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Embrapa - Criação de peixes redondos - Ebook 8

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Produção sustentável de 
Peixes Amazônicos I
Criação sustentável de peixes redondos
2
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
8. Sanidade na produção de peixes 
redondos
Apresentação
Este módulo visa a orientar a respeito das práticas de manejo sanitário nas criações 
de peixes redondos e apresentar as doenças mais comuns. 
Em geral, os animais estão suscetíveis a doenças nos sistemas de produção, pois são 
confinados e ficam expostos a circunstâncias ambientais, nutricionais e de manejo 
nem sempre favoráveis. O papel do produtor é prover as melhores condições para que 
os peixes cultivados possam expressar suas capacidades de crescimento e ganho de 
peso, podendo, assim, saudáveis, dar o retorno esperado ao piscicultor.
O produtor que deseja ser bem-sucedido na criação de peixes redondos deve conhecer 
uma série de procedimentos que permitem criar animais saudáveis e garantir o sucesso 
dos trabalhos, como a aquisição de alevinos sadios e o monitoramento da saúde dos 
peixes. Com a criação responsável, é possível evitar muitas doenças. Vamos conferir!
Objetivos de aprendizagem
• Adotar práticas de prevenção de surtos e/ou controle de situações de risco à 
sanidade da criação.
• Identificar as principais doenças (parasitoses e bacterioses) que acometem 
as criações de peixes redondos.
3
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
8.1 Manejo sanitário na piscicultura
Um aspecto peculiar da aquicultura em relação às demais criações animais é que o meio 
aquático proporciona, naturalmente, o crescimento e a multiplicação de patógenos. O 
manejo inadequado compromete o equilíbrio entre patógeno, hospedeiro e ambiente, 
estimulando a transmissão de doenças.
É importante destacar que, diferentemente de outros animais confinados, na maioria 
das vezes, os peixes são vistos apenas durante as situações de manejo, como em 
biometrias, na despesca e, mais frequentemente, durante o arraçoamento. 
Figura 8.1. Quatro criações de animais: bovinocultura, avicultura, 
suinocultura e piscicultura, demonstrando como na piscicultura não é 
possível visualizar os animais cultivados 
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A observação de animais doentes é, portanto, mais difícil no ambiente aquático e 
ocorre, muitas vezes, quando estes já estão muito debilitados. Por isso, é primordial 
o produtor conhecer o comportamento desejável dos peixes para saber diferenciar 
quando há indícios de problemas e também aproveitar as operações do manejo para 
avaliar a saúde da criação.
Alguns sinais que devem chamar a atenção ao serem notados na criação ao 
manejar os peixes são: hiporexia ou anorexia, inapetência, letargia, emagrecimento 
progressivo, escamas eriçadas, erosão de nadadeiras e brânquias, olhos opacos e/ou 
esbranquiçados, exoftalmia (olhos saltados), inflamações e lesões visíveis, alterações 
nas brânquias ou no movimento opercular. Quanto ao comportamento, os peixes 
doentes poderão apresentar natação errática, rodopios, saltos para fora da água e 
respiração na superfície aquática. 
4
Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Figura 8.2. Sinais clínicos indicativos de doenças em peixes: (A) peixes saltando para 
fora da água; (B) natação na superfície; (C) exoftalmia e distensão abdominal; (D) 
concentração dos peixes na entrada de água do viveiro; natação com rodopios (E) e 
errática (F); isolamento e comportamento de se esfregar no fundo do viveiro (G).
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Durante a criação dos peixes redondos, recomenda-se o planejamento e acompanhamento 
periódico por um técnico especializado. O acompanhamento é fundamental para a 
associação entre os sinais apresentados durante a observação dos peixes e os métodos 
de diagnóstico adequados que levarão à gestão correta no caso do aparecimento de 
doenças. Além disso, o técnico sempre deve recomendar e auxiliar a implantação de 
práticas adequadas de prevenção de doenças e fazer o registro de ocorrências que irão 
compor as práticas de manejo sanitário da propriedade.
O manejo sanitário reduz o risco financeiro da operação aquícola e aumenta o lucro, 
o que justifica sua implantação. Além disso, essa dedicação gera competitividade e 
permite ao criador diferenciar seu produto.
As práticas sanitárias aplicam-se aos laboratórios produtores de pós-larvas e alevinos, 
às pisciculturas de recria ou engorda, ao transporte e ao processamento de peixes. Elas 
permitem que haja, ainda, equilíbrio com o meio ambiente, melhoria das condições de 
trabalho, manutenção da saúde dos animais e qualidade e segurança do alimento 
produzido. Ao produtor cabe estar sempre atento ao comportamento dos peixes e do 
ambiente para evitar a ocorrência de doenças, além de considerar algumas medidas 
preventivas. 
A coleta de dados da criação é uma prática que deve ser adotada pelo criador, pois 
permite controlar o sistema de forma contínua, além de auxiliar na identificação de 
problemas mediante a interpretação dos dados coletados. Clique no link inserido 
no título abaixo e assista, a seguir, a uma animação que apresenta informações que 
devem constar nos registros de cada viveiro.
Acompanhamento da piscicultura
https://youtu.be/HKTLVZu4gIo
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
8.2 Desinfecção
A desinfecção compreende a aplicação de produtos formulados para destruir ou 
inativar os agentes causadores de doenças. O procedimento deve ser realizado em 
todos os estabelecimentos de criação, como os laboratórios produtores de alevinos e 
pisciculturas de recria e engorda de peixes, mas também nos veículos, equipamentos 
e utensílios que têm contato com os animais.
Os processos de desinfecção devem ser praticados por técnicos munidos de 
equipamentos de proteção individual (EPI), que compreendem botas, luvas, máscaras, 
óculos e vestuário adequado, como roupas impermeáveis.
Essa limpeza deve ser feita após a última despesca e antes que seja introduzido um 
novo lote de peixes. Clique nas abas para conhecer os métodos de desinfecção para 
viveiros escavados e outras estruturas de criação, como tanques de alvenaria.
Viveiros escavados 
Os viveiros escavados devem ser expostos ao Sol por ao menos 10 dias para 
que fiquem completamente secos. Aplica-se cal virgem (óxido de cálcio – CaO) 
na medida de 200 a 400 g de CaO/m² no fundo do viveiro, nas poças de água 
temporárias, nas paredes e topos de taludes. Em contato com a água, a cal 
virgem promove uma elevação brusca da temperatura e do pH, e consequente 
aumento da amônia tóxica presente na água e no sedimento. Essas reações 
químicas promovem a eliminação de muitos organismos potencialmente 
patogênicos e seus vetores, como caramujos e peixes invasores.
Em seguida, os viveiros escavados devem receber calcário agrícola e adubo, 
seguindo as recomendações indicadas no segundo módulo, Iniciando a 
produção de peixes redondos.
A cal virgem não deve ser administrada durante a criação, pois pode provocar 
a morte dos peixes.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Tanques de alvenaria ou caixas d’água 
Em tanques de alvenaria, pode-se usar produtos químicos à base de cloro ou 
aldeídos, desde que eles tenham sido recomendados por técnicos habilitados 
que acompanhem o processo. 
Nesses casos, a estrutura de criação deve ser posteriormente enxaguada 
com água limpa para a remoção de quaisquer resíduos químicos. A 
exposição, por 24 horas, da estrutura de criação ao tempo auxilia a 
evaporação de produtos químicos como o cloro.
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A limpeza e a desinfecção devem ser realizadas em todos os equipamentos, utensílios 
e fômites empregados na criação, como baldes, peneiras, bacias, redes, tanques, 
caixas de água e incubadoras, bem como no pisoe nas paredes dos laboratórios. 
Devem ser executadas antes e depois do uso e, principalmente, quando se utiliza um 
único instrumento entre um viveiro e outro. 
A higienização deve ser efetuada inicialmente com água corrente ou sob pressão, para 
retirar resíduos mais grossos, restos de animais, poeira, plantas e matéria orgânica. 
Isso porque os agentes desinfetantes não são eficazes quando há compostos 
orgânicos em abundância.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Tabela 8.1 – Agentes desinfetantes utilizados em aquicultura
Indicação Tipos de desinfetantes Cuidados e recomendações
Desinfecção 
de utensílios, 
fômites, 
estruturas de 
criação (caixas 
de água etc.) e 
piso.
Pó de hipoclorito de 
cálcio(65% de cloro 
ativo).
0,32 g/L de água, 1 
hora de exposição.
• Uso de EPIs para 
aplicação.
• Uso em áreas 
ventiladas.
• Enxágue após 
aplicação devido ao 
potencial de toxicidade 
para os peixes.
Água sanitária 
comercial
(hipoclorito de sódio, 
2,5% a 5,0% de cloro 
ativo).
10mL/L a 20mL/L 
de água, 1 hora de 
exposição.
Cloramina-T (24% a 
26% de cloro ativo).
Seguir as 
recomendações do 
fabricante.
Desinfecção 
de utensílios e 
fômites.
Formol ou 
formaldeído 
comercial 34%-40%.
27 mL/L-220 mL/L 
(formol 1% a 8%), 
No mínimo, 1 hora 
de exposição.
• Deve ser adotado como 
último recurso devido 
ao potencial tóxico para 
humanos.
• Uso de EPIs para 
aplicação.
• Uso em áreas 
ventiladas.
• Enxágue após 
aplicação devido ao 
potencial de toxicidade 
para os peixes.
Fonte: Adaptada de Noga (2010).
8.3 Evitando a transmissão de doenças
As doenças que acometem os peixes podem ser de origem infecciosa ou não. As 
enfermidades infecciosas são as causadas por parasitos (parasitoses), bactérias 
(bacterioses), fungos (micoses) e vírus (viroses). 
Existem duas formas de contágio: a vertical e a horizontal. A vertical é a transmissão 
que acontece dos reprodutores para os ovos por meio dos gametas. No entanto, ainda 
não há registros dessa via de contaminação em peixes redondos e, por isso, vamos 
nos concentrar na transmissão horizontal, que também pode ser chamada de cruzada. 
Na transmissão horizontal, a transferência do patógeno de um peixe ou utensílio 
contaminado para um indivíduo sadio ocorre por contato: via oral (por meio da ingestão 
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
de água e de alimentos infectados); pelo toque de pele, brânquias, narinas, ânus; por 
meio de vetores (como insetos e moluscos) ou fômites (puçás e baldes, por exemplo), 
entre outros. 
Um programa sanitário efetivo deve buscar interromper essas sequências de 
transferência de patógeno, evitando que estes cheguem às estruturas de criação e 
aos animais, além de zelar pelo bem-estar dos peixes, mantendo-os aptos a responder 
fisiologicamente a possíveis contaminações. A eficácia da instalação de um programa 
sanitário nas pisciculturas depende de três fatores: conhecimento das técnicas de 
medidas sanitárias, assistência técnica de um profissional capacitado e fiscalização 
nas criações e no transporte de peixes, a fim de se evitar a disseminação de doenças. 
Clique no link inserido no título abaixo para ouvir o podcast a seguir, onde falaremos 
de algumas medidas preventivas a serem adotadas.
Sanidade na produção de peixes redondos
É importante também estar atento aos fatores que têm relação com a redução da 
resistência dos peixes às doenças, como estresse, qualidade da água, exposição a 
produtos químicos oriundos de tratamentos inadequados ou que contaminaram a 
água de abastecimento. 
Além disso, vale ressaltar que, geralmente, a suscetibilidade a patologias é maior em 
peixes jovens (larvas e alevinos), uma vez que o sistema de defesa imunológica ainda 
não está completamente formado. Por isso, outra recomendação é evitar manter 
alevinos e peixes adultos no mesmo viveiro. 
https://ava.sede.embrapa.br/pluginfile.php/1444414/mod_resource/content/1/Sanidade%20na%20produ%C3%A7%C3%A3o.mp3
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Acompanhar o desempenho dos peixes 
por meio de biometrias e, nesse momen-
to, observar se há alguma evidência de 
enfermidades, como lesões externas, 
hemorragias, entre outras.
Seguir, no manejo alimentar, as reco-
mendações para cada fase de vida dos 
peixes, observando-se a qualidade, a 
quantidade, a frequência e o horário de 
fornecimento da ração.
Monitorar os parâmetros de qualidade da 
água durante toda a criação.
Registrar e controlar todas as atividades, 
rotinas e eventuais imprevistos para uma 
adequada gestão e planejamento da 
produção.
Remover imediatamente os peixes 
mortos dos viveiros (podem servir como 
foco de infecção, passíveis de infectar 
os demais peixes de produção).
Observar diariamente o comportamento 
dos peixes no horário do arraçoamento.
Realizar a desinfecção dos equipamen-
tos utilizados nos viveiros (redes, puçás, 
roupas que entraram na água dos 
tanques etc.).
Realizar quarentena a cada lote de 
alevinos/reprodutores adquiridos.
Conhecer a procedência 
dos lotes de alevinos 
adquiridos
Conhecer a procedência 
dos reprodutores 
adquiridos
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Figura 8.3. Fluxograma com o passo a passo das boas práticas de manejo sanitário
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8.4 Estresse na criação
Os procedimentos que envolvem a manipulação dos peixes, como a biometria, a 
despesca, a classificação, o transporte e a realocação, estressam os animais e podem 
deixá-los mais suscetíveis a doenças. 
Outro motivo de estresse muito comum em pisciculturas é o ambiente de confinamento, 
em que altas densidades de estocagem, associadas à pouca manutenção da água, 
ocasionam baixas concentrações de oxigênio. A alta densidade também faz os peixes 
competirem mais por alimento e disputarem sua sobrevivência, o que aumenta o 
gasto energético e, consequentemente, pode se reverter em baixo crescimento. Com 
pouco espaço para locomoção, e sem viver em um local que se utiliza de métodos 
de controle de predadores, o peixe precisa tentar se livrar constantemente de aves 
predadoras, além de conviver com o risco de ser ferido gravemente e morrer. 
O estresse é a resposta do animal a uma ameaça, chamada de agente estressor, que 
é capaz de provocar mudanças fisiológicas e, em níveis descontrolados, aumentar a 
suscetibilidade a doenças. 
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Ambiente
alterado
Patógenos Hospedeiro
Ocorrência
de doenças
Peixe saudável Baixo crescimento
Comprometimento reprodutivo
Doenças oportunistas Morte
Aumento do grau de estresse
Figura 8.4. Representação das consequências do aumento do grau de estresse na 
piscicultura
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Abaixo, indicamos algumas recomendações que ajudam a minimizar o estresse 
durante o manejo dos peixes.
• Separe os equipamentos necessários à despesca, remoção e realocação dos 
peixes antes das atividades, para evitar prolongar o manejo. Recomenda-se 
que cada processo seja programado para acontecer o mais rápido possível, 
de modo a não deixar os peixes presos na rede por muito tempo. 
• Deixe os peixes em jejum antes da manipulação para evitar o comprometimento 
da qualidade da água e preservar a saúde dos animais.
• Após a manipulação, reavalie a necessidade de alimentar os peixes, pois os 
animais ingerem menos alimento após o manuseio. A ração não ingerida, 
além de ter sido desperdiçada, prejudica a qualidade da água.
• Dê preferência pelos horários mais frescos do dia para realizar as práticas de 
manejo. 
• Respeite as densidades de estocagem nostanques de transporte. Quanto 
maior a densidade, pior a qualidade da água e maior a chance de provocar 
ferimentos.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
• Evite a perda excessiva de muco e tenha cuidado para não ocasionar ferimentos 
nos animais, pois são portas de entrada para infecções secundárias. O muco, 
também conhecido como “baba” ou “gosma”, é uma substância produzida 
por células presentes na pele e brânquias dos peixes que forma uma barreira 
auxiliar na manutenção da saúde e proteção contra patógenos. Além do muco, 
as escamas também constituem um bloqueio extra para alguns peixes. Sua 
perda durante procedimentos de manejo favorece infecções secundárias (por 
bactérias e fungos), que muitas vezes são difíceis de controlar e podem levar 
os peixes à morte.
• Além de puçás, baldes, tanques de transporte e oxigênio, é interessante utilizar 
equipamentos adequados, como redes de malhas com proporção compatível 
ao tamanho dos peixes, com certa distância entre os nós (tamanho da malha), 
para evitar que os animais fiquem emalhados. Evite também o manuseio 
excessivo dos peixes e tome cuidado para não os deixar cair.
• Use sal de cozinha ou sal mineral bovino (cloreto de sódio, NaCl) durante as 
práticas de classificação e realocação de peixes. Uma das funções do sal é 
estimular a produção de muco no corpo e nas brânquias, recobrindo lesões 
decorrentes do manejo. A presença do sal no meio aquático também diminui 
a perda de sais corporais dos peixes, minimizando os efeitos do estresse.
A ocorrência de doenças pode aumentar quando a qualidade da água está inadequada, 
pois expõe o peixe a estresse crônico e afeta o seu bem-estar. O meio aquático pode 
ser prejudicado nos períodos mais frios do ano, quando há uma queda de temperatura 
ou ocorre inversão térmica. A temperatura está diretamente ligada ao funcionamento 
dos sistemas de defesa dos peixes. 
Uma dieta mal balanceada também pode comprometer a 
estruturação do sistema imunológico do peixe, reduzindo sua 
capacidade de combater os patógenos. Dessa forma, ressalta-
se a importância de disponibilizar alimento adequado à espécie. 
Atenção
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
8.5 Uso indiscriminado de medicamentos
O uso indiscriminado ou inadequado de remédios pode causar danos ao ambiente e 
ao animal cultivado. O tratamento pode não funcionar e ser tóxico aos peixes a ponto 
de levá-los à morte. No caso do ambiente, pode comprometer a qualidade da água, 
além de deixar resíduos dos medicamentos na carne do pescado, o que dificulta as 
vendas e é prejudicial à saúde de quem a consome. Em se tratando de antibióticos, 
o problema é ainda maior, uma vez que podem aumentar a resistência das bactérias 
patogênicas e oportunistas.
Para realizar algum tipo de tratamento nos peixes de criação, é primordial considerar 
uma diversidade de fatores, sendo o principal deles o diagnóstico correto das doenças, 
com a especificação da sua causa. Somente com uma análise precisa é possível pensar 
em tratamentos, que muitas vezes dispensam produtos químicos ou antibióticos. Se 
houver a necessidade de usar medicamentos, é preciso buscar o apoio de um técnico 
capacitado.
8.6 Descarte de animais mortos
Ao monitorar os viveiros, você eventualmente encontrará peixes mortos. Esse evento 
pode acontecer após o transporte dos peixes, manipulação e realocações. 
Os cadáveres devem ser retirados do cativeiro imediatamente, uma vez que servem como 
substrato para o desenvolvimento de microrganismos potencialmente patogênicos. O 
descarte correto dos peixes mortos contribui para a melhoria das condições ambientais e 
sanitárias na produção, além de evitar a disseminação de doenças.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Figura 8.5. Peixes mortos flutuando na superfície 
da água
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As opções de destino das carcaças apresentam vantagens e desvantagens, além 
de gerarem impactos que precisam ser avaliados antes da adoção. Veja, a seguir, as 
diferentes possibilidades para destinação dos animais mortos.
Compostagem
A compostagem das carcaças de peixes é uma técnica que promove a 
reciclagem da matéria orgânica durante o processo, com a geração de um 
composto fertilizante que é indicado para a adubação de plantas. Esse 
processo permite, ainda, a destruição de agentes causadores de doenças. É 
de fácil instalação, porém necessita de acompanhamento de um funcionário 
para estabilização do composto.
Fossa séptica
A construção de uma fossa séptica para acondicionar os peixes descartados 
deve ser feita em local seco, longe de lençóis freáticos, provida de um telhado e 
tampa de encaixe. Utiliza-se cal virgem para auxiliar na desinfecção das carcaças.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Incineração
A incineração de carcaças é vantajosa quando o volume de peixes é grande, 
mas depende de equipamento especial, como o incinerador. O aparelho 
deve ser instalado em local adequado, no sentido contrário ao vento e longe 
de galpões e áreas residenciais, uma vez que há a emissão de gases, uma 
desvantagem desse procedimento.
Silagem
A fabricação de silagem com os restos de peixes mortos é feita a partir 
da adição mínima de produtos químicos ou microrganismos aos resíduos. 
Sua aplicação depende do volume de carcaça gerada, da aquisição das 
substâncias específicas e do destino de sua produção.
8.7 Passos para diagnóstico de doenças
O comportamento dos peixes e os sinais clínicos apresentados fornecem informações 
valiosas em relação ao estado de saúde e reflete as condições ambientais da criação. 
Clique no link inserido no título abaixo e veja a videoaula a seguir para aprender a 
identificar animais doentes. 
Passos para diagnóstico de doenças
8.8 Doenças de importância na criação de 
peixes redondos
Os agentes etiológicos causadores de doenças infecciosas são variados. Nas criações 
de peixes redondos, as infecções causadas por bactérias e parasitos são as de maior 
importância.
8.8.1 Doenças bacterianas
As doenças bacterianas podem ter origem primária ou secundária. As de origem 
primária são aquelas que ocorrem quando as bactérias possuem a capacidade de 
iniciar uma infecção no hospedeiro, já as bacterioses secundárias se apresentam 
https://youtu.be/XuSPAh5Tp6o
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
quando os peixes estão debilitados, com baixa imunidade. Conheça a seguir dois 
tipos de doenças bacterianas. 
• Aeromonose
As bactérias do gênero Aeromonas causam uma série de danos aos empreendimentos 
aquícolas. São cosmopolitas, oportunistas e de patogenicidade facultativa, ou seja, 
podem ou não causar a doença, embora já tenham sido descritas como agentes 
primários. A espécie Aeromonas hydrophila é uma bactéria de importância tanto para a 
criação de tambaqui quanto para a saúde humana, já que é considerada uma zoonose.
O sinal clínico característico da doença é a septicemia hemorrágica devido à ruptura 
de pequenos vasos, que implicam em lesões ulcerativas na pele. Além disso, são 
observados pontos de hemorragia nos órgãos internos e no abdômen, anemia, necrose 
de nadadeiras e cauda e perda de escamas.
O diagnóstico é realizado por meio do isolamento da bactéria em meios de cultura 
microbiológica específica e identificação por kits bioquímicos ou técnicas moleculares. 
O tratamento, quando indicado, é realizado com antibioticoterapia. 
Para controlar a disseminação da doença, é aconselhável reduzir os fatores 
causadores de estresse, como as parasitoses, as mudanças bruscas de temperatura 
e a degradação da qualidade do ambiente aquático. Para evitar a contaminação 
horizontal, é imprescindível a desinfecção dos utensílios utilizados durante o manejo 
dos animais infectados e a remoção dos peixes doentes, que são fontes decontágio 
para os sadios.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Figura 8.6. Lesões hemorrágicas identificadas em um peixe com 
aeromonose
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• Colunariose
Os peixes de água doce, em geral, estão sujeitos à infecção causada pela bactéria 
Flavobacterium columnare, componente usual da flora microbiana da água e da 
superfície dos peixes. A doença é comum em locais com alta temperatura, elevada 
concentração de amônia e de matéria orgânica e baixos níveis de oxigênio na água.
Os peixes jovens são naturalmente mais suscetíveis e, quando infectados, apresentam 
pequenas lesões acinzentadas ou amareladas pelo corpo, principalmente na região 
da cabeça e na base das nadadeiras dorsais, que se propagam até as pélvicas. Nas 
nadadeiras, as lesões desenvolvem-se na direção das extremidades para a base. As 
feridas agravam-se e adquirem aspecto hemorrágico, aumentam de tamanho e podem 
tomar até um quarto da superfície do peixe.
Além disso, o corpo fica recoberto por um exsudato mucoso amarelado, que contém 
uma grande quantidade de bactérias. No desenvolvimento das lesões, pode ocorrer 
exposição da musculatura e perda das nadadeiras. Outros sinais incluem: apatia, 
isolamento, perda de apetite e natação errática. Altas taxas de mortalidade, de 60 a 
90%, são observadas dois dias após o aparecimento dos primeiros sinais.
O diagnóstico da doença é baseado nos sinais clínicos, no isolamento da bactéria 
em meio de cultura e em sua identificação com o emprego de técnicas moleculares. 
Recomenda-se, de forma geral, evitar situações estressantes que reduzam a 
imunidade dos peixes. Uma prática que pode ser adotada consiste em fornecer rações 
suplementadas com aditivos que melhorem a condição imune do organismo, como 
vitamina C, em períodos que antecedam manejos mais intensos ou de maior variação 
de temperatura.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
Figura 8.7. Lesões esbranquiçadas na cabeça e no dorso de peixe 
com colunariose
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8.8.2 Doenças parasitárias
Clique no link inserido no título abaixo para assistir a animação a seguir, onde 
conheceremos um pouco das doenças parasitárias e, na sequência do vídeo, veremos 
alguns dos tipos mais recorrentes de parasitos. 
Doenças parasitárias 
• Ectoparasitos
Os ectoparasitos alojam-se na superfície do corpo de seus hospedeiros e provocam 
lesões no tecido pela fixação ou alimentação. Os parasitos aderidos à pele induzem 
o aumento da produção de muco. Quando aderidos nas brânquias, o volume de muco 
no local aumenta, o que é prejudicial ao peixe, principalmente porque a substância age 
como impermeabilizante e impede as trocas gasosas. Ainda nas brânquias, podem 
ocorrer hiper e metaplasia do epitélio branquial, que comprometem a respiração. 
O prurido provocado pelas ações mecânicas de fixação e movimentação dos 
ectoparasitos leva o peixe a se esfregar nas paredes dos viveiros ou telas dos 
tanques-rede, o que causa lesões no tegumento, que podem ser portas de entrada 
para infecções secundárias. 
Todas essas respostas também são estressantes aos peixes, o que afeta sua condição 
fisiológica.
• Protozoários
https://youtu.be/1U5mjfKmr_g
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Criação sustentável de peixes redondos
Piscinoodinium pillulare
O P. pillulare é um protozoário dinoflagelado, de distribuição geográfica mundial, que 
apresenta diferentes formatos durante seu desenvolvimento. Quando no hospedeiro, 
é chamado de trofonte, tem formato de pera e apresenta núcleo arredondado. Fixa-
se à pele ou brânquias por meio de estruturas em sua base chamadas de rizocistos. 
No ambiente, é batizado de dinósporo, quando tem formato arredondado e sofre 
sucessivas divisões até que se torne infectante.
A coloração dos peixes parasitados varia de esverdeada a amarronzada, com aspecto 
de veludo ou ferrugem, principalmente na região lombar e próximo aos opérculos. 
Também são observadas inflamação e infecção de origem bacteriana nas bases 
das nadadeiras – na dorsal, principalmente –, bem como brânquias amarronzadas e 
intensa produção de muco no corpo. 
Em infecções intensas, há outros sinais, como alteração na frequência da respiração 
e aglomeração dos peixes na superfície, nas proximidades da entrada de água. Esse 
comportamento ocorre porque o intenso parasitismo compromete a capacidade 
respiratória, ainda que a quantidade de oxigênio dissolvido na água esteja adequada. 
O diagnóstico é realizado com raspados de muco do corpo e brânquias e observação 
em microscopia de luz.
É uma doença que pode ocasionar a mortalidade massiva do grupo. 
Figura 8.8. Tambaqui parasitado por P. pillulare, apresentando coloração 
de ferrugem na região dorsal do corpo e infecção bacteriana na base das 
nadadeiras (círculos) 
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O I. multifiliis, popularmente conhecido como ictio, é um protozoário coberto de 
cílios, de formato esférico, que apresenta um macronúcleo em forma de ferradura. 
Sua distribuição geográfica é mundial e, por não ter especificidade parasitária, já foi 
descrito em diversas espécies de peixes de criação ou da natureza. 
A doença é conhecida como ictiofitiríase ou “doença dos pontos brancos”, em que 
cada ponto corresponde a um espécime, o trofonte, localizado abaixo das células 
epiteliais da pele ou brânquias do hospedeiro. O ciclo de vida é direto e dependente da 
temperatura (entre 24 e 26 °C).
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Criação sustentável de peixes redondos
Figura 8.9. Pontos esbranquiçados na superfície da 
pele de alevino parasitado por I. multifiliis
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Além do sinal característico do parasito, os pontos brancos, os peixes podem esfregar 
o corpo contra as estruturas de criação, o que muitas vezes ocasiona lesões em 
sua superfície, predispondo-os a infecções secundárias. Também podem aparecer 
focos hemorrágicos na pele, nas nadadeiras e nas brânquias, bem como aumentar a 
produção de muco, que impermeabiliza as brânquias e dificulta a respiração, causando 
boquejamento, apatia, anorexia e natação errática e sem vigor.
Infestações severas podem matar todos os peixes da criação. Por isso, é importante 
monitorar os animais e tomar medidas profiláticas. O diagnóstico é feito pela visualização 
direta dos pontos brancos no corpo ou por meio de exame microscópico de raspado 
do muco e biopsia de brânquias, entre lâmina e lamínula, por meio do qual é possível 
observar o parasita realizando movimentos rotativos característicos.
Recomenda-se manter a boa qualidade da água, prover uma alimentação adequada e 
evitar estresses no manejo. A quarentena é uma importante estratégia de prevenção 
quando se adquire um novo lote de animais, assim como o cuidado na captação 
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Criação sustentável de peixes redondos
de água para a piscicultura e o descarte de efluentes que podem carregar formas 
infectantes. 
O tratamento contra a ictiofitiríase não é eficaz em viveiros escavados, mas pode ser 
realizado em criações indoor.
• Monogenéticos
Os monogenéticos são helmintos de ciclo de vida direto com alta capacidade de 
proliferação. Eles possuem um aparelho de fixação, com ganchos e ventosas, 
localizado na parte posterior do corpo, o haptor, que causa intensa irritação nos peixes 
quando em grandes infestações. São ectoparasitos de corpo, nadadeiras, brânquias 
e cavidade oral e alimentam-se de muco, epitélio ou sangue dos hospedeiros. Podem 
parasitar também órgãos internos, como a bexiga natatória e a vesícula biliar. 
No Brasil, cinco espécies de Monogeneas são descritas para peixes redondos: 
Anacanthorus spathulatus, A. penilabiatus, Notozothecium janauachensis, 
Linguadactyloides brinkmanni e Mymarothecium boegeri.
Figura 8.10. Adulto de Dawestrema sp., monogenético de 
Arapaima gigas (pirarucu), evidenciandoa estrutura de 
fixação – haptor (pontilhado) – e a liberação de ovo (seta) por 
microscopia de luz
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Os sinais clínicos e o grau de prejuízo têm relação com a espécie e a carga de parasitos 
sobre o hospedeiro. Parasitoses intensas nas brânquias frequentemente ocasionam 
surtos de morbidade e mortalidade nas pisciculturas, principalmente em criações 
intensivos. 
Entre os sintomas, pode haver letargia, anorexia, perda de peso, aumento na produção 
de muco e a entrada de infecções secundárias por meio das lesões. O diagnóstico é 
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Criação sustentável de peixes redondos
realizado pela visualização em microscopia óptica de raspados de muco ou biópsia de 
brânquias. A identificação da espécie, importante para avaliar a patogenia e analisar 
quais medidas são adequadas à prevenção, deve ser feita por um especialista. 
Além dos cuidados durante a aquisição de animais, da quarentena e da prevenção de 
fatores estressantes ao longo da criação, é interessante realizar sempre a desinfecção 
dos viveiros antes do povoamento, a cada ciclo produtivo, para eliminar fases do 
parasito que possam estar no ambiente.
• Crustáceos
Os crustáceos ectoparasitos de peixes de criação pertencem a três grupos: braquiúros, 
copépodes e isópodes. Em peixes redondos, os recorrentes são três braquiúros (Dolops 
carvalhoi, Argulus chicomendesi e A. multicolor) e dois copépodes (Gamidactylus 
jaraquensis e Perulernaea gamitanae). São parasitos que podem ser observados a olho 
nu na superfície do corpo, boca e brânquias dos hospedeiros. 
O diagnóstico pode ser realizado por observação direta dos parasitas, porém a 
microscopia de luz em raspados de muco e a biópsia das brânquias são necessárias 
para a visualização de algumas fases de vida, como a larval de copepodito dos 
copépodes. A identificação da espécie é feita por um especialista.
Braquiúros
Neste grupo, estão os ectoparasitos conhecidos como “carrapatos ou piolhos de 
peixe”. Incluem os gêneros Argulus e Dolops, mais frequentes nas pisciculturas 
brasileiras. Possuem o corpo achatado dorsoventralmente e têm uma carapaça que 
cobre as patas localizadas na região ventral. Habitam preferencialmente a superfície 
do corpo dos peixes, onde se movimentam, nadam, e podem mudar de hospedeiro 
livremente. Têm ciclo de vida direto: as fêmeas fecundadas abandonam o hospedeiro 
e fazem a ovoposição no substrato, como em plantas e em pedras, onde eclodem as 
formas larvais já com a aparência do adulto.
Figura 8.11. Vista dorsal de braquiúra em 
pintado-da-Amazônia
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Esses parasitos agem a partir de seu par de maxilas – modificadas em ventosas nos 
Argulus sp. e em ganchos nos Dolops sp. –, que perfuram a pele do hospedeiro para 
prover a alimentação, baseada em células e sangue. 
Os sinais dependem da intensidade da infecção e do tamanho dos peixes, mas é possível 
observar alguns aspectos: alterações na coloração dos peixes devido às lesões dos 
cromatóforos; lesões hemorrágicas puntiformes; alterações comportamentais, como 
natação errática devido ao prurido; hiporexia e redução do crescimento; diminuição 
da eficiência alimentar; estresse; ocorrência de infecções secundárias; mortalidade. 
As lesões na pele reduzem o valor da venda dos animais, principalmente devido ao 
aspecto repugnante.
Para controle, recomenda-se a precaução de evitar introduzir 
peixes portadores na criação ou abastecer o viveiro com água 
que contenha formas larvais. Convém realizar a quarentena 
dos peixes adquiridos e utilizar filtros na captação de água de 
abastecimento. Medidas de assepsia das estruturas de produção 
e limpeza da vegetação das bordas dos viveiros evitam o 
fornecimento de substrato para a deposição de ovos do parasito. 
Atenção
Copépodes
Copépodes são ectoparasitas conhecidos popularmente como “vermes-âncora” 
devido ao formato de sua porção anterior, que penetra no tegumento dos peixes. 
Apenas fêmeas adultas parasitam, enquanto os machos são de vida livre. Podem ser 
encontrados na superfície do corpo dos peixes, na boca, no palato, nas narinas, na 
língua e na parte interna do opérculo.
Entre os copépodes, a Lernaea cyprinacea é uma representante de destaque no Brasil, 
pois parasita diversas espécies de peixes, tendo sido introduzida no país há algumas 
décadas. Teve fácil disseminação pelos corpos d’água e pisciculturas por apresentar 
baixa especificidade, com sua ampla distribuição pelo território devido ao transporte 
e à movimentação de peixes sem medidas profiláticas. O parasito adulto penetra no 
hospedeiro, provoca lesões hemorrágicas e fixa-se profundamente em seus tecidos, 
o que torna difícil sua remoção. Dependendo da espécie parasitada, as alterações 
patológicas resultam em altas taxas de morbidade e mortalidade.
O lerneídeo mais importante para a criação de redondos no Brasil é a Perulernaea 
gamitanae. As fêmeas gravídicas dessa espécie se fixam na língua, nas narinas e 
nas brânquias dos peixes por meio de ganchos em formato de âncora localizados na 
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cabeça. O local de fixação fica inflamado, principalmente as brânquias, o que pode 
facilitar o desenvolvimento de infecções bacterianas e micóticas, ambas relativamente 
comuns em peixes infestados pelos crustáceos. Em infestações intensas, os parasitos 
chegam a ocupar toda a cavidade bucal do peixe, o que impede sua alimentação e 
provoca a perda produtiva do lote em pouco tempo. Além disso, a P. gamitanae pode 
debilitar os peixes ou causar sua morte devido à apatia e à anorexia.
Figura 8.12. Tambaqui parasitado pelo Perulernaea gamitanae na 
boca
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Por se alastrar facilmente, a P. gamitanae é uma grande preocupação para a aquicultura 
amazônica. A fim de evitar a propagação desse crustáceo em pisciculturas, é preciso 
cautela ao transportar peixes e é importante realizar a quarentena e o diagnóstico 
antes de introduzir novos animais em viveiros. Procedimentos de precaução devem 
ser reforçados, uma vez que infecções maciças podem prejudicar a sobrevivência 
de animais juvenis, bem como provocar a depreciação de animais prontos para 
a comercialização, comprometendo os negócios e o consumo desses peixes. 
O tratamento dessa parasitose é realizado com antiparasiários administrados 
principalmente via banhos de imersão.
• Endoparasitos
Os endoparasitos são organismos que vivem dentro de seus hospedeiros. Os prejuízos 
causados dependem do hospedeiro acometido, da espécie e quantidade de parasitos 
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envolvidos, do órgão parasitado, da capacidade de causar sinais clínicos nos peixes e 
do seu potencial zoonótico. 
O diagnóstico da maioria das endoparasitoses é realizado pela visualização dos 
espécimes nas cavidades e órgãos do animal doente. Características morfológicas 
visíveis em microscopia de luz são suficientes para identificar os grupos. A identificação 
da espécie é possível com o auxílio de um especialista, sendo importante para avaliar 
a patogenia e a possibilidade de o organismo ser zoonótico. 
Os endoparasitos são alocados nos seguintes grupos:
Mixosporídeos
Os mixosporídeos parasitam diversos órgãos de peixes e são encontrados nos 
espaços inter e intracelulares, vasos sanguíneos, bexiga natatória, brânquias, baço, 
fígado, rim e musculatura. O ciclo de vida é indireto e inclui dois hospedeiros definitivos, 
geralmente um invertebrado anelídeo e um vertebrado que pode ser peixe, ave, réptil 
ou mamífero. Quando parasitam os peixes, formam pequenos cistos (plasmódios) 
que abrigam inúmeros esporos microscópicos em seu interior.
Os gêneros de mixosporídeos parasitos de peixes mais comuns no Brasil são Myxobolus 
e Henneguya, sendo asespécies Henneguya piaractus e Myxobolus colossomatis 
descritas infestando peixes redondos. 
A patogenia da infecção envolve compressão das células do órgão parasitado, com 
consequente redução de sua funcionalidade, bem como lesões nas brânquias que 
comprometem a capacidade respiratória do peixe.
O diagnóstico das enfermidades causadas por mixosporídeos pode ser realizado por 
observação direta dos cistos nos órgãos acometidos, além da análise dos esporos a 
fresco em microscopia de luz. É possível também avaliar raspados de muco, imprint 
de tecido ou cortes histológicos.
Figura 8.13. Esporo de Myxobolus sp. (seta) em imprint 
de tecido renal de tambaqui e leucócitos (Le)
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Digenéticos
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São helmintos heteroxênicos, ou seja, possuem um ciclo de vida complexo, 
necessitando de um hospedeiro intermediário e um definitivo. Os moluscos são 
hospedeiros intermediários; peixes podem ser hospedeiros intermediários ou 
definitivos; aves, répteis e anfíbios são hospedeiros definitivos. 
Peixes podem ser infectados por parasitos adultos ou larvas, que ficam alocados no 
intestino ou na cavidade visceral, vesícula biliar, olhos, brânquias, gônadas, tecido 
subcutâneo e sistema circulatório. 
Os sinais clínicos variam de acordo com a localização e a relação entre o tamanho 
do parasito e o do hospedeiro. Tanto as formas adultas quanto as larvais podem 
acometer órgãos e tecidos dos peixes. 
As metacercárias (formas larvais) podem parasitar os olhos do peixe, facilmente 
visualizadas a olho nu, com a “doença do verme dos olhos”; encistadas na pele do peixe, 
elas formam cistos escuros, caracterizando a “doença dos pontos pretos”; quando 
encistadas na musculatura do animal, provocam a “doença dos pontos amarelos”. 
Peixes infectados são facilmente acometidos por infecções secundárias, têm perda 
de visão, retardo no crescimento, letargia e anorexia.
Figura 8.14. Ovos (círculo) e adultos (seta) de digenéticos na 
cavidade abdominal de alevino
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Em criações de peixes redondos, além de todos os cuidados de 
manejo anteriormente citados, é necessário adotar práticas de 
controle e reduzir a população de caramujos, bem como dificultar 
o acesso das aves às estruturas de produção. 
Atenção
Nematódeos
Os parasitos adultos geralmente localizam-se no tubo digestório dos peixes, enquanto 
as fases larvais podem ser encontradas encistadas na musculatura, mesentério e 
em outros órgãos. Os nematódeos possuem corpo alongado, com forma tubular e 
extremidades afiladas. 
Os danos causados ao hospedeiro dependem da espécie e do número de parasitos, 
bem como do órgão invadido. Os sinais do parasitismo são inespecíficos, podendo 
ser anemia, oclusão intestinal, compressão dos órgãos, atrofia dos órgãos internos, 
castração parasitária, anorexia e perda de peso. Além disso, em alguns casos, é 
possível visualizar vermes ao redor do ânus do peixe. 
Reforça-se a necessidade da adoção das boas práticas de manejo sanitário e de 
qualidade da água como medidas de controle e prevenção.
Figura 8.15. Corte transversal da musculatura de traíra (Hoplias 
malabaricus), com larva de Eustrongylides sp. livre (seta) e 
encistada (círculo)
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Acantocéfalos
Os indivíduos adultos são parasitos exclusivos do tubo digestório. A região anterior do 
corpo na fase adulta é provida de uma estrutura com ganchos, denominada probóscide, 
que é utilizada para fixação na parede do intestino. 
O ciclo de vida é heteroxeno e simples: os parasitos que têm sexo separado copulam 
no tubo digestório dos peixes e expelem ovos para o ambiente; estes são ingeridos 
pelo hospedeiro intermediário (um artrópode) e se rompem dando origem às formas 
larvais: acântor, acantela e cistacanto (forma encistada). 
Sabe-se que a introdução de peixes contaminados no sistema é a principal causa do 
desenvolvimento dessa parasitose, além da presença de hospedeiro intermediário 
compatível na criação, que contribui para a permanência e multiplicação do parasito.
A parasitose em peixes redondos, como o tambaqui e seus híbridos, é provocada pelo 
helminto Neoechinorhynchus buttnerae, um verme de coloração esbranquiçada, visível 
a olho nu, podendo medir de 1 a 2 cm, que se aloja no trato intestinal dos peixes. 
Figura 8.16. Porção do intestino de 
tambaqui com infestação pelo acantocéfalo 
Neoechinorhynchus buttnerae 
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Peixes com acantocefalose podem apresentar perda de peso, retardo do crescimento 
e até mesmo morrer, dependendo de seu tamanho e do número de parasitos em seu 
corpo. No caso do tambaqui, alguns animais exibem caquexia, mas sem mortalidade. 
Na necropsia, em severa infecção por N.  buttnerae, observa-se enrijecimento e 
espessamento da parede do intestino e secreção intestinal mucosa, de aspecto 
catarral e coloração amarelada.
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Criação sustentável de peixes redondos
Em análise para diagnóstico da doença intestinal por N. buttnerae, os parasitos são 
facilmente observados a olho nu a partir da abertura do intestino dos peixes. Em 
casos de infecção massiva, a infestação é vista mesmo externamente à abertura do 
intestino. Em observações a fresco, com microscópio ou estereomicroscópio (lupa), é 
possível identificar a principal característica do parasito: a probóscide com ganchos. 
Com o auxílio de um microscópio, na observação das fezes dos peixes, é possível 
também detectar os ovos de acantocéfalos.
A intensidade da infecção depende do regime alimentar e da acessibilidade aos 
hospedeiros intermediários. As lesões produzidas provocam alterações no intestino 
do peixe e, de acordo com o tamanho do animal cultivado e da espécie de parasito, a 
probóscide pode atravessar o intestino, atingir órgãos internos e agravar as lesões. 
Ainda que não ofereça risco à saúde do ser humano, essa doença prejudica a 
comercialização do pescado, uma vez que o intestino contaminado tem aspecto 
repugnante. No entanto, o risco vem do uso indiscriminado de medicamentos para 
controle da parasitose sem respeito ao período de carência, podendo o pescado ser 
vendido com resíduos de remédios.
Apesar de existirem quimioterápicos para tratamento de 
acantocéfalos em peixes em outros países, atualmente, no Brasil, 
não existem fármacos registrados. Assim, os piscicultores de 
peixes redondos muitas vezes usam produtos sem registro 
para controle das infecções por acantocéfalos nas criações de 
tambaqui. 
Curiosidade
Destaca-se que, em decorrência de infecções massivas por acantocéfalos, uma medida 
tem sido recentemente adotada em algumas pisciculturas da Região Norte, mas 
necessita ser mais bem estudada: o rodízio de espécies. Essa prática alterna ciclos de 
produção entre tambaqui e matrinxã (ou outra espécie não aparentada com o tambaqui) 
com o objetivo de quebrar o ciclo de vida do parasito, uma vez que o N. buttnerae é 
espécie-específico. Contudo, a viabilidade dessa alternativa pode depender do mercado 
para venda da espécie a ser selecionada para alternar a criação, pois o peixe-alvo do 
consumidor da Região Norte, por exemplo, é o tambaqui.
De modo geral, para o controle da enfermidade, deve-se atuar em duas frentes: 
primeiramente, prevenir, evitando a entrada do patógeno e, se houver a sua instalação, 
reduzir ou eliminar as chances de reinfecção; depois, realizar o tratamento propriamente 
dito da doença. Porém, tratar e prevenir só são possíveis com o diagnóstico correto e 
precoce da patologia. Como a maioria das infecções é assintomática, sem alterações 
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
Criação sustentável de peixes redondos
clínicas perceptíveis nos peixes(e geralmente a infecção não é seguida de mortalidade), 
é necessária a avaliação de amostragens de lotes nas pisciculturas. A prevenção à 
exposição a esse acantocéfalo é o melhor método para limitar a incidência do problema; 
é preciso, pois, controlar a entrada do parasito na criação e a presença dos potenciais 
hospedeiros intermediários nos viveiros.
Os acantocéfalos na aquicultura brasileira, até recentemente, não foram impactantes 
o suficiente para motivarem o desenvolvimento de medidas de controle específicas. 
Possivelmente, isso se deve aos registros na literatura, que não se preocupam com 
esse grupo de parasitários, o que fez com que a ocorrência de acantocéfalos em 
criações de tambaquis e seus híbridos tenha sido negligenciada por muitos anos.
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Síntese
Finalizamos o oitavo módulo de nosso curso. Nele, você aprendeu acerca da importância 
da sanidade na produção de peixes redondos. No próximo módulo, estudaremos o 
processamento e a comercialização dos peixes. Confira! 
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos I – 
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Glossário
Patógenos: são organismos (parasitas, bactérias, fungos e vírus) que causam ou 
podem causar uma doença
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Criação sustentável de peixes redondos
Referências
Lima, A. F.; Silva, A.P.; Rodrigues, A.P.O.; Bergamin, G.T.; Lima, L.K.F.; Torati, L.S.; 
Pedroza Filho, M.X.; Maciel, P.O.; Flores, R.M.V. 2015. Manual de piscicultura 
familiar em viveiros escavados. Brasília: Embrapa, 143p.
Noga, E. J. Fish disease: diagnosis and treatment. 2nd ed. Iowa: Wiley-Blackwell, 
2010. 536 p.
Pereira, S. L. A.; Chagas, E. C.; Maciel, P. O.; Benavides, M. V.; Majolo, C.; Boijink, 
C. de L.; Tavares-Dias, M.; Ishikawa, M. M.; Fujimoto, R. Y.; Brandão, F. R.; Sousa, 
K. L. de; Morais, M. Dda S.; Martins, V. F. da S. 2016. Agentes patogênicos 
de tambaquis cultivados, com destaque para registros em Rio Preto da Eva, 
AM. Embrapa Amazônia Ocidental. Série Documentos, 127. Manaus: Embrapa 
Amazônia Ocidental.
Rodrigues, A.P.O.; Lima, A.; Alves, A.; Rosa, D.; Torati, L.; Santos, V. 2013. 
Piscicultura de água doce: multiplicando conhecimentos. Brasília: Embrapa, 
440p.
Tavares-Dias, M.; Neves, L.R.; Santos, E.F.; Dias, M.K.R.; Marinho, R.G.B.; Ono, 
E.A. 2011. Perulernaea gamitanae (Copepoda: Lernaeidae) parasitizing 
tambaqui (Colossoma macropomum) (Characidae) and the hybrids tambacu 
and tambatinga, cultured in northern Brazil. Arquivo Brasileiro de Medicina 
Veterinária e Zootecnia, 63(4), 988-995.

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