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MINISTÉRIO PÚBLICO 1. MINISTÉRIO PÚBLICO 1.1. Princípios Institucionais 1.2. Garantias Constitucionais 1.3. Atribuições Processuais 2. JUIZ 2.1. Estrutura Básica do Poder Judiciário 2.2. Poderes, deveres e Responsabilidades 2.3. Garantias Constitucionais 2.4. Impedimentos e Suspeição 3. ADVOGADOS 3.1. Direitos e Deveres do Advogado 3.2. Prerrogativas 3.3. Atuação e Substituição em juízo 4. Referências 1. MINISTÉRIO PÚBLICO O art. 257 do Código de Processo Penal fala que “O Ministério Público promoverá e fiscalizará a execução da lei”, ou seja, será o órgão da lei e fiscalizador de sua função, e execução. 1.1. Princípios Institucionais Os princípios institucionais têm a finalidade de mostrar quais as linhas do sistema normativo que regulamentam a instituição do Ministério Público. Estas pautadas no art. 127 da Constituição Federal, e são os seguintes: a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. 1.1.1. Unidade O princípio da unidade recomenda a atuação dos membros do Ministério Público enquanto um só corpo incide na vontade una, de forma que a manifestação de pretensão de cada um de seus membros concebe a manifestação de um todo. O Ministério Público compõe um só órgão sob a direção de um só Procurador- Geral, a unidade somente tem sua existência em cada Ministério Público, inexistindo desta maneira, entre o Ministério Público Federal e os dos Estados (MORAES, 2005). Esta divisão funcional da instituição não expressa que os membros do Ministério Público possam exercer as distintas funções da entidade, sem atentar para as deliberações legais que instituem a divisão interna. Um ato ao ser adjudicado deve ter a existência de autoridade a quem compete para produzi-lo. 1.1.2. Indivisibilidade A indivisibilidade provém do princípio da unidade, indivisível é porque seus membros não se vinculam aos processos nos quais atuam, estes podem ser trocados reciprocamente, em consonância com as normas legais. A independência funcional possibilita ao membro do Ministério Público o exercício autônomo de suas atribuições funcionais, tornando-o isento a pressões de terceiros que de certo modo procuram frustrar o implemento de sua missão institucional que é a defesa dos interesses da coletividade. A indivisibilidade é uma garantia atribuída à sociedade de que seus interesses estarão sendo resguardados por um agente atuante de modo independente, e alheio às pressões externas ou internas. 1.1.3. Independência funcional A independência funcional junta autonomia funcional, administrativa e financeira. A autonomia administrativa incide na capacidade de organização de serviços internos, definir sobre a situação funcional, assim como de outros serviços relacionados ao âmbito administrativo da instituição. 1.2. Garantias Constitucionais De acordo com a Constituição Federal, os membros do Ministério Público gozam das seguintes garantias:(parágrafo 5º do artigo 128 da Constituição Federal) a) Vitaliciedade, contada após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo, a não ser por sentença judicial transitada em julgado; b) Inamovibilidade, salvo por causa de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) c) Irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 1.3. Atribuições Processuais O Código de Processo Civil, em seu artigo 82, incisos I, II e III, dispõe: "Compete ao Ministério Público intervir: I – nas causas em que há interesse de incapazes; II – nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência de disposições de última vontade; III – nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse de terra rural e nas demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte.” 2. JUIZ O juiz integra o processo na qualidade de sujeito, vinculando-se a ele, na mesma qualidade, o autor e o réu. É através dos juízes (e também dos tribunais) que a jurisdição é exercida. Ele é o "gerente do processo”. 55 O título de "juiz" é específico dos integrantes de tribunais e da magistratura de primeira instância, conforme dispõe o art. 34 da Lei Complementar n° 35/79 (LOMAN). A estrutura do Poder Judiciário no Brasil é um tanto complexa, pelo número de órgãos que a integram. Ela fundamenta-se em dois eixos: primeiro, o Poder Judiciário divide-se em ramos. Em cada ramo, por sua vez, tem seus órgãos estruturados em níveis, versados como graus de jurisdição, ou, mais comumente, instâncias. No Brasil, há cinco ramos do Poder Judiciário, cuja área de atuação, em linhas gerais, é a seguinte: Justiça Estadual: é a mais extensa de todas as que julgam as causas mais frequentes na vida das pessoas e a que tem órgãos em grande parte das cidades do país; cabe-lhe julgar todas as causas que não sejam compreendidas na competência de outros ramos da justiça; Justiça Federal: aprecia as causas de instância dos órgãos e entes da administração pública federal, as causas movidas por país estrangeiro ou organização internacional, os crimes cometidos contra a administração pública federal (exceto aqueles contra sociedades de economia mista) e outros distinguidos no artigo 109 da Constituição e as causas que abranjam interesse de etnias indígenas; Justiça do Trabalho: aprecia as causas juntadas às relações de trabalho, com inclusão às referentes ao direito de greve e à indenização por dano moral ou patrimonial decorrente do trabalho, as ações concernentes a sindicatos e as ações por punição administrativa do Ministério do Trabalho; nem toda relação de trabalho é julgada na Justiça do Trabalho, pois as causas respectivas ao trabalho dos servidores públicos são julgadas na Justiça Federal (servidores federais) ou na Estadual (servidores estaduais e municipais); Justiça Eleitoral: julga especialmente ações coerentes ao processo eleitoral, até mesmo as ações por crime eleitoral; também realiza tarefas administrativas ligadas ao Direito Eleitoral, como o alistamento de eleitores e a fiscalização de partidos políticos; Justiça Militar da União: julga apenas ações penais por crimes militares federais (os praticados contra as Forças Armadas); permanecem também órgãos da Justiça Militar dentro da Justiça Estadual, que julgam crimes militares estaduais e ações judiciais contra punições disciplinares militares a policiais militares e bombeiros militares. 2.2. Poderes, deveres e Responsabilidades O Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe: I - assegurar às partes igualdade de tratamento; II - velar pela rápida solução do litígio; III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça; IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes. (Inciso acrescentado pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994) Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) Art. 127. O juiz só decidirá poreqüidade nos casos previstos em lei. Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer de questões, não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. Art. 129. Convencendo-se, pelas circunstâncias da causa, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim proibido por lei, o juiz proferirá sentença que obste aos objetivos das partes. Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. (Redação dada pela Lei nº 8.637, de 31.3.1993) Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.637, de 31.3.1993) Art. 133. Responderá por perdas e danos o juiz, quando: I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte. Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no nº II só depois que a parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que determine a providência e este não Ihe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias. 2.3. Garantias Constitucionais As garantias constitucionais do magistrado. Estão descritas no texto constitucional: "Art.95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art.93, VIII; III – irredutibilidade de vencimentos, observado, quanto à remuneração, o que dispõem os art.37, XI, 150, II, 153, III, e 153, §2°, I". Sendo desta forma, podemos dizer que: A Vitaliciedade, escrita no texto constitucional, informa que o magistrado, depois de transcorrido o período de dois anos desde sua ascensão ao cargo com o correlativo exercício, apenas o perderá em implicação de sentença judicial transitada em julgado, em processo adequado onde lhe seja assegurado o direito de ampla defesa e de contraditório. A vitaliciedade não deve ser confundida com a estabilidade comum do servidor público. A estabilidade do funcionário público, diversamente da do juiz, é no serviço, e não no cargo. A inamovibilidade incide em não poder o magistrado ser deslocado de sua sede de atividade para outra sem o seu prévio consentimento, salvo em consequência de incontestável interesse público, mediante voto de dois terços do tribunal, e de igual modo afiançada ampla defesa. Esta garantia abrange, inclusive, a probabilidade de recusar promoção na carreira, quando citada estiver camuflando a manobra do Juiz. A irredutibilidade de vencimentos é a terceira garantia que a Constituição dá ao magistrado. A mera hipótese de o magistrado sofrer redução em seu salário em decorrência de determinado ato judicial implicaria em pretexto de inibição no exercício da judicatura. 2.4. Impedimentos e Suspeição As causas de impedimento e suspeição estão nos artigos 134 a 138, do Código de Processo Civil (CPC) e expressam a imparcialidade do juiz no exercício de sua função. É dever do juiz declarar-se impedido ou suspeito, poderá também alegar causa de foro íntimo. O impedimento tem caráter objetivo, e a suspeição tem a ver com o subjetivismo do juiz. A imparcialidade do juiz é um dos pressupostos processuais subjetivos do processo. No caso do impedimento há presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade do juiz em verificado processo por ele analisado, enquanto que na suspeição há apenas presunção relativa (juris tantum). Dispositivos do CPC, sobre impedimentos e suspeição: Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário: I - de que for parte; II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão; IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz. Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando: I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo. Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta e no segundo grau na linha colateral, o primeiro, que conhecer da causa no tribunal, impede que o outro participe do julgamento; caso em que o segundo se escusará, remetendo o processo ao seu substituto legal. Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento e suspeição aos juízes de todos os tribunais. O juiz que violar o dever de abstenção, ou não se declarar suspeito, poderá ser recusado por qualquer das partes (art. 304). Art. 138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição: I - ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos casos previstos nos ns. I a IV do art. 135; II - ao serventuário de justiça; III - ao perito; (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992) IV - ao intérprete. § 1º A parte interessada deverá argüir o impedimento ou a suspeição, em petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos autos; o juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão da causa, ouvindo o argüido no prazo de 5 (cinco) dias, facultando a prova quando necessária e julgando o pedido. § 2º Nos tribunais caberá ao relator processar e julgar o incidente. Art. 312. A parte oferecerá a exceção de impedimento ou de suspeição, especificando o motivo da recusa (arts. 134 e 135). A petição, dirigida ao juiz da causa, poderá ser instruída com documentos em que o excipientefundar a alegação e conterá o rol de testemunhas. Art. 313. Despachando a petição, o juiz, se reconhecer o impedimento ou a suspeição, ordenará a remessa dos autos ao seu substituto legal; em caso contrário, dentro de 10 (dez) dias, dará as suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa dos autos ao tribunal. Art. 314. Verificando que a exceção não tem fundamento legal, o tribunal determinará o seu arquivamento; no caso contrário condenará o juiz nas custas, mandando remeter os autos ao seu substituto legal. 3. ADVOGADO 3.1. Direitos e Deveres do Advogado Direitos: Estão anunciados nos incisos I a XX do art. 7o e, dada a natureza da disposição, estes não podem ser analisados de maneira exaustiva, pois poderá haver outros, não mencionados, e que devam ser reconhecidos, desde que necessários ao cumprimento do mandato. Por conseguinte, estes são direitos atinentes ao exercício profissional, sem que sua ilustração possa prejudicar os direitos do advogado como cidadão, cujos direitos e garantias se acham escritos na Constituição. São estes: - Exercício Da Profissão Em Todo O Território Nacional - O advogado, devidamente inscrito na OAB, pode agir em qualquer lugar do território nacional. Deve ter sua inscrição numa Seccional, seja diretamente na capital do estado, ou no Distrito Federal, ou em qualquer Subsecção. - Inviolabilidade Do Escritório E Documentos Ali Existentes – para o advogado tenha que exercer com liberdade sua profissão, precisa ter garantida a inviolabilidade de seu escritório, pois tem ali guardada com ele todas as documentações dos processos em que atua, e mais os documentos que lhe são municiados pelas partes. Porém esta inviolabilidade não é absoluta, pois existindo mandado de busca e apreensão firmado por magistrado, o escritório e seus arquivos podem ser vasculhados. O cumprimento deste mandado, portanto, só pode ser concretizado com a supervisão de representante da OAB; No caso das Subsecções, provavelmente por membro da diretoria, ou advogado especialmente designado para tal, e, nas sedes das Seccionais, por membro da comissão de defesa e assistência. Sem este acompanhamento, a diligência se torna ilegal, respondendo os que a efetivaram civil e criminalmente. - Prisão Em Flagrante - A prisão em flagrante de advogado pode ser devida a fato ligado ao exercício profissional ou não. No primeiro caso, há necessidade de que haja um representante da OAB, assistindo ao auto de flagrante, sob pena de nulidade do ato; no segundo caso, deve a autoridade que lavrou o flagrante comunicar, imediatamente, o fato ao órgão da OAB a que estiver ligado diretamente o advogado, para que se prossiga no processo. - Comunicação Com O Cliente - O Estatuto tornou quase irrestrito o direito de comunicação do advogado com seu cliente, inclusive aquele que ainda não lhe outorgou procuração. - Recolhimento À Prisão - O advogado, preso por força de flagrante ou mediante prisão preventiva ou, ainda, em caso especial, prisão cautelar, só poderá ser levado a sala de Estado Maior que tenha, a juízo do seu órgão de classe, as condições desejáveis para acolhê-lo. No caso de localidade que não tenha estabelecimento militar, ou em que inexista sala de Estado Maior (ou equivalente), ou ainda em que esta não satisfaça as condições exigidas pelo órgão da OAB, a prisão só poderá efetivar-se mediante prisão domiciliar, ficando o advogado à disposição da autoridade que determinou a sua prisão, até a soltura, ou até trânsito em julgado de sentença condenatória. - Uso Da Palavra Em Tribunais Ou Outros Órgãos - Os incisos X, XI e XII tratam dos direitos que cabem ao advogado de se pronunciar durante os julgamentos, seja em sessões do Poder Judiciário, nos juízos singulares, ou nos tribunais, seja em qualquer sessão de órgão de deliberação coletiva dos poderes executivo ou legislativo, para: a) esclarecimentos de equívoco ou dúvida, em relação a fatos ou documentos que influam no julgamento; b) replicar acusação ou censura que lhes forem feitas; c) reclamar contra inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; d) falar, sentado ou em pé, perante os órgãos do Poder Judiciário, administração pública, ou do Legislativo. - Exame Dos Autos , Autos De Inquérito E De Flagrante - Sigilo Profissional - Como em toda a profissão, há segredos de que tem conhecimento o advogado que devem permanecer como tais, para não haver prejuízo para as partes. O segredo profissional, por este motivo, ou por outros, é reconhecido pelo Direito brasileiro, e não poderia estar ausente neste Estatuto. O advogado, lidando com interesses patrimoniais e morais da mais alta relevância, não poderia estar sujeito às regras existentes para as pessoas que não necessitam, para sua atividade, do conhecimento de fatos que seus clientes queiram manter secretos. Tem ele, portanto, o direito de se recusar a depor sobre fatos sigilosos que tenham chegado a seu conhecimento por força de sua profissão. - Imunidade Profissional - O advogado tem inviolabilidade física, no exercício de sua profissão, por seus atos e manifestações, nos limites desta lei. A disposição, aqui, se refere à imunidade criminal, quando, no exercício da profissão, por suas manifestações e seus atos, o advogado pratique algum ato que pudesse ser caracterizado como injúria, difamação ou desacato. - Salas Especiais : Controle Da OAB - Deverá haver, nos Fóruns e juizados singulares ou coletivos, delegacias de polícia e presídios, salas especiais à disposição da OAB, sob seu controle exclusivo, para uso pelos seus inscritos; incluem-se aí os fóruns do interior e os tribunais, inclusive superiores, presídios de que categoria forem, delegacias de polícia de qualquer natureza, sem distinção alguma. Em todas repartições aqui mencionadas deverá o Judiciário ou o Executivo manter tais salas, e, não as havendo, quando da publicação da lei, providenciar, em tempo breve, sua instalação. - Ofensa A Inscrito Na OAB, No Exercício Da Profissão, Ou No Cargo Ou Função Em Seus Órgãos - A ofensa irrogada contra qualquer advogado no exercício de sua profissão deverá ser respondida, "ex oficio" ou a requerimento do interessado, pelo órgão dirigente da OAB a que estiver ligado (Seccional onde tem a inscrição principal), com a medida de desagravo - Honorários Profissionais : Ruy de Azevedo Sodré , adverte : "A profissão do advogado é uma árdua fadiga posta ao serviço da Justiça. A missão do advogado não consiste na venda dos seus conhecimentos, por um preço chamado honorários, senão na luta diária pela atuação da justiça nas relações humanas! Esta missão não tem equivalente pecuniário e, por ela, a remuneração que se paga não é o preço da paz que se procura, senão o das necessidades de quem se consagra a esta nobre forma de vida" Os honorários hão de ser fixados com moderação e os critérios para seu estabelecimento são previstos no Código de Ética: I. a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas; II. o trabalho e o tampo necessários; III. a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros; o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para de do serviço profissional; V. o caráter da intervenção, conforme se de serviço a cliente avulso, habitual ou permanente; VI. o lugar da dos serviços, fora ou não do domicilio do advogado; VII. a competência e renome do profissional; VIII. a praxe do foro sobre trabalhos Deveres Nos arts. 31 a 33 da Lei 8906/94encontramos alguns dos deveres dos advogados . O Art. 31 preceitua : "O advogado deve proceder de forma que se torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da categoria e da advocacia. § l.° - O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em qualquer circunstância. § 2.° - Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão." Quis o legislador, neste artigo, enfatizar ao inscrito na OAB seu papel na sociedade e seu dever para com a categoria a que pertence. Não basta ao advogado ser honesto e capaz na vida profissional. Também na vida privada deve zelar pelo seu comportamento ético, já que a profissão que abraçou o leva a prestar "serviço público" e a exercer "função social" (art. 2.°, § 1.°). O Art. 32 , preceitua : "O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa. Parágrafo único - Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria." Aludindo à responsabilidade do profissional do Direito, no exercício da profissão , o art. 32 faz menção ao dolo e à culpa, daí se entendendo que, sem essas modalidades de fatos subjetivos da conduta, não se há de ver responsabilidade. O Art. 33 preceitua que "O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina. Parágrafo único - O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares." Quanto ao art. 33 o que se buscou salientar, na norma em apreço, foi o caráter rigoroso do dever aí descrito, o que, a toda evidência, caso possa ser tido como inútil, em nada prejudica o entendimento do texto. O parágrafo único oferece uma descrição genérica, talvez não exauriente, dos deveres regulados pelo C6digo de Ética e Disciplina, mesmo os que não cheguem a constituir infração disciplinar. No seu final, refere-se aos procedimentos disciplinares a serem seguidos. Os advogados têm facilitada a regulação de sua conduta ética, pois contida, em sua essência, no Código de Ética e Disciplina da OAB . Esse instrumento normativo é a síntese dos deveres desses profissionais, considerados pelo constituinte como essenciais à administração da justiça. Além de regras deontológicas fundamentais, a normativa contempla capítulos das relações com o cliente, do sigilo profissional, da publicidade, dos honorários profissionais, do dever de urbanidade e do processo disciplinar. Dentre as linhas norteadoras do Código incluem-se o aprimoramento no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica. Preceitua o código de Ética serem deveres do advogado: I. preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade; II. atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; III. velar por sua reputação pessoal e profissional; IV. empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional; V. contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI. estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII. aconselhar o cliente a não ingressar em aventura judicial; VIII. abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b) patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas à advocacia, em que também atue; c) vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestamente duvidoso; d) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; e) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste; IX. pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos seus direitos individuais, coletivos e difusos, no âmbito da comunidade. 3.2. Prerrogativas As prerrogativas dos advogados estão previstas pela lei n° 8.906/94 em seus artigos 6º e 7º. A lei garante a esse profissional o direito de exercer a defesa plena de seus clientes, com independência e autonomia, sem temor do magistrado, do representante do Ministério Público ou de qualquer autoridade que possa tentar constrangê-lo ou diminuir o seu papel enquanto defensor das liberdades. Essas regras garantem, por exemplo, que um advogado tenha o direito de consultar um processo até mesmo sem uma procuração, ou nos casos de ações penais e inquéritos protegidos por sigilo judicial. Ou seja, são garantias fundamentais, previstas em lei, criadas para assegurar o amplo direito de defesa. Prerrogativas profissionais não devem ser confundidas com privilégios, pois tratam de estabelecer garantias para o advogado enquanto representante de legítimos interesses de seus clientes. Um das principais queixas de advogados é o impedimento de acesso aos autos de um processo e da comunicação com seus clientes. A lei n° 8.906/94 garante aos advogados as garantias de acesso aos processos mesmo quando houver sigilo de justiça, e lhe dá direito de falar com seus clientes mesmo que esteja na prisão e incomunicável por decisão judicial. Confira abaixo, uma lista das mais importantes prerrogativas. Receber tratamento à altura da dignidade da advocacia. Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratarem-se com consideração e respeito recíprocos. Exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional. Ter respeitada, em nome da liberdade de defesa e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de busca ou apreensão determinada por magistrado e acompanhada de representante da OAB. Estar frente a frente com o seu cliente, até mesmo quando se tratar de preso incomunicável. A comunicação não se limita ao contato físico, mas abrange também a troca de correspondências, telefonemas ou qualquer outro meio de contato, aos quais deve igualmente resguardado o sigilo profissional. Ter a presença de representante da OAB, sob pena de nulidade do ato praticado, quando preso em flagrante no efetivo exercício profissional. Não ser preso cautelarmente, antes de sentença condenatória transitada em julgado, senão em sala de Estado-Maior, com instalações e comodidades condignas, e, na ausência desta, em prisão domiciliar. Ter acesso livre às salas de sessões dos tribunais, inclusive ao espaço reservado aos magistrados. Ter acesso livre nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares. Ingressar livremente em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição pública ou outro serviço público em que o advogado deva praticar ato, obter prova ou informação de que necessite para o exercício de sua profissão. Ingressar livremente em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deve comparecer, desde que munido de poderes especiais. Permanecer sentado ou em pé e retirar-sede quaisquer locais indicados nos 4 itens anteriores, independentemente de licença. Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada. Sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido. Usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas. Reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento. Permanecer, sentado ou em pé, bem como de se retirar, sem necessidade de pedir autorização a quem quer que seja. Ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais. Retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias. 3.3. Atuação e substituição em juízo 4. Referências Bibliográficas MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 17 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
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