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E continuando... Filmes radiológicos (Aula 05/04) Constituição básica do filme A composição do filme radiográfico consiste em uma base flexível de poliéster com uma fina camada de emulsão, revestida de uma camada protetora. O filme é constituído de 4 camadas: Camada protetora, Emulsão, Camada adesiva, Base. Constituição básica do filme Camada Protetora ou Revestimento: É uma camada de gelatina dura aplicada sobre a emulsão, protege a emulsão antes e após o processamento do filme, possuindo também uma ação antiestática. Emulsão: É composta de uma gelatina de base orgânica extraída do gado, onde são depositados de modo especial os compostos de prata (haleto de prata). É suficientemente permeável para que os agentes químicos do revelador penetrem facilmente ocorrendo a revelação. Camada Adesiva: Substância aplicada sobre a base do filme e serve para garantir uma perfeita aderência entre a base e a emulsão. Base: é o que sustenta os componentes que vão originar a imagem fotográfica. A princípio as bases eram de cartolina, vidros, etc., hoje em função da resistência à temperatura e umidade são de poliéster. Possuem uma cor azulada transparente devido a particularidade de o olho humano notar melhor as diferentes graduações de cinza sobre uma base de cor fria. Constituição básica do filme Filme radiológico comum Constituição básica do filme Filme para mamografia só possui um lado com emulsão. Constituição básica do filme Formatos Básicos - caixa com 100 folhas (em centímetros): 13 x 18 / 18 x 24 / 24 x 30 / 30 x 40 / 35.6 x 35.6 / 35.6 x 43.2 / 20.3 x 25.4 Formatos Especiais - caixa com 100 folhas (em centímetros): 15 x 30 / 15 x 40 / 27,9 x 35,6 Formatos Especiais - caixa com 25 folhas (em centímetros): 30 x 90 / 35,6 x 91,4 Efeito crossover O efeito crossover ocorre quando a emulsão não absorve completamente a luz proveniente da tela intensificadora. A luz não absorvida pela emulsão pode passar através da base do filme (material plástico semitransparente usado como suporte estrutural) e atingir o outro lado, onde também há emulsão. Como a luz passa através da base do filme, ela divergirá deteriorando a definição da imagem, como mostra a figura. Os receptores mais modernos têm absorvedores de luz entre a emulsão e a base do filme de forma a minimizar a ocorrência do crossover. Efeito crossover O filme utilizado em mamografia possui apenas uma face com emulsão para evitar o efeito crossover. Pessoal, se ainda persistir duvidas, mande-me um email que eu tento esclarecer. Cuidados básicos com filmes Armazenamento de filme O armazenamento incorreto dos filmes acarreta em perda de qualidade, durabilidade e formação de artefatos de imagem. A caixa que abriga os filmes possui uma tampa com encaixe justo e um plástico de proteção. O plástico protege contra agentes externos como umidade excessiva ou vapores químicos da câmara escura, além de servir como mais uma barreira de proteção à exposição de luz. Cuidados básicos com filmes O filme deve ser armazenado com as caixas verticais, nunca empilhadas. O filme nunca deve ficar próximo de fontes de calor. A caixa de filmes após aberta deve ficar em um ambiente com umidade relativa entre 30 a 50% e temperatura ambiente aproximada de 21 graus. Um higrômetro e termômetro deve ser utilizado no local. Evitar armazenar caixas em lugares próximos de vapores químicos ou fontes de radiação. (isso é para evitar um aumento de densidade ótica correspondente a base+véu, mais detalhes sobre isso logo adiante) Cuidados básicos com filmes Usar sempre as caixas mais antigas, o filme possui validade que varia conforme o fabricante/modelo. Um filme fora da validade: Apresenta valores de base + véu maiores. A emulsão (principalmente a gelatina) perde as características iniciais impedindo um perfeito processo de revelação e durabilidade do filme. Nunca se deve dobrar o filme virgem, pois a dobra causa o rompimento dos cristais de haleto de prata formando uma imagem após o processamento. Comum ocorrer marcas de unha. Cuidados básicos com filmes O filme depois de processado também deve ter cuidados especiais: Armazenar em lugar com umidade entre 40 a 60% e temperatura ambiente. Não expor ao sol nem a ambientes com excesso de umidade. Não expor a radiografia a produtos químicos, pois este pode reagir com a prata negra da emulsão e alterar a densidade ou gerar artefatos. Não manusear com mãos sujas ou engorduradas. Fonte: Kodak Densidade óptica (D.O) A densidade óptica é o grau de enegrecimento ou opacidade de um filme radiográfico que tem uma base transparente. Ela é produzida pela exposição do filme aos raios X e pelo processamento químico. Uma imagem radiográfica contém áreas de diferentes densidades ópticas visualizadas em tons de cinza. Contraste As diferentes densidades que formam a imagem na radiografia dá o contraste na imagem. Existe filmes de baixo contraste e alto contraste. Baixo contraste: Utilizado em radiologia convencional para tórax, membros. Alto contraste: Utilizado em mamografia. Contraste Contraste Contraste Adequado Contraste Inadequado Contraste Adequado Contraste Inadequado Densidade óptica (D.O) São atribuídos à densidade ótica, valores numéricos associados à quantidade de luz que consegue atravessar o filme. Uma parte clara do filme que permite a passagem de 100% da luz pelo filme tem densidade ótica de valor 0 (zero). A densidade mínima dos filmes, na realidade, recai na faixa de 0,1 a 0,2 unidades de densidade. Isto se deve à densidade da base somada à densidade do fog. Essa densidade é devida à opacidade do plástico, que na verdade é semitransparente e serve de suporte para a emulsão. Densidade óptica (D.O) O fog, é devido a qualquer enegrecimento no filme que não esteja associado à exposição direta do receptor aos raios X ou à luz da tela intensificadora. Cada unidade de densidade diminui a penetração da luz por um fator de 10. Uma área com densidade igual a 2, permite a passagem de 10% de 10% (ou 1%) da luz. Através de um negatoscópio normal, é possível visualizar áreas do filme com densidades pouco acima de 2. Densidade óptica (D.O) A densidade de valor 3 corresponde à penetração de 0,1% (10% de 10% de 10%) da luz. Áreas com densidade igual a 3, aparecem opacas quando iluminada por um negatoscópio comum. Entretanto, é possível enxergar objeto através dessas áreas fazendo uso de um negatoscópio com luz mais intensa. Filmes radiográficos podem ter valores de densidade ótica igual a, no máximo, 3 unidades (ou Dmáx=3). Mas esse valor máximo possível de ser produzido em um filme radiográfico específico depende de suas características e condições de processamento. Comentando, é possível ter valores de até 4 D.O, mas na prática isso não acontece já que a faixa útil para radiografia é entre 0,25 até 3 D.O. Escala de densidades ópticas Escala de densidades ópticas Faixa útil de diagnóstico 0,25 a 2,5. Acima ou abaixo desses valores nãotrás nenhuma informação. Esse tipo de gráfico é muito importante para indicar o tipo de filme, e condições de processamento. Escala de densidades ópticas A região de densidade ótica de interesse compreende a parte retilínea do gráfico (horizontal), entre o ombro (Shoulder) e pé (Toe). O logaritmo da exposição relativa significa a quantidade de exposição é necessária para produzir a densidade ótica naquele ponto do gráfico. O gráfico da densidade ótica pode nos revelar algumas características do filme: Velocidade: Um filme rápido vai apresentar a curva característica mais para a esquerda do gráfico. A razão disso é que necessita menos exposição para formar a mesma densidade ótica que em um filme lento. Latitude: Faixa de exposições a que o filme responde com DO úteis ao radiodiagnóstico. Valor mínimo e máximo da parte reta da curva característica. Contraste: Pode ser avaliado se um filme é de alto ou baixo contraste. Nível de base+véu: Medir a densidade óptica causada pela base transparente do filme e pelo grau de enegrecimento natural da emulsão do filme. Escala de densidades ópticas Gráfico Importante: Revela pela sensitometria o tipo de filme. Lembram das duas sensitometrias que mostrei? Aqui da para ver um pouco melhor. Do lado direito o gráfico de um filme de mamografia. Vejam que não possui uma quantidade muito grande de tons de cinza intermediários. Já no da esquerda percebemos mais tons de cinza intermediários correspondendo a um filme radiológico comum. Medida da densidade óptica Lo = Intensidade incidente, L = Intensidade transmitida Ex: Intensidade inicial Lo medida é de 100, e a intensidade transmitida medida é de 10, qual o valor da densidade óptica. D = log 100/10 log 10 = 1 Não se assustem, é uma continha bem simples. Essa intensidade inicial pode ser qualquer valor de intensidade, em candelas, lux, ou outros, o resultado será sempre o mesmo, basta ter a intensidade inicial e final para achar a D.O. L L D olog Medida da densidade óptica Ex: Intensidade inicial Lo medida é de 100, e a intensidade transmitida medida é de 1, qual o valor da densidade óptica. D = log 100/1 = 2 Ex: Intensidade inicial Lo medida é de 100, e a intensidade transmitida medida é de 0,1, qual o valor da densidade óptica. D = log 100/0,1 log 1000 = 3 Ex: Intensidade inicial Lo medida é de 90, e a intensidade transmitida medida é de 50, qual o valor da densidade óptica. D = log 90/50 log 1,8 = 0,25 Sensibilidade aos Diferentes Espectros de Luz Este gráfico revela o espectro de sensibilidade para cada tipo de filme. Alguns filmes são sensíveis a luz verde (green), mas eles também são ligeiramente sensíveis ao azul (blue) e ao amarelo (Yellow). Existe filmes sensíveis ao espectro do azul, que por consequência são um pouco sensíveis a luz verde. Filmes sensíveis ao espectro de vermelho normalmente são utilizados em processadoras de radiologia digital/tomografia/Ressonância Magnética. Sensibilidade do receptor (ecran + filme) A sensibilidade do conjunto é expressa em termos da exposição necessária para produzir uma densidade ótica no filme de valor de 1 (um) acima do nível de contraste base + véu. Os fabricantes expressam o valor de sensibilidade em termos da velocidade tais como 100, 200, 400, etc. Esta escala de velocidades compara as exposições relativas dentre os diferentes tipos de receptores. A relação entre a sensibilidade à exposição (em mR) e a velocidade de um receptor é dada por: Sensibilidade (mR) = 128 / Velocidade (128 é a exposição em mR) Exemplo: receptor com vel. 100, requer exposição igual a 1,28 mR (resultado de 128 : 100) para produzir a densidade de valor 1 no filme. Raios X tórax AP 120kVp 2mAs 12/23mR Raios X AP do crânio 80kVp 25mAs 302mR Raios X AP da coluna lombar 80kVp 40mAs 483mR Exposições típicas em exames radiológicos. Dividimos esse valor pela velocidade do receptor e teremos a sensibilidade em mR. Sensibilidade do receptor (ecran + filme) Pessoal, como comentei, velocidades maiores são melhores para exames onde requer uma rápida exposição. Caso típico de exames abdominais, tórax e em recém nascidos, crianças pequenas. Dessa forma evitamos artefatos por movimento e ainda temos um exame com baixa dose de radiação. O problema é que esse tipo de receptor não tem alta resolução, não seria apropriado para ossos. Filmes com menores velocidades normalmente possuem resolução maior, são mais adequados então para exames ósseos. Dessa forma mantemos a trabécula óssea bem definida entre outras estruturas. O ruim é que aumentamos a dose por exame. Sensibilidade do receptor (ecran + filme) Em resumo, a sensibilidade (velocidade) é dada pelo conjunto écran + tipo de filme. Usar filmes e ecrans de marca e modelos diferentes entre si altera esse valor e compromete o resultado final. Telas rápidas tem camada e cristais de fósforo maior. Produz menos dose ao paciente por exame, mas tem menor resolução. Usados em exames de abdômen. Telas lentas tem camada e cristais mais finos. Produz mais dose mas possui maior resolução. Usado em exames de extremidades. Medidas da densidade óptica - Densitometro Os valores das densidades são medidos com um aparelho chamado densitômetro. Uma fonte de luz emite um pequeno feixe de luz que passa da área a ser medida. Do outro lado do filme, em sensor de luz (LDR, FT, FD) converte a luz transmitida através do filme em sinal elétrico. Um circuito especial realiza uma conversão logarítmica do sinal e a exibem em unidades de densidade óptica. Medidas da densidade óptica - Densitometro LDR - Resistor Dependente de Luz FT – Fototransistor FD- Fotodiodo TSL250 (FD+Amplificador operacional) Esses são os componentes responsáveis por converter o sinal de luz em um sinal legível ao circuito eletrônico. Medidas da densidade óptica - Densiometro Medidas da densidade óptica - Sensitometro Equipamento utilizado para produzir passos de densidade óptica no filme. Modelos como mostrado nas figuras produzem 21 passos de densidade óptica. Ficamos por aqui! Dúvidas? Frases de Albert Einstein “O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” “A imaginação é mais importante que o conhecimento.” “A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.”
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