando em: normal, superficial e profundo. - Observar o tipo de respiração, quanto à: regularidade, simetria e ruídos emitidos. - Considerando o resultado da observação acima, classificar o tipo de respiração em: normal e alterada. - Considerar frequência respiratória alterada se esta for menor do que 10 m.r.m. ou maior que 30 m.r.m. Aferição do Pulso: - Empregar os dedos indicador e médio. - Posicionar as polpas dos dedos no sulco existente no punho, entre o osso rádio e os tendões. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 12 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL - Exercer pressão suficiente para sentir o pulsar da artéria. - Contar os batimentos durante 30 segundos e multiplicar o resultado por 2, obtendo frequência de batimentos por minuto (b.p.m.). - Observar a regularidade do intervalo entre os batimentos, classificando em: regular e irregular. - Observar a intensidade do pulsar da artéria, classificando em: fino ou cheio. Aferição da Pressão Arterial (Método Auscultatório / Método Palpatório) 1- Aferição da Pressão Arterial nos Membros Superiores 2- Aferição da Pressão Arterial nos Membros Inferiores Avaliação das Pupilas - Abaixar as pálpebras da vítima por cinco segundos, abrindo rapidamente e observando a reação pupilar. - Em locais com pouca luminosidade, empregar a lanterna de pupilas. - Observar a contração das pupilas, classificando em: reativa e não reativa. - Observar a simetria entre as duas pupilas, classificando em: simétricas (isocóricas) e assimétricas (anisocóricas). - Observar o tamanho das pupilas, classificando em: midríase (pupila dilatada) e miose (pupila contraída). Observação: 3% da população apresentam anisocorias desde o nascimento, não havendo nenhuma relação com o trauma ou qualquer patologia. 4% da população apresentam discorias desde o nascimento, não havendo nenhuma relação com trauma ou quaisquer patologias. Avaliação da Perfusão Capilar Periférica - Checar a perfusão pressionando a polpa digital de um dos dedos da mão ou do pé. Soltar e observar o retorno à coloração rósea, classificando: - normal (retorno em até 2 segundos); - lenta (retorno acima de 2 segundos); - nula (não retorna à coloração rósea). Exame Cefalopodálico O exame da cabeça aos pés deve ser direcionado de acordo com a queixa principal. Este exame deve ser rápido, objetivo e completo: a) Cabeça: - Ferimentos ou deformidades - Secreção pela boca, nariz e/ou ouvidos (otoliquorreia ou nasoliquorreia, ou ambos) - Hálito (etílico ou cetônico) – lembre-se: o diagnostico é ato médico - Dor - Dentes quebrados, próteses dentárias CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 13 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL b) Pescoço: - Ferimentos ou deformidades - Ingurgitamento de veias - Desvio de traqueia - Resistência ou dor ao movimento - Crepitação - Dor c) Tórax e dorso: - Ferimentos e deformidades - Respiração difícil- Alteração na expansibilidade - Crepitação - Dor d) Abdômen: - Ferimentos e deformidades - Tumorações (principalmente pulsáteis) - Defesa ou rigidez - Dor à palpação e) Pelve e nádegas: - Ferimentos ou deformidades - Dor à palpação - Instabilidade e crepitação f) Extremidades (membros superiores e inferiores): - Ferimentos ou deformidades - Pulso distal (membros superiores - artéria radial; membros inferiores - pulso pedioso) - Resposta neurológica (sensibilidade, motricidade, força muscular) - Perfusão capilar - Dor A. Manejo da Via Aérea A obstrução da via aérea é a mais comum complicação de causa reversível no trauma. Todos os doentes de trauma como os de emergências clínicas devem ter a permeabilidade da via aérea assegurada. Consideramos via aérea o espaço compreendido entre o nariz e os bronquíolos, isto é, todo trajeto que o ar percorre até a chegada aos alvéolos. Neste trajeto não ocorre a passagem de oxigênio para a corrente sanguínea. Todo paciente que apresenta ausência de respiração ou ruídos respiratórios (roncos, gargarejo, assovio, etc.) deve ser considerado portador de obstrução de via aérea. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 14 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Obstrução de vias aéreas A causa mais comum de obstrução de via aérea em vítimas inconscientes é a queda da base da língua. Para desobstrução da via aérea, utilizamos as seguintes técnicas (em ordem de prioridade): a. Manobras Manuais (Elevação do Mento e Tração da Mandíbula) Manobra de Tração da Mandíbula (“Jaw thrust”) - Posicionar-se atrás da cabeça da vítima, agachado e próximo. - Colocar as mãos espalmadas lateralmente a sua cabeça, com os dedos voltados para frente. - Posicionar os dois dedos indicadores em ambos os lados, no ângulo da mandíbula. - Posicionar os dois dedos polegares sobre o queixo da vítima. - Simultaneamente, fixar a cabeça com as mãos, elevar a mandíbula com os indicadores e abrir a boca com os polegares. - Esta manobra aplica-se a todas as vítimas inconscientes de trauma, pois proporciona ao mesmo tempo liberação das vias aéreas, alinhamento da coluna cervical e imobilização. Manobra de Elevação do Mento (“Chin lift”) - Segurar o queixo com o polegar e o indicador de uma das mãos e tracioná-lo para cima. - Não se deve estender o pescoço da vítima, portanto mantenha a cabeça firme com a outra mão. Esta manobra aplica-se a todas as vítimas inconscientes para obter liberação das vias aéreas, porém não imobiliza e protege a coluna cervical de possíveis lesões. Coloque um colar cervical na vítima assim que possível, de tamanho adequado. b. Dispositivos Provisórios (Cânula Orofaríngea ou Cânula de Guedel) Após a liberação da via aérea com auxílio das manobras manuais, nas vítimas com reflexo do vômito ausente deve-se aplicar a cânula orofaríngea adequada ao tamanho da vítima. Para medir a cânula, devemos posicioná-la na lateral da cabeça da vítima, sendo que a cânula de tamanho adequado deverá se posicionar da rima labial ao arco da mandíbula. A introdução da cânula orofaríngea em adultos deverá ser feita na posição invertida, isto é, virada para cima e, após a introdução parcial, deve ser rodada até a posição normal e introduzida até o término. Nas crianças, a introdução da cânula orofaríngea deve ser feita diretamente, isto é, sem o giro e com auxílio de um abaixador de língua. c. Dispositivos Definitivos (Intubação Orotraqueal, Intubação Nasotraqueal, etc.) A utilização de dispositivos para obtenção de via aérea definitiva é restrita ao Suporte Avançado. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 15 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Obstrução de Via Aérea por Secreção (sangue, vômito, etc.) Os pacientes portadores de secreção na via aérea deverão ter a mesma aspirada, para isto deve ser utilizada sonda de aspiração grossa e aspirador manual ou sistema de vácuo. As manobras de aspiração devem ser rápidas e intermitentes. Lembre-se de que, ao aspirar o paciente, você está momentaneamente piorando a hipóxia da vítima. Obstrução de Via Aérea por Corpo Estranho Adulto consciente engasgado: Pergunte: Você pode falar? Se não puder, inicie imediatamente compressões abdominais (vide figuras), para que, aumentando a pressão intra-abdominal, seja transferida para a cavidade intratorácica e o “corpo estranho” seja expelido. Essa técnica é denominada de Manobra de Heimlich. Adulto inconsciente engasgado Verifique a inconsciência. Contate o CCO e acione o Suporte Avançado. Deite a vítima em decúbito dorsal horizontal. Libere as vias aéreas (se o corpo estranho for visível, retire-o). Verifique a atividade respiratória; se não houver, tente efetuar ventilação boca-máscara ou bolsa-máscara (AMBU); (2 ventilações de resgate) confirme elevação do tórax. Observe se a vítima respira; caso ainda não respire, inicie compressões no tórax, na frequência de 30 compressões para 2 ventilações, em uma frequência de 100 compressões por minuto. Observe se o objeto é visível antes da ventilação. Bebê consciente engasgado Constate a obstrução através de sinais clínicos (dificuldade respiratória, cianose, etc.), contate o CCO e solicite o Suporte Avançado no local. Posicione o bebê de bruços em seu braço. Efetue 5 golpes entre as escápulas. Vire o bebê de costas em seu braço. Efetue 5 compressões no esterno. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 16 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Repita a sequência até obter sucesso na manobra ou perder a consciência. Bebê inconsciente engasgado Verifique inconsciência (se estiver inconsciente), informe o CCO e solicite o Suporte Avançado no local. Deite o bebê de costas em uma superfície plana. Abra a cavidade oral e tente visualizar o corpo estranho. Se conseguir, tente removê-lo com os dedos (sem varredura digital). Verifique a respiração; se ausente, aplique 2 ventilações. Inicie compressões no tórax na frequência de 30 compressões para 2 ventilações, em uma frequência de 100 compressões por minuto. Durante o ciclo de RCP, abra a via aérea e observe se o objeto é visível antes de cada ventilação. B. Manejo da Ventilação Após garantir a permeabilidade da via aérea, devemos avaliar a ventilação da vítima. Esta deverá ser feita através da inspeção e palpação do tórax: Inspeção do Tórax: Observar frequência (alta, normal ou baixa) e simetria dos movimentos respiratórios, ferimentos e/ou deformidades no tórax e utilização de musculatura acessória. Palpação do Tórax: Verificar deformidades, presença de enfisema subcutâneo (ar solto debaixo da pele) ou dor. Ventilação Assistida: Todo paciente adulto com frequência respiratória superior a 30 ipm ou inferior a 10 ipm deve ter a ventilação assistida, com intermédio de Máscara e Ambu com reservatório de oxigênio. Devemos ofertar oxigênio para todo paciente com Sat O2 inferior a 95%. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 17 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL C. Manejo da Circulação, da Hemorragia e do Estado de Choque Após garantir a permeabilidade da via aérea e a ventilação adequadada vítima, todas as hemorragias abundantes aparentes (externas) devem ser estancadas, para isto deverão ser utilizadas as seguintes técnicas (na sequência abaixo): 1. Compressão Direta: Em hemorragias externas, comprima firmemente o local, com gaze ou compressa tipo ZOOBEC, se necessário complementando com novas compressas, nunca retirando os mesmos para checar se o sangramento parou. 2. Torniquete: Considerar o uso de torniquete para as grandes hemorragias que não são controladas, mesmo após a manobra anterior. Para aplicar o torniquete, pode ser utilizado o aparelho de pressão (esfignomanômetro) e obrigatoriamente deve se anotar a hora em que o mesmo foi introduzido. 3. Curativos Hemostáticos: São curativos que provocam a coagulação do sangue, interrompendo a hemorragia, somente podem ser utilizados na presença do médico. Após estancar as hemorragias externas abundantes, inicia-se a avaliação da circulação pelos critérios abaixo: Pele: Avaliar a cor (pálida, corada, cianótica, etc.) e a umidade (seca ou úmida); Mucosa: Avaliar a cor (pálida ou corada); Tempo de Enchimento Capilar (através da compressão do leito ungueal): maior que 2 segundos; menor que 2 segundos ou ausente; Pulso: Frequência (rápido, normal ou lento), amplitude (cheio ou filiforme) e ritmo (rítmico ou arrítmico). Obs. 1: Todo paciente portador de TAQUICARDIA (pulso rápido), PALIDEZ CUTÂNEA e MUCOSA e TAQUIPNEIA (frequência respiratória aumentada) deve ser considerado como portador de CHOQUE! Obs. 2: Nas hemorragias internas, o tratamento definitivo é o cirúrgico. Obs. 3: A reposição volêmica somente é realizada na presença do Suporte Avançado. Estado de Choque O choque hipovolêmico é classificado de acordo com a tabela abaixo: CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 18 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Tabela de perda estimada de sangue em um indivíduo de 70 kg Classe I Classe II Classe III Classe IV Perda sanguínea (ml) Até 750 750 - 1500 1500 - 2000 > 2000 Perda sanguínea (% vol. sanguíneo) Até 15% 15% - 30% 30 - 40% > 40% Frequência de pulso < 100 > 100 > 120 > 140 Pressão arterial Normal Normal Diminuída Diminuída Frequência respiratória 14 - 20 20 - 30 30 - 40 > 40 Estado mental/ SNC Levemente ansioso Moderadamente ansioso Ansioso, confuso Confuso, letárgico Estado de Choque Compensado Compensado Descompensado Descompensado CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 19 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Traumatologia Conceitos Básicos 1- Traumatologia É o estudo das consequências das ações dos agentes traumáticos nas vítimas. Agente traumático é tudo que pode causar uma lesão na vítima. Classificação De acordo com o tipo de agente traumático: Mecânicos, físicos, químicos e psicológicos (que levam às causas anteriores). De acordo com o tipo de lesão que o agente traumático causa na vítima: Então temos: Contusão é uma agressão orgânica causada por um agente externo em que não ocorre perda da integridade da pele. Lembre-se: Toda vez que temos uma contusão, podemos ter lesão interna do corpo. Ferimento, ferida traumática ou trauma aberto é toda agressão causada por um agente externo ou traumático em que existe perda da integridade da pele. Lembre-se: O importante em ferimentos é saber se o agente traumático penetrou ou não em uma cavidade natural do indivíduo. Assim teremos: ferimentos externos (ou superficiais) e penetrantes (ou profundos), e em caso mais graves as lacerações ou avulsões. Fratura é a perda total ou parcial de continuidade de um osso. Lembre-se: Ao socorrermos alguém, devemos sempre nos preocupar com o indivíduo como um todo e não somente com o osso fraturado. Às vezes a fratura é menos importante do que o local que os fragmentos ósseos possam ter atingido. Por exemplo: uma fratura de crânio, de coluna vertebral, de arcos costais, podem levar a lesões de órgãos internos importantes como o cérebro, a medula nervosa e o pulmão ou coração. Entorse e luxação são patologias que atingem a articulação. Na entorse existe perda da relação dos ossos da articulação com a volta espontânea dos mesmos para o lugar, enquanto na luxação os ossos permanecem fora do lugar. Lembre-se: Os locais mais comuns de entorse e luxação são o ombro, o quadril e o tornozelo. Distensões musculares, lesões ligamentares e tendinosas são aquelas que atingem o sistema muscular e seus elementos decorrentes de esforço exagerado ou uso inadequado, ou então se apresentam junto com outros traumas nos politraumatismos. Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 20 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Lesões vasculares são aquelas que atingem as veias e artérias, podendo causar hemorragias internas e externas. Lembre-se: Normalmente na hemorragia arterial o sangue sai vermelho vivo e em jatos intermitentes, e na venosa sai vermelho escuro e continuamente. Posteriormente veremos como tratar as hemorragias. Queimaduras são lesões causadas no corpo por calor, frio, produtos químicos ou radiação, inclusive o sol. Lembre-se: A gravidade de uma queimadura depende da profundidade na pele e principalmente do tamanho da área atingida. Eletrocussão ou choque elétrico são acidentes causados por eletricidade, podendo levar apenas a lesão de pele ou até a parada cardiorrespiratória. 2 - Volemia É o volume sanguíneo total circulante. Embora existam variações individuais, a volemia de um adulto normal corresponde a aproximadamente 7% de seu peso corpóreo. Exemplo: um indivíduo de 70 kg deve ter aproximadamente 5 litros de sangue circulante. Em crianças, a volemia é considerada de 8 a 9% do peso corpóreo (80 a 90 ml/kg). 3 - Hemorragia É a perda aguda do volume sanguíneo. Classificação: a) Segundo a localização: Hemorragia Interna: é a perda aguda de sangue para o meio interno ou cavidade (cavidades do tórax, abdome e pelve, além de fraturas de fêmur e bacia), o que impossibilita a visualização direta, sendo detectada pelos sinais de choque. Hemorragia Externa: é quando o sangue sai dos vasos para o exterior, sendo visível na análise primária. 4 - Choque É uma síndrome clínica cujos sinais e sintomas são consequência de uma inadequada perfusão orgânica e má oxigenação tecidual, decorrente de qualquer disfunção no sistema cardiovascular. Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 21 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Classificação Hipovolêmico, restritivo (pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco), cardiogênico, neurogênico, séptico e anafilático. O choque hipovolêmico ocorre devido à perda de sangue ou outros líquidos corpóreos. O choque cardiogênico ocorre devido a patologias cardíacas.O choque neurogênico ocorre quando existe uma lesão completa da medula vertebral. O choque séptico ocorre em infecções graves e tardiamente. O choque anafilático necessita de um agente agressor que causa uma reação alérgica que culmina com a diminuição da pressão arterial. Observações: Toda vítima de trauma com taquicardia (frequência cardíaca elevada), taquipneia (frequência respiratória elevada), pele fria, úmida e pálida está em choque, até que se prove o contrário. Todo traumatizado em choque está com choque hipovolêmico por sangramento, até que se prove o contrário. Toda vítima de trauma em choque necessita de oxigênio. O aumento da frequência cardíaca e do pulso é o sinal mais precoce de hipovolemia, sendo a queda da pressão arterial sinal tardio. 5 - Queimaduras Introdução Grande parte das queimaduras é de pequena gravidade, ocorrendo em residências e decorrentes de acidentes domésticos. Somente de 3% a 5% dos casos são graves. A pele é o maior órgão do corpo humano e tem várias funções. É a barreira contra perdas de água e calor do corpo. Tem também papel importante na proteção contra infecções. As queimaduras podem ter origem térmica, elétrica, química ou radioativa. Queimaduras Térmicas São causadas pela condução de calor através de líquidos, sólidos e gases aquecidos e calor de chamas. Queimaduras Elétricas São produzidas pelo contato com eletricidade de alta ou baixa voltagem. A lesão é causada pela produção de calor que ocorre à medida que a corrente elétrica atravessa o tecido. Queimaduras Químicas Resultam através do contato de substâncias corrosivas, líquidas ou sólidas, com a pele. Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce Atelie Bia Carvalho Realce CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 22 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Queimaduras por Radiação Resultam da exposição à luz solar ou a fontes nucleares ou radioativas. Conduta em queimaduras: - Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE. - Mantenha as vias aéreas pérvias e estabilize a coluna cervical da vítima. - Verifique os movimentos respiratórios e se necessário inicie manobras de respiração artificial. - Verifique os prováveis sangramentos e/ou parada cardíaca e se necessário controle a hemorragia e inicie massagem cardíaca. - Verifique o estado neurológico e a exposição. - Toda roupa não aderida deve ser removida para interromper o processo de queimadura. - Faça monitorização dos sinais vitais constantemente. - Providencie assim que possível transporte para tratamento definitivo em hospital de referência. Determinar a severidade da lesão: profundidade da queimadura, percentual de superfície corporal queimada (SCQ), localização da queimadura, associação com outras lesões, comprometimento de vias aéreas e estado prévio da vítima. A profundidade da queimadura é importante para avaliar sua gravidade, para planejar o tratamento da ferida e para prever os resultados funcionais e cosméticos finais. Classificação das queimaduras quanto à profundidade Depende das camadas da pele afetadas. As queimaduras são classificadas em primeiro, segundo e terceiro grau. Queimaduras de primeiro grau (ex., queimaduras solares) são caracterizadas por eritema, dor e ausência de bolhas. Não determinam risco de vida. Queimaduras de segundo grau ou queimaduras de espessura parcial são caracterizadas pela aparência vermelha ou mosqueada e pela presença de edema e bolhas. A superfície pode apresentar-se com aparência “lacrimejante” ou úmida, causando dor intensa. Queimaduras de terceiro grau ou de espessura total costumam ser escuras e ter aparência de couro. A pele pode apresentar-se translúcida, mosqueada ou esbranquiçada, com aspecto de cera. A superfície é indolor e seca. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 23 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Classificação das Queimaduras quanto à Profundidade Profundidade Aparência Textura da Pele Enchimento Capilar Dor Cura Epiderme Superficial Eritema Normal Sim Sim Sim Derme Superficial Eritema com bolhas Edema Sim Sim Mínima Derme Profunda Rósea ou Branca Espessa Variável Não Densa Toda a Derme Branca/negra/marrom Espessa Não Não Não 1º grau 2º grau 3º grau Extensão da Lesão É estimada pelo resgatista como porcentagem de superfície corporal queimada. Os dois métodos mais utilizados são a regra dos nove e da palma. a. Regra da Palma A palma da mão da vítima, não incluindo os dedos, representa aproximadamente 1% da superfície corporal (SC). Assim, o resgatista pode estimar a extensão de uma queimadura calculando o número de palmas. b. Regra dos Nove É uma regra prática e útil para determinar a extensão da queimadura. O corpo de um adulto é dividido em regiões anatômicas que representam 9%, ou múltiplos de 9%, da superfície corpórea total. Assim sendo, a cabeça representa 9%, membros superiores 9% cada um deles, membros inferiores 18% cada um deles e tronco 36% em sua face anterior e posterior. A área de superfície corpórea da criança é consideravelmente diferente daquela do adulto. 6 - Choque Elétrico As queimaduras elétricas frequentemente são mais graves do que parecem à inspeção externa. O corpo humano serve como um condutor da energia elétrica e o calor gerado resulta em lesão térmica dos tecidos. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 24 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL O choque elétrico pode provocar: - Parada cardiorrespiratória - Queimaduras, indicando ponto de entrada e saída da corrente elétrica - Traumas associados Sinais e Sintomas: - Distúrbios da visão - Zumbidos - Parada respiratória - Lesão muscular que causa mioglobinúria (lesão muscular), levando a insuficiência renal - Lesões nos ossos e nas articulações decorrentes da violenta contração muscular - Arritmia cardíaca - Convulsões Conduta no Choque Elétrico - Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE. - Afaste a vítima da fonte de eletricidade, utilizando equipamentos (EPI) que não sejam condutores de corrente elétricas. - Mantenha as vias aéreas pérvias e estabilize a coluna cervical da vítima. - Verifique os movimentos respiratórios e se necessário inicie manobras de respiração artificial. - Verifique os prováveis sangramentos e/ou parada cardíaca e se necessário controle a hemorragia e inicie massagem cardíaca. - Verifique o estado neurológico e a exposição. - Faça monitorização dos sinais vitais constantemente. - Providencie assim que possível transporte para tratamento definitivo em hospital de referência. Observações “Não se exponha ao perigo.” Tente primeiro desligar a fonte de energia. Na dúvida, aguarde uma equipe técnica, para evitar acidentes com eletricidade. Se não for possível e for seguro, use um cabo seco de madeira para separar a vítima do fio energizado. Se a vítima estiver no interior de um veículo, peça para a mesma ficar no seu interior, até que a companhia de eletricidadepossa desenergizar os fios do local. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 25 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Se houver risco iminente de incêndio ou explosões, oriente a vítima a pular do veículo para a terra sem fechar o circuito com o solo. Sempre considerar a vítima de choque elétrico como grave, mesmo que não haja sinais externos que indiquem isto. 7 - Ferimentos São classificados de acordo com a sua extensão, tipo e complicações. Classificação dos Ferimentos Ferimento Incisivo: Bordas regulares e o comprimento prevalecem sobre a profundidade. Exemplo: navalhas, bisturis, lâminas de metal e vidro. Ferimento Cortocontuso: Varia com o agente causador, podendo apresentar bordas irregulares, edema e hematoma. Ferimentos Perfurantes: São superficiais ou profundos, transfixantes ou não, sua gravidade varia de acordo com a profundidade e o órgão atingido. Ferimentos Perfurocontusos: Causados geralmente por projéteis de armas de fogo, existindo área de contusão com orifício de entrada e de saída, sendo este último maior que o primeiro, contendo fragmentos orgânicos e do projétil. Avaliação dos Ferimentos: O resgatista deve ser capaz de avaliar o tipo de ferimento e classificá-lo. Limpar cuidadosamente o ferimento com solução fisiológica 0,9%. Realizar curativo. Caso haja hemorragia, usar método de hemostasia mais adequado para o ferimento. Observação Ferimentos causados por objetos transfixantes que ficaram empalados, realizar curativos objetivando mantê-lo fixo. Ferimentos em Tecidos Moles Procedimentos 1- Verificar o mecanismo de lesão. 2- Identificar lesões que ameaçam a vida. 3- Verificar a localização do ferimento, sugerindo lesões internas de órgãos, com ou sem hemorragia. 4- Expor o ferimento sem piorá-lo. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 26 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 5- Identificar se houve ruptura da integridade da pele. 6- Avaliar a função neurovascular distal ao ferimento (pulso, motricidade e sensibilidade distal ao ferimento). 7- Identificar se o ferimento é penetrante, não remover objeto empalado; somente retirar corpos estranhos soltos e que não ofereçam maiores riscos na remoção. 8- Se houver resíduos, lavar ferimento com solução fisiológica a 0,9%. 9- Cobrir o ferimento com gaze, fixando-a com fitas adesivas, ataduras ou bandagens. 10- Em hemorragias, realizar curativos compressivos e proceder às condutas específicas. Os ferimentos deverão ser tratados durante a análise secundária, exceto aqueles acompanhados por grandes hemorragias. Técnica de imobilização de ferimento com objeto empalado Ferimentos na Cabeça e na Face Procedimentos 1- Verificar a permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical alinhada numa posição neutra. 2- Aplicar curativo sem exercer forte pressão. 3- Utilizar para o curativo a bandagem triangular ou atadura de crepe. 4- Não retirar objetos empalados ou transfixantes. 5- Estabilizar o objeto com auxílio de gaze, atadura e bandagem. 6- Nos ferimentos com fratura de mandíbula, utilizar a cânula orofaríngea ou de Guedel nas vítimas inconscientes, para manter a via aérea pérvia. 7- Estar atento aos sinais e sintomas de traumatismo craniano. Observações Ferimentos de face associados à fratura são graves e frequentemente necessitam de manobras mais avançadas para a manutenção das vias aéreas (cricostomia). Identificando tal fato, contate o CCO e solicite a presença do Suporte Avançado local. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 27 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Mantenha a coluna cervical imóvel durante os procedimentos, pois é frequente a possibilidade de existirem lesões de coluna cervical nas vítimas com ferimento de cabeça e face. Crianças com ferimentos extensos de couro cabeludo frequentemente apresentam queda de PA por perda sanguínea, haja vista a rica irrigação sanguínea do couro cabeludo. Ferimentos nos Olhos Procedimentos 1- Não retirar nenhum corpo estranho do olho. 2- Aplicar atadura oclusiva em ambos os olhos, para limitar os movimentos. 3- Não fazer pressão sobre o globo ocular. 4- Não tentar recolocar o globo ocular protuso no lugar. 5- Em queimaduras químicas, seja por substância básica ou ácida, irrigar com soro fisiológico a 0.9% durante 10 minutos. Fazer a irrigação do centro para o canto externo do olho. 6- Fazer a irrigação continuamente durante o transporte ao hospital-referência. Observações Retirar lentes de contato. Em queimaduras químicas, identificar nome do produto e se possível levar o recipiente para o hospital. Ferimentos no Nariz Ferimentos Traumáticos 1- Manter as vias aéreas pérvias. 2- Observar se há saída de sangue (rinorragia). 3- Em sangramentos, pinçar, com o dedo indicador e o polegar, as narinas na sua parte cartilaginosa durante cinco minutos. 4- Se persistir o sangramento, exercer novamente a pressão com os dedos. 5- Transportar a vítima em prancha, com o decúbito elevado para evitar broncoaspiração de sangue. Hemorragia Espontânea 1- Manter as vias aéreas pérvias. 2- Manter a vítima calma e sentada, fora da exposição solar. 3- Orientá-la para que respire pela boca, não forçando a passagem de ar pelas narinas e também para não deglutir sangue. 4- Pinçar, com os dedos indicadores e o polegar, as narinas na sua parte cartilaginosa durante cinco minutos. 5- Se persistir o sangramento, exercer novamente a pressão com os dedos e transportar a vítima semissentada. Observação Nos casos de trauma, não obstruir a saída de sangue pelo nariz. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 28 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Ferimentos no Pescoço Procedimentos 1- Verificar o mecanismo de lesão. 2- Identificar lesões que ameaçam a vida. 3- Verificar constantemente a permeabilidade de vias aéreas. 4- Nos ferimentos que comprometam as vias aéreas, ministrar oxigênio por máscara, transportar em decúbito elevado. 5- Não remover objeto transfixado, imobilizá-lo para evitar movimentação. 6- Estar atento aos sinais de lesão de laringe e traqueia por traumatismo fechado (enfisema subcutâneo ou rouquidão, ou dor, ou estridor laríngeo). 7- Em vítimas de trauma, manter a coluna alinhada numa posição neutra, mesmo não sendo possível utilizar o colar cervical. Ferimentos que Comprometam Vasos Sanguíneos a) Ferimentos com hemorragia de origem arterial - São identificados por serem de cor vermelho-vivo e “em jato”. - Fazer compressão manual direta sobre a artéria com uma gaze ou compressa limpa e mantê-la até chegar ao hospital-referência. - Solicitar a presença do Suporte Avançado. b) Ferimentos com hemorragia de origem venosa - São identificados por serem de cor vermelho-escuro. - Fazer compressão manual do ferimento com curativo de gaze oclusiva. Observações Grandes ferimentos arteriais ou venosos (artéria carótida, veia jugular) são preocupantes, pois, se não comprimidos e cessados pelo resgatista, levarão rapidamente à deterioração dos sinais vitais e a queda da pressão arterial, culminando não raramente com CHOQUE. Ferimentos em regiãocervical frequentemente levam ao comprometimento de via aérea. Amputação e/ou Avulsão Procedimentos 1- Conter hemorragia empregando técnicas específicas. 2- Prevenir o choque hemodinâmico. 3- Localizar o segmento amputado desde que não retarde remoção da vítima. 4- Conduzir o segmento amputado juntamente com a vítima. 5- Envolvê-lo com plástico protetor esterilizado. 6- Colocá-lo em um recipiente com gelo, se possível. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 29 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Considerar a possibilidade da ocorrência de choque hemodinâmico nas grandes amputações e/ou avulsões. Não colocar o segmento amputado em contato direto com gelo, água ou outra substância. Caso haja grande perda de sangue ou sinal de choque hemodinâmico, priorizar o atendimento e remoção da vítima ao hospital de referência, evitando perder tempo na procura de segmento e/ou membro amputado. Ferimentos Penetrantes no Tórax 1. Reconhecimento - dor no local - respiração dificultosa - presença de ferimento no tórax - saída de ar através do tórax (ferida soprante) - saída de sangue borbulhando pelo ferimento - tosse com secreção sanguinolenta - desvio de traqueia - enfisema subcutâneo (presença de ar no subcutâneo) Procedimentos Gerais 1. Controlar hemorragia. 2. Pedir para a vítima expulsar todo o ar dos pulmões (expiração forçada). 3. Aplicar no ferimento um curativo oclusivo de formato quadrado (utilizar o plástico protetor de evisceração), vedando suas bordas em 3 pontas com esparadrapo. 4. Monitorar constantemente pressão arterial, frequências respiratória e cardíaca, coloração de mucosas. 5. Manter a vítima com máscara de oxigênio (12 a 15 litros/min). 6. Estar atento aos sinais e sintomas de choque (taquicardia, taquipneia e palidez cutânea e mucosa). Evisceração 1 - Cobrir vísceras expostas com plástico esterilizado (utilizar protetor de evisceração) ou com compressas de gaze algodoadas estéreis (“Zoobec”), umedecidas em soro fisiológico. 2 - Proteger o local com curativo oclusivo. 3 - Estar atento aos sinais e sintomas de choque hemodinâmico. 4 - Estar preparado para a ocorrência de vômitos. 5 - Nunca tentar recolocar as vísceras no interior do abdômen. Observações Não introduzir compressas de gaze nas vísceras. Abrir o frasco de soro fisiológico para umedecer a compressa apenas no momento da utilização. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 30 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 8 - Curativos A pele é um órgão que tem como função proteger as estruturas internas do nosso corpo, manter a temperatura corpórea e proteção contra infecções. Quando a pele é rompida, se faz necessário criar uma camada artificial e temporária até que as células se encarreguem de recompor os tecidos lesados. Um bom curativo é aquele que: - Mantém a umidade da pele, portanto é necessário sempre regar a ferida com soro fisiológico. - Mantém a temperatura corpórea, por isso sempre que possível devemos usar solução morna. - Protege a ferida contra infecções, permitindo que os poros respirem. Por isso não devemos pressionar muito ao ocluir um ferimento. A solução escolhida deve limpar e não agredir o tecido. A solução mais utilizada é a água corrente, sabonete neutro para limpeza e soro fisiológico após a primeira limpeza e nas trocas do curativo. Existem vários tipos de curativos: ácidos graxos essenciais, curativos hidrocoloides, papaína, curativo com açúcar etc. No trauma, basicamente utilizaremos quatro tipos principais: Curativo oclusivo: ocluir o ferimento para proteger do meio externo, devemos sempre umedecer a primeira gaze ao entrar em contato com a ferida. Curativo compressivo: comprimir temporariamente uma lesão com a finalidade de conter um sangramento. Curativo de três pontas: utilizado em ferimentos soprantes no tórax, utiliza um plástico estéril com três lados do quadrado do plástico presos para um lado solto; o ar deverá sair durante a expiração e não entrar durante a inspiração, realizando um mecanismo de válvula e impedindo que a pressão dentro do tórax se torne positiva. Curativos em objetos empalados: o objetivo é manter o objeto imóvel, impedindo que este cause maiores lesões. Utilize compressa ou gaze, esparadrapo e, se necessário, ataduras para imobilizar o objeto. Em queimados, utilize gaze umidificada, se houver roupas grudadas nas feridas não retire. Você deve umedecê-las com solução fisiológica para que soltem sozinhas, ou aguardar que sejam retiradas no hospital. Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) São classificados como TCE todos os traumatismos que atingem o crânio e o seu conteúdo (encéfalo, cerebelo, meninges, líquor e vasos sanguíneos). Podem ser divididos conforme a tabela abaixo: CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 31 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Mecanismo Fechado Alta velocidade (colisão de veículos) Baixa velocidade (quedas e agressões) Penetrante Ferimentos por projétil de arma de fogo Outras lesões penetrantes Gravidade Leve Glasgow = 14 - 15 Moderada Glasgow = 09 - 13 Grave Glasgow = 03 - 08 Morfologia Fraturas de crânio De calota Linear vs. estrelada Com ou sem afundamento Exposta ou fechada Basilares Com ou sem perda de líquor Com ou sem paralisia Lesões intracranianas Focais Epidural Subdural Intracerebral Difusas Concussão leve Concussão clássica Lesão axional difusa Adaptado de Valadka, A. B.; Narayan, R. K.: Emergency room management of the head injured patient. McGraw-Hill, 1996, pag. 120. Noções de Fisiologia As estruturas existentes dentro do crânio exercem uma pressão interna, denominada Pressão Intracraniana (PIC). A Pressão Intracraniana normal em repouso é de 10 mmHg. Quanto maior a PIC após um trauma, pior será a evolução da vítima. Doutrina de Monro-Kellie Refere-se à dinâmica da pressão intracraniana. Uma PIC normal não exclui necessariamente uma lesão de massa. Quando uma massa está em expansão, por mecanismo reflexo saem da caixa craniana sangue venoso e líquor para manter a PIC constante. Entretanto, quando esses mecanismos de compensação são esgotados, ocorre um aumento exponencial da PIC, mesmo para um pequeno aumento no volume do hematoma. Observação: Não é necessária a presença de um ferimento externo para que a vítima apresente traumatismo craniano, às vezes somente o mecanismo de aceleração e desaceleração bruscas é suficiente para causar sérios danos ao cérebro. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 32 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Sempre considerar que a vítima seja portadora de trauma grave, pois há relatos não raros de traumas cranianos em pacientes conscientes que recebem alta hospitalar e falecem horas mais tarde (Hematomas extradurais). Avaliação Pré-hospitalar Fraturas de Crânio Podem ser identificadas na calota ou na base do crânio, podendo ser lineares ou estreladas, abertas ou fechadas. Para identificar uma fratura de base de crânio, se faz necessário o uso de tomografia computadorizada. A presença de sinais clínicos de fratura de basede crânio aumenta a suspeita e ajuda a sua identificação. - Equimose Periorbital (olhos de guaxinim) - Equimose Retroauricular (sinal de Battle) - Fístula Liquórica (perda de líquor pelo nariz ou ouvido) - Paralisia do VII par craniano (paralisia facial) A importância da fratura de crânio não deve e não pode ser subestimada, pois, para que ela ocorra, é necessária a aplicação de força considerável. Fratura de Lefort Caracterizada por trauma frontal, é uma fratura que atinge os ossos frontal e nasal, normalmente encontrada em mecanismos de colisão frontal (trajetória superior). Devemos atentar sempre a respeito do mecanismo de trauma e da cinemática do trauma. Identificando o sinal “olho-de-boi” no para-brisa de um veículo envolvido, sugerem-se graves lesões cranianas e devemos pesquisar tal clínica. Traumatismo crânio encefálico (TCE) - Verificar o mecanismo de lesão. - Perguntar à vítima consciente se está com cefaleia (dor de cabeça), tontura e/ou náusea. - Palpar toda calota craniana à procura de deformidades ou grandes ferimentos. - Verificar presença de hematoma nas pálpebras e atrás das orelhas. - Verificar se houve perda de consciência e amnésia, anotar duração do episódio. - Verificar tamanho e reatividade à luz das pupilas. - Observar desigualdade de tamanho e/ou formato das pupilas (anisocoria e/ou discorias). - Verificar deficiência de sensibilidade e/ou movimentos em algum segmento do corpo. - Verificar alterações do padrão respiratório. - Observar presença de vômitos. Conduta no TCE Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE. A: Vias aéreas e colar cervical. Verificar permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical alinhada em uma posição neutra, com o colar cervical. Nas vítimas CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 33 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL inconscientes, aplicar a cânula orofaríngea (Guedel). Aspirar secreções da cavidade oral e ministrar oxigênio 12 a 15 litros/min. B: Ventilação. C: Circulação. Proteger os ferimentos com gaze, fixando com bandagem triangular ou atadura de crepe, sem exercer pressão excessiva. Não obstruir saída de sangue e/ou líquor dos ouvidos e nariz. D: Avaliação Neurológica. Avaliar nível de consciência (escala de coma de Glasgow). Palpar à procura de edemas, sangramentos ou crepitações. Procurar por sinais de fratura de base de crânio. Procurar por otorragia e epistaxe. Questionar sobre episódios de vômitos, tontura e desmaios. Monitorar a cada 5 minutos os sinais vitais e continuamente o nível de consciência (escala de coma de Glasgow). E: Prevenir hipotermia com cobertor ou manta aluminizada. Observações: Considerar toda vítima portadora de traumatismo craniano como portadora de trauma de coluna cervical associado. Durante a avaliação, evitar manobras que possam agravar possível lesão cervical. O resgatista deve estar atento para a ocorrência de vômitos da vítima e evitar que ocorra broncoaspiração piorando o prognóstico, mudando rapidamente o decúbito dorsal para o lateral (protegendo a coluna cervical), e para uma eventual parada respiratória ou cardiorrespiratória. Trauma Raquimedular Um trauma de coluna vertebral pode levar a sequela irreversível se o trauma atingir a medula nervosa, por isso devemos sempre suspeitar de lesão na coluna. Lesões acima da clavícula são sugestivas de lesão de coluna cervical. Desde que a coluna vertebral esteja devidamente imobilizada e protegida, podem-se investigar outros traumas e patologias clínicas sem riscos para a vítima. Avaliação Pré-hospitalar - Verificar o mecanismo de lesão, associando o tipo de acidente com a suspeita de lesão. - Observar presença de dor no pescoço ou ao longo da coluna torácica e lombar, bem como “formigamentos” (parestesias) em membros ou perda de sensibilidade ou força motora. - Palpar suavemente a coluna, procurando alguma deformidade, edema e/ou crepitação. - Verificar se há perda ou diminuição da sensibilidade e/ou movimentação dos membros, avaliando-os simetricamente. - Observar presença de priapismo (ereção peniana mantida). - Observar perda do controle dos esfíncteres (eliminação involuntária de urina e/ou fezes). - Observar o padrão respiratório. Pedir à vítima que faça uma inspiração profunda; caso não consiga, sugere-se lesão de coluna. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 34 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Conduta no Trauma Raquimedular Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE. A: Manter a permeabilidade das vias aéreas superiores, mantendo a coluna cervical imóvel e alinhada numa posição neutra, aplicar o colar cervical e imobilizadores laterais. B: Verificar se há desvio de traqueia ou se os vasos do pescoço estão distendidos. Ministrar oxigênio de 12 a 15 litros/min. C: Verificar pulso e perfusão periférica. D: Verificar nível de consciência. E: Cuidados com hipotermia. Observações: Monitorar sinais vitais e nível de consciência. Em vítimas que estejam sentadas, aplicar o “KED” antes de movimentá-las. Em vítimas que estejam deitadas, aplicar a prancha longa antes de movimentá-las. Transportar sem movimentação excessiva, mantendo a vítima calma e aquecida. Estar preparado para a ocorrência de vômitos, fixando bem a vítima na prancha para o caso de giro lateral, evitando broncoaspiração. Verificar o mecanismo do trauma, lembrando que a lesão óssea isolada pode não produzir sintomas neurológicos (lesão neurológica). Vítimas com lesões da medula cervical baixa ou torácica alta podem desenvolver quadro de hipotensão sem que ocorra taquicardia reflexa, pois as fibras cardioaceleradoras se originam ao nível da segunda vértebra torácica, e também hipoventilação por paralisia dos músculos intercostais. Considerar que toda vítima de trauma é portadora de lesão de coluna. A incapacidade de perceber estímulos dolorosos pode mascarar lesões potencialmente graves em outras partes do corpo (trauma abdominal). Trauma Torácico Ao mesmo tempo em que os traumas de tórax são responsáveis por cerca de 10% dos óbitos dos acidentes, sabemos que muitos deles poderiam ser evitados com procedimentos simples. Avaliação Pré-hospitalar - Verificar o mecanismo de lesão. - Se a respiração está alterada: difícil, assimétrica ou paradoxal (depressão à inspiração e protusão na expiração). - A presença de dor local associada ou não à respiração. - Se há deformidade na parede torácica, principalmente devido a fraturas de costelas, se há crepitação durante a palpação. - A presença de hematomas, ferimentos, enfisema subcutâneo cervical e/ou torácico. - Observar se há desvio de traqueia ou estase jugular (distensão das veias jugulares). - Presença de tosse com sangue, cianose, sinais ou sintomas de choque hemodinâmico. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 35 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Conduta no Trauma Torácico Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE A: Manter as vias aéreas pérvias e a coluna imobilizada. Em vítimas inconscientes, aplicar a cânula orofaríngea (Guedel). B: Ministrar oxigênio de 12 a 15 litros/min. Nos ferimentos penetrantes de tórax, aplicar o curativo de três pontas; se for provocado por arma branca e ainda estiver penetrado, NÃO REMOVER! Ventilar a vítima com o ressuscitador manual (AMBU)se a frequência respiratória for ausente ou menor que oito em adultos e menores que doze em crianças. C: Controlar hemorragias e ocluir ferimentos sangrantes. D: Verificar nível de consciência. E: Cuidados com hipotermia. Observações: Monitorar sinais vitais a cada cinco minutos. Transportar a vítima na posição mais adequada, geralmente em decúbito lateral contrário ao lado comprometido; se houver comprometimento dos dois lados, elevar a cabeça da vítima, elevando a prancha longa em 30 cm ou 15 graus. Estar atento aos sinais e sintomas de choque hemodinâmico. Trauma Abdominal Podem ocorrer hemorragias internas importantes sem que haja lesões evidentes na parede abdominal e, já na análise primária, podem-se encontrar alterações que sugiram trauma de víscera maciça. Volumes importantes de sangue podem estar dentro da cavidade abdominal, sem que se modifiquem os aspectos externos do abdome. Toda vez que se tem trauma de tronco, quer seja por desaceleração brusca, impacto direto ou ferimentos penetrantes no abdome, deve-se pensar em lesões vasculares ou viscerais. Avaliação Pré-hospitalar - Verificar o mecanismo de lesão. - Vítima queixa-se de dor abdominal. - Presença de ferimento penetrante ou não, hematomas ou equimoses em quadrantes abdominais. - Presença de sinais e sintomas de choque hemodinâmico. - Pesquisar dor abdominal à palpação superficial dos quatro quadrantes abdominais. - Presença de tensão abdominal e/ou distensão à palpação (defesa e dor). - Ocorrência de vômitos. Conduta no Trauma Abdominal Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE A: Verificar a permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical numa posição neutra, utilizando o colar cervical e imobilizadores laterais. Na ocorrência de vômitos, CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 36 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL aspirar secreções e imobilizar a vítima na prancha longa, de modo que seja possível virá- la lateralmente, evitando a broncoaspiração. B: Ministrar oxigênio de 12 a 15 litros/min. C: Controlar hemorragias importantes. Estabilizar objetos empalados fixando-os com gaze, atadura ou bandagem. NÃO RETIRAR O CORPO ESTRANHO. D: Verificar nível de consciência. E: Cuidados com hipotermia. Observações: Se não houver vômitos ou sinais de choque hemodinâmico, transportar a vítima em decúbito dorsal horizontal, com os membros inferiores elevados em 30 cm ou 15 graus, apoiados sobre um cobertor (exceto se houver suspeita de fraturas). Monitorar sinais vitais, perfusão capilar a cada 5 minutos durante o transporte. Fraturas pélvicas e lesões associadas O anel pélvico é constituído pelo sacro e pelos ossos inominados (ílio, ísquio e púbis), junto com um grande número de estruturas ligamentares. A identificação de fraturas pélvicas sugere que a vítima foi sujeita à ação de forças de grande intensidade. Associam-se frequentemente a lesões viscerais intra e retroperitoneais e a lesões vasculares. A fratura pélvica pode ser responsável por hemorragias ocultas e abundantes, vindas dos músculos e veias da região, e que podem levar a choque hipovolêmico. A instabilidade mecânica do anel pélvico pode ser testada manualmente, no entanto, o teste deve ser realizado apenas uma vez durante o exame físico, podendo ser repetido em destamponamento de vasos ocluídos por coágulos e hemorragia fatal. Após a análise primária e em se constatando a estabilidade da vítima, podem ser feitas manobras simples para estabilizar a fratura e diminuir o diâmetro do arco pélvico que se encontra aumentado. Dentre estas técnicas temos o enfaixamento da pelve por uma atadura, de modo a causar uma rotação interna dos membros inferiores, colocação do KED invertido na pelve ou, em vítimas hemodinamicamente estáveis, a colocação de imobilização por cinco talas. Trauma em Gestantes A existência de gravidez deve ser considerada no atendimento de qualquer moça ou mulher entre 10 e 50 anos. Alterações anatômicas e fisiológicas da gravidez a) Anatômicas - Aumento do tamanho do útero: - até 3 meses de gestação: o útero permanece na região pélvica - aos 5 meses de gestação: o útero está na altura da cicatriz umbilical - aos 9 meses de gestação: o útero está na altura do rebordo costal - Diminuição da espessura do útero. - Formação da placenta, que possui grande quantidade de sangue circulante. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 37 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL - Com todas essas mudanças, o útero torna-se mais suscetível às lesões, incluindo penetração de corpos estranhos, ruptura, descolamento prematuro de placenta, ruptura da bolsa amniótica em decorrência de um trauma. - O baço, o fígado e as alças intestinais têm sua posição anatômica alterada, ficando situados mais cranialmente que o habitual. b) Hemodinâmicas - O volume plasmático aumenta progressivamente durante a gestação, no entanto o aumento do volume das células vermelhas é proporcionalmente menor, o que resulta em diminuição do hematócrito (anemia fisiológica da gravidez). - O débito cardíaco aumenta cerca de 1 a 1,5 litros/min. - A frequência cardíaca aumenta gradualmente de 10 a 15 b.p.m durante a gravidez. - A pressão arterial, tanto a sistólica quanto a diastólica, a partir do segundo trimestre diminui cerca de 5 a 15 mmHg. c) Respiratórias - O volume minuto aumenta principalmente como resultado do aumento do volume corrente, provavelmente devido ao aumento de progesterona, por esta razão a hipocapnia (PCO2 menor ou igual 30 mmHg) é comum no final da gravidez. - O consumo de oxigênio aumenta durante toda a gravidez. Razão pela qual a manutenção de uma oxigenação adequada é importante na reanimação da gestante traumatizada. Conduta no Trauma em Gestantes Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE A: Verificar a permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical numa posição neutra, utilizando o colar cervical e imobilizadores laterais. Na ocorrência de vômitos, aspirar secreções e imobilizar a vítima na prancha longa, de modo que seja possível virá- la lateralmente, evitando a broncoaspiração. B: Administrar oxigênio de 12 a 15 litros/min. C: Prevenir choque hemodinâmico, usando técnicas hemostáticas em ferimentos com sangramento externo. D: Verificar nível de consciência. E: Cuidados com hipotermia. Observações: Fazer a análise secundária, tratando as lesões encontradas de acordo com os respectivos procedimentos operacionais. Observar se há contrações uterinas sugerindo trabalho de parto prematuro. Observar se há sangramento vaginal que podem sugerir: descolamento prematuro de placenta ou ruptura uterina, e saída de líquido amniótico que indica “amniorrexis” prematura. O resgatista que atende uma mulher grávida vítima de traumatismo deve lembrar que está atendendo dois doentes, no entanto as prioridades do atendimento inicial CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 38 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL adotadas para uma mulher grávida são as mesmas aplicadas à doente não grávida. O melhor tratamento inicial para o feto, além de sua avaliação precoce, é a adoção das melhores medidas de reanimação para a mãe. Durante uma hemorragia materna em gestantes saudáveis, pode-se perder de 1.200 a 1.500 ml de seu volume sanguíneo, antes que ocorramsinais e sintomas de choque, entretanto esta perda sanguínea pode resultar em sofrimento fetal. A gestante no último trimestre de gravidez, com análise primária normal, deve ser removida em decúbito lateral esquerdo, pois, devido ao grande volume do útero, que comprime a veia cava, o retorno venoso pode causar hipotensão e choque. Traumatismo músculo esquelético O esqueleto humano é o conjunto de todos os ossos e articulações do corpo. Tem quatro funções básicas: sustentação, movimentação, proteção e produção de células sanguíneas (hematopoiese). O trauma musculoesquelético significa que a vítima foi submetida a forças externas muito fortes que podem causar: - Fraturas nos ossos; - Entorses e luxações nas articulações; - Esmagamentos musculares com liberação de substâncias no sangue (as mioglobinas) que podem levar a insuficiência renal; - Edemas em compartimentos musculofasciais (síndrome compartimental) que, se não diagnosticada e tratada, evolui para disfunção ou perda total da função do membro afetado; - Embolias gordurosas, uma complicação de fraturas em ossos longos, podendo evoluir para insuficiência pulmonar e comprometimento da função cerebral. Fraturas Fratura é uma solução de continuidade de um osso ou, mais simplesmente, a perda, total ou parcial, da continuidade de um osso. Classificação: Existem três tipos básicos: por stress, por doença ou por trauma. Na classificação por trauma, existem inúmeros tipos de fraturas, classificadas de acordo com vários parâmetros, como mostra a tabela a seguir: Classificação de fraturas traumáticas De acordo com o Mecanismo de Produção Diretas Indiretas Por Torção Por Tração Por Flexão De acordo com a Forma Geométrica Transversais CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 39 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Oblíquas Espirais Cominutivas Pela Localização no Osso Diafisárias Epifisárias Intra-Articular Extra-Articular Pela coexistência ou não de comunicação com meio externo Aberta ou Exposta Fechada De acordo com a Relação entre os Fragmentos Ósseos Parcial (Fissura) Total Com desvio Sem desvio Pela Gravidade Simples Complicada Especiais Em Galho Verde Mistas Combinação das Anteriores Avaliação Pré-hospitalar - Pesquisar os seguintes itens: - dor local: que pode ser profunda ou localizada, e aumenta com os movimentos ou pressão; - incapacidade funcional: a pessoa tem impossibilidade e/ou dificuldade de efetuar movimentos na parte afetada; - deformação ou inchaço: ocorre devido ao deslocamento das seções dos ossos fraturados ou acúmulo de plasma ou sangue no local da lesão; - mobilidade anormal: percebe-se na parte do corpo onde inexiste uma articulação. Pode-se notar devido à posição ou movimento anormal da parte afetada; - crepitação óssea: é a sensação tátil produzida pelo atrito entre seções ósseas fraturadas. Conduta nas Fraturas Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE Ao avaliar uma fratura, é obrigatório que se tenha visto os tópicos da análise primária e constatado que a vítima esteja estável. A: Verificar a permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical numa posição neutra, utilizando o colar cervical e imobilizadores laterais. B: Administrar oxigênio de 12 a 15 litros/min. C: Prevenir choque hemodinâmico, usando técnicas hemostáticas em ferimentos com sangramento externo. D: Verificar nível de consciência. E: Cuidados com hipotermia. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 40 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Fundamentos em imobilizações A imobilização provisória é o socorro mais indicado no tratamento de fraturas ou suspeitas de fraturas. Imobilize sempre o membro afetado, uma articulação acima e uma articulação abaixo da fratura. Verifique o pulso distal e perfusão capilar antes e após a imobilização. Se não encontrar perfusão e nem pulso distal antes da imobilização, tente um pequeno alinhamento ou tração, através de uma única tentativa suave e contínua, no intuito de liberar a artéria que está sendo “pinçada” (liberando o fluxo sanguíneo), imobilizando posteriormente do jeito em que se encontra; suspenda as manobras se ocorrer piora importante da dor. Se o pulso e a perfusão deixarem de ser perceptíveis após a imobilização, refaça a mesma, pois a faixa provavelmente estará servindo como torniquete ou garrote. No caso de fraturas em articulações e luxação, sempre imobilize do jeito em que se encontra, evitando o agravamento da lesão. Em fraturas expostas: - estanque as hemorragias; - previna a contaminação, mantendo o ferimento coberto com gaze ou pano limpo, se possível embebido em soro fisiológico 0,9%; - não recoloque o osso no interior da ferida traumática; - imobilize na posição em que se encontra, salvo na ausência de pulso e perfusão. Lembre-se! Em todos os casos de fratura, imobilize sempre uma articulação acima e outra abaixo, verificando-se pulso distal e perfusão capilar antes e após a imobilização. Observações: O objetivo da imobilização da fratura é o realinhamento da extremidade lesada em uma posição o mais próxima possível da anatômica e a prevenção da movimentação excessiva do foco da fratura. A aplicação correta da tala ajuda a controlar a perda sanguínea, reduz a dor e evita o agravamento das lesões de partes moles. Não se deve reduzir fraturas expostas. Entorses, luxações, lesões tendinosas e ligamentares, lesões musculares As definições já foram descritas anteriormente. As condutas devem seguir o mesmo processo descrito para as fraturas, sendo que se deve sempre fazer a imobilização sem mobilizar a lesão. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 41 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Imobilizações de acordo com o segmento corpóreo Ombro e Clavícula Utilize como tala o próprio corpo da vítima. Fixe o braço no tronco com um pedaço de tecido (bandagem triangular), sob a forma de tipoia. Pode-se também fazer uma fixação com faixa de crepe do braço na face lateral do tórax e uma segunda fixação do antebraço na região anterior do tórax, deixando apenas a mão livre (imobilização de Velpeau). Costelas e Esterno São fraturas graves, por causarem enorme dificuldade respiratória e geralmente têm trauma cardíaco associado, devido à enorme energia cinética aplicada no local. Para a imobilização, pode-se utilizar uma bandagem triangular para limitar os movimentos do ombro e clavícula, melhorando a dor. Braço (Úmero) Utilize os mesmos métodos de imobilização para ombro e clavícula, podendo ser aplicada tala moldável, fixando-a com atadura tipo crepe. Antebraço e Punho Utilize tala moldável fixada com atadura tipo crepe. Não se esqueça: no caso de fraturas devem-se imobilizar as articulações proximal e distal ao foco de fratura. Utilize uma atadura para improvisar uma tipoia, para que o braço não fique abaixado, aumentando o edema e a dor do membro afetado. Fêmur O fêmur deve ser imobilizado com talas longas que se estendam do quadril até além do pé, ou, até mesmo, utilizando-se da perna sadia como tala. Neste caso, antes de amarrar uma perna à outra, acolchoe-a e utilize atadura tipo crepe, tomando cuidado para não garrotearo membro. Pode ser utilizada a imobilização com cinco talas para imobilizar o fêmur em vítimas estáveis. Joelho O joelho pode estar estendido ou flexionado. Se flexionado, apoie-o sobre travesseiros e utilize talas com atadura tipo crepe, imobilizando-o na posição encontrada. Se estendido, imobilize-o como no caso do fêmur. É importante lembrar de jamais tentar corrigir uma lesão, por ser um procedimento de risco para a vítima. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 42 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Perna, pé e tornozelo Para imobilizar a tíbia e a fíbula, utilize tala moldável na região posterior do membro lesionado, que se estenda da coxa até além dos pés e fixada com faixas de crepe. Fixe bem as duas articulações (joelho e tornozelo), executando a amarração em “oito”. Para imobilizar o pé e o tornozelo, use o mesmo método descrito acima. Coluna e pelve Os procedimento em pelve e coluna já foram descritos em capítulos anteriores. Trauma Pediátrico Introdução O trauma continua sendo a causa mais frequente de morte e invalidez na infância. As quedas e as colisões automobilísticas são responsáveis por quase 90% de todos os traumas nas crianças. Por ser o trauma habitualmente fechado e pelos hábitos próprios das crianças, frequentemente há lesões multissistêmicas. As prioridades na avaliação e conduta na criança traumatizada são as mesmas do adulto, no entanto características anatômicas peculiares das crianças demandam uma consideração especial durante o atendimento. Diferenças Gerais entre Crianças e Adultos: a. Tamanho e forma: obviamente a criança tem menor superfície corpórea, o que nos casos de trauma é muito importante, pois a criança sofre maior força de impacto por unidade de área corpórea, causando mais frequentemente trauma de múltiplos órgãos. b. Esqueleto: não está completamente calcificado, tendo uma estrutura mais elástica e, devido a isso, muito frequentemente há lesão interna sem haver fraturas. c. Metabolismo: mais intenso que no adulto, por isso a perda de calor é maior, sendo a hipotermia uma complicação mais séria e de instalação mais rápida em crianças; por esta razão, é muito importante o aquecimento da criança acidentada mesmo em dias quentes. d. Estado psicológico: as crianças com dor e/ou ferimentos têm medo, não entendem o que está acontecendo, tornam-se agitadas e pouco cooperativas. Diferenças de Vias Aéreas Superiores a. Devido à grande desproporção entre o tamanho do crânio e da face, a criança em decúbito dorsal horizontal sobre uma superfície rígida tende a ficar numa posição de flexão da coluna cervical, obstruindo suas vias aéreas. b. Os tecidos da orofaringe (língua, amígdalas, epiglote) são proporcionalmente maiores do que a cavidade oral, causando um estreitamento da via aérea, dificultando a CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 43 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL passagem de ar, além de facilmente causarem uma obstrução da via aérea numa criança inconsciente. c. O consumo de oxigênio de uma criança é o dobro que o de um adulto, por isso a falta de oxigênio (hipóxia) nas crianças causa rapidamente a piora do quadro clínico, podendo chegar à parada cardíaca. Diferenças dos Sinais Vitais a. Frequência respiratória (fisiológico) bebês (até 1 ano) = 40 ipm crianças (1-8 anos) = 20-30 ipm adultos (> 8 anos) = 12-20 ipm b. Frequência cardíaca bebês: recém-nascidos até 3 meses = média 140 bpm 3 meses até 1 ano = média 130 bpm crianças = média 100 bpm adultos = média 80 bpm c. Pressão arterial para crianças entre 2-8 anos: Obtida pela fórmula: 80 + (2 x idade em anos). Diferenças no impacto causado pelo Trauma a. Trauma de crânio: - crianças geralmente se recuperam melhor do que adultos; e crianças menores, devido à presença de fontanelas e a não calcificação total dos ossos, toleram mais o traumatismo craniano expansivo. - vômitos e convulsões são mais comuns na criança com TCE. - na criança pode ocorrer parada respiratória devido a um TCE de forma mais frequente. b. Trauma de tórax: - é comum a lesão interna do pulmão sem a presença de fratura de costelas. - fraturas de costelas implicam num trauma de alta intensidade com prognóstico ruim. - devido à maior possibilidade de movimentação do mediastino (local onde está o coração), a criança está mais suscetível a lesão dos brônquios, pleura e grandes vasos, causando pneumotórax e/ou hemotórax. c. Trauma de extremidades: - perda de sangue maior nas fraturas de ossos longos e pelve. - fratura próxima a cartilagem de crescimento pode causar atraso no crescimento desta extremidade lesada. Conduta nos Traumas Pediátricos Respeitar a sistemática de análise primária: ABCDE A: Verificar a permeabilidade das vias aéreas, mantendo a coluna cervical numa posição neutra, “POSIÇÃO DE CHEIRAR”, utilizando o colar cervical, imobilizadores laterais e CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 44 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL cochim na coluna. A causa mais comum de parada cardíaca em criança é a incapacidade de se estabelecer e/ou manter a via aérea pérvia, com consequente falta de oxigenação e ventilação, portanto a via aérea da criança é a primeira prioridade. B: Administrar oxigênio. C: Prevenir choque hemodinâmico, usando técnicas hemostáticas (compressão direta) em ferimentos com sangramento externo. D: Verificar nível de consciência de acordo com a escala de coma de Glasgow modificada, também conhecida como escala verbal pediátrica. E: Cuidados com hipotermia. Atenção: como a criança tem proporcionalmente uma maior área de pele em relação à área interna, ela entra em hipotermia mais rapidamente. Politraumatizado Tratamento Faça o atendimento específico para cada tipo de lesão; Tratar as lesões de acordo com suas prioridades ou a que representa riscos de vida ao paciente; Cheque sinais vitais da vítima continuamente; Se houver suspeita de maus tratos, comunicar a equipe hospitalar. Afogamento A vítima de afogamento é considerada vítima que sofre asfixia em meio líquido. Vítimas que não apresentam sinais vitais, com tempo de submersão maior que 1 hora, rigidez e decomposição cadavérica são consideradas AFOGADAS. Introdução Existem vários tipos de acidentes na água que exigem salvamento aquático. Embora alguns apenas não passem de um “susto”, em que a vítima se recupera sem ajuda especializada, outros podem levar à morte se não forem tomadas as medidas necessárias no local certo e no momento exato. Tipos de acidentes aquáticos Podemos classificar os acidentes aquáticos em três tipos básicos: - Síndrome de imersão - Hipotermia - Afogamento Síndrome de Imersão Também chamada de hidrocussão, é conhecida vulgarmente pelo nome de “choque térmico” e é um acidente cuja causa permanece em discussão. A teoria mais aceita diz CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 45 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL que esta síndrome parece ser provocada por uma arritmia cardíaca desencadeada por uma súbita exposição do corpo à água fria. Hipotermia A água conduz a temperatura mais eficientemente que o ar. A maioria dasmortes em acidentes de navio ou aviões que caem no mar é atribuída ao resfriamento da temperatura corpórea devido à troca de calor entre o corpo humano e a grande massa de água gelada ao seu redor. A situação se agrava quando uma vítima já fria é retirada da água e exposta ao ar, pois ocorre mais perda de calor devido à evaporação e a temperatura corpórea cai ainda mais. Por outro lado, a diminuição da temperatura em vítima que já se afogou possui certo efeito de proteção, pois o frio reduz o metabolismo, reduzindo os efeitos da hipóxia. Afogamento O afogamento é um acidente muito comum em todo o mundo, principalmente no verão. Conceito de Afogamento Afogamento é um acidente de asfixia por imersão prolongada num meio líquido, que leva, após alguns estágios, ao encharcamento dos alvéolos pulmonares. O termo asfixia indica baixo nível de oxigênio resultante de obstáculo à passagem do ar através das vias respiratórias. O afogamento pode ocorrer tanto com um bom nadador ou mergulhador, como com aquele sem nenhuma condição natatória. Causas de afogamento As maiores causas de afogamento são: cãibras, estafa física, síncopes, traumas por mergulho em água rasa, abuso de bebidas e comidas antes da natação e causas adversas. Classificação Quanto ao mecanismo - Primário – é o que ocorre em pessoa sadia e que tem asfixia, síncope e a seguir afogamento. - Secundário – é aquele que sobrevém após um problema que impeça a vítima de se manter na superfície da água e, com isso, causa a imersão, levando à asfixia. As principais causas de afogamento secundário, segundo as estatísticas dos órgãos públicos, são: 1) Uso de drogas 32,2% 2) Epilepsia (crise convulsiva) 18,1% 3) Traumatismos 16,3% 4) Doenças cardíacas e/ou pulmonares 14,1% 5) Acidentes de mergulho 3,7% 6) Não especificadas 11,6% Quanto à Gravidade Grau I (afobado) – a glote se mantém em espasmo e a vítima não aspira água Grau II (encharcamento) – a vítima aspira e encharca os alvéolos pulmonares Grau III (parada respiratória) – cessam os movimentos respiratórios CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 46 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Grau IV (morte aparente) – o coração para, porém ainda não há lesão irrecuperável do Sistema Nervoso. Emergências clínicas mais comuns Emergências em Diabetes Mellitus A Diabete Mellitus é um distúrbio endócrino, causado principalmente pela diminuição ou não produção de insulina pelo pâncreas, resultando no aumento da concentração de glicose no sangue. Emergência Hiperglicêmica Sinais e Sintomas: Fraqueza; cansaço; hálito com odor cetônico (odor de maçã); polidipsia; poliúria; taquicardia; dispneia; febre e dor abdominal; alteração do nível de consciência; coma. Conduta: Avaliar nível de consciência e respiração; Administrar oxigênio se necessário; Transporte para ambiente hospitalar; Obtenha histórico do paciente. Emergência Hipoglicêmica Sinais e Sintomas: Alteração do nível de consciência (sonolência e coma); taquicardia; sudorese; ansiedade; agressividade; fome; fraqueza; tremores; não há odores anormais. Conduta: Verificar nível de consciência e respiração; Administrar oxigênio se necessário; Transporte para hospital; Obter histórico do paciente. Desmaios ou Síncopes É a perda súbita do nível de consciência, normalmente precedido por alguns sinais e sintomas como mal-estar, sudorese e palidez, com perda do tônus muscular corporal. Principais Fatores Hipoglicemia Hipotensão Hipóxia Hipercarbia (Carbonarcose) Jejum prolongado Stress psicológico Desconforto térmico Patologias cardiovasculares Patologias neurológicas Intoxicação Exógenea CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 47 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Abuso de Drogas (lícitas e ilícitas) Faça diagnóstico clínico diferencial entre desmaio ou síncopes, de vertigem. Pois vertigem é a sensação rotatória causada por alterações nos elementos responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal. Exemplo: labirintite. Procedimentos Verificar sinais vitais; Afaste a vítima do local agressor ou desencadeante; Se a vítima estiver consciente, sente-a com a cabeça entre as pernas; Tranquilize-a; Se inconsciente, eleve os membros inferiores. Convulsão As convulsões podem ser decorrentes de traumas, temperatura elevada, desequilíbrio hidroeletrolítico, drogas, medicamentos, tumores, hematomas cerebrais, entre outras causas. Sinais e Sintomas Tontura Perda de consciência nas crises “generalizadas tônico-clônicas” Contração da musculatura do corpo Espasmos musculares Dentes cerrados Sialorreia Perda de controle esfincteriano Conduta Se a vítima não sofreu trauma após perda de consciência e queda, proceda imediatamente a liberação de vias aéreas, retirando próteses dentárias ou “corpos- estranhos” que impedem a respiração, “levantando o queixo” (“chin lift”) e “anteriorizando a mandíbula” (“jaw thrust”). Se não houver sucesso na manobra, coloque-a em decúbito lateral e, se inconsciente, introduza cânula orofaríngea e ofereça oxigênio suplementar (máscara de O2 de 12 a 15 litros/min). Proteja a vítima de possíveis traumas neste período de “convulsão”. A crise convulsiva em sua maioria necessita apenas de suporte ventilatório, vigília e proteção da integridade pessoal, necessitando de apoio psicológico após o episódio (pós- comicial). Se não houver melhora do quadro após 20 minutos, denomina-se “crise convulsiva sub- entrante”, necessitando de apoio médico e frequentemente de auxílio farmacológico (benzodiazepínicos). Obtenha histórico do paciente e remova ao hospital-referência. Infarto Agudo do Miocárdio Sinais e Sintomas CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 48 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Dor no centro do peito, com irradiação para os ombros, pescoço, mandíbula, epigástrico e braços (geralmente no lado esquerdo). Dificuldade respiratória e sudorese. Pele fria, úmida e pálida. Fraqueza, desmaio ou convulsão. Ansiedade e nervosismo. Náuseas e vômitos. Geralmente a dor tem longa duração (acima de 30 minutos). Tratamento Mantenha a vítima em repouso e instale cateter de O2; Posicione a vítima de modo que a mesma se sinta confortável (sentada ou semirreclinada); Afrouxe as vestes; Mantenha-a coberta, tomando cuidado para que a vítima não fique superaquecida; Acalme a vítima; Verifique sinais vitais; No caso de identificar uma parada cardíaca, inicie a RCP e conecte o DEA assim que estiver disponível; Solicite orientação do Médico Regulador. Angina Pectoris Sinais e Sintomas Dor muito parecida com a do infarto. Dor com pequena duração (de 3 a 8 minutos). Geralmente não apresenta outros tipos de sintomas conjugados. A dor pode melhorar com o uso de dilatadores coronários. 15% dos pacientes com angina evoluem para infarto e podem apresentar parada cardiorrespiratória. Tratamento Geralmente os procedimentos a serem tomados são idênticos aos do infarto. Acidente Vascular Cerebral (AVC) Pode ser classificado em dois tipos: AVC-i (Isquêmico): Quando há obstrução circulatória por “espasmo”, “contração” ou obstrução do fluxo sanguíneo cerebral. A clínica ou déficit motor relaciona-se com a área acometida e está diretamente relacionada à recuperação e sequelas futuras. Frequentemente atinge indivíduos idosos.AVC-h (Hemorrágico): Quando há hemorragia no cérebro, podendo somente ser diagnosticado através de tomografia computadorizada ou angiografias. As vítimas acometidas por AVC-h são em sua maioria portadoras de hipertensão arterial e baixa faixa etária. Sinais e Sintomas Mantenha as vias aéreas pérvias, oferecendo oxigênio suplementar; CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 49 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Fique atento a vômitos e secreções, para que a vítima não broncoaspire, piorando o prognóstico; Posicione-a em repouso com a cabeça e os ombros elevados (45 graus); Não ofereça líquido e/ou alimentos; Tranquilize-a; Se inconsciente, transporte-a em decúbito lateral, na posição de recuperação. Emergências Psiquiátricas Insatisfação pessoal, má distribuição de renda, facilidade ao acesso a drogas e álcool são fatores preponderantes no aumento escalonado de pacientes que apresentam algum distúrbio psiquiátrico. Sinais e Sintomas Agitação Agressividade Atitudes suicidas e/ou homicidas Pânico Medo Alucinações Visuais ou Auditivas Conduta Chegue discretamente no local com sirene e hi-light desligados, se possível; Aproxime-se da vítima com calma, demonstrando segurança; Converse com a vítima e procure descobrir a razão de sua atitude; Aborde-a com segurança; Nunca assuma nenhuma atitude hostil para com ela; Inicie o trabalho para dissuadir a vítima de sua tentativa; Após dominar a vítima, continue tratando-a com respeito e consideração. Emergências Respiratórias Sinais e Sintomas Dificuldade Respiratória Respiração curta e rápida, podendo ou não usar a musculatura acessória Cansaço Pele úmida Cianose de extremidades e/ou perilabial Taquicardia Respiração ruidosa Tosse Conduta Coloque a vítima semissentada; Libere vias aéreas; Ministre oxigênio a 5 l/min; Acalme-a; Obtenha histórico médico durante o transporte. Oxigenioterapia CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 50 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL O oxigênio é um gás essencial para a sobrevivência das células. O oxigênio medicinal presente nos cilindros apresenta uma composição de 99% de O2 e 1% de impurezas. Mundialmente, todo armazenamento e ductos de transporte deste gás são padronizados como de cor verde. Assim como qualquer outra droga, o oxigênio tem seus efeitos terapêuticos e colaterais. São componentes do cilindro: válvula redutora de pressão, manômetro e fluxômetro. A todo e qualquer usuário, vítima de trauma com Saturação de Oxigênio inferior a 95% (indicada no oxímetro) ou de mal súbito, ao ser atendido, deve-se ofertar O2: Cateter de O2 - Utilizado para ofertar de 1,5 a 6 litros por minuto; Máscara de alta concentração com reservatório - até 15 litros por minuto. Traumas Vítimas Graves = Máscara de Alta Concentração de O2 a 12 a 15 l/min Vítimas com Sat O2 < 95% = Máscara de Alta Concentração de O2 a 12 a 15 l/min O uso de cateter nasal é indicado em: Dor no Peito = 4 l/min Falta de Ar = 4 l/min Crise de Ansiedade = 3 l/min Quando limitar ou utilizar O2 com cautela? - Pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 51 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Salvamento Avaliação da Cena Definição: Avaliação da cena é o estudo rápido e objetivo dos diferentes fatores relacionados ao local do trauma e indispensáveis para sugerir possíveis mecanismos de agressões e lesões na vítima. Riscos e proteção individual: Existem riscos aos quais estamos expostos no atendimento a um trauma ou situação clínica a uma vítima fora do ambiente hospitalar, para tanto se faz necessário e obrigatório o uso correto de EPIs. É fundamental evitar contato direto com substâncias ou secreções que possam transmitir doenças infecciosas como sangue, urina, fezes, vômito, saliva, muco, esgoto, água, roupas ou superfícies contaminadas, etc. No entanto, não são apenas as doenças infecciosas representantes de perigo ao RESGATISTA. É necessário evitar ou eliminar os prováveis agentes causadores de lesões ou agravos à saúde, como fogo, explosão, eletricidade, fumaça, água, gás tóxico, tráfego (novas colisões ou atropelamentos), queda de estruturas, ferragens cortantes, materiais e produtos perigosos, etc. Para que a prestação de socorro siga segura e corretamente, antes mesmo de se abordar a vítima, o local deve ser cuidadosamente avaliado. Por isso é fundamental realizar a “Avaliação da Cena” de maneira dinâmica e constante, não se limitando apenas à chegada ao local, pois estes fatores estão em constante mutação. Três passos para se avaliar uma cena: Qual é a atual situação? Faça uma analise objetiva, antes de “adentrar” a cena, de qual é a situação e prováveis riscos. Lembre-se: a cena deve ser reavaliada a todo o momento para garantir a segurança da vítima e da equipe. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 52 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 2. O que pode acontecer se medidas não forem tomadas? Outros acidentes poderão ocorrer por falta de prevenção. Por exemplo, derramamento de combustíveis com riscos de incêndio e explosões, novas colisões, colocando em risco toda a equipe envolvida na ocorrência. 3. Quais são estas medidas? Solicite e empregue os recursos necessários após a avaliação, levando em conta, rigorosamente, os dois passos dados anteriormente. Prevenir novos acidentes, proteger a equipe, dando condições para aplicar, de forma segura, total atendimento à vítima, é o principal objetivo da avaliação de cena, segurança e situação. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 53 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Desencarceramento e Extricação FINALIDADE Padronizar o salvamento e o atendimento pré-hopitalar às vitimas de trauma “encarceradas” ou “presa às ferragens”, provenientes de acidentes automobilísticos. Vítimas “encarceradas” – São aquelas que se encontram confinadas no habitáculo do veículo, impossibilitadas de saírem, pois os danos causados à estrutura não permitem, porém as ferragens não restringem diretamente a vítima. Vítimas “presas nas ferragens” – São aquelas que, além de confinadas, mantêm contato direto com as ferragens, podendo sofrer graves lesões, inclusive perfurações e amputações, em qualquer parte do corpo. Toda vítima “presa nas ferragens” é considerada “encarcerada”, no entanto nem todas as vítimas “encarceradas” são consideradas “presas nas ferragens”. OBJETIVO Alcançar a excelência e profissionalismo é um dos elementos chaves deste atendimento, priorizando a otimização da utilização de equipamentos envolvidos nestes tipos de ocorrência com aulas práticas contínuas, evitando desconhecimento ou má utilização destes durante o momentocrucial para a vítima. ABORDAGEM A abordagem deve ser de forma precisa e concisa, observando todos os aspectos do local, tais como: a) Quantidade de veículos envolvidos; b) Número aproximado de vítimas; c) Tipo de veículo e de cargas, como produto perigoso, veículos de transportes de passageiros. c) Tráfego; d) Topografia do local; e) Necessidade de apoio; f) Perigo de incêndio; g) EPIs adequados; h) Triagem das vítimas; i) Aproximar apenas se houver segurança para a equipe. SEGURANÇA Ao sermos acionados para um acidente automobilístico, independentemente se há vitimas, presas ou não às ferragens, devemos considerar a SEGURANÇA, um dos fatores primordiais para um ótimo atendimento de tais ocorrências, sendo que todos os CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 54 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL resgatistas devem ter o conceito segurança no desempenho de suas atividades profissionais, estando conscientes de que, para sua segurança e a da vítima, está diretamente ligado aos seus procedimentos e às suas atitudes. A segurança no dia a dia é seguir todos os seus itens no que diz respeito a deslocamento, local da ocorrência, equipamentos de proteção individual e proteção às vítimas. 1 - SEGURANÇA NA RODOVIA REGRAS GERAIS: a - O deslocamento na rodovia nunca deve exceder o limite máximo estabelecido na mesma. b - Sempre descer do veículo pelo lado oposto ao do tráfego. Quando não possível, fazê-lo atentamente, sempre vigiando ao tráfego. c - Sinalizar o local a pelo menos 200 metros do local do acidente, alertando outros veículos. d - Sempre que possível, ao estacionar o veículo, procure fazê-lo fora da rodovia. Procure um local afastado e protegido. e - Ao chegar à ocorrência, estacionar a viatura atrás do veículo a ser socorrido, pois, além de uma barreira visual, teremos uma barreira física como proteção em caso de outro veiculo colidir na traseira, lembrando-se sempre da distância de segurança neste caso, no mínimo 5 metros. f - Sempre em situação de emergência, luzes e refletores ligados e, se for o caso, dispositivos sonoros (sirene). 2 - SEGURANÇA PESSOAL (EPI e EPR) Antes de descer da viatura, deve-se iniciar a colocação do EPI (Equipamento de Proteção Individual), que se compõe de: óculos de proteção; máscara cirúrgica; luvas de procedimento; luvas de raspa; capa de ferragem e capacete. E, quando houver suspeita de algum tipo de gás na atmosfera, também deverá ser colocado o EPR (Equipamento de Proteção Respiratória), após verificar que o produto oferece somente risco de inalação e não de contato, conforme manual de PP (ABIQUIN). 3 - SEGURANÇA DA VÍTIMA Para segurança da vítima no caso de um desencarceramento, devemos cobri-la com um cobertor ou algo que a proteja de possível estilhaço, fagulhas ou até mesmo superfícies pontiagudas. 4 - PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS No atendimento ao acidente automobilístico com vitimas, deve-se observar a prevenção contra incêndios, cortando os cabos da bateria e posicionando num local estratégico o extintor de combate a incêndios; também localizar possíveis vazamentos de combustíveis, tentando eliminá-los. F - ANÁLISE DA SITUAÇÃO CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 55 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Ao chegar ao local da ocorrência, deve-se analisar atentamente todo o ambiente e colher dados como: números de vítimas, vítimas ejetadas e quantidade de veículos envolvidos. A análise do local deve ser feita durante todo o desenrolar da ocorrência, entretanto, após feita a análise parcial, deverão ser divididas as funções, solicitando apoio se for necessário e proceder ao atendimento com toda técnica existente. G - ISOLAMENTO DO LOCAL O isolamento deverá ser de forma a limitar o acesso apenas àqueles que trabalham na ocorrência e separar as zonas quente, morna e fria (em caso de um acidente com múltiplas vítimas). H - ANALISAR RISCOS, ESTABILIZAR O VEÍCULO E EXPOR O MATERIAL 1 - RISCOS: Após coletar dados, analise os riscos eminentes, tais como: cabos energizados de rede elétrica caídos sobre a rodovia; veículos transportando produtos perigosos; riscos de desabamentos; veículos ocupados por marginais armados, veículo movido a GLP (gás liquefeito de petróleo), etc. 2 - ESTABILIZAR O VEÍCULO: Em posição normal CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 56 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Posição Capotado O veículo acidentado deverá ser estabilizado, de acordo com a situação, através de calços, cunhas, cabos ancorados a pontos fixos, na própria VTR, com o GL ou GP respeitando o relevo do terreno e as proporções do acidente. Os veículos assumem as mais variadas posições após o acidente, porém, para uma eficiente estabilização, opta-se em obter a maior área possível do veículo em contato com a superfície. A melhor forma é através do emprego de calços e cunhas de madeira pré-confeccionadas. As almofadas pneumáticas também se mostram muito eficientes para a estabilização. Colocar calços nas longarinas do veículo, próximo às rodas, e apoiar o veículo, esvaziando os pneus. Posição Tombado CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 57 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Uma situação bastante critica é aquela na qual o veículo encontra-se tombado sobre um de seus lados. Neste caso, a base é bastante reduzida, deixando o veículo instável e com acesso limitado e perigoso. Além do emprego de calços, é importante fazer a estabilização com fixação de cabos ou tirantes, ligando veículos a pontos fixos, como árvores, postes ou à própria viatura, e fazer a retirada do teto para minimizar os riscos e oferecer maior segurança na imobilização da vítima. Quando o veículo encontra-se em encostas de barrancos ou em planos inclinados, além de calços em rodas, antes de qualquer providência, o mesmo deverá ser ancorado por cabos a um ponto fixo, visando impedir seu deslocamento. 3 - EXPOSIÇÃO PARA UTILIZAÇÂO DE MATERIAIS A retirada e exposição de materiais a serem utilizados variam de acordo com cada ocorrência e após análise do local. 4 - EQUIPAMENTOS UTILIZADOS PARA O DESENCARCERAMENTO Classificados em três grupos: Manuais, de Corte e de Tração. a - EQUIPAMENTOS MANUAIS Calços de Madeira, Alavancas, Correntes, Cordas, Chaves diversas, Serras Manuais, Machadinhas, Hooligan, Corta-Vidros, Corta-Cinto, Corta-Frio. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 58 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL b - EQUIPAMENTOS DE CORTE Tesoura Hidráulica, Corta-Frio, Serra Sabre, Corta-Pedal Hidráulico.Serra Sabre Elétrica Corta-Pedal Força de corte 7 ton Unidade de Força Manual Ferramenta de Corte JL MOC ll Força de Corte 70 ton Abertura 17 cm Peso 21 kg Ferramenta Combinada ML 16 Abertura 5 ton Corte 17 ton Tração 4 ton Abertura 40 cm Peso 18 kg Unidade de Força 2,5 HP Autonomia 1 hora Capacidade do Tanque 1,5 l Peso 26 kg Unidade de Força 6 HP Brggs & Stratton Peso 40 kg Reservatório 1,5 l Autonomia 1 hora CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 59 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL c - EQUIPAMENTOS DE TRAÇÃO Alargador Hidráulico, Extensor Hidráulico, Cunha Hidráulica, Almofada Pneumática, Macaco Hidráulico e Mecânico, etc. Extensor – JL 30 C Força de Extensão 7 ton Comprimento 50 cm Alongado 91 cm Peso 10 kg Coifas Prolongadores Ferramenta Expansora ML – 28 – Defender Abertura 70 ton Força de Abertura 20 ton Força de Fechamento 10 ton Peso 22 kg Almofadas Pneumáticas SPE Capacidade 31 ton Altura Inflada 45 cm MPE Capacidade 6 ton Altura Inflada 15 cm CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 60 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL I - GARANTIR ACESSO ÀS VÍTIMAS Na maioria dos acidentes tem-se acesso às vítimas de forma simples e objetiva, através de abertura de portas pelas maçanetas ou pelo abaixamento de seus vidros; porém, há casos em que o abalo da estrutura desses veículos trava portas ou danifica os mecanismos de abertura, necessitando efetuar uma abertura forçada. 1 - REMOÇÃO DOS VIDROS Há três tipos de vidros nos veículos: laminados, temperados e os policarbonatos, mais comuns nos veículos importados. O vidro laminado é constituído por uma lâmina plástica interposta entre duas lâminas de vidro através de elevada temperatura e pressão, frequentemente instalado em para-brisas. Desta forma, apresenta uma maior resistência ao impacto e, quando quebrado, permanece com sua estrutura unida à lâmina plástica, evitando lesões aos ocupantes. O vidro temperado é obtido por um processo de “endurecimento” do vidro comum. Empregado em janelas laterais e traseiras dos veículos, apresentam alta resistência e, quando quebrado, se transforma em múltiplos fragmentos. O policarbonato é mais comum em veículos importados; nos nacionais, é usado como lente dos faróis. Geralmente só o para-brisa é laminado, os outros são temperados; no caso do policarbonato, todos são iguais. A primeira e mais simples “via de acesso” a ser obtida pelo resgatista que queira abordar a vítima é através de quebra de um dos vidros laterais ou traseiro do veículo. Para tal, deve-se golpeá-lo firmemente num dos cantos inferiores, provocando sua fragmentação. Neste mesmo local, após a quebra, abra um pequeno orifício com as pontas dos dedos e, introduzindo a mão, remova os fragmentos para fora do veículo, Cilindro de AR Comprimido = 3000 PSI ou 206 BAR Pressão de Trabalho 8 BAR ou 116 PSI Obs: 01 BAR = 14,5 PSI CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 61 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL sempre com o cuidado de não deixar cair estilhaços sobre as vítimas (protegê-la com cobertor). O para-brisa exige método peculiar, e deve ser empregada a seguinte técnica: - nos veículos mais antigos, corte com uma lâmina de corte a parte externa de toda a borracha, onde se encaixa o vidro; - golpeie com as mãos ou pernas, firmemente, para que o para-brisa se desloque em bloco para fora do veículo; - se houver frisos metálicos ocultando a guarnição de borracha (veículos antigos), remova-os inicialmente com uma chave de fenda e proceda como no item anterior; ou, se preferir e possuir ferramentas para tal, corte o vidro em todo o seu perímetro lateral com o emprego de uma “machadinha”. 2 - ABERTURA DE PORTAS Inicialmente tente adentrar o veículo pela abertura manual. Caso não seja possível, deverão ser adotadas medidas de entrada forçada, ou seja, arrombamento. - Com o auxílio de uma alavanca ou até mesmo a ponta da ferramenta hidráulica, abra uma fenda entre a porta e seu batente, próximo à maçaneta (ponto fixo), então na fenda posicione o alargador ou ferramenta combinada hidráulica e acione até a abertura da porta (o alargador em ação imprime pressão à porta, que pode ser bruscamente projetada sobre a equipe!); - Obs.: Em alguns veículos, o ponto fixo interno fica mais abaixo da maçaneta; neste caso devemos tomar como referência a maçaneta externa e aproximar-se o máximo possível do ponto fixo com a ferramenta hidráulica. 3 - REMOÇÃO DAS PORTAS Uma vez abertas, as portas são facilmente removidas com o emprego da ferramenta hidráulica entre as dobradiças, até soltá-las de seus pinos de fixação. Posicione inicialmente o alargador na porta parcialmente aberta sob a dobradiça superior, acione-o até o rompimento dos pinos. Depois, proceda da mesma forma sob a dobradiça inferior, removendo a porta. Em veículos pequenos ou quando o espaço para abordagem e atendimento à vítima é limitado, sempre remova as portas. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 62 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 4 – DESENCARCERAÇÃO E EXTRICAÇÃO Há situações em que os componentes internos dos veículos e mesmo sua lataria externa se retorcem sobre as vítimas, exigindo da equipe que as socorre manobras especializadas para a sua liberação, respeitando-se a particularidade e complexidade de cada ocorrência. Lembre-se de retirar as ferragens da vítima e não a vítima das ferragens! Para aperfeiçoar resultados ao atendimento à vítima, é fundamental total integração entre equipes de salvamento e APH, trabalhando por vezes conjunta e simultaneamente, principalmente em casos de vítimas graves, debilitadas por uma hemorragia ou um trauma de crânio severo, impedindo retardar o atendimento até a total liberação da mesma das ferragens. Até que se prove o contrário, toda vitima de trauma possui possíveis lesões potencialmente graves, podendo causar algum tipo de sequelas ou a própria morte. Por isso, além de todas as manobras e técnicas de abordagem e atendimento, uma vez retiradas as portas, retiram-se as vítimas com o auxílio de “KED”, se houver indicação. Instalação de “KED” (Kendric Extrication Device) 1- Imobilize a cabeça com as mãos e a mantenha nesta posição. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 63 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 2- O segundo socorrista coloca o colar cervical de tamanho adequado, e assume a imobilização da cabeça já no interior do veiculo. Usando sempre técnicas de imobilização, desloque-a para frente e outro coloque o “KED” pelo dorso. 3- Ajuste a altura do “KED” pela altura da cabeça da vítima(um “socorrista” mantém a sustentação da cabeça com as mãos, no entanto agora através da extremidade superior do “KED” em torno da cabeça da vítima). Importante: somente sustente a cabeça, não tente acomodá-la e encostá-la no “KED”. 4- Primeiramente, afivele o cinto central amarelo. 5- Afivele agora o cinto inferior vermelho. 6- Por último, o cinto superior verde. Durante todo este processo, um “socorrista” continua mantendo a sustentação com as mãos, envolvendo o “KED”. 7- Passe uma das cintas longas por baixo do joelho (de fora para dentro) e deslize-a até a raiz da coxa, posicionando-a lateralmente aos genitais e sob a nádega. Prenda-a na fivela do mesmo lado. 8- Repita esta manobra com a cinta longa contralateral. 9- Revise e faça os devidos ajustes dos cintos posicionados no tórax. 10- Identifique o espaço entre a cabeça e o “KED” e preencha-o com a almofada delicadamente. 11- Posicione firmemente o tirante sob a testa da vítima e fixe-o com o velcro no “KED”. 12- Aplique o outro tirante (com abertura central) no colar cervical (mento) e fixe-o no velcro do “KED”. 13- Somente neste momento, o “socorrista” que sustentava a cabeça deve soltá-la, passando a segurar o “KED” pela alça superior (**). 14- O lado pelo qual a vítima será retirada depende de vários fatores, como: cinemática, segurança da equipe etc. Transporte-a conforme técnica específica para prancha longa. De maneira geral, levando-se em conta as particularidades de cada acidente e as possíveis posições em que os veículos assumem após o impacto, o emprego das quatro técnicas abaixo descritas é bastante eficiente para a liberação das vítimas presas nas ferragens: - Tração da barra de direção; - Remoção do volante; - Elevação do painel; - Retração dos bancos. a - Tração da barra de direção Principalmente em colisões frontais com o retrocesso de todo o bloco dianteiro do veículo, o motorista fica frequentemente preso entre o banco e o volante, e, além de exercer pressão sob os membros inferiores, ainda impede o acesso à sua remoção. A técnica usualmente aplicada é a tração de toda a barra de direção anteriormente ao veículo; esta manobra, além de afastar o volante, eleva o painel, aliviando a pressão sobre a vítima. Para o emprego desta técnica, você deverá proceder da seguinte forma: CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 64 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL - ancore uma corrente com resistência elevada sob o chassi do veículo e na barra de direção; - fixe as duas correntes em um equipamento de tração (alargador, extensor hidráulico ou almofada pneumática); - calce o equipamento sob o capô frontal do veículo e o painel e por onde passam as correntes; - acione a tração até a elevação do volante e liberação da vítima. Também pode ser utilizado o GL e o GP, porém seus operadores devem ser bem orientados quanto aos ricos da operação, e o socorrista que é o responsável pelos procedimentos deve estar sempre atento a qualquer movimento de tração. Obs.: não esquecer dos cortes de alívios que são de extrema importância para quebrar a resistência das colunas principais. b - Remoção do volante Quando a tração da barra de direção não for suficiente, necessitando maior espaço para liberação da vítima, inicia-se o corte com a remoção do volante. Este é constituído por uma porção interna em aço, revestida em plástico como acabamento. Empregando-se um cortador hidráulico ou corta-frio, remove-se a porção do volante que prende a vítima. Se a abertura com o corta-frio não for suficiente, remove-se o revestimento plástico com machadinha, expondo a barra de aço. Alguns modelos de volantes com hastes de fixação na barra de direção são removidos em sua totalidade, bastando o corte destas hastes em sua porção central. c - Elevação do painel Em muitas colisões, sobretudo as frontais, o painel é mobilizado para trás, comprimindo o motorista. Conforme citado anteriormente, a tração da barra de direção também eleva o painel. Se isto ainda não for suficiente, emprega-se a seguinte técnica para liberação da vítima: - remova inicialmente a porta e o para-brisas do veículo; - corte a coluna “A” sob o painel e afaste as duas partes em aproximadamente 30 cm; - faça o corte em “V” no canto inferior da coluna (corte de alívio); Corte de alívio CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 65 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL - posicione o extensor em diagonal sob o painel, exercendo pressão para sua elevação; - após a extensão máxima, calce o local cortado em “V” com madeira; - se o comprimento do extensor for insuficiente para a elevação do painel, apoie no canto oposto, na soleira, o alargador hidráulico e inicie a operação. d - Retração dos bancos Além do espaço conseguido com as técnicas anteriores, podemos ainda obter espaços traseiros, deslocando os bancos dianteiros. Duas técnicas podem ser empregadas para isto: - remoção das travas e afastamento manual Se os trilhos dos bancos não estiverem danificados com a colisão, é possível soltar as travas e deslocá-los manualmente, obtendo mais espaço. - afastamento do banco com equipamento hidráulico. O extensor ou o alargador hidráulico podem ser empregados com a base no batente da porta, fixando na estrutura do banco, próximo ao trilho, a fim de afastá-lo. e - Remoção do teto Esta é a melhor forma de se obter “grande espaço” para a remoção de todas as vítimas de um veículo, ignorando-se o formato final do veículo acidentado. Para esta técnica, efetua-se o corte das colunas preferencialmente empregando um cortador hidráulico ou a Serra Sabre. Equipamentos abrasivos não devem ser utilizados, por produzirem fagulhas com riscos de incêndio ou explosões. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 66 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL - empregando o cortador hidráulico, corte as colunas dianteiras e intermediárias do veículo o mais rente possível de sua base, evitando “pontas”, para não ferir a vítima ou a equipe que a atende; - corte as colunas traseiras, lembrando que são mais largas, necessitando de 1 ou mais tempos para tal. Em veículos tombados sobre um dos lados, devemos primeiramente estabilizar muito bem o veículo, preferencialmente com GL, encostar a plataforma no assoalho do veículo, fixar o cabo de aço no mesmo e tracionar com redutor até a estabilização; inicie então o corte das colunas superiores e corte de alívio nas colunas inferiores, para o arrebatamento lateral do teto e a retirada da vítima com segurança. f - Remoção dos pedais Não raramente encontramos vítimas com sérias fraturas nos membros inferiores e os pés presos nos pedais. O emprego de macaco, alargador e extensor hidráulico, pelo limitado espaço, impede a utilização, necessitando a remoção dos pedais para a imobilização dos membros. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 67 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIALOU TOTAL A melhor e mais simples técnica consiste em tracionar o pedal superiormente, usando a porta como alavanca, da seguinte forma: - fixe um cabo na extremidade externa do pedal; - passe o cabo sobre a barra de direção e fixe-o na coluna da porta, que deverá encontrar-se parcialmente fechada; - com movimento brusco, abra a porta, tracionando o pedal superiormente; - corte o pedal com um corta-vergalhão hidráulico, se disponível. g - Analisar todos os dados Ouvir testemunhas e procurar nos arredores do local outra possível vítima que possa ter sido atropelada ou ejetada do campo de operações. h - Proporcionar segurança do local Após o resgate e estabilização das vítimas, o local do acidente é deixado em perfeita segurança. Os veículos são removidos para calçadas, canteiros ou acostamentos, quando estiverem impedindo o fluxo de trânsito ou em local de risco que possa causar outros acidentes. Tais procedimentos estão amparados pela Lei Federal 5870/73. Quando a remoção destes veículos não for possível, reforce a sinalização e balizamento, prevenindo novos acidentes. Se houver danos em postes ou rede elétrica, solicite no local, assim que possível, equipe de companhia de energia elétrica para desenergizar a rede e efetuar os reparos necessários. i – Distinções entre autopasseio, pick-up e caminhão Autopasseio: veículo leve destinado ao transporte de pessoas, apresenta certa facilidade para o desencarceramento, por ter sua estrutura maleável, devido à alta tecnologia atual, que atenua o mecanismo do trauma, fazendo com que o veículo em uma colisão retraia aproximadamente 1,20 metros, dependendo do veículo colidido. Pick-up: veículo destinado ao transporte de pequenas cargas, apresenta uma pequena dificuldade para o desencarceramento, pois muitas vezes o espaço físico para o trabalho é restrito, podendo com isso prolongar manobras de resgate. Caminhão: veículo destinado ao transporte de grandes cargas, apresenta grande dificuldade para o desencarceramento, em consequência de vários fatores: ferragens de grossas espessuras; espaço físico limitado; própria carga como encarceramento e, dependendo do local acidentado, a necessidade de guinchos pesados como apoio. Procedimentos em veículos de passeio blindado Em acidentes envolvendo veículos blindados de passeio e em que haja vítimas encarceradas ou presas nas ferragens, o procedimento de corte utilizando o equipamento de desencarceramento é semelhante ao de veículo convencional (sem blindagem). CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 68 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL As aberturas de portas, arrebatamento de teto ou aberturas forçadas permanecem as mesmas. Os vidros, no entanto, não são fáceis de serem retirados, pois as camadas no processo de laminação dificultam tal manobra. Portanto, todo equipamento utilizado como impacto não terão sucesso, haja vista a principal característica da blindagem ser exatamente “absorver impacto”. Veículos equipados com “air bag” Introdução O “air bag” é um balão de náilon redondo, com diâmetro levemente superior ao da roda de direção do automóvel e cerca de 27,5 cm de profundidade quando totalmente inflado. Os sensores do “air bag”, localizados na parte dianteira do veículo ou no compartimento do passageiro, são estimulados pela rápida desaceleração, ou seja, uma variação da velocidade de 40 km/h provocada pelo impacto frontal gera um estímulo elétrico seguido da combustão de aproximadamente 70 mg de ácido de nitrogênio. O “air bag” é, então, inflado em menos de 50 mseg, formando uma almofada entre o motorista e a roda de direção, com um volume de 60 litros. A ativação desse sistema tem como objetivo dissipar a energia cinética do trauma. Para a desinsuflação do sistema, em pouco mais de 1 segundo, são liberados os seguintes gases: 96% de nitrogênio, 3% de dióxido de carbono e 1% de uma miscelânea de outros. Pó de talco é utilizado para a embalagem do “air bag”, o que explica a “fumaça” ou nuvem de poeira observada no momento em que o acessório é acionado. Também são liberadas pequenas quantidades de aerossol, contendo hidróxido de sódio (NaOH), carbonato de sódio (Na2CO4) e outros óxidos de metais. O “air bag” promove uma substancial proteção para a porção superior do tórax, pescoço e cabeça nos traumas frontais, bem como a significativa dissipação da energia cinética da “desaceleração” e impacto da extremidade cefálica (cabeça, face e pescoço) contra o volante ou painel frontal. Fatores de risco Entretanto, descrições de lesões causadas pelo próprio “air bag” têm ganhado cada vez mais espaço na literatura, como abrasões faciais, eritema da face e do tórax e irritação dos olhos. A liberação de gases em alta temperatura, em alguns modelos, também pode ocasionar queimaduras no polegar e no dorso de punho e mão. A inalação de gases pertencentes ao “air bag” tem pouco risco à saúde, mas foram relatados casos de maior gravidade em que asmáticos permaneceram presos no veículo após a ativação do “air bag” (vide adiante). CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 69 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Olhe além do óbvio, confira a cena! Antes da introdução dos “air bags” e cintos de segurança em três pontas, as vítimas apresentavam sérias lesões em crânio, face e tórax, reduzindo drasticamente o índice de sobrevida. Felizmente, com a correta utilização desses dispositivos, essas vítimas, ainda que apresentem lesões, deixaram de ter a gravidade anterior, sobrevivendo mais às colisões, principalmente as frontais. Em traumas, ferimentos internos graves podem estar presentes, porém ocultos, mas nunca deverão ser subestimados pelo “resgatista”. Analise a situação e aumente as chances de sobrevida destas vítimas, oferecendo todo o cuidado no atendimento pré-hospitalar. Alguns sinais podem e devem ser identificados por integrantes de resgate e, sempre que encontrados, sugerem lesões específicas em órgãos internos. Volante deformado: Procure abaixo da bolsa de ar e identifique “qualquer” deformidade no volante, sugerindo lesões traumáticas em tórax e/ou abdômen. Energia de impacto: Vinte ou mais centímetros de “retração” do veículo indicam força de alto impacto e, consequentemente, liberação de grande energia cinética, devendo o resgatista procurar na vítima sinais que sugiram lesões traumáticas graves. A não utilização ou utilização “incorreta” dos dispositivos de segurança certamente potencializa estas lesões. Assim sendo, antes, durante e após a aplicação de técnicas de salvamento e APH sob a vítima, observe, relate e sugira possíveis achados no local de acidente, bem como no veículo, auxiliando e dirigindo um melhor diagnóstico e tratamento à equipe que recebe o usuário acidentado para tratamento definitivo. Dúvidas frequentes em abordagem de veículos equipados com “air bags”: 1. Como o “air bag” funciona? São acionados em colisões frontais ou impactos laterais a velocidades comparáveis de 80 a 120 km/h. Sensores eletrônicos “de impacto” posicionados frontal ou lateralmente ao veículo são acionados e reconhecidos por receptores internamente ao módulo do “air bag”, desencadeando reações químicas promovendo imediata da liberação de gases, culminando com a insuflação abrupta da bolsa de ar. O tempo total de completa insuflação acontece em menos de 1/10s e, imediatamente após, inicia-se a “desinsuflação” automaticamente. CÓPIA CONTROLADA Proibida a ReproduçãoParcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 70 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Etapas de insuflação e desinsuflação 2. Como identificar veículos equipados com “air bag”? Obviamente, se este já foi acionado, a identificação será imediata. Contrariamente, identifique palavras com a descrição “air bag” sob o volante, painéis frontal e lateral, colunas laterais ao motorista e posteriormente aos bancos dianteiros. 3. “Air bag” desdobrado e inflado oferece perigo? Não. Frequentemente sugere-se que um “air bag” desdobrado e inflado seja ou esteja quente, ou na presença de faísca ou fagulha pode incendiar-se. A “fumaça” é de fato uma substância pulverulenta (como talco em pó ou goma de milho) e é necessária para impedir a aderência e danos à bolsa de ar enquanto estiver CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 71 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL armazenada no volante, painel ou na lateral do assento. Quando acionada, é dispersada no ar. Este pó contém quantidades pequenas de resíduos da reação química, resultando, em usuários asmáticos, por exemplo, em irritações respiratórias ou mesmo cutâneas e oculares. A adequada utilização de “EPIs” previne a equipe de possíveis acidentes. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 72 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 4. É seguro respirar após a insuflação de um “air bag”? Sim. Não há nenhum caso relatado de componentes de equipes de salvamento expostos aos subprodutos ou gases liberados que apresentassem angústia respiratória aguda ou crônica duradoura, no entanto houve alguns relatos de tosses. Secundariamente, realizaram-se testes simulados em voluntários atópicos ou sabidamente asmáticos (crônicos), expostos em cabines fechadas, por um período longo de 20 minutos, semelhantes ao interior de veículos, com “air bags” acionados, e revelou-se que esta exposição pode causar reações asmáticas significantes nessas pessoas. Portanto, se uma vítima de acidente parecer estar sofrendo de angústia respiratória aguda, a equipe de salvamento deverá considerar a possibilidade de uma crise asmática, e tratá-la adequadamente. 5. Em acidentes com o “air bag” armado, este pode ser desarmado durante salvamento? Embora seja raro, um “air bag” pode ser acionado, se desdobrar e inflar durante operações de salvamento, no entanto não deverá ser fator de retardo e danos ao atendimento à vítima. 6. Por que devemos desativar o sistema elétrico do veículo? Com o objetivo de prevenir qualquer fonte de possíveis incêndios e explosões e também inibir a propagação de todo estímulo elétrico que promova a insuflação do “air bag”. Lembre-se: sempre que for desconectar o cabo da bateria, comece pelo cabo negativo. 7. E se o veículo estiver se incendiando? O “air bag” é projetado como relatado anteriormente, para ser acionado frente a impactos mas também quando a temperatura internamente ao módulo atingir 350° Celsius ou mais. Contrariamente ao que se pensa, não ocorrerá explosão e o fogo deverá ser extinto com todas as diretrizes e protocolos de salvamento, inclusive com água. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 73 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL 8. Como é o acionamento do “air bag”? O acionamento depende da força de impacto que deve ser frontal ou lateral e ocorrer em um ângulo de 30 graus em relação ao eixo longitudinal do veículo. Além disso, o veículo deve estar acima de uma velocidade predeterminada de no mínimo 40 km/h. Desta forma, se o impacto ocorrer abaixo desta velocidade ou se não houver uma desaceleração brusca, o “air bag” não será acionado. Veículos movidos a GNV (Gás Natural Veicular) O que é gás natural? O gás natural é um combustível fóssil, encontrado em rochas porosas no subsolo, podendo estar associado ou não ao petróleo. Tipos de gás - Gás associado - Gás não associado Como é formado o gás natural? Sua formação resulta no acúmulo de energia solar em combinação com matérias orgânicas soterradas em grandes profundidades, do tempo pré-histórico, devido ao processo de acomodação da crosta terrestre. É composto por gases inorgânicos e hidrocarbonetos saturados, predominantemente o gás metano e, em menores quantidades, o propano, o butano e outros. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 74 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL No estado bruto, apresentam baixos teores de contaminantes, como o nitrogênio, o dióxido de carbono, a água e compostos de enxofre. Dissipação e inflamabilidade Mais leve que o ar, o gás natural dissipa-se facilmente na atmosfera em caso de vazamento. Para que se inflame, é preciso que seja submetido a uma temperatura superior a 620°C. A título de comparação, vale lembrar que o álcool se inflama a 200°C e a gasolina a 300°C. Além disso, é incolor e inodoro, queimando com uma chama quase imperceptível. Por questões de segurança, o gás natural comercializado é odorizado com enxofre. O que é gás associado Gás associado é aquele que, no reservatório, está dissolvido em óleo ou sob a forma de capa de gás. Neste caso, a produção de gás é determinada diretamente pela produção do óleo. Caso não haja condições econômicas para a extração, o gás natural é reinjetado na jazida ou queimado e destruído, objetivando evitar o acúmulo de gases combustíveis próximos aos poços de petróleo. O que é gás não associado? Gás não associado é aquele que, no reservatório, está livre ou em presença de quantidades muito pequenas de óleo. Neste caso, só se justifica comercialmente produzir o gás. As maiores ocorrências de gás natural no mundo são de gás não associado, por ser economicamente mais viável devido ao acúmulo de propano e de hidrocarbonetos pesados, úteis à sociedade. Cuidados com o cilindro Os cilindros devem ser sempre de aço especial, de alta resistência para GNV (NBR- 12790 ou ISO 4705) e fixados com suportes adequados. Não permita, jamais, soldas nos cilindros, pois este será um ponto sem resistência, com sérios riscos à ruptura e vazamento do combustível. Pressões internas do cilindro Não devem, nunca, ultrapassar 220 kgf/cm2. O kit e cilindros são dimensionados para 220 kgf/cm2 de pressão máxima. Pressões acima deste limite causam vazamentos no sistema, diminuindo a vida útil do equipamento e riscos de acidentes. Vale lembrar que os cilindros, antes de serem colocados no veículo, são testados com o dobro de pressão. A diferença na pressão de armazenamento dos cilindros CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 75 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL O GLP (gás liquefeito de petróleo) é comercializado em botijões de 13 kg e em cilindros de 45 kg. Em ambos, quando cheios, a pressão estima-se em 15 atm e à temperatura ambiente, considera-se que 85% de seu volume encontram-se no estado líquido e os restantes 15% sob vapor. O gás natural, quando utilizado emveículos (GNV), é vendido em postos de serviço à pressão de 200 atm, que é a pressão final do cilindro do veículo. Nessa condição, a quantidade de gás natural no cilindro é de aproximadamente 30 kg. Principais utilizações O gás de refinaria é para uso industrial como combustível e matéria-prima petroquímica. O gás de rua é usado como combustível residencial e comercial. O GLP, além do uso residencial e comercial, é também utilizado como combustível industrial. O gás natural tem aplicações em todos os setores, inclusive o automotivo. Deve-se destacar que a utilização do GLP em veículos é proibida por lei. Além disso, essa aplicação é perigosa, no que se refere às improvisações e à falta de regulamentação dos equipamentos utilizados para esse fim. O GLP têm alto peso molecular e, em consequência, alta densidade, portanto é mais “pesado” que o ar. Em acidentes com vazamentos, é importante lembrarmos deste conceito, pois, enquanto os outros se dispersam rapidamente ou se concentram superiormente, o GLP se mantém ao nível do solo. Esta diferença é fundamental a fim de nortear ações e abordagem em acidentes que o envolvam. Poder calorífico O gás de rua é o de menor poder calorífico, sendo necessária, portanto, maior quantidade desse gás em relação aos outros para uma mesma quantidade de energia liberada. São raros os acidentes com veículos equipados com GNV e, quando presentes, os cilindros permanecem intactos. A má utilização de cilindros ou reservatórios que não são destinados ao uso de GNV e instalados ilegal e clandestinamente são os grandes responsáveis por estas ocorrências. Ilustração de acidente ocorrido com veículo equipado com GNV no momento do abastecimento. Note que o cilindro, mesmo com total danificação de veículo, permaneceu intacto. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 76 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Foi identificado também cilindro de GLP de 13 kg equipando o veículo e sugeriu-se então o motivo do acidente: apesar de possuir o cilindro correto de GNV, após abastecê-lo corretamente, também tentou abastecer o cilindro de GLP com gás natural. Resultado: a explosão foi inevitável! O veículo e o cilindro (botijão) de GLP ficaram totalmente destruídos. O cilindro de gás natural não sofreu danos à sua estrutura, somente no suporte em que é fixado. Lembre-se de que a pressão de um cilindro de GNV é de 200 atm e a de um botijão de GLP é de 15 atm. Quais os componentes do “kit” GNV? Cilindro de gás natural veicular Válvula de abastecimento CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 77 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Visão do ponto de abastecimento Localização dos cilindros de GNV Como agir em acidentes com veículos equipados com GNV Faça a prevenção contra um possível princípio de incêndio, desligue a bateria. Equipados com válvulas de segurança, em situações de “rompimento” na tubulação, elas se fecham e ativa-se sistema de exaustão. Lembre-se de que o álcool inflama-se a 200°C, a gasolina a 300°C e o GNV a 620°C. Portanto, se houver incêndios, muito provavelmente terá sido por outro combustível. O cilindro é capaz de resistir a choques, colisões e até mesmo ao impacto de projéteis de armas de fogo. Ao abordar um veículo equipado com GNV, o resgatista deve desligar as válvulas do cilindro localizado posteriormente aonde é instalado ou a válvula de abastecimento que se encontra junto ao motor do veículo. Combate a incêndio Fogo é uma reação físico-química de transformação, também chamada de combustão. É resultante da decomposição de uma sustância combustível (sólida, líquida ou gasosa) e libera energia em forma de luz e calor. Para que haja fogo, há necessidade da combinação de três substâncias: combustível, comburente e calor. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 78 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Combustível é a sustância que alimenta o fogo e pode ser encontrada na forma sólida, líquida ou gasosa. Comburente é o oxigênio contido no ar, essa substância dá vida à chama. Calor é uma forma de energia que possibilita o início da combustão. Triângulo do Fogo Para melhor entendimento da combustão, convencionou-se a utilização do triângulo do fogo, onde o calor, o comburente e o combustível formam cada lado do triângulo e, na falta de um dos lados desse “triângulo do fogo”, não haverá fogo. Veja o mecanismo da combustão na figura abaixo: C O M B U R E N T E C A LO R COMBUSTÍVEL Tetraedro do Fogo Com o passar dos anos, a evolução trouxe explicações mais profundas para os mecanismos formadores do fogo, e foi através do tetraedro que foi inserido um novo dado ao triângulo do fogo, a reação em cadeia. REAÇÃO EM CADEIA C O M B U R E N TE C O M B U S TÍ V E L CALOR A reação em cadeia completa o ciclo do triângulo do fogo agindo em radicais livres dos incêndios, realizando a quebra da estrutura molecular dos combustíveis por ação CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 79 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL exotérmica. Essa ação, que se dá através do calor, de forma continuada, só pode ser paralisada através de extinção química, com substâncias halogenadas à base de cloro, flúor ou bromo. Propagação do calor O calor pode se propagar sob três formas: condução, convecção e irradiação. Condução: o calor se propaga de molécula para molécula, podendo passar de um compartimento para outro. - Exemplo: o aquecimento da extremidade de uma barra de ferro aquecerá em pouco tempo a outra extremidade dessa barra. Convecção: é a transmissão do calor por meio de massas de ar aquecido, cujo caminho é de forma ascendente. - Exemplo: a fumaça leva ar aquecido, que poderá percorrer corredores, poços de elevadores ou caixas de escadas. Irradiação: é a propagação do calor por meio de energia calorífica que se desloca através do espaço em todas as direções. - Exemplo: o calor é irradiado em todas as direções, e esse calor irradiado pode dar início a uma nova combustão. Classes de incêndio Para um melhor estudo e compreensão do comportamento do fogo, este foi divido em quatro classes: Classe “A” Fogo em materiais sólidos inflamáveis Ex.: madeira, papel, pano... Classe “B” Fogo em líquidos e gases inflamáveis Ex.: gasolina, querosene, gás hidrogênio, GLP. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 80 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Classe “C” Fogo em materiais elétricos ligados Ex.: televisão, rádio, ventilador, desde que estejam ligados. Classe “D” Fogo em materiais pirofóricos Ex.: magnésio, sódio metálico,antimônio. Extinção de Princípios de Incêndios Para extinção do fogo, o resgatista deve adotar procedimentos que correspondam a cada classe de incêndio. Abafamento A técnica de abafamento consiste em retirar o oxigênio que alimenta a chama, dessa maneira o triângulo do fogo não estará completo, portanto não haverá chama. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 81 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Resfriamento O resfriamento age diretamente sobre o calor; é através do uso da água que o resgatista irá obter êxito no resfriamento. Retirada de Material É uma técnica que só pode ser utilizada em determinados incêndios, pois consiste na retirada do material que ainda não foi afetado pelo fogo. Extintores Definição: Extintores são recipientes metálicos que contêm em seu interior agentes extintores capazes de controlar princípios de incêndios. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 82 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Os extintores classificam-se na mesma conformidade das classes de incêndio: “A” , “B” , “C” e “D”. Agentes Extintores São todos os produtos que os extintores contêm e servem para e extinção de princípios de incêndios. Água - é o agente extintor mais conhecido e utilizado, está contido nos extintores de classe “A”, que por correspondência serão empregados em princípio de incêndios da mesma classe. EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA / ÁGUA-GÁS Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “A”. Contraindicado para as classes “B” e “C”. Modo de usar: Pressurizado: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo. Água-gás: Abra o registro da ampola de gás e dirija o jato para a base do fogo. O pressurizado é como o da figura ao lado. O de Água-gás possui uma pequena ampola de ar comprimido. Processo de extinção: Resfriamento. A B C D COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS METAIS COMBUSTÍVEIS CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 83 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Espuma - pode ser química ou mecânica; no primeiro caso, é encontrada em extintores que estão saindo do mercado por serem obsoletos, o seu funcionamento compreende a mistura de bicarbonato de sódio e sulfato de alumínio quando o aparelho extintor é colocado ao contrário; a espuma mecânica é produzida por meio de batimento de um líquido gerador de espuma (LGE) e água, sendo necessário um esguicho diferenciado, utilizado em princípios de incêndio de classe “B”. EXTINTOR DE ESPUMA Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “B” e com bom resultado para a classe “A”. Contraindicado para a classe “C”. Modo de usar: Aproxime-se com segurança do líquido em chamas, inverta a posição do extintor (de cabeça para baixo) e dirija o jato para um anteparo, de modo que a espuma gerada cubra o líquido como uma manta. Processo de extinção: Abafamento. Um processo secundário é o resfriamento (umidificação). PQS - o pó químico seco é uma substância constituída de bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio ou cloreto de potássio, usa-se em fogo de classe “C” ou “D”. EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”. Não possui contraindicação. Modo de usar: Pressurizado: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo. A pressurizar: Abra o registro da ampola de gás e dirija o jato para a base do fogo. O “a pressurizar” é como o da figura ao lado. O pressurizado é igual ao da primeira figura “água pressurizada”. Processo de extinção: Abafamento. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 84 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL CO2 - o dióxido de carbono é um composto inerte e age principalmente no abafamento; é utilizado nos incêndios de classe “C”, desde que os aparelhos estejam ligados. EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO Indicado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”. Não possui contraindicação. Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o difusor para a base do fogo. Não toque no difusor, poderá gelar e “colar” na pele, causando lesões. Processo de extinção: Abafamento. Incêndios de classe “D” requerem extintores específicos, podendo em alguns casos serem utilizados o de Gás Carbônico (CO2) ou o Pó Químico Seco (PQS). Cabos e Nós Basicamente existem 3 tipos de cabos. Os de fibra vegetais (linho, pita, cairo, cânhamo, sisal, algodão, manila), designando-se por enxárcia branca ou alcatroada, os compostos por fios metálicos (arame zincado ou aço inoxidável) e os de fibras sintéticas (náilon, perlon, dacron, kevlar, spectron, etc.), mais usados na marinha de recreio. Os de fibras vegetais não são tão fortes como os de fibras sintéticas e decompõem-se quando molhados. As fibras sintéticas, por sua vez, deterioram-se com os raios ultravioletas do sol, mas a sua variedade e resistência fazem com que sejam as preferidas na marinha de recreio. Os cabos em aço, por não serem tão flexíveis, não são usados senão no aparelho fixo. Nós, voltas, falcaças, mãos, costuras, botões, pontos, pinhas, gachetas e cochins são trabalhos da arte de marinheiro. Os nós são usados quando se pretende unir um cabo a outro, ligar os chicotes do mesmo cabo ou fixar um cabo a qualquer objeto (ex.: cabeço, cunho, etc.). Nem sempre se aprendem pelos livros: fazem-se, desfazem-se e tornam a fazer-se sempre que seja possível. A maioria destes trabalhos não tem atualmente utilização prática, sendo usados hoje em dia com fins decorativos. Outros, porém, continuam a ser essenciais em qualquer manobra em que se usam cabos, e por isso são tão atuais como sempre o foram. Um bom exercício consiste em fazê-los com as mãos atrás das costas ou de olhos fechados. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 85 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL NÓS Os nós são para unir dois cabos, dois chicotes do mesmo cabo ou prender um cabo a um objeto. Aqui estão apenas aqueles mais usados, mas existem muitos outros nos livros da especialidade. Nó Direito É usado para unir dois cabos de igual material e bitola. Nó de Escota ou Singelo Usa-se para unir dois cabos de bitola diferente ou para fixar um cabo a um olhal. Não aperta quando molhado. Passa-se o chicote de um cabo por dentro da meia-volta do outro e depois por fora da volta. O chicote volta passando sob o próprio cabo e fora da meia-volta. Nó de Escota Duplo Idêntico ao Nó de Escota ou Singelo, mas de maior confiança. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – ResgateRevisão-04 Pág. 86 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Passa-se o chicote de um cabo por dentro da meia- volta do outro e de novo por fora da volta... ... faz uma meia volta em torno do outro... ... e finalmente o chicote sob o próprio e fora da meia-volta do outro. Nó de Pescador Usado para emendar dois cabos. Um passa dentro da laçada do outro... ... e faz uma laçada em torno daquele... ... puxam-se ambas as laçadas até se unirem. VOLTAS Usam-se as voltas para ligar um cabo a um mastro, a uma antena ou a uma âncora. Volta de Fiel ALÇA, PINHA, FALCAÇAS e outros Além de nós e voltas, existem muitos outros trabalhos com cabos. Uma falcaça serve para rematar um chicote de um cabo e a pinha, além dos comuns porta-chaves, é usada como arremesso na ponta de um cabo. As alças usam-se muito em cabos de amarração. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 87 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Técnicas de Resgate em Ribanceira e Rapel Resgate em ribanceira Introdução Tendo em vista que resgate em ribanceira é apenas um item que integra um grupo de acidentes que encontramos em rodovias, e levando-se em conta que já somos profissionais de resgate, este manual visa ampliar conhecimentos técnicos, direcionados exclusivamente às técnicas de resgate vertical. Definições Resgate Em nosso caso, significa a ação de resgatar pessoas que se encontram em áreas adversas e perigosas, colocando-as em local seguro e a salvo, sem causar maiores danos. Ribanceira Significa penhasco, despenhadeiro ou abismo às margens de estradas ou rodovias. Resgate em ribanceira É a ação de resgatar de forma rápida e eficiente pessoas vítimas de acidentes em ribanceira, empregando equipe treinada com auxilio de técnicas e equipamentos adequados ao trabalho específico. Estradas e Rodovias Na construção de estradas e rodovias, a engenharia tem como preocupação reduzir a quantidade de curvas, aclives e declives acentuados, objetivando, entre outros motivos, a redução de acidentes; porém, para que estes problemas sejam minimizados, torna-se necessário fazer cortes entre as irregularidades do terreno, tendo como resultado final a formação de taludes e ribanceiras. Não podemos esquecer também da necessidade de construção de viadutos e pontes onde haja a presença de estradas, rios e córregos. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 88 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL As rodovias são construídas em locais geograficamente diferentes, e cada uma irá possuir suas próprias particularidades. Podemos notar que, nas rodovias construídas em locais onde o terreno se apresenta plano, não haverá a incidência de taludes e ribanceiras significativas, porém as que são construídas em serras ou terrenos montanhosos poderão apresentar abismos muito íngremes e profundos, alguns com mais de 100 metros de altura. Trabalhos de Resgate Os trabalhos de resgate em ribanceiras são realizados com emprego de várias técnicas, dependendo de alguns fatores importantes, tais como: o tipo de ribanceira, profundidade, ângulo de inclinação, tipo de solo, que poderá ser argiloso ou rochoso, presença de mata intensa ou não, presença de rios ou lagos no final do abismo, ou outros. O trabalho poderá também ser realizado com o apoio de aeronaves, dependendo do local ou do número de vítimas no acidente. Neste caso, podemos citar como exemplo a ocorrência de uma queda de ônibus em ribanceira, onde com certeza haverá muitas vítimas a serem resgatadas. Tipos de Acidentes Como em qualquer ocorrência, não há dúvidas de que qualquer acidente será de forma e em local diferente dos demais, contudo, as técnicas utilizadas no resgate serão sempre de acordo com o sistema dos treinamentos. Podemos exemplificar neste manual algumas situações de acidente em ribanceiras, objetivando expor pontos de importância para a avaliação do local: Após a colisão ou descontrole do veículo, o mesmo é lançado em uma ribanceira tendo como parada um local plano e seco. Neste caso, a equipe de resgate deverá avaliar a situação e empregar o sistema adequado. Após colisão ou descontrole do veículo, o mesmo é lançado em ribanceira, parando ainda em local acidentado, antes do final do abismo. Neste caso, além do sistema normal, haverá a preocupação de ancorar o veículo, antes do resgate das vítimas, para que o mesmo não venha a continuar caindo, evitando assim um segundo acidente que poderá vitimar até mesmo a equipe de resgate. Após a colisão ou descontrole do veículo, o mesmo é lançado em uma ribanceira, tendo como parada final um local alagado, com córregos, rios, lagos ou represas. Neste caso, a prioridade é a descida rápida até o veículo, avaliação da cena, verificação de parcial ou total submersão, com vítimas encarceradas ou livres, inconscientes ou conscientes no interior do veículo. Para esta situação, usam-se técnicas de resgate aéreo, estabilizando as vítimas para só depois montar sistema para retirá-las do local. Em casos onde houver indícios de princípio de incêndios, deverá ser adotada a mesma prioridade, ou seja, descida rápida até o local e segurança da cena tanto para as vítimas como para a equipe. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 89 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Equipamentos Para cada situação há uma técnica específica e cada técnica irá necessitar de equipamentos adequados. De modo geral, os equipamentos utilizados no resgate em ribanceira são: Prancha rígida SKED Cadeirinha de segurança Cabos e cordas Brocantes Roldana Mosquetões Fitas de ancoragem Lanternas e holofotes SKED - Equipamento fundamental em resgates de vítimas com suspeitas de trauma de coluna e bacia, com queda em ribanceira, pois possui a vantagem de um sistema de “içamento vertical”. Cadeirinhas de segurança - Equipamento de segurança e proteção individual que proporciona conforto para descidas em rapel ou subidas em técnica vertical. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 90 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Cabos - existem vários tipos de cabos, para salvamento em ribanceira utilizamos os de aço, existentes nos guinchos, e os de náilon, úteis e indispensáveis para descidas e içamentos. Para utilizarmos de forma adequada os cabos, devemos considerar a capacidade de ruptura dos mesmos, o cumprimento, bitolas adequadas, porcentagem de elasticidade, além de dominar técnicas de nós, emendas e ancoragens. Brocantes - São peças metálicas, normalmente de alumínio, que bloqueiam os cabos. São utilizadas em técnicas de rapel, subidas e sistemas de segurança. Os mais comumente utilizados são o Freio oito e o Jumar. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 91 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIALOU TOTAL Mosquetões - São peças metálicas de aço ou alumínio de grande capacidade de carga, que possuem gatilho com ou sem rosca, e proporcionam a abertura e fechamento rápido. Os mosquetões auxiliam muito nos trabalhos de ancoragem e reduzem os atritos produzidos pelos cabos. Figura 12 CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 92 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Roldanas - Existem de várias formas e empregos, e podem ser utilizadas em cabos de aço ou em cabos de náilon. São peças que auxiliam nas técnicas de redução de força e em trabalhos de resgate vertical. Fitas de segurança - São fitas de náilon de forma tubular, com grande capacidade de força, usadas em ancoragem e amarrações. Permitem segurança e fácil manejo. Nós e Ancoragem mais utilizada CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 93 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Nó de Fitas - Emendas Nó direito - Emendas Nó Direito - Emendas Nó Pescador Duplo - Emendas Duplo oito - Ancoragem CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 94 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Duplo Nove - Ancoragem Lais de Guia - Ancoragem Nó de Trapa - Ancoragem Suas voltas preservam 100% da capacidade de ruptura do cabo. Prussik - Ancoragem e subidas em cordas/cabos. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 95 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Belonesi – Nó Bloqueador unidirecional CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 96 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Volta do fiel - Ancoragem Pelo Chicote Pelo Seio Uiaa – (Meia volta do fiel) Nó de segurança CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 97 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Nó de Mula Utilizado para bloquear o meia volta do fiel, arrematado por pescador simples. Técnica Vertical Devemos ter consciência de que todos os trabalhos que envolvem altura envolvem riscos de quedas que causam traumas graves e muitas vezes permanentes. Por isso, é muito importante que o resgatista esteja devidamente preparado para exercer a prática com a devida técnica e para manter seu controle emocional e equilíbrio, podendo assim realizar um resgate seguro e garantir a qualidade do atendimento. As técnicas em vertical são um conjunto de sistemas que possibilitam trabalhos em altura de forma segura, e são usadas tanto para descidas como para subidas verticais. Para descidas, o sistema mais comum é o rapel, que poderá ser efetuado de diversas formas, dependendo da altura e inclinação do abismo. Já as técnicas de ascensão necessitam de equipamentos adequados e servem também para trabalhos de resgate. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 98 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL RAPEL O rapel nada mais é do que a técnica usada para efetuar uma descida vertical com o auxílio de uma corda. Utilizado por escaladores ao final de uma grande escalada, por espeleólogos, ao descerem em profundas cavernas, por bombeiros no resgate para efetuar o salvamento de vítimas, ou mesmo por pequenos aventureiros que descem viadutos, prédios, pontes, pedreiras, etc. Atualmente, no Brasil, fala-se em rapel como se fosse um esporte e muita gente o tem feito como “finalidade” e não como um “meio”, o que realmente um rapel é. É claro que não se pode condenar uma pessoa por querer fazer um rapel por simples prazer em uma ponte, viaduto ou cachoeira. Rapel é uma palavra que em francês quer dizer “chamar” ou “recuperar”, e foi usada para batizar a técnica de descida por cordas, praticada em montanhismo, escalada e em outras atividades afins. A corda é “ancorada”, ou seja, presa em algum ponto seguro no topo de onde o resgatista irá iniciar a descida; o resgatista põe a corda em seu freio e começa a descida. O primeiro passo do resgatista é prender uma fita solteira em seu equipamento e no local onde a corda foi ancorada. Esta vai ser a sua segurança até que ele passe a corda em seu freio e se posicione para começar a descida. Tudo pronto, solta-se a solteira da ancoragem e inicia-se a aventura. Existem diferentes freios, portanto, diferentes formas de se controlar a descida. Dependendo de onde se desce, dizemos que a descida é negativa ou positiva, ou seja, positiva é quando se tem apoio para os pés, quando se está descendo, por exemplo, um paredão, e conforme vamos descendo, também vamos pisando na parede para apoiar os pés; na negativa, descemos no vazio, sem qualquer tipo de apoio, portanto é só o resgatista e sua corda. Existem muitas descidas em que alternamos entre a negativa e a positiva, isso varia muito do local de onde se desce. O equipamento deve estar sempre em boas condições, deve ser de boa marca e procedência e passar sempre por uma manutenção, que é simples, podendo ser feita por qualquer pessoa. A segurança deve estar acima de tudo, inclusive da economia, portanto é melhor comprar um bom equipamento do que comprar um outro mais barato, mas do qual não se sabe a resistência, a capacidade e principalmente a qualidade. O rapel é uma técnica relativamente fácil. Mas, se você quiser praticá-lo, é essencial que faça um bom treinamento, tenha uma boa instrução e uma boa percepção; isto tudo vem garantir a segurança durante a prática do resgate e salvamento. O rapel tem alguns estilos bem diferentes de ser praticados. Dê uma olhada abaixo e saiba um pouco mais sobre cada um deles. Rapel em positivo - É realizado com o apoio dos pés na parede. É o mais normal e mais conhecido entre os praticantes. Rapel em negativo - Neste caso é feito sem o apoio dos pés. O praticante lança-se no vácuo e desce em queda livre. A sensação de vazio é alucinante e o clímax deste estilo é o início, onde às vezes falta coragem para se jogar. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 99 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Rapel guiado - Normalmente usado em cachoeirase quedas d’água, onde é necessário fazer um desvio diagonal da trajetória, para evitar fortes torrentes. Rapel fracionado - É dividido em vários rapéis menores para encontrar um caminho mais seguro. Corda - Deve ser estática. Existem modelos apropriados para o rapel em cachoeira, que não absorvem água. São as chamadas com Sistema DRY. O tamanho da corda vai variar do local onde vai ser praticado. A espessura deve ser maior que 8 milímetros. Bouldrier - Também chamada de cadeirinha pelos mais íntimos. É um conjunto de fitas que fica na cintura e nas pernas, ligando o “rapeleiro” à corda através do freio. Existem modelos totalmente ajustáveis, nas pernas e na cintura. As boas marcas são: Petzl, Simond, Beal, Trango, Ferrino, etc. Freio Oito ou ATC - É o aparelho de atrito que controla a velocidade de descida. Conforme a atividade (canyoning, espeleologia ou escalada), pode ser de três modelos: oito, reco ou ATC. Marcas aconselhadas: Petzl, Simond, Camp. Mosquetão - Argola de fecho rápido usado para clipar o freio à cadeirinha. Existem de vários modelos e formas. Prefira as marcas com trava ou rosca. Boas marcas: Petzl, Simond, Camp, Kong. Capacete - É sensato o uso do capacete. Use cores chamativas, como: vermelho, branco, amarelo... As marcas mais conhecidas são: Petzl, Camp, Montana, Ferrino, etc. Roupas - Deve-se utilizar o macacão, que é uniforme da equipe de resgate, se você estiver na rodovia. No caso de estar praticando rapel em cachoeira, deve-se usar roupas de neoprene, que são impermeáveis. ATENÇÃO: Dê preferência aos equipamentos que tenham os selos do UIAA e CE, e que tenham a sua capacidade de peso suportada gravada no próprio aparelho. Estes dois selos garantem que todos são testados e aprovados. Cuidados durante o rapel Para o rapel, o resgatista utilizará a cadeirinha, um mosquetão oito, um mosquetão de rosca, um cabo ou corda e equipamentos de proteção individual, como luvas de vaqueta e capacetes. É necessário testar o equipamento e estar sempre atento a rachaduras no metal dos mosquetões (os mosquetões não devem cair no chão, pois, mesmo que não apresentem rachaduras externas, podem estar danificados por dentro), estado da corda, ajuste da cadeirinha e qualidade do material. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 100 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL A corda servirá como ponto de apoio, e deverá ser ancorada em um ponto seguro; a cadeirinha deve ser bem ajustada e nela presos os mosquetões e a corda adequadamente. A velocidade da descida é controlada pelo próprio resgatista. TIROLESA É uma técnica usada para transpor um vale profundo ou abismo. É um sistema que requer muita habilidade no cálculo dos pontos de ancoragem, bem como da necessidade de equipamentos adequados e em quantidade suficiente para armar um sistema; é a última alternativa que deve ser escolhida em um resgate. O resgatista primeiramente deve descer até o alcance da vítima, imobilizá-la adequadamente utilizando o SKED e prancha rígida, preferencialmente, subir a vítima até um ponto de ancoragem 1, prender adequadamente a maca ao cabo ou corda, e transportá-la utilizando o cabo que deverá ser preso em um ponto de ancoragem 2. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 101 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL TÉCNICA DE REDUÇÃO DE FORÇA É um método muito utilizado e importante nos trabalhos de resgate em vertical. É o conhecimento básico de redução de forças, visto que iremos trabalhar com ancoragens de um veículo, içamento de vítimas e materiais pesados. Em condições normais ou ribanceiras leves, poderemos empregar sistemas simples, contando com o auxílio de mais pessoas. Na falta de pessoal e em situações de abismos profundos e íngremes, necessitamos de uma segurança maior, nesses casos temos a indicação do sistema de redução de força. Tomamos, como peso médio de uma vítima já imobilizada no SKED e prancha longa, cem quilos; para içarmos essa vítima num ângulo de 90º, seria necessário no mínimo 4 pessoas; se um resgatista tiver que descer e acompanhar a vítima na subida, esse peso duplicará, sendo necessárias seis pessoas para o içamento. Neste caso, é necessário confiar na equipe que fará o içamento, todos devem estar treinados, não é recomendável contarmos com a ajuda de curiosos e pessoas leigas que porventura estiverem no local, a não ser que recebam orientações precisas de como proceder e sejam pessoas confiáveis. Essa técnica de redução de peso é conseguida através de polias, ou roldanas móveis ligadas diretamente à carga ou em pontos de ancoragem. É necessária uma grande metragem de cabos, e devemos medir a distância entre a vítima e o ponto de ancoragem e multiplicar por 2. Figuras 20, 21, 22 e 23 Dispondo de polias, mosquetões e brocantes, pode-se reduzir o peso e a força proporcional ao sistema móvel de polias, e com a vantagem de reduzir em 90% a metragem do cabo utilizado. Veja como na figura: CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 102 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Figura 24 As polias serão utilizadas para mudar a direção do tracionamento, caso haja necessidade desta operação. Figura 25 CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 103 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Tipos de abismos e ribanceiras Figura 26 CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 104 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Avaliação do local A avaliação do local do acidente é fundamental, dela dependerão o êxito da operação, a escolha da conduta que será utilizada no salvamento e o tempo da operação de resgate, que é fundamental, pois devemos resgatar a vítima o mais rapidamente possível. Ao chegar ao local, a equipe de resgate deverá avaliar: CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 105 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Altura do abismo - devemos estar treinados para calcular a altura e distância entre a equipe e a vítima, com o objetivo de saber se os materiais existentes na viatura serão suficientes para montar o sistema com segurança. Em casos de materiais insuficientes, devemos solicitar imediatamente apoio a outra viatura de resgate. Ângulo de inclinação - devemos também avaliar visualmente o ângulo de inclinação do abismo, pois este fator determina muitas vezes a conduta de sistema de salvamento a ser tomada. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 106 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Pontos de ancoragem - Não há como empregar nenhum sistema de resgate vertical sem um bom ponto de ancoragem, para isto devemos escolher o ponto mais adequado ao sistema que será empregado. Os pontos de ancoragem devemsuportar o peso do resgatista, da maca, do SKED e da vítima. Como exemplo, pode-se citar algumas ancoragens: A própria viatura de resgate ou outras viaturas existentes no local; podemos usar também defensas da rodovia, árvores, postes e colunas. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 107 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Ancoragem Humana Número de pessoas - Devemos atentar para a quantidade de pessoas disponíveis para auxiliar na operação, não dispensando a ajuda de inspetores de tráfego, guincheiros, encarregados, bombeiros e outros. Devemos avaliar, se possível, o número de vítimas no interior do veículo e, se o número de vítimas exceder o de profissionais disponíveis, solicitar ao controle uma equipe de apoio para receber as vítimas e já iniciar o atendimento assim que terminado o processo de salvamento. É importante também, na avaliação, observarmos as condições climáticas, pois a ocorrência de chuvas e ventos fortes na hora da operação poderá dificultar o andamento do resgate. É outro fator que poderá determinar a técnica de salvamento que será empregada. Operações realizadas durante o dia também diferem muito do trabalho que CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 108 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL se efetua à noite, em que se deve contar com o apoio de lanternas e holofotes (que devem sempre ser testados em relação às pilhas). SITUAÇÕES E RESGATE Se levarmos em conta que o trabalho poderá ser efetuado apenas com uma equipe (resgatista e resgatista 1), poderá ser adotado o seguinte sistema: Ao chegar ao local, os dois resgatistas avaliam a situação e definem o sistema que será empregado, em seguida o resgatista retira da viatura os equipamentos que serão utilizados, o resgatista 1 retira a mochila de suporte básico, o rádio HT e as lanternas (se for o caso). O segundo passo será a montagem da ancoragem pela equipe, em seguida o resgatista 1 desce com a mochila e com o HT, e o resgatista com a prancha longa e SKED. Estando a vítima atendida e imobilizada, o resgatista sobe e efetua o içamento da vítima e do resgatista 1. O rádio HT é importante para manter a comunicação entre a equipe. CONSIDERAÇÕES Este é apenas um manual básico, para auxílio e fornecimento de conceitos teóricos. É imprescindível o complemento prático com profissionais habilitados, objetivando o preparo técnico da equipe. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 109 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos A AutoBAn diante de um Acidente com Transporte de Produtos Perigosos O Plano de Ação de Emergência (PAE) deve ser acionado quando da ocorrência de um evento (acidente ou incidente) envolvendo produtos perigosos no Sistema Anhanguera- Bandeirantes, sob responsabilidade da AutoBan Concessionária do Sistema Anhanguera- Bandeirantes SA. O Plano de Ação de Emergência deve fornecer um conjunto de diretrizes e informações que propiciem as condições necessárias para a adoção de procedimentos lógicos, técnicos e administrativos, estruturados para serem desencadeados rapidamente em situações de emergência envolvendo produtos perigosos, para a minimização dos impactos à população e ao meio ambiente. O presente Plano atende às exigências da Resolução SMA nº 81, de 01/12/98, e incorpora as diretrizes acordadas pelos participantes do Grupo de Trabalho sobre Plano de Emergência para o Atendimento a Acidentes no Transporte de Produtos Perigosos, que inclui representantes da SMA, CETESB e concessionárias rodoviárias do Estado de São Paulo. A primeira versão do Plano foi encaminhada à CETESB em 01/02/2000. Em reunião ocorrida na CETESB em junho de 2000, a CETESB indicou que, após análise dos Planos de Ação de Emergência apresentados pelas concessionárias, solicitaria algumas adequações/complementações em todos os casos, visando uma padronização de informações e procedimentos. Em 27/10/2000, a AutoBAn recebeu o Ofício CPRN/GTR no 396/2000, solicitando complementações ao Plano apresentado. Para esclarecer as dúvidas a respeito do escopo acordado dos Planos de Ação de Emergência, que consta no Anexo 1 da Resolução SMA 81/98, houve nova reunião com a CETESB em 10/10/2000, com participação de todas as concessionárias, com o intuito de aclarar as eventuais divergências existentes para a aprovação dos planos. Acordou-se, nesta reunião, que seriam agendadas reuniões com cada concessionária, para discutir as adequações a serem atendidas. Em 16/02/01, técnicos da CETESB e do GTR realizaram uma visita ao Sistema Anhanguera-Bandeirantes, percorrendo o trecho correspondente à primeira etapa do Prolongamento e conhecendo o Centro de Controle Operacional da AutoBAn. Os técnicos da CETESB percorreram também o Sistema em operação no trecho entre Jundiaí e Cordeirópolis. Em 22/02/2001, ocorreu a reunião entre a AutoBAn, CETESB, GTR e JGP, onde foram acertadas as complementações necessárias. A presente versão do Plano incorpora estas complementações. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 110 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Ressalte-se que o presente Plano apresenta os procedimentos de atendimento a acidentes com produtos perigosos, assim como os recursos humanos e materiais alocados para sua operacionalização, que se encontram atualmente disponibilizados pela AutoBAn para o sistema concessionado em operação. Acidentes Ambientais - Os acidentes ambientais podem ser definidos como eventos inesperados que afetam, direta ou indiretamente, a seguridade da saúde humana, o meio ambiente e a comunidade envolvida. Produto Perigoso - Toda substância que proporcione risco à vida, ao meio ambiente e à propriedade. Carga Perigosa - Todo material que, transportado, encontra-se mal amarrado ou mal acondicionado no meio de transporte. Risco - Expectativa de perigo que não é iminente, mas que pode se fazer presente. Perigo - Ambiente ou situação cuja atuação depende de critérios de segurança. Carga a Granel - Carga acondicionada de tal forma que o veículo, reboque ou semirreboque é a embalagem do produto. Carga Fracionada - A carga é acondicionada em tambores ou caixas individuais e estas, no meio de transporte. Painel deSegurança - Placa retangular, alaranjada, de tamanho específico, onde se transcreve o número de risco do produto perigoso e o número da ONU. Rótulo de Risco - Losango de tamanho específico e cor variada, onde consta a classe de risco do PP, símbolo de risco e número de classificação de risco. Número de Risco - Código alfanumérico localizado na parte superior do painel de segurança, indica o risco que o produto oferece à vida, ao meio ambiente e à propriedade. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 111 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Número ONU - Número localizado na parte inferior do painel de segurança; representa a classificação mundial dos produtos perigosos. Manual de Emergência - Livro para consulta onde se identifica o PP, analisa o risco e determina procedimentos de emergência. Zona (quente, morna, ou fria) - Também conhecidas como zona vermelha, amarela e verde, são áreas de atuação para equipes de emergência; separam a área de maior perigo e o posto de comando. Corredor de descontaminação - Instalado na área amarela ou morna, é a passagem obrigatória para quem sai da área vermelha, onde ocorre uma descontaminação de pessoas e objetos, para que estes não contaminem a área mais externa. 1 - Substância Explosiva É a substância sólida, líquida ou gasosa, ou mistura de substâncias que, por si mesmas ou através de reação química, sejam capazes de produzir gás à temperatura, pressão e velocidade tais, que possam causar danos à sua volta. 2 - Substância Gasosa É aquela que é completamente gasosa a uma temperatura de 20ºC. 3 - Líquidos Inflamáveis São aqueles que, misturados ou não com outros líquidos ou sólidos em solução, produzem vapores inflamáveis a uma temperatura de até 60,5ºC. 4 - Sólidos Inflamáveis São aqueles que, nas condições encontradas no transporte, são facilmente combustíveis, ou que, por atrito, podem causar fogo ou contribuir para que ele aconteça. 5 - Substância Oxidante - Peróxido Orgânico CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 112 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL O primeiro, embora não seja necessariamente combustível, pode, em geral por liberação de oxigênio, causar combustão em outros materiais ou contribuir para isso. Já o segundo contém em sua fórmula estrutural uma estrutura bivalente -O-O- e pode ser considerada derivada do peróxido de hidrogênio, onde um ou ambos os átomos de hidrogênio foram substituídos por radicais orgânicos. 6 - Substância Tóxica ou Infectante São capazes de provocar a morte, lesões graves ou danos à saúde humana, se ingeridas, inaladas ou se entrarem em contato com a pele. 7 - Materiais Radioativos Para fins de transporte, é qualquer material cuja atividade específica seja superior a 70 kBq/kg. 8 - Substância Corrosiva É aquela que, por ação química, causa severos danos quando em contato com tecido vivo ou, em caso de vazamento, pode destruir outras cargas ou o veículo, ou ainda pode causar outros danos. 9 - Substância Perigosa Diversa É aquela que pode apresentar um ou mais riscos não especificados anteriormente ou, ainda, apresentar os risco acima descritos somados ou em parte. Identificação e Classificação Os Produtos Perigosos são identificados por painéis de segurança e rótulos de risco que ficam localizados nos veículos que transportam tais produtos. Nos painéis de segurança que têm a cor alaranjada, temos dois números: o de cima é o número de risco que determina o risco que o produto oferece; já o número inferior refere- se à identificação internacional feita pela ONU (número ONU). Os rótulos de risco são compostos por um símbolo de risco e um número de classificação de risco e têm cores diferentes, para facilitar a identificação do produto. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 113 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL A legislação prevê que todos os veículos que transportam produtos perigosos sejam dirigidos por motoristas que tenham o Curso de Movimentação de Produtos Especiais que é ministrado pelo SENAI ou por órgão devidamente autorizado pelo DETRAN de cada estado. Sua validade é nacional. A mesma legislação determina a utilização dos painéis de segurança e rótulos de risco, frisando também que esses veículos devam portar Ficha de Emergência, envelope para transporte e um kit de emergência. Manual de Emergências O Manual de Emergências foi confeccionado para utilização em emergências com produtos perigosos, como um banco de dados de informações acerca dos procedimentos que devem ser efetuados no local da emergência. O manual está dividido em cinco partes, a saber: Introdução, com informações gerais sobre PP e sobre o manual; Parte amarela, que relaciona os produtos por ordem do número ONU; Parte azul, que relaciona os produtos por ordem alfabética; Parte com tarja laranja, que são os guias de emergência que orientam quanto às ações a serem tomadas; e Parte verde, com tabela de distâncias de isolamento e evacuação inicial. Como Decifrar o Número de Risco Todo número de risco é composto de no mínimo dois algarismos e no máximo três, podendo estar acompanhado da letra “X”, que diz – reage perigosamente em contato com CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 114 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL água. O primeiro número representa o risco principal do produto, o segundo e/ou terceiro algarismo representam um risco subsidiário. Com base na tabela de conversão, obteremos uma configuração baseada no seguinte exemplo: Número de risco 3 3 = líquido inflamável 6 = tóxico Teremos a seguinte tradução: 36 = líquido inflamável e tóxico Observações: - Quando um número se repetir uma vez, leia-se muito... - Quando um número se repetir duas vezes, leia-se extremamente... - Quando um número for precedido por X, significa que o produto reage perigosamente com água. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 115 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL CLASSES DOS PRODUTOS PERIGOSOS CLASSE 1 - EXPLOSIVOS Subclasses - Substâncias e artefatos com risco de explosão em massa. Ex.: TNT, Fulminato de Mercúrio. - Substâncias e artefatos com risco de projeção. Ex.: Granada. - Substâncias e artefatos com risco predominante de fogo. Ex.: Artigos Pirotécnicos. - Substâncias e artefatos que não apresentam riscos significativos. Ex.: Dispositivos Iniciadores. - Substâncias pouco sensíveis. Ex.: Explosivos de Demolição. Características Detonação Deflagração Componentes Estopim (elétrico ou combustível) Espoleta Cordel detonante - gera energia rápida Temporizador - milissegundos Boosters Material explosivo Prevenção Transportar, manipular e armazenar seus componentes separadamente. Evitar fontes de energia. Evitar choque. Medidas de Segurança Isolar a área entre 600 e 1600 metros. Providenciar barreiras físicas. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação como Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 116 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Deixar queimar a carga. OBS.: Os explosivos são substâncias que sofreram transformações químicas extremamente rápidas e que produzem grande quantidade de gases e calor, causando um deslocamento do ar vizinho, gerando uma sobrepressão que pode causar danos a edificações e pessoas. CLASSE 2 - GASES Subclasses 2.1 - Gases Comprimidos. Ex.: CO2, Nitrogênio. 2.2 - Gases Liquefeitos. Ex.: GLP. 2.3 - Gases dissolvidos sob pressão. Ex.: Acetileno. 2.4 - Gases altamente refrigerados. Ex.: CO2, Nitrogênio. Características Pode causar queimadura criogênica. Pode causar asfixia mecânica. Pode explodir seus recipientes. Pode gerar “BLEVE” (Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion). Prevenção Evitar fontes de energia. Evitar choque. Medidas de Segurança Válvulas de alívio, ou escape. Disco de ruptura. Plug fusível. OBS.: Em casos de vazamento, os gases tendem a ocupar todo o ambiente, mesmo quando possuem densidade diferente do ar. Além do risco inerente ao seu estado físico, os gases podem apresentar riscos adicionais, como por exemplo, inflamabilidade, toxidade, poder de oxidação e corrosividade, entre outros. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 117 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL CLASSE 3 - LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS As substâncias pertencentes a esta classe são de origem orgânica, como: hidrocarbonetos, álcoois, aldeídos e cetonas, entre outros. Para uma resposta mais segura em ocorrências com líquidos inflamáveis, faz-se necessário o pleno conhecimento de algumas de suas propriedades físico-químicas: Ponto de fulgor O conceito de ponto de fulgor está diretamente associado à temperatura ambiente. Considerando-se uma temperatura ambiente de 25ºC e ocorrendo um vazamento de um produto cujo ponto de fulgor é de 15ºC, o produto estará liberando vapores inflamáveis, bastando uma fonte de ignição para que ocorra um incêndio ou uma explosão. Porém, se o ponto de fulgor do produto for de 30ºC, este não estará liberando vapores inflamáveis e, consequentemente, o risco de explosão ou incêndio, neste ambiente, é mínimo. Limites de inflamabilidade ou explosividade Para que um gás ou vapor inflamável se queime, é necessário que exista, além da fonte de ignição, uma mistura “ideal” do ar atmosférico (oxigênio) com esse gás combustível. A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, ou seja, em torno de 21% em volume. Já a quantidade de gás combustível varia para cada produto e está dimensionada através de duas constantes; o limite inferior de explosividade (LIE) e o limite superior de explosividade (LSE), e os valores de LIE e LSE variam de produto para produto. Os valores do LIE e LSE são, geralmente, fornecidos em porcentagem de volume, tomadas a aproximadamente 20ºC e 1 atm. Os gases ou vapores combustíveis só se queimam quando sua porcentagem em volume está entre os limites (inferior e superior) de explosividade, que é a mistura “ideal” para a combustão. 0% LIE - LSE 100% Características: LIE e LSE. Pode gerar “FLASH” Pode gerar “BLEVE” Prevenção Evitar fontes de energia. Evitar que fiquem expostos. Medidas de segurança Aterramento. Corta-chamas Válvula de sobrepressão e vácuo. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 118 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Disco de ruptura. Plug fusível. Bacias de contenção. CLASSE 4 - SÓLIDOS INFLAMÁVEIS Substâncias que podem inflamar-se na presença de uma fonte de ignição, em contato com o ar ou com a água. Devido à variedade de características dos produtos dessa classe, estão agrupados em três subclasses distintas: Sólidos inflamáveis Combustão espontânea Perigoso quando molhado Subclasses - Sólidos inflamáveis. Podem inflamar-se quando expostos ao calor, choque ou atrito, além de chamas vivas, tendo como exemplo o nitrato de ureia e o enxofre. - Combustão espontânea. São produtos cuja peculiaridade é inflamar-se em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição. Devido a esta característica, esses produtos são transportados em recipientes com atmosferas inertes, uns imersos em querosene, outros em água. O fósforo, branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exemplos de produtos que se ignizam espontaneamente quando em contato com o ar. - Perigoso quando molhado. As substâncias pertencentes a esta classe, por interação com a água, podem tornar-se espontaneamente inflamáveis ou produzir gases inflamáveis em quantidades perigosas. O sódio metálico reage de maneira vigorosa quando em contato com a água, liberando o gás hidrogênio, que é altamente inflamável. Os produtos dessa classe e principalmente os de subclasses 4.2 e 4.3 liberam gases tóxicos ou irritantes quando entram em combustão. Quando as reações decorrentes destes produtos se iniciam, ocorrem de maneira rápida e praticamente são incontroláveis. CLASSE 5 - SUBSTÂNCIAS OXIDANTES OU PERÓXIDOS ORGÂNICOS - Oxidantes. São materiais que liberam oxigênio rapidamente para sustentar a combustão dos materiais orgânicos. Estas substâncias são relativamente instáveis e reagem quimicamente com uma grande variedade de produtos. O simples contato de oxidantes CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 119 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL com produtos combustíveis (compostos orgânicos) pode gerar um incêndio; geralmente essas reações são vigorosas, ocorrendo grande liberação de calor. - Peróxidos Orgânicos. São agentes de alto poder oxidante, sendo que, na maioria das vezes, são irritantes para olhos, pele, mucosas e garganta. CLASSE 6 - SUBSTÂNCIAS TÓXICAS OU INFECTANTES São substâncias capazes de provocar mortes ou danos à saúde humana, se ingeridas, inaladas ou em contato com a pele, mesmo em pequenas quantidades. Em função do alto risco apresentado pelos produtos desta classe, durante as operações de atendimento à emergência é necessária a utilização de equipamentos de proteção e monitoramento da concentração dos produtos na atmosfera. Os resultados obtidos nesse monitoramento poderão ser comparados a valores de referência conhecidos com “LT” (limite de tolerância), que é o limite de concentração à qual um trabalhador pode ficar exposto durante 8 (oito) horas diárias, sem sofrer efeitos adversos à sua saúde; e também o IDLH, que é o valor imediatamente perigoso à vida e à saúde, ao qual uma pessoa pode ficar exposta durante 30 minutos sem sofrer danos à sua saúde. Dado o alto grau de toxicidade dos produtos da classe 6, faz-se necessário lembrar que as operações de contenção são de fundamental importância, já que normalmente são muito tóxicos para a vida aquática, representando alto potencial de risco para a contaminação dos corpos d’água. CLASSE 7 - SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS São aquelas que emanam raios ionizantes. Ex.: raio X, Alfa, Beta e Gama. A radiação ionizante não produz no ser humano efeitos imediatos como dor ou sensação de desconforto ou de incômodo, a não ser em casos de doses extremamente elevadas. A falta de efeitos sensíveis imediatos pode levar as pessoas ao desprezo pelas normas de segurança, o que pode provocar acidentes graves. O conhecimento do símbolo de Radiação é essencial mesmo que se encontreem embalagens usadas e vazias. CLASSE 8 - SUBSTÂNCIAS CORROSIVAS São substâncias que apresentam uma severa taxa de corrosão ao aço. Evidentemente causam danos ao tecido humano. Basicamente, existem dois principais grupos de materiais que apresentam essas propriedades: os Ácidos e as Bases. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 120 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Muitos produtos pertencentes a essa classe reagem com a maioria dos metais, gerando hidrogênio, que é um gás inflamável, acarretando assim um risco adicional. Certos produtos apresentam como risco subsidiário um alto poder oxidante, enquanto outros podem reagir violentamente com a água ou com outros metais, como por exemplo compostos orgânicos. O contato desses produtos com a pele e com os olhos pode provocar severas queimaduras, por isso deve-se utilizar o EPI adequado para cada tipo de produto envolvido, em geral as roupas de PVC são recomendadas para o manuseio dos corrosivos. CLASSE 9 - SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS São as substâncias que apresentam um risco não coberto por qualquer das outras classes. Para esses produtos, são aplicados todos os procedimentos básicos, além de outros procedimentos específicos, de acordo com o tipo de produto e local da ocorrência. PROCEDIMENTOS EM CASO DE ACIDENTES COM PRODUTOS PERIGOSOS 1º NO LOCAL Manter o vento às suas costas; Identificar e classificar o produto a distância; Isolar, sinalizar e evacuar a área; Acionar os meios de emergência: Corpo de Bombeiros, Cetesb, Defesa Civil, Pró Química, Polícia Rodoviária. A contenção do vazamento, transbordo, limpeza do local e liberação fica a cargo de pessoal especializado. PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE SEGURANÇA PESSOAL O principal aspecto a ser considerado durante o atendimento a acidentes que envolvem produtos perigosos diz respeito à segurança das pessoas, principalmente das primeiras que chegam ao local da ocorrência. Para tanto, deverão ser sempre adotados, no mínimo, os seguintes procedimentos: Observar a distância segura; Aproximar-se cuidadosamente; Manter-se sempre de costas para o vento, tomando como referência o ponto do vazamento; Evitar manter qualquer tipo de contato com o produto envolvido (pisar, tocar ou inalar); Identificar o produto (n° da ONU e Rótulo de Risco); Isolar a área; Solicitar o auxílio de especialistas e autoridades. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 121 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL ÊXITO NA OPERAÇÃO O sucesso de uma operação de atendimento a acidentes envolvendo produtos perigosos está associado aos seguintes valores: Rapidez e eficiência no acionamento das equipes de atendimento; Avaliação correta e desencadeamento de ações compatíveis com a situação apresentada; Disponibilidade dos recursos necessários e capacidade de mobilização. ETAPAS DE UM ATENDIMENTO EMERGENCIAL Os acidentes envolvendo produtos perigosos podem ocasionar situações bastante diferenciadas, necessitando, na maioria das vezes, de um desencadeamento de ações específicas para cada caso. De maneira geral, no entanto, os trabalhos de atendimento podem ser divididos em quatro etapas, a saber: Segurança; Avaliação e identificação; Comunicação efetiva; Isolamento da área. Segurança Refere-se ao posicionamento da viatura e à biossegurança de cada envolvido, com o uso do EPI adequado, que veremos mais à frente. Avaliação e identificação Avaliação do local, tipo de acidente, vazamentos, fogo, etc., identificação do produto através do painel de segurança e rótulo de risco. Comunicação efetiva Informar ao CCO sobre a identificação do produto e situação do local, se existe vazamentos, fogo, etc., acionamento de recursos como corpo de bombeiros, defesa civil, Cetesb, etc. Isolamento de área Evacuação de pessoas, colocação de sinalização, etc. Isolar o local e estabelecer áreas de maior risco. Consultar o manual de autoproteção para manuseios e transporte rodoviário de produtos perigosos para, de acordo com o produto e a proporção do vazamento, verificar a área que deverá ser isolada. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 122 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Zona de atuação Neste e em alguns outros tipos de atendimento, delimitamos as áreas de atuação e classificamos por zona de periculosidade, assim temos: - Zona Quente, ou zona de exclusão: é o foco central do acidente, área de maior contaminação e, portanto, é onde estará concentrado o EPI adequado para o atendimento, sendo utilizado pelas pessoas mais adaptadas. Existe um controle rigoroso para entrada e saída de pessoas e equipamentos. - Zona Morna, ou zona de redução de contaminação: corresponde à área de trânsito entre as áreas contaminadas e áreas limpas. Também é a área reserva da zona quente, caso o contaminante se desloque. - Zona Fria, ou zona de suporte: área não contaminada, onde será montado o apoio e posto de comando da operação. Das etapas do atendimento emergencial, destaca-se o ACIONAMENTO. O acionamento é fator preponderante para êxito da operação, associado ao repasse das informações. Estudos sobre a “estratégia das informações” classificam as informações em quatro graus: Informação imediata -> indica o perigo iminente. Informação compacta -> necessária para ações iniciais corretas e seguras. Informação detalhada -> necessária para providências específicas, geralmente sobre características físico-químicas do produto envolvido. Informação especializada -> colhida junto ao fabricante ou órgão especializado. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 123 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL IMPORTANTE OBTER INFORMAÇÕES COMO: Identificação do informante; Local da ocorrência; Acesso ao local; Produto(s) envolvido(s); Vazamentos; Horário do acidente; Características da região; Órgãos presentes ou acionados; Incêndios ou explosões; Vítimas; Fones para contatos. ÁREA DE ATUAÇÃO DA AutoBAn E OUTRAS UNIDADES ESPECÍFICAS Sempre que ocorrer acidentes envolvendo veículo que esteja transportando produto perigoso, deverão ser acionados outros órgão públicos, sempre de acordo com a gravidade e as circunstâncias da emergência, sendo que cada órgão atuará em área específica conforme indicações a seguir: AutoBAn: Identificação, sinalização, isolamento, implantação de desvios, guinchos, mão de obra, etc. Corpo de Bombeiros: Extinção de incêndios, salvamento de vítimas, lavagem de pista, corte de metais. Órgão de Meio Ambiente: Este órgão deverá ser acionado toda vez que houver risco de poluição ambiental (do ar, da água ou risco à fauna e à flora). Órgão responsável pelo abastecimento de água: deverá ser acionado imediatamente, sempre que houver perigo de contaminação da água usada pela população local. Defesa Civil: este órgão será acionado quando a gravidade da situação indicar a necessidade de ações de maior vulto, como dar ciência do perigo a toda uma população, evacuação da área ou moradores, dar assistência a grande número de vítimas, e meios para dominar a situação quando houver contaminação tóxica do ar e água em proporçõesconsideráveis. ABIQUIM: Dará maiores informações sobre o produto envolvido na emergência e no acionamento de fabricantes e transportadores. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 124 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Etapas do Atendimento INÍCIO NOTIFICAÇÃO DO ACIDENTE RECURSOS SUFICIENTES PARA PRÓXIMA ETAPA? IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO AVALIAÇÃO DOS RISCOS DO PRODUTO ISOLAMENTO DO LOCAL MONITORAÇÃO AMBIENTAL REAVALIAÇÃO DOS RISCOS DO PRODUTO REDIMENSIONAMENTO DA ÁREA DE ISOLAMENTO A A ADEQUAÇÃO DO EPI SOLICITAR APOIO NÃ O SALVAMENTO DE VIDAS SIM AVALIAÇÃO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS SOLICITAR APOIO NÃ O EPI SUFICIENT E P/ PRÓXIMA ETAPA ? SIM DESENCADEAMENT O DE AÇÕES B B SITUAÇÃO SOB CONTROLE ? NÃ O SIM DESCONTAMINAÇÃO AÇÕES DE RESCALDO AÇÕES PÓS EMERGENCIAIS RELATÓRIO FI M CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 125 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Atuação com Apoio de Aeronaves ORIENTAÇÃO E SEGURANÇA DO HELICÓPTERO INTRODUÇÃO Por causa das suas capacidades únicas, os helicópteros são frequentemente usados para emergências médicas. A habilidade do helicóptero para entrar e sair do local do acidente, ligar pontos distantes, pousar em helipontos de hospitais, são a chave para salvar muitas vidas. Treinamento, trabalho em grupo e coordenação são essenciais para operações seguras. É imperativo que as tripulações aeromédicas (TAM), bem como as equipes de terra, recebam treinamento para missões específicas, para assegurar a segurança da operação e impedir qualquer erro que possa afetar a segurança do voo. TIPOS DE HELICÓPTEROS Existem vários tipos de helicópteros a serviço da indústria aeromédica. Os helicópteros mais comuns usados nos programas aeromédicos são: . Monomotores Os monomotores incluem: Bell 206 B III - Jet Ranger 206 L III Long Ranger, Aeropastiale A Star As350 e Aerospatiale Alouette III SA 316 B. . Bimotores Entre os bimotores estão incluídos: MBB BK117, MBB BO105, Aerospatiale Twinstar AS 355F, Aerospatiale Dauphin SA 365N, Bell 222, Bell 412, Agusta 109 e Sikorsky S76. A CAPACIDADE DO HELICÓPTERO Cada helicóptero possui capacidade diferente. Contudo, geralmente, helicópteros monomotores requerem menos tempo para ligar, gastam menos combustível e custam menos para serem operados. Helicópteros bimotores podem oferecer uma margem de segurança maior, geralmente fornecem uma carga útil e requerem mais manutenção e mais tempo para ligar que um monomotor. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 126 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL OPERAÇÃO DOS HELICÓPTEROS: A maioria dos helicópteros aeromédicos voa em velocidades entre 100 e 200 km/h. TERRENO Declives - Pouso em declive requer maior precisão por parte do piloto. O grau de declive em que pode ser aterrissado varia, dependendo de fatores como: tipo de aeronave, experiência do piloto, condição da superfície da pista, direção do vento e velocidade. Áreas restritas - A maioria das operações requer uma área limpa ou desobstruída (20 m x 20 m de dia e 30 m x 30 m à noite) para uso como área de pouso de helicóptero. Áreas restritas apresentam problemas especiais como obstáculos, descida para aterrissagem vertical, suspensão de poeira, aproximação segura e decolagem, etc. Condições de superfície - Áreas de pouso com muita poeira podem reduzir a visibilidade a zero devido ao levantamento de poeira, com os motores ligados. Terreno pedregulhado pode gerar dano à aeronave. Superfícies de pouso não retas podem não dar uma base suficiente para a aeronave. RESPONSABILIDADES DO PILOTO EM COMANDO De acordo com os regulamentos do Ministério da Aeronáutica, a responsabilidade em todos os aspectos de uma operação segura da aeronave recai sobre o piloto em comando. Todos os passageiros devem se comportar, dentro ou nos arredores da aeronave, sob as ordens do piloto. A segurança de uma missão aeromédica pode ser aumentada pela cooperação dos tripulantes aeromédicos (TAM) e das equipes de terra. TAREFAS DA EQUIPE DE TERRA - OPERAÇÕES NORMAIS - Clarear a área de objetos soltos, que possam voar pela força do vento; - Impedir a aproximação de pessoas estranhas ao local de pouso; - Orientar o piloto quanto à direção da aproximação da aeronave, aproximação com o solo, livramento de obstáculos e pouso. As ilustrações a seguir mostram os sinais que devem ser utilizados para essa orientação: CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 127 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Obedecer às orientações da tripulação, quanto à aproximação da aeronave. - Saber a localização e operação de todas as portas da aeronave. O número de assistentes a se aproximarem do helicóptero deve ser mantido ao mínimo. Tripulantes aeromédicos ou membros da equipe de terra podem ser usados também para assegurar-se da segurança da zona de pouso no solo até que o piloto deixe os controles. Um método que tem sido efetivo é o “posting”. No pouso e depois de o piloto deixar os comandos, um TAM é colocado fora do disco do rotor na posição 11 horas. Se dois TAMs são usados, o segundo é colocado na posição 1 hora. TAREFA DA EQUIPE DE TERRA - PROCEDIMENTOS DE EMERGÊNCIA - Aproximar-se do helicóptero somente após autorização do piloto. Caso este não esteja em condições de fazê-lo, aproximar-se pela frente e pela direita da aeronave. - Procurar extinguir qualquer princípio de incêndio; - Abrir todas as portas da aeronave; - Obedecer às orientações da tripulação. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 128 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL RECONHECIMENTO DE PERIGO SISTEMA DO ROTOR PRINCIPAL Em declives ou em solo não reto, a distância das pás das hélices pode ser ilusória. Hélices podem flexionar para baixo, especialmente quando estão girando em baixa rotação em tempo com muitos ventos. Os membros das equipes de terra e tripulantes não devem carregar objetos altos, como instalação IV ou iniciar RCP com macas sob hélices girando. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 129 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL SISTEMA DE ROTOR DE CAUDA Todos os componentes envolvidos devem estar alertas ao perigo desse sistema de rotor da cauda. É baixo o suficiente para causar ferimentos graves ou morte. Alta rotação as faz difíceis de serem vistas. Contato visual com o piloto deve ser feito sempre antes de se aproximar. A melhor posição para isso é a de se aproximar e sair pela frente e à direita da aeronave, na posição de 1 a 2 horas. ZONA DE EXTREMO PERIGO DISTÚRBIO DO AR CAUSADO PELO ROTOR Durante o pouso e a decolagemdo helicóptero, ventos extremamente fortes são produzidos. Coisas leves como lençóis, cascalho, etc. podem causar ferimentos especialmente para os olhos. Ficar a favor do vento pode dramaticamente aumentar o perigo. ROTOR PRINCIPAL ROTOR DE CAUDA CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 130 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL BARULHO Motores do helicóptero, transmissões e hélices emitem sons altos e de alta frequência. Perda de audição de alta frequência permanente pode ocorrer com muita permanência próxima sem uso dos protetores de ouvido. Barulho faz a comunicação ser difícil dentro do helicóptero e em volta dele. FOGO O fogo é um perigo muito grande devido à presença de combustível e de oxigênio. As equipes de terra devem estar familiarizadas com os equipamentos de fogo e saber a localização das válvulas de combustível. Todos os tanques de oxigênio devem ser desligados quando não estiverem em uso. FIOS ELÉTRICOS A fiação elétrica tende a ser mais perigosa que outros obstáculos ao voo, porque é difícil de ser visualizada. As equipes de terra devem prestar atenção nas fiações ou outros impedimentos durante o pouso e orientar o piloto quanto à posição melhor para o pouso. AERONAVE POUSADA As aeronaves, enquanto pousadas, devem ser guardadas da presença de curiosos que podem, inadvertidamente, acionar botões e danificar equipamentos, principalmente antenas. CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 131 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Referências Bibliográficas ACLS PALS BLS ABQUIM PHTLS – Pre Hospital Trauma Life Support / Prehospital Trauma Life Support Committee of the National Association of Emergency Medical Technicians in Cooperation With the Committee On Trauma of The American College of Surgeons - 6th ed.2007. ATLS advanced trauma life support / Advanced Trauma Life Support Committee of the National Association of Emergency Medical Technicians in Cooperation With the Committee On Trauma of The American College of Surgeons J. David Bergeron, Bizjak G./ Primeiros Socorros. Atheneu Editora São Paulo, 2a Ed.1998. Mick J. Sanders/ Mosby’s Paramec text book. Physician Advisers. Laurence M. Lewis e Gary Qhuick. 3a Ed. 1998. 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CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 135 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Elaboração da 1ª e 2ª edição Mauricio Miname Wagner Longo Rodrigues Yramaia Kaltenegger Fernandes Alexandre Rodrigues Negri José Carlos Redressi Elaboração da 3ª edição Marcelo Teixeira Waine Ciampi Elaboração da 4ª edição Marcelo Teixeira Waine Ciampi Jéferson Maximiniano Ricardo Gesualdo Milton Pedro Lopez Hamilton Jonas Amaro Cesar Augusto Roldan dos Santos CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 136 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Elaboração da 5ª edição José Antonio Coelho Junior Milton Pedro Lopez Ricardo Gesualdo Cesar Augusto Roldan dos Santos CÓPIA CONTROLADA Proibida a Reprodução Parcial ou Total Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar Interação com o Cliente – Resgate Revisão-04 Pág. 137 de 137 CÓPIA CONTROLADA PROIBIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL OU TOTAL Protocolo do Manual de Qualificação e Treinamento Resgate - AutoBAn - 2012 Eu, ________________________________________________________, DRT _______, declaro ter recebido “TREINAMENTO” conforme NR 1.7, alíneas a, b itens de I a VI, c itens de I e IV, e alínea d, “Cabe ao Empregador”, e NR 1.8, alíneas a, b, c, d, e 1.8.1, “Cabe ao Empregado”, da Portaria nº 3214 de 08 de junho de 1978, conforme conteúdo do Manual de Qualificação e Treinamento (2º versão, mar/2008), bem como tomei conhecimento dos meus Direitos e Deveres e participei dos treinamentos, orientações e informações sobre: Atendimento Pré-hospitalar, Cinemática do Trauma, Análise Primária, Reanimação em Parada Cardiorrespiratória, Análise Secundária, Obstrução de Vias Aéreas, Traumatologia, Conceitos Básicos, Traumatismo Cranioencefálico (TCE), Trauma Raquimedular, Trauma Torácico, Trauma Abdominal, Trauma em Gestantes, Traumatismo Musculoesquelético, Trauma Pediátrico, Politraumatizado, Salvamento Aquático e Afogamento, Emergências Clínicas Mais Comuns, Desmaios, Convulsão, Infarto Agudo do Miocárdio, Angina Pectoris, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Emergências Psiquiátricas, Emergências Respiratórias, Acidentes com Animais Peçonhentos, Serpentes, Aranhas, Escorpiões, Lagartas Venenosas, Abelhas, Salvamento, Técnicas de Desencarceramento e Resgate de Vítimas Presas em Ferragens, Carros Blindados, Veículos Equipados com Air Bag, Veículo Movido a GNV, Combate a Incêndio, Extinção de Princípios de Incêndios, Extintores, Cabos e Nós, Técnicas de Resgate em Ribanceira e Rapel, Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, A AutoBAn diante de um Acidente com Transporte de Produtos Perigosos. Jundiaí, ________ de ____________________ de 200____. Assinatura: ______________________________________ O presente protocolo foi elaborado em duas vias de igual teor, sendo a primeira via da Empresa, arquivada na Área de Pessoal, e a 2ª via entregue ao COLABORADOR.