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impugnação exceção pre executividade

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B R I T O A D V O C A C I A
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO PRIMEIRO OFÍCIO CÍVEL DA COMARCA DE _______ – MS.
Autos do Processo de Código nº 
Intermediando em causa própria, comparece com lhaneza e acatamento perante sua Excelência, VINÍCIUS MENDONÇA DE BRITTO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, com o objetivo de apresentar,
I M P U G N A Ç Ã O A D E F E S A E X Ó T I C A
Onde contende em frontispício de GLAUCIA, fulcrando-se, para tanto, face aos seguintes fatos e fundamentos assim alinhavados: 
B R E V E E S C O R Ç O
Tratam-se o presente de uma exceção de pré-executividade em face da penhora realizada sobre o bem móvel, Ford KA, cor preta, placa (...), ano (...), onde a Excipiente alega em sua defesa: A impenhorabilidade do veículo alienado fiduciariamente e a necessidade de utilização do veículo, para garantir o cumprimento do papel de curadora de sua genitora idosa e doente. 
Recebida a exceção em despacho exarado nas folhas 334, este juízo suspendeu a realização do segundo leilão.
Acerca do incidente, manifesta-se o Excepto, da seguinte maneira, a qual será fracionado nos seguintes tópicos:
1º - Da incompatibilidade para o exercício da advocacia do advogado da excipiente;
2º - Da ausência de procuração;
3º - Do não conhecimento da Exceção; 
4º - Da penhora de veículo alienado fiduciariamente;
DA INCOMPATIBILIDADE
PARA O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA 
DO ADVOGADO DA EXCIPIENTE
“QUEM QUER ABRAÇAR O MUNDO NÃO ABRAÇA NINGUÉM” (Gunter Zibell)
O advogado da Excipiente, Dr. (...) é impedido de advogar por ser Procurador Geral Jurídico do Município de (...) – MS, pois, sua função é incompatível com o exercício da advocacia, violando profundamente o disposto no art. 28, inciso III e; do art. 29, ambos da Lei nº 8.906/94, tratado no Estatuto da OAB.
Como encontrar tempo para essas atividades, uma vez que a atuação na Procuradoria Municipal, requer dedicação exclusiva?
Pode-se concluir, que existe incompatibilidade da cumulação do cargo de PROCURADOR GERAL MUNICIPAL e o exercício da Advocacia Privada, implicando ato de improbidade administrativa, bem como, violações graves a preceitos constitucionais e legais, especialmente a afronta à norma instituída pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Ora, se o Procurador Geral do Município deve ater o exercício de sua função exclusivamente no cargo para o qual foi contratado e/ou admitido temporariamente, durante a vigência de seu Contrato, é vedado esta acumulação.
Com relação ao tema, não conhecendo de recurso assinado por Procurador, precedente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, da relatoria do Desembargador Carlos Alberto Pedrosa de Souza, com fragmento de ementa nos seguintes termos:   
Assessor Jurídico de Câmara Municipal está impedido de patrocinar os interesses particulares de Secretário Municipal, em ações em que a Prefeitura do Município seja parte, na medida em que os poderes legislativo e executivo, segundo a Constituição Federal, apesar de independentes, são harmônicos entre si, gerando tal situação conflito de interesses. 
Também está impedido o Assessor Jurídico de patrocinar interesses em desfavor de seu empregador originário, ou seja, a Câmara Municipal, por ser a entidade que o remunera. 
(Proc. E-3.886/2010 – v.u., em 20/05/2010, do parecer e ementa do Rel. Dr. GUILHERME FLORINDO FIGUEIREDO – Rev. Dr. FABIO KALIL VILELA LEITE – Presidente Dr. CARLOS JOSÉ SANTOS DA SILVA).
“Estando o subscritor da peça recursal impedido para o exercício da advocacia (art. 29 da Lei n.º 8.906/94 – Estatuto da Advocacia do Brasil), por se encontrar em dedicação exclusiva à função de Chefe da Procuradoria Jurídica da Prefeitura Municipal, não se conhece de recurso por ele interposto”. (TRE/MS.Recurso Eleitoral 142/00 – II. Relator: Dês. Carlos Alberto Pedrosa de Souza. Disponível em:<http://www.tre-ms.gov.br/ac2000/Ac3644.pdf#search=%22procurador%20e%20munic%C3%ADpio%20e%20advocacia%20e%20impedimento%22>. Acesso em: 26 set.2006).
“EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: Consulta, em tese, sobre aplicação aos ocupantes de cargo de Subprocurador-Geral do regime jurídico do art. 29 do EAOAB. Admissibilidade. Segundo deflui do sistema adotado pelo EOAB, ao ocupante de cargo que tenha a atribuição, fixada por lei ou regulamento, de substituto, mesmo eventual, de outro cargo, é aplicável o mesmo regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos a que estiver sujeito o titular substituído”. (Proc. 260/99/OEP, Rel. Marcos Bernardes de Mello (AL), Ementa 030/99/OEP, julgamento: 04.10.99, por unanimidade, DJ 29.11.99, p. 104, S1).
No mesmo sentido: (Fórum de Anastácio - MS - Juíza de Direito Naria Cassiana Silva Barros – Autos do Processo de Código nº 0501015-34.2007.8.12.0052 /Cumprimento de Sentença)
Logo, a conclusão não pode ser outra, senão pelo evidente impedimento do exercício de atividade de advocacia privada por PROCURADOR DO MUNICÍPIO. 
Além disso, vale registrar, que os atos praticados fora do poder público, em que o Procurador do Município presta seus serviços particulares, causará a sua cliente, ora Excipiente, graves prejuízos, já que estes atos são nulos, não podendo ser objeto de conhecimento.
Por esse azo, requer seja encaminhado ofício a OAB, bem como, requer a intimação do Agente Parquetiano.
DA AUSÊNCIA DE PROCURAÇÃO DO ADVOGADO DA EXCIPIENTE
O feito, caminha de forma irregular por ausência de habilitação do advogado da Excipiente, pois, o advogado que subscreve a Exceção de Pré Executividade, além de ser impedido de advogar por exercer cargo público, também não tem poderes para representar a Excipiente.
Importante ressaltar, que o subscritor da peça de exceção, sequer formulou pedido de dilação de prazo para a protocolização do instrumento de mandato.
Resta assim, evidenciado, a falta de pressuposto processual para atuar no feito, representando a parte Excipiente.
O art. 104 do Diploma Processualístico, não deixa dúvidas quando institui que sem procuração o advogado não será admitido a procurar em juízo, podendo fazê-lo apenas para evitar decadência ou prescrição ou intervir para praticar atos urgentes, O QUE NÃO É O CASO DOS AUTOS.
Assim, há de se considerar inexistente a exceção de pré-executividade, requerendo, desde já, seja declarada nula a presente Exceção de Pré Executividade, subscrita por advogado incompatível com o cargo e, sem capacidade postulatória (procuração) de representação da Excipiente.
DA IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE NESTE FEITO 
No caso dos autos, a matéria alegada pela Excipiente necessita de dilação probatória, o que é vedado neste caso.
É firme a posição jurisprudencial, acerca da impossibilidade do manejo de exceção de pré-executividade quando sua análise estiver condicionada à dilação probatória, como na espécie
Logo, verificando-se que os argumentos elencados na objeção de pré-executividade ofertada, não se tratam de questão de ordem pública, incabível, portanto, a exceção em comento.
Ademais, cumpre frisar que o fato do veículo penhorado estar alienado fiduciariamente não impede o prosseguimento da execução, tendo em vista que é possível recair a constrição executiva sobre os direitos detidos pela Excipiente no respectivo contrato, resguardando-se os direitos do credor fiduciário. 
Motivo este que requer seja rejeitada a exceção de pré-executividade, determinando o prosseguimento da execução.
DA PENHORA DE VEÍCULO ALIENADO FIDUCIARIAMENTE
"O fato de o bem se achar alienado fiduciariamente não constitui empecilho à penhora, desde que resguardada a preferência do credor fiduciário, até o limite do seu haver." (IOB
– Repertório de Jurisprudência – 3/14755).
Trata-se de execução, que se vem arrastando desde a data de 26 de fevereiro de 2.009, ou seja, há cerca de 07 (sete) anos em busca da satisfação de um direito, na qual se frustraram todas as tentativas de satisfazer o crédito exequendo, no patrimônio da Excipiente.
 
A Excipiente, consoante se vê dos autos não possui bens passíveis de penhora, a não ser 50% de um veículo. 
Sendo assim, consoante pacífico entendimento jurisprudencial, o fato do veículo se encontrar alienado fiduciariamente, não desautoriza a pretensão, na medida em que a constrição se dá sobre os direitos do devedor fiduciante, em razão do contrato, não havendo, por outro lado, qualquer gravame à instituição financeira. 
ALÉM DISSO, NÃO É CABÍVEL A DEFESA EXÓTICA, APÓS A EFETIVAÇÃO DA PENHORA. 
Veja sua Excelência, que a Excipiente foi intimada da penhora (Vide folhas 194), na data de 22 de abril de 2.013, porém, quedou-se inerte.
Foi então, requerido leilão do bem, sendo deferido por sua Excelência. (Vide folhas 204)
Da respectiva data designada para a realização da venda judicial do bem penhorado (folhas 218), a Excipiente foi intimada, onde mais uma vez, permaneceu inerte (folhas 235).
Na data de 24 de junho de 2015, foi feita nova avaliação na presença da Excipiente, conforme demonstra as folhas 263, tendo também permanecido inerte.
Veja, que somente após a penhora, avaliação, intimação, e o primeiro leilão de venda do bem, é que a Excipiente vem buscar a Justiça!!! 
Logo agora, depois do primeiro leilão, já nas beiradas de se concretizar o segundo leilão, é que resolveu a Excipiente, buscar através de uma defesa exótica, meios de protelar o caminhar dos autos, permanecendo na posse de seu bem, e continuar inadimplente com o Excepto, não merece prosperar, até porque, deve a mais de sete anos. 
Ora Excelência, quando não é o marido da Excipiente tumultuando o processo, é esta que busca protelar o caminhar do processo, e pior, sequer tenta buscar uma solução de pagamento de sua dívida. Assim, não há como sequer acolher tal exceção.
Além do mais, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA já entendeu, que a Exceção de Pré-executividade NÃO É CABÍVEL APÓS A EFETIVAÇÃO DA PENHORA. 
A JURISPRUDÊNCIA, PARA SER CONHE​CIDA, DEVE SER DIVULGADA, POIS DO CONTRÁRIO, FICA PERDIDA NOS PROCESSOS. 
Sendo assim, usando das palavras sempre seguras e sábias do eminente e saudoso Desembargador Rubens Bergonzi Bossay, o qual sempre dizia em suas decisões “FECUNDA É A JURISPRUDÊNCIA”, assim só nos resta trazer decisões que aniquilam a meteria objeto deste litígio:
“AGRAVO REGIMENTAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE OPOSTA APÓS A REALIZAÇÃO DA PENHORA E AOS EMBARGOS. IMPOSSIBILIDADE.
Não é possível o manejo de exceção de pré-executividade
após a realização da penhora e a rejeição dos embargos
opostos pela devedora.”
(AgRg nos EDcl no REsp n.º 905.416/PR, Relator o Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS)
Não há que se falar em "exceção de pré-executividade" após a realização da penhora e após, como in casu, a rejeição dos embargos opostos pela devedora."(AgRg no Ag 470.702/DELGADO)
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE MANEJADA APÓS A INTIMAÇÃO DA PENHORA. INADMISSIBILIDADE. PROPOSITURA QUE DEVE OCORRER EM MOMENTO ANTERIOR À PENHORA E AOS EMBARGOS. PRECLUSÃO. (REsp 396.397/NORONHA);
"(...) 7. A "exceção de pré-executividade" há de ser requerida antes do momento próprio para apresentação da defesa, evitando um prosseguimento inútil e o constrangimento da penhora em bens do devedor. Não há que se falar em "exceção de pré-executividade" após a realização da penhora e após, como in casu, a rejeição dos embargos opostos pela devedora." (AgRg no Ag. 470.702/DELGADO)
Tendo sido a Excipiente, intimada da penhora, da avaliação, bem como da respectiva data da realização da venda judicial do bem penhorado (folhas 218), tendo permanecido inerte, naquela oportunidade, operou-se o fenômeno da preclusão. Uma vez efetivada a penhora, a Excipiente deveria dentro do prazo, ter apresentado defesa cabível e/ou ter buscado os meios de quitar com sua obrigação, e não esperado por sete anos para tentar se livrar de um débito, pois, findo o prazo e antes da realização do primeiro leilão, operou-se a preclusão.
Ademais, a rejeição da exceção de pré-executividade não afronta o devido processo legal, à ampla defesa e nem ao contraditório. 
Incabível a exceção de pré-executividade quando a matéria alegada, também não diz respeito à higidez do título executivo extrajudicial. Sendo assim, não resta a este juízo outro caminho que não seja o de rejeitar as teses arguidas pela Excipiente.
D O S R E Q U E R I M E N T O S
Ao pé de tais considerações, é que se requer:
 
Seja encaminhado ofício a OAB/MS, para que tome as providencias necessárias a respeito do ilustre Procurador do Município de Aquidauana Dr. (...), o qual vem violando ferozmente a legislação estampada no art. 28, inciso III e; do art. 29, ambos da Lei nº 8.906/94;
Seja intimado o Agente Parquetiano, para que tome ciência de tal fato, podendo, caso queira instaurar ato de improbidade administrativa;
Seja declarada nula a presente Exceção de Pré Executividade, subscrita por advogado incompatível com o cargo e, sem capacidade postulatória (procuração) de representação da Excipiente;
Ao final, que seja indeferida e rejeitada a presente peça exótica, devendo ainda, ser condenada a Excipiente e seu patrono por litigância de má fé e, por ato atentatório a dignidade da justiça, fazendo valer os Princípios da Boa-Fé Processual, Celeridade, Motivação e Cooperação.
Que advenha toda a plenitude requestada !
Justiça é desejo firme e contínuo de dar a cada um o que lhe é devido.
Aquidauana – Mato Grosso do Sul, 28 de abril de 2.016.
VINÍCIUS MENDONÇA DE BRITTO 
Tel/whatsapp: (67) 84227422
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2016.1011.2701.0
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AQUIDAUANA – MS
Vinícius Mendonça de Britto, OAB/MS 11.249
Rua Estevão Alves Correa, nº 1.673, Centro, Cep 79200-000, Telefone / Fax: 3241-3006 / Celular 8422-7422

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