Buscar

Parasitose de peixes: Principais parasitos e sua importância na piscicultura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CAIO CÉSAR VIEIRA GUIMARÃES 
CARLOS WYLLIAN DE MEDEIROS CONCEIÇÃO 
LETICIA BEZERRA CUZZUOL 
ORLANDO DE SOUZA MORAIS 
RÔMULO ALVES CUNHA 
 
 
 
 
 
Parasitose de peixes: principais parasitos e importância na piscicultura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARAGOMINAS 
2016 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
CURSO ENGENHARIA AGRONÔMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAIO CÉSAR VIEIRA GUIMARÃES 
CARLOS WYLLIAN DE MEDEIROS CONCEIÇÃO 
LETICIA BEZERRA CUZZUOL 
ORLANDO DE SOUZA MORAIS 
RÔMULO ALVES CUNHA 
 
 
 
 
 
Parasitose de peixes: principais parasitos e importância na piscicultura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARAGOMINAS 
2016 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
CURSO ENGENHARIA AGRONÔMICA 
Trabalho apresentado a Universidade Federal Rural 
da Amazônia, curso de Engenharia Agronômica 
como parte das exigências das disciplinas de 
Zootecnia de Não Ruminantes e Aquicultura para 
obtenção de Nota de Avaliação parcial. 
 
Professora: Dra. Lilian de Nazaré Santos Dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À DEUS, pela vida. Aos nossos 
PAIS pelo apoio. Aos colegas da 
turma pelos momentos de 
convívio e trocas de experiência à 
todos do GRUPO que 
colaboraram para a realização 
desse trabalho. 
DEDICAMOS 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Á DEUS pela vida e por nos capacitar e conceder esta oportunidade de crescimento para 
futura vida profissional. 
 
À UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA, especificadamente a professora 
Lilian dias pela oportunidade de realizar esta disciplina e aperfeiçoar nossos conhecimentos. 
 
Agradecimentos especiais aos nossos PAIS pelo total incentivo e apoio durante o preparo 
deste trabalho. 
 
E por fim, a todos que direta ou indiretamente auxiliaram na elaboração desta pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “A verdadeira medida de um 
homem não é como ele se 
comporta em momentos de 
conforto e conveniência, mas 
como ele se mantém em tempos 
de controvérsia e desafio.” 
 
(Martin Luther King Jr.) 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A piscicultura é um tipo de exploração animal que vem se tornando cada vez mais 
importante como fonte de proteínas para o consumo humano. O Brasil se insere no contexto 
internacional como um dos países com grande potencial piscícola, pois além de possuir um 
vasto território, suas condições climáticas favorecem o implemento de cultivos de peixe de 
água doce. Observa-se cada vez mais o aumento no número de espécies a serem cultivadas, 
além da realização de pesquisas intensivas sobre novas espécies passíveis a serem criadas em 
cativeiro. Além disso, a preocupação com doenças tem mostrando grande importância para os 
piscicultores e profissionais, com isso o conhecimento das doenças, o controle do uso de 
drogas, da alimentação, da qualidade de água e da presença de agentes patogênicos em todas 
as etapas do processo de produção aquícola é fundamental para a obtenção de produtos de boa 
qualidade e proteção da saúde pública. Porque doenças de peixes representam impactos 
negativos incluindo perdas econômicas substanciais, a sanidade em piscicultura jamais 
deveria ser negligenciada. Assim como a avicultura e a suinocultura industriais, a piscicultura 
é uma atividade zootécnica e, como tal, deve ser conduzida de modo a gerar alimento de 
qualidade e renda ao produtor. Assim, conhecendo todas as medidas profiláticas, tem-se uma 
grande produção com qualidade, excluindo qual quer dano que possa vir a causar problemas 
na piscicultura. 
 
 
Palavras-chave: Parasita. Profilaxia produção. Potencial piscícola 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Fish farming is a type of farm animal that has become increasingly important as a source of 
protein for human consumption. The Brazil in the international context as one of the countries 
with big fishing potential, as well as possess a vast territory, their climatic conditions favour 
the implementation of cultivation of freshwater fish. Observe the increase in the number of 
species to be cultivated, in addition to the intensive research on new species likely to be 
reared in captivity. In addition, the concern with diseases have showing great importance for 
fish farmers and professionals, the knowledge of diseases, control of the use of drugs, food, 
quality of water and the presence of pathogenic agents in all stages of the process of 
aquaculture production is critical for obtaining good quality products and protection of public 
health. Because fish diseases represent negative impacts including substantial economic losses 
for fish health should never be neglected. As well as poultry and pig farming industry, fish 
farming is a zootechnical activity and, as such, must be conducted in order to generate quality 
food and income to the producer. So, knowing all the prophylactic measures, has a big 
production with quality, excluding which wants damage which may cause problems in fish 
farming. 
 
Keywords: Parasite. Prophylaxis production. Potential fish farm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 – Peixes parasitado por Ichthyophthirius multifilis, conhecido por Ictiofitiriase ou 
doença dos pontos brancos........................................................................................................12 
Figura 2 – ciclo de vida do protozoário Ichthyophthirius multifilis.........................................12 
Figura 3 - Trichodina sp. ........................................................................................................14 
Figura 4 – Formato do parasita (A) e lesões na pele causadas pelo parasita Chilodonella 
(B).............................................................................................................................................15 
Figura 5 – Formato do parasita (A) e deformidade causadas nos peixes (B)..........................17 
Figura 6 - Peixe infestado por Henneguya (A) e formato do parasita (B)..............................17 
Figura 7 - Ciclo de vida de espécies da família Dactylogyridae.............................................19 
Figura 8 - Formato do parasita Dactylogyrus(A) e as brânquias infestada pelo mesmo 
(B).............................................................................................................................................20 
Figura 9 – Ciclo de vida da Lerniae sp....................................................................................21 
Figura 10 – Retirada de um verme de Lernaea sp com uma pinça..........................................22 
Figura 11 – Exemplo de Argulus sp. aderido a superfície corporal (A); foto mostrando o 
formato do parasita; Nasbrânquias, infestação de Ergasilus sp. e foto mostrando as estruturas 
de fixação desse parasita (D)...................................................................................................23 
Figura 12 - Larvas do nematoide Eustrongylides sp. parasitando órgãos internos..................26 
Figura 13– Exemplar de D. latum (A) e seus ovos (B) e larvas no estomago do hospedeiro 
(C).............................................................................................................................................27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 p. 
 
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................9 
2 PARASITAS..................................................................................................................10 
3 PROTOZOA..................................................................................................................11 
2.1. Ichthyophthirius multifilis...............................................................................................12 
2.1.1 Sinais Clínicos e Diagnósticos......................................................................................13 
2.1.2 Controle.........................................................................................................................13 
2.2 Trichodina sp. ................................................................................................................13 
2.2.1 Sinais Clínicos e Diagnóstico......................................................................................14 
2.2.2 Controle..........................................................................................................................14 
2.3 Chilodonella sp. .............................................................................................................15 
2.3.1 Sinais Clínicos e Diagnóstico.......................................................................................15 
2.3.2 Controle.........................................................................................................................16 
4 MYXOZOA..................................................................................................................16 
4.1 Myxobolus cerebralis....................................................................................................16 
4.2 Henneguya spp. .............................................................................................................17 
4.3 SINAIS CLÍNICOS.......................................................................................................18 
4.4 DIAGNÓSTICO E CONTROLE...................................................................................18 
5 MONOGENEO...........................................................................................................19 
5.1 Gyrodactylus sp. ............................................................................................................19 
5.2 Dactylogyrus sp..............................................................................................................20 
5.2.1 Sinais Clínicos e Diagnóstico......................................................................................20 
5.2.2 Controle........................................................................................................................21 
6 CRUSTACEOS..........................................................................................................21 
6.1 Lernaea sp.....................................................................................................................22 
6.2 Argulus sp. e Ergasilus sp..............................................................................................22 
6.3 DIAGNOSTICO E CONTROLE..................................................................................23 
7 DIGENEO....................................................................................................................24 
7.1 MATACERCARIOSE..................................................................................................25 
8 NEMATODA...............................................................................................................25 
8.1 Eustrongylides sp...........................................................................................................26 
9 CESTODA....................................................................................................................27 
9.1 Diphyllobothrium sp.....................................................................................................27 
10 ACANTHOCEPHALA ..............................................................................................28 
10.1 Acanthocephalus jacksoni..............................................................................................28 
11 PROBLEMA SANITÁRIO NA PSCICULTURA....................................................28 
12 PERSPECTIVAS FUTURAS ...................................................................................29 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................30 
 REFERENCIAS CONSULTADAS............................................................................31 
 
 
 
9 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A piscicultura passou a ser mais evidenciada a partir de 1904, no ramo da 
comercialização, quando se deu os primeiro passos para essa atividade no país que, com o 
passar dos anos, a atividade intensificou-se juntamente com os problemas que também foram 
surgindo, dificultando a vida dos piscicultores brasileiros. Apesar dos problemas enfrentados 
no setor, essa atividade tem apresentado um crescimento maior que a pesca extrativa e 
sobressai-se, ainda, em relação à produção de aves, conforme estudos apresentados em 2008 
pela Secretária Especial de Aquicultura e Pesca do Brasil (FRANÇA e PIMENTA, 2012). 
O Brasil apresenta vantagens excepcionais para o desenvolvimento da aquicultura 
com uma área de 5,5 milhões de hectares de reservatórios de água doce, clima favorável, 
terras disponíveis, mão de obra relativamente barata e crescente mercado interno, a produção 
brasileira de pescados já atingia em 2011 quase 1,4 milhão de toneladas, conforme os 
números do mais recente Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura do Ministério da Pesca 
(MPA). Sendo que desse total, a produção de peixes advindos aquicultura em 2013 foi de 
476.512 (MPA/IBGE, 2013). Em 2014 chegou a 628.704,3 toneladas (ANUÁRIO 
BRASILEIRO DA PESCA E AQUICULTURA, 2014). 
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação 
(FAO) o emprego nos setores da produção primária de pesca e aquicultura foi estimado na 
ordem 2,6% dos 1.300 milhões de pessoas economicamente ativas neste trabalho, sendo 65% 
na pesca marítima, 15% na pesca continental e 20% na aquicultura. Aquicultura é a ciência 
que estuda e aplica os meios de promover o povoamento dos animais aquáticos, é a criação de 
animais aquícolas orientada por meios científicos (FAO, 2006). 
Nos últimos anos a expansão da atividade piscícola no Brasil foi impulsionada 
principalmente pela busca por alimentos mais saudades e outros fatores, com isso tem 
demostrado um rápido crescimento do setor consolidando-se como importante setor de 
importância econômica (PIZAIAet al., 2008). Além disso, como o passar do tempo, e a falta 
de estudos para algumas espécies, falta de estudos e incentivos, junto a essa expansão, tem 
aumentado a incidência e severidade de algumas enfermidades, assim como a introdução e 
disseminação de novas doenças como parasitarias ou parasitoses (FRANÇA e PIMENTA, 
2012). 
Os peixes podem ser infectados por milhares de parasitos que atacam a superfície 
externa ou interna do hospedeiro. A patologia associada ao parasitismo é bastante variável e 
depende da natureza do parasito, da intensidade da infecção, das condições ambientais e 
10 
 
 
 
principalmente dos aspectos da biologia dos peixes-hospedeiros como dieta, migração, 
desagregação de população e filogenia, bem como podem ser indicadores de contaminantes 
ambientais, estrutura de cadeia alimentar, estresse ambiental e biodiversidade (TAVECHIO 
et al., 2009). Frequentemente há um equilíbrio na relação parasito-hospedeiro - nesse caso o 
hospedeiro não é severamente prejudicado pelos parasitos. Entretanto, em condições 
particulares, a morte do hospedeiro como consequência da infecção não é incomum, 
principalmente em peixes cultivados (PAVANELLI, et al, 2013). 
Nas últimas décadas tem aumentado consideravelmente a relevância dos estudos 
relacionados com parasitos e outros patógenos de organismos aquáticos, principalmente 
daqueles hospedeiros com potencial para o cultivo e para a comercialização, face ao aumento 
significativo destas atividades no Brasil e no mundo (SCHALCH, s/a). Parte-se do principio 
de que ao igual que outros tipos de hospedeiros vertebrados, os peixes apresentam fauna 
parasitária própria que inclui numerosas espécies organizadas nos principais grupos. Além 
disto, o estudo dos parasitos de peixes ou Ictioparasitologia tem sido em certa forma, 
recentemente incluído nos estudos de pesquisadores de diversas áreas das ciências agrarias 
(LUQUE, 2004). Considerando essas premissas, o objetivo do presente trabalho é fazer uma 
abordagem dos aspectos gerais que norteiam a parasitose de peixes levando em consideração 
a biologia, epidemiologia, sinais clínicos, diagnostico e controle de parasitos na piscicultura. 
 
2 PARASITAS 
As doenças em criações de peixes podem ser divididas em duas categorias: não 
infecciosas e infecciosas. As doenças não infecciosas incluem todas aquelas relacionadas com 
fatores ambientais, nutrição e neoplasias (câncer) e que não são transmissíveis. As doenças 
infecciosas são transmissíveis de peixe para peixe e causadas por organismos patogênicos 
como parasitas, bactérias, fungos e vírus que podem ocorrer naturalmente no ambiente de 
cultivo ou ser trazidos para o meio por fontes externas de contaminação (GROSSKOPF e 
SILVA, 2014). 
Várias espécies animais são capazes de parasitismo em peixes, desde protozoários 
microscópicos até crustáceos e vermes facilmente visíveis. Na natureza há uma grande 
variedade de parasitas presentes, mas que normalmente ocorrem em pequena quantidade e 
raramente causam doenças devidas haver uma relação estável entre o parasita e o peixe 
hospedeiro (PARAGUASSÚ e LUQUE, 2007). No cultivo de peixes há um maior limite na 
variedade de parasitas que estão presentes normalmente em maior número do que na natureza. 
11 
 
 
 
Existe sempre o risco de epizootias parasitárias em cultivos e isto aumenta com a 
intensificação dos mesmos (FONSECA et al., s/a). Muitos fatores podem contribuir para isto, 
como: altas taxas de densidade, traumas e danos físicos nos peixes, acúmulo de água de baixa 
qualidade devido a trocas mais lentas de água, seleção genética de peixes mais direcionada 
para reprodução que para resistência às doenças, introdução de espécies exóticas de peixes 
podem trazer novos parasitas para os estoques já presentes, cultivo de peixes atrai predadores 
como aves, as quais podem atuar como hospedeiros intermediários para alguns parasitas, 
estado de saúde dos peixes pode estar debilitado devido a presença de outra doença, nutrição 
deficiente, baixa qualidade de água, estresse, etc., deixando os animais suscetíveis à 
infestações parasitárias, mudanças ambientais bruscas como queda da temperatura podem 
estressar os peixes e favorecer à propagação de parasitas, sistema de cultivo pode favorecer ao 
ciclo de vida de alguns parasitas como esporozoários, parasitas aos quais os peixes são 
expostos pode variar com a fonte de água e rios e lagos carrearão maior número de parasitas 
que a água de poços artesianos (ZICA, 2008; CYRINO et al., s/a). 
Esses parasitas são divididos em nove grupos principais, sendo eles: Protozoa, 
Myxozoa, Monogeneo, Digeneo, Cestoda, Crustaceos, Nematoda, Acanthocephala. Os 
parasitas de peixes podem ser divididos basicamente em ectoparasitas (aqueles que infestam 
tecidos superficiais como pele, nadadeiras e brânquias) e endoparasitas (que infestam órgãos 
internos, inclusive o trato gastrointestinal)(LUQUE, 2004). 
 
3 PROTOZOA 
São organismos microscópicos e unicelulares, a maioria se multiplica sem a presença 
do hospedeiro e se beneficiam do aumento na carga orgânica da água. As alterações bruscas 
na qualidade do ambiente favorecem grandes infestações (KUBITZA; KUBITZA, s/a). São os 
flagelados, ciliados e amebas que causam irritação na pele dos peixes aumentando a produção 
de muco e danificam as brânquias quando em número excessivo. O peixe começa a dar saltos 
ou a esfregar-se contra objetos. Isto pode ferir a pele, favorecendo a formação de ulcerações e 
estas áreas podem ser invadidas por bactérias e fungos secundários. Os peixes tornam-se 
letárgicos e inapetentes (LUQUE, 2004). 
 
 
 
 
12 
 
 
 
2.1. Ichthyophthirius multifilis 
 
Figura 1 – Peixes parasitado por Ichthyophthirius multifilis, conhecido por Ictiofitiriase ou doença dos pontos 
brancos. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: google imagens. 
 
Agente causador da “Ictiofitiríase” ou “Doença dos Pontos Brancos” (figura 1), 
responsável por perdas significativas em regiões com inverno bem marcado, se apresentam 
por células ovóide recoberta por cílios, diâmetro entre 0,5 a 1,5 mm e núcleo na forma de 
“ferradura” ou “C” e maior incidência durante em meses de temperaturas amenas. Os peixes 
jovens são mais susceptíveis que peixes adultos e quando se recuperam de infestações 
moderadas desenvolvem resistência e possuem ciclo de vida direto (Figura 2) (TAVARES-
DIAS et al., 2013). 
 
Figura 2 – ciclo de vida do protozoário Ichthyophthirius multifilis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: MARTINS apud TAVARES-DIAS et al., 2013 
 
13 
 
 
 
2.1.1 Sinais Clínicos e Diagnósticos 
O diagnostico é feito ao microscópio utilizando esfregaços a fresco de pele e de 
brânquias, onde se observa o parasito, rodeado de cílios e com núcleo em forma de ferradura. 
A prevenção desta enfermidade baseia-se essencialmente em manter os peixes em boas 
condições de saúde para que sua imunidade possa desempenhar seu papel. Os animais devem 
estar nutridos, em condições sanitárias desejáveis e realizar quarentena nos animais recém-
adquiridos (NUNES, 2007). 
Peixes infectados apresentam pontos brancos visíveis a olho nu na pele, nadadeiras e 
brânquias auxiliam no diagnóstico; excesso de produção de muco e prurido nos peixes; lesões 
na pele favorece infecção bacteriana ou fúngica secundária, e a infestação severa nas 
brânquias dificulta a respiração e causa asfixia (LUQUE, 2004). 
 
2.1.2 Controle 
O tratamento inicial se dá por administração de formalina por tempo indefinido nas 
concentrações de 15 a 25ml/m3, em 3 a 4 aplicações com intervalos de 3 dias; sal a 1%, em 3 
a 4 tratamentos espaçados a intervalosde 3 dias (viável em sistemas de recirculação e em 
aquários); elevar a temperatura acima de 30°C prejudica a reprodução do parasito(NUNES, 
2007). 
 
2.2 Trichodina sp. 
Estão presentes em todos os ambientes de cultivo e geralmente ocorrem em pequeno 
número nos peixe, os maiores problemas acometem pós larvas e alevinos, porém podem 
causar mortalidade severa em diversos espécies de peixe, principalmente quando são exposto 
a água de inadequada qualidade e excessiva carga orgânica, com baixas temperaturas 
favorecem as infestações, após o inverno, a elevação na temperatura leva a uma rápida 
multiplicação dos parasitos, que se beneficiam do estado debilitado dos peixes que ainda não 
se recuperaram do estresse causado pelas baixas temperaturas (KUBITZA; KUBITZA, 2013). 
Esses protozoários são um problema particular em tilápias que protegem as larvas na 
boca; estes ciliados se alojam na cavidade bucal e infestam as larvas; eles apresentam forma 
de um disco com um diâmetro da célula geralmente está entre 40 a 60mm (figura 3) e a célula 
é circundada por cílios que auxiliam na locomoção e alimentação dos parasitos. Possuem uma 
estrutura de fixação compostas por dentículos, que auxilia na aderência à pele, nadadeiras e 
brânquias; se alimentam filtrando o material orgânico presente na água; o acúmulo de 
14 
 
 
 
resíduos orgânicos nos viveiros e tanques favorece o aumento da população destes parasitos e 
altas densidades de estocagem aumentam o contato entre os peixes e favorece a infestação e a 
reprodução destes parasitos ocorre por fissão binária (FARIA et al., 2013). 
 
Figura 3 - Trichodina sp. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google imagens 
 
2.2.1 Sinais Clínicos e Diagnóstico 
O peixe infectado fica com uma excessiva produção de muco; prurido, corpo de 
coloração escura; lesões na pele favorecem a infestação secundária por fungos e bactérias; 
inflamação das brânquias e dificuldade respiratória, podendo culminar com massiva 
mortalidade dos peixes por asfixia; a mortalidade é maior em peixes mais jovens, 
principalmente quando ocorre uma infecção bacteriana secundária (KUBITZA; KUBITZA, 
1999). O diagnostico é feito a partir da à identificação dos tricodinídios que é relativamente 
fácil uma vez que possuem aparência peculiar e inconfundível; raspado de pele e brânquias 
são examinados ao microscópico (SCHALCH, 2013). 
 
2.2.2 Controle 
O controle é feito a partir da realização da manutenção de adequada qualidade da 
água, bons níveis de oxigênio e redução da carga orgânica nos tanques e viveiros, tratamento 
com formalina na concentração de 170 a 250ml/m3 em banhos de 30 minutos a 1 hora; 
formalina na concentração de 15 a 25ml/m3 por tempo indefinido; sal em banhos de 
30minutos a 1 hora 2,5 a 3%; tilápias toleram altas concentrações de sal; permanganato de 
potássio em banhos de 10 a 15 minutos na concentração de 5g/m3. (PAVANELLI, 2007). 
 
 
15 
 
 
 
2.3 Chilodonella sp. 
Esse é um ectoparasito muito importante, pois acomete grande variedade de espécies 
de peixes de água doce e de aquário de valor comercial. Este parasito se alimenta de células 
epiteliais, e é muito comum sua ocorrência em baixas temperaturas (figura 4A) (SCHALCH, 
s/a). 
Infestações mais frequentes quando os peixes são submetidas à condições de 
estresse, após o manejo inadequado, nutrição desbalanceada e queda na temperatura da água 
ou estresse por elevada temperatura também pode favorecer a infestação por Chilodonella. É 
um protozoário ciliado, de formato ovoide à semelhança de um coração; possui 8 a 15 fileiras 
paralelas de cílios na superfície ventral da célula. Além disso, é um parasito obrigatório e se 
alimenta das células epiteliais dos peixes pode se alojar em cistos (figura 4B), sobrevivendo 
por grande período na água ou no substrato dos viveiros e tanques e se reproduz por divisão 
binária e as formas jovens podem nadar e infestar outros peixes (KUBITZA; KUBITZA, 
1999). 
 
Figura 4 – Formato do parasita (A) e lesões na pele causadas pelo parasita Chilodonella(B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: KUBITZA e KUBITZA, 1999. 
 
2.3.1 Sinais Clínicos e Diagnóstico 
Apresentam coceiras e lesões cutâneas, aumento na secreção de muco, causa 
inflamação no tecido branquial, fusão das lamelas secundárias, dificuldades respiratórias e 
morte dos peixes por asfixia e o diagnostico é feito a partir de raspados de muco e brânquias 
vistos ao microscópio (KUBITZA; KUBITZA, 1999). 
 
 
 
A B 
16 
 
 
 
2.3.2 Controle 
Consiste em corrigir os desequilíbrios ambientais (no caso de baixas temperaturas, 
pouco pode ser feito em áreas abertas, embora em sistemas de recirculação o controle de 
temperatura pode ser viável); terapia com formalina, na concentração de 25 a 50ml/m3, 
aplicada por tempo indefinido e, se houver necessidade, repetir o tratamento após 4 a 5 dias 
(ISHIKAWA, 2011). 
 
4 MYXOZOA 
São endoparasitas foram observados cistos cutâneos com microsporídios em alevinos 
de tilápia de Moçambique (O. mossambicus); infestações severas por Henneguya sp. foram 
observadas em ciclídeos nativos na América do Sul (FRANÇA e PIMENTA, 2012). Os 
Mixosporídeos podem ser encontrados em tilápias em ambientes naturais, e em outras 
espécies mesmo sem que os peixes apresentem qualquer sinal patológico evidente, sob 
condições de cultivo intensivo, as infestações por mixosporídeos podem ser mais frequentes e 
a infestação ocorre com a liberação dos esporos dos microsporídios que estão presentes nas 
cartilagens dos peixes mortos e em decomposição; esporos também podem ser liberados 
diretamente de peixes vivos; antes de estarem aptos para a infecção, os esporos necessitam 
passar por um período de potenciação nos sedimentos. Espécies de três gêneros são as mais 
comuns em peixes marinhos e de água doce: Myxobolus, Henneguya e Kudoa 
(PARAGUASSÚ e LUQUE, 2007). 
 
4.1 Myxobolus cerebralis 
Provoca a “doença do rodopio” ou “doença da cauda negra” ou “whirling disease” 
que afeta a truta-arcoiris e salmões. Apresenta esporos arredondados, providos de duas 
cápsulas polares alongadas (figura 5A). O ciclo envolve dois hospedeiros: um vertebrado 
(peixe) e um invertebrado (o anelídeo Tubifex tubifex). Em cada um desses hospedeiros 
encontram-se esporos com características diferentes. O local de desenvolvimento dos esporos 
é a cartilagem do hospedeiro, com preferência pelos alevinos, existindo destruição do tecido, 
e deformando o formato do peixe que é responsável pela característica principal da doença 
(figura 5B) (SCHALCH, 2013). Quando se localizam na zona posterior da vértebra, exercem 
pressão sobre os nervos que controlam as células pigmentares da zona da cauda, ficando esta 
intensamente enegrecida. Se localizados perto da cápsula auditiva provocam distúrbios 
natatórios característicos (PAVANELLI, 2007). A disseminação tem sido estimulada pela 
17 
 
 
 
transferência artificial de peixes sem os cuidados necessários. No existe um tratamento eficaz, 
por consequência são importância os métodos profiláticos, principalmente a quarentena dos 
alevinos, devido a que muitos peixes são portadores assintomáticos (LUQUE, 2004). 
 
Figura 5 – Formato do parasita (A) e deformidade causadas nos peixes (B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: LUQUE, 2004. 
 
4.2 Henneguya spp. 
Inúmeras espécies de Henneguya foram encontradas em peixes de água doce; em 
tilápias há muitas referências de infestações por este parasito (figura 6ª), a Henneguya 
apresenta um envelope de formato oval e alongado, no interior do qual estão alojados dois 
esporos ovais ou fusiforme; do envelope são projetadosdois longos processos caudais 
semelhantes a um chicote, conferindo ao parasito a aparência de um espermatozóide (figura 
6B); o tamanho dos esporos varia de 8 a 24mm de comprimento e o processo caudal de 20 a 
45mm (PAVANELLI, 2007; (ISHIKAWA, 2011). 
 
Figura 6 - Peixe infestado por Henneguya (A) e formato do parasita (B). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ZICA, 2008. 
 
A B 
A B 
18 
 
 
 
4.3 SINAIS CLÍNICOS 
Formam seus cistos preferencialmente nos filamentos e arcos branquiais, podendo 
levar a uma oclusão da circulação branquial, necrose e disfunção respiratória, provocando 
maior contato entre as lamelas secundárias diminuindo desta forma a superfície de absorção 
na extremidade dos filamentos, podendo chegar a provocar hiperplasia e hipertrofia dos 
órgãos infectados (ISHIKAWA, 2011). São encontrados ainda formando cistos no fígado, 
intestino, músculos, coração, rim, baço e outros tecidos. Dentro destes cistos podem ser 
encontrados milhares de mixosporídios, quando alojados nos músculos, os parasitos parecem 
ter pouco efeito sobre o hospedeiro (LUQUE, 2004). 
O movimento típico de rodopio em infecções por Myxobolus cerebralis resulta da 
destruição, pelo parasito, dos nervos cerebrais ligados à coordenação motora; lesões na coluna 
vertebral, com curvatura do tronco e da cauda, estão frequentemente associadas a destruição 
do tecido cartilaginoso onde se alojam os cistos com os esporos dos parasitos; o 
escurecimento da parte posterior do tronco dos peixes também parece estar associado a 
destruição de nervos associados com o controle da pigmentação do corpo (KUBITZA; 
KUBITZA, 1999) outros sinais indicativos ocorrência de infestações por Myxobolus são as 
deformidades corporais em peixes que sobreviveram as infecções (má formação e retração do 
opérculo, a curvatura da coluna vertebral e a mal formação da mandíbula) peixes com aspecto 
sadio e aparentemente não infectados, podem ser portadores dos esporos de Mixosporídeos 
infestações por Myxobolus cerebralis ou por Henneguya podem reduzir a imunidade de 
peixes, tornando-os mais susceptíveis a bactérias, fungos e a infestação por outros parasitos 
(ISHIKAWA, 2011) 
 
4.4 DIAGNÓSTICO E CONTROLE 
São feito a partir de raspados das lesões e cistos, observando a presença de esporos 
sob microscopia; a “doença do rodopio” também pode ser diagnosticada com um relativo grau 
de convicção com base nos sintomas, antes do desenvolvimento dos esporos; o diagnóstico 
definitivo é feito através de exame histopatológico da cabeça, cartilagem vertebral ou 
brânquias dos peixes e posterior identificação dos esporos (FARIA et al., 2013). 
O controle não há terapia para esta doença; a prevenção pode ser feita evitando a 
introdução de peixes portadores de esporos na piscicultura; peixes adquiridos devem ser 
submetidos à quarentena; equipamentos e tanques devem ser desinfetados quando suspeitar da 
ocorrência de Mixosporídeos; em alguns países como nos Estados Unidos, a ocorrência de 
19 
 
 
 
Mixosporídeos deve ser obrigatoriamente notificada às autoridades sanitárias para ser 
constatado um foco da doença, alguns procedimentos são adotados: incineração dos peixes 
que estão com a doença ou com esporos dos parasitos e desinfecção de incubadoras e 
equipamentos; drenagem e desinfecção dos tanques para a erradicação dos esporos 
(KUBITZA E KUBITZA, 1999). 
 
5 MONOGENEO 
São ectoparasitas do grupo dos platelmintos e são conhecidos por possuírem uma 
estrutura esclerotizadas na parte superior do corpo para de fixação denominada “haptor”, esta 
estrutura é formada por ganchos, barras e âncoras, de diferentes números e tamanhos de 
acordo com a espécie e sua função são auxiliares os parasitas na fixação aos hospedeiros e 
pelo ciclo biológico direto (figura 7) na qual a maioria das espécies é ovípara, entretanto, os 
Gyrodactilídeos compõem um grupo integrado por espécies vivíparas (LUQUE, 2004). Nesse 
caso dos Gyrodactilídeos, o viviparismo é revelado com na presença de outro indivíduo 
semelhante, e assim sucessivamente até atingir quatro gerações no mesmo animal. O 
Gyrodactylus sp. e Dactylogyrus sp. são os monogenéticos mais frequentes. Os problemas 
com estes parasitos aumentam com a intensificação dos sistemas de produção (aumento nas 
densidades de estocagem e na carga orgânica na água dos tanques e viveiros) (FARIA et al., 
2013). 
 
Figura 7 - Ciclo de vida de espécies da família Dactylogyridae. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: TAVARES-DIAS et al., 2013. 
 
5.1 Gyrodactylus sp. 
Esses são facilmente identificados pela ausência de olhos e pela existência de um 
embrião em desenvolvimento dentro do parasito adulto (vivíparo); possui “haptor” com um 
20 
 
 
 
par de ganchos longos e rodeados por 16 ganchos menores. São encontrados no corpo e nas 
nadadeiras, embora possa se instalar nas brânquias dos peixes; infestação pesada pode causar 
irritação na pele, fazendo com que o peixe fique letárgico e frequentemente se esfregue no 
fundo e nas laterais dos tanques; o movimento destes vermes sobre a pele pode ser observado 
mesmo a olho nu. (PAVANELLI, 2007). 
 
5.2 Dactylogyrus sp. 
Esse gênero é facilmente reconhecido pela presença de 4 manchas oculares (4 olhos) 
e “haptor” com um par de ganchos pequenos e 14 ganchos menores marginais (figura 8A ); 
não gera embriões; a sua reprodução é feita através da liberação de ovos, dos quais eclodem 
larvas ciliadas que se desenvolvem em formas adultas e, posteriormente, invadem outros 
peixes. O Dactylogyrus é encontrado nas brânquias dos peixes (8B) (LUQUE, 2004). 
 
Figura 8 - Formato do parasita Dactylogyrus(A) e as brânquias infestada pelo mesmo (B) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: PAVANELLI, 2007 
 
5.2.1 Sinais Clínicos e Diagnóstico 
A localização preferencial nos peixes é na superfície do corpo, brânquias, narinas, 
olhos e na superfície corporal (LUQUE, 2004). Todas estas características acentuam sua 
patogenicidade, provocando (no caso de infecções intensas) lesões nos tecidos e alterando o 
comportamento dos peixes. Pode ocorrer anorexia, aumento da produção do muco, 
hemorragias cutâneas, branquiais, hiperplasia nos filamentos brânquias, emagrecimento do 
animal e morte. Também em infecções menos intensas as pequenas lesões são portas abertas 
para infecções secundárias (PAVANELLI, 2007). 
O diagnóstico é feito através do raspado da superfície do corpo ou das brânquias dos 
peixes e exame do material coletado sob microscopia. Há a possibilidade de se fazer a 
A 
B A 
21 
 
 
 
identificação do parasita diretamente nas brânquias através do uso de uma lupa de mão 
(KUBITZA e KUBITZA, 1999). 
5.2.2 Controle 
Sempre manter os peixes bem nutridos e garantir adequada qualidade da água, 
ajustando corretamente as densidades de estocagem e evitando grandes cargas orgânicas nos 
viveiros e tanques; banhos com formalina a 170250ml/m3 por 1 hora em tanques e aquários; 
formalina por tempo indefinido 25ml/m3 em tanques e viveiros; permanganato de potássio, 
triclorfom em tratamento por tempo indefinido nas doses de 0,5ml/m3, tratamento indefinido 
com sal nas concentrações de 0,5 a 0,75%, viável em sistemas de recirculação de água 
(KUBITZA e KUBITZA, 1999). 
 
6 CRUSTACEOS 
São conhecidas como Argulose, Ergaliose e Laernaeose. Os agentes são os 
branquiureos (Argulus sp) e os copepoideo (Ergasilus e Laernaea) que são artrópodes e 
pertencem a classe Crustácea. São parasitos que apresentam apêndices articulados e cobertos 
de quitina rígida ou semirrígida; muito danosos e disseminados por todo o mundo, se fixam na 
superfície externa de peixesde água doce ou marinha FONSECA et al., s/a). 
Os copepodídeos apresentam ciclo evolutivo complexo (figura 9), com vários 
estádios larvais diferentes. O ultimo estagio nauplius origina o primeiro estagio copepoideo 
(TAVARES-DIAS et al., 2013). Este grupo contém os mais importantes crustáceos 
ectoparasitas de peixes, cujo órgão de fixação no hospedeiro tomam a forma de "âncora", a 
qual penetra na pele do hospedeiro formando um forte e prejudicial anexo. No local de 
fixação os tecidos do hospedeiro são digeridos e pode haver a formação de granulomas, com 
inflamação e hemorragia. Ex. Lérnea sp. (LUQUE, 2004). 
 
Figura 9 – Ciclo de vida da Lerniae sp. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: TAVARES-DIAS et al., 2013. 
22 
 
 
 
6.1 Lernaea sp. 
A Lernaea sp.: várias espécies de Lernaea afetam os peixes; possui ganchos 
especiais na região cefálica os quais penetram na musculatura dos peixes; apenas a região 
caudal, com aspecto de verme, é visível externamente (figura 10) (PAVANELLI et al., 2013), 
vários órgãos podem ser invadidos pelos processos cefálicos quando a infestação do parasito 
ocorre na região abdominal e mortalidade de tilápias devido a infestações por Lernaea foram 
registradas em diversos países no Brasil, infestação de Lernaea geralmente são restritas ao 
período do inverno, quando os peixes se apresentam debilitados com as baixas temperaturas; 
o ciclo de vida da Lernaea deve ser entendido para que as estratégias de controle do parasito 
sejam mais eficazes (TAVARES-DIAS et al., 2013). 
 
Figura 10 – Retirada de um verme de Lernaea sp com uma pinça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google imagens. 
 
6.2 Argulus sp. e Ergasilus sp. 
São mais de 100 espécies de Argulus já foram identificadas; é conhecido como 
“piolho dos peixes”; há vários relatos de infestação em tilápias; parece ser um importante 
vetor de doenças virais e bacterianas, já que causam perfurações no tecido epitelial dos peixes 
(figura 11A), além disso apresenta o corpo achatado e oval, podendo medir até 1cm conforma 
a figura 11B (KUBITZA e KUBITZA, 1999). 
O Ergasilus sp. ocorre frequentemente nas brânquias dos peixes (figura 11C), sendo 
denominados de “larvas das brânquias” (figura 11D) e as tilápias parecem apresentar maior 
resistência à fixação destes parasitos comparados a outros peixes; embora seja um parasito 
pouco frequente em tilápias, grandes infestações podem ocorrer em cultivos intensivos com 
alta densidade de estocagem; causa hipertrofia, inflamação e fusão dos filamentos branquiais, 
23 
 
 
 
dificultando a respiração dos peixes mesmo sob condições de adequado oxigênio dissolvido 
na água (KUBITZA e KUBITZA, 1999). 
 
Figura 11 – Exemplo de Argulus sp. aderido a superfície corporal (A); foto mostrando o formato do parasita; 
Nas brânquias, infestação de Ergasilus sp. e foto mostrando as estruturas de fixação desse parasita (D). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google imagens. 
 
6.3 DIAGNOSTICO E CONTROLE 
Os parasitos são visíveis ao olho nu e facilmente identificados; fases jovens 
(copepoditos) podem ser identificados com o uso de estereoscópio (lupa) (FARIA et al., 
2013). 
No caso das espécies do gênero Lernaea a melhor política e evitar a introdução de 
peixes infestados ou não adquirir peixes de fornecedores suspeitos, o uso da quarentena é 
recomendável antes de distribuir os novos peixes por toda a piscicultura, infestações por 
microcrustáceos não têm sido observadas em tanques de larvicultura e alevinagem 
(DOENÇAS..., 2011), uma explicação para este fato é o hábito alimentar zooplanctófago das 
pós larvas e dos alevinos, que acabam controlando as fases jovens destes parasitos; isto abre a 
perspectiva de uso de um controle biológico, particularmente da Lernaea, em tanques e 
viveiros de cultivo ou pesca recreativa com a estocagem simultânea de peixes plânctófagos ou 
filtradores; a duração do ciclo de vida da Lernaea depende da temperatura da água, sendo um 
fator determinante da estratégia de tratamento a ser adotada. 
A B 
C D 
24 
 
 
 
O Argulus sp. não é sensível a elevação da salinidade na água, portanto tratamentos 
com sal comum são ineficazes contra este parasito. O triclorfom na concentração de 0,5mg de 
I.A./L, controla as fases de náuplios e os copepoditos, mas sua eficiência no controle das fases 
adultas é questionável (PAVANELLI, 2007). Durante o verão (28 a 32ºC) devem ser feitas 3 
aplicações a intervalos de 7 dias entre as aplicações. Nos meses mais frios (15 a 20ºC) o 
intervalo entre as aplicações deve ser aumentado para 1214 dias; tilápias são bastante 
tolerantes a doses elevadas de triclorfom; o controle químico do Argulus também é feito com 
o uso do triclorfom; outro produto utilizado no controle da Lernaea sp. é o diflubenzuron 
(dimilin), um inibidor da formação de quitina, aplicado na dose de 0,05 a 0,10 mg/L (0,05 a 
0,1g/m3). Antes de proceder ao tratamento com estes produtos, consulte um profissional 
experiente para melhor esclarecer os risco envolvidos no tratamento e sugerir as melhores 
estratégias para solucionar o problema (KUBITZA; KUBITZA, 1999) 
 
7 DIGENEO 
Os trematódeos digenéticos são helmintos endoparasitos de vertebrados. Apresentam 
órgãos de fixação musculares pouco desenvolvidos e seu ciclo biológico é indireto, podendo 
incluir até dois hospedeiros intermediários (LUQUE, 2004). Os peixes apresentam uma 
qualidade singular: podem agir como segundo hospedeiro intermediário (portando as 
metacercária) e como hospedeiros definitivos destes parasitas. As maiorias de espécies com 
importância patogênica pertencem às famílias Diplostomidae e Clinostomidae, cujas 
metacercárias ficam encistadas na superfície corporal e órgãos internos dos peixes, 
provocando diversas lesões. Em algumas espécies de Clinostomidae, as metacercárias ficam 
nos olhos, provocando cataratas, ou por baixo do tegumento do peixe provocando 
proeminências amareladas (Doença dos pontos amarelos). Também são encontradas nas 
nadadeiras de algumas espécies ornamentais (Alves et al., 2001). Outra espécie de digenético, 
Ascocotyle longa, cuja metacercária é encontrada em todos os órgãos e na musculatura de 
tainhas (Mugil spp.) apresenta grande potencial zoonótico revelado devido ao recente costume 
de usar carne de tainha para a preparação de pratos da culinária japonesa nos quais a carne do 
peixe é ingerida crua (PAVANELLI, 2007). Todas estas espécies apresentam como 
hospedeiro definitivo aves piscívoras, pelo qual o seu controle esta fortemente ligado à 
diminuição da exposição destes peixes como presas das aves, interrompendo desta forma o 
ciclo biológico. Entretanto, sendo os moluscos os primeiros hospedeiros intermediários, 
também se recomenda como medida profilática à eliminação destes (LUQUE, 2004). 
25 
 
 
 
O estágio de vida mais comumente encontrado em peixes é o larval através de cistos 
ou não, dependendo da espécie. Os danos ocorrem quando a larva invade o peixe através da 
pele, o que pode causar lesões hemorrágicas, que em peixes menores leva a grandes perdas 
(KUBITZA e KUBITZA, 1999). 
 
7.1 MATACERCARIOSE 
Enfermidade causada por metacercária, que são parasitos digenéticos que encistam 
na pele e nas nadadeiras de peixes de água doce e marinho. Ao redor dos cistos observa-se 
depósitos de melanina dando um aspecto enegrecido aos cistos. Conhecida como “blackspot”, 
doença dos pontos negros. Os peixes quando estão altamente infestados apresentam um 
aspecto desagradável e perdem valor comercial (PAVANELLI et al., 2013). 
A profilaxia nesse caso se faz através da eliminação de caracóis, pois são 
hospedeiros intermediáriosque apresentam a metacercária em seu organismo (KUBITZA e 
KUBITZA, 1999). 
 
8 NEMATODA 
São parasitas comuns em peixes de água doce. Em grande quantidade podem obstruir 
o intestino do hospedeiro, levando-o à morte. Apesar de ser o maior grupo de parasitos de 
peixes, os nematoides são consideradas, de maneira geral, espécies pouco patogênicas 
(LUQUE, 2004). 
São fáceis de serem reconhecidos devido ao formato alongado com extremidades 
afiladas. São dioicos e exibem dimorfismo sexual. Apresentam ciclo indireto, com a 
participação de copepoideo planctônicos como hospedeiros intermediários. Especial menção é 
feita para os camallanídeos de peixes de água doce. A espécie Camallanus cotti apresenta a 
característica de ovipor diretamente pelo ânus do peixe quando as fêmeas estão maduras, 
retornando, posteriormente para o tubo digestivo do animal, neste processo as fêmeas 
perfuram a porção distal do reto atingindo as camadas musculares, provocando hiperemia e 
edema tecidual (PAVANELLI et al., 2013). 
Os nematoides parasitam os peixes e necessitam de pelo menos um outro hospedeiro, 
inclusive as ordens : Trichuridae, Ascarídea, Spiruridea, Filarudea e Dioctophymidea. São 
ovíparos e seus ovos embrionados ou não, são eliminados com as fezes do hospedeiro 
(LUQUE, 2004). 
26 
 
 
 
Quando eclodem liberam uma larva nadadora que deve ser ingerida por um 
hospedeiro intermediário, que geralmente é um artrópode, como é o caso das famílias 
Camallanoidea e Dracunculoidea. A larva se desenvolve no hospedeiro intermediário e o ciclo 
pode completar quando um peixe se alimenta desse hospedeiro infestado, onde o nematoide 
passa a fase adulta. Se o peixe atua como hospedeiro paratênico, a larva penetra através da 
parede intestinal para invadir as vísceras e a musculatura local, onde conseguem se encistar 
(CAETANO et al., 2011). 
 
8.1 Eustrongylides sp. 
Larvas de Eustrongylides sp. são parasitas de peixes carnívoros, como a traíra 
(Hoplias malabaricus), o pintado (Pseudoplatystoma coruscans), o cachara 
(Pseudoplatystoma fasciatum) e o tucunaré (Cichla ocellaris), tendo sido encontradas na 
musculatura esquelética, no mesentério, nas serosas que revestem as vísceras e na cavidade 
geral desses peixes. O verme adulto é encontrado no esôfago, no pró-ventrículo e no intestino 
de aves aquáticas piscívoras. O homem é um hospedeiro acidental, sendo infectado ao 
consumir peixe cru (CAETANO et al., 2011). 
As larvas de Eustrongylides sp. encontradas em peixes são de coloração vermelho 
castanho com comprimento variando de 4 a 7,8 cm sendo comuns nos músculos do de 
peixes (figura 12)(LUQUE, 2004). No Brasil, o parasitismo por larvas de Eustrongylides sp. 
foi relatado na musculatura esquelética, no mesentério e na serosa que reveste o fígado 
(BARROS et al., 2009); na musculatura e na cavidade geral (figura ). A ocorrência de 
larvas de Eustrongylides sp. em H. malabaricus é registrada em várias regiões brasileiras: Sul 
(Rio Grande do Sul e Paraná), Sudeste (Espírito Santo), Centro-Oeste (Mato Grosso) e Norte 
(Pará e Rondônia), sendo mais um parasita com probabilidade de infecção em humanos 
(MENEGUETTI et al., 2013). 
Figura 12 - Larvas do nematoide Eustrongylides sp. parasitando órgãos internos de peixe. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google imagens. 
27 
 
 
 
9 CESTODA 
O grupo mais característico de cestóides que usa os peixes teleósteos de água doce 
como hospedeiros definitivos são os da Ordem Proteocephalidea, conhecidos como “tênias 
dos peixes”. Seu ciclo é indireto e com dois hospedeiros intermediários. Eles são encontrados 
no intestino e raramente provocam patogenia, embora algumas espécies podem provocar 
danos sérios ao epitélio intestinal perfurando o intestino do peixe provocando hemorragias de 
grande extensão (LUQUE, 2004). 
Os cestóides são endoparasitos que necessitam ao menos de um hospedeiro, mas 
podem ainda definitivos, paratênicos ou intermediários, e são encontrados no interior do 
intestino do hospedeiro. As larvas de cestóides são freqüentes nos peixes e muitas vezes 
formam cistos nas vísceras e na musculatura (PASETO, 2011). 
 
9.1 Diphyllobothrium sp. 
É um cestóide conhecido como um dos maiores parasitas intestinais do homem, 
podendo chegar de 3 a 15 metros de comprimento (figura A). Ovos são liberados pelas 
proglotes e eliminados nas fezes do hospedeiro (figura 12B). Sob condições apropriadas, 
geram embriões denominados de coracídios, que eclodem e são ingeridos por crustáceos, 
transformando-se em larvas procercóides (SCHALCH, 2013). Os peixes ingerem este 
crustáceo infectado e as larvas procercóides migram para o músculo do peixe, gerando as 
larvas plerocercóides. A transmissão pode ocorrer, quando um peixe de maior tamanho se 
alimenta de um peixe de menor tamanho contaminado. A infecção em humanos ocorre 
quando são ingeridos peixes crus ou mal cozidos contendo a larva infectante plerocercóide, 
que fixa-se no intestino e atinge o estágio adulto (figura 12C) (PAVANELLI et al., 2013). 
 
Figura 13– Exemplar de D. latum (A) e seus ovos (B) e larvas no estomago do hospedeiro (C). 
 
Fonte: EMMEL et al. (2006). 
 
C 
28 
 
 
 
O D. latum é a espécie mais importante, sendo conhecido como a tênia do peixe, que 
causa a difilobotriose sendo a nomenclatura do gênero ainda duvidosa, devido ao escasso 
conhecimento sobre os limites da variação morfológica intraespecifica e os fatores que 
incidem em tais variações (KUBITZA e KUBITZA, 1999). 
A profilaxia consiste em eliminar os microcrustáceos que atuam como hospedeiros 
intermediários que estejam presentes nas criações (PAVANELLI, 2007). 
 
10 ACANTHOCEPHALA 
Os acantocéfalos são geralmente vermes cilíndricos, longos e que não tem tubo 
digestivo. São dotados de trompas de fixação, provida de ganchos, porem não se tem 
observado como agente patogênico grave de peixes, a não ser lesões locais na mucosa 
intestinal, sem retardo no crescimento (NUNES, 2007). No seu ciclo encontra-se um 
hospedeiro intermediário, representado normalmente por um invertebrado ostracoides e 
copepoideos (TAVARES-DIAS, 2013) 
 
10.1 Acanthocephalus jacksoni 
Parasita que produz altos prejuízos para o cultivo de alvelinos principalmente em e 
truta arco-íris, em função de grande numero de ulceras com hemorragias e necrose (NUNES, 
2007). 
 
11 PROBLEMA SANITÁRIO NA PSCICULTURA 
 Um dos principais problemas que a piscicultura brasileira nos últimos anos ainda é a 
sua consolidação como uma atividade rentável, de escala comercial excluindo aquele histórico 
artesanal e com baixos índices econômicos e zootécnicos, para uma atividade desenvolvida 
em escala verdadeiramente comercial (OSTRENSKY; BORGHETTI, 2007). Com isso os 
estudos ainda são bastante precários. 
Um problema que tem chamado bastante atenção é a exportação de Tilápias 
(TUNDISI; TUNDISI; ROCHA, 2002, p. 195). Vindo de países que já houveram casos de 
doenças como no casos do vírus TiLV (Tilapia Lake Virus, em inglês, ou Vírus da Tilápia 
Lacustre) pode afetar diretamente a produção brasileira, comprometendo o futuro da atividade 
no país já que podemos tornar um importante produtor mundial de piscicultura 
(PISCICULTURA..., 2016). 
 
29 
 
 
 
12 PERSPECTIVAS FUTURAS 
O Brasil apresenta vantagens excepcionais para o desenvolvimento da aquicultura 
5,5 milhões de hectares de reservatórios de água doce, clima favorável, terras disponíveis, 
mão de obra relativamente barata, mobiliza 800 mil profissionais e proporciona 3,5 milhões 
de empregos diretos e indiretos, e crescente mercado interno, a produção brasileira de 
pescados atingiuem 2011 quase 1,4 milhão de toneladas, conforme os números do mais 
recente Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura do Ministério da Pesca (MPA). Deste total, 
628.704,3 toneladas foram produzidas em cativeiro (ANUÁRIO BRASILEIRO DE PESCA E 
AQUICULTURA, 2014). 
Os negócios envolvendo peixe movimentam cerca de US$ 600 bilhões todos os anos. 
Um volume que torna os negócios com pescado sete vezes maiores que os de carne bovina e 
nove vezes maiores que os de carne de frango em nível mundial. E, neste cenário, a 
aquicultura é a que apresenta melhores condições de aumentar a participação brasileira 
(PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA AQUICULTURA BRASILEIRA, 2015). 
O Brasil é hoje o 12º maior produtor mundial em aquicultura, além de estarmos na 
posição privilegiada para avançar muito nesse ranking. A meta é ficar entre os maiores 
produtores do mundo. 
A meta do Ministério da Pesca e Aquicultura é incentivar a produção nacional para 
que, em 2030, o Brasil alcance a expectativa da Organização das Nações Unidas para 
Alimentação e Agricultura (FAO) e se torne um dos maiores produtores do mundo, com 20 
milhões de toneladas de pescado por ano. Hoje o País ocupa a 17ª posição no ranking mundial 
na produção de pescados em cativeiro e a 19ª na produção total de pescados (PLANO DE 
DESENVOLVIMENTO DA AQUICULTURA BRASILEIRA, 2015). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O desenvolvimento da piscicultura em nível mundial levou ao investimento em 
pesquisas para que fossem aprimorados e criados medicamentos visando à profilaxia e o 
tratamento específico para peixes mais ainda precisa haver mais estudos. 
Doenças se constituem na maior causa de prejuízos econômicos em aquicultura 
comercial. Peixes são animais altamente sensíveis ao estresse, condição essa praticamente 
inevitável em pisciculturas. 
Uma vez doentes peixes têm seu desempenho zootécnico negativamente impactado, 
tornam-se susceptíveis ao ataque maciço de patógenos, o que se traduz em prejuízos 
irreparáveis ao produtor. Em piscicultura, para manter enfermidades fora do sistema, a melhor 
estratégia é acreditar e adotar programas de prevenção e controle. Por outro lado, conhecer as 
principais doenças passíveis de acometer peixes torna profissionais e piscicultores melhor 
preparados para tomar decisões adequadas frentes aos surtos. 
Além disso é de suma importância haver mais estudos e investimentos em toda a 
cadeia produtiva não so da piscicultura mas também da aquicultura de modo geral, pois assim, 
poderemos alavancar ainda mais a produção do brasil e alcançar as primeiras colocações 
como um dos grandes produtores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS 
 
BARROS, L. A. et al. Análise do parasitismo por Contracaecum sp. e Eustrongylides sp. em 
cacharas, Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766) (Pisces: Pimelodidae) provenientes 
do rio Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Revista Brasileira de Ciência Veterinária. v. 16, n. 2, 
p. 58-61, maio/ago. 2009. 
 
CAETANO, M. S. et al. Ocorrência de Eustrongylides sp. Em traíras (Hoplias malabaricus) 
do córrego do capim, afluente do Rio Norte, Alegre – ES. In: ENCONTRO LATINO 
AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, XV, ENCONTRO LATINO AMERICANO 
DE PÓS-GRADUAÇÃO, XI, ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO 
CIENTIFICA JUNIOR, V. 2011. Alegre- Espirito Santo. Anais... Alegre: Instituto Federal de 
Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo-IFES, 2011. 
 
CYRINO, J. E. P.; SAMPAIO DE OLIVEIRA, A. M. B. M. COSTA, A.B. Principais 
Doenças em Criações de Peixes. Curso – Introdução à Piscicultura – CPG - Ciência Animal 
e Pastagens. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Piracicaba, SP, s/a. 
 
FAO. Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Disponível 
em <http://www.fao.org.br/>. 
 
FARIA, R. H. S. de et al. Manual de criação de peixes em viveiro. 1 ed. Brasília: Codevasf, 
2013. 
 
FONSECA, M. G.; ILÁRIO, R. F.; SILVA, R. J. da. Pesquisa de ecto e endoparasitos em 
peixes de tanques artificiais do município de bebedouro, são paulo. São Paulo: SP. s/a. 
 
FRANÇA, I.; PIMENTA, P. P. P. A viabilidade da piscicultura para o pequeno produtor de 
Dourados. Comunicação & Mercado/UNIGRAN, Dourados - MS, vol. 01, n. 01, p. 36-51, 
jan-jul 2012. 
 
GROSSKOPF, Hyolanda; SILVA, Aleksandro Parasitos que Podem Afetar a Piscicultura 
do Sul do Brasil. Edição 131, ano 6. Jornal Sul do Brasil: 2014 
 
ISHIKAWA, C. M. Enfermidades de Peixes Nativos Profilaxia ou Tratamento. In: FEIRA 
INTERNACIONAL DA AMAZÔNIA,VI. 2011. Manaus, Amazonas. Anais... Manaus, 
amazonas, Out. 2011. 
 
KUBITZA, F.; KUBITZA, L. M. M. Principais Parasitoses e Doenças em Tilápias. ACQUA 
& IMAGEM SERVIÇOS. Jundiaí, SP. s/a. Disponível em: 
<http://www.panoramadaaquicultura.com.br/paginas/revistas/60/doencas.asp>. Acesso em: 10 
de março de 2016. 
 
32 
 
 
 
LUQUE, J. L. Biologia, epidemiologia e controle de parasitos de peixes. In: CONGRESSO 
BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA, XIII, & Simpósio Latino-
Americano de Ricketisioses, I, 2004. Ouro Preto, MG. Anais... Revista Brasileira de 
Parasitologia Veterinária. vol.13, suplemento 1, pag. 161-165. 2004. 
 
MENEGUETTI, D. U. DE O.; LARAY. M. P. DE O.; CAMARGO, L. M. A. Primeiro relato 
de larvas de Eustrongylides sp. (Nematoda: Dioctophymatidae) em Hoplias malabaricus 
(Characiformes: Erythrinidae) no Estado de Rondônia, Amazônia Ocidental, Brasil. Revista 
Pan-Amazônica de Saúde. vol. 4. pag. 55-58. 2013 
 
MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA. Anuário Brasileiro da Pesca e Aquicultura, 
1º, 2014. 
 
NEVES, D. N. Helmintos parasitos de peixes de importância higiênico-sanitária, 2009. 57 
f. Monografia (Especialização em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal) - Pós-
Graduação "Lato Sensu" Em Higiene e Inspeção De Produtos De Origem Animal, 
Universidade Castelo Branco, Belém, fev. 2009. 
 
NUNES, B. G. Enfermidades dos peixes, 2007. 39 f. Monografia (Especialista em Higiene e 
Inspeção de Produtos de Origem Animal) - Pós-Graduação "Lato Sensu" Em Higiene e 
Inspeção De Produtos De Origem Animal, Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, fev. 
2007. 
 
PARAGUASSÚ, A. R.; LUQUE, J. L. Metazoários parasitos de seis espécies de peixes do 
reservatório de lajes, estado do Rio de Janeiro, Brasil. Revista Brasileira de Parasitologia 
Veterinária, Rio de Janeiro. Vol. 16, pag. 121-128. 2007. 
 
PASETO, ÁGATA. Identificação de Parasitos de Peixes Cultivados e Selvagens no Mato 
Grosso do Sul. Relatório de Estágio Supervisionado II/Curso de Engenharia de Aquicultura-
Centro de Ciências Agrárias-UFSC. Florianópolis, 2011. 
 
PAVANELLI, G.C. Relação Parasito-hospedeiro em peixes de pisciculturas da região de 
Assis, Estado de São Paulo, Brasil. 1. Oreochomis niloticus (Linnaus, 1757). Acta Sci. Biol. 
Sci., v.29, p.223-231, 2007. 
 
PAVANELLI, G. C, TAKEMOTO, R. M.; EIRAS, J. C. Parasitologia de peixes de água 
doce do Brasil. Maringá: Eduern, 2013. p. 169-193. 
 
PIZAIA, M. G. et al. A piscicultura no brasil: um estudo sobre a produção e comercialização 
de “Oreochromis niloticus”. In: CONGRESSO SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL, XLVI. 2008. Rio Branco. 
Anais... Rio Branco-Acre, jul., 2008. 
 
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA AQUICULTURA BRASILEIRA - 2015/2020. 
Brasilia- DF, 2015. 
33 
 
 
 
PRINCIPAIS doenças na aquicultura. Disponível em: 
<http://www.grupoaguasclaras.com.br/principaisdoencasnaaquicultura>. Acesso em: 10 de 
março de 2016. 
 
SCHALCH, S. H. C. Impactoscausados por parasitoses em peixes criados na região noroeste 
paulista do estado de São Paulo. Revista Pesquisa & Tecnologia. 2013. Disponível em: 
<www.aptaregional.sp.gov.br>. Acesso em: 18 de abril de 2016. 
 
SCHALCH, S. H. C. Parasito conhecido como “carrapato de peixe” causa sérios danos à 
piscicultura. APTA Regional. s/a. 
 
TAVECHIO, W. L, G.; GUIDELLI, G.; PORTZ, L. Alternativas para a prevenção e o 
controle de patógenos em Piscicultura. Boletin do Instituto de Pesca, São Paulo, vol. 35, 
pag. 335 - 341, 2009. 
 
TAVARES-DIAS, M. et al. Sanidade do Tambaqui Colossoma macropomum nas fases de 
larvicultura e alevinagem. Macapá: Embrapa Amapá. Universidade Nilton Lins, Instituto de 
Pesquisas da Amazônia Manaus, 2013. 
 
ZICA, E. de O. P. Análise parasitológica de peixes em sistemas de Tilapicultura em 
tanques-redes e suas inter-relações com a ictiofauna residente e agregada. 2008. 73 f. 
Dissertação (Mestrado Biologia Geral e Aplicada) – Universidade Estadual Paulista, Instituto 
de Biociências, Botucatu : [s.n.], 2008.

Continue navegando