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ANHANGUERA EDUCACIONAL Ciências Humanas DIREITO Vanelice Poliana de Oliveira Martins Código de Ur-Nammu TAUBATÉ 2020 Vanelice Poliana de Oliveira Martins Código de Ur-Nammu Trabalho Escolar sobre o tema: “Código de Ur-Nammu“ apresentado à Faculdade Anhanguera de Taubaté – SP. à disciplina de “Fundamentos Históricos e Introdução do Estudo ao Direito” sob orientação do Prof. André Augustinho, para efeito de atri- buição de nota do 1º (primeiro) bimestre, 1º semestre de 2020. Orientador: André Augustinho TAUBATÉ 2020 Sumário 1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.1 Código de Ur-Nammu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 2 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 3 1 Introdução Tendo em vista a significativa contribuição histórico-jurídica e religiosa que o código de Ur-Nammu trouxe ao longo dos séculos foi realizada esta pesquisa bibliográfica a fim de entendermos como surgiu o mesmo, e quais são as influências sentidas no âmbito jurídico até a contemporaneidade, segundo levantamento preliminar o código foi escrito em tabletes de barro no período aproximado entre 2095-2047 a.C, e é um dos mais antigos exemplares da norma escrita existente. Ur, foi uma cidade da Mesopotâmia localizada a cerca de 160 km da grande Babilônia, era habitada na antiguidade pelos caldeus e que, de acordo com o livro de Gênesis, foi a terra natal do patriarca dos hebreus Abraão. Ur-Nammu era conhecido como um grande rei, visionário, tanto que é possível identificar em seu código normas comparadas hoje com a conceituação danos morais onde já era possível visualizar um sistema judiciário, onde os juízes, em geral eram os membros mais velhos da comunidade, e também era um excelente administrador, construtor além de um magnífico líder militar, apesar de ter morrido em batalha. O seu código tem como principal característica a Pena ou Lei de Talião, isto é, “olho por olho, dente por dente” onde o castigo do criminoso deveria ser exatamente proporcional ao crime por ele cometido. Com isso, este trabalho pretende esclarecer a influência e a história do surgimento código de Ur-Nammu. 1.1 Código de Ur-Nammu Como primeira civilização organizada que se tem notícia, os mesopotâmicos foram pioneiros na arte política e jurídica e detêm o status de primeiro povo a produzir um código de leis. Como em todas as civilizações posteriores até o avento do Império Romano sua codificação era simples e baseada em ritos religiosos, com caráter essen- cialmente patriarcalista. O código de Ur-Nammu tem esse nome em homenagem ao fundador da Terceira dinastia de UR, período ao qual é relacionado. O rei Ur-Nammu “pai de Amurru” fundador da terceira da terceira dinastia de UR 2112-2003 a.C. Por volta de 2100 a.C expulsou os gútios e reunificou a região da Mesopotâmia que estava sob o controle dos acadianos. Foi um rei energético, que construiu os famosos zigurates e promoveu a compilação das leis do direito sumério. O código de Ur-Nammu foi descoberto somente em 1952, pelo assiriólogo e professor da Universidade da Pensilvânia, Samuel Nah Kromer. Nesse código elabo- rado no mais remoto dos tempos da civilização humana é possível identificar em seu conteúdo dispositivos diversos que adotaram o princípio da reparabilidade dos atual- mente chamados danos morais. Ur-Nammu, que reinou no período que se estendeu Capítulo 1. Introdução 4 entre 2095 a.C. e 2049 a.C. foi antecedido no trono por Uthegale sucedido no trono pelo rei Shulgi. Os reis do Império acadiano tinham, nessa época, após mais de 100 anos de ocupação gutiana, se tornado lendas. Histórias das façanhas de Sargão, o Grande, e seu igualmente famoso neto Naram-Sin eram regularmente recitadas em performances e, ao que parece, mesmo em reuniões de família para entretenimento. Reconhecendo o valor de se alinhar com esses governantes anteriores, Ur-Nammu propositadamente se apresentou como o herdeiro da glória de Acádia e como parte da linhagem acadiana. Ele instituiu um Estado Patrimonial no qual seus súditos foram encorajados a vê-lo como uma figura paterna que cuidava de seus filhos e queria apenas o melhor para eles. Para este fim, ele criou um código de leis por volta de 2050 a.C. Sobre as políticas de governo de Ur-Namu, Kriwaczek escreve que,: “Para um estado patrimonial ser estável ao longo do tempo, é melhor governar com o consentimento, pelo menos com o consentimento da maior minoria, se não da maioria. A obediência instintiva deve ser a norma, caso contrário, muito esforço deve ser colocado para suprimir a desafeição para que os objetivos mais amplos do regime sejam alcançáveis. (p.149)”. Este consentimento do povo de Ur foi garantido, uma vez que Ur-Nammu come- çou a se apresentar como o sucessor dos heróis acadianos e libertador do povo. Ele continuou (ou deve ter continuado) o esforço para expulsar os remanescentes gutianos da Suméria, e assumir o controle de outras cidades como Lagash, e a cidade sagrada de Eridu. Além de suas campanhas militares, ele empreendeu projetos de construção em toda a Suméria e plantou pomares e jardins dentro e ao redor das cidades. Revigorou a economia e incentivou a busca por arte e cultura. Esse período ficou conhecido como o renascimento sumério precisamente por esses esforços. Ur-Nammu, e seu sucessor Shulgi, devolveram a Suméria à sua antiga glória, proporcionando a estabilidade econômica e social que permitiu o reflorescimento da cultura. Sua popularidade entre seus súditos é aparente em estelas e inscrições Ao mesmo tempo, cercava Ur com magníficas muralhas que diziam ser “altas como uma montanha brilhante” e ordenava a construção de canais e valas de irrigação em toda a região. Ele se concentrava regularmente em melhorar a vida das pessoas, as cidades em que viviam e as terras das quais as cidades se originavam. Seu código de leis ilustra a preocupação que ele tinha por seus súditos e a admi- nistração da justiça e, embora ele fosse claramente muito popular, nunca se moveu Capítulo 1. Introdução 5 para tomou medidas para se deificar, nem reivindicou para si qualquer título especial. Boa parte da comunidade acadêmica é reticente hoje em denominar por “código de Lei” o gênero de documento legal produzido na antiga mesopotâmia. O código de Ur- Nammu, não era exatamente um conjunto de leis voltado a regular todas as atividades dos homens, mas apenas um conjunto de sentenças com o objetivo de regular casos excepcionais. O “código” fala sobre crimes tais como fuga de escravos, adultério e falso testemunho, que punidos na sua maioria por multas. O código de Ur-Nammu, embora com textos incompletos, também travava da contenção vingativa através do modelo de compensação econômica, como observa-se nos seguintes textos: “Se um homem, a outro homem, com uma arma, os ossos de (?) tiver quebrado: 1 mina de prata deverá pagar. (. . . ) Se um homem, a outro homem, com um instrumento Geshpu, houve decepado o nariz (?), 2/3 de uma mina de prata deverá pagar.” • Se um homem comete assassinato, deve ser morto; • Se um homem comete roubo, deve ser assassinado; • Se um homem viola o direito de outro de deflorar sua mulher, ele poderá matar o violentador. • Se a esposa de um homem o abandona e dorme com outro, ela deve ser escravizada e ele libertado • Se um homem deflora, à força, a escrava de outro, deve pagar 5 moedas de prata. • Se um homem, com um soco, arranca o dente de outro, pagará 2 moedas de prata. • Se um homem se divorcia de sua primeira esposa, pagará a ela uma moeda de prata. • Se um homem arranca o pé de outro, pagará 10 moedas de prata. • Se um homem sequestrar alguém, pagará 15 moedas de ouro. O Código de Ur-Nammu criou um entendimento universal por parte do povo, de que a lei descende dos deuses e o rei era simplesmente o administrador dessas leis. Sanções severas eram consideradas desnecessárias para a maioria dos crimes, já que Capítulo1. Introdução 6 as leis estavam bem estabelecidas, e acreditava-se que uma multa seria um lembrete suficiente para as pessoas se comportarem. Kriwaczek escreve: “ Embora não seja um verdadeiro código de leis, já que está longe de ser abrangente (..), código ou não, embora tenhamos apenas fragmentos, eles são sufici- entes para mostrar que as leis abrangem tanto questões civis quanto criminais. Entre as disposições penais, especifica quais devem ser as ofensas capitais: assassinato, roubo, deflorar a virgem de outro homem e adultério, quando cometido por uma mulher. Para outras contravenções, a penalidade era uma multa em prata (. . . ) (o código de Ur-Nammu é um) contraste com as leis mais famosas de Hamurabi, esboçadas três séculos depois, com suas punições selvagens de ”olho por olho, dente por um dente’. (p.148-149)“. Essas leis parecem ter sido eficazes, pois o reinado de Ur-Nammu foi pacífico e a região floresceu em todas as áreas da civilização. No ano de 2030 a.C., os gutianos se levantaram novamente contra as cidades da Suméria, e Ur-Nammu liderou seu exército para enfrentá-los. Possivelmente liderando a vanguarda de suas forças, o rei foi morto em batalha e, de acordo com o poema sumério A morte de Ur-Nammu e sua descida ao submundo, seu exército se espalhou e “seu corpo ficou jogado de lado como uma urna quebrada“. Este poema, que é uma mistura fascinante de história, mitologia, teologia e literatura de sabedoria, elevou Ur-Nammu a um status lendário como um grande rei, que morreu por seu povo e assegurou sua imortalidade, já que foi recitado por gerações. Seu filho Shulgi vingou sua morte dizimando os gutianos e expulsando completamente os sobreviventes da região da Suméria. A cuidadosa administração de Ur-Nammu do governo proporcionou a Shulgi a estabilidade e os recursos necessário para realizar completamente o Renascimento Sumério e a maior elevação da cultura suméria. 7 2 Conclusão Em todas as pesquisas conclui-se que os códigos nos dias de hoje foram pratica- mente adotados em cima das criações de códigos antigos. O código de Ur-nammu não foi tão “badalado” como o Código de Hamurabi, mas teve principal colaboração para isso. As penalidades impostas nesses códigos poderiam ser plausiveis nos dias atuais, pois nosso país possui penas muito brandas, acredito que isso acaba colaborando com a situação de taxas altas de criminalidade. Infelizmente o cenário que encontramos no nosso país não é dos melhores, polícia não tem estrutura, a perícia foi sucateada, a Justiça é lenta etc. . . Talvez edições de novas leis penais, mais abrangentes ou mais se- veras ajudem essas taxas diminuirem. Mas existem vários fatores que precisam mudar juntos para melhorar essa situação. 8 Referências Bertman, S. Handbook to Life in Ancient Mesopotamia. Oxford University Press, 2003. Kriwaczek, P. Babylon: Mesopotamia and the Birth of Civilization. Thomas Dunne Books, 2010. Leick, G. The A to Z of Mesopotamia. Scarecrow Press, 2010. Von Soden, W. The Ancient Orient. Wm. B. Eerdmans Publishing Company, 1994. https://apaixonadosporhistoria.com.br/artigo/176/o-reinado-de-ur-nammu-e-seu -codigo-de-leis Folha de rosto Sumário Introdução Código de Ur-Nammu Conclusão Referências
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