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aula10 controleadministrativo Concurso de Analista do Comércio Exterior

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Comércio Internacional p/ ACE 
Teoria e Questões 
Prof. Ricardo Vale – Aula 10 
 
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AULA 10: CONTROLE ADMINISTRATIVO 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1- Palavras Iniciais 1 
2- Controle Administrativo 2 - 45 
3- Lista de Questões e Gabarito 46 – 54 
 
Olá, amigos, tudo bem? 
É sempre uma enorme satisfação encontrá-los por aqui! 
Na aula anterior, nós tivemos a oportunidade de entender, em linhas 
gerais, a sistemática do comércio exterior brasileiro. Falamos sobre os diversos 
órgãos intervenientes, detalhando suas competências. 
Vocês devem estar lembrados que eu disse que existem três 
controles no comércio exterior brasileiro, não é mesmo? São eles o controle 
administrativo, o controle aduaneiro e o controle cambial, cada um deles 
sob a responsabilidade de um órgão. Destaque-se que o controle aduaneiro e o 
controle cambial não foram objeto do edital ACE-2012. 
Na aula de hoje, falaremos detalhadamente sobre o controle 
administrativo, de responsabilidade da SECEX. Logo, é uma aula de grande 
importância para a prova de ACE, pois a maioria de vocês, após aprovados, irá 
exercer suas atividades nessa Secretaria. 
Todos prontos para seguir em frente? Então vamos lá! 
Um abraço a todos, 
Ricardo Vale 
ricardovale@estrategiaconcursos.com.br 
http://twitter.com/#!/RicardoVale01 
http://www.facebook.com/rvale01 
“O segredo do sucesso é a constância no objetivo!” 
____________________x___________________ 
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Teoria e Questões 
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1-CONTROLE ADMINISTRATIVO 
1.1- Introdução: 
As operações de comércio exterior no Brasil estão submetidas a três 
espécies de controles, cada um deles de competência de um órgão diferente. 
São eles o controle administrativo, o controle aduaneiro e o controle 
cambial. 
Os órgãos responsáveis por exercer o controle administrativo, 
aduaneiro e cambial são, respectivamente, a SECEX (Secretaria de Comércio 
Exterior), a SRFB (Secretaria da Receita Federal do Brasil) e o BACEN (Banco 
Central). Juntos, estes três órgãos formam o que podemos chamar de tripé da 
gestão governamental no comércio exterior. 
Mas o que seria mais especificamente o controle administrativo? 
O comércio exterior é atividade estratégica para um país, possuindo 
implicações no campo das diversas políticas governamentais. Com efeito, a 
política de comércio exterior levada a cabo pelo governo repercute seus efeitos 
sobre as políticas econômica, industrial, sanitária e agrícola do país. Nesse 
sentido, a realização de uma importação ou exportação fica sujeita ao 
cumprimento de regulamentações administrativas e exigências legais 
formuladas pelos diversos órgãos governamentais em suas áreas de 
competência. 
Assim, a importação de medicamentos ou equipamentos médico-
hospitalares fica sujeita à anuência prévia da ANVISA. Já a importação de 
animais vivos, depende da autorização do MAPA. Por sua vez, a importação de 
bens usados depende da anuência do DECEX. 
Tudo isso faz parte do controle administrativo do comércio exterior, 
que podemos definir como o conjunto de procedimentos realizados ante 
uma operação de comércio exterior tendentes a verificar o 
cumprimento de normas e exigências legais internas com a finalidade de 
tutelar bens jurídicos importantes para o Estado, tais como a segurança 
nacional, a proteção à indústria nacional, a proteção ao consumidor e a saúde 
de pessoas, plantas e animais. 
No Brasil, conforme já afirmamos, o controle administrativo é de 
responsabilidade da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC (SECEX), que o 
realiza em conjunto com diversos outros órgãos da administração pública 
federal, cada um dentro de sua esfera de competências. 
Para fins de concurso, não nos interessa aqui saber cada detalhe do 
controle administrativo, já que isso seria praticamente impossível. Imagine só 
você decorando normas da ANVISA ou do INMETRO! Com certeza não 
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chegaremos a esse nível de detalhamento. O normativo legal que nos interessa 
de verdade para fins de estudo do controle administrativo é a Portaria SECEX 
nº 23/2011, que regula os aspectos administrativos das operações de 
importação e exportação. 
O primeiro passo para que uma empresa possa operar no comércio 
exterior é proceder à sua habilitação no SISCOMEX, atividade esta que é 
desencadeada junto à RFB. Assim, para que uma empresa possa efetuar uma 
importação ou exportação, ela deverá providenciar a sua habilitação ao 
SISCOMEX, bem como o credenciamento de seus representantes para a prática 
de atividades relacionadas ao controle aduaneiro e administrativo. 
Os procedimentos de habilitação das empresas para a utilização do 
SISCOMEX é feito em conformidade com a IN SRF nº 650/2006, também 
aplicável aos órgãos da administração pública direta, autarquias, fundações 
públicas, órgãos públicos autônomos, organismos internacionais e outras 
instituições extraterritoriais e às pessoas físicas. 
Segundo a referida Instrução Normativa, há 4 (quatro) modalidades 
de habilitação, aplicáveis segundo o tipo e a atuação do interessado. As 
modalidades de habilitação são: ordinária, simplificada, especial e restrita: 
Art. 2º O procedimento de habilitação de pessoa física e do 
responsável por pessoa jurídica, para a prática de atos no Siscomex 
será executada mediante requerimento do interessado, para uma das 
seguintes modalidades: 
I - ordinária, para pessoa jurídica que atue habitualmente no 
comércio exterior. 
II - simplificada, para: 
a) pessoa física, inclusive a qualificada como produtor rural, artesão, 
artista ou assemelhado; 
b) pessoa jurídica: 
1. (Revogado) 
2. constituída sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, 
com ações negociadas em bolsa de valores ou no mercado de balcão, 
classificada no código de natureza jurídica 204-6 da tabela do Anexo V 
à Instrução Normativa RFB nº 568, de 8 de setembro 2005, bem como 
suas subsidiárias integrais; 
3. autorizada a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul), 
nos termos da Instrução Normativa SRF nº 476, de 13 de dezembro 
2004; 
4. que atue exclusivamente como encomendante, nos termos do art. 
11, da Lei nº 11.281, de 20 de fevereiro de 2006; 
5. para importação de bens destinados à incorporação ao seu ativo 
permanente; e 
6. que atue no comércio exterior em valor de pequena monta; 
c) empresa pública ou sociedade de economia mista, classificada, 
respectivamente, nos códigos de natureza jurídica 201-1 e 203-8 da 
tabela do Anexo V à Instrução Normativa RFB nº 568, de 2005; e 
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d) entidade sem fins lucrativos, classificada nos códigos de natureza 
jurídica 303-4 a 399-9 da tabela do Anexo V à Instrução Normativa 
RFB nº 568, de 2005; 
III - especial, para órgão da administração pública direta, autarquia e 
fundação pública, órgão público autônomo, organismo internacional e 
outras instituições extraterritoriais, classificados nos códigos de 
natureza jurídica 101-5 a 118-0, e 500-2 da tabela do Anexo V à 
Instrução Normativa RFB nº 568, de 2005; e 
IV - restrita, para pessoa física ou jurídica que tenha operado 
anteriormente no comércio exterior,exclusivamente para a realização 
de consulta ou retificação de declaração. 
Percebam, meus amigos, que as entidades que se submetem à 
habilitação simplificada e especial são aquelas que são 
presumidamente idôneas ou que não operam habitualmente no 
comércio exterior. Destas, a quantidade de documentos exigidos é menor se 
comparados aos documentos que se exigem das empresas que se submetem à 
habilitação ordinária. 
Chamo sua atenção para o fato de que as pessoas jurídicas que 
atuem no comércio exterior em valor de pequena monta devem se 
submeter ao procedimento de habilitação simplificada. Considera-se 
valor de pequena monta a realização de operações de comércio com cobertura 
cambial, em cada período consecutivo de 6 meses, até um limite de US$ 
300.000,00 para exportações e US$ 150.000,00 para importações. 
Quando uma pessoa jurídica movimentar valores superiores a esses, ela 
deverá, em regra, se submeter à habilitação ordinária. 
A avaliação fiscal prévia à habilitação tem como objetivo aferir a 
capacidade operacional da pessoa jurídica, verificar a capacidade empresarial e 
econômica dos sócios e, ainda, avaliar a capacidade financeira da empresa 
para realizar as transações internacionais pretendidas. Feita a habilitação no 
SISCOMEX e credenciados os seus representantes, a empresa poderá realizar a 
primeira operação de comércio exterior, que tanto pode ser uma importação 
quanto uma exportação. 
No momento em que a empresa realiza sua primeira operação de 
comércio exterior, seja ela uma importação ou exportação, seu nome passa a 
constar de um banco de dados chamado Registro de Exportadores e 
Importadores (REI). 
O Registro de Exportadores e Importadores (REI) é um grande banco 
de dados mantido pela SECEX, no qual estão relacionados todos os 
importadores e exportadores brasileiros. 
Segundo a Portaria SECEX nº 23/2011, a inscrição no REI é 
automática, sendo realizada no ato da primeira operação de 
exportação ou importação em qualquer ponto conectado ao SISCOMEX. 
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Assim, não existem formalidades para a inscrição de uma empresa no REI, 
bastando que esta realize uma operação de comércio exterior. Segundo o art. 
8º, § 1º, da Portaria SECEX nº 23/2011, os exportadores e importadores já 
inscritos no REI terão a inscrição mantida, não sendo necessária qualquer 
providência adicional. Em outras palavras, se foi feita uma operação de 
comércio exterior, o importador ou exportador é automaticamente inscrito no 
REI e aí o seu nome será mantido lá. Cabe destacar, todavia, que para que 
uma empresa possa operar no comércio exterior, ela deve ser 
habilitada no SISCOMEX pela Receita Federal do Brasil (RFB), o que 
depende de processo administrativo prévio, sobre o qual já tecemos alguns 
comentários. 
Como regra geral, para que uma operação de comércio exterior seja 
realizada, a empresa deve estar cadastrada no REI. Há, todavia, uma exceção, 
que são as exportações via remessa postal, com ou sem expectativa de 
recebimento, realizadas por pessoa física e jurídica até o limite de US$ 
50.000,00 ou equivalente em outra moeda. Vejamos o art. 9º da Portaria 
SECEX nº 23/2011: 
Art. 9º. Ficam dispensadas da obrigatoriedade de inscrição 
do exportador no REI as exportações via remessa postal, 
com ou sem expectativa de recebimento, exceto donativos, 
realizadas por pessoa física ou jurídica até o limite de US$ 
50.000,00 (cinquenta mil dólares dos Estados Unidos) ou o 
equivalente em outra moeda, exceto quando se tratar de: 
I – produto com exportação proibida ou suspensa; 
II – exportação com margem não sacada de câmbio; 
III – exportação vinculada a regimes aduaneiros especiais e 
atípicos; e 
IV – exportação sujeita a registro de operações de crédito. 
Segundo o art.10 da Portaria SECEX nº 23/2011, a inscrição no REI 
poderá ser suspensa ou cancelada nos casos de punição em decisão 
administrativa final, aplicada em conformidade com as normas e 
procedimentos definidos na legislação específica. 
Cabe destacar que a Portaria SECEX nº 23/2011 retirou a 
previsão de que a inscrição no REI pudesse ser negada. Isso ocorreu por 
uma questão de lógica. Ora, se a inscrição no REI é automática, não há que se 
falar em negativa da SECEX. O que pode ocorrer é tão somente a suspensão 
ou o cancelamento da inscrição no REI. 
Uma questão importante é saber se as pessoas físicas podem atuar 
no comércio exterior, seja em operações de importação ou exportação. Sobre 
o assunto, vale destacar, em primeiro lugar, que a inscrição no REI poderá ser 
concedida tanto a pessoas físicas quanto a pessoas jurídicas. 
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Quanto à importação, segundo o art. 11 da Portaria SECEX nº 
23/2011, a pessoa física somente poderá importar mercadorias em 
quantidades que não revelem prática de comércio, desde que não se 
configure habitualidade. Assim, a importação de mercadorias por pessoas 
físicas, com finalidade comercial, é proibida pela Portaria SECEX nº 23/2011. 
Quanto à exportação, o art. 183 da Portaria SECEX nº 23/2011 traz 
regra idêntica, dispondo que a pessoa física somente poderá exportar 
mercadorias em quantidades que não revelem prática de comércio e 
desde que não se configure habitualidade. No entanto, há exceções a essa 
regra! Logo, em duas situações, é possível que uma pessoa física exporte com 
finalidade comercial: 
1)- Agricultor ou pecuarista cujo imóvel rural esteja cadastrado no 
INCRA. 
2)- Artesão, artista ou assemelhado registrado como profissional 
autônomo. 
 
1.2- Controle Administrativo na Importação: 
1.2.1- Aspectos Gerais: 
Em aula anterior, nós comentamos sobre a OMC e o seu papel como 
entidade reguladora do comércio internacional, não foi? Pois bem, a OMC 
também se preocupou em regular o controle administrativo, uma vez que este 
poderia ser utilizado como uma barreira protecionista às importações. Nesse 
sentido, foi celebrado, no âmbito dessa organização internacional, o Acordo 
sobre Procedimentos para Licenciamento de Importações (APLI), no 
qual se baseia toda a legislação brasileira referente ao controle administrativo. 
Mas qual seria o objetivo desse acordo? 
O objetivo desse acordo é regulamentar de maneira mais efetiva o 
mecanismo de licenças de importação, buscando evitar que este venha a 
constituir-se em obstáculo desnecessário ou discriminação arbitrária ao 
comércio internacional. Pode-se afirmar, portanto, que as licenças de 
importação não devem ser usadas como forma de se restringir o 
comércio, mas sim de perseguir objetivos comerciais legítimos. 
As licenças de importação são utilizadas em diversas situações. Vocês 
se lembram quando falamos sobre o art. XI do GATT, que vedava a imposição 
de restrições quantitativas? 
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Restrições quantitativas nada mais são do que cotas. Segundo o art. 
XI do GATT, é proibida, como regra geral, a imposição de restrições 
quantitativas às importações. 
Mas existem exceções... 
A imposição de restrições quantitativas (cotas) é autorizada em 
situações excepcionais. A título de exemplo, se um país estiver com graves 
restrições no Balanço de Pagamentos ou, ainda, se for aplicar medidas de 
salvaguarda, ele poderá utilizaras “famosas” restrições quantitativas. 
Só lembrando, existe uma restrição quantitativa quando se proíbe a 
entrada no país de uma quantidade de bens além de um limite pré-definido. 
Mas como se administra uma restrição quantitativa? 
A administração de restrições quantitativas (cotas) ocorre por 
meio do mecanismo de licenças de importação. Acima de determinada 
quantidade de produtos que ingressarem no país, o governo não libera novas 
licenças de importação. Entendido isso? 
Outro exemplo de utilização de licenças de importação é quando se 
faz o controle sobre a entrada de produtos afetos à autorização de órgãos 
governamentais específicos. O governo pode controlar a entrada de produtos 
no país por vários motivos: segurança nacional (art. XXI do GATT), proteção 
ambiental (art. XX, alínea “g” do GATT), proteção à saúde de pessoas, plantas 
e animais (art. XX, alínea “b” do GATT), dentre outros. 
 
1.3.1- Licenciamento de Importações no Brasil: 
O tratamento administrativo dado às importações brasileiras obedece 
às regras gerais definidas pelo Acordo sobre Procedimentos para 
Licenciamento das Importações. Dessa forma, as importações brasileiras estão 
sujeitas a três tipos de tratamento administrativo: 
a) Importações dispensadas de licenciamento. 
b) Licenciamento automático 
c) Licenciamento não-automático. 
“Mas, Ricardo, o que vem a ser cada um desses tipos de tratamento 
administrativo?” 
 Calma, meu amigo! Vou explicar...  
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A maior parte das importações brasileiras está dispensada de 
licenciamento. Uma pequena parcela destas é que está sujeita aos 
procedimentos de licenciamento automático e não-automático. Como o próprio 
nome já nos indica, quando uma importação é dispensada de licenciamento, 
não há necessidade de que o importador registre uma L.I (Licença de 
Importação) no SISCOMEX. 
As hipóteses de dispensa de licenciamento estão previstas no art. 13 
da Portaria SECEX nº 23/2011. 
Art. 13. As importações brasileiras estão dispensadas de 
licenciamento, exceto nas hipóteses previstas nos arts. 14 e 15, 
devendo os importadores somente providenciar o registro da 
Declaração de Importação (DI) no SISCOMEX, com o objetivo de dar 
início aos procedimentos de Despacho Aduaneiro junto à RFB. 
§ 1º As condições descritas para as importações abaixo não acarretam 
licenciamento: 
I – sob os regimes de entrepostos aduaneiro e industrial, inclusive sob 
controle aduaneiro informatizado; 
II – sob o regime de admissão temporária, inclusive de bens 
amparados pelo Regime Aduaneiro Especial de Exportação e 
Importação de Bens Destinados às Atividades de Pesquisa e de Lavra 
das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural (REPETRO); 
III – sob os regimes aduaneiros especiais nas modalidades de loja 
franca, depósito afiançado, depósito franco e depósito especial; 
IV – com redução da alíquota de imposto de importação decorrente da 
aplicação de “ex tarifário”; 
V – mercadorias industrializadas, destinadas a consumo no recinto de 
congressos, feiras e exposições internacionais e eventos 
assemelhados, observado o contido no art. 70 da Lei nº 8.383, de 30 
de dezembro de 1991; 
VI – peças e acessórios abrangidos por contrato de garantia; 
VII – doações, exceto de bens usados; 
VIII – retorno de material remetido ao exterior para fins de testes, 
exames e/ou pesquisas, com finalidade industrial ou científica; 
IX – arrendamento mercantil financeiro (leasing), arrendamento 
mercantil operacional, arrendamento simples, aluguel ou afretamento; 
X – sob o regime de admissão temporária ou reimportação, quando 
usados, reutilizáveis e não destinados à comercialização, de 
recipientes, embalagens, envoltórios, carretéis, separadores, racks, 
clip locks, termógrafos e outros bens retornáveis com finalidade 
semelhante destes, destinados ao transporte, acondicionamento, 
preservação, manuseio ou registro de variações de temperatura de 
mercadoria importada, exportada, a importar ou a exportar; e 
XI – nacionalização de máquinas e equipamentos que tenham 
ingressado no País ao amparo do regime aduaneiro especial de 
admissão temporária para utilização econômica, aprovado pela RFB, na 
condição de novas. 
 
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“Mas o que significa dizer que uma importação está dispensada de 
licenciamento, Ricardo?” 
Simples! Significa, meus amigos, que o importador não precisa 
solicitar ao governo a concessão de uma Licença de Importação (LI), isto é, 
nesse tipo de operação não é realizado o controle administrativo. Se não há 
necessidade de controle administrativo (operação dispensada de 
licenciamento), o bem a ser importado pode ser diretamente apresentado à 
Receita Federal do Brasil. Dessa forma, “pula-se” a fase do controle 
administrativo, partindo-se diretamente para a fase do controle aduaneiro. 
E como é que funciona essa apresentação do bem a ser importado à 
Receita Federal? Simples! Para dar início ao despacho aduaneiro de 
importação, o importador deverá registrar a Declaração de Importação (DI). 
Em suma, se a importação for dispensada de licenciamento, o 
importador pode registrar diretamente a DI no SISCOMEX, 
apresentando o bem objeto da importação à Receita Federal. 
Em sentido oposto, as importações sujeitas a licenciamento 
automático e não-automático devem obter autorização por parte dos 
chamados órgãos anuentes (DECEX, ANVISA, MAPA, INMETRO, Polícia 
Federal...). Após o deferimento das licenças de importação, aí sim o 
importador poderá embarcar a mercadoria, trazê-la ao Brasil e apresentá-la à 
RFB, registrando a D.I. 
O licenciamento automático é aquele que, segundo o Acordo sobre 
Procedimentos para Licenciamento de Importações, deve ser aprovado em 
todos os casos, dentro de 10 dias úteis, caso corretamente preenchido. As 
operações sujeitas a licenciamento automático envolvem uma carga 
administrativa pequena (normalmente, esse mecanismo é utilizado como 
forma de monitoramento estatístico pelo governo!) 
O licenciamento não-automático, por sua vez, envolve uma carga 
administrativa maior e mais complexa e, por isso, possui um prazo de 60 dias 
corridos para deliberação do órgão anuente. Cabe destacar que esse prazo de 
60 dias poderá ser ultrapassado por razões que escapem ao controle dos 
órgãos anuentes. 
Esquematizando: 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
ADMINISTRATIVO NA 
IMPORTAÇÃO 
- Dispensa de Licenciamento 
 
- Licenciamento Automático 
 
- Licenciamento não-automático 
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É importante termos em mente (isso já foi muito cobrado em prova!) 
as hipóteses de licenciamento automático e não-automático! Não é necessário 
decorar tudo, mas é fundamental que você tenha uma noção de quais 
operações estão sujeitas a licenciamento automático e quais operações estão 
sujeitas a licenciamento não-automático. 
Os arts. 14 e 15 da Portaria SECEX nº 23/2011 nos esclarecem isso. 
Vejamos o que eles dizem: 
Art. 14. Estão sujeitas a Licenciamento Automático as importações: 
I - de produtos relacionados no Tratamento Administrativo do 
SISCOMEX; também disponíveis no endereço eletrônico do Ministério 
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), para 
simplesconsulta, prevalecendo o constante do aludido Tratamento 
Administrativo; e 
II - as efetuadas ao amparo do regime aduaneiro especial de 
drawback. 
... 
Art. 15. Estão sujeitas a Licenciamento Não Automático as 
importações: 
I - de produtos relacionados no Tratamento Administrativo do 
SISCOMEX e também disponíveis no endereço eletrônico do MDIC para 
simples consulta, prevalecendo o constante do aludido Tratamento 
Administrativo, onde estão indicados os órgãos responsáveis pelo 
exame prévio do licenciamento não-automático, por produto; 
II - efetuadas nas situações abaixo relacionadas: 
a) sujeitas à obtenção de cotas tarifária e não tarifária; 
b) ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e das Áreas de 
Livre Comércio; 
c) sujeitas à anuência do Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico (CNPq); 
d) sujeitas ao exame de similaridade; 
e) de material usado, salvo as exceções estabelecidas nos §§ 2º e 3º 
do art. 43 desta Portaria; 
f) originárias de países com restrições constantes de Resoluções da 
Organização das Nações Unidas (ONU); 
g) substituição de mercadoria, nos termos da Portaria do Ministério da 
Fazenda nº 150, de 26 de julho de 1982; 
h) operações que contenham indícios de fraude; e 
LICENCIAMENTO 
AUTOMÁTICO 
LICENCIAMENTO NÃO-
AUTOMÁTICO 
10 dias úteis 
60 dias corridos 
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i) sujeitas a medidas de defesa comercial e de bens idênticos aos 
sujeitos a medidas de defesa comercial, quando originários de países 
ou produtores não gravados. 
Se vocês observarem o inciso I do art. 14 e o inciso I do art. 15, 
verão que eles são praticamente idênticos, fazendo menção a “produtos 
relacionados no Tratamento Administrativo do SISCOMEX”. Percebam, 
caros amigos, que a Portaria SECEX nº 23/2011 não definiu exatamente quais 
produtos estão sujeitos a licenciamento automático e não-automático. O que 
ela fez foi apenas uma remissão a um módulo do SISCOMEX, o qual deverá ser 
consultado pelo importador previamente à importação. Dessa forma, se 
alguém deseja importar automóveis, ele deverá, antes de mais nada, verificar 
no Tratamento Administrativo do SISCOMEX se esse produto está sujeito a 
licenciamento de importação. 
 Por sua vez, o inciso II do art. 14 e o inciso II do art. 15 relacionam 
as operações sujeitas a tratamento administrativo. Aí é que está a maior 
diferença! 
A única operação (vejam que eu não disse produto!) que está sujeita 
a licenciamento automático é o drawback1. Guardem isso! As importações 
efetuadas ao amparo do regime aduaneiro especial de drawback estão 
sujeitas a licenciamento automático. 
E as importações sujeitas a licenciamento não-automático? 
Aí são várias... Vamos falar um pouco de cada uma, as quais estão 
relacionadas no art. 15, inciso II! 
 
a)- Cotas tarifárias / Cotas não-tarifárias: 
As importações sujeitas a cotas tarifárias e não-tarifárias estão 
sujeitas a licenciamento não-automático. Tanto as cotas tarifárias quanto as 
cotas não-tarifárias são restrições quantitativas às importações. No entanto, 
quando é imposta uma cota não-tarifária, o governo não permite a 
importação em quantidade superior ao limite quantitativo. Já quando é 
imposta uma cota tarifária, o governo permite a importação acima do 
limite quantitativo, mas a alíquota do imposto incidente será superior. 
Para entendermos melhor, vale a pena alguns exemplos! Imagine que 
o governo estabeleça uma cota não-tarifária de 1000 toneladas de arroz por 
ano. Nesse caso, somente serão liberadas licenças de importação até o limite 
 
1 O drawback é um regime aduaneiro especial que consiste na desoneração de tributos 
sobre a importação de bens utilizados no processo produtivo de bens exportados ou a 
exportar. Estudaremos detalhadamente sobre o drawback em aula posterior. 
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de 1000 toneladas. Além desse limite, o governo não deixa entrar no País! 
Cabe destacar que o art. XI do GATT proíbe, como regra geral, a utilização de 
cotas não-tarifárias, ou seja, para impor uma cota não-tarifária o país deve ter 
um bom motivo. Atualmente, o Brasil possui cota não-tarifária unicamente 
contra a importação de coco ralado, em virtude de uma medida de salvaguarda 
aplicada. Também seria possível a aplicação de cotas não-tarifárias por um 
país que estivesse com desequilíbrios em seu Balanço de Pagamentos (art. XII 
do GATT). 
Por outro lado, se o governo estabelecer que a entrada no Brasil de 
até 1000 toneladas de arroz ao ano pagará um imposto de importação de 2% 
e, acima dessa quantidade, o imposto será de 15% (valor da TEC), teremos 
uma cota tarifária. Atualmente, o Brasil possui cotas tarifárias em virtude de 
acordos preferenciais celebrados no âmbito da ALADI e por razões de 
desabastecimento interno (conforme Resolução GMC nº 08/2008). 
Quando se aplica uma cota tarifária ou uma cota não-tarifária, há 
necessidade de licenciamento de importação, uma vez que esta é a forma que 
o governo possui para controlar a quantidade de produtos que entram em seu 
território. 
 
b) Importações ao amparo dos benefícios da Zona Franca de Manaus e 
Áreas de Livre Comércio: 
A Zona Franca de Manaus (ZFM) e as Áreas de Livre Comércio (ALC), 
conforme estudaremos a posteriori, são regimes aduaneiros aplicados em 
áreas especiais que visam a promover o desenvolvimento regional de áreas 
afastadas dos grandes centros produtores e consumidores do País. 
A responsabilidade pela administração dos benefícios da Zona Franca 
de Manaus e das Áreas de Livre Comércio é da SUFRAMA, que é uma autarquia 
vinculada ao MDIC. Para controlar as importações realizadas com benefícios, a 
SUFRAMA atua como anuente nas operações destinadas à ZFM e às ALC. 
 
c) Importações sujeitas ao exame de similaridade: 
Segundo o art. 118 do Decreto nº 6759/2009 (Regulamento 
Aduaneiro), a isenção do imposto de importação, como regra geral, somente 
beneficiará mercadoria sem similar nacional e transportada em navio de 
bandeira brasileira. Dessa forma, o exame de similaridade é condição sine 
qua non para a fruição de benefício fiscal, relativamente ao imposto de 
importação. 
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O exame de similaridade tem como objetivo conferir proteção à 
indústria nacional diante de importações desoneradas, dando concretude à 
regra que dispõe que as entidades de direito público e as pessoas de direito 
privado beneficiadas com a isenção de tributos são obrigadas a dar preferência 
nas suas compras aos materiais de fabricação nacional. (art. 205 do R/A). 
O exame de similaridade é de competência da Secretaria de Comércio 
Exterior (SECEX), que o realiza previamente à importação. Na análise de 
similaridade, a SECEX leva em consideração três requisitos: preço, 
prazo e qualidade (especificações técnicas). 
Art. 190. Considera-se similar ao estrangeiro o produto nacional 
em condições de substituir o importado, observadas as seguintes 
normas básicas: 
I - qualidade equivalente e especificações adequadas ao fim a 
que se destine; 
II - preço não superior ao custo de importação, em moeda 
nacional, da mercadoria estrangeira, calculado o custo com base 
no preçoCost, Insurance and Freight - CIF, acrescido dos tributos 
que incidem sobre a importação e de outros encargos de efeito 
equivalente; e 
III - prazo de entrega normal ou corrente para o mesmo tipo de 
mercadoria. 
Caso não exista similar nacional, a licença de importação é deferida e 
autorizada a fruição do benefício fiscal. Em sentido oposto, quando houver a 
indicação de similar nacional, a licença de importação será indeferida. 
Atualmente, a apuração de similaridade, em sua fase inicial, é realizada 
mediante Consulta Pública semanalmente publicada no site do MDIC. 
 
d) Importações sujeitas à anuência do CNPq: 
A Lei nº 8.010/90 confere isenção do imposto de importação e do 
imposto sobre produtos industrializados às importações destinadas à 
pesquisa científica e tecnológica, conforme projetos aprovados pelo 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 
Como forma de desburocratizar tais importações, que possuem 
importância fundamental para o desenvolvimento científico e tecnológico do 
País, elas foram excluídas do exame de similaridade e, portanto, não 
possuem anuência da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), mas apenas 
do próprio CNPq. Cabe destacar que essas importações estão limitadas a um 
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valor global anual definido pelo Ministro da Fazenda, após ouvir o Ministério da 
Ciência e Tecnologia (MCT). 
Dessa forma, uma universidade com projeto aprovado pelo CNPq 
pode realizar uma importação destinada à pesquisa científica e tecnológica, 
dentro do limite global anual, sem se sujeitar ao exame de similaridade. No 
entanto, se a importação a ser realizada não estiver dentro desse limite, ela irá 
se submeter ao prévio exame de similaridade. 
 
e) Importações de material usado: 
A legislação brasileira impõe diversas restrições à importação de bens 
usados, as quais estão previstas na Portaria DECEX nº 08/91. Como regra 
geral, a importação de máquinas e equipamentos usados somente será 
autorizada caso não exista produção nacional de equipamento 
substitutivo ao importado. 
A apuração da existência de produção nacional é competência da 
Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), que o realiza por intermédio de 
Consulta Pública semanalmente publicada no site do MDIC. Caso exista 
produção nacional de equipamento substitutivo ao importado, a licença de 
importação é indeferida; caso não haja produção nacional, a importação é 
autorizada. 
Tudo isso que comentamos se aplica aos bens de capital usados! Mas 
e quanto aos bens de consumo? 
A importação de bens de consumo usados, como regra geral, é 
proibida. No entanto, há algumas exceções! São autorizadas, por exemplo, as 
importações de bens de consumo usados, sob a forma de doação, por 
entidades beneficentes e de assistência social. Também é autorizada a 
importação de veículos antigos, com mais de 30 anos de fabricação, desde que 
destinados a fins culturais e de coleção. 
 
f) Importações de países com restrições constantes de Resoluções da 
ONU: 
Algumas sanções impostas pela ONU possuem implicações no 
comércio internacional. Atualmente, a legislação brasileira proíbe importações 
de armas e equipamentos de guerra oriundos do Irã e da Coréia do Norte. 
 
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g) Substituição de mercadorias: 
Suponha que uma empresa realize a importação de um equipamento 
de informática e que, após o despacho aduaneiro, este se revele defeituoso ou 
imprestável para o fim ao qual se destina. Nesse caso, ela vai querer substituir 
a mercadoria que deu defeito, não é mesmo? Muitas vezes há, inclusive, um 
contrato de garantia celebrado entre a empresa e o fornecedor estrangeiro. 
Segundo o art. 71, inciso II do Decreto nº 6759/2009, o imposto de 
importação não incide sobre esse tipo de operações, ou seja, não incide 
sobre mercadoria estrangeira idêntica, em igual quantidade e valor, e 
que se destine à reposição de outra anteriormente importada que se 
tenha revelado, após o desembaraço aduaneiro, defeituosa ou 
imprestável para o fim a que se destinava. 
Em virtude da não-incidência tributária, é necessário haver um 
controle sobre essas importações, o qual se materializa no licenciamento de 
importação, analisado pela SECEX. 
 
h) Importações sujeitas a medidas de defesa comercial: 
São medidas de defesa comercial os direitos antidumping, os 
direitos compensatórios e as medidas de salvaguarda. Todos os produtos 
que são objeto dessas medidas estão sujeitos a licenciamento não-automático 
para fins de apresentação de certificado de origem à Secretaria de Comércio 
Exterior (SECEX). 
Segundo o art. 15-A da Portaria SECEX nº 23/2011, “na hipótese 
prevista na alínea “i” do inciso II do art. 15, o licenciamento que ampara a 
importação de bens originários de países não gravados com medidas de defesa 
comercial deverá ser instruído com Certificado de Origem, respeitadas as 
regras de origem contidas no art. 31, da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 
2011.” 
Vamos supor que seja aplicado um direito antidumping contra 
ventiladores originários da China! Se está sendo realizada uma importação de 
ventiladores do Japão, haverá necessidade de apresentação de certificado de 
origem (já que esse é um país não-gravado com direitos!). Em sentido oposto, 
se for realizada uma importação de ventiladores da China, o importador não 
terá que apresentar o certificado de origem. 
Nesse último caso, não se exige documento comprobatório de 
origem, uma vez que o próprio importador já se “acusou”, isto é, ele já 
declarou que sobre a importação incidirão direitos antidumping. O que o 
governo tenta fazer é impedir que os importadores façam uma falsa 
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declaração de origem, burlando a incidência de medidas de defesa 
comercial. 
 
1.3.3- Restrição à data de embarque: 
O controle administrativo é, em regra geral, um controle 
prévio ao embarque da mercadoria no exterior. Isso significa que, em 
regra, as licenças de importação devem ser liberadas (deferidas) antes do 
embarque da mercadoria no exterior. Logo, o deferimento de uma licença de 
importação pelos órgãos anuentes representa a autorização governamental 
para que a mercadoria seja embarcada no exterior e trazida ao país. Cabe 
destacar que, caso o importador embarque a mercadoria no exterior antes do 
deferimento da licença de importação, isso representa infração ao controle 
administrativo e, portanto, dá ensejo à aplicação de multa pela Receita 
Federal. 
A licença de importação possui validade de 90 dias contados a 
partir da data do deferimento, ou seja, o importador terá 90 dias para 
embarcar a mercadoria no exterior. Esse prazo poderá ser prorrogado, como 
regra geral, uma vez, pelo prazo máximo idêntico ao original. a licença de 
importação é cancelada automaticamente pelo SISCOMEX 90 dias após 
a data de validade da licença de importação deferida com restrição de 
embarque. Até essa data, o importador poderá registrar a Declaração de 
Importação, vinculando-a a LI anteriormente aprovada. Vejamos a seguir uma 
linha do tempo que ilustra bem tudo isso: 
 
 
 
 
O embarque de mercadoria no exterior sem o prévio deferimento de 
licença de importação configurainfração ao controle administrativo, ficando o 
infrator sujeito a penalidades a serem aplicadas pela Receita Federal do Brasil. 
Todavia, existem exceções quanto à regra de que o controle 
administrativo é prévio à importação. São situações em que o deferimento 
da licença de importação poderá ocorrer após o embarque da mercadoria no 
exterior, mas previamente ao despacho aduaneiro de importação. Diz-se que 
essas licenças de importação são deferidas sem restrições de 
embarque. Vejamos quais são essas exceções, segundo a Portaria SECEX nº 
23/2011: 
 0 90 180 270 
Data de 
Deferimento 
Data de Validade I Data de Validade II 
Prorrogação do Prazo 
Data de 
Cancelamento pelo 
SISCOMEX 
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1)- Importações sujeitas a licenciamento automático (novidade da 
Portaria SECEX nº 23/2011) 
2)- Importações ao amparo dos benefícios da ZFM e ALC, exceto 
quando o produto estiver sujeito a tratamento administrativo 
3)- Mercadoria ingressada em entreposto aduaneiro ou industrial na 
importação 
4)- Importações sujeitas à anuência do CNPq. 
5)- Importações de brinquedos 
6)- Importações de mercadorias sujeitas à anuência da Agência 
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA), quando previsto na legislação específica. 
7)– Importações a que se refere o §1º do art.43 (importação de 
contêineres) 
Há ainda uma nova hipótese de deferimento de LI sem restrição 
de embarque, que foi introduzida pela recente Portaria SECEX nº 23/2011. 
Trata-se da situação em que uma mercadoria foi embarcada no exterior 
previamente à exigência de tratamento administrativo e, durante o 
trajeto do exterior até o Brasil, passou-se a exigir licenciamento de 
importação. 
Esclarecendo melhor essa situação, imagine que você queira fazer a 
importação de um produto para o qual, no dia de hoje, não há necessidade de 
licença de importação. Assim, você embarca a mercadoria no exterior (coloca 
no navio, por exemplo!) e traz para o Brasil. No entanto, nesse intervalo entre 
o embarque da mercadoria no exterior e a chegada dela no país, o governo 
começa a exigir licenciamento de importação. Assim, no momento em que o 
importador vai registrar a DI, o SISCOMEX não deixa (ele pede licença de 
importação!) Ih, mas aí o importador embarcou a mercadoria no exterior antes 
do deferimento da LI! Logo, faz-se necessário o deferimento da licença de 
importação sem restrição de embarque. 
A importação de uma mercadoria sem licença de importação, quando 
esta for exigível, representa infração ao controle administrativo no comércio 
exterior e enseja a aplicação de multa pela RFB. Há uma gradação nessa 
aplicação de multa pela RFB, conforme art. 706 do Regulamento Aduaneiro. 
Vejamos: 
1)- Se a mercadoria for importada sem LI: multa de 30% do 
valor aduaneiro. Cabe destacar que considera-se que uma mercadoria foi 
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importada sem licença de importação se o embarque da mercadoria 
tiver sido efetivado após decorridos mais de 40 dias do prazo de 
validade da LI. Como já vimos, o prazo de validade da LI é 90 dias após o 
embarque da mercadoria no exterior. 
2)- Se a mercadoria for embarcada antes de deferida a licença 
de importação: multa de 30% do valor aduaneiro. 
3)- Se a mercadoria for embarcada entre 20 e 40 dias após a 
validade da licença de importação: multa de 20% do valor aduaneiro. 
4)- Se a mercadoria for embarcada até 20 dias após a validade 
da licença de importação: multa de 10% do valor aduaneiro. 
As multas por infração ao controle administrativo estão sujeitas ao 
limite mínimo de R$ 500,00 e ao limite máximo de R$ 5.000,00. 
Esquematizando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3.4- Dispensa da descrição detalhada: 
Segundo o art. 18, § 2º, da Portaria SECEX nº 23/2011, é 
dispensada a descrição detalhada das peças sobressalentes que 
acompanham as máquinas ou equipamentos importados, desde que 
observadas as seguintes condições: 
1)- As peças sobressalentes devem figurar na mesma licença de 
importação que cobre a trazida das máquinas ou equipamentos, inclusive com 
o mesmo código NCM 
2)- O valor das peças sobressalentes não deverá ultrapassar 10% 
(dez por cento) do valor da máquina ou do equipamento; e 
Data de 
Deferimento 
da LI 
Embarque antes 
do deferimento: 
multa de 30% do 
V.A 
0 90 
Data de 
Validade p/ 
embarque 
110 
20 
Embarque 
até 20 dias 
após a 
validade: 
multa de 
10% do VA 
130 
Embarque 
entre 20 e 
40 dias após 
a validade: 
multa de 
20% do V.A 
40 
Embarque após 40 
dias da validade: 
multa de 30% do 
V.A 
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3)- O valor das peças sobressalentes deve estar previsto na 
documentação relativa à importação – contrato, projeto, fatura e outros. 
Vamos tentar esclarecer isso com um exemplo! 
Imagine que será importado um equipamento de ressonância 
magnética e, junto com ele, diversas peças sobressalentes! Como é que eu 
faço nesse caso? Será que eu devo registrar uma licença de importação para o 
equipamento de ressonância magnética e outra licença para as peças 
sobressalentes? 
Se o valor das peças sobressalentes não ultrapassar 10% do 
valor do equipamento de ressonância magnética, poderá ser feita uma 
única licença de importação amparando a trazida de ambos. Nesse caso, 
será dispensada a descrição detalhada das peças sobressalentes que 
acompanham o equipamento de ressonância magnética. Destaque-se, todavia, 
que o valor das peças sobressalentes deverá estar previsto na documentação 
relativa à importação. 
 
1.3.5- Caso prático – ADPF 101 e a Importação de Pneus Usados: 
Conforme já comentamos anteriormente, o controle administrativo no 
comércio exterior brasileiro, é de competência da SECEX, sendo exercido por 
esta em conjunto com vários outros órgãos da administração pública federal 
direta e indireta. No âmbito da SECEX, o DECEX é o órgão responsável por 
analisar e deliberar sobre Licenças de Importação. Ao DECEX, compete 
implementar diretrizes setoriais de comércio exterior e decisões provenientes 
de acordos internacionais e de legislação nacional referentes à comercialização 
de produtos. 
No exercício de sua competência normativa, foi editada a Portaria nº 
08/ DECEX em 1991, com redação dada pela Portaria nº 235/MDIC de 2006, 
que estabelece que, como regra geral, a importação de bens de 
consumos usados não é permitida. 
“Ricardo, mas por que não é permitida, como regra geral, a 
importação de bens de consumo usados?” 
Interpretando-se a referida portaria segundo o sentido finalístico que 
almeja, podemos verificar que há restrições à entrada de material usado no 
país por motivos de adequação a normas técnicas, de proteção à indústria 
nacional e ainda por questões ambientais. Por sua vez, a proibição da 
entrada de bens de consumo usados baseia-se fundamentalmente em 
uma proteção ao direito constitucional do meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. A inexistência do referido controle 
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administrativo importaria em tornar o Brasil um depósito de produtos 
inservíveis aos países desenvolvidos e ainda, em permitir a concorrência 
predatória contra a indústria nacional de bens de consumo. 
Contrariando a regra geral, a legislação brasileira admitia a 
possibilidade de importação de pneus remoldados de países do 
MERCOSUL, não autorizando a importação desse mesmo tipo de produto de 
qualquer outro país. 
Julgando-se prejudicada, a União Europeia levou o caso ao sistema 
de solução de controvérsias da OMC, alegando ofensa à cláusula da nação 
mais favorecida (art. I do GATT) e à proibição da imposição de 
restrições quantitativas (art. XI). 
No processo de solução de controvérsias, o Órgão de Apelação 
chegou à conclusão de que seria justificável a medida adotada pelo Brasil 
quanto à proibição de pneus usados e reformados, para fins de proteger a vida 
e a saúde humanas, bem como a sua flora e fauna, mas que a isenção de 
proibição de importação de pneus usados dada ao MERCOSUL e as importações 
destes por meio de liminares configurariam uma injustificada e arbitrária 
discriminação. 
“Ricardo, mas por que o Brasil permitia a importação de pneus 
usados do MERCOSUL, mas não permite de outros países?” 
No ano de 2000 foi editada uma Portaria pela SECEX que proibiu a 
importação de pneumáticos recauchutados e usados, seja como bem de 
consumo, seja como matéria-prima. O Uruguai, considerando-se prejudicado, 
solicitou ao Brasil negociações diretas sobre a proibição de importações de 
pneus usados procedentes daquele país. Essa situação deu causa ao 
questionamento do Uruguai perante o tribunal arbitral “ad hoc” do 
MERCOSUL, que, em 2002, concluiu pela ilegalidade da proibição de 
importação de pneus remoldados de países integrantes do bloco 
econômico da América do Sul, o que obrigou o Brasil a adequar sua 
legislação àquela decisão, à época irrecorrível. Em decorrência disso, foi 
editada a Portaria SECEX 2/2002, que manteve a vedação de importação de 
pneus usados, à exceção dos pneus remoldados provenientes dos países-
partes do MERCOSUL. Respondida a pergunta? 
Paralelo a tudo isso, uma série de decisões judiciais autorizou a 
importação de pneus usados não-originários do MERCOSUL, o que levou 
o Presidente da República a entrar com uma ADPF (Argüição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental) perante o STF, em que se discutia 
se tais decisões judiciais que autorizam a importação de pneus usados 
ofendem os preceitos inscritos nos artigos 196 e 225 da CF- direito à saúde e 
ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado. 
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O julgamento finalmente chegou ao final, confirmando a inclinação da 
nossa Corte Suprema de declarar constitucionais as normas que proíbem a 
importação de pneus usados; e inconstitucionais as decisões judiciais que 
autorizaram a prática de atitudes contrárias a essa norma. A decisão final do 
STF foi no sentido de proibir a importação de pneus usados, inclusive 
os pneus remoldados originários do MERCOSUL. 
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova! 
 
1- (Analista dos Correios-2011)- O registro de exportadores e 
importadores brasileiros é administrado pela Receita Federal do Brasil. 
Comentários: 
O Registro de Exportadores e Importadores é administrado pela 
Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Questão errada. 
2- (AFRF-2002.2)- O regime de licença prévia na importação, 
configurando uma restrição quantitativa, pode ser instituído pelos 
países, sendo tolerado pela Organização Mundial de Comércio (OMC) 
principalmente como medida de proteção à indústria doméstica, e, 
assim, promovendo o seu desenvolvimento, impedindo ou restringindo 
a entrada do concorrente estrangeiro. 
Comentários: 
Segundo o Acordo sobre Procedimentos para o Licenciamento de 
Importações, o regime de licença prévia não pode ser utilizado como forma de 
proteger à indústria nacional. Questão errada. 
3- (AFRF-2002.2) - O regime de licença prévia na importação, 
configurando uma restrição quantitativa, pode ser instituído pelos 
países, sendo tolerado pela Organização Mundial de Comércio (OMC) 
principalmente como mecanismo de controle cambial exclusivamente 
para os países com dificuldades em seu balanço de pagamentos, além 
da necessidade de controlar a entrada de produtos afetos à 
autorização de órgãos governamentais específicos. 
Comentários: 
Podemos fazer dois questionamentos em relação a essa questão: 
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1)- As licenças de importação podem ser usadas na forma de 
restrições quantitativas por um país com graves restrições no Balanço de 
Pagamentos? Sim. Com amparo no art. XII do GATT. 
2)- As licenças de importação podem ser usadas como forma de 
controlar a entrada de produtos afetos à autorização de órgãos 
governamentais específicos? Sim. O governo pode controlar a entrada de 
produtos no país por vários motivos: segurança nacional (art. XXI do GATT), 
proteção ambiental (art. XX, alínea “g” do GATT), proteção à saúde de 
pessoas, plantas e animais (art. XX, alínea “b” do GATT), dentre outros. 
Por tudo isso, a questão está correta. 
4- (ACE – 2008)-No Brasil, como regra geral, as importações são 
sujeitas a licenciamento (automático e não-automático), estando 
deste dispensadas somente as importações amparadas em acordos 
preferenciais ou sujeitas a regimes aduaneiros especiais. 
Comentários: 
Em regra, as importações brasileiras estão dispensadas de 
licenciamento. Questão errada. 
5-(MDIC-2009/Área Administrativa)- Como regra geral, as 
importações brasileiras estão dispensadas de licenciamento, devendo 
os importadores tão somente providenciar o registro da Declaração de 
Importação (DI) no SISCOMEX, com o objetivo de dar início aos 
procedimentos de despacho aduaneiro na unidade local da RFB. 
Comentários: 
A maior parte das importações brasileiras é dispensada de 
licenciamento. Se a importação for dispensada de licenciamento, o importador 
pode registrar diretamente a DI no SISCOMEX, apresentando o bem objeto da 
importação à Receita Federal. Questão correta. 
6- (AFRF-2003)- O licenciamento não-automático, quando exigível, 
deve ser providenciado, em regra, anteriormente ao embarque da 
mercadoria no exterior. Em determinadas hipóteses, pode ser 
providenciado após o embarque e anteriormente ao despacho 
aduaneiro. 
Comentários: 
Como regra geral, o licenciamento não-automático deve ser 
deferido previamente ao embarque da mercadoria no exterior. No 
entanto, existem exceções a essa regra. É possível, portanto, que, em 
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certos casos, o licenciamento não-automático seja providenciado após o 
embarque e anteriormente ao despacho aduaneiro. Questão correta. 
7- (AFRF – 2003)- Todas as mercadorias importadas estão sujeitas a 
licenciamento, que ocorre, por meio do SISCOMEX, de forma 
automática ou não-automática, o que significa que a mercadoria está 
com a importação proibida ou suspensa, ou depende da manifestação 
de órgão anuente. 
Comentários: 
Duas observações importantes nessa questão: 
1)- A maior parte das mercadorias brasileirasestá dispensada 
de licenciamento. Assim, está completamente errado dizer que todas as 
mercadorias importadas estão sujeitas a licenciamento. 
2)- Quando uma mercadoria está sujeita a licenciamento, isso 
significa que sua importação está condicionada à prévia autorização 
governamental (e não com a importação proibida ou suspensa!) 
Por tudo isso, a questão está errada. 
8- (AFRF – 2003)- As mercadorias importadas sem licença de 
importação ficam sujeitas à pena de perdimento, que poderá ser 
aplicada cumulativamente com a multa por infração ao controle 
administrativo das importações. 
Comentários: 
Não há previsão para que seja aplicada pena de perdimento a 
mercadorias importadas sem licença de importação. O Regulamento Aduaneiro 
prevê a aplicação de multa para mercadorias importadas sem licença de 
importação. Questão errada. 
9- (AFRF-2003- adaptada)- A SECEX mantém um Cadastro de 
Exportadores e Importadores, do qual é parte integrante o REI – 
Registro de Exportadores e Importadores. A regra geral é que todas as 
exportações e importações somente podem ser efetuadas por pessoas 
e empresas inscritas no REI. São exceções as exportações efetuadas 
pela via postal, com ou sem expectativa de recebimento, realizadas 
por pessoas físicas ou jurídicas, até o limite de US$50.000,00 ou o 
equivalente em outra moeda, exceto donativos. 
Comentários: 
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Em regra, todas as exportações e importações somente poderão ser 
efetuadas por pessoas e empresas inscritas no REI. No entanto, estão 
dispensadas de inscrição no REI as exportações efetuadas pela via postal, com 
ou sem expectativa de recebimento, realizadas por pessoas físicas ou jurídicas, 
até o limite de US$50.000,00 ou o equivalente em outra moeda, exceto 
donativos. Questão correta. 
10- (AFTN- 1998 - adaptada) – Para a inscrição no REI, requer-se o 
envio prévio de documentação e a comprovação posterior de 
realização da exportação junto à Secretaria de Comércio Exterior do 
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 
Comentários: 
A inscrição no REI é automática, ocorrendo no ato da primeira 
operação de importação ou exportação realizada no SISCOMEX. Não há, 
portanto, qualquer exigência do prévio envio de documentação e comprovação 
posterior de realização da exportação junto à SECEX. Questão errada. 
11- (AFTN- 1998 - adaptada)- A inscrição no REI obedece aos mesmos 
critérios e procedimentos para pessoas físicas e jurídicas. 
Comentários: 
Podemos apontar dois erros na questão: 
1) Não há critérios para a inscrição no REI. A inscrição é automática. 
2)- Como regra geral, as pessoas físicas não poderão importar ou 
exportar com finalidade comercial. Para a importação, essa regra é absoluta; 
para a exportação, essa regra é excepcionada para pequenos agricultores e 
artesãos / artistas. 
12- (AFTN- 1998 - adaptada)- A inscrição no REI se dá de forma 
automática e gratuita, quando da realização da primeira operação. 
Comentários: 
De fato, a inscrição no REI é automática e gratuita, ocorrendo no ato 
da primeira operação de exportação ou importação realizada no SISCOMEX. 
Questão correta. 
13- (AFTN- 1998 - adaptada)- A inscrição no REI é concedida apenas a 
pessoas jurídicas, mediante informação do número de inscrição no 
Conselho Nacional das Pessoas Jurídicas. 
Comentários: 
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A inscrição no REI poderá ser concedida tanto a pessoas físicas 
quanto a pessoas jurídicas. No entanto, cabe ressaltar que as importações e 
exportações realizadas por pessoas físicas não poderão ter finalidade comercial 
e se configurar em habitualidade. Questão errada. 
14- (AFTN-1998 - adaptada)- A inscrição no REI é concedida pela 
Divisão de Informações Comerciais do Ministério das Relações 
Exteriores a pessoas físicas e jurídicas, mediante requerimento. 
Comentários: 
O Registro de Exportadores e Importadores (REI) é um banco de 
dados mantido pela SECEX (e não pelo MRE!). Questão errada. 
15- (MDIC-2009/Área Administrativa)- A inscrição no REI da SECEX é 
automática, sendo realizada no ato da primeira operação de 
importação em qualquer ponto conectado ao Sistema Integrado de 
Comércio Exterior (SISCOMEX). 
Comentários: 
Vejam como é recorrente essa questão! Guarde isso! Segundo a 
Portaria SECEX nº 23/2011, a inscrição no REI é automática, sendo realizada 
no ato da primeira operação de exportação ou importação realizada no 
SISCOMEX. Questão correta. 
16- (MDIC-2009/Área Administrativa)- A inscrição no REI poderá ser 
negada, suspensa ou cancelada nos casos de punição em decisão 
administrativa final, aplicada em razão de infrações de natureza fiscal, 
cambial e de comércio exterior, ou abuso de poder econômico. 
Comentários: 
Embora a questão, à época em que foi elaborada, estivesse correta, 
atualmente, com a Portaria SECEX nº 23/2011, ela está errada. Segundo a 
nova regulamentação, a inscrição no REI somente poderá ser suspensa ou 
cancelada (e não negada!) Além disso, a Portaria SECEX nº 23/2011 não 
relaciona os casos em que a inscrição no REI poderá ser suspensa ou 
cancelada. 
17- (MDIC-2009/Área Administrativa)- Pessoas físicas não têm 
permissão para importar mercadorias, mesmo em quantidades que não 
revelem prática de comércio. 
Comentários: 
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Ao contrário do que afirma a questão, é permitido às pessoas físicas 
importar mercadorias em quantidades que não revelem prática de comércio. 
Questão errada. 
18- (MDIC-2009/Área Administrativa)- Os importadores já inscritos no 
REI terão a inscrição mantida, não sendo necessária qualquer 
providência adicional. 
Comentários: 
Os exportadores e importadores já inscritos no REI terão a inscrição 
mantida, não sendo necessária qualquer providência adicional. Em outras 
palavras, se foi feita uma operação de comércio exterior, o importador ou 
exportador é automaticamente inscrito no REI e aí o seu nome será mantido 
lá. Questão correta. 
19- (AFRF-2002.2 - adaptada) - As peças sobressalentes que 
acompanham as máquinas e/ou equipamentos importados, desde que 
detalhadamente descritas e seu valor não ultrapasse 10% (dez por 
cento) do valor da máquina e/ou equipamento, podem figurar na 
mesma licença de importação e no mesmo código da NCM. 
Comentários: 
Questão difícil! A descrição detalhada das peças sobressalentes que 
acompanhem máquinas / equipamentos importados será dispensada desde 
que: i) figurem na mesma licença de importação, com o mesmo código NCM; 
ii) seu valor não ultrapasse 10% do valor da máquina/equipamento e; iii) o 
valor das peças sobressalentes esteja previsto na documentação relativa à 
importação – contrato, projeto, fatura e outros. Dessa forma, a questão está 
errada ao dizer que as peças sobressalentes deverão estar detalhadamente 
descritas. 
20- (AFRF – 2003)- O licenciamento das importações deve ser 
requerido antes do embarque da mercadoria, nas hipóteses de 
licenciamento automático, ou até o início do exame documental, nas 
hipóteses de licenciamento não-automático. 
Comentários: 
As importações sujeitas a licenciamento automático poderão ser 
autorizadas após o embarque da mercadoria no exterior, mas previamente aodespacho aduaneiro. Já as importações sujeitas a licenciamento não-
automático, como regra geral, devem ser autorizadas antes do embarque da 
mercadoria no exterior. Questão errada. 
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21- (AFRF – 2003)- Exige-se o licenciamento não-automático para as 
mercadorias sujeitas ao regime comum de importação e o 
licenciamento automático para as sujeitas aos regimes aduaneiros 
especiais, suspensivos ou isentivos. 
Comentários: 
Não há relação entre o tipo de regime aduaneiro e o tratamento 
administrativo na importação. Questão errada. 
22- (AFRF-2002.2) - O licenciamento não-automático previamente ao 
embarque das mercadorias no exterior é exigível para as importações 
objeto de medidas compensatórias em decorrência de subsídios 
concedidos por governos estrangeiros. 
Comentários: 
As importações sujeitas à aplicação de medidas de defesa comercial 
se submetem a licenciamento não-automático. Considerando que as medidas 
compensatórias são uma espécie de medida de defesa comercial, as 
mercadorias objeto dessas medidas se submetem a licenciamento não-
automático. Questão correta. 
23- (MDIC-2009/Área Administrativa - adaptada)- Estão dispensadas 
de licenciamento as doações, exceto de bens usados. 
Comentários: 
As operações efetuadas sob a forma de doação estão dispensadas de 
licenciamento. No entanto, caso se trate de “material usado”, estará sujeita a 
licenciamento não-automático. Lembremo-nos de que as importação de bens 
usados estão sujeitas a inúmeras restrições e, justamente por isso, se 
submetem ao regime de licenciamento não-automático. Questão correta. 
24- (AFRF-2000)- Sujeitam-se ao licenciamento não-automático 
previamente ao embarque as importações sob regime de admissão 
temporária, exceto quando se tratar de obras audiovisuais 
condicionadas à manifestação de Secretaria do Desenvolvimento 
Audiovisual do Ministério da Cultura. 
Comentários: 
As importações efetuadas sob o regime de admissão temporária 
estão dispensadas de licenciamento, conforme o art. 13, inciso II, da Portaria 
SECEX nº 23/2011. Questão errada. 
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25-(AFRF-2000 - adaptada)- Sujeitam-se ao licenciamento não-
automático previamente ao embarque as importações sujeitas ao 
exame de similaridade. 
Comentários: 
As importações sujeitas ao exame de similaridade se submetem a 
licenciamento não-automático. Logo, a questão está correta. 
26-(AFRF-2000)- Sujeitam-se ao licenciamento não-automático 
previamente ao embarque as importações sujeitas à obtenção de cota 
tarifária. 
Comentários: 
As importações sujeitas à obtenção de cota tarifária e cota não-
tarifária estão sujeitas a licenciamento não-automático, uma vez que há 
necessidade do controle quantitativo pelo governo brasileiro. Questão correta. 
27-(AFRF-2000)- Sujeitam-se ao licenciamento não-automático 
previamente ao embarque as importações sob regimes aduaneiros 
especiais de entreposto aduaneiro e entreposto industrial. 
Comentários: 
As operações ao amparo dos regimes aduaneiros especiais de 
entreposto aduaneiro e entreposto industrial (RECOF) estão dispensadas de 
licenciamento, na forma do art. 13, inciso I, da Portaria SECEX nº 23/2011. 
Questão errada. 
28-(AFRF-2000)- Sujeitam-se ao licenciamento não-automático 
previamente ao embarque as importações sob regimes aduaneiros 
atípicos de loja franca, depósito franco, depósito afiançado e depósito 
especial alfandegado. 
Comentários: 
Segundo o art. 13, inciso III, da Portaria SECEX nº 23/2011, as 
importações efetuadas ao amparo dos regimes aduaneiros especiais de loja 
franca, depósito afiançado, depósito franco e depósito especial estão 
dispensadas de licenciamento. Questão errada. 
Amigos, digo-lhes o seguinte: não é necessário decorar! Resolvam 
esse tipo de questão por exclusão! Saibam as hipóteses de licenciamento 
automático e não-automático. O que não estiver dentro dessas hipóteses está 
dispensado de licenciamento. 
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29- (MDIC-2009/Área Administrativa - adaptada)- Estão sujeitas ao 
licenciamento não-automático as compras efetuadas ao amparo do 
regime aduaneiro especial de drawback. 
Comentários: 
As operações efetuadas ao amparo do regime aduaneiro especial de 
drawback estão sujeitas a licenciamento automático. Questão errada. 
30- (MDIC-2009/Área Administrativa - adaptada)- Estão sujeitas ao 
licenciamento não-automático as compras originárias de países com 
restrições constantes de resoluções da ONU. 
Comentários: 
Segundo o art. 15, inciso II, alínea “f”, da Portaria SECEX nº 
23/2011, as compras originárias de países com restrições constantes de 
resoluções da ONU estão sujeitas a licenciamento não-automático. Questão 
correta. 
31- (MDIC-2009/Área Administrativa - adaptada)- Estão sujeitas ao 
licenciamento não automático as compras sujeitas ao exame de 
similaridade. 
Comentários: 
As importações sujeitas ao exame de similaridade se submetem ao 
tratamento administrativo de licenciamento não-automático. Questão correta. 
32- (MDIC-2009/Área Administrativa)- O licenciamento automático 
será efetivado no prazo máximo de 60 dias úteis, contados a partir da 
data de registro no SISCOMEX, caso os pedidos de licença sejam 
apresentados de forma adequada e completa. 
Comentários: 
O licenciamento automático será efetivado no prazo máximo de 10 
dias úteis. Já o licenciamento não-automático terá prazo de tramitação de 60 
dias corridos. Questão errada. 
33-(MDIC-2009/Área Administrativa)- O licenciamento não 
automático será efetivado no prazo máximo de 10 dias corridos, 
contados a partir da data de registro no SISCOMEX, caso os pedidos de 
licença sejam apresentados de forma adequada e completa. 
Comentários: 
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O examinador tentou confundir a cabeça do concurseiro, trocando os 
prazos! O prazo para tramitação dos pedidos de licenciamento automático é de 
60 dias corridos. O licenciamento automático, por sua vez, possui prazo de 10 
dias úteis para efetivação. Questão errada. 
34-(MDIC-2009/Área Administrativa)- Tanto o licenciamento 
automático como o não-automático terão prazo de validade de 120 
dias para fins de embarque da mercadoria no exterior. 
Comentários: 
O licenciamento não-automático tem prazo de validade de 90 dias 
para fins de embarque da mercadoria no exterior. Por sua vez, o licenciamento 
automático, segundo nova regulamentação dada pela Portaria SECEX nº 
23/2011, poderá ser deferido após o embarque da mercadoria no exterior, mas 
previamente ao despacho aduaneiro. Questão errada. 
35- (AFRF 2002.1) - O licenciamento não-automático prescinde de 
exame por parte da autoridade administrativa. 
Comentários: 
Aqui a dica é mais de Língua Portuguesa!  
A palavra “prescinde” é o mesmo que “não necessita”. E aí: o 
licenciamento não-automático necessita ou não de exame por parte da 
autoridade administrativa? 
Sim, necessita. Tanto o licenciamento automático quanto o 
licenciamento não-automático necessitam de exame por parte da autoridadeadministrativa. Questão errada. 
36-(AFRF 2002.1)- O licenciamento automático dá-se através da 
emissão de uma Guia de Importação. 
Comentários: 
Não existe mais um documento chamado de “Guia de Importação”. O 
licenciamento automático é feito por meio de um documento denominado 
licenciamento de importação. Questão errada. 
37- (AFRF 2002.1)- O licenciamento não-automático condiciona a 
importação ao exame de certos requisitos e condições elencados na 
norma administrativa. 
Comentários: 
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De fato, uma importação submetida a licenciamento não-automático 
está sujeita ao cumprimento de diversos requisitos elencados na norma 
administrativa. Por exemplo, uma importação de um guindaste na condição de 
usado somente será autorizada caso a SECEX verifique que não há 
equipamento nacional substitutivo. Questão correta. 
38- (AFRF 2002.1)- O licenciamento automático precede o 
licenciamento não-automático. 
Comentários: 
O licenciamento automático e o licenciamento não-automático são 
tratamentos administrativos autônomos, isto é, independem um do outro. Em 
outras palavras, está completamente errado dizer que um precede o outro. Na 
verdade, uma importação pode se submeter a três tipos de tratamento 
administrativo: i) dispensa de licenciamento ou; ii) licenciamento automático 
ou; iii) licenciamento não-automático. 
39- (Questão Inédita)- A maioria das importações brasileiras estão 
submetidas ao regime de licenciamento automático. 
Comentários: 
A maioria das importações brasileiras está dispensada de 
licenciamento, ou seja, na maioria das vezes, o importador não precisa pedir 
autorização ao governo para importar. Questão errada. 
40- (Questão Inédita)- As importações sujeitas ao exame de 
similaridade e à obtenção de cota tarifária e não-tarifária submetem-
se ao regime de licenciamento não-automático. 
Comentários: 
Estão sujeitas a licenciamento automático as importações sujeitas ao 
exame de similaridade – que são aquelas em que há o pleito de benefício fiscal 
– e as sujeitas à obtenção de cota tarifária e não-tarifária. Questão correta. 
41- (Questão Inédita)- O licenciamento não-automático é, em regra, 
procedimento anterior ao embarque da mercadoria no exterior. A 
partir do deferimento do licenciamento de importação, este passa a ter 
validade de 90 dias para embarque da mercadoria, podendo este prazo 
ser prorrogado por igual período. 
Comentários: 
Como regra geral, o licenciamento não-automático deverá ocorrer 
previamente ao embarque da mercadoria no exterior. No entanto, existem 
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algumas exceções, nas quais se autoriza o licenciamento após o embarque. A 
partir do momento em que a LI é deferida, o importador tem 90 dias para 
embarcar a mercadoria no exterior, prazo este que pode ser prorrogado uma 
vez por igual período. Questão correta. 
42- (Questão Inédita)- Segundo o Acordo sobre Procedimentos para 
Licenciamento de Importações firmado no âmbito da OMC, 
licenciamento automático é aquele que é concedido em todos os casos, 
desde que corretamente preenchido. 
Comentários: 
Para o Acordo sobre Procedimentos para Licenciamento de 
Importações, o conceito de licenciamento automático diz respeito àquele que é 
aprovado em todos os casos, desde que corretamente preenchido. Questão 
correta. 
43- (Questão Inédita)- Na hipótese da importação de produtos 
submetidos a medida de defesa comercial que sejam originários de 
países gravados com direitos, o licenciamento deverá ser instruído 
com Certificado de Origem emitido por Órgão Governamental ou por 
Entidade por ele autorizada ou, na sua ausência, documento emitido 
por entidade de classe do país de origem atestando a produção da 
mercadoria no país, sendo que este último documento deverá ser 
chancelado por uma câmara de comércio brasileira. 
Comentários: 
Quando um produto está sujeito a medida de defesa comercial, ele é 
submetido a licenciamento não-automático. Um documento essencial para o 
deferimento da licença de importação amparando a trazida desses produtos é 
o certificado de origem, exigível das mercadorias não-originárias dos países 
contra os quais foi aplicada a medida de defesa comercial. Questão errada. 
44- (Questão Inédita)- A importação de material usado é submetida a 
licenciamento não-automático prévio ao embarque da mercadoria no 
exterior. 
Comentários: 
De fato, a importação de material usado é submetida a licenciamento 
não-automático. Questão correta. 
45- (Questão Inédita)- Segundo o STF, é proibida a importação de 
pneus usados, com exceção dos originários do MERCOSUL. 
Comentários: 
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O STF se manifestou sobre a questão na ADPF nº 101, dispondo que 
é proibida a importação de pneus usados, inclusive os originários do 
MERCOSUL. Questão errada. 
46- (Questão Inédita)- É proibida a importação, em qualquer caso, de 
bens de consumo usados. 
Comentários: 
Poderá ocorrer a importação de bens de consumo usados quando sob 
a forma de doação. Também há outras exceções, como, por exemplo, a 
autorização para a importação de veículos com mais de 30 anos de fabricação, 
desde que para fins culturais e de coleção. Questão errada. 
47- (Questão Inédita)- O Licenciamento Automático será efetivado no 
prazo máximo de dez dias úteis, contados a partir da data de registro 
no SISCOMEX, caso os pedidos de licença sejam apresentados de 
forma adequada e completa. 
Comentários: 
O prazo para efetivação do licenciamento automático é de 10 dias 
úteis. Questão correta. 
48- (Questão Inédita)- No Licenciamento não Automático, os pedidos 
terão tramitação de, no máximo, 60 dias corridos, podendo esse prazo 
ser ultrapassado quando impossível o seu cumprimento por razões que 
escapem ao controle do órgão anuente do governo brasileiro. 
Comentários: 
No licenciamento não-automático, o prazo é de 60 dias corridos. No 
entanto, esse prazo poderá ser ultrapassado por razões que escapem ao 
controle do órgão anuente do governo brasileiro. Questão correta. 
49- (CODESP-2011) - As importações efetuadas ao amparo do regime 
aduaneiro especial de drawback estão sujeitas a licenciamento não-
automático. 
Comentários: 
As importações efetuadas ao amparo do drawback estão sujeitas a 
licenciamento automático. Questão errada. 
50- (CODESP-2011) Nas importações ao amparo dos benefícios da 
Zona Franca de Manaus e das Áreas de Livre Comércio, o licenciamento 
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poderá ser efetuado após o embarque da mercadoria no exterior, mas 
anteriormente ao despacho aduaneiro. 
Comentários: 
Questão bastante difícil, que exigia bastante conhecido do aluno! As 
importações realizadas ao amparo dos benefícios da ZFM e das Áreas de Livre 
Comércio são deferidas sem restrição à data de embarque. Ou seja, o 
licenciamento poderá ser efetuado após o embarque, mas antes do despacho 
aduaneiro. Questão correta. 
51- (CODESP-2011) As importações com redução da alíquota de 
imposto de importação decorrente da aplicação de

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