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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 1 – Tributo: definição e espécies. Impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios – (27/01). Olá, prezados (as). Vamos iniciar o nosso curso hoje, pois foi atingido o quorum mínimo neste final de semana. Inicialmente aproveito a oportunidade para informar sobre o lançamento do meu livro de Direito Tributário para concursos. O livro está atualizadíssimo, com a jurisprudência mais recente do STF, STJ e CARF, bem como diversos quadros e esquemas sinópticos. Vocês podem verificar este lançamento no site: www.editorajuspodivm.com.br. Solicito (se possível) a ajuda de vocês na divulgação do livro pelas suas respectivas listas de e-mail. Agradeço desde já a colaboração neste sentido. Então, vamos para o sumário de hoje. Registramos vamos trabalhar com todas as bancas até a escolha definitiva da banca do concurso. Assim sendo, a divisão do nosso sumário ficou em cinco capítulos, a saber: Capítulo I Introdução geral Sumário • 1. Natureza jurídica do tributo: 1.1 Base de cálculo; 1.2 Destinação legal do produto da arrecadação – 2. Função socioeconômica dos tributos – 3. Direito Tributário material e direito tributário formal. Capítulo II Classificações no Direito Tributário Sumário • 1. Introdução – 2. Classificação das espécies tributárias – 3. Classificação quanto à natureza da hipótese de incidência ou fato gerador – 4. Classificação quanto ao destino da arrecadação – 5. Classificação quanto à base econômica de incidência – 6. Classificação quanto à forma de percepção: tributo direto e tributo indireto – 7. Classificação quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de incidência: tributos reais e tributos pessoais – 8. Classificação quanto à finalidade ou função dos tributos: tributos fiscais, tributos extrafiscais e tributos parafiscais – 9. Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 2 www.pontodosconcursos.com.br quantificação: tributos fixos, tributos proporcionais, tributos progressivos e tributos regressivos – 10. Classificação simples da receita pública: receita originária e receita derivada. Capítulo III Taxas Sumário • 1. Considerações gerais – 2. Taxa de polícia – 3. Taxa de serviços – 4. Base de cálculo das taxas – 5. Taxas x Preço Público x Tarifas x Pedágio. Capítulo IV Contribuição de Melhoria Capítulo V Empréstimo compulsório CAPÍTULO I INTRODUÇÃO GERAL Sumário • 1. Natureza jurídica do tributo: 1.1 Base de cálculo; 1.2 Destinação legal do produto da arrecadação – 2. Função socioeconômica dos tributos – 3. Direito Tributário material e direito tributário formal. 1. NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO O art. 4º do CTN estabelece que a natureza jurídica específica do tributo deve ser verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação. No concurso do CESPE para Advogado/SERPRO/2010 foi considerado errado: “A destinação legal do produto da arrecadação de determinado tributo é imprescindível para qualificar sua natureza jurídica”. Do mesmo modo, no concurso do CESPE para Consultor/ES/2010 foi adotado como correto: “Se dois tributos tiverem o mesmo fato gerador, embora um deles seja denominado taxa, e o outro, imposto, um deles estará com uma incorreta atribuição de natureza jurídica específica”. Fato gerador (in abstrato) significa a hipótese prevista em lei, cuja ocorrência faz surgir à obrigação tributária, por isso também é denominado de hipótese de incidência. Por exemplo, o fato gerador do imposto sobre renda (IR) é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza, previsto no art. 43, incisos I e II, do CTN. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 3 www.pontodosconcursos.com.br De tal modo, com fundamento apenas no art. 4º, do CTN, você já responde diversas questões, a saber: 1. “A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: (a) a denominação e demais características formais adotadas pela lei; (b) a destinação legal do produto da sua arrecadação” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003). 2. “O que determina a natureza jurídica de um tributo é o fato gerador da respectiva obrigação, independentemente de sua denominação e da destinação legal do produto de sua arrecadação” (ESAF/AFTM/NATAL/2008). 3. “Para conhecimento da natureza específica das diversas espécies tributárias previstas no Sistema Tributário Nacional, é essencial o exame do fato gerador da respectiva obrigação, tendo em vista que, à luz do Código Tributário Nacional, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da sua arrecadação” (ESAF/PROCURADOR DE FORTALEZA/2002). 4. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação (ESAF/IRB/2004). 5. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) O fato gerador da obrigação tributária é determinante para o estabelecimento da natureza jurídica do(da) a) crédito tributário. b) lançamento. c) sujeito passivo. d) tributo. e) dívida ativa. 6. (ESAF/AFTE/MS/2001) A natureza jurídica dos tributos é determinada pela(o) a) denominação adotada pela lei. b) compulsoriedade que lhe é inerente. c) fato gerador da respectiva obrigação. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 4 www.pontodosconcursos.com.br d) destinação legal do montante arrecadado. e) adoção estrita do princípio da legalidade. 7. (ESAF/AFTM/Recife/2003) Nos termos do Código Tributário Nacional, a natureza jurídica específica do tributo é determinada: a) pelos dispositivos da Constituição Federal que disciplinam as espécies tributárias neles previstas. b) pela denominação e demais características formais do tributo, estabelecidas na lei que o institui. c) pela base de cálculo e a alíquota do tributo, fixadas em lei. d) pelo fato gerador da respectiva obrigação. e) pela destinação constitucionalmente conferida ao produto da arrecadação do tributo. 8. (ESAF/GESTOR/MG/2005) A natureza jurídica dos tributos é determinada: a) pela denominação legal. b) pelo critério quantitativo da norma que o criou. c) pela finalidade de sua arrecadação. d) pelo fato gerador. e) pela previsão ou não de obrigações acessórias. 9. A denominação e as demais características formais adotadas pela lei são relevantes para qualificar natureza jurídica específica do tributo (ESAF/IRB/2004). As quatro primeiras questões são verdadeiras. A quinta, a letra correta é a “d”. A sexta é a “c”, a sétima e oitava são “d”. A nona questão é falsa. Todas estas questões cobraram o aprendizado literal do art. 4º, do CTN. 1.1 BASE DE CÁLCULO Por sua vez, salientamos que bancas de concurso podem aprofundar um pouco mais o tema da classificação das espécies tributárias e cobrar o conhecimento da relevância da base de cálculo para identificação da natureza jurídica do tributo. Assim sendo, o grande valor da base de cálculo para identificação da natureza jurídica do tributo tem fundamento jurídico na CF/88, quando dispõe que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos (art. 145, §1º) e que a União poderá instituir mediante lei complementar, impostos residuais, desde queCURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 5 www.pontodosconcursos.com.br sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (art. 154, I). Com efeito, devemos afirmar com tranquilidade que numa interpretação conforme a CF/88, a identificação da natureza jurídica do tributo pode ser realizada pelo binômio: hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) e base de cálculo. A hipótese de incidência é também chamada de fato gerador in abstrato, porque prevista abstratamente na lei. A base de cálculo (também nomeada de base imponível) serve igualmente para quantificar a grandeza financeira do fato gerador do tributo, sendo a grandeza numérica estabelecida pela lei que permite quantificar o valor do tributo a ser recolhido. Neste sentido, afirmamos que a base de cálculo é o elemento mensurador do fato gerador do tributo. Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de cálculo possui três funções fundamentais: (a) função mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo (“mede as proporções reais do fato”); (b) função objetiva, porque compõe a determinação da dívida tributária; (c) função comparativa, eis que posto em comparação com o fato gerador, é capaz de identificar a natureza jurídica do tributo. São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); o valor do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc. Ademais, registramos a distinção doutrinária tênue entre a base de cálculo e base calculada. A base de cálculo esta no plano da lei, prevista no plano abstrato, ou seja, é uma definição ou descrição legal (mundo do direito). Já a base calculada é a base de cálculo aplicada no caso concreto, ou seja, é o simples valor em moeda da base de cálculo numa situação prática (mundo dos fatos). Por exemplo, a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel e, numa situação concreta (“X”), a base calculada é de R$ 400.000,00. Importante: De acordo com a interpretação predominante da CF/88, a fixação da base de cálculo deve sempre ser estabelecida por meio de lei, sem qualquer tipo de exceção. Decerto, não foram recepcionados pela CF os arts. 21, 26 e 65 do CTN, no que CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 6 www.pontodosconcursos.com.br estabelecem sobre a competência do Poder Executivo de alterar as bases de cálculo do imposto sobre importação (II), do imposto sobre exportação (IE) e dos impostos sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores imobiliários (IOF), a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Por exemplo, afirma o STJ que a “instituição ou a fixação da base de cálculo de tributo, a que se refere o art. 97 do CTN, que explicita o princípio constitucional da legalidade agasalhado no art. 150, I, da Constituição, se faz mediante a edição de lei” (AGREsp 465740/MG). Agora você já pode responder as seguintes questões: 1. “O conhecimento da hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) e da base de cálculo nos coloca em condições de identificar a estrutura e a natureza de um determinado tributo” (ICMS/MG/1995). 2. “O Código Tributário Nacional, ao indicar, em seu art. 4º, que a ‘natureza jurídica específica do tributo é verificada pelo fato gerador da respectiva obrigação’, revela certa omissão, desconsiderando a importância da base de cálculo para a identificação da figura tributária” (ICMS/MG/1995). 3. “A natureza jurídica específica de um tributo é dada pelo cotejo entre o seu fato gerador e a sua base de cálculo” (PROCURADOR DO ESTADO/RN/2002). 4. (ESAF/TTN/1997) A natureza jurídica específica do tributo é determinada a) pela denominação que lhe dá a lei. b) pelas características formais adotadas pela lei. c) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. d) pela competência da pessoa jurídica de direito público que o instituir. e) pelo fato gerador e base de cálculo da respectiva obrigação. 5. Com relação à fixação das bases de cálculo dos tributos é correto afirmar-se que devem sempre ser estabelecidas por meio de lei (ESAF/AFTM/TERESINA/2002). 6. Com relação à fixação das bases de cálculo dos tributos é correto afirmar-se que só podem ser modificadas por lei complementar ou emenda constitucional CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 7 www.pontodosconcursos.com.br (ESAF/AFTM/TERESINA/2002). As três primeiras questões são verdadeiras. A quarta questão é a letra “e”. A quinta é verdadeira e a sexta é falsa, pois à fixação das bases de cálculo dos tributos podem ser modificadas por lei ordinária e não só por lei complementar ou emenda constitucional. 1.2 DESTINAÇÃO LEGAL DO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO Ademais, devemos dizer ainda que algumas questões de concursos dificultam o tema um pouco mais e exigem do candidato o conhecimento do posicionamento de parte da doutrina, de que o critério do fato gerador (art. 4°, caput, do CTN) é insuficiente para a identificação da natureza jurídica das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios estabelecidos pela CF/88. Por exemplo, a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) tem, em princípio, o mesmo fato gerador do imposto de renda das pessoas jurídicas (IRPJ), que é o lucro auferido, podendo-se perceber com facilidade que o fato gerador não é suficiente para identificar a natureza jurídica da CSLL. Em relação às contribuições especiais e aos empréstimos compulsórios, destacamos também que a doutrina citada compreende que a destinação do produto da arrecadação é relevante para identificar a natureza jurídica destas espécies tributárias, uma vez que nestes dois tributos a CF/88 afetou a arrecadação a determinados fins. Como afirma Misabel Derzi: “A Constituição de 1988, pela primeira vez, cria tributos finalisticamente afetados, que são as contribuições e os empréstimos compulsórios, dando à destinação que lhes é própria relevância, não apenas do ponto de vista do Direito Financeiro ou Administrativo, mas, igualmente, do Direito Constitucional Tributário”. No 15° Concurso para Procurador da República/MPF foi cobrada seguinte questão discursiva: “No intuito de fixar rigidamente as competências impositivas tributárias, a Constituição Federal erigiu um outro componente a conjugar-se com a hipótese de incidência para melhor definir a natureza jurídica específica do tributo. Indique-o, exemplificando” (responder em até 20 linhas). Ademais, alguns autores ainda acrescentam o critério da restituição do tributo para fins de distinção das espécies CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 8 www.pontodosconcursos.com.br tributárias. A restituição do tributo apenas acontece com o empréstimo compulsório. Para fins de simplificação deste ponto entendemos o seguinte: • A destinação legal do produto da arrecadação (art. 4°, inc. II, do CTN) é irrelevante para qualificar o tributo como espécie de imposto, taxa ou contribuição de melhoria, bastando-se, aqui, o fato gerador (hipótese de incidência) e a base de cálculo. • O fato gerador da obrigação tributária (art. 4°, caput, do CTN) não é critério suficiente para identificar a natureza jurídica das contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios. • Parte da doutrina entende acertadamente que a CF/88 estabeleceu a relevância da destinação legal do produto da arrecadação (vinculação da receita) para identificaçãodas contribuições especiais e dos empréstimos compulsórios, não se aplicando, neste caso, a regra do art. 4°, inc. II, do CTN. Neste sentido, encontram-se superados os arts. 4° e 5° do CTN. Importante: Sempre prestando bastante atenção no enunciado da questão do concurso, podemos resumir em três hipóteses as respostas corretas: (a) entendimento literal do art. 4°, inc. I e II, do CTN; (b) compreensão do mesmo art. 4°, inc. I e II, do CTN, acrescentando a importância da base de cálculo; (c) entendimento à luz do que dispõe a CF/88. No concurso da FUNDAÇÃO UNIVERSA para ADASA/Advogado/2009 foi considerado correto: “As espécies tributárias impostos, taxas e contribuição de melhoria são definidas pela análise do fato gerador, sendo irrelevante para tal a destinação legal do produto da arrecadação”. Por sua vez, no 24° Concurso para Procurador da República/MPF foi adotado como verdadeiro o entendimento de que os artigos 4° e 5°, do CTN, acham-se superados. Mãos à obra: 1. As espécies tributárias se distinguem, originariamente, a partir do seu fato gerador. Todavia, com o advento das contribuições de mesmo fato gerador do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, o texto constitucional inaugurou novo critério de distinção, de natureza específica para os impostos e as contribuições sociais (CESPE/Auditor TCU/2007). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 9 www.pontodosconcursos.com.br 2. Consoante o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada regra do CTN (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF5/2006). A primeira e a segunda questão são verdadeiras. 3. (OAB/SP – 119°) A destinação do produto da arrecadação, à luz da Carta Magna de 1988, é (A) irrelevante. (B) relevante para todos os tributos. (C) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório e contribuições especiais. (D) relevante, em se tratando de impostos, taxas e contribuição de melhoria. A terceira questão é letra “c”. 4. (OAB/SP – 131°) O Código Tributário Nacional – CTN – estabelece que a natureza jurídica específica do tributo é determinada (A) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. (B) pela denominação e demais características formais adotadas pela lei. (C) pelo fato gerador da respectiva obrigação. (D) pelo órgão fiscalizador. A quarta é letra “c”, pois cobra o entendimento literal do art. 4°, do CTN. 5. (CESPE/UNB/OAB/2007) Na história da legislação tributária brasileira, freqüentemente ocorreu de entes da Federação criarem verdadeiros impostos, dando-lhes, entretanto, o nome de taxa. Isso ocorria para se evitar que fosse declarada inconstitucional a lei instituidora, por falta de competência tributária. Considerando essa afirmação, assinale a opção correta, relativamente à natureza jurídica do tributo. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 10 www.pontodosconcursos.com.br (A) Não procede a preocupação do ente federado, pois um tributo será considerado taxa desde que seja criado com esta denominação. (B) Para a definição da natureza jurídica, é relevante levar-se em consideração a destinação do produto da arrecadação. (C) Todas as características formais do tributo estabelecidas na lei de criação devem ser consideradas na definição da espécie tributária. (D) O fato gerador é critério de exame da natureza jurídica específica do tributo. A quinta questão é bastante interessante, sendo a letra “d”. Verifique que esta só trata de impostos e taxas, portanto deve-se aplicar o art. 4°, do CTN, sendo o fato gerador o critério de exame da natureza jurídica específica do tributo. 2. FUNÇÃO SOCIOECONÔMICA DOS TRIBUTOS A função socioeconômica dos tributos tem relação com a justa alocação dos recursos arrecadados pelo Estado com os tributos. Assim, é concretizada com a promoção da redistribuição da renda arrecadada, bem na atuação positiva do Estado para a satisfação dos direitos sociais do cidadão (alimentação, saúde, vestuário, moradia, educação, acesso ao trabalho, livre iniciativa etc.). A doutrina aponta também como forma de concretização função socioeconômica dos tributos: (i) a tributação justa, com respeito aos princípios tributários constitucionais; (ii) a democratização dos orçamentos, com o incentivo a participação popular na gestão pública. 3. DIREITO TRIBUTÁRIO MATERIAL E DIREITO TRIBUTÁRIO FORMAL A doutrina separa o direito tributário quanto à natureza da legislação em direito tributário material e em direito tributário formal. O direito tributário material ou substantivo cuida das normas tributárias reguladoras dos direitos e obrigações das pessoas, isto é, do nascimento e extinção da obrigação tributária, o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota, o sujeito ativo, o sujeito passivo, a responsabilidade tributária etc. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 11 www.pontodosconcursos.com.br Tais normas, em rigor, devem seguir estritamente os princípios da legalidade tributária e da irretroatividade da lei. Isto é, não há grande dose de liberdade na atuação do poder tributário e as situações são regidas pela lei então vigente, mesmo que posteriormente modificada ou revogada, conforme, por exemplo, disciplina o caput, do art. 144 do CTN. Por sua vez, o direito tributário formal ou adjetivo cuida da aplicação da norma material ao caso concreto, ou seja, dos deveres instrumentais, dos aspectos procedimentos de apuração e fiscalização do crédito tributário, tal como os poderes de investigação das autoridades administrativas. Por exemplo, a “quebra” do sigilo bancário pela autoridade fiscal ou o pedido de informação ao contribuinte. Decerto, o direito tributário formal diz respeito à atuação da autoridade administrativa durante o procedimento de lançamento tributário. Neste sentido, aplica-se de forma imediata ao lançamento a legislação formal posterior à ocorrência do fato gerador da obrigação, de acordo com o §1°, do art. 144, do CTN. Assim, constamos a aplicação imediata e retroativa da norma tributária formal a fato geradores do passado. No concurso do CESPE para o Ministério Público/ES/2010 foi considerado verdadeiro: “Se uma nova lei for publicada após a ocorrência do fato gerador de imposto não lançado por período certo de tempo, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas, o lançamento será regido pela lei em vigor na data da feitura do lançamento”. Isto é, o tema se refere ao direito tributário formal (ampliação de poderes de investigação), podendo retroagir para atingir fato gerador passado. Assim, aplica-se a lei do dia da realização do lançamento. CAPÍTULO II CLASSIFICAÇÕES NO DIREITO TRIBUTÁRIO Sumário • 1. Introdução – 2. Classificação das espécies tributárias – 3. Classificação quanto à natureza da hipótese de incidência ou fato gerador – 4. Classificação quanto ao destino da arrecadação – 5. Classificação quanto à base econômica de incidência – 6. Classificação quanto à forma de percepção: tributo direto e tributo indireto – 7. Classificação quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de incidência: tributos reais e tributos pessoais – 8. Classificação quanto à finalidade ou função dos tributos: tributos fiscais,tributos extrafiscais e tributos parafiscais – 9. Classificação CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 12 www.pontodosconcursos.com.br quanto à alíquota do tributo ou forma de quantificação: tributos fixos, tributos proporcionais, tributos progressivos e tributos regressivos – 10. Classificação simples da receita pública: receita originária e receita derivada. 1. INTRODUÇÃO Inicialmente, destacamos que o Direito Tributário admite diversas classificações, de acordo com as ideologias ou as correntes de pensamentos existentes. No entanto, o sentido da classificação deve ser sempre facilitar o estudo das espécies tributárias, mediante o aspecto preponderante a ela conferido por certas doutrinas ou pela própria jurisprudência (decisões reiteradas dos Tribunais Superiores). Deste modo, ao se classificar alguma coisa, pretendemos compartimentar e sistematizar o conhecimento, de maneira a tornar mais fácil a sua compreensão e, para fins pedagógicos, a sua memorização e praticidade. Deste modo, vamos tratar de todas as classificações dos tributos que são cobradas em concursos públicos, a saber: • Classificação das espécies tributárias, em que prepondera o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que são cinco espécies tributárias, que são os impostos, as taxas, a contribuições de melhoria, o empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou gerais; • Classificação quanto à natureza da hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) do tributo, que pode se dividir em tributo vinculado e tributo não-vinculado; • Classificação quanto ao destino da arrecadação, separando os tributos de arrecadação vinculada dos tributos de arrecadação não-vinculada; • Classificação quanto à base econômica de incidência, que pode separar os impostos em impostos sobre o comércio exterior, impostos sobre o patrimônio ou a renda, impostos sobre a produção ou a circulação e impostos especiais. • Classificação quanto à forma de percepção, apartando os tributos em diretos e indiretos; • Classificação quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de incidência, distinguindo os tributos em reais e pessoais; • Classificação quanto à finalidade ou função dos tributos, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 13 www.pontodosconcursos.com.br que pode ser fiscal, extrafiscal e parafiscal; • Classificação quanto à alíquota do tributo ou forma de quantificação, que divide os tributos em fixos, proporcionais, progressivos e regressivos. • Classificação simples da receita pública, com base na diferença entre receitas originárias e receitas derivadas. O CESPE no concurso para Procurador da Paraíba/2008 cobrou a seguinte questão discursiva: “A doutrina propõe inúmeras classificações para os tributos, com base em suas especificidades, semelhanças e diferenças. Tais classificações, embora ausentes na legislação, ajudam na compreensão da natureza jurídica e aplicação de cada espécie tributária. Com foco nas principais classificações propostas pela doutrina, redija um texto dissertativo, conceituando as espécies tributárias e mencionando, necessariamente, os seguintes critérios: natureza do fato gerador, destinação da arrecadação, finalidade, aspectos subjetivos e objetivos da hipótese de incidência” (máximo de 25 linhas). 2. CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS A Constituição Federal de 1988 (CF/88), no seu art. 145, estabeleceu a competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para instituir os impostos, as taxas e a contribuição de melhoria. Já o Código Tributário Nacional (CTN), no seu art. 5º, dispõe que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. Com base na interpretação destes dispositivos (art. 145 da CF/88 e art. 5º do CTN) alguns renomados autores crêem que só existem três espécies tributárias no sistema jurídico nacional, de forma que o empréstimo compulsório e as contribuições especiais ou parafiscais se apresentariam como subespécies tributárias, sendo esta a denominada classificação tricotômica ou tripartide das espécies tributárias. Portanto, para esta doutrina, o empréstimo compulsório e as contribuições especiais são tributos, mas possuem natureza jurídica de taxas ou de impostos, dependendo da análise do fato gerador em cada caso concreto. Todavia, a doutrina dominante e o STF entendem que são cinco espécies tributárias, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e as contribuições CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 14 www.pontodosconcursos.com.br especiais ou parafiscais. É a chamada classificação quinquipartite ou pentapartide das espécies tributárias. Ressaltamos que duas novas Emendas Constitucionais (EC) criaram três novas subespécies de tributos, quais sejam: • O art. 149-A, com redação determinada pela EC n. 39/2002, autorizou apenas o Distrito Federal e os Municípios a instituírem a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP), sendo facultada (não é obrigatório) a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica; • O art. 149, § 1º, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a instituição da contribuição previdenciária, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdenciário respectivo, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União; • O art. 195, IV, com redação determinada pela EC nº 41/2003, autorizou a cobrança pela União de contribuição de seguridade social sobre o importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei infraconstitucional a ele equiparar. Com efeito, Marcelo Alexandrino bem resume este tema para fins de concurso público: “qualquer questão de concurso que pergunte quais são as espécies tributárias, nos termos do CTN, deve ter como resposta: impostos, taxas e contribuições de melhoria. Se for, diferentemente, uma questão referindo-se ao entendimento do STF, ou simplesmente perguntar as espécies que integram o Sistema Tributário Nacional (STN), a resposta é: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições. Observação: as contribuições do art. 149 da Constituição às vezes são chamadas contribuições especiais ou contribuições parafiscais. Existem, ainda, alguns autores que chamam de contribuições sociais todas as contribuições, exceto as de melhoria. Vocês podem encontrar qualquer desses termos em concursos”. Nesse rumo, podemos visualizar o seguinte quadro geral das espécies tributárias de competência da União estabelecidas pela CF: • Impostos (art. 153, incisos I a VII, art. 154, I e II): a) CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 15 www.pontodosconcursos.com.br imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) – art. 153, I; b) imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) – art. 153, II; c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) – art. 153, III; d) imposto sobre produtos industrializados (IPI) – art. 153, IV; e) imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF) – art. 153, V; f) imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) – art. 153, VI; g) imposto sobre grandes fortunas (IGF) – art. 153, VII; h) impostos residuais – art. 154, I; i) impostos extraordinários de guerra (IEG) – art. 154, II; • Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; • Contribuições de Melhoria (art. 145, III); • EmpréstimosCompulsórios (art. 148): a) empréstimo por calamidade ou guerra externa (art. 148, I); b) empréstimo por investimento público urgente e de relevância nacional (art. 148, II); • Contribuições especiais ou parafiscais: a) contribuições de seguridade social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90); b) contribuições sociais (art. 212, § 5º e art. 240); c) contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas, também denominadas de corporativas (art. 149); d) contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) – art. 149 e art. 177, § 4º. Destacamos também que competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais (art. 147, da CF). Ao Distrito Federal competem os impostos estaduais e municipais (arts. 147, 155 e 156, da CF). Neste contexto, as espécies tributárias de competência dos Estados e do Distrito Federal fixadas pela CF são as seguintes: • Impostos (CF, art. 155): a) impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) – art. 155, I; b) impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 155, II; c) imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA) – art. 155, III; • Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; • Contribuições de Melhoria (art. 145, III); CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 16 www.pontodosconcursos.com.br • Contribuição previdenciária (art. 149, §1º). No que concerne aos Municípios e ao Distrito Federal, a CF dispõe: • Impostos (art. 156): a) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) – art. 156, I; b) impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) – art. 156, II; c) imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS), não compreendidos no ICMS, definidos em lei complementar – art. 156, III; • Taxas (art. 145, II): a) taxas de polícia; b) taxas de serviço; • Contribuições de Melhoria (art. 145, III); • Contribuições: a) contribuição previdenciária (art. 149, §1º); b) contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP ou CIP) - art. 149-A. O CESPE no concurso para Consultor/ES/2010 adotou como incorreto: “É admissível que a União, os estados e os municípios instituam, desde que por meio de lei, contribuição para custeio da iluminação pública”. Com base nos ensinamentos acima, você pode responder os seguintes questionamentos de concurso público: 1. “São espécies tributárias previstas na Constituição Federal: imposto, taxa, empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição social, contribuição de intervenção no domínio econômico, contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas e compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas” (ESAF/PROCURADOR DE FORTALEZA 2002). 2. “Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que o empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas são espécies tributárias” (ESAF/AFPS/2002). 3. “Com referência a tributo e suas espécies, é correto afirmar que são espécies tributárias, entre outras, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 17 www.pontodosconcursos.com.br imposto, taxa, contribuição em favor de categoria profissional, preço público e contribuição de intervenção no domínio econômico” (ESAF/AFPS/2002). 4. “Imposto, taxa, preço público e contribuição de interesse de categorias profissionais são espécies tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003). 5. “Empréstimo compulsório, contribuição de melhoria, contribuição de intervenção no domínio econômico e contribuição para a seguridade social são espécies tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003). 6. “Contribuição de interesse de categorias econômicas, taxa, imposto e encargo de reparação de guerra são espécies tributárias” (ESAF/AFTM-FORTALEZA 2003). As quatro primeiras questões e a sexta questão estão erradas, porque não são espécies tributárias o preço público, o encargo de reparação de guerra e a compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo por empresas privadas. Este último tem natureza jurídica de preço público. O quinto enunciado está correto. 7. “Em relação ao tema competência tributária, é correto afirmar que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm competência para instituir impostos, taxas, contribuição de melhoria e contribuição de intervenção no domínio econômico, que a Constituição lhes reserva” (ESAF/AFPS/2002). 8. “Cabe aos Estados e ao Distrito Federal instituir e cobrar adicional de até cinco por cento do que for pago à União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas nos respectivos territórios, a título de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, incidente sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital” (ESAF/AFTE/RN 2005). 9. “O imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos é instituído e cobrado pelos Municípios” (ESAF/AFTE/RN 2005). 10. “É permitido à União, aos Estados e ao Distrito CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 18 www.pontodosconcursos.com.br Federal instituir, nos respectivos âmbitos de atuação, contribuições de intervenção no domínio econômico” (ESAF/AFTE/RN 2005). 11. (ESAF/AFTE/MS 2001) A instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, inclui-se na competência impositiva a) dos Estados e do Distrito Federal. b) da União. c) da União, dos Estados e do Distrito Federal. d) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. e) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 12. “Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais” (ESAF/AUDITOR/TCE/GO 2007). 13. “Compete tanto à União quanto aos Estados, DF e Municípios a instituição de taxas em razão do exercício do poder de polícia” (ESAF/AFTE/MS 2001). 14. “Somente a União e os Estados podem instituir contribuições de melhoria” (ESAF/AFTE/MS 2001). 15. “As contribuições especiais, com fins econômicos ou sociais, são privativas dos Estados e DF” (ESAF/AFTE/MS 2001). O sétimo, o oitavo, o nono, o décimo (10) e o décimo quinto (15) estão incorretos, uma vez que não é permitido aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios competência para instituir a contribuição de intervenção no domínio econômico. Também não cabe aos Estados e ao Distrito Federal instituir adicional de imposto de renda e aos Municípios o imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos (competências extintas com a Emenda Constitucional nº 3/1993). A décima primeira (11) questão é a letra “b”. A décima segunda (12) e a décima terceira (13) são verdadeiras. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 19 www.pontodosconcursos.com.br A décima quarta (14) questão é falsa, porque o Distrito Federal e os Municípios também podem instituir contribuições de melhoria. 16. “Compete à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionaisou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas” (ESAF/AFRRF 2002). 17. “Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão reter a contribuição federal, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício desses, de sistemas de previdência social” (ESAF/AFRRF 2002). 18. “Podem os Estados cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, com alíquota inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União” (ESAF/AFRFB/2005). 19. “Podem os Municípios instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, cobrando-a na fatura de consumo de energia elétrica?” (ESAF/AFRFB/2005). 20. “Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para custeio do serviço de iluminação pública, sendo facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica” (ESAF/AUDITOR/TCE/GO/2007). 21. “É permitido ao Distrito Federal e aos Municípios instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública” (ESAF/AFTE/RN/2005). 22. (ESAF/AFTM/TERESINA/2002) É da competência dos Estados a instituição do imposto sobre a) a propriedade territorial urbana. b) a propriedade territorial rural. c) a transmissão inter vivos de bens imóveis. d) a transmissão causa mortis e a doação, de quaisquer bens ou direitos. e) serviços de qualquer natureza. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 20 www.pontodosconcursos.com.br 23. (ESAF/AFTE/MS 2001) É da competência dos Estados o seguinte imposto: a) sobre a propriedade de veículos automotores. b) sobre a importação de produtos estrangeiros. c) sobre serviços de qualquer natureza. d) sobre a propriedade territorial urbana. e) sobre produtos industrializados. 24. (ESAF/AFTE/PA/2002) A Constituição Federal atribui aos Estados a competência para a instituição de: a) taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. b) contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas, contribuições de melhoria e taxas. c) contribuições previdenciárias relativas à seguridade social, contribuições de melhoria e taxas. d) pedágios, empréstimos compulsórios e imposto sobre a propriedade de veículos automotores. e) contribuições de intervenção no domínio econômico, pedágios e imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos. 25. O Distrito Federal pode instituir os impostos estaduais, municipais, taxas e contribuição de melhoria (ESAF/PFN/2006). (16), a décima nonaA décima sexta (19), a vigésima (20), a vigésima primeira (21) e a vigésima quinta (25) são corretas. A décima sétima (17) é errada, pois os Estados, os Municípios e o DF possuem competência para a instituição de contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que dispõe o art. 40 da CF/88, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União (art. 149, §1º, da CF/88). Assim, é certo falar que, salvo a contribuição previdenciária, as contribuições sociais são de competência da União. Portanto, a CF/88 autoriza a União à criação das contribuições sociais, da CIDE e das contribuições corporativas (de interesses de categorias profissionais ou econômicas), conforme o art. 149, da CF/88. Com base nestes argumentos, a questão é errada, eis que o termo federal não é pertinente ao art. 149, §1°, da CF/88. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 21 www.pontodosconcursos.com.br A décima oitava (18) é falsa, porque os Estados podem cobrar contribuição previdenciária de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de regime previdenciário, cuja alíquota não será inferior à da contribuição previdenciária dos servidores titulares de cargos efetivos da União. A vigésima segunda (22) tem como alternativa correta a letra “d”, a vigésima terceira (23) a letra “a” e a vigésima quarta (24) a “c”. 26. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2007) O art. 5º do Código Tributário Nacional determina que os tributos se dividem em: (A) impostos, taxas e contribuições de melhoria. (B) impostos, taxas, contribuições sociais e contribuições de melhoria. (C) impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. (D) impostos, taxas, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. (E) impostos, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. A vigésima sexta (26) é letra “a” (tome cuidado!!!), porque o art. 5º do CTN determina que os tributos se dividem em impostos, taxas e contribuições de melhoria. Aqui o examinador cobra, nos termos do CTN, a literalidade do dispositivo. 27. (FUNDATEC/Professor Temporário/UERS/2007) As receitas tributárias dividem-se em impostos, taxas, tarifas e contribuições de melhoria. A vigésima sétima (27) é falsa, uma vez que a tarifa não é tributo. 3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA OU FATO GERADOR Esta classificação separa os tributos em tributos vinculados e tributos não-vinculados. O tributo vinculado significa que o fato gerador do tributo é uma atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 22 www.pontodosconcursos.com.br Como exemplo, temos a contribuição de melhoria que decorre da atividade do Estado de realizar uma obra pública da qual deve resultar valorização imobiliária para o contribuinte. Temos também o exemplo das taxas, uma vez que fato gerador indica que a taxa deve ser exigida em contraprestação ao exercício de uma atividade por parte do Estado referida ao contribuinte, concernente ao exercício do poder de polícia ou à prestação – efetiva ou potencial – de serviços públicos específicos e divisíveis. Já o tributo não vinculado significa que o fato gerador do tributo é um fato praticado pelo contribuinte independente de qualquer atividade estatal específica realizada para o próprio contribuinte. O melhor exemplo de tributo não vinculado são todos os impostos. Valem aqui ponderações feitas por Robinson Sakiyama: “Os fatos geradores próprios dos impostos são as situações de ser proprietário de algo (ITR, IPTU, IPVA), transferir um bem (ITCMD, ITBI), prestar serviços ou fazer circular mercadorias (ISS, ICMS) etc., ou seja, todas as situações que não se referem a uma atividade estatal específica voltada ao contribuinte. Por esta razão, muitos autores se referem aos impostos como tributos não vinculados.” A FGV no concurso para Fiscal de Rendas/RJ/2009 considerou correta: “Os impostos são tributos não vinculados a quaisquer atividades estatais relacionadas ao contribuinte, sendo vedada a vinculação de suas receitas a órgãos, fundos ou despesas, salvo exceções constitucionalmente previstas”. Já o empréstimo compulsório pode ser um tributo vinculado ou um tributo não-vinculado, dependendo da natureza do fato gerador especificado na lei complementar que criar este tributo. Ou seja, não há como classificar o empréstimo compulsório antes da sua criação, uma vez que o fato gerador é apenas juridicamente conhecido com a sua instituição por lei complementar. Ademais, apesar da polêmica, a doutrina majoritária entende que as contribuições sociais são tributos não vinculados, devendo obedecer ao princípio da solidariedade social, uma vez que não implicam uma atuação do Estado específica e individualizada em relação ao contribuinte. Responda as seguintes questões e veja se você realmente CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDONILO 23 www.pontodosconcursos.com.br aprendeu o assunto: (FCC/Procurador/2005-adaptada) Considere as seguintes características: I. O fato gerador independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. II. A materialidade do seu fato gerador consiste na atuação estatal diretamente referida ao contribuinte, em forma de contraprestação de serviço. III. A materialidade do fato gerador é a atuação do Estado em forma de obras públicas que decorra valorização imobiliária. No que tange aos tributos, I, II e III referem-se, seqüencialmente, a (A) tributo vinculado (taxa), tributo não-vinculado (imposto) e contribuição de melhoria. (B) tributo vinculado (imposto), contribuição de melhoria e tributo não-vinculado (taxa). (C) contribuição de melhoria, tributo vinculado (taxa) e tributo não-vinculado (imposto). (D) tributo não-vinculado (imposto), tributo vinculado (taxa) e contribuição de melhoria. (E) tributo não-vinculado (taxa), contribuição de melhoria, e tributo vinculado (imposto). A resposta correta é a letra “d”. Imposto (tributo não- vinculado), taxa (tributo vinculado) e contribuição de melhoria (tributo vinculado). (UFRS/ICMS/RS/2006) Assinale a alternativa correspondente àquela espécie de exações, classificável, pela sua hipótese de incidência, como tributos vinculados a atividades realizadas pelo poder público. (A) impostos diretos. (B) taxas. (C) empréstimos compulsórios. (D) impostos indiretos. (E) contribuições de intervenção no domínio econômico. A resposta correta é a letra “b”, eis que a taxa é um tributo vinculado a atividade realizada pelo poder público. Vamos trabalhar com a classificação de tributos direitos e indiretos ainda nesta aula. 4. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO DESTINO DA ARRECADAÇÃO CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 24 www.pontodosconcursos.com.br Esta classificação separa os tributos em tributos de arrecadação vinculada e não-vinculada. Tributo de arrecadação vinculada é aquele que os recursos arrecadados devem ser utilizados com despesas legais previamente determinadas. Por exemplo, o empréstimo compulsório, pois a CF/88 dispõe que a aplicação dos recursos provenientes deste tributo será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Tributo de arrecadação não-vinculada é aquele que os recursos podem ser aplicados sem vinculação a despesa previamente destinada. Como exemplo, a doutrina cita os impostos, uma vez que, em princípio, as suas receitas não podem ser vinculadas a órgãos, fundos ou despesas, salvo as exceções previstas no inciso IV e §4°, do art. 167, da CF/88. Destacamos que em virtude do dispositivo do art. 167, IV, da CF/88, o STF recentemente entendeu inconstitucional a isenção de IPVA concedida pelo Distrito Federal para aqueles empresários que patrocinem o esporte. Isso porque a isenção representaria vincular a receita do IPVA à atividade de patrocínio do esporte. Entretanto, é relevante prestar atenção em relação às exceções previstas nesta regra constitucional (art. 167, IV, da CF/88). Em outras palavras, os recursos arrecadados com os impostos também podem ser utilizados com despesas previamente determinadas. Vejamos as exceções à arrecadação não-vinculada dos impostos que estão previstas no art. 167, inc. IV, da CF/88: • Recursos destinados para as ações e serviços públicos de saúde; • Recursos destinados para a manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental (FUNDEF); • Recursos destinados às atividades da administração tributária; • Recursos destinados à prestação de garantia às operações de crédito por antecipação da receita (ARO); • Recursos destinados à prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. O CESPE no concurso de Juiz Federal/TRF1/2010 cobrou a seguinte questão: Considerando que o governo de determinado estado da Federação, após a arrecadação de impostos, tenha criado um fundo CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 25 www.pontodosconcursos.com.br para que essa receita seja destinada à manutenção do ensino fundamental, assinale a opção correta: (a) A CF autoriza a União a fazer a vinculação em questão, mas não os estados; (b) O estado pode criar fundo com a referida vinculação de receita de imposto, bem como de receita proveniente de taxa; (c) A vedação de vincular receita de imposto a fundo ou órgão tem exceção apenas quanto à prestação de garantias às operações de crédito por antecipação; (d) O estado poderia criar essa vinculação à despesa para custear serviços públicos de segurança pública. A resposta é letra “b”. Por sua vez, destacamos que em relação às taxas não há previsão constitucional explícita de destinação específica para o produto de sua arrecadação, salvo na única hipótese das custas e emolumentos (espécie de taxa judiciária). Neste caso, a CF prescreve que serão destinadas apenas ao custeio dos serviços afetos às atividades da Justiça (art. 98, §2°). Neste contexto, o STF entende que é inconstitucional a lei que vincular a arrecadação de taxas a pessoas jurídicas de direito privado (ADI 1.145). Contudo, o STF compreende como constitucional a arrecadação vinculada de taxas a instituições públicas, ao próprio Poder Judiciário e a fundos públicos, desde que tenham relação direta ou indireta com a atividade relacionada ao fato gerador da exação. Assim, o STF afirma que “nada pode justificar seja o produto de sua arrecadação afetado ao custeio de serviços públicos diversos daqueles a cuja remuneração tais valores se destinam especificamente” (ADI 2.040, ADI 1.378). Portanto, o STF já julgou como constitucional: • Lei estadual que destina à seção regional da OAB parcela das custas processuais (ADI 1.707); • Lei estadual que destina parcela da arrecadação de taxa de polícia sobre as atividades notariais e de registro a um fundo da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (ADI 3.643); • Lei estadual que vincula a arrecadação de taxa cobrada sobre serviços notariais e de registros para financiar um CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 26 www.pontodosconcursos.com.br Fundo de Reaparelhamento do Ministério Público estadual (ADI 3028). Vamos para as questões: (PGDF/2007) “É inconstitucional lei estadual que cria taxa destinando a arrecadação de seu produto aos serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público”. É falsa a alternativa, pois o STF entende que é constitucional. (FUNDATEC/Assessor em Finanças/UERS/2005) Em relação ao IPVA – Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores, levando em conta o conceito legal de imposto, está correto afirmar que este tributo A) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à implementação de rodovias, hidrovias e ferrovias. B) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à conservação de rodovias, hidrovias e ferrovias. C) se destina exclusivamente ao atendimento das despesas relativas à implementação e conservação de rodovias, hidrovias e ferrovias. D) não pode ter outra finalidade que não aquelas relacionadas com as atividades estatais de transporte, educação e saúde. E) independe de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, ou seja, não se vincula a qualquer despesa em particular. A resposta é a letra “e”. Mas perceba que o examinador confunde as classificações quanto à natureza da hipótese de incidência ou fato gerador e quanto ao destino da arrecadação. O mais certo seria a seguinte resposta: Em relação ao IPVA está correto afirmar que este tributo independe de qualquer atividade estatal específica,relativa ao contribuinte, bem como (ou “e também”) não se vincula a qualquer despesa em particular. 5. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À BASE ECONÔMICA DE INCIDÊNCIA Esta classificação é baseada no CTN, dividindo os impostos em CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 27 www.pontodosconcursos.com.br (i) impostos sobre o comércio exterior, (ii) impostos sobre o patrimônio e a renda, (iii) impostos sobre produção e a circulação e (iv) impostos especiais. Os impostos sobre o comércio exterior incidem sobre operação de importação ou exportação. São eles: imposto sobre importação de produtos estrangeiros (II) e o imposto sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE). Os impostos sobre o patrimônio e a renda incidem sobre a propriedade de bens móveis, bens imóveis e sobre a renda. São eles: imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR), imposto sobre propriedade territorial rural (ITR), imposto sobre grandes fortunas (IGF), impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD), imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA), impostos sobre transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI) e o imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU). Os impostos sobre produção e a circulação incidem sobre a circulação de bens ou valores e sobre a produção dos bens. São eles: imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), impostos sobre operações relativas à circulação de mercadorias (ICMS) e imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS). Por fim, o imposto especial é o imposto extraordinário de guerra (IEG) estabelecido art. 154, II, da CF/88, dispondo que a União poderá na iminência ou no caso de guerra externa, instituir impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA DE PERCEPÇÃO: TRIBUTO DIRETO E TRIBUTO INDIRETO O tributo direto é aquele em que o próprio contribuinte arca com ônus financeiro do tributo. Ou seja, o contribuinte fixado pela lei não repassa o ônus tributário para terceiro. São exemplos de tributo direto: IRPF, IRPJ, ITR, IPTU, IPVA, dentre outros. O tributo indireto é aquele em que contribuinte eleito pela lei CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 28 www.pontodosconcursos.com.br (contribuinte de direito ou de jure) repassa o ônus financeiro do tributo para terceiro (contribuinte de fato ou de facto). Chama-se repercussão do ônus financeiro esta transferência do encargo tributário do contribuinte de direito para o contribuinte de fato. A doutrina afirma igualmente que os tributos indiretos incidem sobre o consumo, as vendas e a produção. É o que acontece no IPI e no ICMS, pois ocorre a transferência do ônus tributário para o adquirente final do bem (contribuinte de fato), isto é, que realmente paga o tributo é o consumidor final. Assim, aos tributos indiretos, aplica-se o art. 166 do CTN: “A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la”. No 22° Concurso para Procurador da República/MPF foi cobrado a seguinte questão: Ante o art. 166, do CTN, indique o tributo que, por sua natureza, acarreta a transferência do respectivo encargo financeiro: (a) Imposto sobre operações financeiras se o contribuinte, numa importação de bens, faz inclusão destes no seu ativo; (b) As taxas, quando sob o enfoque econômico, repercutem e possam vir a integrar os custos fixos das empresas; (c) Contribuição previdenciária; (d) Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e prestação de serviços. A resposta é letra “d”. Ademais, destacamos que o ISS é espécie tributária que admite a sua dicotomização como tributo direto ou indireto a depender do caso concreto. Isto é, o ISS pode ser classificado como tributo direto ou indireto conforme as circunstâncias fáticas de cada caso. Neste sentido, o STJ, por exemplo, compreendeu que o pedido de restituição de valores indevidamente recolhidos “a título de ISS incidente sobre a locação de bens móveis (cilindros, máquinas e equipamentos utilizados para acondicionamento dos gases vendidos), hipótese em que o tributo assume natureza indireta, reclama da parte autora a prova da não repercussão, ou, na hipótese de ter a mesma transferido o encargo a terceiro, de estar autorizada por este a recebê-los”. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 29 www.pontodosconcursos.com.br Realçamos que o Plenário do STF já reconheceu a inconstitucionalidade do ISS sobre locação de bem móvel (súmula vinculante 31), sendo inexigível, portanto, tal tributação. Deste modo, segundo o STJ, o ISS incidente sobre a locação de bens móveis assume natureza de imposto indireto, uma vez que a empresa (contribuinte de direito) repassa ao locador da mercadoria (contribuinte de fato). Nesse rumo, a empresa deve provar que assumiu o impacto financeiro decorrente do pagamento indevido ou que está autorizada a demandar em nome do locador. Em outras palavras, a comprovação da inexistência de repasse do imposto devido em cada operação ou a autorização para a demanda do locador é imprescindível para a restituição do ISS. Em resumo, o ISS é tributo que pode ser classificado como indireto e, por conseguinte, aplica-se o art. 166 nesta hipótese. Vejamos também a seguinte questão: (Procurador/RS/97) São impostos indiretos: a) sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos industrializados (IPI). b) sobre produtos industrializados (IPI) e sobre operações financeiras (IOF). c) sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) e sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS). d) sobre a propriedade territorial rural (ITR) e sobre a produtos industrializados (IPI). e) sobre a circulação de mercadorias (ICMS) e sobre produtos industrializados (IPI). A resposta correta é a letra “e”, que se refere ao ICMS e ao IPI. 7. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS ASPECTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA: TRIBUTOS REAIS E TRIBUTOS PESSOAIS Os tributos reais incidem sobre a coisa (res), o bem ou a operação realizada, desconsiderando as características pessoais do contribuinte. São exemplos: o ITR, o IPTU, o ITCMD, o ITBI, IOF, entre outros. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 30 www.pontodosconcursos.com.br Os tributos pessoais consideram e valorizam as características pessoais do contribuinte, de acordo com o postulado da pessoalidade estabelecido no art. 145, §1º, da CF. Por exemplo, o IR. 8. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FINALIDADE OU FUNÇÃO DOS TRIBUTOS: TRIBUTOS FISCAIS, TRIBUTOS EXTRAFISCAIS E TRIBUTOS PARAFISCAIS O tributo fiscal tem como objetivo exclusivo a arrecadação de recursos financeiros para o Estado. São exemplos: o IR, o IPVA e o IPTU. O tributo extrafiscal tem como função principal a interferência no domínio econômico, buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadação de recursos financeiros, podendo ter como função o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos da economia. Em outras palavras, a extrafiscalidade dos tributos influi sobre a conjuntura econômicado Estado. São exemplos: o II, o IE, o IPI, o IOF e a CIDE. A FGV no concurso para Juiz de Direito/PA/2009 cobrou a seguinte questão: “O Estado Moderno é caracterizado pelas finanças funcionais, ou seja, pela atividade financeira do Estado orientada no sentido de influir sobre a conjuntura econômica. Prova desse fato é: (a) o mix tributário diversificado dos Estados; (b) a criação de multas elevadas no âmbito fiscal; (c) a extrafiscalidade marcante de alguns tributos; (d) o tabelamento de preços, em situações de crise; (e) a despersonalização dos impostos”. A resposta é a letra “c”. O tributo parafiscal é aquele arrecadado e fiscalizado por terceira pessoa, dotada de autonomia administrativa e financeira, diferente do ente federativo competente para instituir o tributo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), buscando uma finalidade ou interesse público e esta terceira pessoa passa a dispor da receita compulsória para atingir os seus objetivos. São exemplos as contribuições arrecadadas e fiscalizadas pelo SESC, SENAI, SENAC, Conselhos Regionais de Medicina (CRM), Conselhos Regionais de Odontologia etc. Vamos para as questões: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 31 www.pontodosconcursos.com.br 1. (ESAF/MPC/TCE/GO/2007) Em relação aos tributos e suas espécies, assinale a opção correta. a) O fato gerador de um tributo não pode decorrer de circunstância ilícita. b) Para determinação da natureza jurídica do tributo, é essencial a destinação legal do produto da arrecadação. c) Excepcionalmente é admitido no direito brasileiro o tributo in labore nas contribuições de melhoria quando a obra pública for realizada pelo próprio sujeito passivo tributário. d) O tributo denominado taxa, quando cobrado em razão de serviço público específico e divisível, pode receber a denominação de tarifa pública. e) O tributo tem função extrafiscal quando seu objetivo principal é a interferência no domínio econômico, não se limitando apenas à simples arrecadação de recursos financeiros. Na primeira questão a resposta correta é a letra “e”. A letra “a” é falsa, pois o fato gerador (in concreto) de um tributo pode decorrer de circunstância ilícita. Lembra do exemplo do início da aula? A tributação sobre atividades criminosas. A letra “b” também é falsa, uma vez que para determinação da natureza jurídica do tributo não é essencial a destinação legal do produto da arrecadação. A letra “c” é falsa, pois não é admitido no direito brasileiro o tributo in labore. A letra “d” é falsa, eis que a taxa (espécie de tributo) não se confunde com a tarifa ou preço público. 2. (ESAF/AFTE/MS/2001) As receitas compulsórias, cuja arrecadação e utilização são conferidas, pelo Poder Público competente, a uma entidade paraestatal dotada de autonomia administrativa e financeira, são chamadas: a) Acessórias. b) Complementares. c) Extraordinárias. d) Extrafiscais. e) Parafiscais. A segunda questão se enquadra perfeitamente no conceito de tributos (receitas compulsórias) parafiscais (letra “e”). 3. (FCC/Procurador/2008) Considere: I. Tributos que resultam de uma imposição estatal visando à restrição ou ao desenvolvimento de CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 32 www.pontodosconcursos.com.br determinadas atividades ou setores específicos, de acordo com determinada linha política de ação, a exemplo de uma tributação maior sobre bens supérfluos e menor para bens necessários. II. Tributos que decorrem da atribuição, pela lei, da capacidade de serem sujeito ativo desses tributos – que arrecadam em benefício de suas próprias finalidades − pessoas diversas da União, Estados e Municípios. Esses tributos são conhecidos, respectivamente, como (A) contribuições e extrafiscais. (B) parafiscais e especiais. (C))extrafiscais e parafiscais. (D) especiais e extraordinários. (E) fiscais e empréstimos compulsórios. A terceira questão a resposta é a letra “c”. 4. (ESAF/APO/União/2010) A extrafiscalidade é característica que possuem alguns tributos de permitirem, além da pura e simples forma de ingresso de receitas nos cofres públicos, também de intervirem na economia, incentivando ou não determinada atividade ou conduta do contribuinte. Assinale, entre os tributos listados abaixo, aquele que não possui caráter extrafiscal. a) Imposto sobre produtos industrializados. b) Imposto sobre importação. c) Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis. d) Imposto sobre produtos industrializados. e) Taxa de iluminação pública. A questão cobra os tributos que são considerados extrafiscais, segundo a doutrina majoritária. O tributo fiscal tem como objetivo exclusivo a arrecadação de recursos financeiros para o Estado. São exemplos: o IR, o IPVA e o IPTU. Já o tributo extrafiscal tem como função principal a interferência no domínio econômico, monetário e fiscal do País, buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadação de recursos financeiros, podendo ter como função o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos da economia. São exemplos: o II, o IE, o IPI, o IOF e a CIDE. Por exemplo, o CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 33 www.pontodosconcursos.com.br Presidente da República quer intervir no comércio exterior, incentivando as exportações e, por conseguinte, diminui a alíquota do imposto de exportação (II) ou quer desestimular a produção de determinado produto industrial e aumenta a alíquota do IPI. Assim, são considerados de caráter fiscal os tributos enunciados nas letras “A”, “B”, “C” e “D” (Imposto sobre produtos industrializados, Imposto sobre importação e Contribuição de intervenção no domínio econômico sobre combustíveis). Logo, deve ser marcada a letra “E”, inclusive a taxa de iluminação pública é considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (súmula 670). 5. (ESAF/ATRFB/2010) “A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados − IPI para geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 31, foi prorrogada por mais três meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma nova tabela cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com base na eficiência energética dos produtos, de acordo com a classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro. O anúncio foi feito nesta quinta- feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. “Nós estamos desonerando mais os produtos que consomem menos energia”, explicou. A medida vale até 31 de janeiro de 2010. Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alíquota de 15%, e recuou para 5%, poderão manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para os produtos da chamada classe “A”, ou seja, com menor consumo de energia. As geladeiras da classe “B” passarão a ter uma alíquota de 10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%.” (Extraído do site www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009). Na notícia acima, identificamos um importante aspecto do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem, aquela que explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que a notícia mencionada destacou. a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de essencialidade. b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da capacidade tributária, pois estabelece alíquotas diferenciadas para as diversas categorias de geladeiras existentes no mercado. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 34 www.pontodosconcursos.com.br c) O IPIconstitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alíquotas. d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que as incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia econômica de um produto impliquem um ônus tributário muito elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base econômica. e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alíquotas diferenciadas, estimular-se determinado comportamento por parte da indústria e, consequentemente, dos consumidores. Letra (A). O IPI será seletivo, em função da essencialidade do produto (art. 153, §3°, I, CF). Contudo, a notícia não traz exemplo de seletividade, até porque explicitamente enuncia que a alíquota reduzida de 5% abrange somente os produtos da chamada classe ‘A’. Logo, incorreta. Letra (B). A notícia não demonstra a aplicabilidade do princípio da capacidade tributária (art. 145, §1°), pois examina situação em que a tributação sobre produtos das classes mais pobres possuem carga tributária maior. Logo, incorreta. Letra (C). O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode baixar ou restabelecer as suas alíquotas. Contudo, esta flexibilidade não justifica a notícia. Portanto, incorreta. Letra (D). A não-cumulatividade é característica obrigatória do IPI. Todavia, a notícia não diz respeito a não-cumulatividade. Logo, incorreta. Letra (E). A extrafiscalidade tributária interfere diretamente no domínio econômico, buscando um efeito diverso da exclusiva arrecadação de recursos financeiros, podendo ter como função o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos da economia. Desta forma, a extrafiscalidade explica e justifica a notícia, pois o ministro da Fazenda Guido Mantega afirma literalmente que pretende desonerar mais os produtos que consomem menos energia, aumentando, por conseguinte, o consumo destes bens ou produtos. Portanto, correta. 9. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ALÍQUOTA DO TRIBUTO OU FORMA DE QUANTIFICAÇÃO: TRIBUTOS FIXOS, TRIBUTOS CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 35 www.pontodosconcursos.com.br PROPORCIONAIS, TRIBUTOS PROGRESSIVOS E TRIBUTOS REGRESSIVOS De início, registramos a lição de Paulo de Barros Carvalho de que as alíquotas no direito tributário podem assumir duas feições, a saber: “(a) um valor monetário fixo, ou variável em função de escalas progressivas da base de cálculo (p. ex.: $ 1,20 por metro linear, até 100 metros; $2,40 por metro linear, de 100 a 300 metros, e assim por diante); ou (b) uma fração, percentual ou não, da base de cálculo (que neste caso será representada por quantia monetária). Aparecendo em forma de fração, a alíquota pode ser invariável (p. ex.: 1/25 da base de cálculo, seja qual for seu valor monetário) progressiva (aumenta a base de cálculo, aumenta proporção) ou regressiva (aumenta a base de cálculo, diminui a proporção)”. Nessa medida, observamos que os tributos fixos já são de antemão quantificados pelo legislador. A lei estabelece os valores fixos e determinados a serem pagos em cada caso concreto. Com efeito, os tributos proporcionais são aqueles em que o montante a ser pago é estabelecido pela alíquota em percentual constante sobre a base de cálculo. Por exemplo, a cobrança de ISS com uma alíquota de 10% sobre o valor do serviço (base de cálculo). O valor do serviço pode variar, mas a alíquota é sempre a mesma. Já nos tributos progressivos, a alíquota cresce à medida que aumenta a respectiva base de cálculo. Neste caso, pode ocorrer a denominada progressividade fiscal, que diz respeito, por exemplo, ao imposto de renda (IR) que deve ser informado pelo critério da progressividade. Vejamos a tabela progressiva para o cálculo anual do IRPF a partir do exercício de 2011, ano-calendário de 2010. Base de cálculo anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ Até 17.989,80 - De 17.989,81 até 26.961,00 7,5 1.349,24 De 26.961,01 até 35.948,40 15,0 3.371,31 De 35.948,41 até 44.918,28 22,5 6.067,44 CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 36 www.pontodosconcursos.com.br Acima de 44.918,28 27,5 8.313,35 A progressividade fiscal também pode ocorrer com o IPTU, pois este pode ser progressivo em razão do valor do imóvel, a partir da Emenda Constitucional n. 29/2000 (Súmula 668 do STF). Ressaltamos que a progressividade também pode ser extrafiscal, aumentando-se a alíquota não pelo crescimento da base de cálculo, mas para desestimular determinados procedimentos realizados pelo contribuinte. É o caso do ITR que deve ser progressivo e suas alíquotas devem ser fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (art. 153, §4º, I, da CF/88). É a hipótese também da progressividade extrafiscal do IPTU no caso de não aproveitamento do solo urbano pelo seu proprietário ou em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana, que é disciplinado no art. 182, §4º, inc. I, II e III, da CF/88, no Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2001) e também na lei do plano diretor de cada Município. A FGV no concurso para Procurador de Contas/RJ/2008 considerou falso o seguinte item: “Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a progressividade do IPTU em razão do descumprimento da função social da propriedade urbana é inconstitucional”. Por fim, no tributo regressivo, a alíquota deve decrescer à medida que aumente a base de cálculo. 1. (ESAF/TTN/1997) A Constituição Federal permite a aplicação de alíquotas progressivas para a cobrança dos seguintes impostos: a) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Propriedade Territorial Rural; Propriedade Predial e Territorial Urbana. b) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Produtos Industrializados; Propriedade Predial e Territorial Urbana. c) Produtos Industrializados; Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); Propriedade de Veículos Automotores. d) Propriedade Predial e Territorial Urbana; Propriedade Territorial Rural; ICMS. e) Renda e Proventos de Qualquer Natureza; Produtos Industrializados; ICMS. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 37 www.pontodosconcursos.com.br A resposta correta é a letra “a”. 10. CLASSIFICAÇÃO SIMPLES DA RECEITA PÚBLICA: RECEITA ORIGINÁRIA E RECEITA DERIVADA As receitas originárias são decorrentes de obrigações convencionais ou voluntárias (obrigação ex voluntate) estabelecidas entre o Poder Público e os administrados, sem qualquer ato de coerção (utilização do poder de império) por parte do Estado. São exemplos de receitas originárias o preço público ou a tarifa. As receitas derivadas são todas aquelas decorrentes de obrigações legais impostas pelo Estado (obrigação ex lege). Isto é, a receita derivada é decorrente de uma obrigação legal, caracterizada pelo poder de império do Estado, utilizando-se da coercibilidade. São exemplos: tributos em geral (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e as contribuições especiais ou parafiscais), penalidades pecuniárias, multas administrativas, dentre outros. A FCC no concurso para o SEFAZ/SP/2010 cobrou a seguinte questão: “Classificam-se como receita originária e derivada, respectivamente: (a) multa e imposto; (c) taxa e contribuição social; (c) contribuição de melhoria e multa; (d) imposto e tarifa; (e) tarifa e taxa”. A resposta é letra “e”. Este assunto foi cobrado na prova de direito tributário também em outros recentes concursos.
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