Buscar

Aula 01 Direito Tributário para Concurso SEFAZ

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 119 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 119 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 119 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
1
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 1 – Tributo: definição e espécies. Impostos, taxas, 
contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios – 
(27/01). 
Olá, prezados (as). 
Vamos iniciar o nosso curso hoje, pois foi atingido o quorum 
mínimo neste final de semana. 
Inicialmente aproveito a oportunidade para informar sobre o 
lançamento do meu livro de Direito Tributário para concursos. O 
livro está atualizadíssimo, com a jurisprudência mais recente do STF, 
STJ e CARF, bem como diversos quadros e esquemas sinópticos. 
Vocês podem verificar este lançamento no site: 
www.editorajuspodivm.com.br. Solicito (se possível) a ajuda de 
vocês na divulgação do livro pelas suas respectivas listas de e-mail. 
Agradeço desde já a colaboração neste sentido. 
Então, vamos para o sumário de hoje. 
Registramos vamos trabalhar com todas as bancas até a 
escolha definitiva da banca do concurso. 
Assim sendo, a divisão do nosso sumário ficou em cinco 
capítulos, a saber: 
Capítulo I Introdução geral 
Sumário • 1. Natureza jurídica do tributo: 1.1 Base de 
cálculo; 1.2 Destinação legal do produto da arrecadação – 
2. Função socioeconômica dos tributos – 3. Direito 
Tributário material e direito tributário formal. 
Capítulo II Classificações no Direito Tributário 
Sumário • 1. Introdução – 2. Classificação das espécies 
tributárias – 3. Classificação quanto à natureza da hipótese 
de incidência ou fato gerador – 4. Classificação quanto ao 
destino da arrecadação – 5. Classificação quanto à base 
econômica de incidência – 6. Classificação quanto à forma 
de percepção: tributo direto e tributo indireto – 7. 
Classificação quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da 
hipótese de incidência: tributos reais e tributos pessoais – 8. 
Classificação quanto à finalidade ou função dos tributos: 
tributos fiscais, tributos extrafiscais e tributos parafiscais – 
9. Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
2
www.pontodosconcursos.com.br 
quantificação: tributos fixos, tributos proporcionais, tributos 
progressivos e tributos regressivos – 10. Classificação 
simples da receita pública: receita originária e receita 
derivada. 
Capítulo III Taxas 
Sumário • 1. Considerações gerais – 2. Taxa de polícia – 3. 
Taxa de serviços – 4. Base de cálculo das taxas – 5. Taxas x 
Preço Público x Tarifas x Pedágio. 
Capítulo IV Contribuição de Melhoria 
Capítulo V Empréstimo compulsório 
CAPÍTULO I INTRODUÇÃO GERAL 
Sumário • 1. Natureza jurídica do tributo: 1.1 Base de cálculo; 1.2 
Destinação legal do produto da arrecadação – 2. Função 
socioeconômica dos tributos – 3. Direito Tributário material e direito 
tributário formal. 
1. NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO 
O art. 4º do CTN estabelece que a natureza jurídica específica 
do tributo deve ser verificada pelo fato gerador da respectiva 
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e 
demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal 
do produto da sua arrecadação. 
No concurso do CESPE para Advogado/SERPRO/2010 foi considerado 
errado: “A destinação legal do produto da arrecadação de 
determinado tributo é imprescindível para qualificar sua natureza 
jurídica”. Do mesmo modo, no concurso do CESPE para 
Consultor/ES/2010 foi adotado como correto: “Se dois tributos 
tiverem o mesmo fato gerador, embora um deles seja denominado 
taxa, e o outro, imposto, um deles estará com uma incorreta 
atribuição de natureza jurídica específica”. 
Fato gerador (in abstrato) significa a hipótese prevista em lei, 
cuja ocorrência faz surgir à obrigação tributária, por isso também é 
denominado de hipótese de incidência. Por exemplo, o fato 
gerador do imposto sobre renda (IR) é a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer 
natureza, previsto no art. 43, incisos I e II, do CTN. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
3
www.pontodosconcursos.com.br 
De tal modo, com fundamento apenas no art. 4º, do CTN, 
você já responde diversas questões, a saber: 
1. “A natureza jurídica específica do tributo é 
determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, 
sendo irrelevantes para qualificá-la: (a) a denominação e 
demais características formais adotadas pela lei; (b) a 
destinação legal do produto da sua arrecadação” 
(ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003). 
2. “O que determina a natureza jurídica de um tributo é o 
fato gerador da respectiva obrigação, independentemente 
de sua denominação e da destinação legal do produto de 
sua arrecadação” (ESAF/AFTM/NATAL/2008). 
3. “Para conhecimento da natureza específica das 
diversas espécies tributárias previstas no Sistema 
Tributário Nacional, é essencial o exame do fato gerador 
da respectiva obrigação, tendo em vista que, à luz do 
Código Tributário Nacional, a natureza jurídica específica 
do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva 
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: a 
denominação e demais características formais adotadas 
pela lei e a destinação legal do produto da sua 
arrecadação” (ESAF/PROCURADOR DE FORTALEZA/2002). 
4. A natureza jurídica específica do tributo é determinada 
pelo fato gerador da respectiva obrigação 
(ESAF/IRB/2004). 
5. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) O fato gerador da 
obrigação tributária é determinante para o 
estabelecimento da natureza jurídica do(da) 
a) crédito tributário. 
b) lançamento. 
c) sujeito passivo. 
d) tributo. 
e) dívida ativa. 
6. (ESAF/AFTE/MS/2001) A natureza jurídica dos tributos 
é determinada pela(o) 
a) denominação adotada pela lei. 
b) compulsoriedade que lhe é inerente. 
c) fato gerador da respectiva obrigação. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
4
www.pontodosconcursos.com.br 
d) destinação legal do montante arrecadado. 
e) adoção estrita do princípio da legalidade. 
7. (ESAF/AFTM/Recife/2003) Nos termos do Código 
Tributário Nacional, a natureza jurídica específica do 
tributo é determinada: 
a) pelos dispositivos da Constituição Federal que 
disciplinam as espécies tributárias neles previstas. 
b) pela denominação e demais características formais do 
tributo, estabelecidas na lei que o institui. 
c) pela base de cálculo e a alíquota do tributo, fixadas em 
lei. 
d) pelo fato gerador da respectiva obrigação. 
e) pela destinação constitucionalmente conferida ao 
produto da arrecadação do tributo. 
8. (ESAF/GESTOR/MG/2005) A natureza jurídica dos 
tributos é determinada: 
a) pela denominação legal. 
b) pelo critério quantitativo da norma que o criou. 
c) pela finalidade de sua arrecadação. 
d) pelo fato gerador. 
e) pela previsão ou não de obrigações acessórias. 
9. A denominação e as demais características formais 
adotadas pela lei são relevantes para qualificar natureza 
jurídica específica do tributo (ESAF/IRB/2004). 
As quatro primeiras questões são verdadeiras. A quinta, a 
letra correta é a “d”. A sexta é a “c”, a sétima e oitava são “d”. A 
nona questão é falsa. Todas estas questões cobraram o aprendizado 
literal do art. 4º, do CTN. 
1.1 BASE DE CÁLCULO 
Por sua vez, salientamos que bancas de concurso podem 
aprofundar um pouco mais o tema da classificação das espécies 
tributárias e cobrar o conhecimento da relevância da base de 
cálculo para identificação da natureza jurídica do tributo. 
Assim sendo, o grande valor da base de cálculo para 
identificação da natureza jurídica do tributo tem fundamento jurídico 
na CF/88, quando dispõe que as taxas não poderão ter base de 
cálculo própria de impostos (art. 145, §1º) e que a União poderá 
instituir mediante lei complementar, impostos residuais, desde queCURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
5
www.pontodosconcursos.com.br 
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de 
cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (art. 154, I). 
Com efeito, devemos afirmar com tranquilidade que numa 
interpretação conforme a CF/88, a identificação da natureza jurídica 
do tributo pode ser realizada pelo binômio: hipótese de incidência 
(fato gerador in abstrato) e base de cálculo. A hipótese de incidência 
é também chamada de fato gerador in abstrato, porque prevista 
abstratamente na lei. 
A base de cálculo (também nomeada de base imponível) 
serve igualmente para quantificar a grandeza financeira do fato 
gerador do tributo, sendo a grandeza numérica estabelecida pela lei 
que permite quantificar o valor do tributo a ser recolhido. Neste 
sentido, afirmamos que a base de cálculo é o elemento mensurador 
do fato gerador do tributo. 
Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de 
cálculo possui três funções fundamentais: (a) função 
mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo (“mede as 
proporções reais do fato”); (b) função objetiva, porque compõe a 
determinação da dívida tributária; (c) função comparativa, eis que 
posto em comparação com o fato gerador, é capaz de identificar a 
natureza jurídica do tributo. 
São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no 
caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor 
venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial 
urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do 
imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); o valor 
do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc. 
Ademais, registramos a distinção doutrinária tênue entre a base 
de cálculo e base calculada. A base de cálculo esta no plano da lei, 
prevista no plano abstrato, ou seja, é uma definição ou descrição 
legal (mundo do direito). Já a base calculada é a base de cálculo 
aplicada no caso concreto, ou seja, é o simples valor em moeda da 
base de cálculo numa situação prática (mundo dos fatos). Por 
exemplo, a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel e, 
numa situação concreta (“X”), a base calculada é de R$ 400.000,00. 
Importante: De acordo com a interpretação predominante da CF/88, 
a fixação da base de cálculo deve sempre ser estabelecida por meio 
de lei, sem qualquer tipo de exceção. Decerto, não foram 
recepcionados pela CF os arts. 21, 26 e 65 do CTN, no que 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
6
www.pontodosconcursos.com.br 
estabelecem sobre a competência do Poder Executivo de alterar as 
bases de cálculo do imposto sobre importação (II), do imposto sobre 
exportação (IE) e dos impostos sobre operações de crédito, câmbio e 
seguro, ou relativas a títulos ou valores imobiliários (IOF), a fim de 
ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. 
Por exemplo, afirma o STJ que a “instituição ou a fixação da base de 
cálculo de tributo, a que se refere o art. 97 do CTN, que explicita o 
princípio constitucional da legalidade agasalhado no art. 150, I, da 
Constituição, se faz mediante a edição de lei” (AGREsp 465740/MG). 
Agora você já pode responder as seguintes questões: 
1. “O conhecimento da hipótese de incidência (fato 
gerador in abstrato) e da base de cálculo nos coloca em 
condições de identificar a estrutura e a natureza de um 
determinado tributo” (ICMS/MG/1995). 
2. “O Código Tributário Nacional, ao indicar, em seu art. 
4º, que a ‘natureza jurídica específica do tributo é 
verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação’, 
revela certa omissão, desconsiderando a importância da 
base de cálculo para a identificação da figura tributária” 
(ICMS/MG/1995). 
3. “A natureza jurídica específica de um tributo é dada 
pelo cotejo entre o seu fato gerador e a sua base de 
cálculo” (PROCURADOR DO ESTADO/RN/2002). 
4. (ESAF/TTN/1997) A natureza jurídica específica do 
tributo é determinada 
a) pela denominação que lhe dá a lei. 
b) pelas características formais adotadas pela lei. 
c) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. 
d) pela competência da pessoa jurídica de direito público 
que o instituir. 
e) pelo fato gerador e base de cálculo da respectiva 
obrigação. 
5. Com relação à fixação das bases de cálculo dos tributos 
é correto afirmar-se que devem sempre ser estabelecidas 
por meio de lei (ESAF/AFTM/TERESINA/2002). 
6. Com relação à fixação das bases de cálculo dos tributos 
é correto afirmar-se que só podem ser modificadas por lei 
complementar ou emenda constitucional 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
7
www.pontodosconcursos.com.br 
(ESAF/AFTM/TERESINA/2002). 
 
As três primeiras questões são verdadeiras. A quarta questão 
é a letra “e”. A quinta é verdadeira e a sexta é falsa, pois à fixação 
das bases de cálculo dos tributos podem ser modificadas por lei 
ordinária e não só por lei complementar ou emenda constitucional. 
1.2 DESTINAÇÃO LEGAL DO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO 
Ademais, devemos dizer ainda que algumas questões de 
concursos dificultam o tema um pouco mais e exigem do candidato o 
conhecimento do posicionamento de parte da doutrina, de que o 
critério do fato gerador (art. 4°, caput, do CTN) é insuficiente para a 
identificação da natureza jurídica das contribuições especiais e dos 
empréstimos compulsórios estabelecidos pela CF/88. 
Por exemplo, a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) 
tem, em princípio, o mesmo fato gerador do imposto de renda das 
pessoas jurídicas (IRPJ), que é o lucro auferido, podendo-se perceber 
com facilidade que o fato gerador não é suficiente para identificar a 
natureza jurídica da CSLL. 
Em relação às contribuições especiais e aos empréstimos 
compulsórios, destacamos também que a doutrina citada compreende 
que a destinação do produto da arrecadação é relevante para 
identificar a natureza jurídica destas espécies tributárias, uma vez 
que nestes dois tributos a CF/88 afetou a arrecadação a 
determinados fins. 
Como afirma Misabel Derzi: “A Constituição de 1988, pela 
primeira vez, cria tributos finalisticamente afetados, que são as 
contribuições e os empréstimos compulsórios, dando à destinação 
que lhes é própria relevância, não apenas do ponto de vista do Direito 
Financeiro ou Administrativo, mas, igualmente, do Direito 
Constitucional Tributário”. 
No 15° Concurso para Procurador da República/MPF foi cobrada 
seguinte questão discursiva: “No intuito de fixar rigidamente as 
competências impositivas tributárias, a Constituição Federal erigiu um 
outro componente a conjugar-se com a hipótese de incidência para 
melhor definir a natureza jurídica específica do tributo. Indique-o, 
exemplificando” (responder em até 20 linhas). 
Ademais, alguns autores ainda acrescentam o critério da 
restituição do tributo para fins de distinção das espécies 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
8
www.pontodosconcursos.com.br 
tributárias. A restituição do tributo apenas acontece com o 
empréstimo compulsório. 
Para fins de simplificação deste ponto entendemos o seguinte: 
• A destinação legal do produto da arrecadação (art. 4°, inc. II, 
do CTN) é irrelevante para qualificar o tributo como espécie de 
imposto, taxa ou contribuição de melhoria, bastando-se, aqui, o 
fato gerador (hipótese de incidência) e a base de cálculo. 
• O fato gerador da obrigação tributária (art. 4°, caput, do CTN) 
não é critério suficiente para identificar a natureza jurídica das 
contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios. 
• Parte da doutrina entende acertadamente que a CF/88 
estabeleceu a relevância da destinação legal do produto da 
arrecadação (vinculação da receita) para identificaçãodas 
contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios, não se 
aplicando, neste caso, a regra do art. 4°, inc. II, do CTN. Neste 
sentido, encontram-se superados os arts. 4° e 5° do CTN. 
Importante: Sempre prestando bastante atenção no enunciado da 
questão do concurso, podemos resumir em três hipóteses as 
respostas corretas: (a) entendimento literal do art. 4°, inc. I e II, do 
CTN; (b) compreensão do mesmo art. 4°, inc. I e II, do CTN, 
acrescentando a importância da base de cálculo; (c) entendimento à 
luz do que dispõe a CF/88. 
No concurso da FUNDAÇÃO UNIVERSA para ADASA/Advogado/2009 
foi considerado correto: “As espécies tributárias impostos, taxas e 
contribuição de melhoria são definidas pela análise do fato gerador, 
sendo irrelevante para tal a destinação legal do produto da 
arrecadação”. Por sua vez, no 24° Concurso para Procurador da 
República/MPF foi adotado como verdadeiro o entendimento de que 
os artigos 4° e 5°, do CTN, acham-se superados. 
Mãos à obra: 
1. As espécies tributárias se distinguem, originariamente, 
a partir do seu fato gerador. Todavia, com o advento das 
contribuições de mesmo fato gerador do imposto sobre a 
renda e proventos de qualquer natureza, o texto 
constitucional inaugurou novo critério de distinção, de 
natureza específica para os impostos e as contribuições 
sociais (CESPE/Auditor TCU/2007). 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
9
www.pontodosconcursos.com.br 
2. Consoante o CTN, a natureza jurídica específica do 
tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva 
obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a 
denominação e demais características formais adotadas 
pela lei quanto a destinação legal do produto da sua 
arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 
1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições 
sociais assumiram o status de espécies tributárias. 
Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador 
idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada 
regra do CTN (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF5/2006). 
A primeira e a segunda questão são verdadeiras. 
3. (OAB/SP – 119°) A destinação do produto da 
arrecadação, à luz da Carta Magna de 1988, é 
(A) irrelevante. 
(B) relevante para todos os tributos. 
(C) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório 
e contribuições especiais. 
(D) relevante, em se tratando de impostos, taxas e 
contribuição de melhoria. 
A terceira questão é letra “c”. 
4. (OAB/SP – 131°) O Código Tributário Nacional – CTN – 
estabelece que a natureza jurídica específica do tributo é 
determinada 
(A) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. 
(B) pela denominação e demais características formais 
adotadas pela lei. 
(C) pelo fato gerador da respectiva obrigação. 
(D) pelo órgão fiscalizador. 
A quarta é letra “c”, pois cobra o entendimento literal do art. 
4°, do CTN. 
5. (CESPE/UNB/OAB/2007) Na história da legislação 
tributária brasileira, freqüentemente ocorreu de entes da 
Federação criarem verdadeiros impostos, dando-lhes, 
entretanto, o nome de taxa. Isso ocorria para se evitar 
que fosse declarada inconstitucional a lei instituidora, por 
falta de competência tributária. Considerando essa 
afirmação, assinale a opção correta, relativamente à 
natureza jurídica do tributo. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
10
www.pontodosconcursos.com.br 
(A) Não procede a preocupação do ente federado, pois 
um tributo será considerado taxa desde que seja criado 
com esta denominação. 
(B) Para a definição da natureza jurídica, é relevante 
levar-se em consideração a destinação do produto da 
arrecadação. 
(C) Todas as características formais do tributo 
estabelecidas na lei de criação devem ser consideradas na 
definição da espécie tributária. 
(D) O fato gerador é critério de exame da natureza 
jurídica específica do tributo. 
A quinta questão é bastante interessante, sendo a letra “d”. 
Verifique que esta só trata de impostos e taxas, portanto deve-se 
aplicar o art. 4°, do CTN, sendo o fato gerador o critério de exame da 
natureza jurídica específica do tributo. 
2. FUNÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS TRIBUTOS 
A função socioeconômica dos tributos tem relação com a justa 
alocação dos recursos arrecadados pelo Estado com os tributos. 
Assim, é concretizada com a promoção da redistribuição da renda 
arrecadada, bem na atuação positiva do Estado para a satisfação dos 
direitos sociais do cidadão (alimentação, saúde, vestuário, moradia, 
educação, acesso ao trabalho, livre iniciativa etc.). 
A doutrina aponta também como forma de concretização função 
socioeconômica dos tributos: (i) a tributação justa, com respeito aos 
princípios tributários constitucionais; (ii) a democratização dos 
orçamentos, com o incentivo a participação popular na gestão 
pública. 
3. DIREITO TRIBUTÁRIO MATERIAL E DIREITO TRIBUTÁRIO 
FORMAL 
A doutrina separa o direito tributário quanto à natureza da 
legislação em direito tributário material e em direito tributário formal. 
O direito tributário material ou substantivo cuida das 
normas tributárias reguladoras dos direitos e obrigações das pessoas, 
isto é, do nascimento e extinção da obrigação tributária, o fato 
gerador, a base de cálculo, a alíquota, o sujeito ativo, o sujeito 
passivo, a responsabilidade tributária etc. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
11
www.pontodosconcursos.com.br 
Tais normas, em rigor, devem seguir estritamente os princípios 
da legalidade tributária e da irretroatividade da lei. Isto é, não há 
grande dose de liberdade na atuação do poder tributário e as 
situações são regidas pela lei então vigente, mesmo que 
posteriormente modificada ou revogada, conforme, por exemplo, 
disciplina o caput, do art. 144 do CTN. 
Por sua vez, o direito tributário formal ou adjetivo cuida da 
aplicação da norma material ao caso concreto, ou seja, dos deveres 
instrumentais, dos aspectos procedimentos de apuração e fiscalização 
do crédito tributário, tal como os poderes de investigação das 
autoridades administrativas. Por exemplo, a “quebra” do sigilo 
bancário pela autoridade fiscal ou o pedido de informação ao 
contribuinte. 
Decerto, o direito tributário formal diz respeito à atuação da 
autoridade administrativa durante o procedimento de lançamento 
tributário. Neste sentido, aplica-se de forma imediata ao lançamento 
a legislação formal posterior à ocorrência do fato gerador da 
obrigação, de acordo com o §1°, do art. 144, do CTN. Assim, 
constamos a aplicação imediata e retroativa da norma tributária 
formal a fato geradores do passado. 
No concurso do CESPE para o Ministério Público/ES/2010 foi 
considerado verdadeiro: “Se uma nova lei for publicada após a 
ocorrência do fato gerador de imposto não lançado por período certo 
de tempo, ampliando os poderes de investigação das autoridades 
administrativas, o lançamento será regido pela lei em vigor na data 
da feitura do lançamento”. Isto é, o tema se refere ao direito 
tributário formal (ampliação de poderes de investigação), podendo 
retroagir para atingir fato gerador passado. Assim, aplica-se a lei do 
dia da realização do lançamento. 
CAPÍTULO II CLASSIFICAÇÕES NO DIREITO TRIBUTÁRIO
Sumário • 1. Introdução – 2. Classificação das espécies tributárias – 
3. Classificação quanto à natureza da hipótese de incidência ou fato 
gerador – 4. Classificação quanto ao destino da arrecadação – 5. 
Classificação quanto à base econômica de incidência – 6. 
Classificação quanto à forma de percepção: tributo direto e tributo 
indireto – 7. Classificação quanto aos aspectos objetivos e subjetivos 
da hipótese de incidência: tributos reais e tributos pessoais – 8. 
Classificação quanto à finalidade ou função dos tributos: tributos 
fiscais,tributos extrafiscais e tributos parafiscais – 9. Classificação 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
12
www.pontodosconcursos.com.br 
quanto à alíquota do tributo ou forma de quantificação: tributos fixos, 
tributos proporcionais, tributos progressivos e tributos regressivos – 
10. Classificação simples da receita pública: receita originária e 
receita derivada. 
1. INTRODUÇÃO 
Inicialmente, destacamos que o Direito Tributário admite 
diversas classificações, de acordo com as ideologias ou as correntes 
de pensamentos existentes. 
No entanto, o sentido da classificação deve ser sempre facilitar 
o estudo das espécies tributárias, mediante o aspecto preponderante 
a ela conferido por certas doutrinas ou pela própria jurisprudência 
(decisões reiteradas dos Tribunais Superiores). 
Deste modo, ao se classificar alguma coisa, pretendemos 
compartimentar e sistematizar o conhecimento, de maneira a tornar 
mais fácil a sua compreensão e, para fins pedagógicos, a sua 
memorização e praticidade. 
Deste modo, vamos tratar de todas as classificações dos 
tributos que são cobradas em concursos públicos, a saber: 
• Classificação das espécies tributárias, em que prepondera o 
entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que são 
cinco espécies tributárias, que são os impostos, as taxas, a 
contribuições de melhoria, o empréstimo compulsório e as 
contribuições especiais ou gerais; 
• Classificação quanto à natureza da hipótese de incidência 
(fato gerador in abstrato) do tributo, que pode se dividir em 
tributo vinculado e tributo não-vinculado; 
• Classificação quanto ao destino da arrecadação, separando 
os tributos de arrecadação vinculada dos tributos de 
arrecadação não-vinculada; 
• Classificação quanto à base econômica de incidência, que 
pode separar os impostos em impostos sobre o comércio 
exterior, impostos sobre o patrimônio ou a renda, impostos 
sobre a produção ou a circulação e impostos especiais. 
• Classificação quanto à forma de percepção, apartando os 
tributos em diretos e indiretos; 
• Classificação quanto aos aspectos objetivos e subjetivos 
da hipótese de incidência, distinguindo os tributos em reais e 
pessoais; 
• Classificação quanto à finalidade ou função dos tributos, 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
13
www.pontodosconcursos.com.br 
que pode ser fiscal, extrafiscal e parafiscal; 
• Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de 
quantificação, que divide os tributos em fixos, proporcionais, 
progressivos e regressivos. 
• Classificação simples da receita pública, com base na 
diferença entre receitas originárias e receitas derivadas. 
O CESPE no concurso para Procurador da Paraíba/2008 cobrou a 
seguinte questão discursiva: “A doutrina propõe inúmeras 
classificações para os tributos, com base em suas especificidades, 
semelhanças e diferenças. Tais classificações, embora ausentes na 
legislação, ajudam na compreensão da natureza jurídica e aplicação 
de cada espécie tributária. Com foco nas principais classificações 
propostas pela doutrina, redija um texto dissertativo, conceituando as 
espécies tributárias e mencionando, necessariamente, os seguintes 
critérios: natureza do fato gerador, destinação da arrecadação, 
finalidade, aspectos subjetivos e objetivos da hipótese de incidência” 
(máximo de 25 linhas). 
2. CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
A Constituição Federal de 1988 (CF/88), no seu art. 145, 
estabeleceu a competência da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios para instituir os impostos, as taxas e a 
contribuição de melhoria. 
Já o Código Tributário Nacional (CTN), no seu art. 5º, dispõe 
que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
Com base na interpretação destes dispositivos (art. 145 da 
CF/88 e art. 5º do CTN) alguns renomados autores crêem que só 
existem três espécies tributárias no sistema jurídico nacional, de 
forma que o empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou 
parafiscais se apresentariam como subespécies tributárias, sendo 
esta a denominada classificação tricotômica ou tripartide das espécies 
tributárias. 
 
Portanto, para esta doutrina, o empréstimo compulsório e as 
contribuições especiais são tributos, mas possuem natureza jurídica 
de taxas ou de impostos, dependendo da análise do fato gerador em 
cada caso concreto. 
Todavia, a doutrina dominante e o STF entendem que são 
cinco espécies tributárias, a saber: impostos, taxas, contribuições 
de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
14
www.pontodosconcursos.com.br 
especiais ou parafiscais. É a chamada classificação quinquipartite ou 
pentapartide das espécies tributárias. 
Ressaltamos que duas novas Emendas Constitucionais (EC) 
criaram três novas subespécies de tributos, quais sejam: 
• O art. 149-A, com redação determinada pela EC n. 
39/2002, autorizou apenas o Distrito Federal e os 
Municípios a instituírem a contribuição para o custeio 
do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP), 
sendo facultada (não é obrigatório) a cobrança na fatura 
de consumo de energia elétrica; 
• O art. 149, § 1º, com redação determinada pela EC nº 
41/2003, autorizou os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios a instituição da contribuição previdenciária, 
cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio 
destes, do sistema previdenciário respectivo, cuja 
alíquota não será inferior à da contribuição 
previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos 
da União; 
• O art. 195, IV, com redação determinada pela EC nº 
41/2003, autorizou a cobrança pela União de 
contribuição de seguridade social sobre o 
importador de bens ou serviços do exterior, ou de 
quem a lei infraconstitucional a ele equiparar. 
Com efeito, Marcelo Alexandrino bem resume este tema para 
fins de concurso público: “qualquer questão de concurso que 
pergunte quais são as espécies tributárias, nos termos do CTN, 
deve ter como resposta: impostos, taxas e contribuições de 
melhoria. Se for, diferentemente, uma questão referindo-se ao 
entendimento do STF, ou simplesmente perguntar as espécies que 
integram o Sistema Tributário Nacional (STN), a resposta é: 
impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos 
compulsórios e contribuições. Observação: as contribuições do 
art. 149 da Constituição às vezes são chamadas contribuições 
especiais ou contribuições parafiscais. Existem, ainda, alguns autores 
que chamam de contribuições sociais todas as contribuições, exceto 
as de melhoria. Vocês podem encontrar qualquer desses termos em 
concursos”. 
Nesse rumo, podemos visualizar o seguinte quadro geral das 
espécies tributárias de competência da União estabelecidas pela CF: 
• Impostos (art. 153, incisos I a VII, art. 154, I e II): a) 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
15
www.pontodosconcursos.com.br 
imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) – art. 
153, I; b) imposto sobre exportação, para o exterior, de 
produtos nacionais ou nacionalizados (IE) – art. 153, II; c) 
imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) – 
art. 153, III; d) imposto sobre produtos industrializados (IPI) – 
art. 153, IV; e) imposto sobre operações de crédito, câmbio e 
seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) – art. 
153, V; f) imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) – 
art. 153, VI; g) imposto sobre grandes fortunas (IGF) – art. 
153, VII; h) impostos residuais – art. 154, I; i) impostos 
extraordinários de guerra (IEG) – art. 154, II; 
• Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; 
• Contribuições de Melhoria (art. 145, III); 
• EmpréstimosCompulsórios (art. 148): a) empréstimo por 
calamidade ou guerra externa (art. 148, I); b) empréstimo por 
investimento público urgente e de relevância nacional (art. 148, 
II); 
• Contribuições especiais ou parafiscais: a) contribuições de 
seguridade social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 
90); b) contribuições sociais (art. 212, § 5º e art. 240); c) 
contribuições de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas, também denominadas de corporativas (art. 149); 
d) contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) – 
art. 149 e art. 177, § 4º. 
Destacamos também que competem à União, em Território 
Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em 
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147, da 
CF). 
Ao Distrito Federal competem os impostos estaduais e 
municipais (arts. 147, 155 e 156, da CF). 
Neste contexto, as espécies tributárias de competência dos 
Estados e do Distrito Federal fixadas pela CF são as seguintes: 
• Impostos (CF, art. 155): a) impostos sobre transmissão causa 
mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) – art. 
155, I; b) impostos sobre operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 
155, II; c) imposto sobre propriedade de veículos automotores 
(IPVA) – art. 155, III; 
• Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; 
• Contribuições de Melhoria (art. 145, III); 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
16
www.pontodosconcursos.com.br 
• Contribuição previdenciária (art. 149, §1º). 
No que concerne aos Municípios e ao Distrito Federal, a CF 
dispõe: 
• Impostos (art. 156): a) imposto sobre propriedade predial e 
territorial urbana (IPTU) – art. 156, I; b) impostos sobre 
transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de 
direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como 
cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) – art. 156, II; c) 
imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não 
compreendidos no ICMS, definidos em lei complementar – art. 
156, III; 
• Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; 
• Contribuições de Melhoria (art. 145, III); 
• Contribuições: a) contribuição previdenciária (art. 149, §1º); 
b) contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública 
(COSIP ou CIP) - art. 149-A. 
O CESPE no concurso para Consultor/ES/2010 adotou como 
incorreto: “É admissível que a União, os estados e os municípios 
instituam, desde que por meio de lei, contribuição para custeio da 
iluminação pública”. 
Com base nos ensinamentos acima, você pode responder os 
seguintes questionamentos de concurso público: 
1. “São espécies tributárias previstas na Constituição 
Federal: imposto, taxa, empréstimo compulsório, 
contribuição de melhoria, contribuição social, contribuição 
de intervenção no domínio econômico, contribuição de 
interesse de categorias profissionais ou econômicas e 
compensação financeira aos Estados pela exploração de 
petróleo por empresas privadas” (ESAF/PROCURADOR DE 
FORTALEZA 2002). 
2. “Com referência a tributo e suas espécies, é correto 
afirmar que o empréstimo compulsório, contribuição de 
melhoria, contribuição de intervenção no domínio 
econômico e compensação financeira aos Estados pela 
exploração de petróleo por empresas privadas são 
espécies tributárias” (ESAF/AFPS/2002). 
3. “Com referência a tributo e suas espécies, é correto 
afirmar que são espécies tributárias, entre outras, 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
17
www.pontodosconcursos.com.br 
imposto, taxa, contribuição em favor de categoria 
profissional, preço público e contribuição de intervenção 
no domínio econômico” (ESAF/AFPS/2002). 
4. “Imposto, taxa, preço público e contribuição de 
interesse de categorias profissionais são espécies 
tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003). 
5. “Empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, 
contribuição de intervenção no domínio econômico e 
contribuição para a seguridade social são espécies 
tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003). 
6. “Contribuição de interesse de categorias econômicas, 
taxa, imposto e encargo de reparação de guerra são 
espécies tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003). 
As quatro primeiras questões e a sexta questão estão erradas, 
porque não são espécies tributárias o preço público, o encargo de 
reparação de guerra e a compensação financeira aos Estados pela 
exploração de petróleo por empresas privadas. Este último tem 
natureza jurídica de preço público. 
O quinto enunciado está correto. 
7. “Em relação ao tema competência tributária, é correto 
afirmar que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
têm competência para instituir impostos, taxas, 
contribuição de melhoria e contribuição de intervenção no 
domínio econômico, que a Constituição lhes reserva” 
(ESAF/AFPS/2002). 
8. “Cabe aos Estados e ao Distrito Federal instituir e 
cobrar adicional de até cinco por cento do que for pago à 
União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas nos 
respectivos territórios, a título de imposto sobre a renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente sobre lucros, 
ganhos e rendimentos de capital” (ESAF/AFTE/RN 
2005). 
9. “O imposto sobre vendas a varejo de combustíveis 
líquidos e gasosos é instituído e cobrado pelos Municípios” 
(ESAF/AFTE/RN 2005). 
10. “É permitido à União, aos Estados e ao Distrito 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
18
www.pontodosconcursos.com.br 
Federal instituir, nos respectivos âmbitos de atuação, 
contribuições de intervenção no domínio econômico” 
(ESAF/AFTE/RN 2005). 
11. (ESAF/AFTE/MS 2001) A instituição de contribuições 
sociais, de intervenção no domínio econômico e de 
interesse das categorias profissionais ou econômicas, 
inclui-se na competência impositiva 
a) dos Estados e do Distrito Federal. 
b) da União. 
c) da União, dos Estados e do Distrito Federal. 
d) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
e) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
12. “Competem à União, em Território Federal, os 
impostos estaduais e, se o Território não for dividido em 
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao 
Distrito Federal cabem os impostos municipais” 
(ESAF/AUDITOR/TCE/GO 2007). 
13. “Compete tanto à União quanto aos Estados, DF e 
Municípios a instituição de taxas em razão do exercício do 
poder de polícia” (ESAF/AFTE/MS 2001). 
14. “Somente a União e os Estados podem instituir 
contribuições de melhoria” (ESAF/AFTE/MS 2001). 
15. “As contribuições especiais, com fins econômicos ou 
sociais, são privativas dos Estados e DF” (ESAF/AFTE/MS 
2001). 
O sétimo, o oitavo, o nono, o décimo (10) e o décimo quinto
(15) estão incorretos, uma vez que não é permitido aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios competência para instituir a 
contribuição de intervenção no domínio econômico. Também não 
cabe aos Estados e ao Distrito Federal instituir adicional de imposto 
de renda e aos Municípios o imposto sobre vendas a varejo de 
combustíveis líquidos e gasosos (competências extintas com a 
Emenda Constitucional nº 3/1993). 
A décima primeira (11) questão é a letra “b”. 
A décima segunda (12) e a décima terceira (13) são 
verdadeiras. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
19
www.pontodosconcursos.com.br 
A décima quarta (14) questão é falsa, porque o Distrito 
Federal e os Municípios também podem instituir contribuições de 
melhoria. 
16. “Compete à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das 
categorias profissionaisou econômicas, como instrumento 
de sua atuação nas respectivas áreas” (ESAF/AFRRF 
2002). 
17. “Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
poderão reter a contribuição federal, cobrada de seus 
servidores, para o custeio, em benefício desses, de 
sistemas de previdência social” (ESAF/AFRRF 2002). 
18. “Podem os Estados cobrar contribuição previdenciária 
de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, 
de regime previdenciário, com alíquota inferior à da 
contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da 
União” (ESAF/AFRFB/2005). 
19. “Podem os Municípios instituir contribuição para o 
custeio do serviço de iluminação pública, cobrando-a na 
fatura de consumo de energia elétrica?” 
(ESAF/AFRFB/2005). 
20. “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir 
contribuição, na forma das respectivas leis, para custeio 
do serviço de iluminação pública, sendo facultada a 
cobrança na fatura de consumo de energia elétrica” 
(ESAF/AUDITOR/TCE/GO/2007). 
21. “É permitido ao Distrito Federal e aos Municípios 
instituir contribuição para o custeio do serviço de 
iluminação pública” (ESAF/AFTE/RN/2005). 
22. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) É da competência dos 
Estados a instituição do imposto sobre 
a) a propriedade territorial urbana. 
b) a propriedade territorial rural. 
c) a transmissão inter vivos de bens imóveis. 
d) a transmissão causa mortis e a doação, de quaisquer 
bens ou direitos. 
e) serviços de qualquer natureza. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
20
www.pontodosconcursos.com.br 
23. (ESAF/AFTE/MS 2001) É da competência dos Estados 
o seguinte imposto: 
a) sobre a propriedade de veículos automotores. 
b) sobre a importação de produtos estrangeiros. 
c) sobre serviços de qualquer natureza. 
d) sobre a propriedade territorial urbana. 
e) sobre produtos industrializados. 
24. (ESAF/AFTE/PA/2002) A Constituição Federal atribui 
aos Estados a competência para a instituição de: 
a) taxas, contribuições de melhoria e empréstimos 
compulsórios. 
b) contribuições de interesse de categorias profissionais 
ou econômicas, contribuições de melhoria e taxas. 
c) contribuições previdenciárias relativas à seguridade 
social, contribuições de melhoria e taxas. 
d) pedágios, empréstimos compulsórios e imposto sobre a 
propriedade de veículos automotores. 
e) contribuições de intervenção no domínio econômico, 
pedágios e imposto sobre a transmissão causa mortis e 
doação de quaisquer bens e direitos. 
25. O Distrito Federal pode instituir os impostos 
estaduais, municipais, taxas e contribuição de melhoria 
(ESAF/PFN/2006). 
 (16), a décima nonaA décima sexta (19), a vigésima (20), a 
vigésima primeira (21) e a vigésima quinta (25) são corretas. 
A décima sétima (17) é errada, pois os Estados, os Municípios 
e o DF possuem competência para a instituição de contribuição, 
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do 
regime previdenciário de que dispõe o art. 40 da CF/88, cuja alíquota 
não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos 
efetivos da União (art. 149, §1º, da CF/88). 
Assim, é certo falar que, salvo a contribuição previdenciária, 
as contribuições sociais são de competência da União. Portanto, 
a CF/88 autoriza a União à criação das contribuições sociais, da CIDE 
e das contribuições corporativas (de interesses de categorias 
profissionais ou econômicas), conforme o art. 149, da CF/88. Com 
base nestes argumentos, a questão é errada, eis que o termo 
federal não é pertinente ao art. 149, §1°, da CF/88. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
21
www.pontodosconcursos.com.br 
A décima oitava (18) é falsa, porque os Estados podem cobrar 
contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em 
benefício destes, de regime previdenciário, cuja alíquota não será 
inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de 
cargos efetivos da União. 
A vigésima segunda (22) tem como alternativa correta a letra 
“d”, a vigésima terceira (23) a letra “a” e a vigésima quarta (24) a 
“c”. 
26. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2007) O art. 5º do 
Código Tributário Nacional determina que os tributos se 
dividem em: 
(A) impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
(B) impostos, taxas, contribuições sociais e contribuições 
de melhoria. 
(C) impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições 
de melhoria e empréstimos compulsórios. 
(D) impostos, taxas, contribuições sociais e empréstimos 
compulsórios. 
(E) impostos, contribuições sociais, contribuições de 
melhoria e empréstimos compulsórios. 
A vigésima sexta (26) é letra “a” (tome cuidado!!!), porque o 
art. 5º do CTN determina que os tributos se dividem em impostos, 
taxas e contribuições de melhoria. Aqui o examinador cobra, nos 
termos do CTN, a literalidade do dispositivo. 
27. (FUNDATEC/Professor Temporário/UERS/2007) 
As receitas tributárias dividem-se em impostos, taxas, 
tarifas e contribuições de melhoria. 
 A vigésima sétima (27) é falsa, uma vez que a tarifa não é 
tributo. 
3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA DA HIPÓTESE DE 
INCIDÊNCIA OU FATO GERADOR 
Esta classificação separa os tributos em tributos vinculados e 
tributos não-vinculados. 
O tributo vinculado significa que o fato gerador do tributo é 
uma atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
22
www.pontodosconcursos.com.br 
Como exemplo, temos a contribuição de melhoria que 
decorre da atividade do Estado de realizar uma obra pública da qual 
deve resultar valorização imobiliária para o contribuinte. 
Temos também o exemplo das taxas, uma vez que fato 
gerador indica que a taxa deve ser exigida em contraprestação ao 
exercício de uma atividade por parte do Estado referida ao 
contribuinte, concernente ao exercício do poder de polícia ou à 
prestação – efetiva ou potencial – de serviços públicos específicos e 
divisíveis. 
Já o tributo não vinculado significa que o fato gerador do 
tributo é um fato praticado pelo contribuinte independente de 
qualquer atividade estatal específica realizada para o próprio 
contribuinte. O melhor exemplo de tributo não vinculado são todos os 
impostos. 
Valem aqui ponderações feitas por Robinson Sakiyama: “Os 
fatos geradores próprios dos impostos são as situações de ser 
proprietário de algo (ITR, IPTU, IPVA), transferir um bem (ITCMD, 
ITBI), prestar serviços ou fazer circular mercadorias (ISS, ICMS) etc., 
ou seja, todas as situações que não se referem a uma atividade 
estatal específica voltada ao contribuinte. Por esta razão, muitos 
autores se referem aos impostos como tributos não vinculados.” 
A FGV no concurso para Fiscal de Rendas/RJ/2009 considerou 
correta: “Os impostos são tributos não vinculados a quaisquer 
atividades estatais relacionadas ao contribuinte, sendo vedada a 
vinculação de suas receitas a órgãos, fundos ou despesas, salvo 
exceções constitucionalmente previstas”. 
Já o empréstimo compulsório pode ser um tributo vinculado ou 
um tributo não-vinculado, dependendo da natureza do fato gerador 
especificado na lei complementar que criar este tributo. Ou seja, não 
há como classificar o empréstimo compulsório antes da sua criação, 
uma vez que o fato gerador é apenas juridicamente conhecido com a 
sua instituição por lei complementar. 
Ademais, apesar da polêmica, a doutrina majoritária entende 
que as contribuições sociais são tributos não vinculados, devendo 
obedecer ao princípio da solidariedade social, uma vez que não 
implicam uma atuação do Estado específica e individualizada em 
relação ao contribuinte. 
Responda as seguintes questões e veja se você realmente 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDONILO 
23
www.pontodosconcursos.com.br 
aprendeu o assunto: 
(FCC/Procurador/2005-adaptada) Considere as 
seguintes características: 
I. O fato gerador independe de qualquer atividade estatal 
específica, relativa ao contribuinte. 
II. A materialidade do seu fato gerador consiste na 
atuação estatal diretamente referida ao contribuinte, em 
forma de contraprestação de serviço. 
III. A materialidade do fato gerador é a atuação do 
Estado em forma de obras públicas que decorra 
valorização imobiliária. 
No que tange aos tributos, I, II e III referem-se, 
seqüencialmente, a 
(A) tributo vinculado (taxa), tributo não-vinculado 
(imposto) e contribuição de melhoria. 
(B) tributo vinculado (imposto), contribuição de melhoria 
e tributo não-vinculado (taxa). 
(C) contribuição de melhoria, tributo vinculado (taxa) e 
tributo não-vinculado (imposto). 
(D) tributo não-vinculado (imposto), tributo vinculado 
(taxa) e contribuição de melhoria. 
(E) tributo não-vinculado (taxa), contribuição de 
melhoria, e tributo vinculado (imposto). 
A resposta correta é a letra “d”. Imposto (tributo não-
vinculado), taxa (tributo vinculado) e contribuição de melhoria 
(tributo vinculado). 
(UFRS/ICMS/RS/2006) Assinale a alternativa 
correspondente àquela espécie de exações, classificável, 
pela sua hipótese de incidência, como tributos vinculados 
a atividades realizadas pelo poder público. 
(A) impostos diretos. 
(B) taxas. 
(C) empréstimos compulsórios. 
(D) impostos indiretos. 
(E) contribuições de intervenção no domínio econômico. 
A resposta correta é a letra “b”, eis que a taxa é um tributo 
vinculado a atividade realizada pelo poder público. Vamos trabalhar 
com a classificação de tributos direitos e indiretos ainda nesta aula. 
4. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO DESTINO DA ARRECADAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
24
www.pontodosconcursos.com.br 
Esta classificação separa os tributos em tributos de arrecadação 
vinculada e não-vinculada. 
Tributo de arrecadação vinculada é aquele que os recursos 
arrecadados devem ser utilizados com despesas legais previamente 
determinadas. Por exemplo, o empréstimo compulsório, pois a CF/88 
dispõe que a aplicação dos recursos provenientes deste tributo será 
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
Tributo de arrecadação não-vinculada é aquele que os 
recursos podem ser aplicados sem vinculação a despesa previamente 
destinada. Como exemplo, a doutrina cita os impostos, uma vez que, 
em princípio, as suas receitas não podem ser vinculadas a órgãos, 
fundos ou despesas, salvo as exceções previstas no inciso IV e §4°, 
do art. 167, da CF/88. 
Destacamos que em virtude do dispositivo do art. 167, IV, da 
CF/88, o STF recentemente entendeu inconstitucional a isenção de 
IPVA concedida pelo Distrito Federal para aqueles empresários que 
patrocinem o esporte. Isso porque a isenção representaria vincular a 
receita do IPVA à atividade de patrocínio do esporte. 
Entretanto, é relevante prestar atenção em relação às 
exceções previstas nesta regra constitucional (art. 167, IV, da 
CF/88). Em outras palavras, os recursos arrecadados com os 
impostos também podem ser utilizados com despesas previamente 
determinadas. 
Vejamos as exceções à arrecadação não-vinculada dos 
impostos que estão previstas no art. 167, inc. IV, da CF/88: 
• Recursos destinados para as ações e serviços públicos de 
saúde; 
• Recursos destinados para a manutenção e desenvolvimento do 
ensino fundamental (FUNDEF); 
• Recursos destinados às atividades da administração tributária; 
• Recursos destinados à prestação de garantia às operações de 
crédito por antecipação da receita (ARO); 
• Recursos destinados à prestação de garantia ou contragarantia 
à União e para pagamento de débitos para com esta. 
O CESPE no concurso de Juiz Federal/TRF1/2010 cobrou a seguinte 
questão: Considerando que o governo de determinado estado da 
Federação, após a arrecadação de impostos, tenha criado um fundo 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
25
www.pontodosconcursos.com.br 
para que essa receita seja destinada à manutenção do ensino 
fundamental, assinale a opção correta: 
(a) A CF autoriza a União a fazer a vinculação em questão, mas não 
os estados; 
(b) O estado pode criar fundo com a referida vinculação de receita de 
imposto, bem como de receita proveniente de taxa; 
(c) A vedação de vincular receita de imposto a fundo ou órgão tem 
exceção apenas quanto à prestação de garantias às operações de 
crédito por antecipação; 
(d) O estado poderia criar essa vinculação à despesa para custear 
serviços públicos de segurança pública. 
A resposta é letra “b”. 
Por sua vez, destacamos que em relação às taxas não há 
previsão constitucional explícita de destinação específica para o 
produto de sua arrecadação, salvo na única hipótese das custas e 
emolumentos (espécie de taxa judiciária). Neste caso, a CF 
prescreve que serão destinadas apenas ao custeio dos serviços afetos 
às atividades da Justiça (art. 98, §2°). 
Neste contexto, o STF entende que é inconstitucional a lei que 
vincular a arrecadação de taxas a pessoas jurídicas de direito privado 
(ADI 1.145). 
Contudo, o STF compreende como constitucional a arrecadação 
vinculada de taxas a instituições públicas, ao próprio Poder Judiciário 
e a fundos públicos, desde que tenham relação direta ou indireta com 
a atividade relacionada ao fato gerador da exação. 
Assim, o STF afirma que “nada pode justificar seja o produto de 
sua arrecadação afetado ao custeio de serviços públicos diversos 
daqueles a cuja remuneração tais valores se destinam 
especificamente” (ADI 2.040, ADI 1.378). 
Portanto, o STF já julgou como constitucional: 
• Lei estadual que destina à seção regional da OAB parcela 
das custas processuais (ADI 1.707); 
• Lei estadual que destina parcela da arrecadação de taxa 
de polícia sobre as atividades notariais e de registro a um 
fundo da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro 
(ADI 3.643); 
• Lei estadual que vincula a arrecadação de taxa cobrada 
sobre serviços notariais e de registros para financiar um 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
26
www.pontodosconcursos.com.br 
Fundo de Reaparelhamento do Ministério Público estadual 
(ADI 3028). 
Vamos para as questões: 
(PGDF/2007) “É inconstitucional lei estadual que cria 
taxa destinando a arrecadação de seu produto aos 
serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro 
a órgão público”. 
É falsa a alternativa, pois o STF entende que é constitucional. 
(FUNDATEC/Assessor em Finanças/UERS/2005) Em 
relação ao IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos 
Automotores, levando em conta o conceito legal de 
imposto, está correto afirmar que este tributo 
A) se destina exclusivamente ao atendimento das 
despesas relativas à implementação de rodovias, 
hidrovias e ferrovias. 
B) se destina exclusivamente ao atendimento das 
despesas relativas à conservação de rodovias, hidrovias e 
ferrovias. 
C) se destina exclusivamente ao atendimento das 
despesas relativas à implementação e conservação de 
rodovias, hidrovias e ferrovias. 
D) não pode ter outra finalidade que não aquelas 
relacionadas com as atividades estatais de transporte, 
educação e saúde. 
E) independe de qualquer atividade estatal específica, 
relativa ao contribuinte, ou seja, não se vincula a 
qualquer despesa em particular. 
A resposta é a letra “e”. Mas perceba que o examinador 
confunde as classificações quanto à natureza da hipótese de 
incidência ou fato gerador e quanto ao destino da arrecadação. 
O mais certo seria a seguinte resposta: Em relação ao IPVA 
está correto afirmar que este tributo independe de qualquer atividade 
estatal específica,relativa ao contribuinte, bem como (ou “e 
também”) não se vincula a qualquer despesa em particular. 
5. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À BASE ECONÔMICA DE 
INCIDÊNCIA 
Esta classificação é baseada no CTN, dividindo os impostos em 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
27
www.pontodosconcursos.com.br 
(i) impostos sobre o comércio exterior, (ii) impostos sobre o 
patrimônio e a renda, (iii) impostos sobre produção e a circulação e 
(iv) impostos especiais. 
Os impostos sobre o comércio exterior incidem sobre operação 
de importação ou exportação. São eles: imposto sobre importação de 
produtos estrangeiros (II) e o imposto sobre exportação, para o 
exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). 
Os impostos sobre o patrimônio e a renda incidem sobre a 
propriedade de bens móveis, bens imóveis e sobre a renda. São eles: 
imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR), imposto 
sobre propriedade territorial rural (ITR), imposto sobre grandes 
fortunas (IGF), impostos sobre transmissão causa mortis e doação, 
de quaisquer bens ou direitos (ITCMD), imposto sobre propriedade de 
veículos automotores (IPVA), impostos sobre transmissão inter vivos, 
por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, 
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição 
(ITBI) e o imposto sobre propriedade predial e territorial urbana 
(IPTU). 
Os impostos sobre produção e a circulação incidem sobre a 
circulação de bens ou valores e sobre a produção dos bens. São eles: 
imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre 
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou 
valores mobiliários (IOF), impostos sobre operações relativas à 
circulação de mercadorias (ICMS) e imposto sobre serviços de 
qualquer natureza (ISS). 
Por fim, o imposto especial é o imposto extraordinário de 
guerra (IEG) estabelecido art. 154, II, da CF/88, dispondo que a 
União poderá na iminência ou no caso de guerra externa, instituir 
impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência 
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as 
causas de sua criação. 
6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA DE PERCEPÇÃO: 
TRIBUTO DIRETO E TRIBUTO INDIRETO 
O tributo direto é aquele em que o próprio contribuinte arca 
com ônus financeiro do tributo. Ou seja, o contribuinte fixado pela lei 
não repassa o ônus tributário para terceiro. São exemplos de tributo 
direto: IRPF, IRPJ, ITR, IPTU, IPVA, dentre outros. 
O tributo indireto é aquele em que contribuinte eleito pela lei 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
28
www.pontodosconcursos.com.br 
(contribuinte de direito ou de jure) repassa o ônus financeiro do 
tributo para terceiro (contribuinte de fato ou de facto). Chama-se 
repercussão do ônus financeiro esta transferência do encargo 
tributário do contribuinte de direito para o contribuinte de fato. A 
doutrina afirma igualmente que os tributos indiretos incidem sobre o 
consumo, as vendas e a produção. 
É o que acontece no IPI e no ICMS, pois ocorre a transferência 
do ônus tributário para o adquirente final do bem (contribuinte de 
fato), isto é, que realmente paga o tributo é o consumidor final. 
Assim, aos tributos indiretos, aplica-se o art. 166 do CTN: “A 
restituição de tributos que comportem, por sua natureza, 
transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a 
quem prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de 
tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente 
autorizado a recebê-la”. 
No 22° Concurso para Procurador da República/MPF foi cobrado a 
seguinte questão: Ante o art. 166, do CTN, indique o tributo que, por 
sua natureza, acarreta a transferência do respectivo encargo 
financeiro: 
(a) Imposto sobre operações financeiras se o contribuinte, numa 
importação de bens, faz inclusão destes no seu ativo; 
(b) As taxas, quando sob o enfoque econômico, repercutem e possam 
vir a integrar os custos fixos das empresas; 
(c) Contribuição previdenciária; 
(d) Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e 
prestação de serviços. 
A resposta é letra “d”. 
Ademais, destacamos que o ISS é espécie tributária que admite 
a sua dicotomização como tributo direto ou indireto a depender do 
caso concreto. Isto é, o ISS pode ser classificado como tributo direto 
ou indireto conforme as circunstâncias fáticas de cada caso. 
Neste sentido, o STJ, por exemplo, compreendeu que o pedido 
de restituição de valores indevidamente recolhidos “a título de ISS 
incidente sobre a locação de bens móveis (cilindros, máquinas e 
equipamentos utilizados para acondicionamento dos gases vendidos), 
hipótese em que o tributo assume natureza indireta, reclama da 
parte autora a prova da não repercussão, ou, na hipótese de ter 
a mesma transferido o encargo a terceiro, de estar autorizada 
por este a recebê-los”. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
29
www.pontodosconcursos.com.br 
Realçamos que o Plenário do STF já reconheceu a 
inconstitucionalidade do ISS sobre locação de bem móvel (súmula 
vinculante 31), sendo inexigível, portanto, tal tributação. 
Deste modo, segundo o STJ, o ISS incidente sobre a locação de 
bens móveis assume natureza de imposto indireto, uma vez que a 
empresa (contribuinte de direito) repassa ao locador da mercadoria 
(contribuinte de fato). 
Nesse rumo, a empresa deve provar que assumiu o impacto 
financeiro decorrente do pagamento indevido ou que está autorizada 
a demandar em nome do locador. Em outras palavras, a 
comprovação da inexistência de repasse do imposto devido em cada 
operação ou a autorização para a demanda do locador é 
imprescindível para a restituição do ISS. 
Em resumo, o ISS é tributo que pode ser classificado como 
indireto e, por conseguinte, aplica-se o art. 166 nesta hipótese. 
 
Vejamos também a seguinte questão: 
(Procurador/RS/97) São impostos indiretos: 
a) sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR) e 
sobre produtos industrializados (IPI). 
b) sobre produtos industrializados (IPI) e sobre operações 
financeiras (IOF). 
c) sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) 
e sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS). 
d) sobre a propriedade territorial rural (ITR) e sobre a 
produtos industrializados (IPI). 
e) sobre a circulação de mercadorias (ICMS) e sobre 
produtos industrializados (IPI). 
A resposta correta é a letra “e”, que se refere ao ICMS e ao 
IPI. 
7. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS ASPECTOS OBJETIVOS E 
SUBJETIVOS DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA: TRIBUTOS REAIS 
E TRIBUTOS PESSOAIS 
Os tributos reais incidem sobre a coisa (res), o bem ou a 
operação realizada, desconsiderando as características pessoais do 
contribuinte. São exemplos: o ITR, o IPTU, o ITCMD, o ITBI, IOF, 
entre outros. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
30
www.pontodosconcursos.com.br 
Os tributos pessoais consideram e valorizam as 
características pessoais do contribuinte, de acordo com o postulado 
da pessoalidade estabelecido no art. 145, §1º, da CF. Por exemplo, o 
IR. 
8. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FINALIDADE OU FUNÇÃO DOS 
TRIBUTOS: TRIBUTOS FISCAIS, TRIBUTOS EXTRAFISCAIS E 
TRIBUTOS PARAFISCAIS 
O tributo fiscal tem como objetivo exclusivo a arrecadação 
de recursos financeiros para o Estado. São exemplos: o IR, o IPVA e 
o IPTU. 
O tributo extrafiscal tem como função principal a 
interferência no domínio econômico, buscando um efeito diverso da 
exclusiva arrecadação de recursos financeiros, podendo ter como 
função o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores 
específicos da economia. Em outras palavras, a extrafiscalidade dos 
tributos influi sobre a conjuntura econômicado Estado. São 
exemplos: o II, o IE, o IPI, o IOF e a CIDE. 
A FGV no concurso para Juiz de Direito/PA/2009 cobrou a seguinte 
questão: “O Estado Moderno é caracterizado pelas finanças 
funcionais, ou seja, pela atividade financeira do Estado orientada no 
sentido de influir sobre a conjuntura econômica. Prova desse fato é: 
(a) o mix tributário diversificado dos Estados; 
(b) a criação de multas elevadas no âmbito fiscal; 
(c) a extrafiscalidade marcante de alguns tributos; 
(d) o tabelamento de preços, em situações de crise; 
(e) a despersonalização dos impostos”. 
A resposta é a letra “c”. 
O tributo parafiscal é aquele arrecadado e fiscalizado por 
terceira pessoa, dotada de autonomia administrativa e financeira, 
diferente do ente federativo competente para instituir o tributo 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), buscando uma 
finalidade ou interesse público e esta terceira pessoa passa a dispor 
da receita compulsória para atingir os seus objetivos. 
São exemplos as contribuições arrecadadas e fiscalizadas pelo 
SESC, SENAI, SENAC, Conselhos Regionais de Medicina (CRM), 
Conselhos Regionais de Odontologia etc. 
Vamos para as questões: 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
31
www.pontodosconcursos.com.br 
1. (ESAF/MPC/TCE/GO/2007) Em relação aos tributos 
e suas espécies, assinale a opção correta. 
a) O fato gerador de um tributo não pode decorrer de 
circunstância ilícita. 
b) Para determinação da natureza jurídica do tributo, é 
essencial a destinação legal do produto da arrecadação. 
c) Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o 
tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a 
obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo 
tributário. 
d) O tributo denominado taxa, quando cobrado em razão 
de serviço público específico e divisível, pode receber a 
denominação de tarifa pública. 
e) O tributo tem função extrafiscal quando seu objetivo 
principal é a interferência no domínio econômico, não se 
limitando apenas à simples arrecadação de recursos 
financeiros. 
Na primeira questão a resposta correta é a letra “e”. 
A letra “a” é falsa, pois o fato gerador (in concreto) de um 
tributo pode decorrer de circunstância ilícita. Lembra do exemplo do 
início da aula? A tributação sobre atividades criminosas. A letra “b” 
também é falsa, uma vez que para determinação da natureza jurídica 
do tributo não é essencial a destinação legal do produto da 
arrecadação. A letra “c” é falsa, pois não é admitido no direito 
brasileiro o tributo in labore. A letra “d” é falsa, eis que a taxa 
(espécie de tributo) não se confunde com a tarifa ou preço público. 
 
2. (ESAF/AFTE/MS/2001) As receitas compulsórias, cuja 
arrecadação e utilização são conferidas, pelo Poder 
Público competente, a uma entidade paraestatal dotada 
de autonomia administrativa e financeira, são chamadas: 
a) Acessórias. 
b) Complementares. 
c) Extraordinárias. 
d) Extrafiscais. 
e) Parafiscais. 
A segunda questão se enquadra perfeitamente no conceito de 
tributos (receitas compulsórias) parafiscais (letra “e”). 
3. (FCC/Procurador/2008) Considere: 
I. Tributos que resultam de uma imposição estatal 
visando à restrição ou ao desenvolvimento de 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
32
www.pontodosconcursos.com.br 
determinadas atividades ou setores específicos, de acordo 
com determinada linha política de ação, a exemplo de 
uma tributação maior sobre bens supérfluos e menor para 
bens necessários. 
II. Tributos que decorrem da atribuição, pela lei, da 
capacidade de serem sujeito ativo desses tributos – que 
arrecadam em benefício de suas próprias finalidades −
pessoas diversas da União, Estados e Municípios. 
Esses tributos são conhecidos, respectivamente, como 
(A) contribuições e extrafiscais. 
(B) parafiscais e especiais. 
(C))extrafiscais e parafiscais. 
(D) especiais e extraordinários. 
(E) fiscais e empréstimos compulsórios. 
A terceira questão a resposta é a letra “c”. 
4. (ESAF/APO/União/2010) A extrafiscalidade é 
característica que possuem alguns tributos de permitirem, 
além da pura e simples forma de ingresso de receitas nos 
cofres públicos, também de intervirem na economia, 
incentivando ou não determinada atividade ou conduta do 
contribuinte. Assinale, entre os tributos listados abaixo, 
aquele que não possui caráter extrafiscal. 
a) Imposto sobre produtos industrializados. 
b) Imposto sobre importação. 
c) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre 
combustíveis. 
d) Imposto sobre produtos industrializados. 
e) Taxa de iluminação pública. 
A questão cobra os tributos que são considerados extrafiscais, 
segundo a doutrina majoritária. 
O tributo fiscal tem como objetivo exclusivo a arrecadação de 
recursos financeiros para o Estado. São exemplos: o IR, o IPVA e o 
IPTU. 
Já o tributo extrafiscal tem como função principal a 
interferência no domínio econômico, monetário e fiscal do País, 
buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadação de recursos 
financeiros, podendo ter como função o desenvolvimento de 
determinadas atividades ou setores específicos da economia. 
São exemplos: o II, o IE, o IPI, o IOF e a CIDE. Por exemplo, o 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
33
www.pontodosconcursos.com.br 
Presidente da República quer intervir no comércio exterior, 
incentivando as exportações e, por conseguinte, diminui a alíquota do 
imposto de exportação (II) ou quer desestimular a produção de 
determinado produto industrial e aumenta a alíquota do IPI. 
Assim, são considerados de caráter fiscal os tributos enunciados 
nas letras “A”, “B”, “C” e “D” (Imposto sobre produtos 
industrializados, Imposto sobre importação e Contribuição de 
intervenção no domínio econômico sobre combustíveis). 
Logo, deve ser marcada a letra “E”, inclusive a taxa de 
iluminação pública é considerada inconstitucional pelo Supremo 
Tribunal Federal (súmula 670). 
5. (ESAF/ATRFB/2010) “A redução do Imposto sobre 
Produtos Industrializados − IPI para geladeiras, fogões, 
máquinas de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, 
que encerraria no próximo dia 31, foi prorrogada por mais 
três meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma 
nova tabela cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com 
base na eficiência energética dos produtos, de acordo com a 
classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, 
coordenado pelo Inmetro. O anúncio foi feito nesta quinta-
feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. “Nós 
estamos desonerando mais os produtos que consomem 
menos energia”, explicou. A medida vale até 31 de janeiro 
de 2010. Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo 
tinham uma alíquota de 15%, e recuou para 5%, poderão 
manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para 
os produtos da chamada classe “A”, ou seja, com menor 
consumo de energia. As geladeiras da classe “B” passarão a 
ter uma alíquota de 10% e o restante voltará a ter um IPI 
de 15%.” (Extraído do site www.fazenda.gov.br, notícia de 
29.10.2009). Na notícia acima, identificamos um importante 
aspecto do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. 
Assinale, entre as opções que se seguem, aquela que 
explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que a 
notícia mencionada destacou. 
a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas 
diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de 
essencialidade. 
b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio 
constitucional da capacidade tributária, pois estabelece 
alíquotas diferenciadas para as diversas categorias de 
geladeiras existentes no mercado. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
34
www.pontodosconcursos.com.br 
c) O IPIconstitui uma exceção à regra geral da legalidade, 
já que o Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar 
ou restabelecer as suas alíquotas. 
d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa 
impedir que as incidências sucessivas nas diversas 
operações da cadeia econômica de um produto impliquem 
um ônus tributário muito elevado, decorrente da múltipla 
tributação da mesma base econômica. 
e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio 
de alíquotas diferenciadas, estimular-se determinado 
comportamento por parte da indústria e, 
consequentemente, dos consumidores. 
Letra (A). O IPI será seletivo, em função da essencialidade do 
produto (art. 153, §3°, I, CF). Contudo, a notícia não traz exemplo de 
seletividade, até porque explicitamente enuncia que a alíquota 
reduzida de 5% abrange somente os produtos da chamada classe ‘A’. 
Logo, incorreta. 
Letra (B). A notícia não demonstra a aplicabilidade do princípio 
da capacidade tributária (art. 145, §1°), pois examina situação em 
que a tributação sobre produtos das classes mais pobres possuem 
carga tributária maior. Logo, incorreta. 
Letra (C). O IPI constitui uma exceção à regra geral da 
legalidade, já que o Poder Executivo pode baixar ou restabelecer as 
suas alíquotas. Contudo, esta flexibilidade não justifica a notícia. 
Portanto, incorreta. 
Letra (D). A não-cumulatividade é característica obrigatória do 
IPI. Todavia, a notícia não diz respeito a não-cumulatividade. Logo, 
incorreta. 
Letra (E). A extrafiscalidade tributária interfere diretamente no 
domínio econômico, buscando um efeito diverso da exclusiva 
arrecadação de recursos financeiros, podendo ter como função o 
desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos 
da economia. Desta forma, a extrafiscalidade explica e justifica a 
notícia, pois o ministro da Fazenda Guido Mantega afirma literalmente 
que pretende desonerar mais os produtos que consomem menos 
energia, aumentando, por conseguinte, o consumo destes bens ou 
produtos. Portanto, correta. 
9. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ALÍQUOTA DO TRIBUTO OU 
FORMA DE QUANTIFICAÇÃO: TRIBUTOS FIXOS, TRIBUTOS 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
35
www.pontodosconcursos.com.br 
PROPORCIONAIS, TRIBUTOS PROGRESSIVOS E TRIBUTOS 
REGRESSIVOS 
De início, registramos a lição de Paulo de Barros Carvalho de 
que as alíquotas no direito tributário podem assumir duas feições, a 
saber: “(a) um valor monetário fixo, ou variável em função de 
escalas progressivas da base de cálculo (p. ex.: $ 1,20 por metro 
linear, até 100 metros; $2,40 por metro linear, de 100 a 300 metros, 
e assim por diante); ou (b) uma fração, percentual ou não, da base 
de cálculo (que neste caso será representada por quantia monetária). 
Aparecendo em forma de fração, a alíquota pode ser invariável (p. 
ex.: 1/25 da base de cálculo, seja qual for seu valor monetário) 
progressiva (aumenta a base de cálculo, aumenta proporção) ou 
regressiva (aumenta a base de cálculo, diminui a proporção)”. 
Nessa medida, observamos que os tributos fixos já são de 
antemão quantificados pelo legislador. A lei estabelece os valores 
fixos e determinados a serem pagos em cada caso concreto. 
Com efeito, os tributos proporcionais são aqueles em que o 
montante a ser pago é estabelecido pela alíquota em percentual 
constante sobre a base de cálculo. Por exemplo, a cobrança de ISS 
com uma alíquota de 10% sobre o valor do serviço (base de cálculo). 
O valor do serviço pode variar, mas a alíquota é sempre a mesma. 
Já nos tributos progressivos, a alíquota cresce à medida 
que aumenta a respectiva base de cálculo. Neste caso, pode ocorrer a 
denominada progressividade fiscal, que diz respeito, por exemplo, ao 
imposto de renda (IR) que deve ser informado pelo critério da 
progressividade. 
Vejamos a tabela progressiva para o cálculo anual do IRPF a 
partir do exercício de 2011, ano-calendário de 2010. 
Base de cálculo anual 
em R$ 
Alíquota 
% 
Parcela a deduzir do imposto 
em R$ 
Até 17.989,80 - 
De 17.989,81 até 
26.961,00 
7,5 1.349,24 
De 26.961,01 até 
35.948,40 
15,0 3.371,31 
De 35.948,41 até 
44.918,28 
22,5 6.067,44 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
36
www.pontodosconcursos.com.br 
Acima de 44.918,28 27,5 8.313,35 
A progressividade fiscal também pode ocorrer com o IPTU, pois 
este pode ser progressivo em razão do valor do imóvel, a partir da 
Emenda Constitucional n. 29/2000 (Súmula 668 do STF). 
 
Ressaltamos que a progressividade também pode ser 
extrafiscal, aumentando-se a alíquota não pelo crescimento da base 
de cálculo, mas para desestimular determinados procedimentos 
realizados pelo contribuinte. É o caso do ITR que deve ser 
progressivo e suas alíquotas devem ser fixadas de forma a 
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (art. 153, 
§4º, I, da CF/88). É a hipótese também da progressividade 
extrafiscal do IPTU no caso de não aproveitamento do solo urbano 
pelo seu proprietário ou em razão do descumprimento da função 
social da propriedade urbana, que é disciplinado no art. 182, §4º, inc. 
I, II e III, da CF/88, no Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 
10.257/2001) e também na lei do plano diretor de cada Município. 
A FGV no concurso para Procurador de Contas/RJ/2008 considerou 
falso o seguinte item: “Segundo a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal, a progressividade do IPTU em razão do 
descumprimento da função social da propriedade urbana é 
inconstitucional”. 
Por fim, no tributo regressivo, a alíquota deve decrescer à 
medida que aumente a base de cálculo. 
1. (ESAF/TTN/1997) A Constituição Federal permite a 
aplicação de alíquotas progressivas para a cobrança dos 
seguintes impostos: 
a) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Propriedade 
Territorial Rural; Propriedade Predial e Territorial Urbana. 
b) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Produtos 
Industrializados; Propriedade Predial e Territorial Urbana. 
c) Produtos Industrializados; Operações Relativas à 
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços 
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação (ICMS); Propriedade de Veículos 
Automotores. 
d) Propriedade Predial e Territorial Urbana; Propriedade 
Territorial Rural; ICMS. 
e) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Produtos 
Industrializados; ICMS. 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
37
www.pontodosconcursos.com.br 
A resposta correta é a letra “a”. 
10. CLASSIFICAÇÃO SIMPLES DA RECEITA PÚBLICA: RECEITA 
ORIGINÁRIA E RECEITA DERIVADA 
As receitas originárias são decorrentes de obrigações 
convencionais ou voluntárias (obrigação ex voluntate) estabelecidas 
entre o Poder Público e os administrados, sem qualquer ato de 
coerção (utilização do poder de império) por parte do Estado. São 
exemplos de receitas originárias o preço público ou a tarifa. 
As receitas derivadas são todas aquelas decorrentes de 
obrigações legais impostas pelo Estado (obrigação ex lege). Isto é, a 
receita derivada é decorrente de uma obrigação legal, caracterizada 
pelo poder de império do Estado, utilizando-se da coercibilidade. São 
exemplos: tributos em geral (impostos, taxas, contribuições de 
melhoria, empréstimos compulsórios e as contribuições especiais ou 
parafiscais), penalidades pecuniárias, multas administrativas, dentre 
outros. 
A FCC no concurso para o SEFAZ/SP/2010 cobrou a seguinte 
questão: “Classificam-se como receita originária e derivada, 
respectivamente: (a) multa e imposto; (c) taxa e contribuição social; 
(c) contribuição de melhoria e multa; (d) imposto e tarifa; (e) tarifa e 
taxa”. A resposta é letra “e”. 
Este assunto foi cobrado na prova de direito tributário também 
em outros recentes concursos.

Outros materiais