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PATOLOGIA – RESUMO P2 INFLAMAÇÃO – é a resposta do tecido vascularizado a uma agressão local, com envolvimento de células do conjuntivo, sangue e plasma. É a reação vascular ou celular mesenquimal a uma lesão tecidual. Pode ser aguda, crônica ou recidivante. Sinais: rubor, tumor, calor, dor e perda de função. INFLAMAÇÃO AGUDA – exsudativa, as células provém do sangue. Reação vascular com exsudação de células hematógenas. (inflamações: serosa, serofibrinosa, fibrinosa, purulenta, hemorrágica). Violenta, intervalo curtos, agentes infeccioso como estafilococo e estreptococo, apresenta os 4 sinais cardeais. • CONGESTIVA – vasodilatação capilar, eritema solar, reações alérgicas. • SEROSA OU EDEMATOSA – pouca fibrina, exsudato transparente de cor amarelo- citrino, edema das cordas vocais, laringite aguda, derrames pleurais, tuberculose. • SERO-FIBRINOSA – líquido seroso e fibrinas proporcionais, cavidades pleurais e pericárdica, provoca aderências dos folhetos. • FIBRINOSA – exsudato com muita fibrina, parecem falsas membranas de cor esbranquiçada sob superfícies mucosas (difteria, faringe e laringe) ou cavidades alveolares (pulmão), pode causar morte por asfixia. • PURULENTA OU SUPURATIVA – caracterizada pelo pus, exsudato rico em leucócitos neutrófilos que sofrem degenração gordurosa e desintegração nuclear. As lesões purulentas podem ser: Pústula – vesícula purulenta na epiderme. Flegmão – pus difuso no tecido conjuntivo intersticial. Abscesso – pus localizado, bem delimitado no seio dos tecidos, produz cavidades nos tecidos com áreas de infecção bacteriana purulenta. Empiema – pus em cavidades pré-formadas toráxica. Ex. Vesícula biliar, infarto cerebral e abscessos. • HEMORRÁGICA – lesões graves do endotélio capilar, ocorre em cutâneo-mucosas e vísceras. • CATARRAL – hipersecreção de muco em mucosas respiratórias (refriados, gripe) e digestiva (gastro-enterite). • GANGRENOSA – causada por trombose arterial e infecção por gérmens anaeróbios (apendicite gangrenosa). INFLAMAÇÃO CRÔNICA – proliferativa, as células derivam do tecido conjuntivo. Proliferação de células histiógenas. (inflamações: granulomatosa ou não granulomatosa). Branda, intervalo longo, proliferação celular, agentes infecciosos de baixa virulência ou corpos estranhos, sinais cardeais ausentes. Ex. Sífilis. INFLAMAÇÃO CRÔNICA RECIDIVANTE – Branda, intervalo longo, com fases agudas, sendo uma inflamação mista, virulência atenuada e sinais cardeais intermitentes. GRANULOMAS – hiperplasia reacional de macrófagos a agentes inanimados e a agentes animados de baixa virulência. Possui fibras reticulares. DIAPEDESE – é a passagem dos leucócitos do sangue para o tecido conjuntivo quando ocorre uma maior permeabilidade capilar, atravessando os vasos capilares. NEUTRÓFILOS – são os leucócitos mais numerosos no sangue (60%), são a primeira linha de defesa. Produzidos na medula óssea. Função: fagocitose e digestão de microrganismos. Infiltrado característico de inflamação purulenta. EOSINÓFILOS – também se origina na medula óssea mas em número menor (1 a 2%), funções idênticas do neutrófilo, são aumentados em reações de hipersensibilidade e tem infiltrado característico em inflamações alérgicas e na verminose. MONÓCITOS – de 6 a 8%, são os maiores leucócitos, nascem na medula óssea, tem vida longa, capacidade de multiplicação e mtamorfose. São macrófagos do sangue e fazem a fagocitose dos neutrófilos mortos e restos de tecidos necrosados na inflamação aguda. LINFÓCITOS – 25 a 30% dos linfócitos circulantes. São menores que os neutrófilos e mais numerosos em crianças, o núcleo ocupa quase todo o corpo celular e o infiltrado é reconhecido pela basofilia. Originam-se na medula óssea, característico da inflamação crônica não granulomatosa. Linfócitos B (bursa) – surge na Bolsa de Fabricius, órgão linfóide da cloaca das aves e respondem pela resposta humoral da imunidade. Linfócitos T (timo) – células indiferenciadas que migraram para o timo, se desenvolveram e respondem pela imunidade celular. PLASMÓCITOS – núcleo em forma de raios de roda, surgem na inflamação crônica, derivam dos linfócitos B e fazem síntese dos anticorpos. A degeneração hialina dos plasmócitos forma oa corpúsculos de Russel. HISTIÓCITOS OU MACRÓFACOS TECIDUAIS – semelhantes a fibroblastos, no tecido conjuntivo, tem grande capacidade de fagocitose, multiplicação e metamorfose, constituem o substrato histológico dos granulomas. REPARAÇÃO – é a reorganização da área lesada, segundo mecanismo de defesa, substitui as células e tecidos alterados por tecidos neoformados derivados do parênquima ou estroma do local injuriado. Do parênquima ocorre uma reconstrução igual a orignal ocorrendo regeneração, do estroma forma um tecido fibrosado não especializado formando uma cicatriz. Formas de reparação: • PARÊNQUIMA – regeneração. • ESTROMA – cicatrização. • QUELÓIDE – cicatrização hipertrófica (comum em etnia negra). CÉLULAS NA REGENERAÇÃO: • LÁBEIS – continuam a se multiplicar durante toda a vida (epiteliais, hematopoiéticas, linfóides). • ESTÁVEIS – não se dividem mas se proliferam quando estimuladas (fígado, pâncreas, salivares, endócrinas e derivadas do mesênquima como fibroblastos e osteoblastos). • PERMANENTES – perdem totalmente a capacidade de se dividir (SNC e músculo), a área lesionada não se regenera e é substituída por tecido conjuntivo. CICATRIZAÇÃO – substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo fibroso. Perda permanente da função fisiológica da região. É uma marca residual permanente e irreverssível. Perdem a elasticidade. Tipos de cicatrização: • 1ª INTENÇÃO (primária) – quando há união imediata das bordas da ferida, evoluçao asséptica e cicatriz linear. Pouco ou nenhum exsudato. • 2ª INTENÇÃO (secundária) – quando a área lesada é maior e não pode suturar os bordos, como úlceras, abscessos e contaminações em incisões cirúrgicas. Permanece aberta, forma grande quantidade de tecido cicatricial podendo formar quelóides e cicatrizes mais extensas. O espaço é preenchido por tecido de granulação. • 3ª INTENÇÃO - processo que envolve limpeza, debridamento e formação de tecido de granulação saudável para posterior coaptação das bordas da lesão, a ferida fica aberta até eliminar a infecção depois fecha. Ou mantém a ferida aberta temporariamente até o tecido ir cicatrizando de dentro para fora. ALTERAÇÕES DE CRESCIMENTO – MALFORMAÇÕES: AGENESIA – ausência de um órgão ou tecido. APLASIA – formação rudimentar de um órgão, atrofia congênita. HIPOPLASIA – formação deficiente de um órgão ou tecido, que pode ou não funcionar. ATRESIA – órgão ou orifício natural fechado ou ausente, estreitamento de canais do corpo. TERATOMA – formação de tecido com três camadas germinativas, formam tecidos com pele, músculo, gordura, dentes, pêlos. ALTERAÇÕES DE CRESCIMENTO – ADAPTAÇÕES CELULARES: HIPERTROFIA – aumento do tamanho das células e assim, dos tecidos e órgãos. HIPERPLASIA – aumento da quantidade de células e assim, dos tecidos e órgãos. Ela regride quando cessado o estímulo causador. METAPLASIA – transformação de uma célula ou tecido em outro com características diferentes. ATROFIA – diminuição do tamanho de uma célula, tecido ou órgão, com diminuição do metabolismo e atividade. DISPLASIA – formação anormal, má formação, desenvolvimento desordenado, alterações atípicas no tamanho e no formato das células, uniformidade das células, são pré-cancerosas. LESÕES CELULARES REVERSÍVEIS: DEGENERAÇÃO – alterações celulares geralmente reversíveis quando cessado o estímulo e podem ou não evoluir para a morte celular. Tipos de degeneração: • HIDRÓPICA – acúmulo de água no interior da célula, tornando-a aumentada de volume. • GORDUROSA (Esteatose, lipidose) –acúmulo de gordura (triglicerídeos) no citoplasma da célula formando vacúolos e deslocando o núcleo para a periferia, com limites nítidos, redondos, cor branca. • HIALINAS (protéica) – produção e acúmulo de proteínas no interior de células e tecidos, aspecto homogêneo e corado em rosa. GOTICULAR: células com gotículas de proteínas, coradas em rosa, redondas e em volta do núcleo. • HIALINA DE MALLORY – acúmulo de proteína no citoplasma, alteração na arquitetura lobular do fígado, filamentos e grumos acifófilos corados em rosa. HIALINOSE ARTERIOLAR – acúmulo de proteínas no interstício, principalmente nos rins. Presença de túbulos e glomérulos dilatados, espessamento da camada média, diminuição da luz arteriolar, isquemia, hialinização dos glomérulos (corado em rosa). AMILOIDOSE – doença formada por preteínas com características tintoriais, físicas e químicas próprias, substância rósea e acidófila que se deposita nos tecidos, manchas rosa sem núcleo e esbranquiçada nas bordas, causa lesão celular grave pois substitui as estruturas normais. Os mais atingidos são os nervos periféricos. • MIELOMA MÚLTIPLO – é uma deposição de amilóide, um tumor malígno de plasmócitos que forma uma massa na medula óssea de ossos chatos, sintetiza muita gamaglobulina (anticorpo) que age nos túbulos e glomérulos renais causando insuficiência renal. GLICOGENOSE – doença autossômica recessiva (dois genes defeituosos, um da mãe e um do pai), são alterações do metabolismo de glicogênico. As principais glicogenoses são: • DOENÇA DE VON GIERKE – deficiência da enzima glicose-6-fofatase no fígado e nos rins, causa hipoglicemia não responsiva e acúmulo de glicogênio nos hepatócitos, células brancas, disformes e perdendo o núcleo. • DOENÇA DE MCARDLE – ausência da enzima fosforilase muscular, o glicogênio não é catabolizado, causando cãimbras, fadiga muscular, acúmulos subsarcolemais de glicogênio nas fibras musculares (bolhas disformes no tecido muscular opticamente vazias). APOPTOSE – morte celular programada para a manutenção da homeostase e regulação fisiológica do tamanho dos tecidos. As células desaparecem sendo fagocitadas por macrófagos ou células vizinhas não havendo extravasamento de enzimas nem reação inflamatória. A célula é condensada, fragmentada e os corpos apoptóticos ficam envoltos em membrana e são fagocitos por completo. O núcleo fica em formato de lua crescente na borda da célula e depois fica fragmentado em vários pequenos pedaços até sumir. NECROSE – é a morte celular, não programada, no organismo vivo, com alterações morfológicas. É uma lesão celular irreversível. A célula vai sofrendo um inchaço irreversível e depois se desintegra e desaparece. Tipos de necrose tecidual: • POR COAGULAÇÃO – a célula morre mas o órgão mantém sua estrutura, muda de cor mas permanece no mesmo formato. É mantido o colágeno e as fibras elásticas porém perde a função. Só ocorre em tecido conjuntivo, portanto, não ocorre no cérebro. • POR LIQUEFAÇÃO – as células mortas são removidas por fagocitose, removendo toda a área necrótica e ficando um espaço vazio. Ocorre em órgãos que não tem contato com o meio externo, como o fígado, e principalmente em tecido nervoso (cérebro). O órgão perde a estrutura e o formato e apresenta abscesso com pus. • GORDUROSA – tecidos gordurosos que entram em necrose, ocorre a ruptura dos adipócitos, ex. Nas mamas femininas. As células gordurosas perdem o núcleo e o formato redondo e o tecido possui focos de material amarelo. • CASEOSA – processo inflamatório que causa granulomas e só ocorre no pulmão. O tecido fica claro, esbranquiçado formando uma massa amorfa com maior parte de proteínas, é um tecido friável que esfarela. Pode surgir de uma tuberculose. Nas lâminas aparece sempre um granuloma e colar leucocitário. • FIBRINÓIDE – necrose que ocorre em volta da artéria, células rosa claro sem núcleo com muitos leucócitos em volta (pontos corados em roxo). • HEMORRÁGICA – (infarto hemorrágico, AVC) ocorre por obstrução venosa. • GANGRENA – necrose que entram em contato com o meio externo e sofrem ação de agentes externos. Pode ter exsudato ou gases. Pode ser seca, úmida ou gasosa: • GANGRENA SECA – acontece no congelamento em extremidades, a área necrótica perde água para o ambiente, o tecido fica escuro, seco e mumificado, não apresenta dor. É uma necrose isquêmica por coagulação das extremidades. • GANGRENA ÚMIDA – o tecido necrótico é contaminado com bactérias e forma secreções, ocorre em pulmão, mucosa uterina, intestino e glândula mamária. Causam putrefação e amolecimento do tecido. • GANGRENA GASOSA – a área necrosada sofre ação de bactérias anaeróbias como o clostridium, formando uma espécie de bolha com grumos, amarelada. Apresenta um tecido por cima e necrosado por dentro. Essas bactérias são mortas com água oxigenada, por isso é tão usada em limpeza de feridas e curativos. Ex. Bactéria comedora de carne. NECROBIOSE – morte natural das células que são constantemente substituídas, como nos epitélios de revestimento, imperceptível no fígado onde o processo é mais lento. AUTÓLISE E PUTREFAÇÃO – Autólise é a digestão do tecido por suas próprias enzimas, mais intenso no pâncreas. Putrefação é a digestão do tecido pela ação de bactérias e germes, esses podem produzir gases responsáveis pelo forte odor. O material é eliminado do organismo ou reabsorvido, nesse caso deixa uma cicatriz no local e pode formar uma cápsula fibrosa como no abscesso. NEOPLASIA – crescimento anormal, acelerado e descontrolado de células, proliferação celular não controlada pelo organismo, também chamada de tumor devido ao aumento de volume causado pela inflamação. Podem ser benignos ou malígnos. A denominação câncer é usada somente para tumores malígnos que tem a capacidade de invadir os tecidos vizinhos. • BENIGNA – caracteriza-se pelo crescimento lento, normalmente é circunscrita por uma cápsula de tecido fibroso que delimita o tumor, é localizada e não se infiltra ou invade tecidos vizinhos. Na maioria dos casos o tumor pode ser removido totalmente e não existe risco de metástase. Apresentam o sufixo "oma" na sua nomenclatura, como "fibroma" e "lipoma", por exemplo. Porém, linfoma, melanoma e mieloma são neoplasias malignas e fogem à regra. • MALÍGNA - (câncer) apresenta um crescimento acelerado e tem a capacidade de invadir os tecidos adjacentes, podendo desenvolver metástase. As neoplasias malignas recebem o sufixo "sarcoma" na sua nomenclatura, como "fibrossarcoma" e "osteossarcoma". Já as neoplasias malignas com origem no tecido epitelial possuem a denominação "carcinoma". METÁSTASE - é a disseminação e crescimento das células neoplásicas em locais distantes da sua origem.
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