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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE – UFS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA -CCET DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL - DEC SANEAMENTO E MEIO AMBIENTE Jhonatas Augusto Rocha Vieira Andrey Ferreira Rocha Hégon Jorge Santos Paulo Vinicius Costa Rodrigues Vitor Emanuel Nascimento de Azevedo CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL Abril de 2016 – São Cristovão/SE 2 Jhonatas Augusto Rocha Vieira Andrey Ferreira Rocha Hégon Jorge Santos Paulo Vinicius Costa Rodrigues Vitor Emanuel Nascimento de Azevedo Certificação Ambiental Relatório referente a apresentação do seminário, como segunda avaliação da disciplina Saneamento e Meio Ambiente, ministrada pelo professor Daniel Moureira Fontes Lima, turma ENCIV0123, da Universidade Federal de Sergipe. Abril de 2016 – São Cristóvão/SE 3 Sumário 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................5 1.1. Certificação Ambiental......................................................................5 1.2. Normas De Gestão Ambiental.............................................................6 2. OBJETIVOS ............................................................................................6 3. SÉRIE ISO 14000......................................................................................7 3.1. Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001)............................................7 3.2. Auditorias Ambientais (14010, 14011 E 14012)......................................10 3.3. Rotulagem Ambiental (14020, 14021 E 14024)......................................10 3.4. Aspectos Ambientais Em Normas De Produtos (15060)...........................12 3.5. Análise Do Ciclo De Vida Do Produto (14040).......................................13 4.A CONSTRUÇÃO CIVIL E A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL............14 4.1 Sistemas De Avaliação Da Construção Sustentável...................................14 4.2 Características dos Sistemas de Avaliação...............................................15 4.3 Objetivos dos Sistemas de Avaliação Sustentável.....................................16 4.4 Certificação LEED..............................................................................16 4.5 Certificado AQUA..............................................................................20 5.0 ESTUDOS DE CASO.............................................................................25 5.1 Leroy Merlin em Niterói – AQUA........................................................25 6.0 CONCLUSÃO........................................................................................28 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................29 4 1. INTRODUÇÃO Desde o surgimento da sociedade o ser humano modifica o meio em que vive utilizando-se da natureza e trazendo certo impacto a ela. Porém a partir da revolução industrial esses impactos tomaram proporções nunca antes vistas evidenciando a necessidade da preservação do meio ambiente Conceitos como qualidade total ambiental, sustentabilidade começaram a surgir. Em 1972, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio ambiente (PNUMA) com o objetivo de coordenar as ações internacionais de proteção ao meio ambiente e de promoção do desenvolvimento sustentável indicando com clareza o papel das empresas na gestão ambiental. Em 1992 ocorreu a 2ª conferência mundial sobre meio ambiente onde novamente enfatizou-se a necessidade de uma maior integração entre o meio ambiente e o desenvolvimento. Tais ações geraram uma nova tendência das empresas que agora não podiam mais atuar de forma imprudente em relação ao meio ambiente, seja devido a prejuízos financeiros decorrentes de multas ou a prejuízos na imagem da empresa. A abertura do mercado gerou uma competição desleal no mundo onde empresas que estavam em países cuja legislação ambiental era mais branda em relação a outras possuiriam certa vantagem relacionada a custos menores devido a essa menor preocupação com a natureza. Isso gerou a necessidade de transformar essa “desvantagem” em vantagem de modo com que empresas que investissem em proteção ambiental se tornassem mais competitivas. Isso pode ser feito através da demonstração e comprovação de tais valores. 1.1 Certificação Ambiental Dentro desse contexto surgiu a certificação ambiental que consiste de uma comprovação de que determinado órgão empreendedor que se utiliza do meio ambiente para produzir está em conformidade com determinadas instruções e normas deixando-o na melhor condição possível a fim de obter um desenvolvimento sustentável. Sendo tal comprovação emitida por uma agência certificadora. Assim, uma empresa, ao conseguir o selo de certificação deve, nos anos seguintes, continuar a seguir as recomendações da agência certificadora, para continuar a receber o certificado. Existem vários tipos de certificações. 5 Sendo assim, conceitos como gestão ambiental, prevenção da poluição e o já consagrado desenvolvimento sustentável começaram a ser amplamente difundidos e incorporados nas estratégias de planejamento de inúmeras indústrias ao redor do planeta. Possuir certificação ambiental traz diversas vantagens para uma empresa sendo algumas delas: a. Melhoria da imagem junto a clientes e consumidores; b. Melhoria da qualidade do produto; c. Sua adoção como estratégia de marketing, como uma oportunidade de mercado para diferenciar-se dos concorrentes; d. Sua contribuição para inserção da marca em novos nichos de mercado com alta exigência ambiental; 1.2 Normas De Gestão Ambiental Inicialmente cada país criou a sua norma de gestão ambiental. A Inglaterra estabeleceu a norma BS 7750 emitida pelo Instituto Britânico de Normatização - BSI, tendo sua primeira versão publicada em 1992, o Canadá normalizou o seu próprio modelo de gestão ambiental, a comunidade econômica europeia formulou normas para rotulagem, gestão e auditoria ambiental e outros países seguiram essa tendência estabelecendo normas próprias. Com o crescente interesse de vários países com questões ambientais foi estabelecido pela Organização Internacional de Padronização (ISO), em 1993, o Comitê Técnico 207 (TC- 207), com a incumbência de elaborar uma série de normas direcionadas para o meio ambiente, dando origem à Série ISO 14000. 2.0 OBJETIVOS O presente trabalho tem como objetivo explicar o que é certificação ambiental e a sua importância. Discorrer sobre a ABNT NBR ISO 14001, rotulagem ambiental e trazer exemplos de certificação ambiental na engenharia civil com foco maior no sistema LEED (Lidership in Energy and Environmental Design). 6 3.0 Série ISO 14000 A ISO 14000 é um conjunto de normas voluntárias, definidas pela ISO, para padronizar a Gestão Ambiental nas empresas. A série ISO 14000 engloba seis grupos de normas, cada uma delas atendendo a um assunto específico da questão ambiental. Esses grupos são: - Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001) - Auditorias ambientais (14010, 14011 e 14012) - Rotulagem ambiental (14020, 14021 e 14024) - Aspectos ambientais em normas de produtos (15060) - Análise do ciclo de vida do produto (14040) Tem como objetivo maior da gestão ambiental definida pela ISO 14000 deve ser a busca permanente de melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer organização pública ou privada. 3.1. Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001) Esta Norma especifica os requisitos relativos a um sistema de gestão ambiental, permitindo a uma organização formular uma política e objetivos que levem em conta os requisitos legais e as informações referentes aos impactosambientais significativos. Ela se aplica aos aspectos ambientais que possam ser controlados pela organização e sobre os quais presume-se que ela tenha influência (NBR 14001, 1996). Em si, ela não prescreve critérios específicos de desempenho ambiental. Esta Norma se aplica a qualquer organização que deseje: a) implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental; b) assegurar-se de sua conformidade com sua política ambiental definida; c) demonstrar tal conformidade a terceiros; d) buscar certificação/registro do seu sistema de gestão ambiental por uma organização externa; e) realizar uma auto avaliação e emitir auto declaração de conformidade com esta Norma. 7 Todos os requisitos desta Norma se destinam a ser incorporados em qualquer sistema de gestão ambiental. O grau de aplicação dependerá de fatores como a política ambiental da organização, a natureza de suas atividades e as condições em que ela opera. Considerando que um dos principais fundamentos da ISO 14000 é a melhoria contínua, a implementação do SGA (ISO 14001) exige que algumas normas e diretrizes mínimas sejam seguidas: 1. Manter sistema de gestão ambiental de forma que suas atividades atendam à legislação vigente e aos padrões estabelecidos pela empresa, mas não impõe requisitos legais adicionais; 2. Estabelecimento de objetivos ambientais a todos os níveis relevantes da organização e fixar novos objetivos assim que estes sejam atingidos; 3. Manter canal de comunicação e diálogo permanente com seus empregados e a comunidade, visando ao aperfeiçoamento de ações ambientais conjuntas. Essa necessidade de estruturação da comunicação em termos ambientais não obriga à publicação dos resultados ambientais; 4. Definição de uma Política Ambiental ajustada à realidade da empresa, mas não a rotulagem ecológica do produto; 5. Avaliação periódica do Sistema de Gestão Ambiental implementado, de modo a identificar oportunidades de melhoria ao nível do desempenho ambiental; 6. Exigir de seus fornecedores produtos e componentes com qualidade ambiental compatível com a de seus próprios produtos; 7. Educar e treinar seus funcionários para que atuem sempre de forma ambientalmente correta; 8. Desenvolver pesquisas e a adoção de novas tecnologias que reduzam os impactos ambientais e contribuam para a redução do consumo de matérias-primas, água e energia; 9. Assegurar-se de que seus resíduos são transportados corretamente e em segurança até o destino estabelecido, de acordo com as normas ambientais vigentes. A norma diz que a organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e continuamente melhorar um sistema da gestão ambiental em conformidade com os requisitos da norma ISO 14001. De maneira simples, o Sistema de Gestão Ambiental deve cumprir requisitos quanto: 8 Política Ambiental; Planejamento; Implementação e Operação; Verificação e Ação corretiva; Revisão pela Gerência; 3.1.2 Política Ambiental É a fase onde a empresa vai definir uma política ambiental, determinar os aspectos que venham a ter impactos ambientais, se comprometendo com a melhoria contínua e com a prevenção de poluição. Esta política ambiental deve ser documentada, implantada e mantida. Deve ser comunicada a todos que trabalhem na empresa ou que atuem em seu nome, além de estar disponível ao público. 3.1.3 Planejamento Nesta fase a empresa deve formular e documentar um plano para que seja atendida a política ambiental definida na fase anterior. É realizado um estudo onde serão identificados os impactos ambientais causados por seus produtos ou serviços e verificando quais possam ser controlados. O próximo passo é definir os objetivos, estes devem ser claros e específicos. Sempre que possível devem ser medidas as metas para poder verificar se os objetivos estão sendo alcançados. 3.1.4 Implementação e Operação É onde a empresa coloca em prática seu plano de gestão ambiental, disponibilizando treinamentos, materiais, comunicação e auditorias. É necessário comprometimento de todos. É importante que todos que exerçam uma atividade que possa resultar em algum tipo de impacto ambiental recebam algum tipo de treinamento. A empresa deve identificar situações de emergência e que possam ter algum tipo de impacto ao meio ambiente, além de definir como a empresa responderá sobre elas. 3.1.5 Verificação e Ação corretiva 9 A empresa deve medir, monitorar e avaliar seu desempenho ambiental, para poder comparar com os objetivos e metas já definidos. 3.1.6 Revisão pela Direção Fase onde tudo é analisado, são coletadas as informações necessárias e depois documentadas. As decisões e ações relacionadas a possíveis mudanças na política ambiental, nos objetivos e metas devem ser tomadas pela direção, garantindo uma melhora contínua. 3.2 Auditoria Ambiental (14010, 14011 E 14012) De acordo com a NBR ISO 14010(ABNT), auditoria ambiental é o processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar se as atividades, eventos, sistema de gestão e condições ambientais especificados ou as informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria, e para comunicar os resultados deste processo ao cliente. A auditoria ambiental tem como objetivos: Avaliação de impacto ambiental após implantação de um empreendimento; Verificação de cumprimento da legislação aplicável existente; Determinação das causas de um acidente; Analisar riscos de provável acidente, e consequentemente, os riscos jurídicos, econômicos e financeiros. As normas referentes a Auditoria Ambiental são: NBR ISO 14010 – Diretrizes Gerais; NBR ISO 14011 – Procedimentos para Auditoria; NBR ISO 14012 – Critérios de qualificação; 3.3. Rotulagem Ambiental (14020, 14021 E 14024) 3.3.1 Definição É a certificação de que na produção de determinado produtos adequados ao uso apresentam menos impacto no meio ambiente. Ela atribui um selo ou rótulo a um produto ou serviço para comunicar informação acerca dos seus aspectos ambientais. 10 A Rotulagem Ambiental (ou Selo Verde) já é praticada em vários países, como Alemanha, Suécia, Japão, Canadá e Holanda. 3.3.2 Objetivo A Rotulagem Ambiental tem como objetivos proteger o ambiente, encorajar a inovação ambientalmente saudável na indústria e desenvolver a consciência ambiental dos consumidores. Existe uma diferença entre rotulagem ambiental e certificação ambiental.Rotulagem Ambiental (Eco-labelling) é destinada aos consumidores e Certificação Ambiental (Eco- certification) é destinada as empresas. A rotulagem é efetuada em relação a critérios bem definidos, é um mecanismo de informação ao consumidor e é um instrumento de Marketing para as Empresas 3.3.3 Histórico Na Alemanha em 1977 a Blue Angel Certificou mais de 3000 produtos. No Canadá em 1988 a Environmental Choice certificou detergentes, fraldas, material de construção, embalagens comerciais. No Japão em 1989 a Eco-Mark certificou detergente, tintas, baterias, pesticidas, artigos eletrônicos, óleos lubrificantes. 3.3.4 Agência Americana de Proteção Ambiental (USEPA) A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental ProtectionAgency, EPA ou USEPA em inglês) é o órgão responsável por identificar a rotulagem ambiental dos produtos, dividida em grupos fundamentados em três atributos- chaves: -Todos os programas de rotulagem que são independentes dos fabricantes e vendedores podem ser considerados como da terceira parte; -A participação pode ser voluntária ou obrigatória; -Os programas de rotulagem podem ser positivos, negativos ou neutros. 3.3.4.1 Tipos deProgramas de Rotulagem Ambiental Pela USEPA Selos de aprovação: Identifica os produtos que prejudicam menos o meio ambiente. Certificado simples atributo: Indica que uma terceira parte independente validou um aspecto particular do produto, permitindo que seja usado como único aspecto com apelo ambiental. 11 Relatório: Fornece ao consumidor informações do produto e da empresa. Divulgação de informação: Apresenta fatos sobre um produto que não seria divulgado pela empresa. Avisos de perigo: São uma exigência legal, contendo avisos obrigatórios, relacionado com o efeito do produto. 3.4. Aspectos Ambientais Em Normas De Produtos (15060) 3.4.1 Definição com base na ISO 14031 “Uma Avaliação de Desempenho Ambiental (ADA) é um processo de gestão interna à empresa, constituindo-se em ferramenta destinada em prover a gestão da empresa com informações reais e mensuráveis em Relação a uma base e/ou critérios estabelecidos, que mostrarão se, ao longo do tempo, o desempenho ambiental da empresa está indo ao encontro desses parâmetros.” 3.4.2 Utilização das Informações da ADA pelas empresas As informações geradas pela ADA podem auxiliar a empresa a: -Determinar ações necessárias para atingir seus critérios de desempenho ambiental; -Identificar aspectos ambientais significativos; -Identificar tendências e oportunidades para melhorar a gestão de seus aspectos ambientais; -Elevar a eficiência da organização 3.4.3. As 3 áreas de avaliação (indicadores) estão indicadas pela figura abaixo: 12 Figura 01 – As 3 áreas de avaliação 3.5. Análise Do Ciclo De Vida Do Produto (14040) 3.5.1 Definição Segundo Barbieri (2004, p. 146) o ciclo de vida que interessa à Gestão Ambiental trata-se dos aspectos ambientais de um bem ou serviço em todas as suas fases. Começando desde os primeiros recursos do meio ambiente até a disposição final dos resíduos de materiais e energia após o uso, passando por todas as fases intermediárias. Figura 02 – Ciclo De Vida Do Produto 13 3.5.2 Vantagens da utilização da Análise do Ciclo de Vida A visão sistêmica do setor em relação ao impacto ambiental; Propiciar a identificação das partes críticas da produção e do uso, orientando as ações voltadas à melhoria do sistema; Sensibilizar todos os componentes do sistema para os problemas ambientais envolvidos; Oferecer elementos para a orientação de discussões no âmbito sistêmico do processo, em detrimento a pontos específicos; Proporcionar informações básicas para a discussão e avaliação de assuntos ambientais. 4- A CONSTRUÇÃO CIVIL E A CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL A construção civil desempenha um grande papel na economia brasileira, influenciando uma cadeia inteira que vai desde os insumos ao produto final. Porém ela causa grande impacto ao meio ambiente estimando que os processos de construção e manutenção de edifícios consomem 40% da energia mundial. No contexto das novas tendências de sustentabilidade e com o surgimento da certificação ambiental viu-se de fundamental importância a incorporação de praticas sustentáveis com as respectivas comprovações da mesma através de certificações, que como dito anteriormente são de fundamental importância para a competitividade para empresas que implementam praticas a favor do meio ambiente. Duas certificações utilizadas no Brasil são LEED (Lidership in Energy and Environmental Design) desenvolvida nos Estados Unidos e AQUA (Alta Qualidade Ambiental) certificação brasileira baseada na francesa HQE (Haute Qualité Environnemetale). Conhecer as certificações utilizadas na construção é conhecer o que tem sido aplicado no mercado, e o direcionamento do mesmo. 4.1 Sistemas De Avaliação Da Construção Sustentável 4.1.1 - Surgimento Dos Instrumentos De Avaliação 14 As questões ambientais levaram ao surgimento de critérios abordagens e guias para melhorar o desempenho ambiental. Com isso surgiu o sistema de avaliação ambiental devido a importância de se elevar o padrão ambiental.De acordo com PINHEIRO, 2006 chega-se a elaboração de práticas para avaliar e reconhecer a construção sustentável cada vez mais presentes em vários países sendo estruturada a partir de orientações ou guias para a construção sustentável, com critérios de maior ou menor definição processos de avaliação e verificação desses critérios, especialistas para o apoio ao seu desenvolvimento e avaliação (auditoria), e por vez até a integração em processos independentes de certificação . Os dois sistemas mais utilizados, citados anteriormente, no Brasil são o LEED realizado pelo Green Council do Brasil e o AQUA (Alta Qualidade Ambiental) que é baseada no HQE e realizado pela Fundação. 4.2 Características dos Sistemas de Avaliação Indicadores de desempenho atribuem uma pontuação técnica em função do grau de atendimento a respectivos requisitos que a maioria dos sistemas de avaliação ambiental se baseiam. Os requisitos levam em conta tanto a edificação em si quanto o seu entorno e a relação com a cidade e ambiente global e são relacionados aos aspectos construtivos, climáticos e ambientais. Os indicadores retratam os principais problemas ambientais locais e podem ter ponderações explicitas ou não. · Impactos no meio urbano, representado por itens sobre incômodos gerados pela execução, acessibilidade, inserção urbana, erosão do solo, poeira e outros; · Materiais e Resíduos, relacionando-se com o emprego de madeira e agregados com origem legalizada, geração e correta destinação de resíduos, emprego de materiais de baixo impacto, gestão de resíduos no canteiro e reuso de materiais; · Uso racional da água, sendo o objetivo maior a economia da água potável, obtido por uso de equipamentos economizadores de água, acessibilidade do sistema hidráulico, captação de água de chuva, tratamento de esgoto, etc.; · Energia e emissões atmosféricas, analisando o sistema de ara condicionado, iluminação e outros; 15 · Conforto e salubridade do ambiente interno, considerando a qualidade do ar e o conforto ambiental. Figura 03 – Gestão de resíduos no canteiro de obra 4.3 Objetivos dos Sistemas de Avaliação Sustentável O objetivo principal por traz da certificação é a conscientização de todos os envolvidos no processo construtivo bem como a garantia de que tal método é eficaz ou que a empresa em questão realmente fornece o serviço que diz. Em geral há um aumento no custo inicial, mas que é compensado com a redução dos custos operacionais refletindo no aumento da qualidade de vida dos usuários e também do meio ambiente além de acarretar numa economia monetária a longo prazo. O selo da certificação ambiental é tido como um objetivo para a empresa na medida em que demonstra a adequação da mesma as normas. Segundo DONAIRE (1995) as empresas adotam a estratégia ambiental por motivos como: sentido de responsabilidade ecológica, requisitos legais, salvaguarda da empresa, imagem, proteção de pessoal, pressão de mercado, qualidade de vida e lucro. 4.4 Certificação LEED De acordo com a gbcbrasil LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações, utilizado em 143 países, e possui o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações. Sendo avaliada em 7 dimensões: Sustainable sites (Espaço Sustentável) – Encoraja estratégias que minimizam o impacto no ecossistema durante a implantação da edificação e aborda questões fundamentais de grandes centros urbanos, como redução do uso do carro e das ilhas de calor. 16 Water efficiency (Eficiência do uso da água) – Promove inovações para o uso racional da água, com focona redução do consumo de água potável e alternativas de tratamento e reuso dos recursos. Energy & atmosphere (Energia e Atmosfera) – Promove eficiência energética nas edificações por meio de estratégias simples e inovadoras, como por exemplo simulações energéticas, medições, comissionamento de sistemas e utilização de equipamentos e sistemas eficientes. Materials & resources (Materiais e Recursos) - Encoraja o uso de materiais de baixo impacto ambiental (reciclados, regionais, recicláveis, de reuso, etc.) e reduz a geração de resíduos, além de promover o descarte consciente, desviando o volume de resíduos gerados dos aterros sanitários. Indoor environmental quality (Qualidade ambiental interna) – Promove a qualidade ambiental interna do ar, essencial para ambientes com alta permanência de pessoas, com foco na escolha de materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, controlabilidade de sistemas, conforto térmico e priorização de espaços com vista externa e luz natural. Innovation in design or innovation in operations (Inovação e Processos) – Incentiva a busca de conhecimento sobre Green Buildings, assim como, a criação de medidas projetuais não descritas nas categorias do LEED. Pontos de desempenho exemplar estão habilitados para esta categoria. Regional priority credits (Créditos de Prioridade Regional) – Incentiva os créditos definidos como prioridade regional para cada país, de acordo com as diferenças ambientais, sociais e econômicas existentes em cada local. Quatro pontos estão disponíveis para esta categoria. A certificação acontece em níveis que quantificam o grau de proteção ambiental do meio ambiente, ou seja, a níveis diferentes para o grau de comprometimento que se tem com a natureza existindo requisitos mínimos para se obter cada nível de certificação. Independentemente das diferentes categorias o LEED oferece quatro níveis de certificação que dependem da pontuação total obtida na avaliação. São eles: Certificação Básica (26 a 32 pontos), Prata (33 a 38 pontos), Ouro (39 a 51 pontos) e Platina (52 a 69 pontos). 17 Figura 04 – Níveis de certificação LEED Existem uma serie de conjunto de critérios de desempenho que devem ser atendidos em áreas chaves determinadas e apresentadas abaixo. Estas áreas chaves dão origem a subdivisões em áreas especificas pontuáveis, sendo que alguns critérios devem ter cumprimento obrigatório. Quadro 01 – Áreas chave e critérios da classificação LEED. O certificado LEED se aplica a diversos tipos de construções sendo que para cada uma delas existem requisitos para a sua obtenção. O quadro 2 demonstra isso. 18 Quadro 02 – Categorias de certificação LEED A certificação LEED leva em conta o ciclo de vida da construção em diferentes etapas sejam residenciais, comerciais, públicos, novos ou já existentes e na manutenção e operação de edifícios existentes. A obtenção do certificado LEED acontece de acordo com etapas definidas e sendo realizado por meio de uma plataforma online do GBCI (Green Building Council Institute). São fornecidos dados gerais do empreendimento e preenchida uma declaração de intenção, com tais etapas concluídas efetiva-se o registro do projeto que fica disponível no LEED online. A partir dos dados gerais é realizada análise preliminar determinando a viabilidade da construção sustentável. Em sequência a candidatura é efetivada e toda a documentação necessária que apresenta todos os pré-requisitos e créditos de cada etapa da obra. Este material é adicionado na plataforma para se efetuar a pré analise da certificação. Na final da fase de construção, estando toda a documentação inserida na plataforma da fase de projeto e de construção corrigidas e atualizadas, acontecerá a revisão final. É definido após está revisão final se será ou não concebido o certificado ao empreendimento.O gbcbrasil traz um esquema simples de como é feito tal processo figura x: 19 Figura - 05 Obtenção da certificação LEED fonte:gbcbrasil A etapa de auditoria da fase de projeto dura em média três meses e a fase de construção dura em média de três a seis meses após sua conclusão. O aumento no custo de um empreendimento devido a certificação é de 5% a 10%, sendo os custos diretos estão detalhados no quadro abaixo. Quadro 03 – Custo certificação LEED 4.5 - Certificado AQUA O processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) de certificação é a variante brasileira adaptada do HQE (França) que determina a qualidade ambiental, segundo a associação HQE, 20 como “qualidade ambiental do edifício e dos seus equipamentos (em produtos e serviços) e os remanentes conjuntos de operação, de construção ou adaptação, que lhe entregamcapacidade para satisfazer as necessidades de dar resposta aos impactos ambientais sobre o ambiente exterior e a criação de ambientes interiores confortáveis e sãos”. (PINHEIRO, 2006) No Brasil a Fundação Vanzolini, instituição privada sem fins lucrativos, foi a responsável pela implantação do processo AQUA. O processo visa garantir a qualidade ambiental de um empreendimento novo de construção ou reabilitação aproveitando-se de auditorias independentes. Segundo a Fundação Vanzolini, ele pode ser definido “como sendo um processo de gestão de projeto visando alcançar a qualidade ambiental de um empreendimento novo ou envolvendo uma reabilitação”. O processo de certificação é estruturado em torno dos aspectos relacionados a implementação do sistema de gestão ambiental (empreendedor), adaptação do ambiente a sua envolvente e ambiente imediato e informações transmitidas pelo empreendedor aos usuários. A obtenção do desempenho ambiental tem como fundamento o conceito de que um dos métodos mais confiáveis de alcançar tal desempenho passa pelo apoio de uma organização ativa e rígida do empreendimento (Fundação Vanzolini, 2011). Desta forma o referencial técnico de certificação estrutura-se em dois elementos: · SGE (Sistema de Gestão do Empreendimento), afere o sistema de gestão ambiental implementado. · QAE (Qualidade Ambiental do Edifício), mede aperformance arquitetônico e técnico do Edifício. Esta estrutura utilizada admite que haja a organização necessária para se alcançar a qualidade ambiental almejada. O SGE determina a qualidade ambiental, arranja e controlar os processos operacionais em todas as fases, do programa, passando pela concepção (projeto), realização (obra) e Operação ou Uso (Fundação Vanzolini, 2011). Umatributo do SGE é uma apresentação de exigências que se adaptam as desiguais formas de se arranjar os papeis dos diferentes agentes de um empreendimento, competindo a cada agente explicar e consentir as exigências em função das especificidades em cada fase. 21 É o empreendedor que decide a organização, competências, método, meios e documentação necessária para se chegar os objetivos e exigências propostas. Assim tem-se na mão do empreendedor o papel fundamental do SGE, agindo na implementação, acompanhamento e melhoria do sistema. Mas estas escolhas devem acontecer sempre de forma justificada e coesa, sendo exigida a formalização das analises, decisões e modificações. A integração necessária para o comprimento do SGE demanda tempo e decreta do empreendedor qualidades como organização, rigor e capacidade de reação. Sendo bem executado o SGE, se tem um empreendimento bem gerenciado com maiores chances de se alcançar as metas definidas. O processo de avaliação QAE aceita que seja verificado nas desiguais fases do empreendimento a adaptação ao perfil ambiental definitivo. Ele é expressado em 14 categorias as quais são desmembradas em preocupações associadas a cada um dos desafios, que por sua vez são traduzidos em critérios e indicadores de desempenho.A certificação é arquitetada ou não ao empreendimento,não existindo níveis intermediários. O sistema é baseado em desempenho, sendo classificado em três níveis: Bom (praticas correntes, legislação), Superior (boas práticas) e excelente (melhores práticas). Para se conseguir a certificação é estabelecido que um número mínimo de classificação Excelente e um número Máximo da classificação Bom. Uma característica do sistema é que o padrão mínimo de exigência manda ao que está normatizado e regulamentado. O Gráfico abaixo elucida estas exigências necessárias a concessão da certificação. Figura 06 – Exigência mínima para certificação AQUA Estas 14 categorias devem agradar as exigências relacionada ao controle de impactos sobre o ambiente externo e à criação de um ambiente interno aconchegado e benéfico. O conjunto de preocupações pode ser aglomerada em quatro grupos: eco construção, eco gestão, conforto e saúde. O quadro abaixo exibe todas estas quatorze categorias agrupadas conforme os aspectos de cada uma. 22 Quadro 04 – 14 Categorias do processo AQUA Na relação do edifício com seu entorno as exigências compreendem características relacionadas a interação do empreendimento com o ambiente externo ponderando as vantagens e desvantagens existentes, a criação de um ambiente externo afável (paisagismo, áreas de lazer) e a diminuição de impactos relacionados ao transporte (vias especiais para bicicletas e pedestres, estacionamento para portadores de necessidades especiais). A escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos mira garantir entre outras coisas uma maior durabilidade e qualidade do empreendimento, promover a manutenção e conservação da construção e diminuir os impactos em toda a cadeia produtiva. Aconselha-se a opção de fabricantes que não ataquem o meio ambiente e que não cometam a informalidade na cadeia produtiva. O canteiro de obras deve ser planejado de forma a reduzir o impacto gerado, sendo alguns dos aspectos que devem ser levados em conta são a gestão de resíduos do canteiro, limitação dos incômodos e controle dos recursos de água e energia. Relacionado a gestão de energia está o uso de energias renováveis, redução do consumo de energia não renovável, concepção arquitetônica que favoreça iluminação natural e a produção de água quente. A gestão do recurso água tem por objetivo a redução do consumo de água potável e advém por meio do uso de equipamentos e sistemas economizadores de água e da aplicação de águas pluviais para jardinagem, limpeza de automóveis e emprego em aparelhos sanitários. A gestão dos resíduos de uso e operação age na adaptação entre coleta interna e externa, controle de triagem de resíduos e otimização do sistema de coleta interna, sendo que 23 todas estas ações dirigem a conscientização dos usuários atentando-os quanto ao problema do impacto causado pelos resíduos. É analisado no processo de certificação a qualidade sanitária do empreendimento, seja ela do ambiente em si, do ar ou da água. Relaciona-se com a qualidade da ventilação capaz de gerenciar fontes de poluição interna e externa, e a qualidade e durabilidade dos materiais utilizados na rede de água, garantindo a saúde do usuário. Para se alcançar a certificação é imperativo num primeiro momento que o empreendedor arranje contato com a Fundação Vanzolini e união a um dos referenciais técnicos disponíveis no site da instituição. Têm referenciais técnico para escritório e edifícios escolares, hotéis e edifícios habitacionais (Fundação Vanzolini, 2011). O processo de certificação é efetivado a partir de auditorias presenciais seguidas de análise técnica que averiguam o atendimento aos critérios do referencial técnico. Atendidos os critérios de cada fase, programa, concepção e realização, os certificados são dados em até 30 dias. Na fase de programa, o empreendedor deve decidir o programa de necessidades e o perfil de desempenho nas 14 categorias do QAE. Necessita ainda tomar o compromisso e garantir os recursos para alcançar o perfil delineado, até mesmo colocando o SGE para asseverar o controle total do projeto, até a conclusão da obra. A auditoria realizada mediante solicitação do empreendedor e um dossiê completo, contendo o programa e a avaliação da QAE, é enviado a Fundação Vanzolini. Na fase de concepção (projetos), o empreendedor emprega o perfil de atuação planejado nas 14 categorias e os demais elementos do programa como entrada para os projetos. É conservado o SGE e são produzidos os projetos, medindo o perfil da QAE e ajustando desvios percebidos. A auditoria também cai mediante requerimento do empreendedor e a emissão da avaliação da QAE ao final dos projetos é feito a Fundação Vanzolini. Na fase de Realização (obra), o empreendedor sustenta o SGE, atinge a obra, afere o perfil QAE e ajusta eventuais desvios. É agendada a auditoria e feito aemissão a Fundação Vanzolini da avaliação da QAE na entrega da obra. 24 É desempenho de o auditor apurar em cada uma das fases a implementação do SGE e bancar a comparação da avaliação da QAE com os critérios de desempenho exigidos no referencial técnico adotado. Ao final de cada passo finalizado com sucesso um certificado é dado. Os custos do processo estão oferecidos no Quadro abaixo. Quadro 07 – Custo do processo AQUA 5.0 ESTUDOS DE CASO 5.1 Leroy Merlin em Niterói – AQUA A loja da Leroy Merlin, localizada em Niterói – RJ (Figura 17), foi o primeiro empreendimento comercial a receber a certificação do Processo AQUA. A loja passou por todas as etapas do processo de certificação: programa, concepção de projeto e realização da obra. Foi a através do SGE (Sistema de Gestão do Empreendimento) que foi possível a adequação aos critérios da QAE (Qualidade Ambiental do Edifício). A certificação AQUA foi a escolhida pela Leroy Merlin pela sua adaptação as necessidades brasileiras, elaborando critérios que atuam na avaliação dos projetos e da obra. O terreno onde se encontra a loja tem oito mil e quinhentos metros quadrados, onde foram desenvolvidas as atividades que possibilitaram a obtenção do certificado. Figura 08 – Loja Leroy Merlin em Niterói 5.1.1 Iniciativas sustentáveis Para cumprir com parâmetros sustentáveis a loja foi construída na zona norte de Niterói, região conhecida por Barreto, com o objetivo de incentivar e ajudar o 25 desenvolvimento econômico da região.Houve um aproveitamento de todo o resíduo produzido durante a obra, sendo este viável a partir de um planejamento do canteiro que visou entre outras coisas, a separação dos resíduos de construção. Toda madeira, metal, papel, pedras e sacos de cimento seguiram para a reciclagem ou foram reaproveitadas na própria obra. No aspecto da gestão da água, foram tomadas ações como a utilização de válvulas de duplo acionamento nas bacias sanitárias, mictórios especiais que não utilizam água, desenvolvimento de projeto para minimizar riscos de enchentes da região e não desperdiçar o volume de água da chuva drenado, e projeto de captação de água de chuva posteriormente utilizada nas descargas, jardins e limpeza, com reservatório de 150 mil litros. Figura 09 - sistema combate enchentes e Caixa d’água de armazenamento de agua da chuva A economia de energia foi possível a partir do uso de painéis foto volver, spots e refletores na fachada com LED, e com um sistema automatizado que controla o sistema de arrefecimento, não permitindo o ligar e desligar frequentes, evitando corrente de fuga. Com estas ações se conseguiu uma economia de 17%. Figura 10 - Painéis foto volver e Refletores com LED No paisagismo externo da loja foram utilizadas espécies de arvores que além de propiciar conforto ao usuário, atraem espécies animais.No espaço interno foi realizado um piso de concreto polido que não necessita produtos químicos em sua limpeza. A26 acessibilidade aos deficientes físicos é garantida pela adoção de esteiras na entrada da loja, que facilitam também a entrada e saída de carrinhos no fluxo loja estacionamento. O fato da fachada do prédio estar voltada para o oeste, recebendo a insolação direta durante toda tarde, e a solução foi o uso de vidros e quebra sol que permitem que a iluminação natural entre mantendo o calor do lado de fora. Esta solução foi prevista ainda na fase de programa e concepção. Figura 11 – Fachada em vidros e quebra brisa 5.1.2 Certificação A loja da Leroy Merlin de Niterói conseguiu o certificado do Processo AQUA que foi entregue no dia da inauguração da loja. A loja apresentou cinco níveis excelentes, seis níveis superiores e três níveis bom. O Quadro abaixo mostra o nível atingido em cada categoria. Quadro 06 - Avaliação das 14 categorias do LEED da loja Leroy Merlin 27 A loja em questão ainda hoje pratica a reciclagem de resíduos, e leva a proposta para o cliente por meio da presença de postos de coleta seletiva por toda a loja. Através de cartazes ela valoriza as ações sustentáveis adotadas, como a captação a água de chuva, incentivando a conscientização ambiental e obtendo benefício com o marketing positivo para a loja. Na mesma linha de ação ela tenta promover o consumo mais sustentável identificando os produtos eco sustentáveis. Por estas iniciativas e ações do dia a dia que a Leroy Merlin de Niterói recebeu recentemente o certificado AQUA da fase de operação. 6.0 CONCLUSÃO Evidentemente, no caso brasileiro como os movimentos atuais já mostram com clareza, os padrões da série ISO 14000 afetam primeiro as empresas com maior inserção no mercado internacional (papel e celulose, couro e calçados, minérios e derivados, etc.), como rebatimento das demandas ambientais das sociedades pós-industriais, nossos maiores consumidores externos. Para as empresas voltadas ao mercado interno (eletrodomésticos, detergentes, embalagens, móveis de madeira, produtos de higiene pessoal, tintas e corantes), esse processo dependerá das acomodações resultantes da abertura de mercado e da pressão da opinião pública, além dos movimentos ambientais e das restrições legais. E nesse aspecto, tendo em vista que os padrões ambientais incorporam em especial os interesses de setores produtivos de países industrializados, há preocupações para que a ISO 14000 não se constitua em mais uma barreira não-tarifária ao comércio. É importante destacar que além dos setores já mencionados, nos últimos anos vêm surgindo iniciativas também em setores não tradicionais, como a agropecuária, incluindo a exploração de florestas nativas, os plantios florestais homogêneos, a cana-de-açúcar, a soja e o café. Vale lembrar que a norma BS 7750 aplica-se a qualquer instituição que queira cumprir uma política ambiental estabelecida e mais, demonstrar esse cumprimento à legislação vigente. Essa norma especifica os requisitos relativos aos sistemas de gestão ambiental, visando ao cumprimento dos objetivos e das políticas ambientais declaradas. 28 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004). NBR ISO 14001, Sistemas Da Gestão Ambiental – Requisitos com Orientações para uso. Rio de Janeiro, 2004. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2004). NBR ISO 14004, Sistemas de Gestão Ambiental – Diretrizes Gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Rio de Janeiro, 2000. PIMENTA, Hándson Cláudio Dias (organizador); GOUVINHAS, Reidson Pereira(organizador). Ferramentas da Gestão Ambiental Competitividade e Sustentabilidade. Natal: Ed. CEFET-RN, 2008, 220 p. PINHEIRO, Manuel Duarte. Ambiente e Construção Sustentável. 1 ed. Portugual: Instituto do Ambiente, 2006, 243 p. MAGNANI, Juliana Mattos. Análise Comparativa do selo Casa Azul e do sistema de certificação LEED FOR HOMES. ESPECIALIZAÇÂO/UFMG, 1ª ed. Belo Horizonte: 2011, 76 p. BRANCO, Luis Antônio M. N. Uma análise dos impactos da certificação de qualidade em empresas de construção civil na perspectiva da construção enxuta. MESTRADO/UFMG, 1ª ed. Belo Horizonte: 2004, 175 p. FRANÇA, Júnia Lessa; VASCONCELLOS, Ana Cristina. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 8 ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2009, 242 p. COELHO, Laurimar. Carimbo Verde. Revista Téchne, n. 155, p. 32-39, Fev. 2010. IPT, Tecnicos. Avaliação Ambiental. Revista Téchne, n. 133, Maio. 2008. JOHN, Moacyr Vanderley (coordenador); PPRADO, Racine Tadeu Araújo (coordenador). SELO CASA AZUL Boas Praticas para Habitação Mais Sustentável. São Paulo: Páginas &Letras – Editora e Gráfica, 2010. PORTO, Marcio. A Sustentabilidade na Visão de Quem Atua no Mercado. ArcoWeb, 2010.
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