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Responsabilidade Civil do Dono ou detentor de animal

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INTRODUÇÃO
Com as mudanças que ocorreram sobre o antigo conceito tradicional de família, observa-se mais o afeto e apego entre os animais e seus donos. No início dessa relação milenar os animais tinham apenas fins utilitários. Os cães vigiavam aldeias, ajudavam a caçar e pastorear. Já os gatos exterminavam os ratos e outras pragas. Esses laços foram se estreitando e os bichos de estimação são hoje vistos até como filhos ou irmãos em boa parte dos lares em que vivem. Porém, a posse de animais quando, potencialmente perigosos, gera grande preocupação à sociedade. Para regular esse impasse, o Código Civil dispõe que o dono, ou detentor do animal possui responsabilidade civil. Os animais têm natureza jurídica de bem móvel. Isso porque são capazes de movimento próprio. Eles são também chamados de semoventes.
	A posse de animais potencialmente perigosos sem o devido cuidado, tem gerado inúmeras vítimas e uma grande preocupação por parte da comunidade em geral, que espera a responsabilização dos donos destes animais. A responsabilidade dos donos de animais pelos danos já foi apenas presumida. O atual Código Civil Brasileiro prevê, em seu artigo 936, a responsabilidade civil do dono de animais, perigosos ou não. Para isso é necessário a existência de nexo de causalidade entre o comportamento do animal e o dano verificado para que surja o dever de indenizar.
 	A responsabilidade civil do dono do animal apenas será abandonada quando presente uma das excludentes; culpa da vítima ou força maior, conforme art. 936, do CC/2.002.
2. RESPONSABILIDADE CIVIL
	2.1. CONCEITO
	A responsabilidade civil é tida como o dever de reparar um dano causado por um dever jurídico violado, toda vez que uma norma jurídica é violada configura-se este como sendo um ato ilício, disto surge um dever de reparar o dano sofrido para que se volte a ter um equilíbrio jurídico-econômico, recolocando aquele que sofreu o dano em seu statu quo ante.
De acordo Maria Helena Diniz:
A Responsabilidade Civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal. (2006, pag. 40).
Segundo Fábio Ulhoa Coelho, responsabilidade civil é:
A obrigação em que o sujeito ativo pode exigir o pagamento de indenização do passivo por ter sofrido prejuízo imputado a este último. Constitui-se o vínculo obrigacional em decorrência de ato do devedor ou de fato jurídico que o envolva. (2004, p. 254).
	2.2. ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE
	Na doutrina existem inúmeras divergências acerca do tema, da nomenclatura. Mas para este, nos interessa apenas as Responsabilidades Subjetivas e as Responsabilidades Objetivas.
2.2.1. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA
	
Como o próprio nome já diz, é a responsabilidade na qual estará presente o elemento subjetivo, caracterizado pela vontade do agente, seja intencional ou não, de causar o dano. 
2.2.2. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
A Responsabilidade Civil Objetiva se configura independentemente de culpa do agente causador do dano, bastando aqui, a demonstração da existência de causalidade entre o dano sofrido e ato do agente causador, para que surja o dever de indenizar.
Paulo Alonso salienta que 
A objetivação da responsabilidade civil, que tem como princípio a ideia de que todo risco deve ser garantido, desvinculou a obrigação de reparação do dano sofrido da ideia de culpa, baseando-se no risco, ante a dificuldade de obtenção da sua prova, pelo lesado, para obter a reparação. (2000, p. 12.)
3. TRATAMENTO JURÍDICO DADO AOS ANIMAIS
	Cabe incialmente ressaltar que o termo animal se refere a todos os seres vivos que sentem e movem-se por seu próprio impulso, distinguindo-se do ser humano pela falta de razão, por sua incapacidade de raciocinar, agindo assim, de forma instintiva.
	Temos codificados a proteção dos animais inicialmente em nossa Constituição Federal em seu artigo 225, que dispõe acerca da “proteção da fauna”, de interpretação aberta a todas as espécies. Em um nível inferior temos garantida a proteção no Código Civil em seu art. 82 que trata dos bens móveis.
	Existem também leis que asseguram a proteção dos animais contra a pratica de maus tratos, por exemplo vemos a Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98, que em seu art. 32 dispõe sobre a pratica de ato de abuso, maus tratos, ferimentos ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados; e a devida pena cominada, equivalente a detenção de três meses a um ano, podendo ser agravada de um sexto a um terço caso morte do animal.
	A nível internacional, temos a Declaração Universal dos Direitos dos Animais de 27 de janeiro de 1978 editada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que elenca um rol de medidas protetivas a serem seguidas pelos países signatários, sendo um deles o Brasil.
	3.1 RESPONSABILIDADE CIVIL PELA GUARDA DE ANIMAIS
	Sendo o Brasil signatário à Declaração Universal dos Direitos dos Animais anteriormente citada, este garante a proteção e defesa do disposto neste em todo o seu território nacional. De acordo com o previsto em seu art. 1º que todos os animais nascem iguais diante da vida, e possuem o mesmo direito de existência.
	Além de garantir, direito ao respeito, à consideração, cura e à proteção do homem, possui direito de viver e crescer segundo seu ritmo e condições de vida, possui garantido também o direito a uma duração de vida conforme sua longevidade natural e se sua morte for necessária, que esta seja instantânea, sem dor ou angustia, devendo este ser tratado com respeito. Tem-se assegurado também que nenhum animal será submetido a maus tratos e atos cruéis, além da caracterização do abandono como ato cruel e degradante.
	3.2 RESPONSABILIDADE CIVIL PELOS DANOS CAUSADOS POR ANIMAIS
	O Código Civil de 2002 em seu art. 936 atribui responsabilidade objetiva do dono do animal, estabelecendo que o dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. A obrigação do possuidor do animal é a de tomar todas as medidas indispensáveis de forma que não venha a afetar, ferir a terceiros. Em caso de fuga, considera-se haver negligência do detentor do animal. Os prejuízos aferidos compreendem qualquer espécie deste, tanto física quanto pecuniária.
	Vale destacar a diferença entre dono e detentor; este é o usufrutuário, o usuário, alguém que o dono tenha confiado o animal; já o dono é o proprietário.
	Acerca do tema Rui Stoco aduz
A responsabilidade do dono ou detentor de animal independentemente da verificação de culpa e, portanto, há presunção absoluta. Essa presunção, por ser jure te de jure e, portanto, invencível e que não admite prova em contrário, só é elidível por prova – a cargo do dono do animal – de que o dano adveio de culpa da vítima ou de caso fortuito ou força maior, ou seja, mediante anteposição de uma das verdadeiras causas excludentes da responsabilidade. ” (ob. cit., p. 951)
	
	A responsabilidade civil tem como função principal a reparação dos prejuízos a terceiros (vitima) causados, e em um segundo momento possui finalidade punitiva, condenando todo aquele que venha a transgredir um direito. Quanto a prestação pecuniária a regra básica do Direito Civil para a mensuração de quantia devida está expressa no artigo 944, caput e parágrafo único do Código Civil de 2002, que assim dispõem: "A indenização mede-se pela extensão do dano. ”
4. CONCLUSÃO
	Através deste, conclui-se que a responsabilidade civil do dono ou detentor de animal não é somente a de custear com valores pecuniários danos patrimoniais, físicos ou morais ocasionados pelo animal, mas sim, acima de tudo, zelar pela qualidade, bem-estar e pela vida dos animais.
	Este vai além de apresentar a importância da responsabilidade civil para recolocar aquele que sofreu danos em seu statu quo ante, vem conscientizar o homem acerca da importância que tem por de trás da proteçãoda nossa fauna, através da respeitabilidade dos homens para com os animais e sendo assim para com seus semelhantes.
	A vivencia social do homem é regida por inúmeras convenções sociais que vem trazer um mínimo de suportabilidade ao dia a dia e as relações. Este vem servir de lembrete para que o homem passe a refletir mais acerca de si e de sua interação com o próximo, não apenas com seus iguais, mas também com a natureza a sua volta, fazendo com que este deixe de sobreviver e passe a vivenciar uma relação recíproca de respeito consigo e com o mundo que o cerca.

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