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ATPS - Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social II

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Universidade Anhanguera de Belo horizonte – Pólo Pampulha 
Centro de Educação a Distancia 
 
SERVIÇO SOCIAL 
 Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do 
Serviço Social 2 
 
 
MARIA ELIZABETE RODRIGUES SANTOS RA 4311804801 
EUCINARIA LOPES DE SOUZA RA 5534101447 
 MARCO TÚLIO SOARES RA 4311812309 
SILVIA DAVID MENDES RA 5322977553 
TAMARA ARÊDES VIEGAS RA 1299551205 
 GISLANE CRISTINA de LIMA RA 3876675921 
 
 
A CRISE E O RECOMEÇO 
Um Serviço Social Novo e Marcado Por Novas Práticas 
 
 
 
 
 
 
 
Professor: Maria Laura Santos 
Tutores 
Ariane S. Amorim, Ana Cláudia Palmeira 
 
Belo Horizonte, 16 de abril de 2013. 
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Os grandes marcos da reconceituação do serviço social 
 
A reconceituação do Serviço social abriu novos horizontes para a profissão, onde as 
causas das questões sociais passaram a ser tratadas e não os efeitos. As tendências políticas 
passaram a ser questionadas, a teoria básica e a metodologia analisada mais a fundo, e o 
assistente social como profissional começa a ter vontade e voz, ou seja, não mais só um 
executor das políticas sociais, mas se torna capaz de formular e gerir as mesmas. 
A ruptura com a herança conservadora expressas como uma luta por alcançar 
novas bases de legitimação da ação profissional, e de colocar-se a serviço dos 
interesses dos usuários. E tem como pré requisito que o Assistente social 
aprofunde a compreensão das implicações políticas de sua pratica 
profissional, polarizada pela luta de classes. Essa interação entre o 
aprofundamento teórico rigoroso e a pratica renovada politicamente definida, 
constitui elemento decisivo para superar o voluntarismo, a prática rotineira e 
burocrática, as tendências empiristas, o alheamento do modo de vida do povo 
e o desconhecimento do saber popular. (IAMAMOTO). 
O rompimento com o tradicionalismo e com o sistema capitalista dominante, 
permitindo ao assistente social, se colocar a serviço das necessidades dos usuários, com a 
reconceituação o profissional do serviço social passa a ter uma identidade própria, sua mesma, 
não uma identidade atribuída, segundo Carlos Montaño. 
 Esse movimento levantou uma proposta no sentido de adequar o serviço social à 
problemática dos países latino-americanos, buscando um marco referencial e teórico para a 
prática do serviço social com a elaboração de uma literatura autônoma e própria, mobilizado 
pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais – CBCISS, 
promovendo os seminários de Araxá (1967), Teresópolis (1970) Sumaré, estes seminários 
representaram um marco histórico para o Serviço Social. Foram momentos marcantes onde 
os profissionais do serviço social puderam refletia sobre suas bases e suas práticas. 
 
O Movimento de Reconceituação se cria e se desenvolve a partir da 
identificação político-ideológica da profissão pelo capital e da negação de 
uma prática conservadora do Serviço Social, afirmando um compromisso 
político com a classe subalterna. (SILVA e SILVA, 1995, p. 86 aput 
MOTA,1987, p. 15-16) 
 
O documento de Araxá tinha como objetivo estudar a possibilidade de teorização do 
Serviço Social, não com a ideia de criar um conceito novo para a profissão, mais procurar 
novos alicerces para sustentá-la e melhorá-la, para aumentar os conhecimentos, contribuir 
para esclarecer e dar significações ao que já se sabia sobre o mesmo. Podemos dizer também 
que a partir desse documento houve uma melhor compreensão sobre as metamorfoses do 
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Serviço Social, suas permanências e suas transformações, que parece se mesclar no processo 
de construção\reconstrução de sua identidade. 
O assistente social só pode atuar decisivamente nos diferentes níveis, se for respeitado 
e tenha respeitadas suas aptidões, e também tenha a oportunidade de estudo antecipado do 
trabalho que vai realizar, dispondo de meios para sua constante atualização e seja delimitado 
seu campo de trabalho, segundo IAMAMOTO. 
 Foi reconhecido nos encontros regionais que o ponto alto das discussões é a definição 
do serviço social como disciplina de intervenção na realizada e que para se chegar a natureza 
do Serviço Social é necessária uma base filosófica. 
 
Nos anos 60, os movimentos e lutas sociais, o desenvolvimento de 
experiências reformistas na América Latina, o surgimento da revolução 
cubana, a luta de guerrilhas e a reflexão em torno do processo de dependência 
acentuaram a insatisfação de muitos assistentes sociais que se viam 
como‘bombeiros’, chamados a apagar pequenos incêndios, a atuar no efeito 
da miséria, a estabelecer contatos sem contribuir efetivamente para a 
melhoria da vida cotidiana do povo. (FALEIROS) 
 
 
O II Seminário de teorização do Serviço Social, que foi realizado em Teresópolis, 
tinha como objetivo estudar três itens; 1. Fundamentos da metodologia do serviço social, 2. 
Concepção cientifica da pratica do serviço social, e 3. Aplicação da metodologia do serviço 
social. Ao contrário do seminário de Araxá, o de Teresópolis não produziu um documento 
final e o CBCISS instituição responsável pelo evento, publicou os relatórios de cada grupo 
separadamente. Os estudantes concordaram que o assistente social, isoladamente, não pode 
responder de forma adequada ás necessidades do individuo, grupos e comunidades, sendo 
necessária uma intervenção interdisciplinar. 
(...) o deslocamento do “serviço Social tradicional” por viés 
desenvolvimentista-modernizante tornou compatível a renovação do Serviço 
Social com as exigências próprias do projeto ditatorial e permitiu a 
consolidação de um perfil profissional bastante diverso do tradicionalismo 
( NETTO ) 
 
O Documento de Teresópolis concluiu que a metodologia do Serviço Social apresenta 
duas fases, uma predominante de estudo e outra predominante de ação, que se enquadravam 
dentro do método lógico, havendo três abordagens, a individual, a grupal e a comunitária, ao 
contrario dos clássicos processos de Serviço Social de analise de casos. 
 A partir de então o Serviço Social deixou de ser uma profissão de ajuda, de assistência 
superficial e com pouca atuação nos problemas social, para ser uma profissão com 
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planejamento, estudo e atuação direta de profissionais mais seguros e melhor preparados, para 
fazer com que o homem tenha aquilo que o realize nos aspectos econômicos, sociais, culturais 
e morais, indispensáveis a sua vida como ser racional. 
Os resultados desta teorização do serviço social com a base nesses seminários 
permitiram que houvesse uma nova visão dessa profissão, mais ampla e mais concreta. 
 
Surge com a proposta de romper as práticas tradicionais do Serviço Social, 
vinculadas aos interesses da classe dominante, discute a relação entre a 
profissão e a sociedade capitalista. Foi manifestada no âmbito dos 
movimentos democráticos e das classes exploradas e subalternas (inicio dos 
anos de 1960) quando “ [...] O Serviço Social – de forma visível, pela 
primeira vez- vulnerabilizava-se a vontades sociais (de classe) que indicavam 
a criação, no marco profissional, de núcleos capazes de intervir no sentido de 
vinculá-lo a projeções societárias pertinentes às classes exploradoras e 
subalternas. (Netto, 2006, p.256) Portanto, assistentes sociais que optaram 
politicamente de trabalhar em favor dos explorados e subalternos conceberam 
as primeiras idéias de intenção de ruptura das práticas tradicionais, uma vez 
que é preciso lembrar que o objeto de trabalho do ServiçoSocial é a questão 
social (resultante das relações de conflito entre capital x trabalho que se 
manifesta em suas múltiplas expressões: desemprego, violência, fome, 
discriminação e etc.), e agora as/os profissionais optaram em atuar em prol 
dos trabalhadores/as (segundo Iamamoto trabalhador/a é tanto quem está 
empregado/o e desempregado/a), baseando-se na teoria marxista. 
(...) originando produções teóricas voltadas para as questões do continente 
latino-americano, rompendo com práticas profissionais, aumentando a 
participação política de assistentes sociais nos movimentos sociais, 
sindicalistas e partidários, porém o movimento de reconceituação do S. 
Social (que surge no âmbito da academia sendo protagonizado por 
estudantes-militantes, docentes e abrangendo a categoria de assistentes 
sociais) foi desfeito pelas ditaduras burguesas e por divergências no próprio 
grupo de assistentes sociais. Assim sendo, hoje existem ainda as três 
perspectivas, de modo que há docentes que encaminham seus projetos 
conservadores e profissionais com práticas atreladas á tendência de 
renovação do conservadorismo; portanto o projeto ético-político-profissional 
hegemônico fundamenta-se na teoria marxiana e marxista, se materializando 
no código de ética profissional (1993) que norteia o pensar e o fazer 
profissional da(o) assistente social 
Disponível em:http://coresgris.blogspot.com.br/2010/03/marx-e-suas-
influencias-no-servico.html Acessado em: 16 abr. 2013 
 
Entretanto não podemos deixar de mencionar o contexto histórico-político desta época 
onde ocorreram estes fatos, No final da década de 50 e no início da década de 60 houve uma 
crise dos padrões de acúmulos capitalistas, tal crise foi marcada pela internacionalização da 
economia, pelo fortalecimento do setor privado e do capital internacional, isso fez com que a 
política social do Brasil fosse deixada a segundo plano, tendo como única medida 
significativa a instituição e a regulamentação da lei orgânica da Previdência Social. 
 No período seguinte, com a Ditadura Militar (1964 – 1985), nasce a necessidade do 
Movimento de reconceituação do Serviço Social, pois nesse período aumentou as 
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desigualdades de classes e as questões sociais ficam agravadas, a classe trabalhadora 
encontra-se vulnerável, com todos os acontecimentos, salários baixos, desemprego, grande 
mortalidade infantil, miséria, saúde precária, entre outros, que surgiram com o forte dominou 
e a repressão dos militares e da classe dominante, mas que só pode se concretizar com o 
enfraquecimento deste regime cruel e dominador, que marcou de forma negativa nossa 
historia. 
 
Imagem disponível em: 
http://www.professorsergioaugusto.com/news/ditadura-militar-1964-4985/ 
Acessada em: 15 abr 2013. 
 
O regime militar caracterizou-se pela falta de democracia, suspensão dos direitos 
constitucionais, censura, concentração de renda, pensamentos capitalistas, perseguição 
política e repressão a todos que eram contra ao regime, este foi um cenário ideal para a 
indignação dos assistentes sociais, que se reuniram para buscar novos rumos para a profissão. 
 
Imagem disponível em: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/05/1964-o-golpe-de-estado-e-
ditadura.html Acessada em: 15 abr. 2013 
 
 
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O exercício crítico-reflexivo da teoria do serviço social 
 
Para compreender o momento teórico dos movimentos de reconceituação, se faz 
necessário primeiro entender, as correntes filosóficas que influenciaram o serviço social e a 
sua relevância nestes movimentos. Começaremos pelo positivismo, em seguida 
fenomenologia e por ultimo a dialética. 
 O Positivismo é uma corrente filosófica que surgiu no século XIX criada por Augusto 
Comte, o positivismo se dá na cresça do poder absoluto da razão humana, para conhecer a 
realidade e traduzi-la sob a forma de leis naturais. Essas leis seriam a base da regulamentação 
da vida do homem, da natureza como um todo e do próprio universo. Seu conhecimento 
pretendia substituir as explicações teológicas, filosóficas e de senso comum, por meio das 
quais o homem explicava a realidade; segundo Cristina Costa. 
A principal características do positivismo e a tentativa de constituir seu objeto, pautar 
seus métodos e elaborar seus conceitos à luz das ciências naturais, procurando dessa maneira 
chegar à mesma objetividade e ao mesmo êxito nas formas de controle sobre os fenômenos 
estudados. 
...tem por base a exaltação dos fatos, sendo uma reação à filosofia 
especulativa e sua especulação pura. O termo identifica a filosofia baseada 
nos dados da experiência como a única verdadeira. O conhecimento se afirma 
numa verdade comprovada, sendo assim considerado o método experimental 
o caminho para o pensamento científico, a verdade comprovada jamais é 
questionada... 
...o positivismo rejeita o conhecimento metafísico, devendo limitar-se ao 
conhecimento positivo, aos dados imediatos da experiência. Defende a idéia 
de que tanto os fenômenos da natureza como os da sociedade são regidos por 
leis invariáveis. MARIANE INÊS HERMANY 
Disponível em; http://filosofiahojegmail.blogspot.com.br/2010/11/idealismo-
alemao-de-wikipedia.html acessado em :15 abr. 2013 
 
A fenomenologia é uma corrente filosófica criada por Husserl, que tem como objetivo 
de estudo o fenômeno em si mesmo, aquilo que é percebido pela consciência para investigar a 
vida perceptiva. Com a percepção, torna-se possível entender a consciência de mundo, aquilo 
que se apresenta ou se mostra. 
 Para Husserl tudo aquilo que podemos saber do mundo, estão resumidos nestes 
fenômenos, estes objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra 
que representa a sua essência, sua significação. Nesta busca por significação a investigação 
deve se ater ao modo como as coisas se apresentam ao homem, e como o homem deve lidar 
com a multiplicidade de informações sobre o objeto percebido, não existindo uma consciência 
pura mas sim um consciência de algo. 
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A Fenomenologia não apresenta uma proposta finalística para os problemas 
sociais nem para os problemas humanos, mas considera que a solução dos 
problemas está na pratica, valorizando a intersubjetividade das consciências – 
que é de onde a pessoa-cliente e a pessoa-assistente social têm projetos e 
aspirações – e buscando encontrar a essência através da experiência. 
O homem é visto, segundo a Fenomenologia, como ser individual, e único 
capaz de construir-se, considerando que o próprio homem, ou seja, a pessoa-
cliente, ao interpretar os problemas por ela vividos, pode encontrar 
possibilidades, ela própria, para resolver os mesmos. (Carvalho. C. C ) 
 
 Procuramos uma explicação sobre a fenomenologia e o positivismo com um amigo de 
aluna de nosso grupo, e o Psicanalista Rogério Baltazar nos deu a seguinte explicação: 
“Dividiram a medicina em partes, desejando resolver os problemas dos seres humanos. 
Porém hoje há um entendimento que tudo pode ser resolvido em partes. O EMOCIONAL É A 
CHAVE DE TUDO! Se ele estiver mal, não tem cardiologista que melhore o coração. Assim é 
a Fenomenologia. Ela não se apega a história contada pelo interlocutor, ela procura 
investigar peças desta história que não se encaixam pois foi criado pela vivência do 
interlocutor (ex: nossa dona assistente -Eu já passei fome sabe.) --- MAS NÃO FALA QUE a 
fome que passou foi de apenas 03 horas. Fenomenologia desmonta a história consciente, ou 
seja a história que você ouviu, e monta uma história mais próximo da realidade, lembre-se 
que a existem dois tipos de história a que o consciente monta no decorrer da vida e a real 
sem maquiagem. A função da Fenomenologia é observare detalhar os fenômenos desta e até 
chegar na real. 
EX: VC VÊ UM CARRO. No geral é um carro, mas se você for separar você verá que ele é 
composto de lataria que é (portas, porta mala, teto etc. _ quem cuida lanterneiro. ELE 
também é motor: (quem cuida mecânico). 
“No positivismo os assistentes sociais apenas reproduziam uma função assistencialista, 
pensando os indivíduos de forma separadas de um todo, pensando só nas necessidades 
imediatas dos indivíduos, não que eles não fossem parte de uma sociedade que tem suas 
particularidades”.ROGERIO BALTAZAR 
 
Dialética é a arte do dialogo, dialética é um debate onde há idéias diferentes que são 
debatidas, onde há a defesa de uma ideia e logo depois há o contraditório, a dialética é uma maneira de 
filosofar e o seu conceito foi debatido ao longo de décadas por diversos filósofos, como 
Sócrates, Platão, Aristóteles, Hegel, Marx, e outros. Dialética é o poder de argumentação. 
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Marx entendia a dialética como o pensamento e a realidade ao mesmo tempo, na 
dialética de Marx o mundo não pode ser entendido de forma separada, há uma ideia e outra 
contraria ate o conhecimento da verdade. 
Dialética 
Dialética é a união entre forma e conteúdo para a compreensão da realidade, 
evidenciando uma lógica unida a uma ontologia. 
(... )Porém, importante mesmo foi a consequência desse pensamento para um 
outro filósofo alemão: Karl Marx. Conforme esse autor, as contradições nas 
coisas não dependem de uma razão que transcende nossa realidade, mas são 
frutos do modo como organizamos nossa produção, isto é, das nossas 
condições materiais de existência. Significa dizer com Marx que podemos 
superar as contradições tomando consciência de nossa situação histórica, ou 
seja, consciência de classe. No ápice de sua síntese, não estaria o Estado 
teleológico como queria Hegel, Estado esse que interessa à Razão, mas um 
modo de vida comum que evitaria que contradições surgissem de modo a 
diferenciar as pessoas segundo classes econômicas. Dessa forma, o que há de 
comum entre esses autores é que concebem a dialética como a união entre 
forma e conteúdo para a compreensão da realidade, evidenciando uma lógica 
unida a uma ontologia. ( João Francisco P. Cabral ). 
Disponível em: http://www.brasilescola.com/filosofia/dialetica.htm Acessado 
em: 15 abr 2013. 
 Estas três correntes filosóficas,foram as influencias do serviço social no seu 
movimento de reconceituação, onde cada uma delas teve sua importância e relevância. 
Após a II Guerra Mundial os países capitalistas lançaram estratégias em 
defesa do capitalismo, pois temiam a expansão do socialismo, visto que havia 
a construção do bloco socialista representado pela União Soviética. Uma 
dessas estratégias foi a implantação de empresas norte-americanas e 
européias na América Latina. Assim sendo, uma parte da burguesia local 
(aliada aos EUA) era a favor do capital internacional e a outra defendia o 
nacionalismo, isso provocou uma crise na burguesia, sendo que a parte da 
burguesia atrelada aos estadunidenses resolveu a crise com o golpe de 1º de 
abril de 1964, o golpe militar, que em apoio à concentração do capital proibiu 
o sindicalismo e agravou a exploração do/a trabalhador/a. 
Com a erosão da base do Serviço Social tradicional iniciou a renovação do 
Serviço Social brasileiro que se deu em três perspectivas: a modernizadora 
baseada na teoria positivista; a de renovação do conservadorismo baseada na 
teoria fenomenológica; e a de intenção de ruptura baseada no marxismo 
Disponível em: http://coresgris.blogspot.com.br/2010/03/marx-e-suas-
influencias-no-servico.html acessado em: 15 abr. 2013 
 
 
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Conclusão 
 O serviço social é uma profissão relativamente nova, que teve suas origens na 
caridade, que foi por muito tempo dominada e instituída por uma minoria detentora de 
recursos financeiros que o mantinham, mas que com o passar dos anos, buscou uma 
desvinculação destes setores, se profissionalizando e se estruturando, fortalecendo seus 
vínculos com a sociedade e se tornando uma profissão respeitada, onde seus profissionais 
buscam uma qualificação realmente voltada para o social, fortalecimento os laços familiares, 
fortalecendo a estrutura familiar, não com uma ideia assistencialista de necessidades 
imediatas, que só foi possível com o movimento de reconceituação do Serviço Social, criando 
uma nova visão para os assistentes sociais. 
 A reconceituação do serviço social criou marcos tão profundos que revolucionaram ate 
o modo operante, desde então, fazendo com que o assistente social não fosse mais apenas um 
reprodutor do interesses de seus mantedores, mas um criador e pensador de soluções 
definitivas, para uma sociedade cada vez mais carente. 
(...) esta inconclusividade não fez do movimento algo intransitivo, que não 
remeteria mais que a si mesmo. Ao contrário, durante mais de dez anos, na 
seqüência da década de 1970, a parte mais significativa do espírito renovador 
da reconceituação, processado criticamente, alimentou o que houve de mais 
avançado no processo profissional latino-americano. (NETTO) 
 Os assistentes sociais a partir destes movimentos de reconceituação,que romperam 
com suas antigas práxis, passaram a ter um fortalecimento de sua identidade, não deixando 
que o capitalismo, que mantinha sobre controle os trabalhadores - para expandir seu capital- , 
fosse o que norteava suas tomadas de decisões e sim as questões sociais e humanitárias. 
O capitalismo estava deixando a sociedade enferma, a sociedade necessitava de 
transformações urgentes, para as demandas sociais e culturais que vinham surgindo, o serviço 
social estabeleceu conferencias e debates em todo o mundo, com finalidade de rever seus 
conceitos. Se a finalidade era sermos livres, independentes, então o modelo Norte-Americano 
não podia ser empregado mais, uma vez que a nossa estrutura econômica e social era 
totalmente diferente da deles. Nesta época a cidadania era negada à sociedade, prisões, 
repressões, exílios, suspensão dos direitos constitucionais, perseguições políticas e censura 
permitiu que indagações viessem contra o tradicionalismo do serviço social, o regime militar 
governava e liderava o serviço social para que a sociedade fosse amparada pelo 
assistencialismo como caridade. 
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Mas graças a estes movimentos de ruptura com o serviço social tradicional, e o 
enfraquecimento da Ditadura, que fizeram surgir uma nova visão e um novo entendimento, 
para o serviço social. Onde suas bases teóricas e metodológicas foram questionadas e postas a 
prova, onde a idéia do serviço social positivista não conseguia mais explicar nem intervir em 
questões sociais complexas, porque a tentativa de traçar padrões e formulas das ciências 
naturais, no serviço social não conseguiram mais intervir em necessidades tão imediatas e 
complexas. 
A reconceituação é sem qualquer duvida, parte integrante do processo de 
erosão do Serviço social “tradicional” e, portanto, nesta medida, partilha de 
suas causalidades e características. Como tal, ela não pode ser pensada sem a 
referência ao quadro global (econômico-social, político, cultural e 
estritamente profissional) em que aquele se desenvolve. No entanto, ela se 
apresenta com nítidas peculiaridades, procedentes das particularidades latino-
americanas; nas nossas latitudes, “a ruptura com o serviço Social tradicional 
se inscreve na dinâmica de rompimento das amarras imperialistas, de luta 
pela libertação nacional e de transformação da estrutura capitalista 
excludente, concentradora” (NETTO) 
 O povo brasileiro necessitava de intervenções mais maciças, precisavade um serviço 
social realmente voltado para a população, onde seus interesses fossem realmente atendidos, 
não mais com atitudes paliativas e sim com medidas que realmente pudessem mudar a situção 
de forma definitiva, com políticas publicas de redistribuição de renda, de melhoria 
habitacional, com uma saúde pública de qualidade, com melhor qualidade de vida. 
(...) é impossível imaginar o Serviço Social crítico, sem atrelá-lo a esta 
herança, mesmo tendo a convicção de que há uma pluralidade ideológica e 
teórica, própria da diversidade que é formada a categoria profissional, ainda 
que sob a égide de um projeto ético-político que faz a crítica ao 
tradicionalismo. ( NETTO) 
 
 
Imagem disponível: 
 http://consultaclick.pt/blog/2011/10/10/a-crise-da-sociedade-moderna/ 
Acessada em: 16 abr. 2013 
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Referências: 
IAMAMOTO, M. V. Renovação e Conservadorismo no Serviço Social. – 7ª ed. São Paulo: 
Cortez, 2004. 
SILVA e SILVA, M. O. (Coord.).O Serviço Social e o Popular: resgate teórico-
metodológico do projeto profissional de ruptura. São Paulo: Cortez, 1995 
FALEIROS, V. P. Metodologia e Ideologia do trabalho Social. 2ª ed. São Paulo:Cortez, 
1981. 
Cristina Costa. Sociologia: Introdução á ciência da sociedade, São Paulo, 1997: Moderna 
pág. 46 e 47 
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. São 
Paulo: Cortez, 1988. 
NETTO, J. P.Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 2ª ed., São Paulo: Cortez,1992. 
NETTO, J. P.Ditadura e Serviço Social: Uma Análise do Serviço Social no Brasil pós -64. 
16ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. 
Site visitado 
http://www.webartigos.com/artigos/movimento-de-reconceituacao-do-servicosocial/46749/ 
 
 
 
 
	Dialética
	Dialética é a união entre forma e conteúdo para a compreensão da realidade, evidenciando uma lógica unida a uma ontologia.
	(... )Porém, importante mesmo foi a consequência desse pensamento para um outro filósofo alemão: Karl Marx. Conforme esse autor, as contradições nas coisas não dependem de uma razão que transcende nossa realidade, mas são frutos do modo como organizam...
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