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1 Universidade Anhanguera de Belo horizonte – Pólo Pampulha Centro de Educação a Distancia SERVIÇO SOCIAL Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social 2 MARIA ELIZABETE RODRIGUES SANTOS RA 4311804801 EUCINARIA LOPES DE SOUZA RA 5534101447 MARCO TÚLIO SOARES RA 4311812309 SILVIA DAVID MENDES RA 5322977553 TAMARA ARÊDES VIEGAS RA 1299551205 GISLANE CRISTINA de LIMA RA 3876675921 A CRISE E O RECOMEÇO Um Serviço Social Novo e Marcado Por Novas Práticas Professor: Maria Laura Santos Tutores Ariane S. Amorim, Ana Cláudia Palmeira Belo Horizonte, 16 de abril de 2013. 2 Os grandes marcos da reconceituação do serviço social A reconceituação do Serviço social abriu novos horizontes para a profissão, onde as causas das questões sociais passaram a ser tratadas e não os efeitos. As tendências políticas passaram a ser questionadas, a teoria básica e a metodologia analisada mais a fundo, e o assistente social como profissional começa a ter vontade e voz, ou seja, não mais só um executor das políticas sociais, mas se torna capaz de formular e gerir as mesmas. A ruptura com a herança conservadora expressas como uma luta por alcançar novas bases de legitimação da ação profissional, e de colocar-se a serviço dos interesses dos usuários. E tem como pré requisito que o Assistente social aprofunde a compreensão das implicações políticas de sua pratica profissional, polarizada pela luta de classes. Essa interação entre o aprofundamento teórico rigoroso e a pratica renovada politicamente definida, constitui elemento decisivo para superar o voluntarismo, a prática rotineira e burocrática, as tendências empiristas, o alheamento do modo de vida do povo e o desconhecimento do saber popular. (IAMAMOTO). O rompimento com o tradicionalismo e com o sistema capitalista dominante, permitindo ao assistente social, se colocar a serviço das necessidades dos usuários, com a reconceituação o profissional do serviço social passa a ter uma identidade própria, sua mesma, não uma identidade atribuída, segundo Carlos Montaño. Esse movimento levantou uma proposta no sentido de adequar o serviço social à problemática dos países latino-americanos, buscando um marco referencial e teórico para a prática do serviço social com a elaboração de uma literatura autônoma e própria, mobilizado pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais – CBCISS, promovendo os seminários de Araxá (1967), Teresópolis (1970) Sumaré, estes seminários representaram um marco histórico para o Serviço Social. Foram momentos marcantes onde os profissionais do serviço social puderam refletia sobre suas bases e suas práticas. O Movimento de Reconceituação se cria e se desenvolve a partir da identificação político-ideológica da profissão pelo capital e da negação de uma prática conservadora do Serviço Social, afirmando um compromisso político com a classe subalterna. (SILVA e SILVA, 1995, p. 86 aput MOTA,1987, p. 15-16) O documento de Araxá tinha como objetivo estudar a possibilidade de teorização do Serviço Social, não com a ideia de criar um conceito novo para a profissão, mais procurar novos alicerces para sustentá-la e melhorá-la, para aumentar os conhecimentos, contribuir para esclarecer e dar significações ao que já se sabia sobre o mesmo. Podemos dizer também que a partir desse documento houve uma melhor compreensão sobre as metamorfoses do 3 Serviço Social, suas permanências e suas transformações, que parece se mesclar no processo de construção\reconstrução de sua identidade. O assistente social só pode atuar decisivamente nos diferentes níveis, se for respeitado e tenha respeitadas suas aptidões, e também tenha a oportunidade de estudo antecipado do trabalho que vai realizar, dispondo de meios para sua constante atualização e seja delimitado seu campo de trabalho, segundo IAMAMOTO. Foi reconhecido nos encontros regionais que o ponto alto das discussões é a definição do serviço social como disciplina de intervenção na realizada e que para se chegar a natureza do Serviço Social é necessária uma base filosófica. Nos anos 60, os movimentos e lutas sociais, o desenvolvimento de experiências reformistas na América Latina, o surgimento da revolução cubana, a luta de guerrilhas e a reflexão em torno do processo de dependência acentuaram a insatisfação de muitos assistentes sociais que se viam como‘bombeiros’, chamados a apagar pequenos incêndios, a atuar no efeito da miséria, a estabelecer contatos sem contribuir efetivamente para a melhoria da vida cotidiana do povo. (FALEIROS) O II Seminário de teorização do Serviço Social, que foi realizado em Teresópolis, tinha como objetivo estudar três itens; 1. Fundamentos da metodologia do serviço social, 2. Concepção cientifica da pratica do serviço social, e 3. Aplicação da metodologia do serviço social. Ao contrário do seminário de Araxá, o de Teresópolis não produziu um documento final e o CBCISS instituição responsável pelo evento, publicou os relatórios de cada grupo separadamente. Os estudantes concordaram que o assistente social, isoladamente, não pode responder de forma adequada ás necessidades do individuo, grupos e comunidades, sendo necessária uma intervenção interdisciplinar. (...) o deslocamento do “serviço Social tradicional” por viés desenvolvimentista-modernizante tornou compatível a renovação do Serviço Social com as exigências próprias do projeto ditatorial e permitiu a consolidação de um perfil profissional bastante diverso do tradicionalismo ( NETTO ) O Documento de Teresópolis concluiu que a metodologia do Serviço Social apresenta duas fases, uma predominante de estudo e outra predominante de ação, que se enquadravam dentro do método lógico, havendo três abordagens, a individual, a grupal e a comunitária, ao contrario dos clássicos processos de Serviço Social de analise de casos. A partir de então o Serviço Social deixou de ser uma profissão de ajuda, de assistência superficial e com pouca atuação nos problemas social, para ser uma profissão com 4 planejamento, estudo e atuação direta de profissionais mais seguros e melhor preparados, para fazer com que o homem tenha aquilo que o realize nos aspectos econômicos, sociais, culturais e morais, indispensáveis a sua vida como ser racional. Os resultados desta teorização do serviço social com a base nesses seminários permitiram que houvesse uma nova visão dessa profissão, mais ampla e mais concreta. Surge com a proposta de romper as práticas tradicionais do Serviço Social, vinculadas aos interesses da classe dominante, discute a relação entre a profissão e a sociedade capitalista. Foi manifestada no âmbito dos movimentos democráticos e das classes exploradas e subalternas (inicio dos anos de 1960) quando “ [...] O Serviço Social – de forma visível, pela primeira vez- vulnerabilizava-se a vontades sociais (de classe) que indicavam a criação, no marco profissional, de núcleos capazes de intervir no sentido de vinculá-lo a projeções societárias pertinentes às classes exploradoras e subalternas. (Netto, 2006, p.256) Portanto, assistentes sociais que optaram politicamente de trabalhar em favor dos explorados e subalternos conceberam as primeiras idéias de intenção de ruptura das práticas tradicionais, uma vez que é preciso lembrar que o objeto de trabalho do ServiçoSocial é a questão social (resultante das relações de conflito entre capital x trabalho que se manifesta em suas múltiplas expressões: desemprego, violência, fome, discriminação e etc.), e agora as/os profissionais optaram em atuar em prol dos trabalhadores/as (segundo Iamamoto trabalhador/a é tanto quem está empregado/o e desempregado/a), baseando-se na teoria marxista. (...) originando produções teóricas voltadas para as questões do continente latino-americano, rompendo com práticas profissionais, aumentando a participação política de assistentes sociais nos movimentos sociais, sindicalistas e partidários, porém o movimento de reconceituação do S. Social (que surge no âmbito da academia sendo protagonizado por estudantes-militantes, docentes e abrangendo a categoria de assistentes sociais) foi desfeito pelas ditaduras burguesas e por divergências no próprio grupo de assistentes sociais. Assim sendo, hoje existem ainda as três perspectivas, de modo que há docentes que encaminham seus projetos conservadores e profissionais com práticas atreladas á tendência de renovação do conservadorismo; portanto o projeto ético-político-profissional hegemônico fundamenta-se na teoria marxiana e marxista, se materializando no código de ética profissional (1993) que norteia o pensar e o fazer profissional da(o) assistente social Disponível em:http://coresgris.blogspot.com.br/2010/03/marx-e-suas- influencias-no-servico.html Acessado em: 16 abr. 2013 Entretanto não podemos deixar de mencionar o contexto histórico-político desta época onde ocorreram estes fatos, No final da década de 50 e no início da década de 60 houve uma crise dos padrões de acúmulos capitalistas, tal crise foi marcada pela internacionalização da economia, pelo fortalecimento do setor privado e do capital internacional, isso fez com que a política social do Brasil fosse deixada a segundo plano, tendo como única medida significativa a instituição e a regulamentação da lei orgânica da Previdência Social. No período seguinte, com a Ditadura Militar (1964 – 1985), nasce a necessidade do Movimento de reconceituação do Serviço Social, pois nesse período aumentou as 5 desigualdades de classes e as questões sociais ficam agravadas, a classe trabalhadora encontra-se vulnerável, com todos os acontecimentos, salários baixos, desemprego, grande mortalidade infantil, miséria, saúde precária, entre outros, que surgiram com o forte dominou e a repressão dos militares e da classe dominante, mas que só pode se concretizar com o enfraquecimento deste regime cruel e dominador, que marcou de forma negativa nossa historia. Imagem disponível em: http://www.professorsergioaugusto.com/news/ditadura-militar-1964-4985/ Acessada em: 15 abr 2013. O regime militar caracterizou-se pela falta de democracia, suspensão dos direitos constitucionais, censura, concentração de renda, pensamentos capitalistas, perseguição política e repressão a todos que eram contra ao regime, este foi um cenário ideal para a indignação dos assistentes sociais, que se reuniram para buscar novos rumos para a profissão. Imagem disponível em: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/05/1964-o-golpe-de-estado-e- ditadura.html Acessada em: 15 abr. 2013 6 O exercício crítico-reflexivo da teoria do serviço social Para compreender o momento teórico dos movimentos de reconceituação, se faz necessário primeiro entender, as correntes filosóficas que influenciaram o serviço social e a sua relevância nestes movimentos. Começaremos pelo positivismo, em seguida fenomenologia e por ultimo a dialética. O Positivismo é uma corrente filosófica que surgiu no século XIX criada por Augusto Comte, o positivismo se dá na cresça do poder absoluto da razão humana, para conhecer a realidade e traduzi-la sob a forma de leis naturais. Essas leis seriam a base da regulamentação da vida do homem, da natureza como um todo e do próprio universo. Seu conhecimento pretendia substituir as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum, por meio das quais o homem explicava a realidade; segundo Cristina Costa. A principal características do positivismo e a tentativa de constituir seu objeto, pautar seus métodos e elaborar seus conceitos à luz das ciências naturais, procurando dessa maneira chegar à mesma objetividade e ao mesmo êxito nas formas de controle sobre os fenômenos estudados. ...tem por base a exaltação dos fatos, sendo uma reação à filosofia especulativa e sua especulação pura. O termo identifica a filosofia baseada nos dados da experiência como a única verdadeira. O conhecimento se afirma numa verdade comprovada, sendo assim considerado o método experimental o caminho para o pensamento científico, a verdade comprovada jamais é questionada... ...o positivismo rejeita o conhecimento metafísico, devendo limitar-se ao conhecimento positivo, aos dados imediatos da experiência. Defende a idéia de que tanto os fenômenos da natureza como os da sociedade são regidos por leis invariáveis. MARIANE INÊS HERMANY Disponível em; http://filosofiahojegmail.blogspot.com.br/2010/11/idealismo- alemao-de-wikipedia.html acessado em :15 abr. 2013 A fenomenologia é uma corrente filosófica criada por Husserl, que tem como objetivo de estudo o fenômeno em si mesmo, aquilo que é percebido pela consciência para investigar a vida perceptiva. Com a percepção, torna-se possível entender a consciência de mundo, aquilo que se apresenta ou se mostra. Para Husserl tudo aquilo que podemos saber do mundo, estão resumidos nestes fenômenos, estes objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência, sua significação. Nesta busca por significação a investigação deve se ater ao modo como as coisas se apresentam ao homem, e como o homem deve lidar com a multiplicidade de informações sobre o objeto percebido, não existindo uma consciência pura mas sim um consciência de algo. 7 A Fenomenologia não apresenta uma proposta finalística para os problemas sociais nem para os problemas humanos, mas considera que a solução dos problemas está na pratica, valorizando a intersubjetividade das consciências – que é de onde a pessoa-cliente e a pessoa-assistente social têm projetos e aspirações – e buscando encontrar a essência através da experiência. O homem é visto, segundo a Fenomenologia, como ser individual, e único capaz de construir-se, considerando que o próprio homem, ou seja, a pessoa- cliente, ao interpretar os problemas por ela vividos, pode encontrar possibilidades, ela própria, para resolver os mesmos. (Carvalho. C. C ) Procuramos uma explicação sobre a fenomenologia e o positivismo com um amigo de aluna de nosso grupo, e o Psicanalista Rogério Baltazar nos deu a seguinte explicação: “Dividiram a medicina em partes, desejando resolver os problemas dos seres humanos. Porém hoje há um entendimento que tudo pode ser resolvido em partes. O EMOCIONAL É A CHAVE DE TUDO! Se ele estiver mal, não tem cardiologista que melhore o coração. Assim é a Fenomenologia. Ela não se apega a história contada pelo interlocutor, ela procura investigar peças desta história que não se encaixam pois foi criado pela vivência do interlocutor (ex: nossa dona assistente -Eu já passei fome sabe.) --- MAS NÃO FALA QUE a fome que passou foi de apenas 03 horas. Fenomenologia desmonta a história consciente, ou seja a história que você ouviu, e monta uma história mais próximo da realidade, lembre-se que a existem dois tipos de história a que o consciente monta no decorrer da vida e a real sem maquiagem. A função da Fenomenologia é observare detalhar os fenômenos desta e até chegar na real. EX: VC VÊ UM CARRO. No geral é um carro, mas se você for separar você verá que ele é composto de lataria que é (portas, porta mala, teto etc. _ quem cuida lanterneiro. ELE também é motor: (quem cuida mecânico). “No positivismo os assistentes sociais apenas reproduziam uma função assistencialista, pensando os indivíduos de forma separadas de um todo, pensando só nas necessidades imediatas dos indivíduos, não que eles não fossem parte de uma sociedade que tem suas particularidades”.ROGERIO BALTAZAR Dialética é a arte do dialogo, dialética é um debate onde há idéias diferentes que são debatidas, onde há a defesa de uma ideia e logo depois há o contraditório, a dialética é uma maneira de filosofar e o seu conceito foi debatido ao longo de décadas por diversos filósofos, como Sócrates, Platão, Aristóteles, Hegel, Marx, e outros. Dialética é o poder de argumentação. 8 Marx entendia a dialética como o pensamento e a realidade ao mesmo tempo, na dialética de Marx o mundo não pode ser entendido de forma separada, há uma ideia e outra contraria ate o conhecimento da verdade. Dialética Dialética é a união entre forma e conteúdo para a compreensão da realidade, evidenciando uma lógica unida a uma ontologia. (... )Porém, importante mesmo foi a consequência desse pensamento para um outro filósofo alemão: Karl Marx. Conforme esse autor, as contradições nas coisas não dependem de uma razão que transcende nossa realidade, mas são frutos do modo como organizamos nossa produção, isto é, das nossas condições materiais de existência. Significa dizer com Marx que podemos superar as contradições tomando consciência de nossa situação histórica, ou seja, consciência de classe. No ápice de sua síntese, não estaria o Estado teleológico como queria Hegel, Estado esse que interessa à Razão, mas um modo de vida comum que evitaria que contradições surgissem de modo a diferenciar as pessoas segundo classes econômicas. Dessa forma, o que há de comum entre esses autores é que concebem a dialética como a união entre forma e conteúdo para a compreensão da realidade, evidenciando uma lógica unida a uma ontologia. ( João Francisco P. Cabral ). Disponível em: http://www.brasilescola.com/filosofia/dialetica.htm Acessado em: 15 abr 2013. Estas três correntes filosóficas,foram as influencias do serviço social no seu movimento de reconceituação, onde cada uma delas teve sua importância e relevância. Após a II Guerra Mundial os países capitalistas lançaram estratégias em defesa do capitalismo, pois temiam a expansão do socialismo, visto que havia a construção do bloco socialista representado pela União Soviética. Uma dessas estratégias foi a implantação de empresas norte-americanas e européias na América Latina. Assim sendo, uma parte da burguesia local (aliada aos EUA) era a favor do capital internacional e a outra defendia o nacionalismo, isso provocou uma crise na burguesia, sendo que a parte da burguesia atrelada aos estadunidenses resolveu a crise com o golpe de 1º de abril de 1964, o golpe militar, que em apoio à concentração do capital proibiu o sindicalismo e agravou a exploração do/a trabalhador/a. Com a erosão da base do Serviço Social tradicional iniciou a renovação do Serviço Social brasileiro que se deu em três perspectivas: a modernizadora baseada na teoria positivista; a de renovação do conservadorismo baseada na teoria fenomenológica; e a de intenção de ruptura baseada no marxismo Disponível em: http://coresgris.blogspot.com.br/2010/03/marx-e-suas- influencias-no-servico.html acessado em: 15 abr. 2013 9 Conclusão O serviço social é uma profissão relativamente nova, que teve suas origens na caridade, que foi por muito tempo dominada e instituída por uma minoria detentora de recursos financeiros que o mantinham, mas que com o passar dos anos, buscou uma desvinculação destes setores, se profissionalizando e se estruturando, fortalecendo seus vínculos com a sociedade e se tornando uma profissão respeitada, onde seus profissionais buscam uma qualificação realmente voltada para o social, fortalecimento os laços familiares, fortalecendo a estrutura familiar, não com uma ideia assistencialista de necessidades imediatas, que só foi possível com o movimento de reconceituação do Serviço Social, criando uma nova visão para os assistentes sociais. A reconceituação do serviço social criou marcos tão profundos que revolucionaram ate o modo operante, desde então, fazendo com que o assistente social não fosse mais apenas um reprodutor do interesses de seus mantedores, mas um criador e pensador de soluções definitivas, para uma sociedade cada vez mais carente. (...) esta inconclusividade não fez do movimento algo intransitivo, que não remeteria mais que a si mesmo. Ao contrário, durante mais de dez anos, na seqüência da década de 1970, a parte mais significativa do espírito renovador da reconceituação, processado criticamente, alimentou o que houve de mais avançado no processo profissional latino-americano. (NETTO) Os assistentes sociais a partir destes movimentos de reconceituação,que romperam com suas antigas práxis, passaram a ter um fortalecimento de sua identidade, não deixando que o capitalismo, que mantinha sobre controle os trabalhadores - para expandir seu capital- , fosse o que norteava suas tomadas de decisões e sim as questões sociais e humanitárias. O capitalismo estava deixando a sociedade enferma, a sociedade necessitava de transformações urgentes, para as demandas sociais e culturais que vinham surgindo, o serviço social estabeleceu conferencias e debates em todo o mundo, com finalidade de rever seus conceitos. Se a finalidade era sermos livres, independentes, então o modelo Norte-Americano não podia ser empregado mais, uma vez que a nossa estrutura econômica e social era totalmente diferente da deles. Nesta época a cidadania era negada à sociedade, prisões, repressões, exílios, suspensão dos direitos constitucionais, perseguições políticas e censura permitiu que indagações viessem contra o tradicionalismo do serviço social, o regime militar governava e liderava o serviço social para que a sociedade fosse amparada pelo assistencialismo como caridade. 10 Mas graças a estes movimentos de ruptura com o serviço social tradicional, e o enfraquecimento da Ditadura, que fizeram surgir uma nova visão e um novo entendimento, para o serviço social. Onde suas bases teóricas e metodológicas foram questionadas e postas a prova, onde a idéia do serviço social positivista não conseguia mais explicar nem intervir em questões sociais complexas, porque a tentativa de traçar padrões e formulas das ciências naturais, no serviço social não conseguiram mais intervir em necessidades tão imediatas e complexas. A reconceituação é sem qualquer duvida, parte integrante do processo de erosão do Serviço social “tradicional” e, portanto, nesta medida, partilha de suas causalidades e características. Como tal, ela não pode ser pensada sem a referência ao quadro global (econômico-social, político, cultural e estritamente profissional) em que aquele se desenvolve. No entanto, ela se apresenta com nítidas peculiaridades, procedentes das particularidades latino- americanas; nas nossas latitudes, “a ruptura com o serviço Social tradicional se inscreve na dinâmica de rompimento das amarras imperialistas, de luta pela libertação nacional e de transformação da estrutura capitalista excludente, concentradora” (NETTO) O povo brasileiro necessitava de intervenções mais maciças, precisavade um serviço social realmente voltado para a população, onde seus interesses fossem realmente atendidos, não mais com atitudes paliativas e sim com medidas que realmente pudessem mudar a situção de forma definitiva, com políticas publicas de redistribuição de renda, de melhoria habitacional, com uma saúde pública de qualidade, com melhor qualidade de vida. (...) é impossível imaginar o Serviço Social crítico, sem atrelá-lo a esta herança, mesmo tendo a convicção de que há uma pluralidade ideológica e teórica, própria da diversidade que é formada a categoria profissional, ainda que sob a égide de um projeto ético-político que faz a crítica ao tradicionalismo. ( NETTO) Imagem disponível: http://consultaclick.pt/blog/2011/10/10/a-crise-da-sociedade-moderna/ Acessada em: 16 abr. 2013 11 Referências: IAMAMOTO, M. V. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social. – 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2004. SILVA e SILVA, M. O. (Coord.).O Serviço Social e o Popular: resgate teórico- metodológico do projeto profissional de ruptura. São Paulo: Cortez, 1995 FALEIROS, V. P. Metodologia e Ideologia do trabalho Social. 2ª ed. São Paulo:Cortez, 1981. Cristina Costa. Sociologia: Introdução á ciência da sociedade, São Paulo, 1997: Moderna pág. 46 e 47 IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. São Paulo: Cortez, 1988. NETTO, J. P.Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 2ª ed., São Paulo: Cortez,1992. NETTO, J. P.Ditadura e Serviço Social: Uma Análise do Serviço Social no Brasil pós -64. 16ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. Site visitado http://www.webartigos.com/artigos/movimento-de-reconceituacao-do-servicosocial/46749/ Dialética Dialética é a união entre forma e conteúdo para a compreensão da realidade, evidenciando uma lógica unida a uma ontologia. (... )Porém, importante mesmo foi a consequência desse pensamento para um outro filósofo alemão: Karl Marx. Conforme esse autor, as contradições nas coisas não dependem de uma razão que transcende nossa realidade, mas são frutos do modo como organizam... Estas três correntes filosóficas,foram as influencias do serviço social no seu movimento de reconceituação, onde cada uma delas teve sua importância e relevância. Após a II Guerra Mundial os países capitalistas lançaram estratégias em defesa do capitalismo, pois temiam a expansão do socialismo, visto que havia a construção do bloco socialista representado pela União Soviética. Uma dessas estratégias foi a impla... Disponível em: http://coresgris.blogspot.com.br/2010/03/marx-e-suas-influencias-no-servico.html acessado em: 15 abr. 2013 Conclusão
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