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HISTÓRIA DO DIREITO 1. SOCIEDADES PRIMITIVAS OU ARCAÍCAS 2. CÓDIGO DE HAMURABI 2. CÓDIGO DE HAMURABI • Considerado o documento jurídico mais importante do mundo antigo. Encontrado na cidade de Susa, em 1902; •Pelas fontes históricas teria sido promulgado em 1694 a.C.; •Atualmente se encontra no museu de Louvre - Paris; •Bloco monolítico (pedra): Possui 46 colunas, 281 leis em 3.600 linhas, com numeração até 282. 2. CÓDIGO DE HAMURABI “É uma codificação de um direito natural e consuetudinário em vigor nos territórios que foram conquistados.” Mas porque a terminologia Hamurabi? Hamurabi era o Rei da Babilônia, que unificou a Mesopotâmia, ao estabelecer a paz entre os semitas e os sumérios. Assim, a cidade da Babilônia, que representava a unidade política de toda a Mesopotâmia, atingiu o seu esplendor máximo. 2. CÓDIGO DE HAMURABI • O Código trata de aspectos penais, comerciais e cíveis. Ou seja, regulamenta todos os aspectos da vida da sociedade babilônica. Possui dispositivos acerca do comércio, família, propriedade, herança, adoção, escravidão e crimes. •Todos os direitos vinham acompanhados da respectiva punição, se violados. •Lembrar que a punição variava de acordo com a categoria social do infrator. 2. CÓDIGO DE HAMURABI SOCIEDADE DIVIDIDA EM CLASSES OU CAMADAS SOCIAIS HOMENS LIVRES; GREGÁRIOS – classe intermediária; ESCRAVOS; 2. CÓDIGO DE HAMURABI LEI DE TALIÃO As normas do Código de Hamurabi são fundamentas no princípio da “Lei de Talião”, que estabelece a equivalência da punição em relação ao crime. O termo talião origina-se do latim “lex talionis”. Lex = Lei Talis = Tal “Tal ou igual” “Olho por olho, dente por dente” 2. CÓDIGO DE HAMURABI Unidades utilizadas: 1 BUR = mais ou menos 6 hectares 1 GUR = corresponde a 300 litros 1 mina de prata corresponde a pouco mais de 500 gramas OBSERVAÇÃO: com 1/3 de mina, ou seja, com 165g se comprava com um bom escravo. 1 qa corresponde a mais ou menos um litro 1 BAN corresponde a mais ou menos 10 litros 1 siclo corresponde a mais ou menos 8 gramas 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO I – DOS SORTILÉGIOS E JUÍZOS DE DEUS O homem livre que fizer uma acusação de feitiçaria em face de outro homem livre e não comprovar, será morto. A comprovação poderia ocorrer com o lançamento do acusado no rio. Se este se salvasse, poderia tomar para si a casa do acusador. Do contrário, o acusador tomaria para si a casa do acusado. 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO II – DO FALSO TESTEMUNHO E PREVARICAÇÃO DOS JUÍZES No falso testemunho era aplicada a pena de morte. Nas causas de grão ou prata, a pena de falso testemunho, correspondia a pena do processo. O Juiz não podia dar uma sentença e depois alterar este julgamento. A penalidade era o pagamento de quantia determinada e a perda do cargo. 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO III – CRIMES DE FURTOS E ROUBOS, REIVINDICAÇÕES DE MÓVEIS Roubo de bens do Rei: aplicava a pena de morte para aquele que roubou e para aquele que recebeu o objeto roubado. Todos os contratos de venda ou troca (verbais) deveriam ter testemunhas, sob pena de ser considerado ladrão e receber a pena de morte. O roubo de um animal ou uma barca era indenizado com pagamento. Se fosse do Palácio (Rei) o pagamento era três vezes superior. 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO III – CRIMES DE FURTOS E ROUBOS, REIVINDICAÇÕES DE MÓVEIS O roubo de um filho menor de outro homem livre gerava a morte. O auxilio na fuga de um escravo ou esconder este escravo gera a morte. Qualquer escravo que fosse encontrado, deveria ser restituído ao seu dono. Se o dono não fosse conhecido, deveria ser entregue ao Rei. No crime de assalto, a penalidade era a morte 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO IV – DIREITOS E DEVERES DOS OFICIAIS, DOS GREGÁRIOS DOS VASSALOS E DA ORGANIZAÇÃO DO BENEFÍCIO Quando um oficial ou um gregário fosse chamado para servir na guerra, não comparece e assalaria outra pessoa no seu lugar, a pena aplicada era a de morte. E aquele que o substituiu poderia tomar para si a casa daquele que foi morto 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO V – CULTIVO DO CAMPO, LOCAÇÃO E CULTIVO DOS FUNDOS RÚSTICOS Se o rei arrendava terra ou animais estes não poderiam ser vendidos, sob pena da pessoa que comprou, perder a prata da compra. As terras dos vassalos e dos gregários pertenciam ao rei e não podiam ser vendidas. Se um homem recebe campo para o cultivo e não trabalha ou não produz neste campo. Pagará ao arrendatário quantia equivalente a de seu vizinho. 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO V – CULTIVO DO CAMPO, LOCAÇÃO E CULTIVO DOS FUNDOS RÚSTICOS Os arrendatários das terras eram obrigados a produzir e cultivar, sob as penas de restituição e pagamento. O preparo constante das terras, o embelezamento das cidades e o esplendor da corte, não permitiam a improdutividade do solo ou a inércia. 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO VI – CASA, COMPRA E LOCAÇÃO Construção sobre terreno baldio, sem autorização do dono, gera a perda da residência. Locação de imóvel: Se o locatório pagou um ano adiantado. E o locador exigir a desocupação do imóvel antes desse período, o locador perderá toda a prata paga, esta será restituída o locatário. 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO VII – EMPRÉSTIMOS E JUROS Representação da valorização dos bens e do capital naquela época. CAPÍTULO VIII – DAS SOCIEDADES - Sociedades eram firmadas perante as divindades -Questão dos mercadores e comissionados (Ver dispositivos) - Taberneira -A sacerdotisa seria queimada se entrasse em uma Taberna (Art. 110) -Venda dos familiares e escravos no caso de dívidas. 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO IX e X – Injúria e Difamação – Da família - Dotes no casamento; (pai da noiva paga ao pai do noivo) -Zelo pela reputação da mulher de um homem livre ou uma sacerdotisa (Art. 127); -Para firmar o casamento precisava ser redigido um contrato (Art. 128); -Aduldério(Art. 129); -Estupro (Art. 130) -Quando o marido deixa o lar, se havia alimentos a esposa deveria guarnecer a residência. Se não havia alimentos, a esposa poderia entrar na casa de outro. (Art. 133 e 134) -Os filhos do segundo marido, ficam com este se o primeiro marido retorna (Art. 135) 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO IX e X – Injúria e Difamação – Da família -Diferença entre o homem livre que afasta-se secretamente e aquele que abandona a sua cidade e foge, na questão conjugal (Art. 135 e 136) -Sacerdotisa que é repudiada (Art. 137 , 138, 139) -A esposa não pode repudiar o marido, sob pena de se tornar escrava (Art. 141) -Obrigatoriedade de alimentos a mulher enferma (Art. 148) -Se a mulher não conseguisse “dar” filhos aos marido, este poderia tomar para si outra esposa; -O homem poderia possuir mais de uma esposa em determinados casos; 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO IX e X – Injúria e Difamação – Da família - Regime da comunhão de bens - Art. 152; -Incesto (Art. 154 e 157 e 158); -Direito a sucessão (Art. 162); -Renegação paterna (Art. 168); -Ventre livre (Art. 175) – Filhos de um escravo com a filha de um homem livre não podem se tornar escravos. 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO IX e X – Injúria e Difamação – Da família ADOÇÃO -Estabilidade da adoção (Art. 185); -Revogação da adoção, por ingratidão (Art. 186); -Adoção permanente pelo ensino de um ofício (Art. 188 e 189); -Renuncia da adoção pelo adotado (Art. 190); -Irrevogabilidade da adoção (Art. 191) -Artigo 192 e 193 – sofrimento de penas cruéis. 2. CÓDIGO DE HAMURABI C APÍTULO XI – Delitos e penas, lesões corporais, talião e indenizações Importante: ver todos os dispositivos – Art. 195 até 214 -Aplicação da Lei de Talião; -A penalidade era imputada de acordo com a pessoa do ofendido (classe socialque ocupava); 2. CÓDIGO DE HAMURABI CAPÍTULO XII – Honorários e penalidades profissionais Artigos 215 até 240 – Trata de médicos, veterinários, barbeiros, pedreiros, barqueiros) -Pagamento de acordo com a pessoa submetida ao procedimento cirúrgico ou tratamento no caso dos médicos; -Penalização por erro profissional (Art. 218) 2. CÓDIGO DE HAMURABI CAPÍTULO XIII – Emprestimo e locação de bois Artigos 241 até 249 CAPÍTULO XIV – Boi que causa morte humana por chifrada Artigo 250 até 252 2. CÓDIGO DE HAMURABI CAPÍTULO XV – Dos agricultores Artigos 253 até 260 CAPÍTULO XVI – Dos pastores Artigos 261 até 267 CAPÍTULO XVII – Tarifas para diversas locações Artigos 268 até 277 2. CÓDIGO DE HAMURABI CAPÍTULO XVIII – DOS ESCRAVOS E RESCISÕES DO CONTRATO DE VENDA; RENEGAÇÃO DO DONO Artigos 278 até 282 2. CÓDIGO DE HAMURABI Considerações Finais: -Foi o primeiro Código escrito (em uma pedra); -Se fosse hipótese de sortilégios, o acusado era lançado no rio; -As penas eram muito severas, sendo que na maioria dos casos era aplicada a pena de morte; -Não existia outra forma de comprovação dos crimes e contratos feitos se não fosse por meio de testemunhas. -Os contratos não tinham validade sem testemunhas; -Havia diferenciação na aplicação das penas em razão do ofendido; 2. CÓDIGO DE HAMURABI Considerações Finais: -Há no Código toda uma legislação sobre o cultivo da terra – preocupação com a economia e subsistência; -Questão da preocupação em reparar o dano causado; -Na questão familiar o poder era centralizado nas mãos dos homens, a mulher era inferiorizada. Assim, também ocorria na política e vida social; -O casamento era caracterizado como um negócio (dote); -Observamos, também, que a família era instável, o chefe era o pai, a mulher se sujeitava ao marido. No casamento, normalmente, não havia vinculo afetivo, mas interesse econômico. 2. CÓDIGO DE HAMURABI Considerações Finais: -Diante do cometimento de um crime, aplicava-se a Lei de Talião. A aplicação do castigo deveria ser proporcional ao prejuízo que foi causado ao ofendido; -Também, a pena era proporcional a pessoa que foi ofendida; -Lei de Talião: famoso ditado “olho por olho, dente por dente”. Durou em torno de 1.000 a 1.200 anos; -Muitos inocentes são injustiçados; -Indenização por erro profissional: o serviço era tarifado e havia a responsabilidade pelo oficio desenvolvido.