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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 2 – Administração para SEFAZ-RJ Olá, pessoal! Como estão? Estudando muito? Espero que sim! Hoje abordaremos os seguintes assuntos Aula 2- 07/03 2. Processos gerenciais e as relações com os fatores humano, tecnológico e econômico 5. Estrutura das decisões empresariais. 6. Eficiência, eficácia e efetividade. 7. Responsabilidade corporativa. 8. Modelos organizacionais Sumário 1. Processos gerenciais e as relações com os fatores humano, tecnológico e econômico. ........... 3 1.1 Tecnologia e Processos . ......................................................................................................... 5 2. Estrutura das decisões empresariais . ........................................................................ 7 2.1 Modelo Clássico ou Racional de Tomada de Decisão . . ...................................................... 11 2.1.1. Identificação do problema ou oportunidade . . .................................................................. 12 2.1.2. Diagnóstico . . ................................................................................................................... 13 2.1.3. Geração de Alternativas . . ................................................................................................ 14 2.1.4. Escolha de uma alternativa. . ............................................................................................ 15 2.1.5. Avaliação da Decisão . . .................................................................................................... 16 2.2 Racionalidade Limitada. . ..................................................................................................... 17 2.3 Intuição. . .............................................................................................................................. 17 2.4 Estilos de Decisão . . ............................................................................................................. 17 2.5 Heurísticas de julgamento . . ................................................................................................. 18 2.6 Método da Indagação Dialética. . ......................................................................................... 19 2.7 Tomadas de Decisões sob condições Diversas. . .................................................................. 19 3. Eficiência, eficácia e efetividade. . ......................................................................................... 21 4. Responsabilidade corporativa . . ............................................................................................. 26 5. Modelos organizacionais. . ..................................................................................................... 34 5.1 Departamentalização . . ......................................................................................................... 34 5.1.1. Departamentalização Funcional . . .................................................................................... 35 5.1.2. Departamentalização Por Produtos ou Serviços. . ............................................................ 35 5.1.3. Departamentalização Geográfica . . .................................................................................. 35 5.1.4. Departamentalização por Processo. . ................................................................................ 36 5.1.5. Departamentalização por Clientes. . ................................................................................. 36 5.2. Estruturas Organizacionais. . ............................................................................................... 37 CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 2 www.pontodosconcursos.com.br 5.2.1. Estrutura Simples . . .......................................................................................................... 37 5.2.2 Estrutura linear . . ............................................................................................................... 37 5.2.3. Burocracia . . ..................................................................................................................... 38 5.2.4 Estrutura Matricial. . .......................................................................................................... 39 5.2.5. Estrutura Funcional . . .................................................................................................... 41 5.2.6. Estrutura Linha-staff . . ................................................................................................. 41 5.2.7 Estrutura de equipe. . ......................................................................................................... 43 5.2.8 Estrutura em Rede . . .......................................................................................................... 44 6. Lista de Questões . . ................................................................................................................ 51 7. Gabarito. . ............................................................................................................................... 60 8. Questões Comentadas . . ......................................................................................................... 61 9. Bibliografia . . ......................................................................................................................... 77 CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 3 www.pontodosconcursos.com.br 1. Processos gerenciais e as relações com os fatores humano, tecnológico e econômico Saulo Barbará ao definir processos, faz uma diferenciação entre processos organizacionais e processos de negócios. Segundo o autor processos organizacionais são atividades coordenadas que envolvem: • Pessoas; • Procedimentos; • Recursos • Tecnologia Ainda segundo este autor, os processos organizacionais podem também: • Ser definidos como qualquer outro trabalho recorrente; • Afetar algum aspecto de capacitação da empresa (Organizational Capability); • Ser realizado de várias maneiras distintas com resultados diferentes em termos de contribuição de: custo, valor, serviço ou qualidade. Já os processos de negócio consistem em cinco elementos: • Tem seus clientes; • É composto de atividades; • São atividades voltadas para criar valor para seus clientes; • As atividades são operadas por atores que podem ser seres humanos ou máquinas; • Frequentemente envolve várias unidades organizacionais que são responsáveis por todo o processo. Este autor enfatiza que as organizações podem ser vistas, estudadas e administradas como sistemas. As organização são constituídas por uma complexa combinação de pessoas, procedimentos, tecnologia e outros recursos, interdependentes, que buscam alcançar objetivos comuns, de forma a minimizar o uso destes recursos e maximizar a produtividade. Segundo o autor: • Uma empresa só funciona de maneira eficaz quando é capaz de identificar e gerir suas numerosas atividades interligadas; • Uma atividade que usa recursos e que é gerida de forma a possibilitar a transformação de entradas em saídas pode ser considerada um processo. • Frequentemente a saída de um processo é a entrada para o próximo. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 4 www.pontodosconcursos.com.br Vimos na aula passada que os processos podem ser categorizados em: processos de negócios ou de clientes, processos organizacionais ou de integração e processos gerenciais. Vejam abaixo a esquematização destas categorias com exemplos, conforme elaboração de Saulo Barbará: Categoria Características ou Aplicação De Negócio ou de clientes Caracterizam a atuação da empresa Não são suportados por outrosprocessos internos Resultam em produtos e serviços recebidos por clientes externos Organizacionais ou de integração Focalizam a função da Organização Apóiam os processos de negócios Viabilizam o funcionamento e a coordenação dos vários sistemas da organização Buscam a garantia do desempenho Gerenciais São focalizados nos gerentes e suas relações Incluem as ações de medição e ajuste do desempenho Categoria Exemplos Processos Primários De Negócio ou de clientes Desenvolvimento de Produtos Atendimento de Pedidos – Vendas Distribuição Cobrança Atendimento de Garantia Processos de Apoio ou Suporte Organizacionais ou de integração Planejamento Estratégico Orçamento Empresarial Recrutamento e Seleção Compras Treinamento Operacional Gerenciais Fixação de metas Avaliação de desempenho empresarial Alocação de recursos Desta classificação depreendemos que os processos gerenciais tem forte correlação com a forma de gerenciar as pessoas e os recursos de uma organização. Vejam como a FGV cobrou este assunto: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 5 www.pontodosconcursos.com.br ITEM 1. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009) Com relação aos processos organizacionais, analise as afirmativas a seguir: I. Os processos organizacionais envolvem pessoas, procedimentos, recursos e tecnologia. II. Os processos organizacionais não afetam aspectos relacionados à capacitação das empresas. III. Os processos organizacionais são realizados de diversas maneiras com resultados diferentes em termos de custo, valor, serviço ou qualidade. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Pessoal, a questão foi totalmente retirada do trecho do livro de Saulo Barbará que relaciona as características dos processos organizacionais. . As afirmativas I e III são exatamente o que está relacionado pelo autor. (reveja acima, na aula, as características dos processos organizacionais). A afirmativa II é exatamente o contrário do que é afirmado pelo autor referido: os processo organizacionais afetam a capacitação das empresas. Sendo assim o gabarito é a alternativa D. 1.1 Tecnologia e Processos A tecnologia tem um papel fundamental no estudo dos processos empresariais. Ela influencia tanto a forma de realizar o trabalho como a maneira de gerenciá-lo. Muitas vezes, o processo obedece a uma seqüência estrita de atividades, ditada pela sua tecnologia característica ou pela própria lógica do trabalho. A fabricação de produtos como bicicletas, camisas e livros se dá por meio de processos industriais cujas atividades devem ser realizadas em seqüência estrita. O fluxo de atividades do processo pode ser linear ou não, dependendo exatamente da tecnologia empregada na sua execução. Nos fluxos não-lineares as atividades podem ser realizadas em paralelo ou sem que obedeçam a uma seqüência predeterminada. O impacto da tecnologia na realização do trabalho abrange desde alterações na forma de realização do trabalho individual até a maneira pela qual as empresas trabalham juntas em processos interorganizacionais, passando pela redefinição da maneira pela qual os grupos de pessoas realizam suas tarefas grupais. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 6 www.pontodosconcursos.com.br A tecnologia empregada induz algumas dessas modificações e facilita a ocorrência de outras. O emprego de sistemas integrados de gestão empresarial, por exemplo, exige que as pessoas passem a executar suas tarefas de acordo com as rotinas e os procedimentos determinados pela tecnologia, por maior que seja a diferença com relação aos padrões anteriores. Por outro lado, a utilização de ferramentas de comunicação modernas, como o correio eletrônico e a teleconferência, viabiliza a montagem e o funcionamento de novos modelos de trabalho grupal, como os grupos interfuncionais remotos. Por causa disso, a tecnologia é considerada a ferramenta do redesenho de processos por excelência. A preocupação com os processos empresariais deu origem ao desenvolvimento das chamadas disciplinas de processo. Quando utilizadas de forma consistente na empresa, permitem que as pessoas assumam mais responsabilidades, adotem mecanismos mais eficazes de participação na realização do trabalho e empreguem melhores meios de comunicação e produção. Depois de décadas de ostracismo, entender e estudar os processos nas empresas resgata a importância do estudo do trabalho nas organizações. O estudo do trabalho analisa a forma pela qual ele é realizado e os recursos que são necessários para a sua execução. Procura entender a lógica da forma como os resultados são obtidos e ajustar as atividades e a tecnologia empregada de maneira a otimizar o emprego dos recursos e a eficiência geral dos processos. Entre todas as tecnologias empregadas nas empresas, a tecnologia de informação (TI) tem importância especial para a abordagem de processos. Além da sua utilização na automatização de tarefas e na própria execução dos processos, ela pode ser empregada em diversas atividades de apoio e gestão desses processos: na visualização do processo, na automatização do que é interessante automatizar na execução e na gestão do processo, na sincronização das atividades, na coordenação dos esforços, na comunicação dos dados, na monitoração automática do desempenho, etc. As empresas têm investido na aplicação de TI aos seus processos mais importantes, de negócio ou não, exatamente para poderem aperfeiçoar o seu desempenho. A utilização adequada da tecnologia pressupõe a definição da prioridade de tratamento, dedicando aos processos prioritários o esforço necessário de forma a garantir um resultado realmente importante para o negócio da empresa. Depende, também, da cuidadosa seleção dos processos a serem tratados. Aparentemente, parte da decepção com os parcos resultados obtidos com maciços investimentos em tecnologia na automação de processos nas empresas se deve ao fato de que muito daquele investimento foi feito em processos de retaguarda (back CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 7 www.pontodosconcursos.com.br office) e em funções administrativas que geram pouco ou nenhum valor para o cliente da empresa. O resultado que foi possível obter desse investimento não chega a ser percebido pelo cliente externo. 2. Estrutura das decisões empresariais Segundo Maximiano (2008) decisão “é uma escolha entre alternativas ou possibilidades”. As decisões servem para resolver problemas ou aproveitar oportunidades. Uma vez colocada em prática uma decisão, uma nova situação é gerada. Veja o quadro abaixo, esquematizado por Maximiano. As decisões, segundo Maximiano(2008) e Chiavenato (2005), são classificadas em dois tipos: 1. Decisões Programadas ou Estruturadas São as decisões tomadas com base nos históricos e experiências anteriores. Não é necessário realizar diagnóstico e criar alternativas, pois já há curso de ação pré-definido. Por exemplo, a política de trocas de peças defeituosas de uma organização. Se um cliente queixa-se de peças defeituosas compradas em uma determinada loja, o gerente já sabe como proceder para realizar a troca, aplicando os procedimento já estabelecidos pela organização. 2. Decisões não Programadas ou não Estruturadas São decisões requeridas para situações novas, não enfrentadas anteriormente pela organização. Estes problemas novos precisam de diagnóstico e de geração de soluções. PROBLEMA DECISÃO EXECUÇÃO NOVA SITUAÇÃO CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 8 www.pontodosconcursos.com.brVejamos o quadro comparativo elaborado por Filipe Sobral e Alketa Pecci entre decisões programadas e não programadas: DECISÕES PROGRAMADAS DECISÕES NÃO PROGRAMADAS Classificação da Decisão Rotineiras Recorrentes Programáveis Genéricas Singulares Inovadoras Específicas Natureza da Situação Bem definidas Estruturadas Ambíguas Desestruturadas Ambiente de Decisão Condições Estáticas Informação Confiável e Precisa Condições Dinâmicas Pouca informação disponível Método de Decisão Regras Procedimentos Políticas Julgamento e princípios do tomador de decisão Técnicas de Apoio à Decisão Modelos Matemáticos Planilhas Orçamentos Pesquisa Operacional Sistemas de apoio à decisão corporativa Simulações Análise de cenários Intuição Agora vejamos como este assunto foi cobrado pela FGV no ano passado ITEM 2. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) As alternativas a seguir apresentam técnicas de apoio à decisão programada, à exceção de uma. Assinale-a. (A) Modelos matemáticos. (B) Sistemas de apoio à decisão corporativa. (C) Planilhas. (D) Orçamentos. (E) Pesquisa operacional Vimos que as decisões programadas são aquelas voltadas para problemas rotineiros, determinadas por regras, procedimentos, hábitos e políticas. As técnicas utilizadas que servem de apoio à tomada de decisão são os modelos matemáticos, pesquisa operacional, processamento eletrônico de dados e orçamentos, conforme quadro de Sobral e Pecci. Já o Sistema de Apoio à Decisão é um sistema interativo, que proporciona ao usuário modelos decisórios e dados a fim de dar apoio à tomada de decisões não programadas. É uma das técnicas de apoio às decisões não programadas listadas no quadro de Sobral e Pecci. Também são técnicas de apoio à decisão nas decisões não programadas as simulações, análise de cenários e intuição. Desta forma o gabarito da questão é a alternativa B. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 9 www.pontodosconcursos.com.br Vejam esta outra questão, para consolidar o conceito ITEM 3. FCC - 2010 - BAHIAGÁS - Analista de Processos Organizacionais - Administração Nas organizações, as decisões rotineiras e as decisões causadas por variáveis diversas são denominadas, respectivamente, a) contínuas e de informações gerenciais. b) de apoio a decisões e não-estruturadas. c) estruturadas e de apoio a decisões. d) recorrentes e de informações gerenciais. e) estruturadas e não-estruturadas. Pessoal, fácil , fácil! Não podemos esquecer temos dois tipos de decisões gerenciais: as programadas (estruturadas) e as não programadas (não estruturadas). As decisões programadas (estruturadas) caracterizam os problemas que são bem compreendidos, altamente estruturados, rotineiros e repetitivos e que se prestam aos procedimentos e regras sistemáticos. Assim, estas decisões são sempre semelhantes.sobre assuntos que já foram analisados antes, preexistentes. As decisões programadas (estruturadas) minimizam a necessidade de gerentes ou gestores exercitarem seus critérios para a tomada de decisão pelo fato do problema não ser novo. As decisões não programadas (não estruturadas) destinam-se àqueles problemas que não são bem compreendidos, carecem de estruturação, tendem a ser singulares e não se prestam aos procedimentos sistêmicos ou rotineiros. As decisões não-programadas demandam uma análise mais completa dos gerentes ou gestores pelo fato do problema ser novo, inesperado ou imprevisível; ou seja não há resposta ou solução pronta para determinada situação. Sendo assim, o gabarito é a alternativa E. Alguns outros autores citam outras tipologias de decisão. Vejamos alguns deles: Estratégico, Tático e Operacional Nível Estratégico: Envolve a alta cúpula de uma organização, como um conselho de diretores e um comitê executivo do presidente e principais executivos. Desenvolvem as metas globais, estratégias, políticas e objetivos da organização como parte de um processo de planejamento estratégico. Eles monitoram o desempenho estratégico da organização e sua direção geral no ambiente político, econômico e competitivo dos negócios. Por isto as fontes de informação são externas à organização, estão no ambiente externo. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 10 www.pontodosconcursos.com.br · Decisões estratégicas são aquelas que determinam os objetivos da organização como um todo, seus propósitos e direção. · As decisões tomadas nesse âmbito determinarão como a empresa se relacionará com o ambiente · Tarefa exclusiva da alta gerência. As decisões neste nível são tipicamente não Estruturadas - Envolvem situações de decisão onde não é possível especificar de antemão a maioria dos procedimentos de decisão a serem seguidos. Nível Tático: Referem-se a equipes de gerentes intermediários que desenvolvem planos de curto e médio prazo, programações e orçamentos e especificam as políticas, procedimentos e objetivos para as sub- unidades da organização. Eles também distribuem recursos e monitoram o desempenho de suas sub-unidades organizacionais, como departamentos, divisões, equipes de processo e outros grupos de trabalho. · São as decisões tomadas em um nível abaixo das estratégicas. · Tomadas pela gerência intermediária, como gerentes de divisão ou departamento. · Mais específicas e concretas do que as decisões estratégicas e mais voltadas para a ação. As decisões neste nível são tipicamente Semi-estruturadas. Alguns procedimentos de decisões podem ser pré-especificados, mas não o suficiente para levar a uma decisão definitiva recomendada. Nível Operacional: Referem-se aos membros das equipes autogerenciadas ou os gerentes de supervisões desenvolvem planos de curto prazo como os programas de produção semanal. Eles dirigem o uso dos recursos e o desempenho das tarefas de acordo com procedimentos e dentro dos orçamentos e programações que eles definem para as equipes e outros grupos de trabalho da organização. • São tomadas no nível mais baixo da empresa e se referem ao curso de operações diárias. As decisões neste nível são tipicamente estruturadas. Envolvem situações em que os procedimentos a serem seguidos são especificados de antemão. As fontes de informação estão no ambiente interno. Vamos a uma questão da ESAF! ITEM 4. (ESAF/ EPPGG/2009) Considerando as diversas tipologias de decisões, pode-se afirmar, corretamente, que: a) dado o caráter pouco complexo dos problemas que enfrentam, as pequenas organizações costumam tomar, exclusivamente, decisões estruturadas. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 11 www.pontodosconcursos.com.br b) no nível operacional, todas as decisões são, necessariamente, não-estruturadas. c) em geral, as fontes de conhecimento necessárias à tomada de uma decisão estratégica são especializadas e externas à organização. d) as decisões tomadas para solucionar problemas singulares, que não são bem compreendidos nem se prestam a procedimentos rotineiros, caracterizam-se por serem semelhantes entre si. e) a decisão estratégica é, tipicamente, uma decisão estruturada. O gabarito é a letra C. Exatamente! Para as decisões estratégicas utilizam-se informações do ambiente externo. Muitas vezes contratam-se consultorias para dissecar estas informações e transformá-las em conhecimento. A letra A está ERRADA. As decisões estruturadas ou programadas não tem nada a ver com a complexidade dos problemas. Uma decisão será programada ou não em virtude de sua inovação. Se f uma situação nova a organização deverá reunir sua alta cúpula e traçar estratégias para resolvê-la. Uma vez resolvido o problema poderão ser adotadas ações para que existam procedimentos padrão para resolver problemas similares quando voltarem a acontecer. A letraB também está ERRADA. Não, as decisões são tipicamente não estruturadas no nível estratégico. A letra D também está ERRADA. Ora se os problemas são singulares, as decisões não podem ser semelhantes, são também singulares. Semântica pura! Cuidado com estas pegadinhas. A letra E também está ERRADA. As decisões estratégicas são tipicamente não estruturadas. 2.1Modelo Clássico ou Racional de Tomada de Decisão O processo de resolução de problemas tem cinco etapas principais, para Maximiano: 1. Identificação do problema ou oportunidade 2. Diagnóstico 3. Geração de alternativas 4. Escolha de uma alternativa 5. Avaliação da decisão Já Chiavenato lista sete etapas do processo decisório: 1. Percepção da situação que envolve algum problema 2. Análise e definição do problema 3. Definição de Objetivos 4. Procura de alternativas de solução ou de cursos de ação 5. Avaliação e comparação destas alternativas 6. Escolha (seleção) da alternativa mais adequada (satisfatória) ao alcance dos objetivos 7. Implementação da alternativa escolhida. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 12 www.pontodosconcursos.com.br Vemos da comparação entre as etapas listadas pelos dois autores que, em regra, as etapas são iguais. Chiavenato as desdobra um pouco mais, em minha opinião, por puro preciosismo. Para auxiliar os tomadores de decisão existem técnicas associadas a cada uma destas etapas do processo decisório, conforme elaborado por Maximiano: FASE DO PROCESSO TÉCNICAS 1. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA OU OPORTUNIDADE • Diagrama de Ishikawa • Princípio de Pareto 2. DIAGNÓSTICO 3. GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS • Brainstorming • Brainwriting • MDPO ou Paradigma de Rubinstein 4. ESCOLHA DE UMA ALTERNATIVA • Análise de vantagens e desvantagens • Árvore de decisões • Análise do campo de forças • Ponderação de Critérios • Análise do ponto de equilíbrio 5. AVALIAÇÃO DA DECISÃO Fonte: Maximiano (2008) Iremos analisar cada etapa listada por Maximiano e as técnicas utilizadas em cada uma. 2.1.1. Identificação do problema ou oportunidade É a etapa em que é apresentado um desafio ou gerada uma situação de frustração. É o momento em que se percebe a ocorrência de um problema ou de uma oportunidade e que é necessário tomar uma decisão para solucioná-lo ou aproveitar a oportunidade. Filipe Sobral e Alketa Pecci chamam esta fase de identificação da situação. Vejamos uma questão da FGV ITEM 5. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009) Em um processo decisório, uma oportunidade diz respeito à(s) seguinte(s) fase(s): (A) identificação da situação. (B) diagnóstico da situação. (C) desenvolvimento de oportunidades. (D) avaliação de alternativas. (E) seleção e implementação. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 13 www.pontodosconcursos.com.br Conforme vimos, a fase em que se identifica uma oportunidade é a fase de identificação do problema ou oportunidade, ou chamam, Sobral e Peccci, identificação da situação. Então, o gabarito é a alternativa A. 2.1.2. Diagnóstico Nesta etapa são empreendidos esforços para entender o problema e identificar suas causas e conseqüências. Como citado no quadro inicial existem duas técnicas desenvolvidas para auxiliar os tomadores de decisão nestas duas primeiras etapas: Diagrama de Ishikawa e princípio de Pareto. Vejamos como funcionam as duas ferramentas. Diagrama de Ishikawa Também conhecido como espinha de peixe, tem por objetivo organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas de um problema. Originalmente a ferramenta foi concebida em torno de 4 causas principais: mão-de-obra, máquinas, métodos e materiais. Por isto foi denominado também de diagrama 4M. As pessoas encarregadas de estudar o problema listam embaixo de cada uma das quatro categorias as causas relacionadas, perguntado- se porque eles acontecem. Desta forma desdobra-se os problemas até encontrar as causas originais. Naturalmente a esquematização com as quatro categorias serve muito bem para um ambiente fabril. Para outros casos o diagrama pode ser adaptado criando-se outras categorias ou critérios de organização. Vejam abaixo os exemplos dos dois modelos. DIAGRAMA DE ISHIKAWA TRADICIONAL Fonte: Maximiano (2008) MÃO‐DE‐OBRA MÁQUINAS Por que ocorrem Problemas na Produção? MÉTODOS MATERIAIS CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 14 www.pontodosconcursos.com.br DIAGRAMA DE ISHIKAWA COM CRITÉRIOS ADAPTADOS Princípio de Pareto Fonte: Maximiano (2008) Princípio de Pareto Esta é uma técnica que permite selecionar prioridades dentre os problemas existentes. Segundo o princípio de pareto a maior parte dos efeitos ou conseqüências de problemas são causados pelo menor número de causas. Para Pareto 80% dos efeitos são causados por 20% dos problemas. Em outras palavras, poucas causas são significativas. Focalizar atenção nestas causas dará, portanto, uma resposta maior quando pensamos em resolução de problemas. Em termos práticos, uma forma de utilizar o princípio de Pareto, por exemplo, para responder a pergunta “Por que os clientes reclamam do serviços de uma empresa?” é listar as reclamações feitas e categorizá-las. As categorias com maior número de reclamações devem ser priorizadas para solução. 2.1.3. Geração de Alternativas Nesta etapa os problemas já estão identificados, resta então gerar alternativas para solucioná-los. Em alguns casos a solução não é simples. Por isto é preciso lançar mão de técnicas de geração de idéias para prover alternativas de solução dos problemas. Algumas destas técnicas estão listadas no quadro inicial: Brainstorming, Brainwriting e MDPO. Vejamos cada um deles. Brainstorming É uma técnica que consiste em reunir uma equipe responsável pela solução de um problema e, dentro de um período de tempo previamente estipulado, incentiva-se esta equipe a exprimir idéias ide MOTORISTA VEÍCULOS Não é educado para Velhos e mal Dirigir com responsabili dade conservados Sem equipamentos Desconhece Legislação de segurança Por que ocorrem Acidentes de Insuficiente Sem conservação Trânsito? Sem equipamento Sem sinalização Sem treinamento FISCALIZAÇÃO VIAS CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 15 www.pontodosconcursos.com.br idéias. A o final as idéias são sintetizadas e agrupadas em categorias. Somente então estas idéias serão avaliadas e criticadas. Brainwriting Técnica similar ao Brainstorming. A diferença é que as pessoas não exprimem as idéias verbalmente, mas por escrito. Cada pessoa anota uma idéia em uma folha de papel e em seguida passa para outra participante da sessão. Os participantes incluem novas idéias nas folhas recebidas. Quando as idéias se esgotam, procede-se como no Brainstorming. MDPO - Método de Delineamento de Problemas Organizacionais Esta técnica é também conhecida como Paradigma de Rubinstein. Consiste em organizar em um diagrama as relações de causa e efeito existentes em um problema. Nesta técnica as perguntas devem começar com “Como”. Por exemplo, “Como melhorar o atendimento de um Hotel?”. Pra responder a pergunta o primeiro passo é listar os efeitos desejados, ou seja, os indicadores de solução do problema. No cso do exemplo acima, um efeito possível a elevação da taxa de ocupação para 95%. Isto indicaria de certa forma que a avaliação do atendimento no hotel é boa. Em seguida, lista-se os fatores que podem ser manipulados e os que não são passíveis de manipulação. Voltando ao exemplo acima, um fator que é passível de manipulação é a localização do hotel. Mas temos alguns que podemos manipular, como a qualidade do atendimento, o valor das diárias e a limpeza dos apartamentos. Desta forma foramgeradas alternativas de solução para o problema. 2.1.4. Escolha de uma alternativa Escolher uma alternativa dentre as soluções geradas é selecionar aquela que apresenta maiores vantagens na solução do problema. Iremos avaliar quatro técnicas que ajudam neste processo: Análise de vantagens e desvantagens, Árvore de decisões, Análise do campo de forças e ponderação de critérios. Ressalte-se que as técnicas são auxílios para organizar o pensamento e racionalizar a tomada de decisão, porém a decisão é uma ação humana. Análise de Vantagens e Desvantagens É a maneira mais simples de avaliar as alternativas para resolução de problemas. Geralmente se utiliza um critério simples para esta CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 16 www.pontodosconcursos.com.br avaliação, como a maior vantagem econômica advinda da decisão. Pode ser um lucro maior, uma economia maior de recursos, etc. Árvore de Decisões Esta é uma técnica de representação gráfica de alternativas. As alternativas identificadas são dispostas como ramos de uma árvore. Isto permite melhor visualização das alternativas disponíveis. O tomador de decisão terá à sua disposição todas as alternativas organizadas e a complexidade do problema resumida à sua frente. Análise do Campo de Forças É uma técnica para organizar idéias a respeito das forças que favorecem e dificultam uma decisão. É baseada no conceito de campo de forças de Kurt Lewin, que explica o comportamento como resultado entre a oposição de forças restritivas e forças propulsoras. Ponderação de Critérios A avaliação de alternativas é um processo onde estão presentes critérios implícitos e explícitos. Este método consiste em explicitar os critérios de forma racional, de forma que se possa ponderá-los, atribuir pesos a estes critérios. Objetivamente, consistem em listar as alternativas nas linhas de uma tabela e os critérios com seus pesos relativos nas colunas. Cada uma das soluções teria uma nota em cada critério. O somatório das notas, considerando-se os pesos, indicaria a melhor solução. Análise do ponto de equilíbrio Esta técnica utiliza a equação abaixo como pressuposto: CUSTO TOTAL= CUSTO FIXO + CUSTO VARIÁVEL É adequada para situações organizacionais que envolvam custos de operações. Permite aos tomadores de decisão identificar o volume de operações em que as receitas sejam iguais aos custos totais. Este é o ponto de equilíbrio.A partir deste ponto as operações de uma empresa passam a ser lucrativas. 2.1.5. Avaliação da Decisão É a última etapa do processo de resolver problemas. Consiste em implementar a decisão e avaliar seus efeitos. Aqui se reinicia o ciclo de resolver problemas, uma vez que uma decisão implementada pode gerar a necessidade de resolver outros problemas. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 17 www.pontodosconcursos.com.br 2.2 Racionalidade Limitada Decisões racionais são aquelas tomadas sem considerar emoções, sentimentos e crenças. Baseiam-se em informações e princípios de ordem lógica. No entanto, decisões deste tipo são encontradas em estado puro apenas para decisões programadas e para problemas de ordem técnica, como o orçamento de uma construção. Na maioria dos problemas a racionalidade total é pura utopia. Muitos problemas não podem ser resolvidos por meio de regras e, além disso nem sempre todas as informações estão disponíveis ao tomador de decisões. Por isto, em muitas situações, os que necessitam decidir, adotam a estratégia da racionalidade limitada, admitindo que não dominam todas as variáveis que agem sobre o fenômeno, mas que procuraram entender as características essenciais deste. Desta forma pode-se simplificar situações complexas e facilitar a tomada de decisão. 2.3 Intuição Em muitas situações não há informação suficiente para a tomada de decisão. Nestes casos o tomador de decisão lança mão da sua experiência e da aprendizagem para decidir. A decisão não é tomada de forma totalmente consciente e lógica. As decisões baseadas na intuição apresentam muitos riscos. Pessoas experientes podem ser levadas a tomar decisões sem ter identificada corretamente o problema e ter realizado o diagnóstico. 2.4 Estilos de Decisão Maximiano (2008) classifica os estilos de decisão segundo a forma de participação do grupo no processo decisório. Para este autor são três os estilos de decisão: autocráticas,, compartilhadas e delegadas. Decisões autocráticas são aquelas tomadas sem necessitar de discussão, informação ou participação dos demais membros do grupo. Visam acelerar o processo e em geral são aceitas normalmente pelo grupo e aqueles que tomam as decisões não esperaram questionamentos com relação à decisão tomada. Em geral, são decisões de grupos de acionistas ou estratégicas. Decisões compartilhadas são aquelas que os gerentes tomam junto com sua equipe. Não são impostas, são discutidas. Podem ser consultivas ou participativas. Na forma consultiva o gerente ouve e CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 18 www.pontodosconcursos.com.br decide pela melhor alternativa. Já na forma participativa as decisões são tomadas em conjunto com o grupo. Decisões delegadas são aquelas tomadas por uma equipe ou pessoas que recebeu poderes para isso. Segundo Maximiano, “as decisões delegadas não precisam ser aprovadas ou revistas pela administração”. A responsabilidade pela decisão é assumida por aquele que recebeu a delegação, pois ao receber tal delegação, constatou-se que este tinha suficiente maturidade e responsabilidade para tal. Chiavenato (2005) classifica os estilos de decisão considerando dois elementos: o volume de informações utilizados no processo de decisão e o número de alternativas consideradas. Com relação ao primeiro elemento o tomador de decisão pode ser maximizador de informações ou contentável, no sentido de desejar apenas o mínimo de informações necessárias. Já para o segundo elemento o tomador de decisões podem ser unidirecionados, no sentido de que se satisfazem com apenas uma solução ou multidirecionados, quando desejam desenvolver várias opções antes de decidir. A combinação das variações destes dois elementos formam cinco estilos de decisão: decisivo, flexível, hierárquico, integrativo e sistêmico. Estilo Decisivo é contentável e unidirecionado. Utiliza um mínimo de informações e uma única alternativa para decidir. Resolve imediatamente um problema e já passa para outro. Estilo Flexível é contentável e multidirecionado. Utiliza um mínimo de informações, mas quer analisar múltiplas alternativas. Estilo hierárquico é maximizador e unidirecionado. Deseja o máximo de informações para gerar análises detalhas e uma solução específica. Exerce controle com ênfase na qualidade para gerar a melhor solução. Estilo integrativo é maximizador e multidirecionado. Muitas informações para gerar muitas alternativas. Aqui existe ênfase na criatividade e na abertura para novas opções. Estilo sistêmico pode ser multidirecionado e unidirecionado ao mesmo tempo, por isto Chiavenato diz que é o mais complexo dos estilos citados. 2.5 Heurísticas de julgamento Esta é a denominação dada às estratégias de julgamento no processo decisório que levam os decisores a fazerem inferências erradas com base em pressuposições ou modelos mentais arraigados. Assim um tomador de decisão pode se precipitar por conta de uma determinada crença ou modelo mental e concluir erroneamente sobre uma situação e por conseguinte tomar a decisão errada. Pode-se CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 19 www.pontodosconcursos.com.br dizer que neste modelo a empiria ou experiência tem lugar preponderante. 2.6 Método da Indagação Dialética Este método é também conhecidocomo “Advogado do Diabo”. Como o próprio nome diz, consiste em fazer contraposições dialéticas às crenças já estabelecidas quanto á decisão a tomar. Tomam-se as suposições já estabelecidas e então se constroem argumentos contrários tentando negar estas suposições. Estes argumentos irão construir soluções contrárias às geradas anteriormente. Vejamos uma questão da ESAF! ITEM 6. (ESAF/ ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Assinale a opção incorreta. a) A indagação dialética é o método de análise em que um tomador de decisões determina e nega suas suposições, e em seguida cria contra-soluções baseadas nas suposições negativas. b) A tomada de decisões não-programadas acontece de acordo com políticas e regras estruturadas com o objetivo de solucionar problemas rotineiros e funcionais. c) O modelo racional de tomada de decisão consiste em examinar a situação, criar e avaliar alternativas para a solução de problemas, selecionar a melhor alternativa e realizar a sua implementação e o seu monitoramento. d) A heurística é um método de tomada de decisão que se desenvolve por linhas empíricas, usando regras empíricas para encontrar soluções ou respostas. e) O princípio de racionalidade limitada diz que os administradores tomam as decisões mais lógicas que podem, dentro das restrições impostas por informações e capacidades limitada e pela complexidade dos problemas. Atenção para o enunciado: pede-se a alternativa incorreta. O gabarito é a letra B. Como vimos em aula tomada de decisões não programada acontece em situações não rotineiras, em nível estratégico, para problemas ainda não vistos ou novos, que A letra A está CERTA. A letra C também está CERTA. O modelo Racional pressupõe que todas as informações estarão disponíveis e que poderemos realizar diagnóstico, gerar alternativas e escolher uma para implementar. A letra D também está CERTA. É o que vimos em aula, no modelo heurístico a tomada de decisão está baseada nos modelos mentais, na experiência, na empiria. A letra E também está CERTA. Também vimos isto em aula. A racionalidade total é uma utopia, pois nem sempre todas as informações estão disponíveis para o tomador de decisão. 2.7 Tomadas de Decisões sob condições Diversas Um problema pode ser definido como uma discrepância entre o que é (a realidade) e o que poderia ou deveria ser (planejado). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 20 www.pontodosconcursos.com.br Condições de certeza As variáveis de decisão e os resultados de cada curso de ação ou de solução em potencial são conhecidos de antemão. O Gerente poderá tomar decisão certa de que não haverá nenhum resultado não previsto. As decisões tomadas são decisões programadas. Somente são possíveis em situações mais simples onde todos os possíveis resultados são conhecidos. Condições de risco Risco é a condição na qual os resultados de qualquer decisão ou curso de ação não são conhecidos mas que provavelmente cairão dentro de uma amplitude conhecida. O risco é descrito em termos de probabilidade. Condições de incerteza Quando um gerente não consegue prever o resultado de uma decisão ou se o resultado pode ser previsto mas a probabilidade desse resultado ocorrer não pode ser prevista. Ocorre devido aos seguintes fatores: • Variáveis demais na situação; • Poucas variáveis, mas falta conhecimento sobre elas; • Variáveis demais e falta de conhecimento sobre elas. ITEM 7. UFF - 2009 - UFF - Assistente Administrativo As condições de uma tomada de decisão estabelecem como as informações necessárias para a decisão estão fundamentadas. Em uma decisão em condições de risco, as informações estão fundamentadas: a) em um conjunto de resultados previamente conhecidos; b) numa previsão estatística de resultados; c) em dados parciais ou incompletos; d) em dados irreais ou inexistentes; e) em pareceres jurídicos pertinentes Pessoal, vimos que a tomada de decisões em condições de risco estão fundamentadas em descrição probabilística, ou seja, em previsão estatística. Portanto, o gabarito é a alternativa B. Vamos encerrar este tópico com outra questão da ESAF do último concurso para EPPGG. ITEM 8. (ESAF/ EPPGG/2009) No contexto organizacional, ao participarmos de um processo decisório, é incorreto afirmar que: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 21 www.pontodosconcursos.com.br a) a racionalidade, por si só, insinua ser possível o domínio de fatores não controláveis e a eliminação de riscos e incertezas. b) em nossos dias, ao lado da racionalidade gerencial, também se aplicam elementos como os aspectos comportamentais, o senso comum, o juízo das pessoas e a negociação política. c) a estrutura dos canais de informação e de disseminação do conhecimento exerce grande influência sobre o processo decisório. d) o brainstorming é a técnica adequada para identificar problemas. e) no nível superior, há o predomínio das decisões estratégicas, que tratam das ligações entre a organização e o ambiente externo. O gabarito é a letra D. A afirmativa está incorreta. Vimos em aula que o brainstorming é uma técnica indicada para geração de alternativas. Para diagnóstico as ferramentas indicadas são Diagrama de Ishikawa e Princípio de Pareto. A letra A está CERTA. Como vimos em aula o modelo racional preconiza que todas as variáveis podem ser controladas. A letra B também está CERTA. . A intuição e a heurística são exemplos de aspectos comportamentais. O processo de negociação também pode ser incluído no rol de aspectos limitadores da racionalidade total, uma vez que pressupõe concessões. A letra C também está CERTA. Sim vimos isto no modelo de racionalidade limitada. A ausência de informação afeta a capacidade de tomada de decisão. A letra E também está CERTA. É isto mesmo na alta cúpula da organização predominam as decisões estratégicas, com insumos vindos do ambiente 3. Eficiência, eficácia e efetividade Para fins de avaliação de resultados na administração pública é bom sabermos a relação entre os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade. Eficiência é a relação entre custos e resultados. Maximiano corrobora isto: “O princípio geral da eficiência é o da relação entre esforço e resultado. Quanto menor o esforço necessário para produzir um resultado, mais eficiente é o processo. A antítese da eficiência é o desperdício”. Sendo assim, indicadores de eficiência são aqueles que retratam a relação entre os custos de uma atividade e os resultados alcançados. Vejam a definição para Eficiência dada pela ESAF: “ Eficiência é a medida da relação entre os recursos efetivamente utilizados para a realização de uma meta para um projeto, atividade ou programa, frente a padrões estabelecidos”. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 22 www.pontodosconcursos.com.br Eficácia : “é a medida do grau de atingimento das metas fixadas para um determinado projeto, atividade ou programa em relação ao previsto.” Ora um programa de vacinação terá sido eficaz se atingir as metas traçadas de vacinação. Por exemplo, em um programa de vacinação estabeleceu-se a meta de vacinação de 90% das crianças brasileiras até 5 anos. O programa será eficaz se atingir esta meta. Efetividade: “é a medida do grau de atingimento dos objetivos que orientaram a constituição de um determinado programa, expressa pela sua contribuição à variação alcançada dos indicadores estabelecidos pelo Plano”. Efetividade se refere então ao grau de mudança realizada pelo programa ou política púbica.Por exemplo, um programa de vacinação terá sido efetivo se o número de infectados por aquela doença que se quer prevenir for reduzido em função deste programa de vacinação. O documento do TCU “Indicadores de Desempenho e Mapa de Produtos Operacionais” exemplificaa utilização destes conceitos na análise de políticas públicas. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 23 www.pontodosconcursos.com.br Vejamos mais uma questão da FCC ITEM 9. (FCC / BAHIAGAS / 2010 / TECNICO DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS/ ADMINISTRAÇÃO ) Tratando-se de eficiência, eficácia e efetividade, analise: I. Eficácia é fazer as atividades ou desenvolver ações de forma correta para atingir os meios. Tem vínculo estreito com o planejamento estratégico da organização. II. Eficiência é fazer as atividades ou desenvolver ações da maneira correta. Está relacionada com o método de execução. III. Efetividade é satisfazer as necessidades dos clientes com os produtos e serviços da organização. IV. Efetividade é o valor social ou medida de utilidade, que deve ser atribuído ao produto ou serviço considerando-se a sociedade como um todo. V. Eficácia é a relação entre os produtos obtidos e os fatores de produção empregados na sua obtenção. É correto o que consta APENAS em (A) I e II. (B) III e V. (C) IV e V. (D) I, II e III. (E) II, III e IV. Analisemos as afirmativas Afirmativa I está ERRADA. Eficácia é atingir metas! Afirmativa II está CERTA! Perfeito, fazendo algo de maneira correta evitamos o desperdício. Afirmativa III está CERTA! Sim, efetividade é atingirmos os resultados que desejamos. Afirmativa IV está CERTA! Boa esta definição também. Lembram do programa de vacinação? Se evitarmos o adoecimento das crianças a utilidade social terá sido alcançada. Afirmativa V está ERRADA. Esta seria uma definição para eficiência. Sendo assim, o gabarito é a alternativa E. ITEM 10. (Esaf – APO SP 2009) A realidade que surge da atuação do Estado moderno exige a adoção de novos enfoques de avaliação orçamentária do setor público. A avaliação também é instrumento de promoção do aperfeiçoamento dos processos relacionados à gestão de recursos humanos, financeiros e materiais utilizados na execução dos programas. Uma das opções abaixo é incorreta. Identifique-a. a) O teste da eficiência, na avaliação das ações governamentais, busca considerar os resultados obtidos em face dos recursos disponíveis. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 24 www.pontodosconcursos.com.br b) Efetividade é a medida do grau de atingimento dos objetivos que orientaram a constituição de um determinado programa, expressa pela sua contribuição à variação alcançada dos indicadores estabelecidos pelo Plano. c) Eficácia é a medida do grau de atingimento das metas fixadas para um determinado projeto, atividade ou programa em relação ao previsto. d) A incorporação de custos, estimativos (no orçamento) e efetivos (na execução), auxilia as avaliações da eficácia. e) Eficiência é a medida da relação entre os recursos efetivamente utilizados para a realização de uma meta para um projeto, atividade ou programa, frente a padrões estabelecidos. A alternativa A está correta: a eficiência é a relação entre custos e resultados. Maximiano corrobora isto: “O princípio geral da eficiência é o da relação entre esforço e resultado. Quanto menor o esforço necessário para produzir um resultado, mais eficiente é o processo. A antítese da eficiência é o desperdício”. Sendo assim, indicadores de eficiência são aqueles que retratam a relação entre os custos de uma atividade e os resultados alcançados. Desta forma, a alternativa E também está correta.Vejam a definição para Eficiência dada pela ESAF: “ Eficiência é a medida da relação entre os recursos efetivamente utilizados para a realização de uma meta para um projeto, atividade ou programa, frente a padrões estabelecidos”. A alternativa B está correta e é a definição de Efetividade: “é a medida do grau de atingimento dos objetivos que orientaram a constituição de um determinado programa, expressa pela sua contribuição à variação alcançada dos indicadores estabelecidos pelo Plano”. Efetividade se refere então ao grau de mudança realizada pelo programa ou política púbica.Por exemplo, um programa de vacinação terá sido efetivo se o número de infectados por aquela doença que se quer prevenir for reduzido em função deste programa de vacinação. A alternativa C está correta e é a definição de Eficácia : “é a medida do grau de atingimento das metas fixadas para um determinado projeto, atividade ou programa em relação ao previsto.”nação. Ora o mesmo programa de vacinação citado acima terá sido eficaz se atingir as metas traçadas de vacinação. Por exemplo, em um programa de vacinação estabeleceu-se a meta de vacinação de 90% das crianças brasileiras até 5 anos. O programa será eficaz se atingir esta meta. A alternativa D está errada e é o gabarito da questão, que solicitava a alternativa incorreta. As avaliações de eficácia consideram apenas o grau de alcance dos resultados, não se preocupando com custos estimados e efetivos. Os indicadores de eficiência é que se preocupam com a relação entre custos e resultados, como vimos acima. Agora vejamos uma questão da FGV CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 25 www.pontodosconcursos.com.br ITEM 11. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2009) Com relação aos temas eficiência e eficácia, assinale a afirmativa incorreta. (A) Eficiência é um conceito limitado. (B) Eficiência diz respeito aos trabalhos internos de uma organização. (C) Uma organização não pode ser eficiente se não for eficaz. (D) A abordagem de metas para eficácia organizacional identifica as metas de uma organização. (E) Eficácia é um conceito abrangente. Pessoal, vamos analisar as alternativas: Eficiência diz respeito à relação entre custos e resultados de uma organização, portanto processos internos. Eficácia é a medida do atingimento das metas fixadas. Desta forma eficiência é um conceito limitado e eficácia abrangente. Afirmativas A, B, D e E corretas. A afirmativa C está incorreta: Uma organização pode ser eficiente, ter custos baixos, e não atingir as metas fixadas, por exemplo um patamar de vendas projetado. Desta forma a organização foi eficiente, mas não foi eficaz. O gabarito é a alternativa C. ITEM 12. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Com relação às abordagens contingenciais da eficácia organizacional, analise as afirmativas a seguir. I. A responsabilidade social é um indicador da abordagem de metas. II. A forte cultura corporativa é um indicador da abordagem baseada em recursos. III. A habilidade dos gerentes no uso de recursos tangíveis é um indicador da abordagem do processo interno. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Pessoal, segundo Daft a responsabilidade social é um indicador da abordagem por metas. A forte cultura corporativa é um indicador da abordagem do processo interno e a habilidade dos gerentes diz respeito à abordagem baseada em recursos. Sendo assim, somente a afirmativa I está correta e portanto o gabarito é alternativa A. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 26 www.pontodosconcursos.com.br 4. Responsabilidade corporativa O histórico do conceito de responsabilidade corporativa demonstra uma disputa conceitual entre os defensores de que as empresas existem para maximizar lucro para os acionistas e entre os defensores que as empresas existem para promover o bem estar social. Pela perspectiva dos direitos da propriedade, argumenta-se que a direção corporativa, como agente dos acionistas, não tem o direito de fazer nada que não atenda ao objetivo de maximização dos lucros, mantidos os limites da lei. Agir diferente é uma violação dasobrigações morais, legais e institucionais da direção da corporação. Por outro lado, o ponto central do argumento da perspectiva pela função institucional está em que outras instituições, tais como governo, igrejas, sindicatos e organizações sem fins lucrativos, existem para atuar sobre as funções necessárias ao cumprimento da responsabilidade social corporativa. Gerentes de grandes corporações não têm a competência técnica, o tempo ou mandato para tais atividades, as quais constituem uma tarifa sobre o lucro dos acionistas, nem foram eleitos democraticamente para tal, como o são os políticos. Quanto aos argumentos a favor da responsabilidade social corporativa, eles partem, principalmente, da área acadêmica conhecida como Business and Society. Uma abordagem crítica recente ao conceito de responsabilidade social corporativa, conclui que o conceito e discurso da responsabilidade social corporativa carecem de coerência teórica, validade empírica e viabilidade normativa, mas que oferecem implicações para o poder e conhecimento dos agentes sociais. Considera que os argumentos a favor se enquadram em duas linhas básicas, as quais ele classifica como linhas ética e instrumental. Os argumentos éticos derivam dos princípios religiosos e das normas sociais prevalecentes, considerando que as empresas e pessoas que nelas trabalham deveriam ser conduzidas a se comportar de maneira socialmente responsável, por ser a ação moralmente correta, mesmo que envolva despesas improdutivas para a empresa. Os argumentos, a favor, na linha instrumental consideram que há uma relação positiva entre o comportamento socialmente responsável e a performance econômica da empresa. Justifica-se esta relação por uma ação proativa da empresa que busca oportunidades geradas por: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 27 www.pontodosconcursos.com.br • Uma consciência maior sobre as questões culturais, ambientais e de gênero; • Uma antecipação e evitação de regulações restritivas à ação empresarial pelo governo; • E uma diferenciação de seus produtos diante de seus competidores menos responsáveis socialmente. O conceito de responsabilidade social corporativa vem amadurecendo quanto à capacidade de sua operacionalização e mensuração, subdividindo-se em vertentes de conhecimento. Entre essas vertentes estão: responsabilidade social corporativa, responsividade social corporativa, rectitude social corporativa, performance social corporativa, performance social dos stakeholders, auditoria social e inovação social. O conceito de responsabilidade social corporativa, com forte conotação normativa e cercado de debates filosóficos sobre o dever das corporações em promover o desenvolvimento social, passou a ser acompanhado, na década de 70, do termo responsividade social corporativa. Com este novo conceito, já se passava para a necessidade de construção de ferramentas teóricas que pudessem ser testadas e aplicadas no meio empresarial. As perguntas passaram a ser sobre como e em que medida a corporação pode responder às suas obrigações sociais, essas já sendo consideradas como um dever da corporação. A partir da década de 1990 foram desenvolvidos modelos de que caracterizam a organização em termos de princípios de responsabilidade social corporativa , processos de responsividade social corporativa e resultados sociais corporativos. Os princípios são expressos em três níveis: • institucional - legitimidade da empresa; • organizacional - responsabilidade pública; • e individual - arbítrio gerencial. Os processos são o diagnóstico ambiental, a gestão da relação com seus stakeholders e a gestão de questões sociais. Os resultados sociais são as políticas, programas e impactos sociais da empresa. Pela incorporação da ética e dos valores nas relações de troca dos processos sociais e decisórios, os princípios de responsabilidade social corporativa nos níveis individual, organizacional e institucional se ampliariam além das considerações de trocas materiais da CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 28 www.pontodosconcursos.com.br corporação. Sendo assim, o modelo de performance social corporativa apresentaria uma visão ampliada das relações de troca da corporação com a sociedade, incluindo valores para o desenvolvimento econômico e social que legitimam a existência das empresas e permeiam os seus processos decisórios. Existe na literatura sobre cidadania empresarial uma certa inconsistência acerca de sua definição conceitual. Alguns autores utilizam os termos responsabilidade social corporativa e cidadania empresarial meramente como sinônimos. Por outro lado, nos últimos cinco anos tem estado em voga o termo cidadania empresarial. Popularmente, este conceito tem sido tratado de maneira bastante instrumental, ou seja, como algo que traria vantagem competitiva à organização frente à crescente concorrência e seu aspecto mais ressaltado tem sido o de investimento na comunidade através de projetos ou ações sociais com recursos transferidos por empresas. Com o processo de globalização da economia, o tema vem ganhando ainda mais espaço nos fóruns de discussão empresarial e na mídia dirigida aos empresários, em vista dos impactos dos investimentos internacionais sobre as comunidades locais onde são aplicados. Para empresas que possuem operações em diversas partes do globo, far- se-ia necessário, então, desenvolver uma política de investimentos sociais, comunitários ou ambientais que tivesse consistência em todas as unidades da corporação, seguindo a máxima: “pensar globalmente, agir localmente”. Nesse sentido, haveria um foco de investimento social, pelas empresas, em áreas que possam alavancar os pontos fortes de seu core business, melhor utilizar seus recursos e maximizar o retorno para as comunidades em que atuam, seus colaboradores e investidores. Esta linha de pensamento vem guiando o conceito de filantropia estratégica, que tem angariado um número bastante extenso de adeptos no meio empresarial nos últimos anos. Cidadania empresarial é um termo que vem recebendo atenção e promoção do governo americano. Em 1996, o Presidente dos Estados Unidos da América, Bill Clinton, promoveu uma conferência reunindo empresários, líderes trabalhistas e estudantes para discutir, disseminar e incentivar práticas de cidadania empresarial. Clinton destaca cinco princípios da cidadania empresarial: ambientes de trabalho favoráveis à vida familiar dos empregados, seguro saúde e plano de previdência, segurança no trabalho, investimento nos CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 29 www.pontodosconcursos.com.br empregados e parceria com os empregados. Em seu discurso o Presidente dos Estados Unidos acrescenta uma outra conotação para o termo cidadania empresarial, a qual contempla apenas um dos grupos de stakeholders: os funcionários, deixando de considerar os demais grupos. O conceito de cidadania empresarial encampa a noção de co- responsabilidade da empresa pelos problemas da sociedade, definindo como empresa-cidadã aquela que não foge aos compromissos de trabalhar para a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade. Em uma perspectiva evolucionista das empresas e da noção de responsabilidade corporativa, podemos elaborar a seguinte classificação: a) A empresa unicamente como um negócio, instrumento de interesses para o investidor, que em geral não é um empresário, e sim um “homem de negócios” com uma visão mais imediatista e financeira dos retornos de seu capital; b) A empresa como organização social que aglutina os interesses de vários grupos de stakeholders - clientes, funcionários, fornecedores, sociedade (comunidade) e os próprios acionistas – e mantém com eles relações de interdependência. Estas relações podem estar refletidas em açõesreativas (resolução de conflitos) ou pró-ativas, tendo para cada grupo de stakeholders uma política clara de atuação. c) A empresa-cidadã que opera sob uma concepção estratégica e um compromisso ético, resultando na satisfação das expectativas e respeito dos parceiros. No estágio empresa-cidadã, a empresa passa a agir na transformação do ambiente social, sem se ater apenas aos resultados financeiros do balanço econômico, buscando avaliar a sua contribuição à sociedade e se posicionando de forma pró-ativa nas suas contribuições para os problemas sociais. A empresa classificável como empresa-cidadã possuiria objetivos sociais e instrumentos sociais, os quais não deveriam ser confundidos com práticas comerciais com objetivos econômicos. Desta forma, sua atuação agregaria uma nova faceta ao seu papel de agente econômico: a de agente social. Ela passaria a disponibilizar, com as devidas adaptações, os mesmos recursos aplicados em seu negócio, em prol da transformação da sociedade e do desenvolvimento do bem comum. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 30 www.pontodosconcursos.com.br Estas práticas poderiam trazer à empresa promotora, ganhos substanciais, tais como: • valor agregado à sua imagem; • desenvolvimento de lideranças mais conscientes e socialmente • responsáveis; • melhoria do clima organizacional e da satisfação e motivação decorrentes de aumento de auto-estima; • reconhecimento e orgulho pela participação em projetos sociais, entre outras vantagens. Um autor clássico na literatura sobre responsabilidade social, corporativa, Carroll, propõe uma convergência entre os conceitos de cidadania empresarial e de responsabilidade social corporativa e aponta quatro faces para a cidadania empresarial: econômica, legal, ética e filantrópica. Desta forma, boas empresas-cidadãs deveriam ser lucrativas, obedecer as leis, ter comportamento ético e retribuir à sociedade em forma de filantropia. Apesar de alguns autores apresentarem cidadania empresarial e performance social corporativa como sinônimos, há distinções a serem observadas. Enquanto a performance social corporativa investigaria questões morais, gerenciais e sociológicas, a cidadania empresarial atuaria no nível restrito das atividades desenvolvidas pela organização para atender responsavelmente demandas sociais concretas. Uma aproximação do conceito de Carroll com a perspectiva da diferenciação acima conduz à definição segundo a qual cidadania empresarial seria a extensão pela qual as organizações atendem a suas responsabilidades econômicas, legais, éticas e discricionárias, exigidas por seus diversos stakeholders. A prática empresarial e a mídia vêm ressaltando exclusivamente a instrumentalização da responsabilidade social corporativa como forma de melhorar a reputação da empresa, identificar oportunidades de testar novas tecnologias e produtos e, desta forma, adquirir vantagens competitivas no mercado globalizado. Enderle e Tavis (1998), refletindo sobre esse novo conceito de empresa, desenvolveram um modelo em que as responsabilidades corporativas nas dimensões econômicas, sociais e ambientais devem ser consideradas em três níveis de desafios éticos a que as corporações se propõem: Nível 1 - nível onde há mínimos requisitos éticos; CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 31 www.pontodosconcursos.com.br Nível 2 - nível em que se consideram obrigações além do nível ético mínimo; Nível 3 - nível em que há aspirações para ideais éticos. Cada corporação poderia ser analisada em sua conduta quanto ao estágio em que se encontra, segundo esses três níveis, em cada uma das dimensões de responsabilidades corporativas - social, econômica e ambiental. percebe-se que o conceito de responsabilidade social corporativa vem consolidando-se como um conceito intrinsicamente interdisciplinar, multidimensional e associado à uma abordagem sistêmica, focada nas relações entre stakeholders associados direta e indiretamente ao negócio da empresa. Portanto, o conceito requer a sua incorporação à orientação estratégica da empresa, refletida em desafios éticos para as dimensões econômica, ambiental e social dos negócios. Por outro lado, ambos os conceitos - responsabilidade social corporativa e cidadania empresarial - apresentam-se em processo de maturação de diversas tendências de abordagem, requerendo, para sua construção teórica e aplicação prática, o desenvolvimento de seus respectivos constructos para a sua definição, mensuração e validação. Nesse sentido, a abstração ainda presente em ambos os conceitos deve dar lugar à construção de indicadores associados às variáveis relacionadas às respectivas dimensões e relações da empresa com seus diversos grupos de stakeholders. Vejamos algumas questões sobre responsabilidade corporativa. ITEM 13. (CESGRANRIO - 2010 - ELETROBRÁS - Administrador ) Um mercado mais competitivo, clientes e comunidades que passam a valorizar cada vez mais a proteção ambiental e respeito aos direitos humanos são alguns fatores que incitaram as organizações a realizar investimentos em ações de responsabilidade social. Considerando o contexto acima, afirma-se que as empresas adotam ações de responsabilidade social com vistas a a) gerar riqueza, emprego e renda, mantendo-se dentro da lei. b) praticar ações altruístas como forma de internalizar custos ambientais. c) priorizar ações que atendam aos anseios de seus empregados. d) implementar ações sociais e ambientais que as diferenciem dos concorrentes. e) divulgar suas ações ambientais e comunitárias em cumprimento à legislação. Pessoal, conforme vimos no texto da aula, um dos argumentos instrumentais a favor da responsabilidade social corporativa é que ela é um elemento proporcionador de vantagem competitiva pelas empresas. Desta forma uma CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 32 www.pontodosconcursos.com.br empresa ao implementar ações sociais e ambientais deseja diferenciar-se de seus concorrentes. Portanto, o gabarito é a alternativa D. ITEM 14. (CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás - Administrador ) Responsabilidade social é o termo usado para descrever a forma com que as empresas respondem na Justiça sobre seus atos. PORQUE Marketing verde está relacionado a atividades destinadas a minimizar os efeitos negativos sobre o meio ambiente físico ou melhorar sua qualidade. A esse respeito, conclui-se que a) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. b) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. c) a primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. d) a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. e) as duas afirmações são falsas. Pessoal, Marketing Verde ou Ambiental consiste em todas as atividades desenvolvidas para gerar e facilitar quaisquer trocas com a intenção de satisfazer os desejos e necessidades dos consumidores, desde que a satisfação de tais desejos e necessidades ocorra com o mínimo de impacto negativo sobre o meio ambiente.a O marketing ecológico consiste, portanto, na prática de todas aquelas atividades inerentes ao marketing, porém, incorporando a preocupação ambiental e contribuindo para a conscientização ambiental por parte do mercado consumidor. Assim, a primeira afirmativa é falsa e a segunda é verdadeira. Portanto, o gabarito é a alternativa D. ITEM 15. (CESGRANRIO - 2010 - ELETROBRÁS - Administrador ) O conceito de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) expressa o compromisso da empresa com a adoção e a difusão de valores, conduta e procedimentos que induzam e estimulem o contínuo aperfeiçoamento dos processos organizacionais para que resultem em melhoria da qualidade de vida da sociedade. Com base nesse conceito, que pressupõeum estágio avançado de RSC, afirma-se que essas empresas a) adotam a educação ambiental como estratégia de comunicação, voltada para atender às demandas da comunidade. b) estimulam os funcionários à prática de voluntariado, com a finalidade de aumentar os ganhos de capital. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 33 www.pontodosconcursos.com.br c) implementam ações voltadas para os agentes com os quais interagem em uma perspectiva de longo prazo. d) praticam ações voltadas ao seu público interno e familiares, em atendimento à legislação trabalhista. e) divulgam as ações de RSC que praticam em modelo de relatório aprovado pela diretoria. Pessoal, esta questão é facilmente resolvida se tivermos em mente o conceito apresentado na aula sobre cidadania empresarial. Responsabilidade Social Corporativa (RSC) é também chamada de Cidadania Empresarial ou Responsabilidade Social Empresarial (RSE). É o reconhecimento e assunção, pelas empresas e por seus atores-chave (proprietários ou controladores, demais acionistas, dirigentes, gestores e outros empregados) dos seus deveres em relação à comunidade em que atuam e à sociedade em geral. A RSC, contudo, não se confunde com a filantropia ou benemerência, que prevaleciam na área social. Seu conceito refere-se às estratégias de sustentabilidade a longo prazo das empresas – que, em sua lógica de perfomance e lucro, passam a contemplar a preocupação com os efeitos sociais e/ou ambientais de suas atividades e o objetivo de contribuir para o bem-comum e a melhoria da qualidade de vida das populações. Assim, a RSC expressa compromissos muito mais amplos do que aqueles previstos em lei (obrigações trabalhistas, tributárias e sociais; cumprimento das legislações ambiental e de usos dos recursos naturais, etc.). Expressa, sobretudo, a adoção e disseminação de valores, atitudes, comportamentos e procedimentos mais positivos dos pontos-de- vista ético, social e ambiental. Portanto, o gabarito é a alternativa C. ITEM 16. (FCC - 2009 - SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas - Prova 2 ) Segundo o conceito vigente de responsabilidade social corporativa, uma empresa pública deve a) cumprir sua responsabilidade social, exercendo com eficiência suas atividades essenciais. b) incorporar em seu planejamento o máximo possível de atividades beneficentes para os setores mais carentes da sociedade. c) incorporar o processo de gestão socialmente responsável como um instrumento que proporciona vantagens competitivas frente a seus concorrentes. d) levar em consideração, prioritariamente, sua responsabilidade política, pois deve expressar os interesses do governo eleito democraticamente. e) buscar a legitimação de suas ações por meio da implantação de instrumentos de responsabilização dos gestores pelos resultados alcançados Pessoal, podemos dizer que a responsabilidade social corporativa (da empresa) é a extensão do papel empresarial além de seus objetivos econômicos. Está devidamente voltada para as questões morais e éticas que envolvem as políticas praticadas pela organização. Uma empresa passa a ser considerada se cumprir com todas as suas políticas sociais implementadas e também ao adotar uma visão estratégica de negócios transparente e honesta com todos aqueles que possuem CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 34 www.pontodosconcursos.com.br algum tipo de relacionamento direto com a mesma. Muito cuidado com a alternativa A, pois não estamos falando apenas de atividades essenciais das organizações, mas sim de todo o seu processo produtivo. Desta forma o gabarito é a alternativa E. 5. Modelos organizacionais 5.1 Departamentalização Para abordarmos o item do edital relativo às estruturas organizacionais é relevante falarmos também de departamentalização. A departamentalização é uma decorrência da complexificação das organizações. Quanto mais complexa a organização, mais especialização vertical – níveis hierárquicos- e mais especialização horizontal – maior número e departamentos. A FGV cobrou isto em uma prova!Vejam: ITEM 17. (FGV- CODESP/2010. ADMINISTRADOR) De maneira geral, as empresas nascem pequenas e, à medida que seu tamanho e número de atividades aumentam, há a necessidade de uma estruturação dessas atividades para que elas possam aumentar sua eficiência. A estruturação de uma empresa pode ser realizada pela sua departamentalização. É correto dizer que departamentalização da empresa significa (A) agrupamento de atividades temporárias que incorporam rapidamente as mudanças tecnológicas nos processos organizacionais. (B) manutenção de poder e prestígio das funções principais executadas pelas unidades organizacionais. (C) agrupamento, de acordo com um critério específico de homogeneidade, das atividades e correspondentes recursos em unidades organizacionais. (D) coordenação entre as funções complexas de acordo com os critérios das unidades organizacionais, relativos a tamanho e amplitude. (E) agrupamento de atividades específicas relacionadas ao processo produtivo ou aos equipamentos neste utilizados. O gabarito é a letra C. É isto mesmo: Departamentalização é agrupamento, de acordo com um critério específico de homogeneidade, das atividades e correspondentes recursos em unidades organizacionais. A letra A está errada. Não se trata de arranjos temporários para incorporação de tecnologia. A letra B também está errada. Não se realiza a departamentalização para manutenção de poder. A letra D também está errada. É justamente porque a organização se torna complexa que é feita a departamentalização, para simplificar a coordenação. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 35 www.pontodosconcursos.com.br A letra E também está errada. Não podemos dizer que o agrupamento está relacionado aos equipamentos utilizados no processo produtivo. Podia ser por funções ou por produtos, mas por equipamentos não! Vejamos alguns modelos de departamentalização: 5.1.1. Departamentalização Funcional É a departamentalização por funções, que agrupa os especialistas por funções similares na organização. Imagine uma empresa e seus departamentos: ela terá o departamento de Finanças, o de suprimentos, o de RH, etc. Poderá haver outros. O importante aqui é que os departamentos são especializados por função. Os especialistas de cada função são alocados todos juntos em um departamento. Poderá haver subdivisões, em face de haver ainda mais especializações naquele departamento. Por exemplo, o departamento de RH poderá ter a seção de Recrutamento e a seção de Treinamento. A grande vantagem é que, como todos os especialistas estão juntos, haverá maior eficiência em função da economia de escala. A desvantagem é que os trabalhadores de uma estrutura funcional tendem a se juntar pouco com os de outras partes da organização. O foco é estreito e está baseado em condições homogêneas. 5.1.2. Departamentalização Por Produtos ou Serviços É o agrupamento das pessoas e tarefas de acordo com cada produto ou serviço. Neste modelo haverá um departamento para cada produto e nele estarão alocados todos os profissionais que lidam com ele. Desta forma o profissional de RH, responsável por seleção de pessoas, e o de contabilidade, especialista em impostos, que trabalham em uma indústria de automóveis estarão no mesmo departamento, para cuidar do produto da marca A. 5.1.3. Departamentalização Geográfica É o agrupamento de tarefas e pessoas com base na área geográfica ou territorial. Neste modelo cada departamento serve uma CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 36 www.pontodosconcursos.com.br determinada área geográfica. Exemplo: departamento de vendas de uma fábrica de automóveis. Pode existir
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