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Principais Julgados da Lei Maria da Penha

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COLETÂNEA DE JULGADOS SOBRE A LEI MARIA DA PENHA (11.340/2006) NOS ANOS 
2011/2012/2013/2014 
 
 
 
 
MAGISTRATURA ESTADUAL (Grupo de Estudo) 
MEGE 
https://www.facebook.com/groups/magistraturaestadualgrupodeestudo/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARNALDO BRUNO OLIVEIRA 
1. Lei Maria da Penha. Ex-namorado. Aplicação. 
 
A Lei Maria da Penha aplica-se no caso de agressão cometida por ex-namorado que 
não se conformou com o fim do namoro e agrediu a vítima, haja vista a relação de 
intimidade que existia com esta, hipótese que se amolda ao art. 5º, III, não sendo 
exigível a coabitação. A 3ª Seção, noutro CC (100654, j. em 25/03/2009), ressalvou 
que a aplicabilidade da Lei Maria da Penha no caso de ex-namorados fica 
condicionada ao exame do caso concreto, eis que não se pode ampliar o 
termo relação íntima de afeto para abarcar um relacionamento passageiro, fugaz ou 
esporádico. STJ, 3ª Seção, CC 103813 julgado em 24/06/2009. 
 
Observação: 
 
Único julgado anterior ao período especificado no material (2011-2014). A decisão foi 
escolhida para ser apresentada por tratar de situação corriqueira de aplicação da Lei 
11.340/2006. 
2. Uniões Homoafetivas e Lei Maria da Penha. 
A Lei Maria da Penha atribuiu às uniões homoafetivas o caráter de entidade familiar, 
ao fazer previsão no seu artigo 5º, parágrafo único, que as relações pessoais 
mencionadas naquele dispositivo independem de orientação sexual. STJ, 4ª Turma, 
REsp 827962 julgado em 21/06/2011. 
3. Violência Doméstica. Lei Maria Da Penha. Audiência. 
Alega-se que a audiência prevista no art. 16 da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) 
só pode ser determinada pelo magistrado quando a vítima manifestar interesse em 
retratar-se da representação. A Turma entendeu que a audiência prevista no art. 16 
da mencionada lei não deve ser realizada ex officio como condição da abertura da 
ação penal, sob pena de constrangimento ilegal à mulher, vítima de violência 
doméstica e familiar, pois isso configuraria ato de ratificação da representação, 
inadmissível na espécie. Consignou-se que a realização da audiência deve ser 
precedida de manifestação de vontade da ofendida, se assim ela o desejar, em 
retratar-se da representação registrada, cabendo ao magistrado verificar a 
espontaneidade e a liberdade na prática de tal ato. Com esse entendimento, a Turma 
concedeu a segurança para determinar que a audiência de retratação da 
representação da ação penal de natureza pública condicionada somente seja 
realizada após prévia manifestação da ofendida. Precedentes citados: HC 178.744-
MG, DJe 24/6/2011; HC 168.003-ES, DJe 1º/6/2011, e HC 96.601-MS, DJe 22/11/2010. 
RMS 34.607- MS, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador convocado do 
TJ/RJ), julgado em 13/9/2011. Informativo STJ nº 483 STJ. 
4. Lei Maria da Penha e audiência de retratação. 
A 2ª Turma denegou habeas corpus em que condenado pela prática do delito de lesão 
corporal qualificada por violência doméstica (CP, art. 129, § 9º) pretendia o 
trancamento de ação penal contra ele instaurada. A impetração alegava que a suposta 
vítima, esposa do paciente, admitira, no decorrer do processo, ser a responsável pelas 
agressões por ter iniciado o entrevero e, ainda, que o art. 16 da Lei 11.340/2006 (Lei 
Maria da Penha) dispunha que deveria haver audiência para renúncia à representação 
perante o juiz. No tocante à primeira assertiva, reputou-se que a pretensão deveria ter 
sido apurada no decorrer do processo de conhecimento, e não em sede de habeas 
corpus, conforme requerido. Em relação à audiência de retratação da delação 
postulatória, aduziu-se que, com fulcro no dispositivo mencionado (“Art. 16. Nas 
ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta 
Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em “audiência 
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e 
ouvido o Ministério Público”), esta poderia ocorrer, em caso de violência contra a 
mulher, mas somente antes do recebimento da denúncia pelo Ministério Público. HC 
109176/MG, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 4.10.2011. (HC-109176) 2ª 
Turma. 
5. Dosimetria. Agravante do art. 61, II, “f”. Lei Maria da Penha. 
A agravante prevista no art. 61, II, “f”, do CP, pode ser perfeitamente considerada 
em caso de crime de ameaça sob o rito da Lei Maria da Penha, não havendo que se 
falar em bis in idem, conquanto a sua inserção no CP deu-se justamente através da Lei 
11340/06 para recrudescer a punição de tais delitos. STJ, 6ª Turma, HC 159619 Julgado 
em 04/10/2011. 
6. PACIENTE CONDENADO PELA PRÁTICA DO CRIME DE LESÃO CORPORAL (ART. 129, 
§ 9º, DO CÓDIGO PENAL). AUDIÊNCIA DE RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO. 
DESIGNAÇÃO. AUSÊNCIA. OBRIGATORIEDADE. INEXISTÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA 
AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. IMPROCEDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. 
I – A mera declaração de que a própria ofendida teria dado início às agressões não 
revela o nítido propósito de desistir do prosseguimento da ação. II - O art. 16 da Lei 
11.340/2006 prevê que a audiência designada para a vítima expressar o seu desejo 
de renunciar à representação deve ser realizada “em momento anterior ao 
recebimento da denúncia”, o que não se verificou no caso em análise, uma vez que o 
suposto desejo teria sido manifestado somente na audiência de instrução e 
julgamento, de modo que não há falar, pois, em ofensa ao devido processo legal. III – 
Tal disposição legal não visa beneficiar o réu, mas tem por escopo formalizar, perante 
o magistrado, o “ato de retratação”, com o objetivo de proteger a vítima, afastando-
a, das ingerências do agressor. IV- Ordem denegada. Min. Ricardo Lewandowski, STF, 2º 
Turma, DJe de 21.11.2011. 
7. Lei Maria da Penha e ação penal pública incondicionada. 
O Plenário, por maioria, julgou procedente ação direta, proposta pelo Procurador 
Geral da República, para atribuir interpretação conforme a Constituição aos artigos 
12, I; 16 e 41, todos da Lei 11.340/2006, e assentar a natureza incondicionada da 
ação penal em caso de crime de lesão corporal, praticado mediante violência 
doméstica e familiar contra a mulher. Preliminarmente, afastou-se alegação do 
Senado da República segundo a qual a ação direta seria imprópria, visto que a 
Constituição não versaria a natureza da ação penal — se pública incondicionada ou 
pública subordinada à representação da vítima. Haveria, conforme sustentado, 
violência reflexa, uma vez que a disciplina do tema estaria em normas 
infraconstitucionais. O Colegiado explicitou que a Constituição seria dotada de 
princípios implícitos e explícitos, e que caberia à Suprema Corte definir se a previsão 
normativa a submeter crime de lesão corporal leve praticado contra a mulher, em 
ambiente doméstico, ensejaria tratamento igualitário, consideradas as lesões 
provocadas em geral, bem como a necessidade de representação. Salientou-se a 
evocação do princípio explícito da dignidade humana, bem como do art. 226, § 8º, da 
CF. Frisou-se a grande repercussão do questionamento, no sentido de definir se 
haveria mecanismos capazes de inibir e coibir a violência no âmbito das relações 
familiares, no que a atuação estatal submeter-se-ia à vontade da vítima. ADI 4424/DF, 
rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADI-4424) – Plenário. 
8. Lei Maria da Penha e ação penal pública incondicionada – 2. 
Entendeu-se não ser aplicável aos crimes glosados pela lei discutida o que disposto 
na Lei 9.099/95, de maneira que, em se tratando de lesões corporais, mesmo que de 
natureza leve ou culposa, praticadas contra a mulher em âmbito doméstico, a ação 
penal cabível seria pública incondicionada. Acentuou-se, entretanto, permanecer a 
necessidade de representação para crimes dispostos em leis diversas da 9.099/95, 
como o de ameaça e os cometidos contra a dignidadesexual. Consignou-se que o 
Tribunal, ao julgar o HC 106212/MS (DJe de 13.6.2011), declarara, em processo 
subjetivo, a constitucionalidade do art. 41 da Lei 11.340/2006, no que afastaria a 
aplicação da Lei dos Juizados Especiais relativamente aos crimes cometidos com 
violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista. 
ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADI-4424) – Plenário. 
9. Constitucionalidade de artigos da Lei Maria da Penha. 
 
É constitucional os artigos 1º, 22 e 41 da Lei 11340/2006 (Lei Maria da Penha), não 
sendo desproporcional ou ilegítimo, portanto, o uso do sexo como critério de 
diferenciação, visto que a mulher seria eminentemente vulnerável no tocante a 
constrangimentos físicos, morais e psicológicos sofridos em âmbito privado. STF, 
Plenário, ADC 19, 09/02/2012. 
 
10. Lei Maria da Penha. Crime de Ameaça Entre Irmãos. 
 
A Turma, cassando o acórdão recorrido, deu provimento ao recurso para estabelecer a 
competência de uma das varas do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a 
Mulher para examinar processo em que se apura a prática do crime de ameaça. Na 
hipótese, o recorrido foi ao apartamento da sua irmã, com vontade livre e 
consciente, fazendo várias ameaças de causar-lhe mal injusto e grave, além de ter 
provocado danos materiais em seu carro, causando-lhe sofrimento psicológico e 
dano moral e patrimonial, no intuito de forçá-la a abrir mão do controle da pensão 
que a mãe de ambos recebe. Para os integrantes da Turma, a relação existente entre o 
sujeito ativo e o passivo deve ser analisada em face do caso concreto, para verificar a 
aplicação da Lei Maria da Penha, tendo o recorrido se valido de sua autoridade de 
irmão da vítima para subjugar a sua irmã, com o fim de obter para si o controle do 
dinheiro da pensão, sendo desnecessário configurar a coabitação entre eles. 
Precedentes citados: CC 102.832-MG, DJe 22/4/2009, e HC 115.857-MG, DJe 2/2/2009. 
REsp 1.239.850-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/2/2012. Informativo 491 STJ. 
 
11. Lei Maria da Penha. Briga entre irmãos. 
A hipótese de briga entre irmãos – que ameaçaram a vítima de morte – amolda-se 
àqueles objetos de proteção da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). In casu, 
caracterizada a relação íntima de afeto familiar entre os agressores e a vítima, 
inexiste a exigência de coabitação ao tempo do crime, para a configuração da 
violência doméstica contra a mulher. Com essas e outras ponderações, a Turma, por 
maioria, denegou a ordem de habeas corpus. STF 12/6/2012. 6ª Turma. 
Observação: 
 
A Lei Maria da Penha aplica-se na relação entre irmãos, sendo desnecessária a 
configuração de coabitação. STF, Plenário, ADC 19, 09/02/2012. 
 
12. Lei Maria da Penha. Cunhada. Aplicação. 
 
A proteção instituída pela Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) deve abranger toda 
mulher submetida à violência de qualquer tipo no âmbito da unidade doméstica, da 
família ou de relação íntima de afeto, inclusive a cunhada. STJ, 5ª Turma, HC 172634 
julgado em 06/03/2012. 
Observação: 
 
Em se tratando de lesões entre IRMÃS o STJ entende que não deve ser aplicada a Lei 
Maria da Penha, a qual tem como objeto a mulher numa perspectiva de gênero e em 
condições de hipossuficiência, inferioridade física, social ou econômica. 3ª Seção, CC 
88027, julgado em 05/12/2008. 
 
13. Inaplicabilidade de institutos da Lei 11340/2006 para homens. 
 
O aumento de pena do § 9º do art. 129 do CP, alterado pela Lei n. 11.340/2006, aplica-
se às lesões corporais cometidas contra homem no âmbito das relações domésticas. 
Contudo, os institutos peculiares da citada lei só se aplicam quando a vítima for 
mulher. STJ, 5ª Turma, RHC 27622 julgado em 07/08/2012. 
 
14. Impossibilidade de substituição da pena privativa de liberdade. Violência. 
 
Não é possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos 
em caso de condenação por crime de lesão corporal previsto no art. 129, § 9º, do CP. O 
termo “violência” contido no art. 44, I, do CP, que impossibilita a substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, não comporta quantificação ou 
qualificação. A Lei Maria da Penha surgiu para salvaguardar a mulher de todas as 
formas de violência (não só física, mas moral e psíquica), inclusive naquelas hipóteses 
em que a agressão possa não parecer tão violenta. STJ, 6ª Turma, HC 192104 julgado 
em 09/10/2012. 
15. Crime de Ameaça praticado por nora contra a sogra. Jecrim. 
 
É do juizado especial criminal — e não do juizado de violência doméstica e familiar 
contra a mulher — a competência para processar e julgar ação penal referente a 
suposto crime de ameaça (art. 147 do CP) praticado por nora contra sua sogra na 
hipótese em que não estejam presentes os requisitos cumulativos de relação íntima 
de afeto, motivação de gênero e situação de vulnerabilidade. Isso porque, para a 
incidência da Lei 11.340/2006, exige-se a presença concomitante desses requisitos. 
STJ, 5ª Turma, HC 175816, j. 20/06/2013. 
 
16. Medidas protetivas acautelatórias de violência contra a mulher. 
 
As medidas protetivas de urgência da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) podem 
ser aplicadas em ação cautelar cível satisfativa, independentemente da existência de 
inquérito policial ou processo criminal contra o suposto agressor. O primeiro dado a 
ser considerado para compreensão da exata posição assumida pela Lei Maria da Penha 
no ordenamento jurídico pátrio é observar que o mencionado diploma veio com o 
objetivo de ampliar os mecanismos jurídicos e estatais de proteção da mulher. Por 
outra ótica de análise acerca da incidência dessa lei, mostrasse sintomático o fato de 
que a Convenção de Belém do Pará – no que foi seguida pela norma doméstica de 
2006 – preocupou-se sobremaneira com a especial proteção da mulher submetida a 
violência, mas não somente pelo viés da punição penal do agressor, mas também pelo 
ângulo da prevenção por instrumentos de qualquer natureza, civil ou administrativa. 
Ora, parece claro que o intento de prevenção da violência doméstica contra a mulher 
pode ser perseguido com medidas judiciais de natureza não criminal, mesmo porque 
a resposta penal estatal só é desencadeada depois que, concretamente, o ilícito 
penal é cometido, muitas vezes com consequências irreversíveis, como no caso de 
homicídio ou de lesões corporais graves ou gravíssimas. Na verdade, a Lei Maria da 
Penha, ao definir violência doméstica contra a mulher e suas diversas formas, 
enumera, exemplificativamente, espécies de danos que nem sempre se acomodam na 
categoria de bem jurídico tutelável pelo direito penal, como o sofrimento psicológico, 
o dano moral, a diminuição da autoestima, a manipulação, a vigilância constante, a 
retenção de objetos pessoais, entre outras formas de violência. Ademais, fica clara a 
inexistência de exclusividade de aplicação penal da Lei Maria da Penha quando a 
própria lei busca a incidência de outros diplomas para a realização de seus propósitos, 
como no art. 22, § 4º, a autorização de aplicação do art. 461, §§ 5º e 6º, do CPC; ou 
no art. 13, ao afirmar que "ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis 
e criminais [...] aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo 
Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não 
conflitem com o estabelecido nesta Lei". Analisada de outra forma a controvérsia, se é 
certo que a Lei Maria da Penha permite a incidência do art. 461, § 5º, do CPC para a 
concretização das medidas protetivas nela previstas, não é menos verdade que, como 
pacificamente reconhecido pela doutrina, o mencionado dispositivo do diploma 
processual não estabelece rol exauriente de medidas de apoio, o que permite, de 
forma recíproca e observados os específicos requisitos, a aplicação das medidas 
previstas na LeiMaria da Penha no âmbito do processo civil. REsp 1.419.421-GO, Rel. 
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 11/2/2014. Informativo nº 535 STJ. 
 
17. Medidas protetivas em ação cautelar cível satisfativa em casos de violência 
contra a mulher. 
As medidas protetivas de urgência da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) podem 
ser aplicadas em ação cautelar cível satisfativa, independentemente da existência de 
inquérito policial ou processo criminal contra o suposto agressor. STJ, 4ª Turma, REsp 
1419421, julgado em 11/02/2014. 
 
18. DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA PROTEIVA DE URGÊNCIA PREVISTA NA LEI 
MARIA DA PENHA. COMINAÇÃO DE PENA PECUNIÁRIA OU POSSIBILIDADE DE 
DECRETAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA. INEXISTÊNCIA DE CRIME. 
 
1. A previsão em lei de penalidade administrativa ou civil para hipóteses de 
desobediência à ordem legal afasta o crime previsto no art. 330 do Código Penal, 
salvo a ressalva expressa de cumulação (doutrina e jurisprudência). 2. Tendo sido 
cominada com fulcro no art. 22, §4º, da Lei n. 11340/2006 sanção pecuniária para o 
caso de inexecução de medida protetiva de urgência, o descumprimento não enseja 
a prática do crime de desobediência. 3. Há exclusão do crime do art. 330 do Código 
Penal também em caso de previsão em lei de sanção de natureza processual penal 
(doutrina e jurisprudência). Dessa forma, se o caso admitir a decretação da prisão 
preventiva com base no art. 313, III, do Código de Processo Penal, não há que falar na 
prática do referido crime. 4. Recurso especial provido. Resp Nº 1.374.653 - MG 
(2013/015718-0). STJ, 6º Turma, Julgado em 11/03/2014.

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