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MECANISMOS DE DEFESA DO EGO

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Disciplina: Psicologia do Relacionamento Humano		TEXTO No:
Profa: Maria Luisa Carvalho
MECANISMOS DE DEFESA DO EGO
Em sua função reguladora, a fim de manter a integridade e a saúde mental, mediando as pressões do superego e do id, o ego emprega mecanismos de defesa, a fim de dissociar-se de impulsos e afetos sentidos como perigosos, conflituosos. É importante destacar que tais mecanismos são inconscientes (as pessoas não os adotam por uma decisão racional e consciente). Os mecanismos de defesa do egopodem ser encontrados em indivíduos saudáveis, porém, sua presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos. 
Abaixo, serão descrito os principais mecanismos de defesa empregados pelo ego: 
repressão: é, possivelmente o primeiro mecanismo empregado pelo ego contra o id. Consiste na retirada do consciente de pensamentos, desejos e experiências provocadoras de ansiedade, mantendo-os inconscientes. Para a Psicanálise, entretanto, essa “solução” é momentânea, esse sentimento não desaparece da nossa psique e pode se manifestar de forma inesperada ou nos sintomas (ex. doenças psicossomáticas; cansaço excessivo, fobias). Segundo Freud, a repressão nunca é realizada de uma vez por todas e definitivamente, mas exige um continuado consumo de energia para se manter o material reprimido.
b) projeção: atribui a uma outra pessoa, animal ou objeto qualidades, sentimentos, impulsos, intenções que são de si próprio. Ou seja, aspectos da personalidade de um indivíduo são deslocados de dentro deste para o meio externo. A ameaça é tratada como se fosse uma força externa. A pessoa pode, então, lidar com sentimentos reais, mas sem admitir ou estar consciente do fato de que a idéia ou comportamento temido é dela mesma. Por exemplo, pessoas que afirmam que "todos nós somos algo desonestos" está, na realidade, tentando projetar nos demais suas próprias características; pessoas que sempre afirmam que são sempre invejadas pelos demais, podem estar projetando a inveja por ela sentida. Sempre que caracterizamos algo de fora de nós como sendo mau, perigoso, pervertido, imoral e assim por diante, sem reconhecermos que essas características podem também ser verdadeiras para nós, é provável que estejamos projetando. Pesquisas relativas à dinâmica do preconceito mostraram que as pessoas que tendem a estereotipar outras também revelam pouca percepção de seus próprios sentimentos. As pessoas que negam ter um determinado traço específico de personalidade são sempre mais críticas em relação a este traço quando o vêem nos outros. 
c) identificação: assimila atributos do outro, transformando-se total ou parcialmente, segundo o modelo dessa pessoa. De fato, pode-se afirmar que a personalidade constitui-se e diferencia-se a partir de uma série de identificações. A pessoa passa a “imitar” o comportamento, o agir do outro, pois considera que dessa forma será aceita, amada, admirada, porque o outro possui atributos que ela deseja. Se não houver uma anulação total essa identificação pode ser benéfica. Exemplos: aluno que passa espelhar-se em um professor que admira; adolescente que se veste como um artista que admira; torcedor que vê-se como vencedor porque o time foi campeão; trabalhador que sente-se forte, importante porque a empresa recebeu um prêmio. A identificação pode ser nociva, por exemplo, quando uma pessoa vitima de humilhações se identifica com o agressor, e passar a perseguir outras pessoas.
d) racionalização: elabora explicações confortadoras, motivos lógicos, racionalmente aceitáveis, embora errôneos, para explicar, justificar pensamentos e ações inaceitáveis; é o processo de encontrar motivos aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis. É um modo de aceitar as pressões do superego, pois disfarça os motivos, tornando-os moralmente aceitáveis. A afirmação cotidiana de que "eu só estou fazendo isto para seu próprio bem" pode ser a Racionalização do sentimento ou pensamento de que "eu quero fazer isto para você, eu não quero que me façam isto ou até mesmo, eu quero que você sofra um pouco". 
e) negação: tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba o Ego. Não raro, associa-se a tendência de fantasiar que certos acontecimentos não são, de fato, do jeito que são, ou que na verdade nunca aconteceram, ou seja, lembra-se incorretamente dos fatos. A pessoa recorda-se de um acontecimento de forma vívida, depois, mais tarde, pode lembrar-se do incidente de maneira diferente e, de súbito, dar-se conta de que a primeira versão era uma construção defensiva. 
i ) desvalorização: atribui características excessivamente negativos a si mesmo ou aos outros. É típico de situações onde a pessoa não é correspondida amorosamente: passa a desprezar e menosprezar o outro. Uma pessoa que não passou em uma seleção para uma vaga que desejava muito, pode utilizar esse mecanismo para lidar com a frustração: “A empresa nem é tão boa mesmo... ouvi dizer que estão em dificuldades financeiras”. 
j) formação reativa: substitui sentimentos considerados inaceitáveis, por seu oposto, mas de maneira exagerada. As crianças, assim como incontáveis adultos, tornam-se conscientes da excitação sexual que não pode ser satisfeita, evocam conseqüentemente forças psíquicas opostas a fim de suprimirem efetivamente este desprazer. Para essa supressão elas costumam construir barreiras mentais contrárias ao verdadeiro sentimento sexual, como por exemplo, a repugnância, a vergonha e a moralidade. Não só a idéia original é reprimida, mas qualquer vergonha ou auto-reprovação que poderiam surgir ao admitir tais pensamentos em si próprios também são excluídas da consciência. Infelizmente, os efeitos colaterais da Formação Reativa podem prejudicar os relacionamentos sociais. As principais características reveladoras de Formação Reativa são seu excesso, sua rigidez e sua extravagância. O impulso, sendo negado, tem que ser cada vez mais ocultado. Por exemplo, alguns pais são incapazes de admitir um certo ressentimento em relação aos filhos, acabam interferindo exageradamente em suas vidas, sob o pretexto de estarem preocupados com seu bem-estar e segurança. Nesses casos a superproteção é, na verdade, uma forma de punição. A homofobia pode indicar impulsos homossexuais reprimidos.
l) idealização: lida com o conflito emocional atribuindo ao outro qualidades positivas exageradas. Na incapacidade de lidar com ambivalência, nega os aspectos conflituosos e supervaloriza a dimensão positiva. Por exemplo: pais que não querem admitir desvios de caráter dos filhos e os idealizam (“melhor filho do mundo”); trabalhador/a que nega os sentimentos de exploração, e apenas exalta o pacote de benefícios que recebe da empresa; paciente que idolatra o médico, acreditando que o mesmo poderá curá-lo de uma grave doença.
m) sublimação: a energia sexual e agressiva é canalizada para outras finalidades que são moral e socialmente aceitáveis e valorizadas (por exemplo: atividades intelectuais, artísticas, religiosas, etc). É uma defesa saudável e bem sucedida, responsável pelo desenvolvimento, pela civilização. Não se trata de uma compensação, de um deslocamento, mas de obter prazer através de atividades positivas e criativas.
n) regressão: retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil. Por exemplo, adulto que começa a chorar como uma criança ou fica de birra quando contrariado; homem/mulher que não aceita o envelhecimento e começa a agir como adolescente. Paciente adulto que faz “manha” no momento de realizar exames.
Referências:
Bock, A. M. et al. Psicologias. Saraiva: São Paulo, 2001.
Cavalcante, A. M. Mecanismos de defesa do ego. Disponível em:< http://www.mouraocavalcante.net/Pages/Psy/Psy_01.html>. Acesso em 27 de jul. 2011.

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