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Tecnologias da Construção - Marcilene R.S. Lervolino

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Marcilene Iervolino 
 
 
 
 
 
 
 TÉCNICO 
 EM 
 EDIFICAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
WWW.CETES.COM.BR 
 
Disciplina: TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
 
Professor (a): MARCILENE R.S. IERVOLINO 
 
Nome do aluno (a): 
 
2º Módulo 
1º Semestre de 2013 
CENTRO EDUCACIONAL TÉCNICO SUZANENSE • Telefone: 4747-1500 
•WWW.CETES.COM.BR 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
___________________________________________________________________________________________ 
 
1 
 
 
 TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
 
FUNDAÇÕES 
1 – DEFINIÇÃO 
2 – EXAMES DO TERRENO 
3 – EQUIPAMENTOS DE SONDAGEM 
4 – SOLOS RESISTENTES 
5 – ESPECIFICAÇÕES DE UMA ESTRUTURA DE FUNDAÇÃO 
6 – CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES 
7 – CLASSIFICAÇÕES DAS FUNDAÇÕES 
8 – ALICERCES E SAPATAS 
9 – ESTACAS 
10 – ESTACAS DE SUSTENTAÇÃO 
11 – ESTACAS DE CONTENÇÃO 
12 – TUBULOES 
GLOSSÁRIO DE TERMOS DE FUNDAÇÃO 
NORMAS TÉCNICAS PERTINENTES A FUNDAÇÃO 
DETALHES DE PROJETOS DE FUNDAÇÃO 
 
ESTRUTURAS 
1- DEFINIÇÃO 
2- CLASSIFICAÇÕES DO MATERIAL UTILIZADO 
3- ESFORÇOS SOLICITANTES 
4-ESTRUTURA DE ALVENARIA 
5- ESTRUTURAS DE MADEIRA 
6- ESTRUTURAS METÁLICAS 
7- ESTRUTURAS DE CONCRETO 
8- DEFINIÇÕES DAS ESTRUTURAS 
CONCRETO CONVENCIONAL 
ELEMENTOS DA ESTRUTURA 
LAJES 
MEMBRANAS 
9- REPRESENTAÇÕES DE DESENHO 
10 – ALVENARIAS ESTRUTURAL 
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
___________________________________________________________________________________________ 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
Em Tecnologias da Construção, entenderemos o funcionamento das Estruturas 
Convencionais e Auto portantes de concreto armado. Conheceremos as demais 
estruturas, seja de madeira, estruturas metálicas, pré moldados alem de outros 
sistemas não convencionais, como casca de concreto, tenso estruturas, etc. Em 
qualquer projeto de construção uma estrutura deve ser programada para a execução 
do sistema. 
Nesta apostila porem, inserimos mais dados e pesquisas relacionados ao sistema de 
Estrutura Convencional de Concreto, com seus elementos convencionais lajes, vigas, 
pilares e demais. Iniciamos pelas Fundações, as quais poderão ser utilizadas por 
quaisquer sistemas de estruturas, desde que os aspectos principais aqui relacionados 
sejam estudados. 
Para finalizar, alguns aspectos dos desenhos de estruturas que são importantes para 
estudos e futuras aplicações. Este estudo introdutório em Tecnologias da Construção 
demonstrando elementos e esforço principal facilitara futuramente os cálculos 
estruturais, pois as bases e os elementos, já serão conhecidos. 
Esta apostila soma uma pesquisa em diversos livros, apostilas, normativas, manuais 
técnicos, e principalmente material técnico de nossas aulas, bibliografia esta 
relacionada ao final desta apostila. 
A área da construção civil é sempre muito vasta, e novas pesquisas com técnicas e 
tecnologias sempre são realizadas. Atualizar- se sempre é uma regra a seguir. 
 
Prof..Marcilene R.S.Iervolino 
Email: projetos@arquitetamarci.com.br 
 
FUNDAÇÃO 
1 – DEFINIÇÃO 
Chama-se fundação a parte de uma estrutura que transmite ao terreno a carga da 
obra. Na figura a seguir, pode-se visualizar e revisar os elementos que constituem uma 
edificação. 
su
p
ra
es
tru
tu
ra
In
fra
e
st
ru
tu
ra
A lic e rc e o u b a ld ra m e
So lo re sist e n t e
Fu
nd
a
çõ
es
So c o o u p e d e st a l
P é - d ire it o
Est ru t u ra d a
c o b e r t u raTe
lh a
m e
n t o
 d a
 c o
b e
rt u r
a
P a re d e
d e v e d a ç ã o
P a re d e
d iv isó ria
 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
___________________________________________________________________________________________ 
 
3 
 
2 – EXAMES DO TERRENO 
Muitas vezes o aspecto de um solo leva o técnico a considerá-lo firme. No entanto, um 
exame mais cuidadoso pode mostrar tratar-se de solo altamente compressível, 
exigindo consolidação prévia. Este exame denomina-se sondagem e tem por finalidade 
verificar a natureza do solo, a espessura das diversas camadas, a profundidade e a 
extensão da camada mais resistente que deverá receber as cargas da construção, e 
determinar o tipo da estrutura de fundação a ser especificada. 
Para efeito prático na construção, a Mecânica dos Solos divide os materiais que 
ocorrem na superfície da crosta terrestre em: 
a) Rochas - solos rochosos (rochas em decomposição ou sã); 
b) Solos Arenosos/Siltuosos - com propriedade de compacidade (grau de 
compacidade); 
c) Solos Argilosos - com propriedade de consistência (limite de consistência). 
Antes de se decidir pelo tipo de fundação em um terreno, é essencial que o 
profissional adote os seguintes procedimentos: 
a) Visitar o local da obra, detectando a eventual existência de alagados, 
afloramento de rochas etc.; 
b) Visitar obras em andamento nas proximidades, verificando as soluções 
adotadas;Fazer sondagem a trado (broca) com diâmetro de 2” ou 4”, 
recolhendo amostras das camadas do solo até atingir a camada resistente; 
c) Mandar fazer sondagem geotécnica. 
3 – SONDAGEM - EQUIPAMENTOS DE SONDAGEM 
Dependendo do tipo solo, a sondagem deverá utilizar o melhor processo que forneça 
indicações precisas, sem deixar margem de dúvida para interpretação e que permitam 
resultados conclusivos, indicando claramente a solução a adotar. 
A sondagem mais executada em solos penetráveis é a sondagem geotécnica a 
percussão, de simples reconhecimento, executada com a cravação de um barrilete 
amostrador, peça tubular metálica robusta, oca, de ponta bizelada, que penetrando 
no solo, retira amostras seqüentes, que são analisadas visualmente e em laboratório 
para a classificação do solo e determina o SPT (Standard Penetration Test), que é o 
registro da somatória do número de golpes para vencer os dois últimos terços de cada 
metro, para a penetração de 15 cm. Nas próximas figuras são mostrados um esquema 
do equipamento de sondagem geotécnica de percussão, a planta de locação dos furos 
e um laudo de sondagem. 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
___________________________________________________________________________________________ 
 
4 
 
1-c onjunto m otor- b om b a
2-re se rva tório d e á g ua
3- trip é tub os m e tá lic os
4-ro ld a na
5- tub o - g uia 50 m m
6-e ng a te
7-g uinc ho
8-p e so p a d rã o 60 kg
9-c a b e ç a d e c ra va ç ã o
1 2
3
4
5
6
9
8
7
 
Equipamento de sondagem a percussão 
Rua X
800
1000
14
801
95
0
1200
77
0
45
00
2600
SP 01
SP 02
SP 03
3500
Ru
a 
Y
Central
telefônica
Casa
de
força
N
 
Planta de locação dos furos de sondagem 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
___________________________________________________________________________________________ 
 
5 
 
Pene tra ç ã o
G o lp es/ 30 c m
Co ta
(RN)
Níve l
d a
á g ua A
m
os
tra
Dia g ra m a
d a s
p ene tra ç ões
 10 20 30 40 Pr
of
un
d
id
a
d
e
em
 m
et
ro
s
C la ssific a ç ã o d o m a teria l
0,10
1,00
1,80
3,00
5,00
18,00
20,45
Solo superfic ia l
Argila siltosa , va riegada
idem, mole
Argila siltosa pouco
arenosa , marron, dura
idem, rija
idem, dura
Argila siltosa , dura
limite de sondagem
4
14
9
11
22
27
28
29
30
31
5
20
13
15
35
37
38
39
43
47
PERFIL DE SO NDAGEM G EO LÓG ICA - Ensa io d e p enetra ç ã o p a d rã o SPT
CLIENTE: 
Loc a l: Rua X
2,3
Resp onsá ve l Téc nic o :SP 01
LOGO07/ 04/ 99
1:1000
Ob s: nã o se verific ou
p ressã o d ’ á g ua
 
Perfil de sondagem geológica (parte do laudo técnico) 
Ensaio prático para a determinação de tensão admissível do solo pelo método 
simples. 
e
h
P
 = tensão admissível do solo;
P = peso do pilão (Kg);
S = superfície da face inferior do pilão (cm²);
c = coeficiente de segurança (10);
n = número de golpes (quedas) do pilão;
h = altura de queda (m);
e = penetração no solo do pilão (m).
 = P/c . S [(n.h /e)+(n+1 /2)]
 
Ensaio prático pelo método simples 
Exemplo: Um pilão de 20 Kg que tem diâmetro de 15 cm cai 10 vezes de uma altura de 
0,50 m e penetra no solo 5 cm. Qual é a resistência do terreno? 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
___________________________________________________________________________________________ 
 
6 
 
 S=  R² = 3,14x 7,5² =176,70 cm² 
  = 20/10 x 176,7 [(10x 0,5 / 0,05) + (10+1/2)] = 1,192 ou  = 1,2 kg/cm² 
Obs: O solo classifica-se como arenoso. 
5- ESPECIFICAÇÕES DE UMA ESTRUTURA DE FUNDAÇÃO 
O processo de especificação de um tipo de fundação, na generalidade dos casos, 
determina freqüentemente dois tipos de fundações, chamadas genericamente de 
fundações do tipo rasa ou direta e do tipo indireta ou profunda. 
5.1 – ESPECIFICAÇÕES PARA FUNDAÇÕES RASAS OU DIRETAS 
As fundações do tipo rasa ou direta é executada quando a resistência de embasamento 
pode ser obtida no solo superficial numa profundidade que pode variar de 1,0 a 3,0 
metros. Nesse caso, pode-se executar alicerces ou sistemas de sapatas interligadas por 
vigamentos, levando em conta os seguintes cuidados na execução: 
a) Executar o escoramento adequado na escavação das valas com 
profundidades maiores que 1,5 m, quando o solo for instável; 
b) Consolidar o fundo da vala, com a regularização e compactação do material; 
c) Executar o lastro de concreto magro, para melhor distribuir as cargas 
quando se tratar de alicerces de alvenaria de tijolos ou pedras, ou proteger 
o concreto estrutural, quando se tratar de sapatas; 
d) Determinar um sistema de drenagem para viabilizar a execução, quando 
houver necessidade; 
e) Utilizar sistema de ponteiras drenantes (Well Points), de acordo com a 
próxima figura, dispostas na periferia da escavação com espaçamento de 1,0 
a 3,0 m, interligadas por meio de tubo coletor a um conjunto de bombas 
centrífugas, que realizam o rebaixamento do lençol freático em solos 
saturados e arenosos; 
f) Determinar um processo de impermeabilização da alvenaria acima do soco, 
para não permitir a permeabilidade da umidade por capilaridade. 
Nível d’água
antes
Lençol rebaixado
Ponteiras
drenantes
Vai p/ conjunto
motor-boma
Va
le
ta
 p
ro
nt
a 
p/
ex
ec
uç
ão
 d
o 
la
str
o
1 a
 3 
m
 
Sistema de rebaixamento de lençol freático 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
___________________________________________________________________________________________ 
 
7 
 
5.2 – ESPECIFICAÇÕES PARA FUNDAÇÕES PROFUNDAS OU INDIRETAS 
Quando o solo resistente se encontra em profundidades superiores a 3,0 metros, 
podendo chegar a 20,0 m ou mais é recomendado executar fundações do tipo 
profunda, cujo dimensionamento e especificação são determinadas pelas 
características das cargas e do solo analisado, constituída de peça estrutural do tipo 
haste (ou fuste) que resistem predominantemente esforços axiais de compressão. 
6- CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES 
No processo de dimensionamento de fundações o estudo compreende preliminarmente 
duas partes essencialmente distintas: 
a) Estudo do solo, por meio da sondagem, com a aplicação do estudo da 
Mecânica dos Solos e Rochas; 
b) Cálculo das cargas atuantes sobre a fundação, com a aplicação do estudo da 
análise das estruturas. 
Com esses dados, passa-se à escolha do tipo de fundação, sendo que: 
a) As cargas da estrutura devem ser transmitidas às camadas de solo capazes 
de suportá-las sem ruptura; 
b) As deformações das camadas de solo subjacentes às fundações devem ser 
compatíveis com as da estrutura; 
c) A execução das fundações não deve causar danos às estruturas vizinhas; 
d) Ao lado do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve atender ao 
aspecto econômico. 
e) Finalmente, segue-se o dimensionamento e detalhamento, estudando-se a 
fundação como elemento estrutural. 
7- CLASSIFICAÇÕES DAS FUNDAÇÕES 
As fundações são elementos estruturais destinados a repartir sobre o solo o peso da 
obra, da construção. No Quadro mostrado na próxima página são apresentadas as 
tipologias mais comuns das estruturas de embasamento levando em consideração a 
forma de execução, implantação, equipamento necessárias e as vantagens e 
desvantagens de sua utilização. 
7.1 - FUNDAÇÕES DIRETAS 
São aquelas estruturas executadas em valas rasas, com profundidade máxima de 3,0 
metros, ou as que repousam diretamente sobre solo firme e aflorado, como por 
exemplo: rochas, moledos (rochas em decomposição), arenitos, piçaras compactas 
etc., caracterizadas por alicerces e sapatas. Os alicerces são estruturas executadas 
pelo assentamento de pedras ou tijolos maciços recozidos, em valas de pouca 
profundidade (entre 0,50 a 1,20 m), e largura variando conforme a carga das paredes. 
 
 
Marcilene Iervolino 
Quadro demonstrativo dos tipos de sistemas de infraestrutura de edificações e obras de engenharia 
Sistema Tipo Forma de 
execução 
Forma de 
implantação 
Equipamento Vantagens Desvantagens 
Rasas ou diretas Alicerce ou 
sapata corrida 
Moldada in-
loco 
Alvenaria de 
tijolos maciços 
ou concreto 
Não necessita 
de 
equipamento 
especial 
Simplicidade Exige cuidados 
especiais com solo 
abaixo do lençol 
freático 
 
 Sapata isolada Moldada in-
loco 
Concreto 
armado 
Não necessita 
de 
equipamento 
especial 
Flexibilidade de 
formas 
Exige cuidados 
especiais com a 
escavação 
 Placas ou 
Radiers 
Moldada in-
loco 
Concreto 
armado 
Concreto 
protendido 
Equipamentos 
usuais das 
obras em 
concreto 
Baixo custo em 
terrenos 
homogêneos 
Exige cuidados 
especiais no 
dimensionamento 
Indiretas/ 
Profundas ou 
especiais 
Estaca de 
madeira 
Pré-
fabricada 
Cravação Bata-estacas 
de gravidade 
Baixo-custo 
Facilidade de corte 
e emenda 
Resistente aos 
esforços de 
transporte e 
manuseio 
Durabilidade 
Pouca durabilidade 
em locais com 
variação de umidade 
Baixa resistência a 
umidade e ataques 
de organismos 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
___________________________________________________________________________________________ 
 
9 
 
ilimitada se usada 
em locais submersos 
(água doce) 
 Estaca 
metálica 
Pré-
fabricada 
Cravação Bate-estacas 
de gravidade 
ou a motor 
Facilidade de 
cravação 
Maior garantia de 
integridade 
Muito Resistente aos 
esforços de 
manuseio 
Alto custo 
 Estaca de 
concreto 
Pré-
fabricada 
Cravação Bate-estacas Grande durabilidade 
Indicada para vários 
tipos de solicitações 
Baixa resistência aos 
esforços de manuseio 
e transporte 
Dificuldade de 
execução de cortes e 
emendas 
Grande possibilidade 
de falhas de 
integridade 
 Strauss Moldada in-
loco 
Cravação Bate-estacas 
simples 
Baixo custo 
Equipamento com 
boa mobilidade no 
canteiro 
Grande possibilidade 
de falhas 
Não pode ultrapassar 
o lençol freático 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
___________________________________________________________________________________________ 
 
10 
 
 Simplex Moldada in-
loco 
Cravação Bate-estacas Pode ultrapassaro 
lençol freático 
Difícil de encontrar 
comercialmente 
 Franki Moldada in-
loco 
Cravação Bate-estacas Admite altas cargas 
Indicada para 
grandes 
profundidades 
Grande possibilidade 
de falhas de 
integridade 
Vibração excessiva no 
entorno 
Recuperação de 
patologias 
Estaca Mega 
ou prensada 
Pré-
fabricada 
Cravação por 
reação 
Macaco 
hidráulico 
Indicada para 
recuperar estruturas 
sem demolição 
Alto custo 
Demorada 
 Estaca 
injetada 
Moldada in-
loco 
Perfuração Perfuratriz e 
equipamento 
de injeção 
Indicada para 
recuperar estruturas 
onde não é possível 
utilizar vibração 
(bate-estacas) 
Alto custo 
Equipamentos 
especiais 
Obras simples Estaca broca Moldada in-
loco 
Escavação Trado manual Rapidez 
Baixo custo 
Poucas profundidades 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
__________________________________________________________________________________________
_ 
 
11 
 
As sapatas são estruturas de concreto armado, de pequena altura em relação às 
dimensões da base. São estruturas “semiflexíveis”; ao contrário dos alicerces que 
trabalham a compressão simples, as sapatas trabalham a flexão. 
Exe m p lo d e e strutura a po ia d a sobre sa pa ta iso ld a
h
b
h < 2 b
h - a ltura ou p rofund ida d e
b - la rgura (ba se m e nor)Torre a ltoporta nte
(te le fonia c e lula r)
sa pa ta
Func io na c om o um
b one c o te im oso
Solo re siste nte
 
Quanto à forma, elas são usualmente de base quadrada, retangular, circular ou 
poligonal. 
P
Sapata isolada de
concreto armado
Quadrada Retangular
Circular Poligonal
 
Forma da seção das sapatas isoladas 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
__________________________________________________________________________________________
_ 
 
12 
 
7.2 - Fundações indiretas ou profundas 
São aquelas em que o peso da construção é transmitido ao solo firme por meio de 
um fuste, por método de ponta. Estas estruturas de transmissão podem ser estacas 
ou tubulões. Na figura a seguir podem-se ver os elementos componentes de um 
sistema de estaqueamento. 
fuste
b ulb o
b a se
e sp e ra s
c a b e ç a
Esta c a m o ld a d a in - lo c o
p o nta
Esta c a p ré - m o ld a d a 
 
8 - ALICERCES E SAPATAS 
São fundações diretas que podem ser executados em estruturas dos tipos: isolada, 
contínua ou radier (placas). A fundação do tipo isolada é a que suporta apenas a 
carga de um pilar, podendo ser um bloco (em concreto simples ou ciclópico, com 
grande altura em relação à base) ou uma sapata (em concreto armado, de pequena 
altura em relação à base). 
Os alicerces na generalidade dos casos são executados de forma contínua, sob a 
linha de paredes de uma edificação, utilizando-se: 
a) Sistema de alvenaria de tijolos maciços, em bloco simples ou escalonado; 
b) Sistema de pedras argamassadas sobre lastro de concreto simples; 
c) Sistema de alvenaria sobre lajes de concreto armado (sistema misto); 
d) Sistema em concreto ciclópico. 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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_ 
 
13 
 
la stro
So lo re siste n te
A lv e n a ria
d e p e d ra s
im p e rm e a b iliza ç ã o
A lic e rc e e m a lv e n a ria d e p e d ra s
e sp e ra s
Blo c o d e c o n c re to c ic ló p ic o
p e d ra s d e m ã o
 
impermeabilização
Alicerce em alvenaria escalonada Alicerce em la je de CA 
As sapatas são estruturas que podem ser executadas de forma isoladas, associadas 
ou combinadas, contínuas sob pilares ou muros. 
Tronco piramidal Retangular
Nervurada Sapata Baumgart 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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_ 
 
14 
 
di
vi
sa
viga de equilíbrio
Sapata de divisa
Sapata comum
 
O RADIER é um sistema de fundação que reúne num só elemento de transmissão de 
carga, um conjunto de pilares. Consiste em uma placa contínua em toda a área da 
construção com o objetivo de distribuir a carga em toda superfície. Seu uso é 
indicado para solos fracos e cuja espessura da camada é profunda. Podem ser 
executados dois sistemas de radier: sistema constituído por laje de concreto 
(sistema flexível) e sistema de laje e vigas de concreto (sistema rígido). 
Radier flexível Radier rígido 
 
9- ESTACAS 
As estacas são peças estruturais alongadas, de formato cilíndrico ou prismático, 
que são cravadas (pré-fabricadas) ou confeccionadas no canteiro (in loco), com as 
seguintes finalidades: 
a) Transmissão de cargas a camadas profundas do terreno; 
b) Contenção dos empuxos de terras ou de água (estaca prancha); 
c) Compactação de terrenos. 
As estacas recebem, da obra que suportam, esforços axiais de compressão. A estes 
esforços elas resistem, seja pelo atrito das paredes laterais da estaca contra o solo, 
seja pelas reações exercidas pelo solo resistente sobre a ponta da peça. Conforme 
a estaca resista apenas pelo atrito lateral ou pela ponta, ela se denomina, 
respectivamente, estaca flutuante ou estaca carregada de ponta. Observe a figura 
abaixo: 
(a) a capacidade resistente da estaca se compõe de duas parcelas: atrito lateral e 
de ponta; em (b) a estaca é carregada na ponta, trabalhando pois como pilar; em 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
__________________________________________________________________________________________
_ 
 
15 
 
(c) ela resiste pelo atrito lateral: é a estaca flutuante. Na situação (d) a estaca 
atravessa um terreno que se adensa sob seu peso próprio, ou sob a ação de uma 
camada de aterro sobrejacente, produzindo o fenômeno do atrito negativo, isto é, 
o solo em vez de se opor ao afundamento da estaca, contrariamente, vai pesar 
sobre ela favorecendo assim a sua penetração no solo. 
P
a ) b ) c ) d )
P P P
Te rr e n o r e s ist e n t e
Te rr e n o e m
c u rso d e
c o n so lid a ç ã o
 
Tipos de estacas quanto à resistência do terreno 
Quanto à posição, as estacas podem ser verticais e inclinadas e quanto aos esforços 
a que ficam sujeitas, classificam-se em estacas de compressão, tração e flexão, 
conforme exemplo da figura a seguir. 
N A
tira n te
a t e rro
N T
Esta c a d e
c o m p re ssã o
Esta c a d e
tra ç ã o
So lo re siste n te
C o rtin a d e e sta c a s- p ra n c h a s
tra b a lh a n d o a fle x ã o
Te rre n o
n a tu ra l
 
Estacas resistindo a diversos esforços 
10- ESTACAS DE SUSTENTAÇÃO 
São as que se caracterizam pela função de transmitir as cargas a camadas 
profundas do solo. Podem ser classificadas em: 
a) Estacas de madeiras; 
b) Estacas de concreto; 
c) Estacas metálicas. 
10.1 - Estacas de madeira 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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16 
 
As estacas de madeiras devem ser de madeira dura, resistente, em peças retas, 
roliças e descascadas. O diâmetro da seção pode variar de 18 a 35 cm e o 
comprimento de 5 a 8 metros, geralmente limitado a 12 metros com emendas. No 
caso da necessidade de comprimentos maiores as emendas deverão ser 
providenciadas com talas de chapas metálicas e parafusos, devidamente 
dimensionados. 
A vida útil de uma estaca de madeira é praticamente ilimitada, quando mantida 
permanentemente sob lençol freático (água). Caso esteja sujeita a variação de 
umidade apodrecerá rapidamente. De qualquer maneira a estaca deve receber 
tratamento de preservação para evitar o apodrecimento precoce e contraataques 
de insetos xilófagos. As madeiras mais utilizadas são: eucaliptos, peroba do campo, 
maçaranduba, arueira etc. 
Empiricamente, pode-se calcular o diâmetro mínimo de uma estaca de madeira em 
função do seu comprimento, usando a seguinte fórmula: 
D = 0 ,1 5 + 0 ,0 2 L
Ex : p a ra u m a e st a c a d e 1 0 m d e c o m p rim e n t o
D L = 1 0 m
D = 0 ,1 5 + 0 ,0 2 x 1 0
D = 0 ,1 5 + 0 ,2
D = 0 ,1 7 m
P o n t e ira m e t á lic a
A n e l
 
A carga admissível depende das dimensões da estaca e da natureza das camadas 
atravessadas no terreno, como ordem de grandeza, exemplifica-se: 
D iâ m e tro
( c m )
3 0
3 5
4 0
C a rg a
a d m issív e l
( to n e la d a s)
3 3
3 8
4 5
D im e n sõ e s
( c m )
3 0 x 3 0
3 5 x 3 5
4 0 x 4 0
C a rg a
a d m issív e l
( to n e la d a s)
4 0
4 8
5 5
Esta c a s d e m a d e ira Pré - m o ld a d a s d e c o n c re to
 
Comparação da carga admissível entre estacas de madeira e pré-moldadas 
Durante a cravação, as cabeças das estacas devem ser protegidas por um anel 
cilíndrico de aço, destinado a evitar seu rompimento sob os golpes do pilão, assim 
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17 
 
como é recomendável o emprego de uma ponteira metálica, a fim de facilitar a 
penetração e proteger a madeira. 
10.2 - Estacas de concreto 
As fundações de estacas em concreto podem ser moldadas no local (in loco ou in 
situ) ou pré-moldadas cravadas com a utilização de equipamento mecânico. 
10.2.1 - Estacas moldadas no local 
 
10.2.1.1 – Estacas Brocas 
Estas estacas são executadas por uma ferramenta simples denominada broca (trado 
de concha ou helicoidal – um tipo de saca rolha), que pode atingir até 6 metros de 
profundidade, com diâmetro variando entre 15 a 25 cm, sendo aceitáveis para 
pequenas cargas, ou seja, de 50 kN a 100 kN (kilo Newton). Recomenda-se que 
sejam executadas estacas somente acima do nível do lençol freático, para evitar o 
risco de estrangulamento do fuste. Devido ao esforço de escavação exigido são 
necessárias duas pessoas para o trabalho. 
O espaçamento entre as estacas brocas numa edificação não pode ultrapassar 4 
metros e devem ser colocadas nas interseções das paredes e de forma eqüidistante 
ao longo das paredes desde que menor ou igual ao espaçamento máximo permitido. 
Nas figuras a seguir pode-se ver um exemplo da distribuição das estacas brocas 
numa edificação de pequeno porte e um roteiro básico para a execução de estacas 
brocas. 
s/ e sc .
V ig a s b a ld ra m e s
Est a c a s b ro c a s
m á x . 4 m 
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18 
 
Distribuição das estacas em obra de pequeno 
porte
1 ª fa se
e sc a v a ç ã o
Tra d o
m a n u a l
2 ª fa se
a p ilo a m e n to
d o fu n d o
3 ª fa se
c o n c re ta g e m
e a d e n sa m e n to
4 ª fa se
c o lo c a ç ã o
d a s e sp e ra s
N A
p ilã o
 
Execução de estacas brocas 
Roteiro para execução de estacas brocas 
a) escavação ou perfuração: utilizando trado manual (tipo concha ou 
helicoidal), usando de água para facilitar a perfuração; 
b) preparação: depois de atingir a profundidade máxima, promover o 
apiloamento do fundo, executando um pequeno bulbo com pedra britada 
2 ou 3, com um pilão metálico; 
c) concretagem: Preencher todo o furo com concreto (traço 1x3x4), 
promovendo o adequado adensamento, tomando cuidados especiais para 
não contaminar o concreto (utilizar uma chapa de compensado com furo 
para o lançamento do concreto para proteger a boca do furo); 
d) colocação das esperas: fazer o acabamento na cota de arrasamento 
desejada, fixando os arranques para os baldrames. 
As estacas brocas podem ser agrupadas duas a duas, dependendo da carga a ser 
distribuída, e executando-se pequenos blocos de concreto armado, como mostra a 
figura a seguir. De qualquer forma, as estacas brocas deverão ser solidarizadas por 
meio das vigas baldrames, evitando deixar estacas isoladas sem amarração com as 
vigas. Nas figuras mostradas abaixo, são apresentadas algumas sugestões de seções 
para as vigas baldrames mais utilizadas na prática de pequenas construções. 
s / e s c .B l o c o d e d u a s e s t a c a s
A
B
A
B
V i g a b a l d r a m e
A l v e n a r ia d e
e m b a s a m e n t o
C o r t e A A
C o r t e B B
E x e c u t a r b l o c o s c o m d u a s
e s t a c a s s o b p i la r e s q u e
s u s t e n t a r ã o l a j e d e c a ix a
d ’ á g u a .
 
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19 
 
 
V ig a
b a ld ra m e
e sp e ra s
A rm a d u ra d a v ig a
A lv e n a ria
Esta c a b ro c a
im p e rm e a b iliza ç ã o
V ig a e x e c u ta d a c o m
fo rm a s d e m a d e ira
1 5 c m
20
 c
m
La stro
V ig a e x e c u ta d a c o m
c a n e le ta d e tijo lo s
2 0 a 2 2 c m
V ig a e x e c u ta d a c o m
c a n e le ta d e b lo c o s
V ig a s p /
p a re d e s
e x te rn a s
V ig a p /
p a re d e s
in te rn a s
 
Com uso crescente na construção civil em função de sua rapidez, o estacão (uma 
derivação das estacas brocas) tem o processo de perfuração executado por meio de 
escavadeiras hidráulicas equipadas com trados de diâmetro de 25 cm. Todos os 
cuidados relativos às estacas brocas devem ser observados na execução do estacão, 
principalmente no que diz respeito a integridade da estaca na fase de 
concretagem. 
10.2.1.2 – Estacas Strauss 
Estas estacas abrangem a faixa de carga compreendida entre 200 e 800 kN, com 
diâmetro variando entre 25 e 40 cm. Uma estaca do tipo strauss com diâmetro de 
25 cm pode suportar até 20 toneladas, de 32 cm até 30 t e de 38 cm chega a 
suportar 40 t. 
A execução requer um equipamento constituído de um tripé de madeira ou de aço, 
um guincho acoplado a um motor (combustão ou elétrico), uma sonda de percussão 
munida de válvula em sua extremidade inferior, para a retirada de terra, um 
soquete com aproximadamente 300 kg, tubulação de aço com elementos de 2 a 3 
metros de comprimento, rosqueáveis entre si, um guincho manual para retirada da 
tubulação, além de roldanas, cabos de aço e ferramentas. 
A estaca strauss apresenta vantagem de leveza e simplicidade do equipamento que 
emprega, o que possibilita a sua utilização em locais confinados, em terrenos 
acidentados ou ainda no interior de construções existentes, com o pé direito 
reduzido. Outra vantagem operacional é de o processo não causa vibrações que 
poderiam provocar danos nas edificações vizinhas ou instalações que se encontrem 
em situação relativamente precária. 
Como característica principal, o sistema de execução usa revestimento metálico 
recuperável, de ponta aberta, para permitir a escavação do solo, podendo ser em 
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20 
 
solo seco ou abaixo do nível d’água, executando-se estacas em concreto simples ou 
armado. 
Processo executivo das estacas strauss 
1ª fase
escavação
e cravação
2ª fase
confecção
do bulbo
3ª fase
concretagem,
adensamento
e retirada do tubo
4ª fase
colocação
das esperas
NA
 
Execução de estacas Strauss 
10.2.1.3 – Estacas Simplex 
Neste tipo de estaca a descida do tubo é feita por cravação e não por perfuração 
como é feita na estaca strauss. Este tubo é espesso e providode uma ponteira 
metálica (recuperável) ou elemento pré-moldado de concreto (perdido na 
concretagem), para impedir a entrada de solo no interior do tubo. 
Durante a descida do tubo, utilizamos um pequeno peso, servindo de sonda, que 
fica suspenso dentro do molde por uma roldana presa ao topo do mesmo. Desta 
maneira, temos um modo de verificar, se a ponteira de concreto permanece 
intacta, durante a cravação. 
Alcançada a profundidade desejada, enche-se o tubo até o topo com concreto 
plástico e, por um movimento lento, mas contínuo, arranca-se de uma só vez o 
tubo inteiro e a ponteira metálica. 
1 ª f a se
p re p a ra ç ã o
2 ª f a s e
c ra v a ç ã o
3 ª fa s e
d e s p re n d e r
a p o n t e ira
4 ª fa s e
a rm a d u ra
c o n c re t a g e m
e re t i ra d a d o t u b o
N A
 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
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21 
 
10.2.1.4 – Estacas Franki 
Estas estacas abrangem a faixa de carga de 500 a 1700 kN e seu progresso 
executivo que consiste na cravação de um tubo com ponta fechada e execução de 
base alargada, causando muita vibração, podendo provocar danos nas construções 
vizinhas. 
Na execução, crava-se o tubo no solo, logo a seguir se derrama uma quantidade de 
concreto quase seco, apiloado por meio de um pesado maço, de modo a formar um 
tampão, para impedir a entrada d’água e solo no interior do tubo, que é arrastado 
e obrigado a penetrar no terreno. 
Alcançado a profundidade desejada, imobiliza-se o tubo e com percussões 
energéticas destaca-se o tampão, o qual junto com uma carga de concreto é 
apiloado no terreno para a formação do bulbo. 
Logo após lançam-se novas quantidades de concreto que se apiloam ao mesmo 
tempo em que se efetua a retirada parcial do tubo, elevando de 20 a 30 cm de 
cada vez. 
Ao contrário das estacas pré-moldadas, estas estacas são recomendadas para o caso 
em que a camada resistente encontra-se em profundidades variáveis. Também no 
caso de terrenos com pedregulhos ou pequenos matacões relativamente dispersos, 
pode-se utilizar esse tipo de estacas. A forma rugosa do fuste garante boa 
aderência ao solo (resistência por atrito). Havendo a ocorrência de camada de 
argila rija poderá haver deslocamento da estaca já concretada por compressão 
lateral. Nesse caso a solução é atravessar a camada de argila usando trado para 
evitar impactos. 
1 ª fa se
p re p a ra ç ã o
d a p o n te ira
( b u c h a se c a )
2 ª fa se
c ra v a ç ã o
3 ª fa se
c o n fe c ç ã o
d o b u lb o
4 ª fa se
a rm a d u ra
N A
5 ª fa se
c o n c re ta g e m
e re tira d a
d o tu b o 
Execução de estaca tipo franki 
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22 
 
10.2.1.5 – Estacas Tipo Raiz 
São estacas moldadas in loco perfuradas com circulação de água ou método 
rotativo ou rotativo-percursivo em diâmetros variando de 130 a 450 mm e 
executadas com injeção de argamassa ou calda de cimento sob baixa pressão. 
No caso de estacas raiz perfuradas exclusivamente em solos, a perfuração é 
revestida com tubo metálico recuperável para garantir a integridade do fuste. Se 
ocorrer perfuração em trecho de rocha (passagem de matacões ou engastamento 
em rochas sãs), isso se dará pelo processo rotativo-percursivo sem a necessidade de 
revestimento metálico. 
A estaca raiz é indicada para reforços de fundação, complementação de obras 
(ampliações), locais de difícil acesso e em obras onde é necessário ultrapassar 
camadas rochosas, fundações de obras com vizinhança sensível a vibrações ou 
poluição sonora, ou ainda, para obras de contenções de taludes. 
 Dependendo do equipamento utilizado as estacas podem ser executadas em 
ângulos diferentes da vertical (0° a 90°). O equipamento perfuratriz é equipado 
com sistema de rotação e avanço do revestimento metálico provisório ou por 
máquinas a roto-percussão com martelo acionados a ar comprimido. São 
equipamentos relativamente pequenos e robustos que possibilitam a operação em 
locais com espaços restritos, no interior de construções existentes e locais 
subterrâneos. 
Existem ainda equipamentos autônomos sobre trator de esteiras, acionados por 
motor diesel para sua locomoção e para funcionamento do sistema hidráulico. 
Completada a perfuração com revestimento total do furo, é colocada a armadura 
necessária, procedendo-se a seguir a concretagem do fuste com a correspondente 
retirada do tubo de revestimento. A armadura pode ter a seção de aço modificada 
ao longo do fuste, em função do diagrama de atrito lateral. 
A concretagem é executada de baixo para cima, aplicando-se regularmente uma 
pressão rigorosamente controlada e variável, em função da natureza do terreno. 
Normalmente, esta pressão varia de 0 a 0,4 Mpa (4,0 kgf/cm2). A argamassa de 
cimento e areia (podendo utilizar cimento de alta resistência inicial quando houver 
a possibilidade de fuga da nata de cimento) com resistência mínima de 18 Mpa. 
 
 
 
 
 
 
s o l o
s o l o c o m m a t a c õ e s
r o c h a
E q u i p a m e n t o d e p e r f u r a ç ã o d e e s t a c a s r a i z
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
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23 
 
 
 
Processo executivo das estacas tipo raiz: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10.2.2 – Estacas pré-moldadas 
 
10.2.2.1 – Estacas pré-moldadas de concreto armado 
As estacas de concreto são indicadas para transpor camadas extensas de solo mole 
e em terrenos onde o plano de fundação se encontra a uma profundidade 
homogênea, sem restrição ao seu uso abaixo do lençol freático. As estacas podem 
ser de concreto centrifugado ou receber pró-tensão e exigem controle tecnológico 
na sua fabricação. A principal desvantagem é a relacionada ao transporte, que 
exige cuidado redobrado no manuseio e verificação de sua integridade momentos 
antes da sua cravação. 
P o n ta é o p c i o n a l
Se ç ã o q u a d ra d a
2 0 x 2 0
2 5 x 2 5
3 0 x 3 0
3 5 x 3 5
O c to g o n a l
E st rib o
h e lic o id a l
 
Estacas pré-moldadas de concreto armado 
Execução de estaca tipo raiz
Perfuração com 
revestimento e 
retirada da água e 
do material
Colocação da 
armadura dentro do 
tubo de 
revestimento
Preenchimento do 
tubo de 
revestimento com 
argamassa sob 
pressão
Retirada do tubo e 
preenchimento do 
fuste alargado com 
argamassa sob 
pressão
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
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24 
 
Pe rfis c om e rc ia is Trilhos usa d os so ld a d os
10.2.2.2 – Estacas metálicas 
Indicadas pela sua grande capacidade de suporte de cargas e em terrenos onde a 
profundidade do plano de fundação é muito variável, sem problemas quanto ao 
transporte e manuseio, permitindo aproveitamento de peças cortadas e a 
combinação de perfis, desde que devidamente soldados. A principal vantagem é a 
rapidez na cravação, podendo ser utilizadas em solos duros e a desvantagem 
particular é a dificuldade em avaliar a nega. 
 
 
 
 
 
 
10.2.2.3 – Estacas Mega ou prensada 
Este tipo de estacas é indicado para recuperação de estruturas que sofreram algum 
tipo de recalque ou dano ou para reforço de embasamento nos casos em que se 
deseje aumentar a carga sobre a fundação existente. Na sua execução são 
empregados pessoal e equipamentos especializados e utilizam módulos de estacas 
pré-moldados sendo sua cravação conseguida por reação da estrutura existente.Os elementos constituem de uma ponta que pode ser em aço ou, mais freqüente, 
de concreto pré-moldado e por módulos extensores em formato de tubo, ou seja 
oco por dentro, com encaixes, de modo que fiquem bem travados. A solidarização 
é conseguida, após atingir a nega (por reação), colocando-se a armadura e 
concretando-se na parte oca da estaca, deixando esperas. Por fim é conveniente 
executar um bloco de coroamento logo acima de um travesseiro, para solidarizar a 
estrutura a ser reforçada com a estaca prensada colocada. 
re c a lq u e
N T
N A
Fu n d a ç ã o
e x iste n te M a c a c oh id rá u lic o
M ó d u lo s
p ré -m o ld a d o s
p o n t a
p ist ã o
 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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25 
 
Execução de estacas prensada 
Elementos de solidarização da estaca Mega 
B lo c o d e
so lid a r iz a ç ã o
Tr a v e s se ir o
E sp e r a s e c o n c r e t a g e m
d e so l id a r iz a ç ã o d o s
e le m e n to s p r é - m o ld a d o s
E le m e n t o 
p r é - m o ld a d o
 
10.3 – Bate-estacas 
A escolha do equipamento depende do tipo de estaca que vai ser utilizada e de um 
estudo prévio das condições do terreno, da área de manobras, das construções 
próximas, dos acessos etc. 
10.3.1 – Bate-estacas por gravidade 
São os mais utilizados e de funcionamento mais simples, constituído de uma massa 
metálica (pilão ou martelo) que içado por meio de guinchos, cabos e uma torre ou 
tripé, é deixado cair de uma altura determinada, cravando a estaca com golpes 
sucessivos. Embora de custo relativamente acessível, tem como principal 
desvantagem sua lentidão, pois não consegue ser manobrado facilmente. 
M a rte lo
1 a 4 to n
C a p a c e te
Esta c a M o to rd ie ze l
G u in c h o
d e c ra v a ç ã o
To rre
1 0 a 2 5 m
Estra d o d e
p ra n c h õ e s
G u in c h o
d e m o v im e n ta ç ã o
e c a rre g a m e n to
O p e ra d o r
Pla ta fo rm a
3 a 6 m
C a b o s
 
Bate-estaca de gravidade 
10.3.2 – Bate-estacas de simples ou duplo efeito 
Em geral, funcionam a vapor ou a ar comprimido, proporcionando uma cravação 
mais rápida pois além da gravidade recebem um adicional de pressão no martelo. 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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26 
 
Embora muito eficientes estão caindo em desuso. A estrutura da torre, a 
movimentação e a operação são muito semelhantes ao bate-estaca comum de 
gravidade. Os de simples efeito, apenas recebem pressão no martelo de baixo para 
cima para elevar o martelo e a cravação se dá por gravidade. Os de duplo efeito, 
além da pressão de levantamento ocorre uma pressão adicional no momento da 
queda do martelo, somando-se o efeito da gravidade e da pressão adicional na 
cravação. 
10.3.3 – Bate-estacas de vibração 
São equipamentos que dispensam o uso de torres, tripés e guias, necessitando 
apenas de um guindaste para fazer o acoplamento nas estacas. As vantagens são a 
extrema rapidez e a versatilidade de operação e movimentação em canteiros com 
pouco espaço. A cravação se dá por oscilação de massas excêntricas acionadas por 
eletricidade, motor diesel ou ar comprimido. 
10.4 – Capacidade de carga das estacas 
A determinação da resistência de estacas cravadas pode ser feita por meio da 
aplicação de fórmulas empíricas que relacionam a resistência da estaca com a 
penetração média ocorrida na última série de batidas do bate-estaca. Já para 
estacas moldadas in loco o ideal é realizar provas de carga de conformidade com a 
norma técnica. A prova de carga também é necessária nas obras de maior vulto, 
pois poderão indicar a possibilidade da redução dos coeficientes de segurança 
adotados e com isso auferir menos custo de execução dentro de uma garantia 
máxima de qualidade. 
R = 
h . P 2 . p
3 ( P + p ) 2 . n
R - Re sistê n c ia d a e sta c a ( c a p c id a d e d e c a rg a e m k g )
h - a ltu ra d e q u e d a d o m a rte lo ( c m )
P - p e so d o m a rte lo ( k g )
p - p e so d a e sta c a ( k g )
n - n e g a d a e sta c a ( p e n e tra ç ã o m é d ia d a e sta c a e m c m
n a ú lt im a sé rie d e g o lp e s)
3 - c o e fic ie n te d e se g u ra n ç a ( 3 a 5 ) 
Fórmula de Brix para o cálculo da resistência de estacas cravadas 
11 – ESTACAS DE CONTENÇÃO 
São estruturas de embasamento executadas em caráter preventivo contra 
desmoronamentos provocados, principalmente pela ação da água, por sobrecarga 
e/ou vibração de equipamentos próximos a trabalhos de abertura de valas, poços, 
escavação etc. Essas estruturas podem ser provisórias, ou seja, que são retiradas 
depois de cumprirem com o objetivo estabelecido ou definitivas, que são 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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27 
 
incorporadas à obra fazendo parte da estrutura de sustentação ou como elemento 
de contenção definitivo. 
Outro aspecto importante a considerar é a proteção aos edifícios vizinhos e aos 
logradouros públicos (calçadas e ruas) próximos a local onde será necessário 
escavar. Além das obras de contenção, eventualmente, é prudente contratar 
seguros para as instalações ameaçadas. O mais importante é nunca iniciar uma obra 
sem Ter absoluto controle sobre as conseqüências das escavações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11.1 – Tipos de escoramentos 
A escolha do tipo mais adequado (método de execução e material) a ser usado vai 
depender dos fatores envolvidos, tais como: a altura do talude (escavação), a 
consistência do terreno, a ocorrência de chuvas, a proximidade das edificações no 
entorno da obra, o espaço disponível para operar equipamentos, dos prazos e 
custos etc. No quadro a seguir estão colocados os diversos tipos de escoramentos 
encontrados na área da construção civil urbana. 
Água sup erfic ia l
Água
subterrâ nea
sobrec a rga
vibra ç ão
Talude a
ser escorado
H
Moto-b omb a
Possível linha
d e fra turaConsistênc ia
d o so lo
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
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28 
 
Escoramentos
provisórios
Madeira
Metálico
Misto
Escoras ou
estroncas
Vigas, Caibros
Postes
Pranchões
Painel ou
peças
Tábuas
Pranchas
Travessões VigasCaibros (pontaletes)
Guias VigasCaibros
Estacas pranchas
Trilhos usados
Perfis H I (10” ou 12”)
Estacas pranchas
Escoras metálicas Pontalete extensível
Pranchas
Estacas pranchas 
Escoramentos
definitivos
Metálico
Trilhos usados
Perfis H I (10” ou 12”)
Estacas pranchas
Concreto
Estacas moldadas in-loco
Estacas pré-moldadas
Cortinas
Paredes diafragma
Definitivos (manutenção contra corrosão)
ProvisóriosEscoramento
atirantado Tirantes
 
Outro tipo de proteção de taludes escavados quando não é viável a utilização de 
escoramento é a execução de patamares horizontais intercalados nos taludes 
inclinados chamados de bermas. Esse recurso é muito utilizado em obras 
rodoviárias, mas pode ser empregado em obras urbanas. O cuidado a ser adotado 
na execução das bermas e taludes livres é a com o adequado destino das águas 
superficiais ou que afloram nos taludes por meio de canaletas e coletores 
(drenagem) e a proteção por meio de plantio de grama ou vegetação apropriada. 
 
 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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_29 
 
11.2 – Paredes diafragma 
São paredes de contenção verticais executadas em argamassa ou concreto simples 
ou armado podendo ainda servir de suporte de cargas e como camada de 
impermeabilização. As paredes executadas com mistura de argila e cimento são 
diafragmas flexíveis e as executadas em concreto são diafragmas rígidos. Embora 
tecnicamente simples, o processo utiliza pessoal, equipamentos e materiais 
especializados. A escavação é feita por uma escavadeira de esteira equipada com 
Clamshell ou um trado batilon. Para impedir o desabamento das paredes da 
escavação é utilizado uma suspensão estabilizadora aquosa de argila bentonita, 
conhecida por lama bentonita, que ficará protegendo contra desabamentos até a 
concretagem. Abaixo, o esquema mostra o processo construtivo da parede 
diafragma, sendo que na 1ª etapa é feita a escavação, conforme mostra a figura a 
seguir, e na 2ª etapa são colocados os tubos para as juntas das extremidades. 
Clamshell
Lama bentonita
 
Equipamento para execução de paredes diafragmas 
3 ª e t a p a : c o lo c a ç ã o
d a a rm a d u ra
4 ª e t a p a : in íc io d a
c o n c re t a g e m
5 ª e t a p a : c o n c re t a g e m e
re t ira d a d a la m a 
5 ª e t a p a : re t ira d a d o s t u b o s 
 
Processo executivo da parede diafragma 
 
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Quadro resumo para escolha da fundação em função do subsolo 
Condição 
do subsolo 
Opções para estrutura de fundação 
Estruturas leves, 
flexíveis 
Estruturas pesadas, rígidas 
Camada resistente a pouca 
profundidade 
Blocos 
Sapatas 
Blocos 
Sapatas 
Radier raso 
Camada compressível com 
grande espessura 
Sapata após 
compactação 
Radier raso 
Estacas flutuantes 
Radier profundo 
Estacas de ponta 
Estacas flutuantes 
Camadas fracas sobre 
camada resistente 
Estacas de ponta 
Bloco após compactação 
Sapata após 
compactação 
Radier raso 
Estacas de ponta 
Tubulões 
Radier profundo 
 
Camada resistente sobre 
camada fraca 
Blocos 
Sapatas 
Radier raso 
Radier profundo 
Estacas de ponta 
tubulões 
Camadas fracas e 
resistentes alternadas 
Blocos 
Sapatas 
Radier raso 
Radier profundo 
Estacas de ponta 
tubulões 
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31 
 
12 – TUBULÕES 
Tubulões são indicados onde são necessárias fundações com alta capacidade de 
cargas (superiores a 500 kN) podendo ser executados acima do nível do lençol 
freático (escavação a céu aberto) ou até abaixo do nível de água (ambientes 
submersos), nos casos em que é possível bombear a água ou utilizar ar comprimido. 
 
12.1 – Tubulão encamisado escavado a céu aberto 
Este tipo de tubulão é o de execução mais simples e consiste na escavação manual 
de um poço com diâmetro variando de 0,70 a 1,20 metro, cujo emprego fica 
restrito a solos coesivos e acima de nível d’água. Na medida em que vai sendo 
escavado o tubo de concreto pré-moldado ou metálico vai descendo até a cota 
necessária, tem sua base alargada em forma de tronco de cone circular ou elíptico, 
sendo então totalmente preenchido de concreto simples ou armado. 
No sistema chamado Chicago, a escavação é feita em etapas, manualmente, com 
pá, cortadeira e picareta, em profundidades que podem variar de 0,50 m para 
argilas moles até 2,00 m para argilas duras. As paredes são escoradas com pranchas 
verticais, ajustadas por meio de anéis de aço, escavando-se novas camadas, 
sucessivamente até atingir o solo resistente (cota de assentamento) onde é 
executado o alargamento da base (cebola) e após a liberação, preenche-se 
totalmente o poço com concreto. 
Num outro sistema, chamado Gow, indicados para solos não coesivos, são usados 
cilindros telescópicos de aço, cravados por percussão, que revestem o poço 
escavado a pá e picareta. Atingida a cota desejada, faz-se o alargamento da base 
e, juntamente com a concretagem procede-se a retirada dos tubos. 
12.2 – Tubulão encamisado a ar comprimido 
Quando a especificação para a execução do tubulão exige cotas de assentamento 
abaixo do lençol freático ou submersos a indicação é para a utilização de tubulões 
executados sob pressão hiperbárica a fim de expulsar a água e permitir a escavação 
manual ou com o uso de marteletes e até explosivos, se for o caso. Durante a fase 
de concretagem, também há necessidade de se manter a pressurização que é feita 
com os seguintes equipamentos: compressor de ar para fornecimento do ar 
comprimido, campânula (eclusa) ou câmara de equilíbrio de pressão, conjuntos de 
anéis de chapas de aço, anéis de concreto (tubos de concreto apropriados para 
tubulões), escada tipo marinheiro, guincho e baldes, marteletes a ar comprimido e 
ferramentas diversas. 
Por se trará de trabalho especial sob pressão hiperbárica em ambiente considerado 
insalubre com alto risco de vida para os trabalhadores, só pode ser realizada por 
empresa registrada com pessoal especializado, usando técnicas e equipamentos 
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32 
 
especiais. O Ministério do Trabalho regulamenta as atividades sob condições 
hiperbáricas por meio do Anexo 6 da Norma Regulamentadora NR-15 
2,0 m
0,7 a 1,2 m
Preparação do terreno e colocação 
do anel de concreto
NT
Escavação a céu aberto até o nível 
do lençol freático e colocação do 
segundo anel de concreto
NA
NT
 
 
NT
Colocação da campânula para 
trabalho de escavação sob 
pressão hiperbárica com pessoal 
especializado
NA
guincho
campânula
cachimbo 
de saída do 
material
cachimbo 
de entrada 
do 
concreto
escoras 
perdidas
Concretagem sob pressão 
hiperbárica
 
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GLOSSÁRIO NA ÁREA DE PROJETOS E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES 
Bate-estaca – é o equipamento utilizado na cravação de estacas e pode ser em 
torre ou tripé, mecânico de vibração ou de gravidade. 
Bloco de coroamento – é o bloco de concreto armado executado para solidarizar um 
grupo de estacas. 
Bulbo de pressão – é o bulbo imaginário de distribuição da pressão exercida pela 
sapata no terreno. 
Capacete – peça que protege a cabeça da estaca do martelo de cravação, é 
constituído de um cilindróide de aço com coxim interno de madeira. 
Chapa de fretagem – peça de aço soldada sobre a estaca metálica na cota de 
arrasamento a fim de permitir a soldagem das esperas e promover a consolidação 
com o bloco de coroamento. 
Cota de arrasamento (CA) – é a cota superior da estaca definida pelo projeto, 
devendo as estacas ser cortadas nessa cota no caso de excesso. 
Estaca de teste – estaca a ser executada no início dos trabalhos para confirmar os 
dados do laudo de sondagem. 
NA – Nível de água do lençol freático 
Nega da estaca – é a dimensão admissível em milímetros para um número 
sucessivos de golpes padronizados (massa e altura), usada para indicar a 
possibilidade de encerrar a cravação de uma estaca. 
NT – cota do terreno natural 
Paliteiro – termo utilizado em obras para se referir as estacas colocadas muito 
próximas umas das outras, geralmente de concreto pré-moldado ou madeira. 
Prova de carga – é um teste padronizado para verificar a capacidade de carga de 
uma estaca. 
Recalque – é o deslocamento não desejado ocorrido no elemento de fundação(estaca ou sapata) que irá contribuir para o aparecimento de patologias na 
edificação. 
Roletes espaçadores – roletes metálicos colocados nas armaduras das estacas com a 
finalidade de garantir o recobrimento mínimo. 
Suplemento – peça metálica que permite estender a cravação de estacas abaixo da 
cota do terreno. 
Tubo tremonha – tipo de tubulação com funil para permitir concretagens profundas 
e evitar a segregação do concreto e o seccionamento das estacas. 
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34 
 
Tubulão – tipo de fundação com fuste de grande diâmetro e base alargada em 
talude negativo, geralmente executada com equipamentos especiais de ar 
comprimido. 
NORMAS TÉCNICAS PERTINENTES 
RELACIONADA À FUNDAÇOES 
Título da norma Código Última 
atualização 
Cordoalhas de fios de aço zincados para 
estais, tirantes, cabos mensageiros e usos 
similares 
EB 795 
NBR 5909 
1985 
Estaca e tubulão – prova de carga NB 20 
NBR 6121 
1985 
Estacas - Ensaio de carregamento dinâmico NBR 13208 1994 
 
Estacas - Prova de carga estática MB 3472 
NBR 12131 
1991 
Execução de tirantes ancorados no terreno NB 565 
NBR 5629 
1996 
 
Identificação e descrição de amostras de 
solos obtidas em sondagens de simples 
reconhecimento dos solos 
NB 617 
NBR 7250 
1980 
Programação de sondagens de simples 
reconhecimento dos solos para fundações 
de edifícios 
NB 12 
NBR 8036 
1979 
 
Projeto e execução de fundações NB 51 
NBR 6122 
1996 
 
Projeto e execução de obras de concreto 
armado 
NB 1 
NBR 6118 
1979 
 
Prova de carga direta sobre terreno de 
fundação 
NB 27 
NBR 6489 
1968 
 
NORMAS DO MINISTÉRIO DE TRABALHO 
NR – 15 Atividades e operações insalubres (Anexo 6 - Trabalho sob condições 
hiperbáricas) 
 
 
 
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DETALHES DE PROJETOS DE FUNDAÇÃO 
 
Todos os projetos estruturais, iniciamos pela aplicação dos Eixos Transversais e 
Longitudinais, esses eixos são indicados no centro- eixo de todas as paredes; e 
devem seguir as mesmas dimensões do Projeto arquitetônico. Estes eixos serão 
demarcados também in loco, na execução. 
 
 
PLANTA DE LOCACAO DAS ESTACAS 
 
 
EIXOS CENTRAIS NAS 
PAREDES 
EIXOS CENTRAIS 
NAS PAREDES 
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ESTRUTURAS 
 
1- Definições 
 
São elementos construtivos cuja finalidade é absorver os pesos dos elementos da 
construção e cargas acidentais e transferi los para as fundações. 
Nas edificações os elementos estruturais são: Paredes, lajes, vigas, pilares, 
escadas, beirais, sacadas, marquises e reservatórios, tirantes e coberturas. 
 
2-Classificação quanto ao material utilizado 
 
Os materiais utilizados nas estruturas são alvenaría, madeira, aço, concreto, 
alumínio e materiais sintéticos. 
Duas características muito importantes para esta utilização são resistência e peso 
próprio.( ver tabela abaixo) 
Observar que os valores abaixo relacionados são apenas indicativos pois podem 
apresentar resultados variáveis de acordo com as condições de uso 
 
 
Material 
Resistência 
Kgf/cm2 
Peso 
kgf/m3 
Madeira 100 600 
Aço 1400 7800 
Concreto 200 2500 
Alvenaria 50 1800 
Também é importante na escolha do material a ser utilizado, a facilidade de 
execução e os recursos disponíveis 
 
3-Esforços atuantes 
a)-Tração 
b)-Compressão 
c)-Flexão 
d)-Torção 
e)-Flambagem 
f)-Cisalhamento 
 
 
4- Estruturas de alvenaria 
As alvenarias são os elementos estruturais mais antigos. 
O seu uso ainda é bastante comum, principalmente onde a mão de obra é de baixo 
custo. 
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37 
 
Sua execução e a matéria prima utilizada (cerâmica, pedras naturais e blocos de 
concreto) são de fácil obtenção. 
O seu uso principal é na confecção de paredes portantes (que resistem pesos) ou 
paredes divisórias.Podendo substituir, dependendo do projeto arquitetônico, vigas 
e pilares, reduzindo custos. 
Quando confeccionadas com tijolos cerâmicos comuns a resistência e confiabilidade 
destes limitam a sua utilização. Porem com o uso de blocos cerâmicos ou de 
concreto, confeccionados com controle de qualidade , com a utilização de 
(grautes) e com a introdução de armaduras nos vazios grauteados, pode se obter 
alvenarias com grande capacidade de suporte, permitindo a execução de edifícios 
de quinze pavimentos ou mais. 
Para viabilizar economicamente o uso das alvenarías como opção estrutural, há 
necessidade de projetos que contemplem o uso dos blocos de forma racional, 
projetando compartimentos e vãos de aberturas com dimensões proporcionais as 
dimensões dos blocos a serem utilizados (paginação) e aproveitar os vazios para 
inserir as tubulações de água esgotos e eletrodutos, reduzindo a mão de obra e as 
quebras e desperdícios. 
 
5- Estruturas de madeira 
 
As estruturas de madeira estão sendo cada vez menos sendo utilizadas nas 
estruturas em função do impacto ecológico causado pela sua extração. 
É um material bastante eficiente na relação resistência / peso. 
Com o desenvolvimento de técnicas de utilização de madeiras de reflorestamento 
na confecção de produtos utilizáveis em estrutura, provavelmente a madeira seja o 
material estrutural que menos danos causa à natureza, naturalmente limitada à sua 
resistência. 
 
6- Estruturas Metálicas 
 
As estruturas metálicas históricamente foram utilizadas principalmente em grandes 
estruturas. 
No Brasil a produção de aço, iniciou por volta de 1940 com a inauguração da 
Companhia Siderúrgica Nacional ( CSN ). 
Até então, as estruturas existentes eram exclusivamente importadas, e a partir daí 
o seu uso foi gradativamente aumentando. 
Porem apenas recentemente, as siderúrgicas nacionais se interessaram pelo 
pequeno consumidor , se dando conta que apesar de pequeno, é muito numeroso 
gerando um consumo muito grande de produtos siderúrgicos. 
Em função da origem em produtos importados e também, com interesse em 
exportação, os materiais aquí produzidos tem dimensões e características técnicas 
similares aos produtos de outros países. 
Um obstáculo à utilização de estruturas metálicas é a cultura dos profissionais da 
Construção Civil de não incluír o aço nas possíveis alternativas de soluções 
estruturais. 
Com razão, entendem que os profissionais com experiência na execução destas 
estruturas, normalmente atuam em centros com indústria mecânica desenvolvida. 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
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38 
 
Nos locais onde não há atividade significativa nesta área, é necessário um 
investimento em treinamento de pessoal, que as empresas não querem ou não 
podem financiar. 
Visando atingir estes consumidores, a indústria siderúrgica passou a fornecer 
produtos pré fabricados tais como telas para utilização em armaduras de lajes, 
armaduras padronizadas para vigas e pilares, armaduras para confecção de sapatas, 
treliças para fabricação de pré lajes e execução de estruturas de sustentação para 
coberturas com telhas cerâmicas. 
A partir desta iniciativa, o consumo destes produtos está sendo implementado pela 
divulgação que tem utilizado meios de comunicação de alcance popular tais como a 
televisão e orádio e o patrocínio de eventos populares. 
Mais recentemente estão sendo oferecidas aos consumidores inclusive, casas 
populares com estrutura metálica (steel frame). 
As estruturas metálicas de uso mais comum são as denominadas "treliças" 
constituídas de barras que se interligam em pontos denominados "nós" . A principal 
característica deste tipo de estrutura é que as cargas a serem sustentadas se 
aplicam diretamente nos "nós" gerando esforços de tração ou compressão aos quais 
as estruturas tem maios resistência. 
As barras metálicas utilizadas nas estruturas têm perfís com dimensões 
padronizadas sendo produzidos através de laminação (ferro no estado líquido 
colocado em formas) ou constituído por chapas planas dobradas. Estes últimos são 
barras mais leves e de menor custo porém geram mais mão de obra para cortar e 
emendar (solda ou parafusos) com menor resistência que os laminados. 
Dependendo dos pesos a serem sustentados é que se faz a escolha da opção mais 
adequada. 
 
7- Estruturas de concreto 
 
O concreto é um material que se caracteriza por ter uma grande resistência a 
compressão e não ter resistência a tração. Por este motivo é necessária a inclusão 
de barras metálicas para que, com atuação solidária com o concreto através da 
aderência entre ambos, os alongamentos possam ser evitados ou limitados. 
Como falamos sobre estruturas de concreto, revisamos um pouco sobre CONCRETO e 
suas especificações, as quais vimos em Tecnologias dos materiais. 
 
Os 10 passos na execução do concreto 
1 – o calculista projeta a estrutura e especifica a resistência à compressão 
necessária e o módulo de elasticidade. Em função da concepção estrutural, calcula 
os esforços solicitantes, dimensiona e detalha as peças estruturais. A Curva de 
Gauss mostra as resistências obtidas em função do desvio-padrão da concreteira 
2 -O laboratório de controle tecnológico realiza uma dosagem experimental até 
chegar ao traço ideal. Nessa dosagem, são definidas a vida útil do concreto, 
coesão, permeabilidade, homogeneidade e outros aspectos que se julgarem 
necessários. Os parâmetros são modificados a partir da relação água/cimento, 
definição do tipo de agregado, cimento, adições e aditivos. 
3 - A usina de concreto realiza um rigoroso controle dos agregados e do cimento. 
Mistura os elementos em silos e carrega a betoneira com o concreto definido em 
contrato. 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
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39 
 
4 - A concreteira molda corpos-de-prova para controle de produção. É necessário 
para garantir a qualidade das propriedades exigidas pelo cliente. 
5 - A betoneira sai da concreteira chega na obra e o responsável pela central de 
concreto ajusta a água de amassamento perdida por evaporação durante o trajeto. 
O concreto deve ser entregue no slump determinado. 
6 - Para a aceitação do concreto, o cliente molda corpos-de-prova para controle de 
recebimento. 
7 - A concretagem é realizada, nesse caso, pelo método de bombeamento. 
Lançamento, adensamento e cura devem ser bem executados para garantir um 
concreto de boa qualidade. 
8 - Os corpos-de-prova moldados pelo cliente são levados a um laboratório 
tecnológico independente para serem rompidos. São armazenados em câmaras 
úmidas até serem ensaiados em diferentes idades. 
9 - O laboratório rompe os corpos-de-prova nos dias determinados e avalia se a 
resistência está de acordo com o contrato. 
10 - Caso os resultados sejam inferiores ao esperado, o calculista deve avaliar a 
estrutura e, se for o caso, retirar testemunhos para um exame mais apurado. Em 
casos extremos, o reforço estrutural ou a demolição parcial é a saída para evitar 
imprevistos. 
 
Diversos detalhes construtivos e especificações de projeto são observados visando 
garantir a atuação solidária armadura x concreto. (ganchos, ancoragem reta, etc.) 
 
Grande parte das estruturas usuais na construção civil estão sujeitas a esforços de 
tração, flexão e flambagem que causam alongamentos. 
Portanto é de fundamental importância que sejam utilizadas armaduras, 
principalmente nas regiões onde estes alongamentos possam ocorrer. 
Convenciona-se denominar de armadura positiva àquela localizada na parte 
inferior da estrutura , e de armadura negativa a localizada na face superior da 
estrutura. 
 
O concreto armado pode ser executado "in loco" ou ser pré-moldado. 
Entende-se por pré-moldadas, as estruturas executadas fora de seu local definitivo 
de atuação. 
Quando executado na sua localização definitiva, é necessário não só a execução de 
formas como também a utilização de escoramentos. 
 
Quando pré-moldado é necessária a utilização de equipamentos para transportá-lo 
ao local definitivo. 
Atualmente com o desenvolvimento da construção industrializada há uma 
tendência de se utilizar peças pré-moldadas que reduzem os custos com mão de 
obra, agilizam os serviços e permitem adotar processos repetitivos que melhoram a 
qualidade e produtividade. 
Com os pré-moldados , são instalados no canteiro de obra ou fora dele, linhas de 
produção em série que permitem a concentração de equipamentos e outros 
recursos melhorando a qualidade e aumentando a produção. 
É importante que se verifique em cada caso, a viabilidade de executar elementos 
pré-moldados. 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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Os projetos devem ser feitos de maneira a tirar vantagem dos sistemas 
industrializados utilizando dimensões repetitivas, modulando os elementos. 
Para a utilização deste sistema, é necessário que os clientes sejam conscientizados 
que pré-moldados geram juntas . Os profissionais envolvidos precisam saber que 
esta técnica exige precisão dimensional, para não correr o risco de necessitar 
adaptações em obra que acarretará na perda das vantagens do processo. 
Verificaremos alguns sistemas estruturais em concreto armado, mais aplicados nas 
construções, principalmente no Brasil, Alvenaria Estrutural e Estrutura 
Convencional. 
 
 
8- DEFINIÇÃO DAS ESTRUTURAS 
 
A concepção estrutural não é um problema trivial. Na realidade, a concepção 
estrutural apresenta um grande número de variáveis e uma multiplicidade de 
soluções possíveis. 
De posse do projeto arquitetônico, em geral se faz um estudo de soluções 
estruturais, que serão analisadas por uma equipe multidisciplinar. O arquiteto 
apresentará restrições para manter a funcionalidade e a estética do projeto, o 
engenheiro de instalações posicionará as tubulações, o construtor indicará os 
recursos técnicos disponíveis para a construção e o incorporador estabelecerá a 
viabilidade financeira do investimento. Esses diversos fatores irão balizar o 
engenheiro de estruturas, na elaboração do projeto estrutural definitivo. Essa fase, 
de suma importância, surgiu recentemente com a introdução dos conceitos de 
qualidade total, denominada compatibilização de projetos. 
Segundo a Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), 
algumas reuniões entre o arquiteto e o engenheiro calculista trazem benefícios 
imensos, pois é através dessa interação que algumas dificuldades, normalmente 
encontradas entre a arquitetura e a estrutura, podem ser rapidamente 
solucionadas, gerando economia e ótimos resultados para toda a construção. 
 
8.1 - ESTRUTURA CONVENCIONAL 
 
 
Entende-se como estrutura convencional aquela em que as lajes se apoiam em 
vigas (tipo laje-viga-pilar), sendo que os vãos são preenchidos com tijolos de barro, 
blocos cerâmicos, blocos de concreto, chapas acartonadas dry wall, etc, pois 
possuem para função apenas de vedação, e não interferem na estrutura da 
construção. Neste caso, o peso da construção é distribuído nos pilares, vigas,lajes 
e fundações e, por isso, as paredes são conhecidas como “não-portantes”. Entre as 
vantagens da estrutura convencional esta a possibilidade de criação de um projeto 
mais arrojado e a utilização de portas e janelas fora das medidas padronizadas. 
Apesar de ser mais caro que a alvenaria estrutural, é possível realizar qualquer tipo 
de reforma. 
Para a construção de elementos como pilares e vigas são usados aço estrutural e 
formas de madeira. Depois da construção das paredes, é preciso “rasgá-las” para 
embutir as instalações hidráulicas e elétricas, ou em construções otimizadas as 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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previsoes dos pontos elétricos e hidráulicos permitem essa compatibilização sem 
rasgá-las. Em seguida, deve ser iniciada a etapa de revestimento, caracterizada 
pela aplicação do chapisco, massa grossa, massa fina e pintura. É importante 
lembrar que a estruturação segue alguns critérios, para residências térreas ou 
sobrados torna-se mais fácil a estruturação, em edifícios geralmente se inicia pela 
locação dos pilares no pavimento-tipo, que segue a seguinte ordem: pilares de 
canto, pilares nas áreas comuns a todos os pavimentos (região da escada e dos 
elevadores), pilares de extremidade (situados no contorno do pavimento) e 
finalmente pilares internos. Ao fazer a locação de pilares, o projetista já deve 
preocupar-se paralelamente se não estão interferindo na arquitetura dos outros 
pavimentos (garagem, mezanino etc), por exemplo, se permitem a realização de 
manobras e estacionamento dos carros ou se não afetam as áreas sociais. 
A colocação das vigas vai depender do tipo de laje que será adotada, já que as 
vigas delimitam o contorno das lajes. Devem-se colocar as vigas no alinhamento das 
alvenarias e começar definindo as vigas externas do pavimento. Além daquelas que 
ligam os pilares que constituem os pórticos, outras vigas podem ser necessárias, 
para dividir um painel de laje com grandes dimensões. Com o posicionamento das 
vigas as lajes ficam praticamente definidas, faltando apenas, caso existam, as lajes 
em balanço. 
 
 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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Podemos observar na figura acima os pontos marcados com um sinal gráfico na cor 
vermelha indicando os pontos de encontro de paredes, sendo estes locais os mais usuais para a 
locação de pilares. Esta talvez seja a alternativa mais usada para a locação preliminar de 
pilares 
 
8.2 - ELEMENTOS DA ESTRUTURA CONVENCIONAL 
 
 
 
8.2.1 -PILAR 
 
Um pilar é um elemento estrutural vertical usado normalmente para receber os 
esforços verticais de uma edificação e transferi-los para outros elementos, como as 
fundações. Costuma estar associado ao sistema laje-viga-pilar 
O pilar é a peça de mais responsabilidade da estrutura. Se uma viga ou uma laje 
sofre uma ruptura, em geral é possível recuperar a estrutura. Se a mesma coisa 
ocorre com um pilar, a recuperação é difícil. Usualmente, concretam-se 
primeiramente os pilares e posteriormente as vigas e lajes. A distribuição do 
carregamento nos pilares de um edifício ocorre conforme abaixo: 
 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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A princípio, seria interessante colocar pilares em todos os cruzamentos de vigas, o 
que faria com que as cargas percorressem o caminho mais curto entre o ponto de 
aplicação e a fundação. Entretanto, uma estrutura pode se tornar antieconômica e 
até mesmo, proibitiva sob o ponto de vista funcional, caso sejam projetados pilares 
muito próximos uns dos outros. 
Os pilares devem se localizar em pontos que não interfiram no conjunto 
arquitetônico e não comprometam a circulação de halls, salas, pilotis, garagens, 
etc. 
 
 
Armadura de pilares 
A ferragem é utilizada nos pilares para auxiliar o concreto a resistir aos esforços de 
compressão, flambagem e em alguns casos, flexão. É constituída por ferros 
longitudinais e estribos. 
Para os pilares submetidos a cargas centradas os estribos têm a função de armar a 
ferragem longitudinal e evitar a flambagem dessas barras. 
 
8.2.2 - Vigas 
 
As vigas são os elementos da estrutura que recebem as reações das lajes, e 
eventualmente de outras vigas, e as transmitem para os pilares. São elementos 
geralmente horizontais, sujeitos a cargas transversais ao seu eixo longitudinal, 
trabalhando essencialmente à flexão.laje viga revestimento alvenaria parede de 
Laje, viga, revestimento alvenaria, parede de tijolo furado, enchimento com 
hidráulica ,instalação. 
 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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8.2.3 - Vigas embutidas na parede. 
 
As vigas numa estrutura de concreto armado podem ser revestidas ou aparentes. 
Para edifícios residenciais e comerciais, com freqüência opta-se por esconder a 
estrutura, ou seja, o revestimento cobre as vigas e pilares Nesses casos, a largura 
das vigas depende da espessura das paredes. 
• paredes externas com 25 cm ⇒ vigas com 20 cm 
• paredes externas com 15 cm ⇒ vigas com 12 cm 
• paredes internas com 15 cm ⇒ vigas com 10 a 12 cm 
Em geral, vigas aparentes em locais de mudança de ambiente não ferem a estética. 
Há alguns anos atrás, era comum projetar vigas em quase todas as posições de 
paredes, o que levava a um grande consumo de fôrmas. Atualmente, dado ao custo 
das fôrmas e à agilidade construtiva, é comum se considerar paredes 
descarregando seu peso próprio diretamente sobre lajes, o que conduz a estruturas 
menos recortadas, lajes maiores e menos vigas. 
As vigas não precisam descarregar diretamente sobre pilares, podendo existir apoio 
de viga sobre viga. A viga de maior altura, sendo a de menor vão, tem rigidez 
muito superior àquela de menor altura, de modo que a menor se apóia na maior, 
denominada viga principal. Um dos aspectos a ser levado em consideração para 
definir o afastamento entre dois pilares é a altura que a viga que se apóia neles vai 
assumir, tomando-se os devidos cuidados quanto à verificação da dimensão desses 
elementos sobre as aberturas em geral. 
A posição mais comum das vigas nas estruturas de concreto armado é sob as lajes. 
Todavia pode-se construir a viga sobre a laje ou com a laje passando por seu 
intermédio. Nesses casos têm-se as chamadas vigas invertidas ou semi-invertidas 
 
 
 
As vigas invertidas são utilizadas em situações nas quais se deseja que a viga não 
apareça na face inferior da laje, geralmente por questões de estética. As semi-
invertidas são empregadas em situações nas quais o pé-direito ou as esquadrias 
limitem a altura útil da viga e o projeto estrutural exija uma viga alta. 
A limitação que a NBR 6118 impõe para as vigas é que a espessura da alma seja de 
pelo menos 8,0 cm seção retangular seção T seção I 
TECNOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO 
Arq. Marcilene R. S. Iervolino 
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8.2.4 - Vigas baldrame 
 
Na construção convencional de edifícios, ao nível dos blocos de fundação é 
executado um vigamento cuja função é dar suporte às paredes e ligar os pilares, 
travando a estrutura na horizontal. Essas vigas são denominadas cintas de fundação 
ou vigas baldrame. 
As cargas atuantes nas cintas de fundação são o peso próprio e carga de parede, se 
houver. 
As cintas são usadas entre pilares vizinhos, de modo contínuo ou não, e sempre que 
existir parede nesse nível. Para as cintas, são válidas as mesmas

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